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Pediatria - ALIMENTAÇÃO INFANTIL

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Introdução 
*Na faixa etária pediátrica, a alimentação saudável deve 
possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados, 
otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e 
atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo 
→ essa faixa representa uma janela de oportunidades 
importante para a implementação de hábitos 
alimentares e estilo de vida saudáveis com 
repercussões até a fase adulta 
*PROGRAMMING: a indução, a deleção ou o prejuízo do 
desenvolvimento de uma estrutura somática permanente ou 
ajuste de um sistema fisiológico por um estímulo ou agressão 
que ocorre em um período suscetível (ex: fases precoces da 
vida), resultando em consequências em longo prazo para as 
funções fisiológicas 
→ exemplo: o aleitamento materno tem efeito protetor e 
dose-dependente na redução do risco de obesidade 
até a idade adulta 
*Durante o crescimento e a definição da composição corporal, 
os componentes da dieta e dos alimentos são os principais 
fatores ambientais a afetar o genoma humano 
Recomendações nutricionais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PIRÂMIDE ALIMENTAR 
*Valor energético diário: 2000 kcal 
*Fracionamento da dieta em seis porções diárias 
*Incentivo à prática de atividades físicas 
*Inclusão de alimentos, como o arroz integral, folhas verde-
escuras, peixes como salmão e sardinha e oleaginosas como 
castanha-do-pará 
→ a quantidade de cada alimento no prato irá variar de 
acordo com a faixa etária e a necessidade calórica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentação do lactente 
Aleitamento materno 
*Amamentar é um processo que envolve interação profunda 
entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da 
criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em 
sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e 
emocional, e em sua saúde no longo prazo, além de ter 
implicações na saúde física e psíquica da mãe 
*Leite humano: alimento vivo que desempenha, além da 
função nutritiva, papéis de proteção, imunomodulação e de 
prevenção de doenças degenerativas do adulto 
 
 
 
Alimentação Infantil 
 
*A OMS, o MS e a SBP recomendam aleitamento materno por 
2 anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros 6 meses 
*Apesar dos indiscutíveis benefícios da amamentação para a 
mãe e a criança e das recomendações, extensamente 
divulgadas, a duração média do aleitamento materno total na 
população brasileira é de 10 meses, e do aleitamento 
exclusivo, de 23 dias 
Fórmulas infantis 
CONCEITO 
*FÓRMULA INFANTIL: produto em forma líquida ou em pó, 
utilizado sob prescrição e especialmente fabricado para 
satisfazer as necessidades nutricionais dos lactentes 
DILUIÇÃO 
*A correta reconstituição das FI na forma de pó é 
fundamental para que se mantenha a segurança físico-
química e microbiológica da preparação 
*A diluição não deve ser feita com outros utensílios e nem se 
deve adicionar à fórmula, exceto em situações excepcionais e 
sob prescrição, outros componentes como açúcar, 
mucilagem, espessantes, entre outros 
*A OMS e a Anvisa recomendam que a temperatura da água 
para diluição das FI não seja inferior a 70°C e que o produto 
diluído não fique exposto à temperatura ambiente por mais 
de 2 horas 
→ risco de infecção por Cronobacter spp (Enterobacter 
sakazakii) que é uma bactéria oportunista, Gram-
negativa e termoestável que se mantém na forma 
esporulada no pó das fórmulas infantis 
COMPOSIÇÃO 
*A composição do leite materno tem sido utilizada como 
referência para as FI 
→ contudo, a quantidade, a biodisponibilidade, a 
organização e a complexidade das estruturas 
bioquímicas dos componentes do leite materno não 
são passíveis de reprodução pela indústria 
*Proteína 
→ em sua maioria, as fórmulas infantis possuem como 
fonte proteica leite de vaca com proporção variável de 
proteínas do soro e caseína 
*A proteína nas FI pode estar sob a forma intacta (FI 
polimérica), hidrolisada (FI parcialmente ou extensamente) ou 
na forma de aminoácidos livres (fórmulas elementares) 
→ lactentes saudáveis e com trato gastrointestinal 
íntegro devem receber fórmulas com proteína intacta 
→ somente aqueles com alergia ao leite de vaca e/ou 
síndrome de má absorção podem necessitar de 
fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de 
aminoácidos 
 
 
 
 
 
