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1 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 Obesidade OBJETIVO 1: DEFINIR OBESIDADE E FORMAS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL. Definição: É o acumulo anormal ou excessivo de gordura corpórea até um nível que comprometa a saúde. Dessa forma, é classificada como uma doença crônica, complexa e multifatorial, com importante aumento do risco de complicações. Diagnóstico: O ideal é a combinação de massa corporal e distribuição de gordura. 1. Mais caros e dessa forma, menos usados: Densitometria (DEXA). Bioimpedância. Tomografia. Ultrassonografia. 2. Pratica clínica: IMC: excelente correlação com risco de doenças associadas à obesidade e à mortalidade. O mais usado na pratica clínica. Entretanto, tem muitas limitações. Como não distinguir se o excesso de peso se deve a acúmulo de gordura ou de massa magra — indivíduos extremamente musculosos, por exemplo, podem apresentar IMC alto, apesar de apresentarem baixa porcentagem de gordura corpórea —, não avaliar a distribuição regional de gordura — se predomina no compartimento visceral ou subcutâneo — e ser falsamente elevado em situações como anasarca. Além disso pode diferir quanto ao sexo, etnia, idade. Dessa forma, indivíduos com o mesmo IMC podem ter diferentes níveis de massa gordurosa visceral. IMPORTANTE: O Ministério da Saúde aceita que no idoso (definido no Brasil como com 60 anos ou mais), o IMC normal varia de >22 a <27 kg/m² pela diminuição de massa magra e maior risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de incapacidade física). AVALIAÇÃO DE GORDURA VISCERAL: 1. Mais caros: RM e TC. São métodos mais acurados, porem menos usados, pelo custo benefício. 2. Pratica clínica: Plicometria: dobras cutâneas. Relação circunferência abdominal/quadril (RCQ). Já foi muito utilizado, principalmente por associar riscos de comorbidades. Entretanto, com o tempo perceberam que a medida de circunferência abdominal tinha maior relação com a gordura visceral. Outro estudo relata que há uma superioridade da relação cintura-estatura sobre a circunferência abdominal e o IMC para a detecção de fatores de risco cardiometabólicos em ambos os sexos (diretriz da abeso). Medida da circunferência abdominal. Os pontos de cortes diferem quanto idade, etnia e sexo. OBS: circunferências braquial e da panturrilha são bons marcadores de estados de deficiência nutricional (sendo a de panturrilha sarcopenia em idosos -<31cm). OBJETIVO 2: COMPREENDER A EPIDEMIOLOGIA (BRASIL E O MUNDO), FATORES DE RISCO E ETIOLOGIA DA OBESIDADE. Epidemiologia: 52% da população adulta no brasil estão acima do peso, e dessas 18% tem obesidade. A maior prevalência é em homens com renda familiar per capita superior a cinco salários. EUA: 70% estão com sobrepeso, 36% obesidade e 6% obesidade classe 3. 2 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 A pandemia de obesidade atinge principalmente adultos, mas também adolescentes e crianças de ambos os sexos e de todas as classes socioeconômicas. Junto com o aumento das taxas de sobrepeso/obesidade, cresceu as taxas de DM tipo 2, dislipidemia, esteato hepatite não alcoolica, apneia do sono. Maior prevalência em população com maior grau de pobreza e menor nível educacional baixo custo de alimentos de grande densidade energética e insegurança alimentar. IMPORTANTE: A obesidade paterna é um fator de risco importante para obesidade infantil – dois terços das crianças com ambos os pais obesos serão obesas, comparados a 50% quando apenas um dos pais é obeso e 10% quando ambos os pais são magros. O risco de um paciente continuar obeso na vida adulta é de 50 a 70% se ele era obeso na infância e de 80% se ele era obeso na adolescência. Fatores de risco: 1. Estilo de vida moderno. 2. Genética. A mais comum em humanos é a mutação do MC4R/18q21.32, presente em, aproximadamente, de 2 a 3% dos obesos. Mutações do gene e do receptor da leptina (LEPR) também podem causar obesidade, potencialmente tratável com a reposição de leptina recombinante humana. Cabe lembrar que essas mutações são raríssimas. 