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Curso Técnico em Segurança do Trabalho Ergonomia e Saúde Ocupacional Fabiana Roberta Alves de Matos Batista Curso Técnico em Segurança do Trabalho Ergonomia e Saúde Ocupacional Fabiana Roberta Alves de Matos Batista Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | Março 2022 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor Autor Fabiana Roberta Alves de Matos Batista Revisão Fabiana Roberta Alves de Matos Batista Coordenação de Curso Alcione Moraes de Melo Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Helisangela Maria Andrade Ferreira Sumário Introdução .................................................................................................................................... 5 1.Competência 01 | Compreender e Identificar os Serviços de Saúde Ocupacional Necessários à Organização, Assessorando-a no Cumprimento das Políticas de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) .............................................................................................................................................. 7 1.1 Breve histórico da saúde ocupacional ....................................................................................................... 8 1.2 Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) .......................................................................................................................................... 13 1.3 Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) .............................. 16 1.4 Norma Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ............. 18 2.Competência 02 | Estabelecer Ações Preventivas e Corretivas para a Promoção da Saúde Ocupacional no Ambiente de Trabalho ........................................................................................ 23 2.1 Risco ocupacional .................................................................................................................................... 27 2.2 Medidas de prevenção dos riscos ........................................................................................................... 30 3.Competência 03 | Estruturar e Desenvolver Avaliação Ergonômica nos Ambientes de Trabalho38 3.1 Surgimento da ergonomia ....................................................................................................................... 38 3.2 Entendendo a ergonomia ........................................................................................................................ 39 3.3 Risco Ergonômico .................................................................................................................................... 45 3.4 Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia .............................................................................................. 47 3.5 Análise Ergonômica de Trabalho (AET) ................................................................................................... 49 Conclusão .................................................................................................................................... 54 Referências ................................................................................................................................. 55 Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 57 5 Introdução Olá Estudante, Seja bem-vindo à disciplina de Ergonomia e Saúde Ocupacional do curso de Técnico de Segurança do Trabalho! Convido você a fazer uma viagem no mundo da Ergonomia e Saúde Ocupacional e nessa viagem você irá conhecer, se surpreender e se motivar a tomar uma postura prevencionista dentro de diversos setores laborais, como também dentro de seu lar pois tais conhecimentos são importantíssimos no cotidiano doméstico da mesma forma que no segmento Empresarial. Nesta jornada será necessário que que você se aproprie de algumas condutas importantes, siga uma rotina de estudo com a disciplina, leia atentamente o seu E-book que é o seu material inicial de estudo, se envolva e interaja com os conceitos apresentados nesse material, assista as vídeo-aulas das competências, participe dos fóruns de dúvidas e Discussões, participe dos debates dos Destaques, contribuindo com os seus comentários, utilize outro recurso de informação que é a sala do Chat do AVA para tirar suas dúvidas. Você entenderá qual a importância dessa disciplina no dia a dia prático de vocês, futuros técnicos de segurança do trabalho, e como tais conhecimentos trarão embasamento para solidificar as ações técnicas para a implantação de medidas Ergonômicas dentro da empresa. Na primeira competência uma breve viagem no panorama histórico geral da saúde ocupacional, em seguida como iniciaram os primeiros serviços de prevenção a doenças ocupacionais dos trabalhadores. Posteriormente serão estudadas as Normas Regulamentadoras (NR´s) e identificados os programas e serviços de saúde e prevenção de acidentes e doenças do trabalho que devem ser assegurados nas empresas. Na segunda competência inicia uma abordagem sobre a NR 1 citando alguns itens, o objetivo, campo de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras NR relativas à segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho – SST. Logo em seguida, será abordado sobre os riscos ocupacionais, a importância de serem identificados e reconhecidos no ambiente de trabalho. Dando continuidade, será citado alguns exemplos de riscos ocupacionais descriminando algumas sugestões de recomendações que podem ser implantadas dentro do ambiente laboral para prevenção dos mesmos. 6 Por último a terceira competência, onde será conhecida a ciência denominada de Ergonomia, que irá lhe encantar e porque não dizer se apaixonar, por essa ciência interdisciplinar que agrega outros campos de conhecimentos, em função da adequação das condições trabalho ao homem, portanto, o estudo prosseguirá vendo como essa ciência surgiu, qual é a sua importância nesse processo de homem x trabalho x ambiente, qual é a sua classificação e o campo de atuação dela. A atualização da NR 17 que passou por uma mudança e por fim, será visto o assunto chamado de Análise Ergonômica do Trabalho (AET) uma ferramenta de análise importante, que deve ser aplicada dentro das organizações de trabalho. Bons estudos! 7 1.Competência 01 | Compreender e Identificar os Serviços de Saúde Ocupacional Necessários à Organização, Assessorando-a no Cumprimento das Políticas de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) Caro estudante, primeiramente será abordado nos seus estudos como se deu o panorama geral do histórico da saúde ocupacional no mundo e que repercussões se deram no Brasil. Em seguida, você veráde que forma ocorreu a preocupação com a Saúde dos trabalhadores no período da Revolução Industrial, que resultou no avanço de normatizações e leis que descreveram a História da Segurança e Medicina do Trabalho, proporcionando também nos dias de hoje em programas e serviços de Segurança e Medicina do trabalho voltados para as empresas. A relação entre o trabalho e a saúde/doença existe desde os primórdios e se destacou mais ainda com a Revolução Industrial. Prezado estudante infelizmente também ressalta-se, que na antiguidade essas questões de trabalho x trabalhador x saúde repercutiam numa condição meramente de escravidão ao trabalho sendo este como um castigo, conforme Nosela (1989), apud Gomez e Costa (1997), “Afinal, no trabalho escravo ou no regime servil, inexistia a preocupação em preservar a saúde dos que eram submetidos ao trabalho, interpretado como castigo ou estigma: o "tripalium", instrumento de tortura. O trabalhador, o escravo, o servo eram peças de engrenagens "naturais", pertences da terra, assemelhados a animais e ferramentas, sem história, sem progresso, sem perspectivas, sem esperança terrestre, até que, consumidos seus corpos, pudessem voar livres pelos ares ou pelos céus da metafísica”. Diante do cenário citado acima, cabe algumas reflexões: Como é que surgiu a preocupação com a Saúde dos trabalhadores nesses ambientes de fábricas? Que medidas foram tomadas para prevenir os riscos de acidentes e doenças no ambiente laboral? Como esse contexto idealizou os primeiros serviços de Saúde Ocupacional e, como eles atuam dentro das empresas nos dias de hoje? Essas e outras perguntas serão respondidas a partir do conteúdo apresentado a seguir. 8 1.1 Breve histórico da saúde ocupacional Estudante, pare e pense como era o panorama da Revolução Industrial. Pensou? Pode-se dizer que existia a figura de um trabalhador “livre”, onde este tinha que vender sua força de trabalho se tornando parte integrante da máquina, ditando assim os ritmos no modo de produção impostos pelo funcionamento das máquinas. Perceba que as regras de produção tinham o intuito de atender à necessidade de acumulação rápida de capital e de máximo aproveitamento dos equipamentos, antes de se tornarem obsoletos. Com as jornadas cansativas, que duravam de 14 a 16 horas em ambientes extremamente desfavoráveis e precários à saúde, às quais se submetiam também mulheres e crianças, eram diariamente incompatíveis com a vida. A aglomeração de pessoas em espaços inadequados fechados, exposição excessiva ao calor, má ventilação nos prédios, excesso de umidade, com máquinas sem nenhuma proteção, ocasionava a rapidez da proliferação de doenças infectocontagiosas, ao mesmo tempo em que a periculosidade das máquinas, tendo em vista a robustez dos novos equipamentos, era responsável por mutilações e mortes. Saiba que essa época da Revolução Industrial, que se iniciou na Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e ocorreu entre 1760 e 1850, foi uma grande referência para o surgimento de uma preocupação inicial com a saúde dos trabalhadores. Perceba que nesse panorama da história da Revolução industrial as condições vividas pelos operários nas fábricas e como eles eram tratados pelos seus patrões, que consumiam toda força de trabalho, acarretava num processo acelerado e desumano de produção excessiva. Por essas condições, fez-se necessário uma intervenção a fim de garantir a continuidade da produção, bem como assegurar as condições de saúde do trabalhador. Diante de tantos problemas nessa época, eis que surge a iniciativa de um proprietário de uma fábrica têxtil, chamado Robert Dernham, que estava preocupado com a saúde dos seus trabalhadores que não dispunham de nenhum cuidado médico, além dos prestados por instituições filantrópicas, esse empresário resolveu então procurar o seu médico particular, Robert Baker, e com isso, ele solicitou que indicasse medidas para resolver e melhorar a situação dos trabalhadores que se encontravam no ambiente da fábrica. 9 Você prestou bem atenção no parágrafo anterior, o proprietário Robert Dernham teve a intenção de perguntar ao seu médico Robert Backer como poderia melhorar as condições de trabalho na sua fábrica daí seu médico lhe dá a seguinte resposta conforme trecho abaixo. "Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado" (MENDES; DIAS, 1991). Com essa iniciativa do empresário Robert Dernham de contratar Baker para trabalhar em sua fábrica, nesse ano de 1830, é surgido assim, na Inglaterra, o primeiro serviço de medicina do trabalho na história. Se você prestou atenção nas palavras do doutor Baker, reflita agora sobre alguns traços que refletem no capitalismo quanto às finalidades de um serviço de medicina do trabalho, são essas: • O empresário coloca a frente dos Serviços de Medicina da empresa, somente pessoas de inteira confiança dele e que estas possam realmente defender os seus interesses; • Precisa ser uma tarefa integralmente médica a prevenção dos danos à saúde proveniente dos riscos do trabalho; • Era exclusivamente ligado ao médico a responsabilidade pela ocorrência de problemas de saúde. É possível perceber com essas considerações acima que devido à carência ou precariedade dos serviços de saúde acrescentando também a visão das expectativas dos empregadores, o padrão descrito repercutiu rapidamente entre vários países. O que com isso, promoveu nas empresas o interesse pelos serviços de medicina do trabalho, com o intuito de obter e manter a dependência do trabalhador e de seus familiares ao mesmo tempo em que controlava diretamente a força de trabalho. As propostas que discutiam em intervir nas empresas, naquela época, expressaram-se numa sucessão de normatizações e legislações, que tem no Factory Act, de 1833, como a primeira legislação eficiente para a proteção do trabalhador. 