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1 Khilver Doanne Sousa Soares Antiácidos Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica. Como a pepsina (uma enzima proteolítica) é inativa em pH acima de 4, os antiácidos reduzem a atividade da pepsina. Mecanismo de ação Muitos fatores, incluindo a palatabilidade, determinam a eficiência e a escolha do antiácido. Apesar de o bicarbonato de sódio ser eficaz na neutralização do ácido, ele é muito hidrossolúvel, sendo rapidamente absorvido pelo estômago, e as cargas de álcali e de sódio podem representar um risco para pacientes com insuficiência cardíaca ou renal. Ademais o bicarbonato de sódio pode causar alcalose metabólica transitória. Antiácidos comumente usados são combinações de sais de alumínio e magnésio, como hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. O carbonato de cálcio (CaCO3) reage com o HCl formando dióxido de carbono (CO2) e cloreto de cálcio (CaCl2). O CaC03: 1. Neutraliza o H+ gástrico rapidamente e de modo eficaz (a liberação de C02 dos antiácidos contendo bicarbonato e carbonato pode causar eructação, náuseas, distensão abdominal e flatulência). O Ca também pode: 1. Induzir secreção ácida de REBOTE, exigindo a sua administração mais frequente. As combinações de hidróxido de Mg2+ (de reação rápida) e de Al3+ (de reação lenta) possuem capacidade de neutralização equilibrada e mantida. O magaldrato é um complexo aluminato de hidroximagnésio, que em contato com o ácido gástrico se converte em Mg(OH)2 e Al(OH)3. A simeticona, um surfactante que pode diminuir a formação de espuma e, portanto, o refluxo esofágico, é incluída em muitas preparações de antiácidos. Usos terapêuticos + Efeitos adversos Os antiácidos são administrados por VIA ORAL l e 3 horas após a refeição e ao deitar. Para sintomas graves ou refluxo não controlado, os antiácidos podem ser administrados a cada 30 a 60 minutos. Em geral, os antiácidos devem ser administrados em suspensão, por terem maior capacidade de neutralização nessa forma que em pó ou comprimidos. Em geral, a maioria dos antiácidos pode aumentar o pH da urina em 1 unidade de pH. Os antiácidos que contêm AJ3+, Ca2+ ou Mg2+ são menos absorvidos do que aqueles que contêm NaHC03. O hidróxido de alumínio tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia Em casos de insuficiência renal, o AL3+ pode contribuir para osteoporose, encefalopatia e miopatia proximal. Cerca de 15% do Ca2+ administrado por via oral é absorvido, causando hipercalcemia transitória. Ao alterar o pH gástrico e urinário, os antiácidos podem afetar diversos fármacos (p. ex., hormônios da tireoide, alopurinol e antifúngicos imidazóis), alterando as taxas de dissolução e absorção, biodisponibilidade e eliminação renal. É possível evitar a maioria das interações se os antiácidos forem tomados 2 horas antes ou depois da ingestão de outros fármacos. + Supressores de ácidos e citoprotetores 2 Khilver Doanne Sousa Soares Os antagonistas de receptores muscarínicos M1 pirenzepina e telenzepina podem diminuir a produção basal de ácido em 40 a 50%. No entanto, a eficácia duvidosa, fortes efeitos colinérgicos e risco de discrasias sanguíneas esses fármacos são raramente utilizados atualmente. A rebamipida é usada no tratamento da úlcera em partes da Índia e da Ásia. Seu efeito citoprotetor ocorre pelo aumento da produção de PG na mucosa gástrica e por remover espécies reativas de oxigênio. O ecabete, que parece aumentar a produção de PGEi e PGI2, também é usado no tratamento da úlcera, principalmente no Japão. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas a.; WHALEN, Karen. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BRUNTON, Laurence L.; CHABNER, Bruce A.; KNOLLMANN, Bjorn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 13. ed. São Paulo: AMGH, 2018.
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