3. Medicamentos amitriptilina, quetiapina, glibenclamida... OBS: Privação do sono provoca diminuição da secreção de leptina e TSH, aumento dos níveis de grelina e diminuição da tolerância à glicose em animais e em seres humanos, incluindo aumento da fome e do apetite. 4. Cessar o tabagismo a cessação do tabagismo foi responsável por cerca de um quarto do aumento da prevalência do excesso de peso em homens e por cerca de um sexto do aumento em mulheres. 5. Vírus. 6. Hormônios: Hipotireoidismo. Hipogonadismo. Deficiência de GH. Etiologia: REGULAÇÃO DO PESO CORPÓREO: 1. Tecido adiposo: órgão endócrino. Local onde é armazenada energia. INGESTA MAIOR QUE GASTO ganho de peso. Calorias excedentes triglicérides adipócitos. Funções do tecido adiposo: Regulação do metabolismo. Reserva de energia. Secreção de substancias endócrina: LEPTINA e ADIPONECTINA. OBS: quanto maior o tecido adiposo maior leptina e menor adiponectina. IMPORTANTE: adiponectina apresenta três principais papéis: função metabólica regulatória e sensibilizadora da insulina no fígado e nos músculos atua como citocina anti-inflamatória e vasculoprotetora, além de exercer importante fator cardioprotetor na presença da síndrome de isquemia e reperfusão. A leptina é ligada aos receptores no hipotálamo, em que ocasiona diminuição do apetite e aumento do gasto calórico. Grande parte dos obesos apresenta altos níveis de leptina sérica, indicando resistência hipotalâmica ao hormônio. A adiponectina é produzida pelos adipócitos em quantidade inversamente proporcional à porcentagem de gordura corpórea em adultos. Baixos níveis de adiponectina, como os encontrados em obesos, aumentam a resistência à insulina e estão associados ao Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e aos demais componentes da síndrome metabólica. 3 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 Quando há excesso de gordura corpórea, aumenta também a produção de outras substâncias bioativas pelos adipócitos, como resistina, fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), interleucina-6, inibidor do ativador do plasminogênio-1 (PAI-1) e outras citocinas, as quais podem contribuir para aumentar o risco de diabetes e doença cardiovascular em obesos. 2. Trato gastrintestinal: Na situação de jejum, as células do fundo gástrico secretam altos níveis de grelina, que age no hipotálamo estimulando o apetite e a busca por alimento, além de estimular a secreção de hormônio do crescimento (GH) pela hipófise. OBS: Os níveis de grelina caem no pós prandial e na cirurgia bariátrica. No período pós-prandial imediato, ocorre, além da redução dos níveis de grelina, aumento pronunciado da concentração plasmática de insulina, colecistocinina, peptídio YY3-36 e peptídio glucagon-like 1 (GLP-1), entre outros, que inibem o apetite, retardam o esvaziamento gástrico e aumentam ligeiramente o gasto energético. 3. Hipotálamo: Trata-se do centro da regulação do peso corpóreo, em que são recebidos e integrados os sinais vindos da periferia e emitidos sinais químicos e nervosos que regularão a fome e o gasto energético basal. Há dois sistemas que são antagonistas e complementares. Via catabólica: Sãos neurônios estimulados pela leptina levam a aumento do gasto energético (termogênese), diminuição do apetite e então perda de peso. Localizam-se na área ventromedial do hipotálamo centro da saciedade. Lesões nessa área geram hiperfagia e obesidade. Via anabólica: São estimulados pela grelina e inibidos pela leptina. Levam a redução do gasto energético, aumento do apetite e então ganho de peso. OBJETIVO3: ENTENDER A RELAÇÃO DA OBESIDADE COM AS DCNTS. As complicações do excesso de peso são mais graves quanto maior é o grau de obesidade. As principais comorbidades relacionadas são as complicações metabólicas: resistência à insulina, hiperinsulinemia, DM2, dislipidemia — hipertrigliceridemia, baixo HDL e aumento das partículas pequenas e densas de LDL — e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que aumentam muito o risco de morbidade e mortalidade cardiovascular. A associação de todos esses fatores de risco cardiovascular configura a Síndrome Metabólica (SM). Outras complicações extremamente comuns são a doença cardíaca e a colecistopatia litiásica. Vários trabalhos demonstraram que a obesidade localizada principalmente na região abdominal ou acima da cintura, chamada androide, centrípeta ou central, está relacionada a maior risco de complicações metabólicas e cardiovasculares; ao contrário da obesidade que se concentra principalmente na região coxofemoral, ou obesidade ginecoide, que se associa, predominantemente, a problemas musculoesqueléticos e insuficiência venosa nos membros inferiores. 1. HAS: Relação direta com o IMC. Estima-se que, para cada quilo de peso acima do normal, o risco de hipertensão aumenta em 4%. 2. Dislipidemias: Vários estudos mostram que o IMC se correlaciona de forma linear com colesterol total e triglicérides plasmáticos, além da correlação inversa com o colesterol HDL. A perda de peso se relaciona com a melhora dos níveis de colesterol total e triglicérides. 4 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 3. Resistência à insulina e diabetes mellitus: A resistência à insulina, provavelmente, é a anormalidade mais comumente encontrada em associação à obesidade central, pela maior liberação de ácidos graxos livres pela gordura visceral, redução da adiponectina e aumento de citocinas inflamatórias, por exemplo, TNF-alfa. 4. Doença cardiovascular: O risco de aterosclerose está aumentado, principalmente em níveis de IMC maiores que 23 kg/m2 em homens e 22 kg/m2 em mulheres. O risco de doenças tromboembólicas também é aumentado e pode estar relacionado aos estados pró-inflamatório e pró-trombótico associados a resistência insulínica, obesidade e, finalmente, aterosclerose. 5. Doenças hepáticas: A obesidade também está relacionada a alterações da função hepática, provavelmente provocadas pela resistência à insulina. A mais importante delas é a Doença Hepática Esteatótica Não Alcoólica (DHENA), também conhecida como doença gordurosa do fígado. A prevalência de acometimento hepático é ainda maior em obesos com DM2, 70% dos casos, e/ou hipertrigliceridemia. OBJETIVO 4: DISCUTIR SOBRE O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO E NÃO MEDICAMENTOSO DA OBESIDADE PELO SUS. Indicado: IMC maior que 30, quando falha no tratamento não medicamentoso. OBS: Guidelines americanos sugerem que a farmacoterapia também é uma opção para pacientes com IMC superior ou igual a 25 ou 27 kg/m2 que tenham comorbidades significativas associadas ao excesso de peso; no entanto, no Brasil, ainda se usa sibutramina, que é contraindicada a pessoas com IMC abaixo de 30 kg/ m2. Anvisa libera para obesidade: 1. SIBUTRAMINA: A sibutramina bloqueia a recaptação de noradrenalina e serotonina no sistema nervoso central, o que leva a uma ação sacietógena, reduzindo a quantidade de calorias ingeridas em cada refeição. Droga segura para uso por até 2 anos. Dose inicial de 10mg/dia, podendo variar até 15mg/dia. Receituário B2- azul enumerado. Em 2010, um estudo multicêntrico em diversos continentes (SCOUT) com indivíduos com mais de 55 anos, IMC acima de 25 e DM2 ou doença cardiovascular prévia demonstrou que o uso de sibutramina esteve associado a risco 16% maior de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral não fatais. E por isso é contraindicado: Cardiopatias: arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva; Hipertensão arterial não controlada — PA acima de 145x90 mmHg; Doenças psiquiátricas, como síndrome do pânico e transtorno bipolar, ou uso de inibidores da monoaminoxidase (MAO); Glaucoma grave; Doença arterial periférica; História prévia de doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares; DM2 associado a mais um fator de risco cardiovascular; IMC abaixo de 30 kg/m2; Idade abaixo de 18 ou acima de 65 anos; Uso de outras medicações com ação no sistema nervoso central; Falta de resposta — perda mínima de 2 kg — após quatro semanas de uso da droga. 