10 “O Factory Act, era aplicada em todas as fábricas têxteis, onde se usasse força hidráulica ou a vapor, para o funcionamento das máquinas. Proibia o trabalho noturno aos menores de dezoito anos, restringiu o horário de trabalho para 12 horas diárias e 96 horas por semana; obrigatoriedade de escolas nas fábricas para os menores de 13 anos, a idade mínima de trabalho passou a ser 9 anos e tornou-se obrigatória a presença de um médico nas fábricas. Surge então, o médico de fábrica com objetivo de submeter os menores trabalhadores a exame médico pré- admissional e periódico, e preveni-los tanto às doenças ocupacionais quanto às não ocupacionais” (BITENCOURT; QUELHAS, 1998). Essas recomendações tiveram alguns pontos destacáveis, passando a tomar corpo, na Inglaterra, a medicina de fábrica. Como visto acima com a presença de um médico no interior das unidades fabris, o qual representava, ao mesmo tempo, um esforço em detectar os processos danosos à saúde e uma espécie também de braço do empresário para recuperação do trabalhador, visando nada mais que o seu retorno à linha de produção, num momento em que a força de trabalho era fundamental à industrialização emergente. Determinava o que seria uma das características da Medicina do Trabalho, mantida até hoje e onde predomina na forma tradicional:sob uma visão eminentemente biológica e individual, no espaço restrito da fábrica, numa relação única e no mesmo sentido, buscando assim, as causas das doenças e acidentes. Assim, a Medicina do Trabalho, centrada na figura do médico, orienta-se pela teoria da causa e efeito, ou seja, para cada doença, um agente etiológico. Veja bem caro estudante, todas essas questões ambientais se repercutem no âmbito do trabalho e interferem no aparecimento dos agentes específicos, dessa forma, atuar sobre suas consequências, tratando como um problema médico em função dos sintomas e sinais, ou quando muito, relacionando-os a uma doença legalmente reconhecida. Como repetidamente as doenças originadas no trabalho são vistas em estágios avançados, até porque muitas delas, em suas fases iniciais, mostram sintomas comuns a outras patologias, torna-se difícil, sob essa ótica, identificar os processos que as geraram, bem mais amplos que a mera exposição a um agente particular (restrito). Observe atentamente, em todo o nosso cotidiano estamos cercados de vários produtos químicos, os quais podem ser prejudiciais a nossa saúde, quando passamos a nos expor frequentemente a eles, desse modo, é inevitável que essas substâncias também estejam presentes nos ambientes de trabalho e que em contato com o trabalhador podem vir a gerar algum efeito 11 indesejado. Como exemplo, pode-se citar o caso dos mineradores, que além de uma exposição a produtos químicos também se submetem a trabalhos pesados. Quando existem diversos fatores em conjunto isso vai refletir simultaneamente no desenvolvimento de alguma doença ocupacional, como por exemplo: o tempo de exposição ao agente, a concentração das substâncias, a quantidade do agente no ambiente laboral, a intensidade da exposição e a suscetibilidade individual do trabalhador. Preste muito atenção agora prezado estudante, quanto maior for o tempo e a intensidade de exposição ao agente, à concentração das substâncias, à quantidade do agente no ambiente laboral, mais vulneráveis ao adoecimento estarão os trabalhadores. É preciso compreender que as doenças ocupacionais podem surgir e evoluir para um estado mais grave, dependendo da disposição (condição) individual, em adquirir doenças, pois cada indivíduo tem suas particularidades, como por exemplo, uns tem estatura mais alta outros são mais baixos, uma variedade imensa de pesos corpóreos, variedades de raças, níveis de imunidade baixa no organismo, enfim, todas essas particularidades individuais vão interferir no aparecimento das doenças entre determinados grupos. Com base nessas particularidades de cada indivíduo para se compreender como irá se desenvolver alguma patologia quero trazer para você a importância do papel de um médico italiano chamado Bernardino Ramazzini, conhecido como o “Pai da medicina do trabalho” que publicou o livro “De Morbis Artificum” (Doenças ocupacionais), que descreveu várias profissões e as doenças relacionadas a elas, por isso ele fazia a seguinte pergunta qual é a sua ocupação? Como também visitava os locais de trabalho dos seus pacientes com a finalidade de identificar as causas de seus problemas. (BITENCOURT; QUELHAS, 1998). Saindo do contexto europeu, nessa trajetória da história da Saúde e Medicina ocupacional, veja como ocorreu a evolução da Saúde Ocupacional no Brasil. No cenário da América Latina, incluindo o Brasil, o processo da Revolução Industrial ocorreu por volta de 1930, bem mais tarde que os países norte-americanos e europeus. Infelizmente com tantos exemplos negativos já vividos por outros países, não conseguimos entender e apreender que deveríamos mudar nossa visão e assim consequentemente vivenciamos as mesmas etapas, e com isso, em 1970, o Brasil conseguiu atingir o ranking de campeão de acidentes de trabalho, sendo 12 a partir desse ano que começou a haver algum tipo de preocupação para com a segurança e a saúde do trabalhador. Na realidade brasileira houve a iniciativa dos empregadores de criar serviços médicos para serem prestados aos empregados e essa iniciativa foi de fato um modelo novo, primeiramente os serviços baseavam-se na assistência médica gratuita para os trabalhadores, originários geralmente do campo. E vale salientar que apesar da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que foi criada em 1919, responsável por formular e aplicar as normas internacionais do trabalho (convenções e recomendações), a qual recomendava que os serviços médicos deveriam ser caracterizados com caráter essencialmente preventivos, sendo os serviços médicos brasileiros geralmente curativos e assistenciais. Prezado estudante o que geralmente ocorre na sistemática do Brasil desde esse período até os dias de hoje é que não se investia na prevenção das doenças e acidentes, era mais fácil remediar do que prevenir, dessa forma, no Brasil acontecia essa sistemática, não se evitava que o trabalhador sofresse um acidente ou adoecesse, apenas se tratava e curava os danos quando eles já tinham acometido um funcionário. Diante dessa preocupação voltada para os serviços médicos prestados na empresa surge em 1972, a portaria nº 3237, onde o governo federal através dessa portaria, diz que além dos serviços médicos, deve ser obrigatório os serviços de higiene e segurança em todas as empresas que trabalham cem ou mais pessoas. Sendo atualmente contemplado não somente o número de empregados, mas também o grau de risco, possibilitando no Brasil a semelhança aos padrões internacionais, na prevenção de acidentes e doenças. (BITENCOURT; QUELHAS, 1998). Segue abaixo um pequeno vídeo que vai relatar brevemente para você a História da Segurança e Medicina do Trabalho, o qual você precisa assistir para se apropriar melhor desses conteúdos estudados. Para finalizar esse Breve histórico da Segurança e Medicina do Trabalho assista o vídeo sobre a História da Segurança e Medicina do Trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=I9eWFEQJKsI 13 Agora que você já sabe um pouco sobre o surgimento da Saúde Ocupacional conheça alguns serviços que existem nas empresas com o objetivo de preservar a saúde dos funcionários, como os que estão contidos nas normas regulamentadoras apresentadas a seguir. 1.2 Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Então estudante continuando a viagem pelo mundo da Saúde Ocupacional entre agora no assunto extremamente importante que é sobre o SESMT. Você como futuro técnico de Segurança do Trabalho, fará parte também dessa equipe do SESMT, tendo também outros profissionais como: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, e Técnico ou auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Todos esses profissionais são portadores de certificados de conclusão do seu curso de formação sendo habilitados para trabalharem na empresa se envolvendo inteiramente na prevenção de Acidentes do Trabalho e das Doenças Ocupacionais dentro do local de trabalho. A área de Segurança e Medicina do Trabalho tem muitas siglas e SESMT significa Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Para definir o que esse Setor faz na empresa leia abaixo o inciso 4.1 da Norma Regulamentadora Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, onde diz que: “As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade física do trabalhador no seu local de trabalho”. Deste modo a lei determina que todas as empresas, que possuam empregados regidos pela CLT, constituam SESMTs, inclusiveas empresas públicas que tenham funcionários nesse regime. Preste muita atenção agora estudante! Vamos dar uma paradinha agora para assistir a vídeo aula e compreender melhor a leitura do Ebook a seguir. De acordo com o estabelecido no quadro II da NR 04, que você acabou de vê-lo na vídeo aula nem todas as empresas estão obrigadas a constituir um SESMT. 14 Também perceba no referido quadro II visto na vídeo aula, quando o número de empregados no estabelecimento alcança o patamar entre 2.001 e 3.500, para todos os graus de riscos, será obrigatório a presença do técnico de enfermagem do trabalho, porém não é exigida a atuação do enfermeiro do trabalho. Então confere lá! Os canteiros de obras e as frentes de trabalho que possuam menos de 1.000 (um mil) empregados e que estejam situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, tendo com isso, a responsabilidade de formar e organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Em relação ao que foi exposto acima, a norma fala que os funcionários de nível superior poderão ficar centralizados que neste caso são os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho. No que se refere aos funcionários de nível técnico, como o Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico de Enfermagem, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II, lembrando que a carga horária do funcionário de nível médio é de 8 horas diárias e do nível superior de 3 ou 6 horas diárias. Conforme visto no vídeo, você como futuro técnico de segurança do trabalho será parte integrante dessa equipe do SESMT e com isso você terá algumas funções e obrigações, que se atribui a todos da equipe Multidisciplinar. Querido estudante, pare a leitura deste caderno e assista o vídeo abaixo: #SextouComNR – Tudo que você precisa saber sobre a NR 4 https://www.youtube.com/watch?v=MKhlC83NZP8 O SESMT deve manter uma estreita relação com a CIPA, estudando suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, ou seja, precisa utilizá-la como um agente multiplicador. 15 Vamos citar algumas situações que a empresa pode constituir um SESMT comum Quando houver na mesma empresa alguns estabelecimentos que, isoladamente não se enquadram no quadro II da NR, poderão juntar-se e organizar um SESMT centralizados em cada Estado, Território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos de fato alcance os limites determinados dos patamares do quadro II, assim perceba que nesses casos, o dimensionamento será em função do somatório dos empregados das empresas participantes. Outra situação também, é quando as empresas desenvolvem suas atividades em um mesmo polo industrial ou comercial, nesse caso, poderá ser feito um SESMT comum para atende-las desde que o dimensionamento se baseie no somatório dos trabalhadores assistidos cuja a atividade econômica empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos. Destaca-se outros casos para que as empresas possam centralizar o seu SESMT: Quando se tem na mesma empresa, a presença de estabelecimento que isoladamente não se enquadrem no quadro II, será formado SESMT´s que sejam centralizados em cada Estado, Território ou Distrito Federal, uma vez que o número total de empregados dos estabelecimentos no Estado, Território ou Distrito Federal, alcance os limites previstos no Quadro II. Na NR-4 também consta que a empresa que contratar outras empresas terceirizadas para prestar serviços em estabelecimentos enquadrados no quadro II, deverá estender seus atendimentos obrigatoriamente aos trabalhadores terceirizados, uma vez que ocorra desse total de empregados nos seus estabelecimentos contratados não atingirem os limites previstos no quadro II, tendo que a empresa Contratante ampliar os seus serviços aos funcionários da empresa contratada, ou seja, caso a empresa contratada não seja obrigada a constituir um SESMT, a empresa contratante fará esse atendimento utilizando o seu SESMT próprio. Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas, sozinhas, não se enquadrem no quadro II, mais que pelo número total de empregados de ambas no estabelecimento, atingirem os limites dispostos no referido quadro II, poderá também ser formado um SESMT comum da própria empresa interessada, como também, poderá ser organizado pelo Sindicato ou Associação da categoria econômica correspondente. 16 1.3 Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) Percorrendo ainda a viagem no mundo da Saúde Ocupacional e Ergonomia, será abordado um assunto muito importante agora que é sobre a CIPA, você já ouviu e leu sobre essa sigla? Veja o seu significado conforme consta na NR-5: “A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, que tem como seu objetivo principal a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhado r. Quando se pensa, fala e faz a Segurança do Trabalho tudo isto está diretamente relacionado à Prevenção, e saiba que o foco maior no objetivo da CIPA é dar total apoio as empresas na adoção de medidas que eliminem, neutralizem, ou, pelo menos, reduzam os riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho. Para você poder estudar mais profundamente sobre a NR 4, e ficar por dentro do SESMT acesse agora através do link abaixo: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04.pdf Para ficar por dentro sobre a CIPA e seu funcionamento acesse o link abaixo e leia a NR 5 na íntegra. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021.pdf 17 Compreenda e conheça um pouco mais do papel da CIPA enumerando suas atribuições conforme é citado na Norma NR 5: • Acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização; • Registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver; • Verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; • Elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança e saúde no trabalho; • Participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; • Acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados; • Requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais; • Propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de controle; e • Promover, anualmente, em conjuntocom o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), conforme programação definida pela CIPA. É imprescindível que o empregador permita condições necessárias para que os membros da CIPA desenvolvam suas atribuições, permitindo o tempo suficiente no expediente do trabalho para que a CIPA realize suas atividades regularmente conforme o plano de trabalho traçado por ela. Em relação as reuniões existem dois tipos: a primeira chama-se reunião ordinária, de acordo com o calendário preestabelecido, sempre no horário do expediente normal da empresa e em 18 local apropriado, e a outra é chamada de reunião extraordinária quando ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou quando houver solicitação expressa de uma das representações da CIPA representantes do empregador ou dos empregados. 1.4 Norma Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Agora será estudada a Norma Regulamentadora (NR) 7 do MTE que foi criada pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e alterada atualmente pela Portaria SEPRT nº 6.734, de 9 de março de 2020, esta nova Norma Regulamentadora estabelece diretrizes e requisitos para o desenvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO nas organizações, que tem como objetivo a proteção e a preservação da saúde de seus colaboradores em relação aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de risco- PGR da organização. Esta Norma se aplica às organizações e aos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como aos órgãos dos poderes legislativo e judiciário e ao Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Então observe! O subitem 7.3.1 da NR 7 cita que o PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos seus trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR´s. Conforme o subitem 7.3.2 destacamos abaixo as diretrizes do PCMSO: a) rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho; b) detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais; c) definir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou tarefas determinadas; d) subsidiar a implantação e o monitoramento da eficácia das medidas de prevenção adotadas na organização; Para finalizar sobre essa abordagem da NR 5 assista o vídeo abaixo #SextouComNR - Tudo que você precisa saber sobre a NR-5 https://www.youtube.com/watch?v=qRuUpNpGAmQ 19 e) subsidiar análises epidemiológicas e estatísticas sobre os agravos à saúde e sua relação com os riscos ocupacionais; f) subsidiar decisões sobre o afastamento de empregados de situações de trabalho que possam comprometer sua saúde; g) subsidiar a emissão de notificações de agravos relacionados ao trabalho, de acordo com a regulamentação pertinente; h) subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social; i) acompanhar de forma diferenciada o empregado cujo estado de saúde possa ser especialmente afetado pelos riscos ocupacionais; j) subsidiar a Previdência Social nas ações de reabilitação profissional; k) subsidiar ações de readaptação profissional; l) controlar a imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacionais, sempre que houver recomendação do Ministério da Saúde. Na NR 7 no subitem 7.3.2.1 O PCMSO deve incluir ações de: a) vigilância passiva da saúde ocupacional, a partir de informações sobre a demanda espontânea de empregados que procurem serviços médicos; b) vigilância ativa da saúde ocupacional, por meio de exames médicos dirigidos que incluam, além dos exames previstos nesta NR, a coleta de dados sobre sinais e sintomas de agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais. No cotidiano de uma empresa podem ser citados como exemplos de diretrizes: Quando uma empresa tem a preocupação de vacinar seus trabalhadores com a vacina de da H1N1 da Influenza (do Vírus da gripe) ela está de acordo com as diretrizes do PCMSO, já que, ao vacinar seus colaboradores estará prevenindo que os mesmos venham contrair a gripe. Através do rastreamento de uma doença como Pressão Alta, é realizado como ação a coleta de dados de todos os colaboradores nos diversos setores da empresa (os que têm sintomas, queixas e os que não sentem nada), em seguida são feitos os exames cardiológicos necessários para detecção de Hipertensão, dessa forma, são diagnosticados e classificados os casos de Hipertensão dos trabalhadores. Na medida em que os colaboradores são submetidos a exames, previamente pode ser identificado precocemente um diagnóstico de determinado agravo, ou seja, diagnosticar alguma 20 doença antes que o colaborador apresente sintomas e seja prejudicado. Desse modo, tem-se a chance de começar o tratamento precocemente e evoluir no intuito de se ter um tratamento bem- sucedido. Vamos agora citar alguns pontos importantes extraídos da norma regulamentadora nº 7 no subitem 7.4.1 na qual determina algumas obrigações do empregador, entre elas pode-se citar: • Garantir a elaboração e efetiva implantação do PCMSO; • Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; • Indicar médico do trabalho responsável pelo PCMSO. Conforme a NR 7 no subitem 7.5 que trata sobre o planejamento podemos citar: O PCMSO deve ser elaborado considerando os riscos ocupacionais identificados e classificados pelo PGR. Inexistindo médico do trabalho na localidade, a organização pode contratar médico de outra especialidade como responsável pelo PCMSO. O PCMSO deve incluir a avaliação do estado de saúde dos empregados em atividades críticas, como definidas nesta Norma, considerando os riscos envolvidos em cada situação e a investigação de patologias que possam impedir o exercício de tais atividades com segurança. Também consta no subitem 7.5.4 da Norma que a organização deve garantir que o PCMSO: a) Descreva os possíveis agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais identificados e classificados no PGR; b) Contenha planejamento de exames médicos clínicos e complementares necessários, conforme os riscos ocupacionais identificados, atendendo ao determinado nos Anexos desta NR; c) Contenha os critérios de interpretação e planejamento das condutas relacionadas aos achados dos exames médicos; d) Seja conhecido e atendido por todos os médicos que realizarem os exames médicos ocupacionais dos empregados; e) Inclua relatório analítico sobre o desenvolvimento do programa, conforme o subitem 7.6.2 desta NR. Na NR 7 também cita que o PCMSO não deve ter caráter de seleção de pessoal (Subitem 7.3.2.2); 21 Como também diz que o médico responsável pelo PCMSO, caso observe inconsistência no inventário de riscos da organização, deve reavaliá-las em conjunto com os responsáveis pelo PGR (Subitem 7.5.5) Prezado estudante assim como ocorre no PGR, o PCMSO também vai ter algumas condições diferenciadas para determinadas empresas MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI, MICROEMPRESA - ME E EMPRESA DE PEQUENO PORTE – EPP. Então veja agora! Para que você compreenda direitinho isso, conforme consta na NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS no subitem 1.8.6: O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem 1.6.1 e não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados a fatores ergonômicos, ficam dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. Ou seja, o que são Empresas MEI, ME e a EPP? São empresas que possuem grau de Risco 1 ou 2. São empresas que não identificaram exposições de agentes ocupacionais físicos, químicos, biológicos e fatores ergonômicos,onde tais informações foram declaradas por meio digitalizado, somente nessas condições é que esses tipos de empresas ficam desobrigadas da elaboração de fazer o PCMSO, mais isso, não lhes retiram a responsabilidade de realizar e custear os exames médicos ocupacionais, conforme consta abaixo na NR 7 que diz: As MEI, ME e EPP desobrigadas de elaborar PCMSO, de acordo com o subitem 1.8.6 da NR 01, mais devem realizar e custear exames médicos ocupacionais admissionais, demissionais e periódicos, a cada dois anos, de seus empregados. (Subitem 7.7.1). Também consta no PCMSO no item 7.5.6 que ele deve incluir a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de riscos ocupacionais, e demissional. E esses exames médicos contemplam o exame clínico e exames complementares, que devem ser realizados de acordo com as especificações desta NR 7 e de outras NR´s. Para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado, devendo ser fornecido em meio físico quando solicitado, conforme subitem 7.5.19 da NR 7. 