*Carboidratos 
→ a principal fonte de carboidratos para fornecimento 
de energia nas FI é a lactose, seguida pela 
maltodextrina e os polímeros de glicose 
→ FI para lactentes saudáveis devem conter lactose 
como carboidrato predominante – a lactose tem 
importante efeito bifidogênico e é um facilitador da 
absorção de cálcio no trato gastrointestinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Gorduras 
→ as fórmulas infantis possuem uma mistura de óleos 
vegetais (milho, açafrão, soja, girassol) para o 
fornecimento de ácidos graxos em quantidade e 
qualidade adequados para o crescimento do lactente 
*Minerais e eletrólitos 
→ são adicionados na forma de sais de cálcio, fósforo, 
magnésio, sódio e potássio, tendo como base a 
quantidade presente no leite materno 
*Vitaminas e oligoelementos 
→ são adicionadas nas FI vitaminas lipossolúveis (A, D, 
E K), hidrossolúveis (tiamina, riboflavina, niacina, B6, 
B12, ácido pantotênico, ácido fólico, vitamina C e 
biotina) e oligoelementos (ferro, selênio, manganês, 
zinco, molibdênio, flúor, iodo e cobre) 
 
 
 
 
Alimentação complementar 
*Deve prover suficientes quantidades de água, energia, macro 
e micronutrientes, por meio de alimentos seguros, 
culturalmente aceitos, economicamente acessíveis e que sejam 
agradáveis à criança 
*Esse período é de elevado risco para a criança, tanto pela oferta 
de alimentos desaconselháveis quanto pelo risco de 
contaminação em razão da manipulação e do preparo 
inadequado, favorecendo a ocorrência de doença diarreica, 
desnutrição, deficiência de micronutrientes (ex: anemia 
carencial ferropriva) ou obesidade 
*As crianças amamentadas desenvolvem precocemente o 
autocontrole de saciedade 
*Na idade de 6 a 12 meses, o leite materno ainda contribui com 
aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa 
etária e 1/3 da energia necessária no período de 12 a 24 meses 
*Os alimentos complementares devem suprir 
aproximadamente 200 kcal/dia entre 6 e 8 meses, 300 kcal/dia 
entre 9 e 11 meses e 550 kcal/dia dos 12 aos 23 meses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*No Brasil, alguns estudos pontuais observaram que a 
deficiência de ferro é a principal causa da anemia em crianças 
menores de 2 anos 
→ o ferro apresenta-se nos alimentos sob duas formas: 
heme e não heme 
ferro heme: carnes e vísceras, tem maior 
biodisponibilidade, não sofrendo influência de 
fatores inibidores 
ferro não heme: contido em alimentos de origem 
vegetal, ao contrário do ferro animal é pouco 
absorvido pelo indivíduo 
*As frutas devem ser oferecidas após os 6 meses de idade, 
amassadas ou raspadas, sempre às colheradas 
→ o tipo de fruta a ser oferecido deve respeitar as 
características regionais, custo, estação o do ano e o 
hábito alimentar da família; nenhuma fruta é 
contraindicada 
*A OMS recomenda duas a três refeições ao dia dos 6 aos 8 
meses, e três a quatro para as crianças dos 9 aos 24 meses 
→ após os 12 meses, são recomendados lanches 
adicionais 
→ a frequência das mamadas no seio pode ser mantida 
*Devem-se evitar alimentos industrializados pré-preparados, 
principalmente os ultraprocessados (refrigerantes, sucos, 
embutidos, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo), 
condimentos industrializados, café, chá e outros que ofereçam 
risco de aspiração (ex: pipoca) 
→ a oferta de água de coco e de outros líquidos em 
substituição à água também não é aconselhável 
Alimentação para crianças não amamentadas 
*Diante da impossibilidade do aleitamento materno, deve-se 
utilizar uma fórmula infantil que satisfaça as necessidades do 
lactente, conformerecomendado por sociedades científicas 
nacionais e internacionais 
*Antes do sexto mês, deve ser utilizada uma fórmula infantil 
para lactentes (primeiro semestre), garantindo, quando em 
volume e concentração adequados, as necessidades 
nutricionais dessa faixa etária 
*A partir do sexto mês, recomenda-se uma fórmula infantil de 
seguimento para lactentes (segundo semestre), que, quando 
ingeridas em volume de 500 mL/dia, proporcionam 
aproximadamente 60% das necessidades nutricionais da 
criança nessa faixa etária 
*Para as crianças que usam fórmulas infantis, a introdução de 
alimentos deve seguir o mesmo padrão preconizado para 
aquelas que estão em aleitamento materno exclusivo (a partir 
dos 6 meses) 
*O leite de vaca não é recomendado para crianças menores de 
1 ano, uma vez que é nutricionalmente inadequado com 
elevada quantidade de proteínas, sódio, cloretos, cálcio, 
fósforo; ferro de baixa biodisponibilidade; quantidades 
insatisfatórias de carboidratos, de ácidos graxos essenciais, de 
vitaminas e de minerais para essa faixa etária 
Alimentação para lactentes entre 1 e 2 anos de 
idade 
*A amamentação deve prosseguir 
*As refeições devem assemelhar-se às dos adultos segundo o 
Guia Alimentar da População Brasileira proposto pelo 
Ministério da Saúde 
*Para crianças não amamentadas recomenda-se a ingestão 
média de 600 mL de leite de vaca associada à alimentação 
balanceada, variada e equilibrada 
 
