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SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira Sangramentos da 2ª Metade Descolamento Prematuro da Placenta Introdução É o descolamento da placenta após 20 semanas (antes da expulsão da criança). Só deveria descolar no quarto tempo do parto. Fatores de Risco HAS Trauma (mesmo de menor impacto) Idade > 35 anos Polidramnia (útero grande) Gemelaridade (útero grande) Drogas (tabaco/cocaína) Quadro Clínico Útero Envia sinais que está se formando um coagulo dentro da cavidade. Esse sangue solto (vazando) vai causando uma irritação desse útero. Dor Taquissistolia Hipertonia Sofrimento fetal agudo (tem que tirar rápido) Hemoâmnio (sangue na cavidade amniótica) Útero pétrio (útero duro) Sangramento (formação de coagulo, geralmente você visualiza após a saída do feto). Diagnóstico Anamnese e Exame Físico É o diagnóstico!!! USG Vai perder tempo Não vai adiantar em nada na conduta, se você sabe que tem que tirar o bebê, então tira. Vai ser usado em diagnóstico diferencial. Conduta Resolver Rápido Amniotomia Realizar antes da cesariana ou vaginal Tem grandes benefícios - Redução da pressão desse hematoma (coágu- lo) - Drena parte desse sangue - Diminui a chance de coagulopatia - Diminui a chance de atonia uterina (muito fre- quente) - Diminui CIVD Depende do Feto Muda a via de parto se feto vivo ou morto. Feto vivo - Via + rápida → > Cesariana - Parto iminente → Vaginal (fórceps) Feto morto - Preservação da vida da mãe (hipercoagulabili- dade - pode ser gerar sangramento no pós-parto). 1 Sangue Escuro x 20% oculto SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira - > Vaginal - Se demorar muito tempo → Cesariana - DPP considerado grave (grau 3) Complicações Útero de Couvelaire Apoplexia Uteroplacentária Útero que contraiu muito, agora que precisa q ele contraia, ele não faz isso (atonia uterina) Conduta Massagem + Ocitocina IV (em dose alta) Sempre!! Pode-se fazer misoprostol, ácido tranexâmico Se não respondeu → Sutura B-Lynch Quando esse útero contrair, essa sutura vai ficar frouxa → Ótimo Se não respondeu → Lig. Hipogástrica / Uterina Último recurso → Histerectomia Pode fazer Síndrome de Chiran? Placenta Prévia Introdução Placenta próxima ou sobre o orifício interno do colo confirmada após 28 semanas. Prévio = entre a apresentação fetal e colo do útero No final da gestação o útero sobe, mas é fisiológi- co. Tende a resolver com 28 semanas porque ela so- bre. Classificação Marginal Chega a obstrução pouco (parcial) ou nada. Também chamado de inserção baixa (não atinge o OI, mas localiza-se até 2 cm dele. Parcial 2 SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira Total Indicação absoluta de cesariana. Os últimos dois também são chamados apenas de placenta prévia, sem distensão de ambos. Fatores de Risco Idade > 35 anos Tabagismo Gemelar Multiparidade Cesárea Curetagem (formação de aderências que impede a subida do útero). Quadro Clínico Placenta Progressivo (sangramento) Repetição Espontâneo Vermelho vivo Indolor Atonia uterina (ausência de hipertonia e sofrimento fetal) Diagnóstico Eu posso ter um pouco mais de calma para diag- nóstico, pois a clínica da paciente e mais leve. Exame Especular Não fazer toque no início, pode fazer amniotomia nessa paciente. USG Fazer para confirmar e classificar. Pode fazer USG TV, pois não entra o transdutor dentro do colo. Vai fazer o diagnóstico com mais cla- reza. Tratamento A termo Interrupção, pois o quadro de placenta prévia é progressivo e de repetição. Prematuro Depende do Sangramento Sangramento Intenso → Interrupção - Corticoide nesse caso, não entra pq a paciente esta sangrando muito, não da tempo para fazer. Sangramento Discreto → Conservadora - Corticoide (maturação pulmonar). Via de Parto Total Sempre cesariana Parcial A maioria cesariana Marginal Depende do sangramento Complicações Prematuridade Apresentação anômala Hemorragia pós-parto (restos e atonia) Infecção puerperal (restos) Acretismo A depender do grau, a placenta não vai sair com facilidade. 