22 Você pode agora fazer uma leitura da NR 7 nos seus anexos e quadros para aprofundar mais seus conhecimentos, então siga a dica do balão abaixo e acesse a Norma na integra. Ficou curioso sobre a NR 7 assista o vídeo sobre ela no link abaixo https://www.youtube.com/watch?v=UoApZl_hyzk Para ter acesso aos anexos seus quadros e os detalhes da NR 7 acesse o link: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_atualizada_2020.pdf 23 2.Competência 02 | Estabelecer Ações Preventivas e Corretivas para a Promoção da Saúde Ocupacional no Ambiente de Trabalho Agora você iniciará a 2ª Competência dando uma breve abordagem da NR 1 que complementa o que vimos no final da competência um, sobre os programas e serviços que interferem diretamente na vida dos trabalhadores. Saiba que ocorreram algumas mudanças na NR 1 mais atualmente duas dessas mudanças foram muito importantes, a primeira ocorreu em julho de 2019, dada pelo Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019 que teve o intuito de ajustá-la à nova estrutura do Ministério da Economia, onde permitia a realização de cursos na modalidade de Educação à Distância (EaD) e Semipresencial exigidos pelas NR´s, que equilibrou termos e definições comumente usados na gestão de SST e permitiu o armazenamento dos documentos previstos nas NR´s, em meio digital. NR 1: comentários ao novo texto (portaria nº 6.730, de 9 de março de 2020). Logo em seguida no mês de março de 2020, passou por revisão mais uma vez, com o propósito de harmonizar seu texto com as outras NR´s, como a NR 7, NR 9 e NR 17, sendo importante estabelecer em seu texto instruções gerais sobre o Gerenciamento de riscos Ocupacionais (GRO), objetivando complementar o espaço vazio regulamentar, uma vez que, não existia nenhuma NR que abordasse sobre gestão de riscos ocupacionais. NR 1: comentários ao novo texto (portaria nº 6.730, de 9 de março de 2020). Desse modo, a nova NR 1 passou a contemplar diretrizes de gestão de riscos ocupacionais que devem ser implantadas e seguidas pelas empresas brasileiras, permitindo estar em acordo com as principais normas de gestão de riscos ocupacionais conhecidas mundialmente como: ABNT NBR ISO 31.000 e ABNT NBR ISO 45.001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Através dessa nova perspectiva na gestão de riscos ocupacionais, procura-se ter mais eficácia na aplicação de ações que eliminem os perigos e reduzam os riscos nos ambientes de trabalho. NR 1: comentários ao novo texto (portaria nº 6.730, de 9 de março de 2020). Então estudante é importante destacar agora sobre essa norma regulamentadora nº 01 que passou a se chamar: Norma Regulamentadora Nº 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, onde destaca-se os seguintes itens: Do Objetivo: O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas à segurança 24 e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho - SST. Conforme subitem 1.1.1 da NR. Do Campo de aplicação: As NR obrigam, nos termos da lei, empregadores e empregados, urbanos e rurais. As NR são de observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Conforme subitens 1.2.1 e 1.2.1.1. Do Gerenciamento de riscos ocupacionais O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e gerenciamento dos riscos ocupacionais. Para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem ser aplicadas as disposições previstas na NR-15 – Atividades e operações insalubres e NR-16 – Atividades e operações perigosas, conforme subitens 1.5.1 e 1.5.2 da NR. Das Responsabilidades A organização deve implementar, por estabelecimento, o gerenciamento de riscos ocupacionais em suas atividades. O gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR. A critério da organização, o PGR pode ser implementado por unidade operacional, setor ou atividade. O PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes cumpram as exigências previstas nesta NR e em dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho. O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos na legislação de segurança e saúde no trabalho. A organização deve considerar as condições de trabalho, nos termos da NR-17, conforme subitens 1.5.3.1, 1.5.3.1.1, 1.5.3.1.1.1, 1.5.3.1.2, 1.5.3.1.3 e 1.5.3.2.1 da NR. 1.5.3.3 A organização deve adotar mecanismos para: a) consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos ocupacionais, podendo para este fim ser adotadas as manifestações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, quando houver; e b) comunicar aos trabalhadores sobre os riscos consolidados no inventário de riscos e as medidas de prevenção do plano de ação do PGR. 1.5.4.2.1 O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado: a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações; b) para as atividades existentes; e c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho. 25 1.5.4.2.1.1 Quando na fase de levantamento preliminar de perigos o risco não puder ser evitado, a organização deve implementar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais, conforme disposto nos subitens seguintes. 1.5.4.2.1.2 A critério da organização, a etapa de levantamento preliminar de perigos pode estar contemplada na etapa de identificação de perigos. 1.5.4.3.1 A etapa de identificação de perigos deve incluir: a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; b) identificação das fontes ou circunstâncias; e c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos. 1.5.4.3.2 A identificação dos perigos deve abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao trabalho que possam afetar a saúde e segurança no trabalho. 1.5.4.4 Avaliação de riscos ocupacionais 1.5.4.4.1 A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identificados em seu(s) estabelecimento(s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção. 1.5.4.4.2 Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinaçãoda severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência. 1.5.4.4.6 A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a cada dois anos ou quando da ocorrência das seguintes situações: a) após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos residuais; b) após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, condições, procedimentos e organização do trabalho que impliquem em novos riscos ou modifiquem os riscos existentes; c) quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de prevenção; d) na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho; e) quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis. 1.5.4.4.6.1 No caso de organizações que possuírem certificações em sistema de gestão de SST, o prazo poderá ser de até 3 (três) anos. 1.5.5. Controle dos riscos 1.5.5.1. Medidas de prevenção: 1.5.5.1.2 Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial, deverão ser 26 adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia: a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI. 1.5.7 Documentação 1.5.7.1 O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos: a) inventário de riscos; e b) plano de ação. 1.5.7.2 Os documentos integrantes do PGR devem ser elaborados sob a responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais Normas Regulamentadoras, datados e assinados. 1.5.7.2.1 Os documentos integrantes do PGR devem estar sempre disponíveis aos trabalhadores interessados ou seus representantes e à Inspeção do Trabalho. 1.5.7.3.2 O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações: a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho; b) caracterização das atividades; c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas; d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17. e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão. 1.5.7.3.3 O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado. 1.5.7.3.3.1 O histórico das atualizações deve ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo período estabelecido em normatização específica. Veja outras informações da NR-1 no link abaixo: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf 27 Você iniciará agora os estudos dos riscos ocupacionais causados pelos agentes físicos, químicos, biológico, de acidentes, e ergonômicos alguns desses riscos estão mencionados na NR 9, também descritos na NR 1, e demais Normas em gerais e especificamente na NR-17 que fala exclusivamente de fatores Ergonômicos, sendo extremamente importante consultar as Normas Regulamentadoras para a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR). Portanto caro estudante, você como futuro técnico de segurança do trabalho, precisa conhecer a fundo esses riscos ocupacionais que interferem na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, para assim, poder adotar as medidas de prevenção do plano de ação do PGR, que visam eliminar ou controlar, tais situações de grave e iminente risco originados na unidade operacional, setores ou atividades da empresa. 2.1 Risco ocupacional É a Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde, conforme a NR 1. Os ambientes de trabalho, pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas características de organização, podem comprometer a saúde do trabalhador em curto, médio e longo prazo, gerando lesões imediatas, doenças ou até a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa. A fim de promover uma melhoria nas condições do ambiente de trabalho, o técnico de segurança deve implementar medidas de minimização ou eliminação dos riscos ocupacionais, visando sempre reduzir a gravidade das condições insalubres do ambiente laboral. Você futuro técnico de segurança do trabalho, poderá continuar o estudo fazendo um processo chamado de investigação dos riscos dentro do local de trabalho, onde serão identificados os fatores de riscos presentes nesse ambiente laboral. Primeiramente serão caracterizados os dois tipos básicos de avaliação dos riscos ocupacionais causados pelos agentes físicos, químicos e biológico que são: • Avaliação Qualitativa – Nesse tipo de avaliação preliminar há a figura do avaliador dotado do seu conhecimento e sensibilidade para observar os tipos de riscos que se encontram no ambiente laboral. Exemplo: Adentrando num ambiente muito barulhento o avaliador através 28 de sua audição e do seu breve conhecimento imediatamente identificará o risco de ruído nesse local. • Avaliação Quantitativa – É utilizado um método cientifico e minucioso de avaliação onde são utilizados diversos equipamentos e procedimentos a fim de obter a mensuração dos valores quantificados dos riscos concentrados dentro dos ambientes. Exemplo: Num determinado setor da fábrica foi feita a Avaliação quantitativa do ruído presente através dos equipamentos de mensuração o Dosímetro e/ou Decibelímetro. Prezado estudante conforme estabelecido no subitem 9.1.1 da NR 9 – Avaliação e Controle das exposições Ocupacionais a agentes Físicos, Químicos e Biológicos, esta Norma estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a esses agentes quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. Conforme consta na NR 1 em seu anexo I, o agente físico é qualquer forma de energia que em função de sua natureza, intensidade e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, umidade, bem como o infrassom e o ultrassom. Observação: Critérios sobre iluminamento, conforto térmico e conforto acústico da NR-17 não constituem agente físico para fins da NR-09. Os agentes físicos têm a funcionalidade de promover alteração das características físicas do meio ambiente, eles determinam um meio de transmissão nocivo que age sobre os trabalhadores diretamente no posto de trabalho, como também, pode repercutir sobre os demais indivíduos que não estão em contato direto com a fonte de risco. Conforme consta na NR 1 em seu anexo I, o agente químico é a substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado natural, quer seja produzida, utilizada ou gerada no Veja outras informações da NR-9 no link abaixo: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra- e-calor.pdf 29 processo de trabalho, que em função de suanatureza, concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico. Podem vir a penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, ou que pela natureza da atividade e exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou pelo trato gastrointestinal (ingestão). Conforme consta na NR 1 em seu anexo I, o agente biológico são diversos Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioides immitis e etc. capazes de provocar infecções, alergias ou toxidades em seres humanos, através das vias respiratórias, contato com a pele ou pela ingestão. Além dos riscos citados anteriormente, pode-se destacar outros riscos que estão presentes no ambiente de trabalho, que podem causar lesões e doenças: os fatores ergonômicos e de acidente ou mecânicos. Os Riscos ergonômicos são todas as condições que afetam o bem-estar do indivíduo, sejam elas físicas, mentais ou organizacionais. Podem ser compreendidas como fatores que interferem nas características psicofisiológicas do profissional, provocando desconfortos e problemas de saúde. São exemplos de riscos ergonômicos: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada, esforço físico intenso, mobiliário inadequado, controle rígido de tempo para produtividade (OLIVEIRA, 2021). Os riscos de acidente ou mecânicos são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física. São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, instalações elétricas defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, probabilidade de incêndio ou explosão, animais peçonhentos, armazenamento inadequado, dentre outros. (Menezes, 2021). 