 
→ os derivados do leite de vaca também podem ser 
oferecidos 
→ o consumo superior a 700 mL de leite de vaca integral, 
nessa faixa etária, deve ser desencorajado e representa 
importante fator de risco para o desenvolvimento da 
anemia carencial ferropriva 
*Nessa fase, inicia-se o treinamento para o uso de utensílios, 
que envolve estímulo à coordenação e à destreza motora, 
funcionando como importante incentivo ao 
desenvolvimento neuropsicomotor 
Suplementação vitamínica e mineral 
FERRO 
*A administração de ferro profilático deve ocorrer para todos 
os lactentes a partir da interrupção do aleitamento materno 
exclusivo até os 24 meses de idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITAMINA D 
*Suplementação profilática de vitamina D 400 UI/dia a partir 
da primeira semana de vida até os 12 meses 
*Suplementação profilática de vitamina D 600 UI/dia dos 12 
aos 24 meses 
→ inclusive para as crianças em aleitamento materno 
exclusivo, independentemente da região do país 
*Avaliar a necessidade de suplementação profilática para 
lactentes em uso de fórmula infantil, tendo em vista que seria 
necessário o consumo de 1 litro para atendimento das 
recomendações 
*Em relação ao horário de exposição ao sol, cabe salientar 
que, antes das 10 e após as 15 horas, o ângulo de incidência é 
mais oblíquo, semelhante ao que ocorre no inverno, e, por 
isso, pouca vitamina D3 é sintetizada pela pele 
→ por outro lado, a exposição ao sol no período das 10 
às 15 horas pode ser associada ao aumento no risco 
de câncer de pele 
→ assim, a suplementação de vitamina D é altamente 
recomendável 
Alimentação do pré-escolar 
*O período pré-escolar compreende a faixa etária de 2 a 6 anos, 
sendo esse um período crítico na vida da criança, em que se 
torna necessária e importante a sedimentação de hábitos 
alimentares 
*A criança adquire maior autonomia na marcha, há uma 
participação cada vez mais ativa na vida familiar e 
amadurecimento da linguagem e habilidades sociais 
relacionadas à alimentação 
*Essa fase também se caracteriza por um comportamento 
alimentar imprevisível e variável: a quantidade ingerida pode 
oscilar, sendo grande em alguns períodos e nula em outros; 
caprichos podem fazer com que o alimento favorito de hoje seja 
inaceitável amanhã, ou que um único alimento seja aceito por 
muitos dias seguidos 
→ se os pais não considerarem esse comportamento 
como transitório e reagirem com medidas coercitivas, 
ele poderá se transformar em distúrbio alimentar real 
e perdurar em fases posteriores 
*Características da fase pré-escolar 
→ NEOFOBIA: dificuldade em aceitar alimentos novos 
ou desconhecidos 
→ rejeição por uma grande variedade de alimentos 
*Famílias e escolas devem ser orientadas sobre formas de 
garantir a nutrição adequada das crianças dessa faixa etária, 
auxiliando na formação de hábitos futuros 
*Aos 3 anos de idade, todos os dentes da primeira dentição já 
apareceram e as crianças podem aprender a ingerir alimentos 
diversificados nas diferentes texturas, amadurecendo dessa 
forma várias funções 
→ em relação à saúde bucal, observa-se também 
amadurecimento, sendo a mastigação uma atividade 
importante para o desenvolvimento da musculatura 
do rosto 
→ maus hábitos alimentares também levam à aquisição 
de deformidades dentárias e de mordida, o que pode 
levar a criança a ser um respirador bucal 
ORIENTAÇÕES GERAIS 
*O esquema alimentar deve ser composto por cinco ou seis 
refeições diárias (a cada 3 horas), procurando estabelecer uma 
rotina, dentro de horários que possam atender a demanda da 
família 
*Necessário estabelecer um tempo definido e suficiente para 
cada refeição 
 