2. ORLISTATE: O orlistate reduz a absorção de gordura — na forma de triglicérides — da dieta em 30%, pela inibição das lipases intestinais, com perdas de peso bem mais modestos que a sibutramina. Também reduz a recuperação de peso pela metade após o primeiro ano de tratamento. Há evidências de que é uma droga segura para uso prolongado e ocasiona alterações benéficas no perfil lipídico, como redução de colesterol total e LDL, nos níveis pressóricos, na EHNA e no controle glicêmico em DM2. Pode, inclusive, prevenir o surgimento de diabetes — redução de risco de 37% em quatro anos — em indivíduos de alto risco. Dose: 60-120mg, 2-3x ao dia. Pode causar deficientes de vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K). Efeitos colaterais: GTI – urgência fecal. 3. LIRAGLUTIDA: Os análogos de GLP-1 são drogas injetáveis — uso subcutâneo — usadas para tratar Diabetes Mellitus 5 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 tipo 2 (DM2) e que levam à diminuição do peso por mecanismos centrais, diminuição do apetite, e periféricos, retardo do esvaziamento gástrico. A liraglutida foi testada em quem não tem diabetes, com finalidade exclusiva de perda de peso e é aprovada pela Anvisa, desde 2016, para este fim. Tratamento para diabetes: 0,6-1,8 mg/dia. Tratamento para obesidade: maior que 3mg/dia. Efeitos adversos: náusea e dor abdominal. OFF LABEL: 1. FLUOXETINA. Pode ser útil a obesos com depressão, ansiedade, bulimia ou transtorno de compulsão alimentar periódica. Geralmente necessita de doses altas (40-60mg) para ter o efeito sacietógeno. Discreta perda de peso (2-6kg), e acontece nos primeiros 6 meses. Estabiliza em seguida. A longo prazo, pode ganhar peso. Efeitos colaterais: cefaleia, insônia, perda da libido. LEMBRAR DA SERTRALINA também causa redução de peso. 2. BUPROPIONA: Trata-se de um antidepressivo bloqueador da recaptação de noradrenalina e dopamina, muito utilizado para a cessação do tabagismo, com efeito anorexígeno, que leva à perda de peso média de 2 a 5 kg em um ano, na dose de 400 mg. Pode causar convulsão em altas doses, motivo pelo qual é contraindicado a epilépticos. 3. TOPIRAMATO: DOSE: 100-200mg/dia. Perda de 4-9% em 6 meses. Não tem eficácia com uso prolongado. Efeitos colaterais: lembrar dos efeitos cognitivos. 4. METFORMINA: É um antidiabético oral que reduz a liberação hepática de glicose e pode se associar a discreta redução de peso, em média, de 2 a 5 kg em seis meses. Em geral, é considerado neutro no peso. Cirurgia bariátrica: Indicações: 1. Pacientes com o IMC >40. 2. Pacientes com IMC>35 + comorbidades graves que melhoram com a perda de peso. DM2, HAS, SOP, apneia do sono... 3. Idade maior que 18 anos e menor que 65 anos. (16-18 anos, >65 podem fazer risco/beneficio) 4. Tratamento clinico insatisfatório supervisiona, por pelo menos, dois anos. 5. Ausência de drogas ilícitas ou alcoolismo. 6. Ausência de quadros psicótico ou demenciais graves. 7. Risco cirúrgico aceitável. Técnicas: A técnica mais estudada e mais realizada ao longo do tempo, perdendo espaço atualmente para a gastrectomia vertical, descrita a seguir, é a gastroplastia com bypass gastrintestinal em Y de Roux, que se associa a perdade 35 a 40% do peso inicial em um ano, com redução da mortalidade em dez anos e expressiva melhora das comorbidades, levando à remissão do DM2 em cerca de 70%, hipertensão em 65% e apneia obstrutiva do sono em 40 a 80%. No entanto, devido ao desvio do duodeno e jejuno proximal do trânsito alimentar, é muito comum a carência de ferro, cálcio e vitaminas do complexo B, por menor absorção. A gastrectomia vertical — em manga, ou sleeve — ainda que leve à perda de peso menor que bypass, é a técnica cirúrgica mais utilizada atualmente por ser mais simples e levar à menor