30 E aí Estudante vamos dar uma paradinha agora na leitura do Ebook e assistir a vídeo aula da 2ª Competência. 2.2 Medidas de prevenção dos riscos A partir do momento em que são identificados os riscos existentes dentro do ambiente laboral, deve-se adotar medidas a fim de que eliminem, neutralizem ou minimizem os riscos existentes. Essas medidas serão especificas para cada Risco/Situação conforme serão citados alguns casos abaixo: 1. Agentes Físicos Estes agentes são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores e são encontrados em diversos ambientes de trabalho. Seguem abaixo algumas medidas de controle para o agente físico calor: • Promover a renovação do ar no ambiente através de ventiladores e ar condicionado; • Adotar aberturas no ambiente através de portas e janelas; • Implantação de sistemas de Exaustores para remoção do ar quente; • Adotar medidas para adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor (Aclimatização do trabalhador); • Instalação de ventiladores e climatizadores para promover a redução da temperatura no ambiente; • Adoção de aparelhos de ar condicionado para resfriar o ar do ambiente; • Realizar a proteção do local do trabalho com material isolante térmico (Kevlar, cerâmica e etc.), impedindo o contato da fonte geradora de calor com o trabalhador; Dê uma paradinha agora e assista a esse vídeo e se aproprie desse conteúdo falando sobre o que são riscos ocupacionais? Tudo que precisa saber https://www.youtube.com/watch?v=5rFIkJ18tc4 31 • Adoção de equipamentos de auxílio como pontes rolantes para movimentar cargas, esteiras, reduzindo a taxa de metabolismo do trabalhador; • Adotar a Automatização do processo produtivo utilizando as máquinas reduzindo a interação do trabalhador, ou seja, seu contato com a fonte geradora do calor; • Distribuir vários bebedores em locais de fácil acesso para reposição hídrica e de sais minerais; • Adoção de vestimentas e de EPIs adequados a função que o trabalhador exerça para a proteção devida dos seus membros superiores e inferiores bem como das demais partes do seu corpo permitindo a completa proteção. Seguem abaixo algumas medidas de controle para o agente físico frio: • Adotar intervalos durante a jornada de trabalho; • Controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade; • Adotar medidas para adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor (Aclimatização do trabalhador); • Acompanhamento nutricional balanceado para repor as perdas energéticas; • Manter o corpo hidratado tendo acesso a água fresca; • Não ficar sozinho no local de trabalho (trabalhar em dupla); • Adotar assentos de material resistente ao frio; • Sistema de abertura automática das portas do ambiente interior, alarme ou outro sistema de comunicação que possa ser acionado em caso de emergência; • Usar roupas que mantenham o corpo sempre aquecido, evitando que as mesmas fiquem úmidas e adotar os EPI´s necessários como: uniforme completo composto por blusa e calça, capuz de proteção, luvas térmicas, tocas, aventais e botas térmicas. Seguem algumas medidas de controle do agente físico radiação ionizante: • Controle rigoroso das áreas que fazem utilização de radiação ionizante; • Adoção de sinalização de segurança com indicação dos Riscos e EPI´s a serem utilizados; • Utilização de barreiras físicas constituídas de material isolante a radiação (chumbo e concreto) entre o trabalhador e a fonte; • Armazenamento e descarte adequado dos materiais; 32 • Adoção de EPI´s com revestimentos de chumbo (avental, protetor de gônadas, tireoide e óculos de vidro com proteção lateral); • Manter os EPI´s guardados num local apropriado para evitar danos em suas camadas de proteção; • Utilização de Dosímetros de bolso individuais para o monitoramento da exposição da radiação; • Realização de Exames médicos periódicos. Os operadores de raios-X e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. Seguem algumas medidas de controle do agente físico radiação não ionizante: • Utilização de bloqueadores solares; • Utilizar camisas de proteção UVA/UVB, calças compridas, chapéu ou Boné, óculos de sol e protetor solar. • Isolamento da fonte de radiação ex: Biombo protetor para operação em solda; • Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de forno). Radiações não ionizantes são radiações a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc. Seguem algumas medidas de controle do agente físico pressões anormais: • Treinamentos dos trabalhadores quanto a forma correta de realizar a descompressão a fim de evitar traumas e doenças descompressivas; • Rigoroso controle nos Exames Médicos Ocupacionais; Seguem algumas medidas de controle do agente físico ruído: • Substituição de equipamento por outro com menor nível de ruído; • Plano de Manutenção de Máquinas com previsão de ajustes, regulagens, lubrificação e troca de partes móveis (rolamentos); • Segregação de fontes de ruído isolando da área que tem mais funcionários diminuindo a exposição ao risco; 33 • Enclausuramento da fonte de ruído com a utilização de material absorvente, afim de neutralizar ou reduzir o nível de exposição do trabalhador; •Realização de medições periódicas no local de trabalho; • Realização de Exames Médicos Periódicos; • Utilização de Protetores Auriculares (Tipo plug e/ou concha) conforme o nível de ruído a ser reduzido. Seguem algumas medidas de controle do agente físico vibração: • Substituição de equipamentos por outros que produzam menor nível de vibração; • Instalar dispositivos anti-vibração em assentos; • Adotar sistema de revezamento dos trabalhadores expostos ao risco de vibração diminuindo o tempo de exposição; • Adotar calços de borracha contra vibração de máquinas; • Utilização de EPIs (luvas anti-vibração e botas de borracha). Seguem algumas medidas de controle do agente físico umidade: • Adoção de canaletas para permitir o escoamento da água no ambiente; • Possibilitar um estudo de modificações no processo de trabalho; • Adoção de estrados de madeira; • Realizar a atividade em piso que absorva a água; • Adoção de EPIs (Botas de PVC, luvas de borracha, Avental de PVC) e etc. 2. Agentes Biológicos Esses agentes são geralmente encontrados em serviços de saúde, cemitérios, aterros sanitários e etc. Seguem algumas medidas de controle dos agentes biológicos: • Fazer regularmente o controle rigoroso da limpeza, desinfecção de todos os ambientes reduzindo a incidência da proliferação de contaminantes no ambiente; • Dispor de Lavatório para higienização das mãos com o fornecimento de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira com acionamento automático de abertura evitando o contato das mãos; 34 • Seguir os procedimentos gerais de padrões internos e universais conforme diz as Normas de Segurança e Certificações entre algumas pode-se citar: Protocolos de segurança, adoção de EPI´s conforme os riscos e a exigência de seu uso correto, treinar os colaboradores para o correto manuseio dos instrumentos perfurocortantes descartando-lhes na caixa de descartex utilizadas como coletoras, evitando o reencape de agulhas ou a desconexão da mesma na seringa; • Estabelecer o uso adequado das vestimentas e EPI´s habituais a rotina dos trabalhadores de coleta de lixo, de trabalhadores de aterro sanitário, de trabalhadores do serviço hospitalar entre outros que estejam em contato com o agente biológico, tais exemplos de EPI´s: aventais, jaleco, toucas, máscara, luvas, avental cirúrgico, protetor auricular, óculos de proteção, protetor facial, sapatos fechados, máscaras, botas, pró- pés); • Fazer uso de dispositivos de segurança como conectores e sistemas de infusão sem agulhas, agulhas e seringas com travas de segurança e seringas com sistema retrátil da agulha; • O recipiente para acondicionamento dos perfurocortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. • São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas; • Treinamento dos trabalhadores para a correta segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos; • Estabelecer a rigorosa norma da higienização das mãos antes e depois de cada procedimento; • Manter controle rigoroso de Higienização de todas as vestimentas usadas nos blocos cirúrgicos e obstétricos, nas UTI´s, nos locais com a presença de pacientes com doenças infectocontagiosas; • Seguir controle de Vacinação dos colaboradores; • Em hipótese nenhuma será permitindo usar as pias de trabalho para outros fins como por exemplo manusear alimentos sobre ela; • É proibido aos colaboradores fumar nas áreas externas e internas, do mesmo modo o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho, não se pode 35 guardar e nem consumir alimentos e nem bebidas nos postos de trabalho deverá ter locais destinados para este fim, os calçados devem ser obrigatoriamente fechados e devem dispor de local para a sua guarda bem como os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais; • Tratamento médico de emergência para os trabalhadores em caso de exposição acidental aos agentes biológicos, ou seja, seguir Protocolo de Segurança para o atendimento do colaborador em caso de exposição ao material orgânico. • Adotar as medidas para descontaminação do local de trabalho. • Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. • O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas. 3. Agentes Químicos Esses agentes se concentram em diversas substâncias que podem estar presentes contaminando o ambiente de trabalho e causando vários danos a integridade física e mental dos trabalhadores. Veja algumas medidas de controle dos agentes químicos: • Se for possível trocar a substância por outra menos tóxica ou lesiva; Para aprofundar mais seus conhecimentos sugiro uma leitura da Norma Regulamentadora NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32.pdf Assista o vídeo abaixo sobre um modelo de protocolo de atendimento pós- exposição a material biológico https://www.youtube.com/watch?v=KXHFe51DeXU&t=110s 36 • Propor no processo produtivo da fábrica a automatização com as mudanças tecnológicas; • Fazer o Enclausuramento da operação, evitando que os agentes contaminantes se propaguem e entre em contato com o trabalhador; • Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento; • É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos; • Adotar a Umidificação como forma de controlar as poeiras; • Implantar sistema de ventilação exaustora local com todos os procedimentos de segurança e manutenção garantindo a remoção dos diversos tipos de poluentes (poeiras, gases, vapores, fumos) diretamente na fonte antes que eles sejam desprendidos externamente; • Estabelecer quais são as Classificações e rotulagens das substâncias químicas; • Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento; • Os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, devem ter uma ficha descritiva chamada FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos) contendo, no mínimo, as seguintes informações: as características e as formas de utilização do produto; os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente, considerando as formas de utilização; as medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhadores; condições e local de estocagem; procedimentos em situações de emergência; • Dispor de EPI´s adequados a função tipo: máscaras, óculos, cremes protetores, luvas e botas; • Adotar regularmente a rotina da higiene pessoal com alguns cuidados como: de lavar as mãos, o rosto e os cabelos no fim da jornada de trabalho e nas pausas para refeições. 