 
→ se nesse período a criança não aceitar os alimentos, a 
refeição deve ser encerrada e oferecido algum 
alimento apenas na próxima 
→ não se deve oferecer leite ou outro alimento em 
substituição à refeição 
*O tamanho das porções dos alimentos nos pratos deve estar 
de acordo com as recomendações da criança 
→ frequentemente, a mãe, por preocupação, serve uma 
quantidade de alimento maior do que o necessário 
→ evitar obrigar a criança a ingerir tudo que está no 
prato ou de transformar a refeição em um momento 
de estresse 
*Quando houver doce de sobremesa, oferecê-lo como 
sobremesa dentro do ritual da refeição da família, evitando 
utilizá-lo como recompensa ao consumo dos demais alimentos 
*A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser 
controlada, porque o suco e a água podem reduzir o tempo de 
mastigação 
→ ideal: oferecer a água e o suco natural (máximo de 150 
mL/dia) nos intervalos das refeições 
→ estimular o consumo de frutas in natura como 
sobremesa 
*O consumo de guloseimas (ex: balas, pirulitos, salgadinhos), 
embutidos, alimentos industrializados em geral (ricos em 
carboidratos simples, sódio e gordura saturada e trans) e de 
bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos/néctares 
industrializados deve ser desestimulado 
→ importante orientar os pais quanto à leitura de rótulos 
*Higiene bucal e reforço na retirada de mamadeiras e chupetas 
é muito importante 
*A criança deve ser confortavelmente acomodada à mesa com 
os outros membros da família 
→ a aceitação dos alimentos se dá não só pela repetição 
à exposição, mas também pelo condicionamento 
social, e a família é o modelo para o desenvolvimento 
de preferências e hábitos alimentares 
→ a criança deve ser encorajada a comer sozinha, mas 
sempre sob supervisão 
→ importante deixá-la comer com as mãos e estimular o 
uso correto dos utensílios 
*Envolver a criança nas tarefas que incluam as compras e a 
preparação das refeições, como participar da escolha do 
alimento, da sua compra no mercado ou feira e da elaboração 
dos pratos que não apresentem riscos de acidentes ao manuseio 
*Cuidados com as preparações caseiras evitando-se: o uso 
exagerado de óleo para cocção, consumo frequente de frituras, 
consumo de carnes com aparas de gordura e pele (no caso das 
aves, como o frango), uso de bacon em preparações nutritivas 
como o feijão e por fim o acréscimo de condimentos 
industrializados com quantidade excessiva de sal 
*Oferecer alimentos ricos em ferro, cálcio, vitamina A e D e 
zinco, pois são essenciais nessa fase da vida 
*A mãe deve dar a carne em pedaços pequenos e com 
consistência macia e estimular a criança a mastigá-los e engoli-
los 
*O consumo médio de leite de vaca (em crianças não 
amamentadas) deve ser de 600 mL/dia 
Alimentação do escolar*A faixa etária escolar caracteriza-se como uma fase de 
transição entre infância e adolescência e compreende crianças 
entre 7 e 10 anos de idade 
*Além da grande importância da família, a escola passa a 
desempenhar papel de destaque na manutenção da saúde 
(física e psíquica) da criança 
*As crianças tornam-se mais fortes, mais rápidas, com maior 
autonomia e bem mais coordenadas 
→ é importante, portanto, o incentivo à prática de 
atividades físicas lúdicas e a limitação do tempo gasto 
com atividades sedentárias (assistir televisão ou 
utilizar computadores, tablets e celulares) 
*O consumo regular de refrigerantes fosfatados (bebidas tipo 
cola) pode contribuir para o aumento da excreção urinária de 
cálcio, elevando suas necessidades e contribuindo para o 
comprometimento da massa óssea 
*À deficiência da ingestão de cálcio, soma-se o consumo de 
alimentos ricos em gordura, sal e açúcares, como “salgadinhos”, 
bolachas, lanches, produtos panificados que contêm gorduras 
trans e saturada, que aumentam o risco de desenvolvimento de 
doença cardiovascular 
*Além da deficiência de cálcio, há também a deficiência de 
vitamina D, ocasionada pela falta de exposição solar e erro 
alimentar 
→ a deficiência de vitamina D e cálcio está relacionada a 
retardo no crescimento, doenças autoimunes, 
cânceres, fraturas e desenvolvimento de osteoporose 
na vida adulta 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
*O esquema alimentar deve ser composto por cinco refeições 
diárias, incluindo: café da manhã, almoço, lanche vespertino, 
jantar e lanche da noite 
*Priorizar o consumo de carboidratos complexos em 
detrimento dos simples (a ingestão de carboidrato simples 
deveria ser inferior a 25% do valor energético total, enquanto o 
total de carboidrato ingerido deveria ser de 50 a 55% do valor 
energético total) 
*Consumo diário e variado de frutas, verduras e legumes (> 5 
porções/dia) 
 