3 SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira Diagnóstico - Pré-Natal: USG ou Ressonância - Após Parto: Dificuldade de extração Classificação - Acreta (esponjosa do endométrio): Pode tentar conservadora, mas padrão é histerectomia. - Increta (até o miométrio): Histerectomia total - Percreta (≥ serosa): Histerectomia total Roturas Rotura de Seio Marginal Introdução Especialmente durante o trabalho de parto, pode romper. Clínica Sangramentos indolores perianto, contínuos, pe- quena intensidade. Espontâneo Tônus uterino normal Placenta normal. Sem sofrimento fetal Parece placenta prévia, mas não é!! Tanto é que no diagnóstico pensamos em prévia, mas no USG a placenta é normal. Diagnóstico Definitivo após parto com histopatológico. Conduta Acompanhar trabalho de parto Não exige conduta intravaginal Não interferir em nada. Rotura de Vasa Prévia Introdução Temos que pensar que é uma rotura extremamen- te grave. É o vaso do cordão umbilical que passam despro- tegidos entre a apresentação e o colo (sangramento após amniorrexe). Vasos prévios são aqueles que correm livremente sobre as membranas, sem aposição do tecido pla- centário (ficam soltos no útero) e se colocam a frente da apresentação (disso vem o termo “prévio”). Hemorragia da 2ª metade que é de origem fetal, quando romper esse vaso a criança morre rápido, porque ela está sangrando. Fatores de Risco Placenta Bilobada O cordão umbilical tenta emitir vasos pros 2 lobos e pode ocorrer vasos desprotegidos. Não é muito comum. Placenta Suscenturiadas Placenta acessória. Os vasos podem tentar sair do cordão e ir para a placentinha desprotegida. Inserção Velamentosa de Cordão Os vasos estão correndo entre as membranas, quando a membrana romper, rasga o vaso, ocorre hemorragia e a criança morre. Ocorre em 15% dos 4 Camada que fica na peri- feria da placenta Seio → “borda” SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira gemelares (risco maior). Principal fator de risco para rotura de vasa prévia. FIV Gravidez resultante de técnicas de reprodução as- sistida. Quadro Clínico Sangramento após amniorrexe ou amniotomia + Sofrimento fetal agudo. Sempre que houver hemorragia pré-parto ou intra- parto existe a chance de ruptura de vasos prévios (vasos fetais). Confirmação USG TV + Doppler colorido Mandatório, se: - Placenta baixa - Placenta bilobada - Placenta suscenturiada - Reprodução assistida Conduta Cesariana de urgência Em todas as pacientes com 36 semanas ou mais, caso identifique vasos prévios antes de romper. Outras indicações: - Rotura de membranas - Trabalho de parto - Sangramento significativo Se veia umbilical for acometida, a morte do feto é quase imediata e o prognóstico é pior. Se a artéria umbilical for acometida o prognóstico é melhor, já que a circulação pode se manter pela outra artéria umbilical. Rotura Uterina no Parto Introdução Iminência de rotura (ela te avisa). Provocada por excesso de indução (ocitocina) ou manobras intempestivas. Fatores de Risco Enfraquecem a parede uterina Multiparidade: útero fica mais fino, delgado e au- menta risco de rotura. Kristeller: é uma violência obstétrica. Violência materna e fetal. Nunca deve ser feito. Cicatriz uterina: operações ginecológicas (mio- mectomia) Adenomiose Infecções Parto obstruído: - Malformação uterina. - Tumores obstruindo - Apresentações anômalas - Desproporção cefalopélvica Obs: A principal etiologia da rotura uterina nos países desenvolvidos é a pós-cesariana. Já nos paí- ses em desenvolvimento