37 4. Riscos de Acidente ou Mecânico São inúmeros os riscos de acidentes num ambiente de trabalho, portanto, é relacionado com qualquer situação que provoque a alteração da rotina habitual do trabalhador, essa variedade está diretamente ligada a atividade que está sendo realizada, cita-se por exemplo ferramentas inadequadas, operação de máquinas desprotegidas, etc.Dessa forma, seguem algumas medidas gerais de controle dos riscos de acidente: • Manter o arranjo físico adequado; • Dispor de um local de trabalho devidamente organizado com os objetos distribuídos adequadamente e bem localizados; • Prender os fios elétricos, não deixar fios (elétricos ou de telefone) estendidos em áreas de passagem; • Não deixar pisos molhados e escorregadios evitando assim risco de quedas; • Evitar Riscos de Eletricidade por conta de Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção. • Manter o ambiente bem iluminado; • Fornecer os EPI´s adequados para os riscos aos que os trabalhadores estão expostos. Medidas de controle gerais que podem ser utilizadas para todos os riscos: • Estabelecer cronograma de treinamentos e capacitações a fim de promover a conscientização dos colaboradores; • Estabelecer o sistema de rodízios e pausas durante a jornada de trabalho; • Reduzir o número de trabalhadores expostos aos riscos; • Estabelecer cronogramas de manutenções periódicas de máquinas e equipamentos; • Dispor de sistema de sinalização visualizando os riscos nos locais; • Armazenamento, manipulação e transporte adequado conforme procedimento de segurança de produtos inflamáveis; • Realização dos exames periódicos; • Adotar equipamentos de prevenção e combate a incêndio nas diversas áreas das empresas. • Manter o local de trabalho sempre limpo e organizado. 38 3.Competência 03 | Estruturar e Desenvolver Avaliação Ergonômica nos Ambientes de Trabalho Você agora irá aprofundar seus conhecimentos sobre a ergonomia!!! Você aprenderá sobre os riscos ergonômicos, entenderá melhor sobre essa ciência que é denominada Ergonomia. Iniciando os seus estudos você identificará como foi seu surgimento, onde ela atua e como interfere diretamente na vida laboral dos colaboradores proporcionando condições para a melhoria da qualidade de vida como também, na redução de acidentes e/ou doenças LER (Lesões por esforços repetitivos) e DORT (Doenças Osteomusculares) relacionadas ao trabalho. 3.1 Surgimento da ergonomia Você lembra que na primeira semana, foi feita uma viagem no cenário histórico da época da Revolução Industrial? Lá você viu que o avanço industrial das máquinas à vapor, gerou riqueza na indústria e desencadeou em ambientes de trabalhos que acidentaram, adoeceram e ceifaram a vida de muitos trabalhadores. Posteriormente a esse cenário da história a Ergonomia surge após a 2ª Guerra Mundial, tendo em vista as falhas ocorridas na interface entre o homem e a máquina, era notável a dificuldade que as pessoas tinham de lidar com os equipamentos, ocasionando numa ação humana sujeita a cometer erros, onde muitos militares morreram. Nesse sentido, acadêmicos e psicólogos militares desenvolveram pesquisas na área e investigaram sobre a interação entre pessoas, equipamentos e ambiente, sendo necessário aplicar os conhecimentos científicos e tecnológicos em função de melhores aviões, submarinos, tanques, radares e armas mais eficientes, já que os soldados tinham que ser muito habilidosos e precisos na operação militar enfrentando condições ambientais adversas que ocasionava muitas vezes em muito erros e acidentes matando os militares. Finalizada a guerra, houve um aumento de diversos profissionais comprometidos com uma série de projetos, a fim de proporcionar uma adaptação desses instrumentos de guerra às características e capacidade desses soldados que operavam essas máquinas. Sendo assim aparece o termo ergonomia que foi proposto em 1857 pelo polonês Wojciech Jarstembowsky, quando ele publicou um artigo intitulado “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho”, e eis que surge o interesse na área de ergonomia que foi crescendo rapidamente, em 39 especial na Europa e nos Estados Unidos da América, e em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, foi fundada, Ergonomics Research Society (Sociedade de Pesquisa em Ergonomia) – hoje Institute of Ergonomics and Human Factors (BROWNE et al., 1950). E alguns anos depois, em 1961, foi criada a International Ergonomics Association (Associação Internacional de Ergonomia - IEA). Também pode-se mencionar que nesse mesmo período, pós-guerra, os Estados Unidos, juntamente com a marinha e a sua força aérea, se mobilizaram para montagem de um laboratório de pesquisa ergonômica, a fim de estudar e melhorar a eficiência de suas aeronaves e submarinos. Portanto, vê-se que a ergonomia possibilitou o avanço e o desenvolvimento tecnológico. 3.2 Entendendo a ergonomia Vamos conhecer agora o significado dessa palavra Ergonomia, você tem ideia do que significa, ficou curioso? Ergonomia é uma palavra de origem grega, ergon que significa trabalho e nomos que significa normas, regras, leis. Segundo a definição de Wisner, (1987): a “Ergonomia constitui o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao ser humano e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas, e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia”. Vejamos outro conceito: “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamentos e ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento” (IIDA, 2005, p. 54) Portanto, na medida que é feito esse estudo da interação do homem com o meio que o cerca, deixará claro que dentro da empresa a ergonomia tem como objetivo adequar o posto de trabalho ao homem de maneira que esse trabalhador efetue suas tarefas com um máximo de Alguns estudiosos acreditam que o surgimento da ergonomia ocorreu com a criação de ferramentas para melhorar a atividade da caça, tornando-as mais eficazes e confortáveis para o caçador primitivo, evidenciando uma ação ergonômica: Adaptar o trabalho ao homem. 40 conforto e segurança, favorecendo a prevenção de patologias ocupacionais e contribuindo para uma melhor eficiência no desempenho das funções, o que acarretará numa maior produtividade. No Brasil, existe a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO, fundada em 1983, sendo filiada a IEA. Segundo a ABERGO (2000), “A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro”. Nessa perspectiva todo estudo dessa ciência envolverá essas interações entre pessoas x tecnologia x organização do trabalho x ambiente laboral, com o propósito de serem feitas intervenções ergonômicas. Pode-se destacar que a Ergonomia tem papel interdisciplinar baseado em outras áreas do conhecimento cientifico, como antropometria, biomecânica e outras. Então estudante destaco para você a importância da Antropometria! Então leia atentamente sobre ela logo a seguir! Segundo Wachowicz (2013), estas questões antropométricas reiteram que a ergonomia não trabalha com médias corporais, ou seja, o autor quer evidenciar, que no momento que se tem uma máquina, um layout ou posto de trabalho tudo deve ser projetado e desenvolvido para cada indivíduo em particular, sob medida ou de forma personalizada para gerar conforto, segurança e bem-estar. Claro que para não se ter tanta especificidade a ergonomia busca o ajuste, a adaptação ou regulagem dos postos e do layout, para que cada trabalhador faça as devidas adaptações do seu local de trabalho para as suas proporções físicas. Em relação a antropometria destacamos que a origem da palavra antropometria vem do grego que significa anthropos, homem, e, metron, medida, ou seja, é uma técnica que estabelece a obtenção de medidas físicas do corpo humano ou de suas partes. Essa técnica pode dar uma leitura de parte ou de toda a população de um determinadolocal, onde deve-se considerar a diversidade de cada indivíduo com um biótipo específico para altura, peso, medida de mãos, dedos, braços, pernas, peito do pé, coxas, quadril e ombros, desse modo, pode-se destacar que as variações das medidas diferem entre sexo; faixa etária; etnia; genótipo e região climática. 41 Com isso, o estudo antropométrico se torna uma ferramenta necessária que permite a análise de projetos dos postos de trabalho onde esse trabalhador está inserido, os utensílios que serão manuseados, os calçados, os EPI´s entre outros. Também se ressaltam as pesquisas observadas nas duas classificações da Antropometria: • Estática – onde se refere ao corpo parado ou com poucos movimentos levando em consideração as medições através de pontos anatômicos, por exemplo, o comprimento entre ombro e cotovelo ou entre o quadril e joelho; • Dinâmica - o homem em movimento, nesse caso é medido os alcances dos movimentos no momento da execução da tarefa. Agora vamos trazer outra área de conhecimento importante para a Ergonomia que é a Biomecânica, então queria lhe fazer a seguinte pergunta, você sabe o que é Biomecânica? Então estudante, viu como essas áreas de conhecimentos são extremamente importantes para uma análise ergonômica do posto de trabalho na empresa? Nesse sentido vamos complementar com outro assunto muito importante, que são as posturas que esse trabalhador precisa executar ao desenvolver alguma atividade laboral. Segundo Lida (2005) postura é o estudo do posicionamento relativo de partes do corpo, como cabeça, tronco e membros, no espaço. A boa postura é importante para a realização do trabalho sem desconforto ou estresse. Para alguns postos de trabalho não há como não se ter uma postura inadequada, como por exemplo, para os trabalhadores que permanecem agachados, submersos, em altura. É preciso redesenhar postos, ferramentas, equipamentos, melhorar posturas para a promoção da redução da fadiga, dores corporais, adoecimentos, acidentes com lesões permanentes, afastamentos (WACHOWICZ, 2013). Para Lida (2005) existem três situações principais em que a má postura pode produzir consequências danosas: 1. Trabalhos estáticos que envolvem uma postura parada por longos A Biomecânica que se baseia no estudo dos movimentos corporais e das forças empregadas na execução das tarefas, ou seja, considerações de alcance, força e velocidade dos movimentos do corpo (WACHOWICZ, 2013). 42 períodos. 2. Trabalhos que exigem muita força. 3. Trabalhos que exigem posturas desfavoráveis, como o tronco inclinado e torcido. Nesse sentido após refletirmos sobre movimentos do corpo, posturas, quero lhe mostrar a importância desses assuntos, pois eles estão relacionados ao que a NR 17 trata, sobre as características psicofisiológicas do indivíduo, ou seja, tais características fazem parte de todo o conhecimento atual sobre fisiologia e psicologia humana, nesse sentido o trabalhador passará por várias influências ambientais no momento que ele executa suas atividades, sendo acionadas várias situações como a capacidade ventilatória, a visão a audição e todos os demais sentidos. Para complementar o que foi abordado no parágrafo anterior, vamos refletir sobre o que significa adequar os equipamentos à natureza do trabalho? Pois a NR 17 cita como objetivo, permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho. Quando são selecionados adequadamente os equipamentos que melhor executem a atividade laboral facilitando a usabilidade, eficiência e eficácia dele. Por exemplo, uma cadeira confortável que é utilizada para assistir televisão, mas esse mesmo tipo cadeira não pode vir a atender as necessidades de uma secretária que trabalha dentro de um escritório, onde utiliza o microcomputador, atende várias vezes ao telefone, desse modo, para atender de fato à natureza dessa atividade, essa cadeira deve dispor de: Encosto regulável, regulagem de altura, regulagem braços, e etc. Conclui-se nesse exemplo acima que foi preciso avaliar a atividade real do trabalhador para assim adotar sua cadeira conforme suas necessidades, não havendo uma única cadeira ergonômica de uso geral para todo tipo de atividade. Perceba que o trabalho deve ser encarado como uma satisfação, deve ser motivador proporcionando ao trabalhador seu conforto físico e mental, não evidenciando apenas meio de Perceba que a ergonomia está a nossa volta: Numa casa, na escola, no transporte coletivo, e etc. 43 sobrevivência. Portanto, todas as questões ambientais, psicológicas precisam ser favoráveis nesse processo. Imagine um ambiente laboral, onde o trabalhador passe o dia sentado, atendendo vários clientes no telefone, com conflitos entre os colegas, com sua chefia cobrando metas e além disso, sofrendo assédio moral. Nesse cenário, repercutirá um trabalhador com doenças psicológicas e físicas, com faltas, atrasos, insatisfação e diminuição da produtividade. É preciso entender que o aumento da produtividade não é uma questão primordial para a ergonomia, mais no momento que há um ambiente de trabalho não nocivo, isso acaba repercutindo em trabalhadores saudáveis que acabam produzindo mais. Você sabia que a Ergonomia se divide em 4 fases distintas? São elas: • Primeira Fase ou Ergonomia Tradicional – Nesse período existe o interesse dos cientistas em estudar e elaborar projetos modificando o layout dos postos de trabalho, com a finalidade de melhorar questões fisiológicas e biomecânicas do ambiente de trabalho e na interação dos sistemas homem-máquina, permitindo um melhor alcance motor e visual dos funcionários. • Segunda Fase ou Ergonomia do Meio Ambiente – Nessa fase verifica-se as questões relacionadas à higiene, como obter esse ambiente longe de agentes agressivos e confortável para o desempenho da atividade desse trabalhador. Se verifica Normas e padrões ambientais para níveis de ruído, temperatura, vibração, iluminamento, qualidade do ar que interferem na saúde do homem/trabalhador. Portanto, nessa etapa, os postos de trabalho e o ambiente passam a ser adequados ao homem. VANTAGENS DO INVESTIMENTO COM ERGONOMIA: • Reflete na imagem da empresa, com a inovação de técnicas produtivas e na melhoria dos produtos para os clientes; • Ergonomia reflete na redução dos afastamentos, encargos sociais e indenizações trabalhistas; • Reduz o retrabalho, perdas, custos, melhora a produtividade. 