*Estimular o consumo de peixes marinhos duas vezes por 
semana 
*Controle da ingestão de sal (< 5 g/dia) para prevenção de 
hipertensão arterial 
*Estimular a “autonomia orientada”: que a própria criança sirva 
seu prato com orientações adequadas das porções 
Alimentação do adolescente 
*A adolescência, que vai dos 10 aos 19 anos de idade, é um 
período muito especial e de extrema importância pois muitos 
dos hábitos adquiridos nessa fase serão decisivos na idade 
adulta 
*As necessidades nutricionais na adolescência são 
influenciadas simultaneamente pelos eventos da puberdade e 
pelo estirão do crescimento 
→ contudo, especialmente nessa fase de 
desenvolvimento, a escolha dos alimentos será 
potencialmente determinada por fatores psicológicos, 
socioeconômicos e culturais que irão interferir 
diretamente na formação dos hábitos alimentares 
*Hábitos alimentares 
→ tendência em pular refeições, como o café da manhã 
e jantar 
→ fazer refeições fora de casa 
→ maior frequência a lanchonetes 
→ consumo de alimentos e bebidas com alta densidade 
energética 
→ realizar “dietas” por conta própria (sem supervisão) 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS 
*Energia 
→ as necessidades energéticas estão aumentadas e 
guardam estreita relação com a velocidade de 
crescimento, estadiamento puberal e atividade física 
*Proteínas 
→ não há profundas mudanças no consumo proteico 
durante a puberdade quando ajustado para o peso 
corporal 
*Vitaminas 
→ as vitaminas hidrossolúveis, como tiamina, niacina e 
riboflavina, cumprem relevantes funções no 
metabolismo energético, sendo assim importante que 
as recomendações sobre sua ingestão tenham como 
base a ingestão energética 
→ adolescentes fumantes e/ou em uso de contraceptivos 
orais podem apresentar deficiência de vitamina C 
→ as necessidades de vitamina B12 também são elevadas 
e o risco de carência é especialmente alto nos casos de 
dietas radicais ou vegetarianos estritos 
*Minerais 
→ cálcio: devido ao desenvolvimento acelerado 
muscular, esquelético e endócrino, as necessidades de 
cálcio são maiores durante a puberdade e 
adolescência do que durante a infância ou idade 
adulta 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ ferro: as necessidades de ferro aumentam durante a 
adolescência pelo incremento na massa magra, pelo 
aumento no volume dos eritrócitos e para suprir as 
perdas menstruais nas meninas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ zinco: essencial para o crescimento e a maturação 
sexual 
atraso de crescimento e hipogonadismo têm sido 
relatados em adolescentes do sexo masculino com 
deficiência de zinco 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
*Estimular que o adolescente seja fisicamente ativo 
*Ter rotina com regularidade nos horários de alimentação e 
locais apropriados para as refeições 
*Comer devagar, mastigando bem e não utilizar ou limitar as 
quantidades de líquidos ingeridos durante as refeições 
*Controlar o consumo de bebidas açucaradas, salgadinhos, fast 
e junk foods nos intervalos ou em substituição às refeições 
 
 
 
*Estimular consumo adequado de frutas, verduras e legumes, 
assim como de fontes de cálcio e ferro de boa 
biodisponibilidade 
*Lembrar a importância do consumo de água 
*Considerar que os portadores de doenças crônicas, como a 
obesidade, os que consomem bebidas alcoólicas ou drogas, 
utilizam contraceptivos orais, vegetarianos estritos e fumantes 
apresentam risco mais elevado de inadequação nutricional e 
têm maior necessidade de intervenções nutricionais 
apropriadas 
*Levar em consideração os aspectos emocionais e a dinâmica 
familiar, por vezes sendo benéfica a atuação multiprofissional 
Referência: 
*Tratado de Pediatria da SBP (4ª edição) 
 
 
 
 
 
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