é o parto obstruído. Obs: Misoprostol está relacionado com maiores índices. Quadro Clínico Dor aguda e intensaParada súbita da contratilidade uterina Sangramento vaginal volumoso ou até mesmo uri- nário. Subida da apresentação fetal ao toque vaginal Palpação de 2 massas distintas, a matriz e o feto. Sinais de perda volêmica e/ou choque Bradicardia ou não detecção do BCF (indicio de SFA, com risco iminente de óbito). Taquicardia materna importante e hipotensão gra- ve. Diagnóstico Iminência de Rotura - Síndrome de Bandl-Frommel Contrações uterinas vigorosas e excessivamente dolorosas. 5 SANGRAMENTOS NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA 3 Eduardo Siqueira Distensão do segmento inferior, formando uma depressão na faixa infraumbilical, conferindo ao útero aspecto semelhante a uma ampulheta. - Anel separa corpo do segmento - Bandl. Útero com aspecto de ampulheta (marca o ponto onde vai romper). - Ligamento redondo distendido, desviando o úte- ro anteriormente - Frommel Obs: Se não intervir rapidamente, pode se tornar uma rotura uterina de fato. Rotura Consumada Dor Lancinante (dor que a paciente vai gritar antes e do nada some) → Rotura consumada Quando vier a rotura tem o período de acalmia (pois o útero para de contrair). - Sinal de Clark (enfisema subcutâneo): entrada de ar na cavidade abdominal pela vagina + útero perfurado. - Sinal de Reasens (subida da insinuação do bebê) - Fácil palpação de parte fetal Classificação O termo “deiscência de cicatriz uterina” é empre- gado quando ocorre apenas rompimento das fibras miometriais em cicatriz de cesariana prévia. Nesse caso a serosa se mantém intacta. Conduta Síndrome da Distensão Segmentária Iminência → Uterolíticos → Cesariana de Urgência Consumada Retirar a criança Histerorrafia - Só a sutura do útero. É a preferencial se possí- vel, pois preserva o útero. Conduta mais conserva- dora. OU Histerectomia - Se a laceração for muito grande, não é possível preservar o útero. Obs: Em caso de exacerbação da atividade con- trário do útero, a utilização de uterolíticos pode con- trolar a distensão do órgão e evitar rotura. Obs: Em geral nas multíparas → histerectomia total ou subtotal sem ressecção dos anexos. Obs: Em roturas complicadas deve haver a sínte- se da bexiga e do ureter. Rotura Uterina na Gravidez Introdução Espontânea ou traumas Úteros predispostos pelo enfraquecimento da pa- rede. Clínica Abdome agudo grave Dor intensa Hemorragia interna Irritação peritoneal 2 massas ao exame físico: feto e útero BCF inaudíveis Prognóstico materno grave; fetal óbito Tratamento - Laparotomia exploradora - Controlar hemorragia - Sem prole constituída: ráfia simples da lesão em 2 planos. - Multíparas: histerectomia total ou parcial pre- servando anexos. Rotura Uterina Parcial ou Incompleta Preserva a serosa uterina e quase sempre está associ- ada à deiscência de cicatriz uterina. Em grande parte dos casos é assintomática. A rotura pode ser tornar completa durante o trabalho de parto. Rotura Uterina Total ou Completa Rompimento da parede uterina, incluindo sua serosa. Essa rotura pode ser traumática ou espontânea. - A traumática se associa ao uso inadequado de ocitoci- na, fórcipe, manobras obstétricas intempestivas, como pressão excessiva no fundo do útero ou ainda acidentes com traumatismo abdominal, com os automobilísticos. 6 Fatores de Risco Útero Anamnese e Exame Físico Resolver Rápido Útero de Couvelaire Marginal Parcial Total Placenta Exame Especular USG A termo Prematuro Via de Parto Introdução Clínica Diagnóstico Conduta Introdução Fatores de Risco Quadro Clínico Confirmação Conduta Introdução Fatores de Risco Quadro Clínico Diagnóstico Classificação Conduta Introdução Clínica Tratamento
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