44 • Terceira Fase ou Ergonomia de Software ou Cognitiva - trata do processamento de informações, que estourou com o advento da informática a partir da década de 1980. Tem seu campo de estudo no modo como as pessoas pensam e processam a informação para a tomada de decisão nas tarefas, ou seja, a mobilização operatória sendo processada para efetuar as capacidades mentais. Nessa fase, começa a operar outro ramo científico, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informação mais adequados à capacidade mental do homem, muito comum à informática, na usabilidade das interfaces entre o operador e os equipamentos. • Quarta Fase Macroergonomia ou Ergonomia Organizacional - Visão mais ampla da ergonomia, que não mais se restringe ao operador e sua interação com a máquina, atividade e ambiente, mas também engloba o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema. Diferencia-se das anteriores por priorizar o processo participativo envolvendo administração de recursos, trabalho em equipe, jornada e projeto de trabalho entre outros. (Ergonomia: Fundamentos e aplicações, 2021). Classificação da ergonomia 1. Ergonomia de Concepção ou Ergonomia Proativa Quando é criado um projeto, é feita a Ergonomia de Concepção ou Ergonomia Proativa, nessa fase se dá o planejamentoe concepção quer seja dos locais, dos postos e instrumentos de trabalho sendo realizada as intervenções ergonômicas em tais projetos. Ela pode ser considerada a mais viável, pois nesse momento muitas questões são pensadas em função de proporcionar um ambiente de trabalho adequado, saudável, antes mesmo dos trabalhadores iniciarem suas atividades. 2. Ergonomia de Correção ou Ergonomia Reativa Essa Ergonomia de Correção ou Ergonomia Reativa ocorre nas intervenções que se fazem nos ambientes reais onde já se encontram as atividades laborais. Nesse momento é feito o estudo e são identificados os problemas ergonômicos nas funções para assim, analisar e posteriormente adotar as recomendações/medidas para corrigir ou ao menos minimizar o desconforto nos postos de trabalho, nas rotinas e procedimentos das funções laborativas. 3. Ergonomia de Conscientização 45 Através da Ergonomia de conscientização são adotadas programações de treinamentos e palestras voltadas para os trabalhadores individualmente ou em coletivo, a fim de prepara-los para que os mesmos possam ser instruídos para identificar e corrigir problemas ergonômicos que venham a surgir no seu posto de trabalho. Essa prática é importante não apenas para a empresa, cujos funcionários se sentirão mais bem-dispostos para a execução de suas tarefas, como também para os próprios funcionários, que sentirão menos cansaço durante e depois da realização de suas tarefas. (Ergonomia: Fundamentos e aplicações, 2021). 4. Ergonomia de Participação Nessa perspectiva de ergonomia de Participação existe a figura do usuário do sistema que interfere na solução de problemas ergonômicos. Neste caso, esse usuário está dotado de conhecimento prático, o que as vezes, se torna despercebido pelo projetista na ergonomia de concepção. Será considerada a figura do usuário, sob duas óticas: uma pelo próprio trabalhador, na medida que coopera nas propostas de alterações do posto de trabalho, e por último o consumidor, quando se trata do produto de consumo. 3.3 Risco Ergonômico Na maioria das vezes as pessoas associam os riscos ergonômicos a funções que envolvem movimentos repetitivos, carregamento de peso, longas jornadas de trabalho e etc., no entanto, riscos ergonômicos vai mais além do que estes, nesse caso acima são referidos todos os fatores que estão associados a um ambiente de trabalho cansativo e com sobrecargas físicas. Entretanto, quando se envolve o lado psicossocial do ser humano identifica-se também o risco ergonômico. Nesse aspecto é dividido o risco ergonômico em duas categorias: A primeira está baseada ao esforço desempenhado em atividades penosas e a outra está relacionada ao lado psicológico e a convivência do trabalhador com a equipe de colegas e chefia no ambiente de trabalho. Com isso estudante, os fatores que envolvem o lado psicossocial do trabalhador devem ser analisados e considerados relevantes pois eles também, podem afetar o trabalhador levando-o ao adoecimento. Vamos conhecer agora um exemplo de doença que pode acometer o trabalhador devido a um ambiente laboral exaustivo emocional e fisicamente. 46 Outros exemplos de riscos ergonômicos: Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de serviço prolongadas, monotonia, repetição e outras situações causadoras de estresse físico e /ou psíquico. Seguem algumas medidas gerais que podem ser implementadas em um ambiente, com o objetivo de eliminar ou reduzir os riscos ergonômicos. Medidas Gerais • Adotar pausas entre a jornada de trabalho para evitar a sobrecarga da musculatura; • Fazer rodízios de tarefas entre as equipes; • Adotar momentos de pausas para descanso durante a jornada de trabalho; • Dar assistência médica e cumprir calendário dos exames periodicamente; • Investir em palestras para propor ambiente de trabalho harmonioso e reduzir a competitividade entre os colaboradores; • Estabelecer metas coletivas e não individuais; • Investir em Campanhas Educacionais para qualidade de vida, com hábitos saudáveis, alimentação balanceada, pratica de exercícios físicos, qualidade de sono diário de no mínimo seis horas. • Conscientização do trabalhador na área prevencionista de saúde e segurança, como da valorização pessoal dele e da importância do lazer em momentos de família; • Conscientizar das relações interpessoais, buscando um bom relacionamento com colegas e trabalho, familiares e amigos; Conheça uma doença chamada de Síndrome de Burnout, suas causas e como prevenir. Acesse os Links: https://www.youtube.com/watch?v=OxFuOT7TBOs https://www.youtube.com/watch?v=sffX0YFK03E 47 • Investimento de terapias corporais de relaxamento, alongamento e reeducação postural. • Adoção de Ginástica Laboral. 3.4 Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia Agora você vai percorrer nossa jornada de conhecimento tratando sobre a NR 17, essa norma é especifica sobre a Ergonomia e está atualizadíssima pois houve uma mudança conforme a Portaria MTP nº 423, no dia 07 de Outubro de 2021, vigorando desde 03 de Janeiro de 2022. Então, a Nova NR 17, visa estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho, conforme item 17.1.1. Dessa forma, destaca-se que essas condições de trabalho envolvem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário dos postos de trabalho, ao trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais, às condições de conforto no ambiente de trabalho e à própria organização do trabalho. NR 17.1.1.1. As empresas em geral estão investindo em ginástica laboral com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos seus colaboradores. Assista esses vídeos e se aproprie desse conteúdo. https://www.youtube.com/watch?v=YOJtR-BsIko https://www.youtube.com/watch?v=kEclzXtH9FQ Convido você a dar uma paradinha na leitura do E-book e assistir a nossa vídeoaula 48 A avaliação ergonômica preliminar pode ser contemplada nas etapas do processo de identificação de perigos e de avaliação dos riscos descrito no item 1.5.4 da Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01) – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. 17.3.5. Devem integrar o inventário de riscos do PGR: a) os resultados da avaliação ergonômica preliminar; e b) a revisão, quando for o caso, da identificação dos perigos e da avaliação dos riscos, conforme indicado pela AET. 17.3.6. Devem ser previstos planos de ação, nos termos do PGR, para: a) as medidas de prevenção e adequações decorrentes da avaliação ergonômica preliminar, atendido o previsto nesta NR; e b) as recomendações da AET. 17.4.1 A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração: a) as normas de produção; b) o modo operatório, quando aplicável; c) a exigência de tempo; d) o ritmo de trabalho; e) o conteúdo das tarefas e os instrumentos e meios técnicos disponíveis; e f) os aspectos cognitivos que possam comprometer a segurança e a saúde do trabalhador. 17.8 Condições de conforto no ambiente de trabalho 17.8.1 Em todos os locais e situações de trabalho deve haver iluminação, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. 17.8.2 A iluminação deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. No item 17.8.3 em todos os locais e situações de trabalho internos, deve haver iluminação em conformidade com os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho estabelecidosna Norma de Higiene Ocupacional nº 11 (NHO 11) da Fundacentro - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes Internos de Trabalho, versão 2018. 17.8.4 Nos locais de trabalho em ambientes internos onde são executadas atividades que exijam manutenção da solicitação intelectual e atenção constantes, devem ser adotadas medidas de conforto acústico e de conforto térmico, conforme disposto nos subitens seguintes. São exemplos de locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, etc. Vale salientar que para a ergonomia são recomendadas condições de conforto, que obedecem às faixas relativas ainda menores que os limites de tolerância para agentes físicos. 49 17.8.4.1.1 O nível de ruído de fundo para o conforto deve respeitar os valores de referência para ambientes internos de acordo com sua finalidade de uso estabelecidos em normas técnicas oficiais. 17.8.4.1.2 Para os demais casos, o nível de ruído de fundo aceitável para efeito de conforto acústico será de até 65 dB(A), nível de pressão sonora contínuo equivalente ponderado em A e no circuito de resposta Slow (S). 17.8.4.2 A organização deve adotar medidas de controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade com a finalidade de proporcionar conforto térmico nas situações de trabalho, observando-se o parâmetro de faixa de temperatura do ar entre 18 e 25 °C para ambientes climatizados. A partir do momento que a empresa passa a investir no conforto do trabalhador, esse ambiente se torna confortável e saudável repercutindo diretamente na produção desse trabalhador, reduzindo a incidência de doenças musculoesqueléticas. Outras recomendações de conforto são no mobiliário e equipamentos que sejam ajustáveis, que respeitem a anatomia do corpo humano e a natureza do trabalho a ser executado. 