disabsorção. Remove 70 a 80% do estômago proximal ao antro e não exclui o duodeno do trânsito alimentar, por isso, não interfere na absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B. OBJETIVO 5: CONHECER A LINHA DE CUIDADO DA OBESIDADE NO SUS. 6 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 Dentro das macros atividades temos: Vigilância em saúde / Rastreamento/diagnóstico: devem ser realizadas durante todo processo assistencial Planejamento terapêutico: o paciente recebe o tratamento integral neste ponto assistencial Tratamento cirúrgico: o encaminhamento para o tratamento cirúrgico é realizado pela Unidade de Atenção Primária / Atenção Especializada Acompanhamento: de responsabilidade da Atenção Primária à Saúde RASTREAMENTO/DIAGNÓSTICO Recomenda-se o rastreamento da obesidade em todos os adultos durante a consulta de saúde. O índice de massa corporal (IMC) deve ser calculado a partir das medidas de peso e altura. Se IMC adequado: reavaliar em 1 ano. *No idoso (≥ 60 anos) o IMC normal é entre 22 - 27 kg/m², pelo risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de incapacidade física). Em pacientes com idade maior do que 80 anos, hipertrofia muscular marcada, pessoas com fragilidades (acamados, cadeirantes, amputados) e em orientais, o IMC pode não identificar adequadamente pacientes com obesidade. Recomenda-se a avaliação de medida adicional como a circunferência da cintura. AVALIAÇÃO INICIAL A avaliação inicial inclui a confirmação diagnóstica (mensurar o grau de obesidade/obesidade central), a presença de comorbidades ou uso de avaliação do risco cardiovascular (identificação de fatores de risco) e complicações do excesso de peso já existentes. Reavaliar a cada consulta clínica o surgimento de novas complicações. 7 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 OBJETIVO 6: CONHECER AS POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS À OBESIDADE. Dia 11 de outubro dia nacional de prevenção da obesidade. Ministério da saúde política nacional de alimentação e nutrição (PNAN) em 1999 estabeleceu politicas no embate da obesidade. No ano seguinte foi estabelecido a linha de cuidado para obesidade na rede de atenção. Em 2006, foi instituído o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional (SISAN) que organiza ações implementadas por diferentes ministérios, abarcando desde a produção até o consumo de alimentos. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), as Conferências Nacionais e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) integram o SISAN. No âmbito do SISAN, a obesidade é concebida como problema social, de insegurança alimentar e são propostos novos modos de produzir, comercializar e consumir alimentos para alterar as práticas alimentares de forma integrada. Enquanto no âmbito do Sistema Único de Saúde, a obesidade é abordada como fator de risco e como doença, com enfoques individualizados e socioambientais, visando a alterar práticas alimentares e de atividade física. Desde 2014, temos o guia alimentar para a população brasileira. Evitar o consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados está entre as principais mensagens do Guia, paradoxalmente, incentivo fiscais à produção de refrigerantes continuam sendo oferecidos pelo governo Brasileiro. A política nacional de promoção a saúde (PNaPS) destaca a relação desses dois pilares com a promoção da saúde, a segurança alimentar e nutricional, a redução da pobreza, a inclusão social e a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável. A promoção da alimentação adequada e saudável é um dos componentes da promoção da saúde e abarca medidas de incentivo, apoio e proteção, que visam a difundir informações, facilitar e proteger a adesão a práticas alimentares saudáveis, como a rotulagem nutricional obrigatória, os guias alimentares e a regulamentação da publicidade de alimentos. A regulamentação da publicidade é um desafio.
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