3.5 Análise Ergonômica de Trabalho (AET) Agora vamos tratar sobre análise ergonômica do trabalho (AET) considerada como ergonomia de correção, a mesma foi elaborada por pesquisadores franceses, o objetivo da (AET) é avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Com isso, cabe a organização realizar a AET nos setores da empresa, sendo que na nova NR 17 está estabelecido dois tipos de Avaliações Ergonômicas do Trabalho: • A Avaliação Ergonômica preliminar que pode ser realizada por meio de abordagens qualitativas, semiquantitativas, quantitativas ou combinação dessas, dependendo do risco e Veja a NR 17 completa com os dois anexos que falam dos operadores de checkout e de teleatendimento/telemarketing Acesse o link abaixo da NR 17: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas- regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf 50 dos requisitos legais, a fim de identificar os perigos e produzir informações para o planejamento das medidas de prevenção necessárias. (Subitem 17.3.1 da Norma) • A Avaliação Ergonômica do Trabalho – AET da situação do trabalho ocorre quando: observada a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da situação; identificadas inadequações ou insuficiência das ações adotadas; sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores, nos termos do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO e da alínea “c” do subitem 1.5.5.1.1 da NR 01; ou indicada causa relacionada às condições de trabalho na análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos do Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR. (Conforme subitem 17.3.2) A partir do momento que você coleta as informações dos funcionários se dá a AET conforme se vê no subitem 17.3.3 A AET deve abordar as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta NR, incluindo as seguintes etapas: a) análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do problema; b) análise do funcionamento da organização, dos processos, das situações de trabalho e da atividade; c) descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e ferramentas adequados para a análise e sua aplicação, não estando adstrita à utilização de métodos, técnicas e ferramentas específicos; d) estabelecimento de diagnóstico; e) recomendações para as situações de trabalho analisadas; e f) restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções efetuadas, quando necessária, com a participação dos trabalhadores. Ressalta-se que é necessário verificar as atividades dos trabalhadores (Tarefa prescritas e tarefas reais), em seguida é preciso investigar as queixas e/ou registros no setor médico que podem determinar um problema ou uma situação problemática. Sendo indicada de forma localizada para cada posto de trabalho da empresa. A AET compreende-se nas seguintes etapas, são elas: a análise de demanda; funcionamento da organização, dos processos, das situações de trabalho (a análise da tarefa e a análise da atividade), descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e ferramentas; estabelecimento de diagnóstico; as recomendações; e a restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções efetuadas. • Análise de Demanda 51 Nessa etapa inicial da análise ergonômica, você vai conhecer a empresa, situar o problema a ser analisado diante do estudo dessa demanda. A partir do levantamento de dados necessários, você irá atrás de informações que possam ser seguras sobre essa demanda, é extremamente importante fazer as consultas em alguns setores como: no departamento de medicina do trabalho, no setor de recursos humanos e no setor de engenharia industrial, coletando dados estatísticos referentes a doenças ocupacionais, acidentes, taxas de absenteísmo e de rotatividade envolvendo a participação de todos os atores sociais. Em seguida você irá no setor a ser estudado para identificar e analisar a situação de trabalho a ser estudada. Contudo, se faz necessário preparar o terreno, ou seja, ir previamente no setor conversar com os colaboradores informando da visita e do estudo ergonômico o qual será feito, reconhecer como é o funcionamento da empresa e se possível agendar visitas adicionais nas empresas do mesmo grupo ou ramo de atividade. • Funcionamento da organização, dos processos, das situações de trabalho: entender como a organização do trabalho é estruturada como são os horários de trabalho, a jornada, como é estruturada essa dinâmica da empresa daí compreende-se: A Análise da Tarefa: Se baseia na prescrição descrita do trabalho a ser executado em documentos formais como procedimentos operacionais e descrição de cargos. Nessa etapa vai ser analisada a tarefa prescrita, onde serão identificados os objetivos fixados pela empresa, a metodologia de trabalho definidas por instruções, e a tarefa real, consiste no objetivo que o trabalhador executa. Desse modo, ambas as formas são vistas, tanto no processo do trabalho prescrito como no trabalho executado também, avaliando o descompasso entre o que é exigido e o que é realmente executado. Desse modo, poderão ser identificados os diferentes aspectos da realidade do trabalho e as dificuldades pertinentes da atividade que serão levantadas. A Análise da Atividade: Nessa etapa verifica-se como se encontra o colaborador dentro desse ambiente de trabalho (posto de trabalho), descreve-se toda a atividade executada por esse colaborador, a fim de atingir os objetivos de produção, desse modo, pode-se usar técnicas como: entrevista oral ou escrita, fazer filmagem da atividade, registros de fotos e descrição dos métodos e técnicas utilizadas. Precisa-se ressaltar que essas atividades executadas por eles recebem influencias de fatores internos e externos. Entre os fatores internos destacam-se: A formaçãoescolar e profissional 52 desse trabalhador, idade, sexo, medidas antropométricas, disposições momentâneas como motivação, sono / vigília e fadiga. Em relação aos fatores externos serão destacadas as condições ambientais de trabalho como: ruído, vibração, iluminação, temperatura, riscos de acidentes, produtos químicos, e etc.; as condições técnicas do trabalho são: infraestrutura disponível, mobiliário, equipamentos, máquinas, ferramentas, fluxo de produção, documentos e etc.; e as condições organizacionais de trabalho são: horas extras, turnos de revezamento, trabalho noturno, pausas, horários, ritmo de trabalho e etc. • Descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e ferramentas Descrever a metodologia da ferramenta que será utilizada para poder embasar seu relatório na análise ergonômica do trabalho, pois há uma infinidade de métodos, técnicas e ferramentas que dependendo de cada condição de risco poderá ser utilizada pelo avaliador. • Estabelecimento de diagnóstico A partir das situações levantadas, em detalhes, o diagnostico quanto mais embasado, quanto mais criterioso, melhor será a qualidade de seu relatório, onde esse diagnóstico poderá comtemplar todas possíveis situações de riscos, os perigos que você vai identificando a fim de formula-se um diagnóstico local, ou seja, mediante todos os dados que foram coletados no decorrer da atividade, todos os riscos que foram expostos no local de trabalho e outros fatores relacionados a empresa, os quais repercutiram diretamente na atividade do colaborador, sendo em seguida destacadas as causas que provocaram o problema, que foi descrito na análise de demanda. Por exemplo: O aumento no nível de estresse em operadores de Call Centers, pode ser devido ao assédio moral que sofreram pela chefia e colegas de trabalho. • As recomendações Para fixar na sua memória as etapas da AET se dá primeiramente quando: é feito um levantamento dos problemas dentro do ambiente de trabalho, em seguida, identifica-se a população dos trabalhadores suas especificidades pessoais, quais as tarefas prescritas, as tarefas reais, e como esse colaborador se comporta no trabalho. Com base nessa coleta de dados levantados vai ser desenvolvido os diagnósticos locais, que vão ser imprescindíveis para sinalizar e formular as recomendações ergonômicas de intervenção, estabelecendo um cronograma de ações com a estimativa de prazos para essas recomendações serem implantadas. 53 Quando é feito todo o esforço para estudar e desenvolver uma intervenção ergonômica é interesse principal modificar a situação de trabalho lesivo desse trabalhador, ou seja, melhorar a situação de trabalho dele a fim de que possa evitar as lesões LER/DORT e acidentes de trabalho e outras doenças do trabalho e/ou ocupacional. • A restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções efetuadas A partir do momento que você fez suas análises ergonômicas do trabalho, com o passar do tempo você precisará validar e revisar se as ações propostas deram resultados esperados, com isso, se espera que seja mantido um programa de Ergonomia que seja efetivo na organização, e dessa forma, não precisará ser feitas repetidamente novos levantamentos se não houver necessidade, e é importante que os funcionários da organização possam participar desse momento de revisão e validação relatando se as ações propostas surtiram efeitos. 54 Conclusão Então estudante nossa viagem pelo campo do conhecimento da Ergonomia chegou ao fim, foi uma imensa satisfação proporcionar esses momentos de estudos, onde você pode compreender a importância desse assunto, não somente na vida pessoal mais no cotidiano da vida pessoal. Por isso, a partir desse momento que você assimilou esses conteúdos tão importantes, você possa procurar se capacitar profissionalmente entendendo melhor sobre essa disciplina de Ergonomia e Saúde Ocupacional, onde nessa viagem foram percorridas três semanas, que possibilitou e lhe instigou a ter uma visão da importância da Ergonomia e Saúde Ocupacional na área profissional de Segurança do Trabalho. Desse modo, espero ter contribuído na sua trajetória do conhecimento, e com toda certeza todos esses conteúdos já podem fazer parte de sua vida, estando firmados no seu processo de ensino aprendizado, repercutindo numa visão prevencionista de futuro Técnico de Segurança do Trabalho, comprometido na promoção da Saúde e Segurança dos colaboradores, na empresa que um dia você fará parte, no decorrer da sua carreira profissional. 55 Referências Conheça um pouco da história da ergonomia. Disponivel em: https://beecorp.com.br/historia-da-ergonomia/ Acessado em: 12 NOV. 2021. Ergonomia: Fundamentos e aplicações. Disponivel em: https://statics- submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/122304070.pdf. Acessado em: 12 NOV. 2021. Evolução histórica da engenharia de segurança do trabalho. Disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta96/ anete/cap2/cap2_ane.htm FERRARI, M. Curso de segurança, saúde e higiene no trabalho. 1. ed. Bahia: podivm, 2010. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. rev. e ampliada. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. MENDES, René; DIAS, Elizabeth Costa. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 25, p.341-349, 1991. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v25n5/03.pdf Acesso em: 21 jan. 2020 MINAYO-GOMEZ, Carlos; THEDIM-COSTA, Sonia Maria da Fonseca. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13,p.21-32, 1997. Disponível em: <scielo.br/pdf/csp/v13s2/1361.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2020. MORAES, M.V.G. 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Disponível em: http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/LIVROS%20SEGURAN%C3%87A%20DO%20TRABALHO/M%C3%B3 dulo%20III/18%20Ergonomia/Livro_Ergonomia.pdf Acesso em: 19 NOV. 2021 57 Minicurrículo do Professor Fabiana Roberta Alves de Matos Batista FORMAÇÃO • Pós- graduação: Ergonomia (Especialização) - 2008 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE • Graduação: Pedagogia (Bacharel e Licenciada) – 2003297860 • Universidade Federal de Pernambuco – UFPE • Técnica de Segurança do Trabalho (Nível Médio) - 1996 Escola Técnica Federal de Pernambuco – ETFPE EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS • Secretaria Estadualde Educação - PE Professora da Educação à distância do Curso de Segurança do Trabalho Período: Setembro de 2018 até a presente data • Hospital Memorial São José – Recife/PE Técnica de Segurança do Trabalho Período: julho de 2010 até Abril/2013 • Escola Irmã Dulce – Recife/PE Professora do curso de Técnica Enfermagem do Trabalho Período: fevereiro de 2011 até outubro/2011 • ETR –Escola Técnica Regional - Recife/PE Professora do curso de Técnico de Segurança do Trabalho Período: fevereiro de 2011 até novembro/2011 • PRODERGO - Assessoria e Desenv. de Ergonômicos Ltda. - Itapissuma/PE Técnico de Segurança do Trabalho (Análises Ergonômicas das Tarefas - Alcoa) Período: junho de 2006 até agosto 2008 • A Vigilância - Serviços Particulares de Vigilância Ltda. - Olinda/PE Técnico de Segurança do Trabalho Período: fevereiro de 1999 até agosto de 2005