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Evolução do Direito Brasileiro

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Aluna: Giovana Rodrigues de Oliveira
Disciplina: Instituição de Direito Público e Privado
PAUTAS
Como o Brasil é um país muito jovem, em termos de sua história política, legislativa e organizacional, acredita-se que leis, organizações e órgãos reguladores ainda mais dinâmicos sejam relativamente recentes, o que não é verdade, basta um breve vislumbre disso. evolução, fim e persistência, evolução e, de certa forma, retrocessos na história do direito brasileiro como temos observado ao longo da história do Brasil. A história constitucional do Brasil também é específica, não apenas no que diz respeito aos mecanismos ou motivos ideológicos que levaram à criação de cada constituição, mas também a todo o contexto histórico utilizado e vivenciado em sua concessão ou promulgação para compreender a inquietação social. As proposições que conduzem a tais textos legislativos são compreender seu cenário histórico inerente, a história refletindo as leis de seu tempo, muitas das quais infelizmente não mudaram ou são meras caricaturas, que ainda existem repetidamente como testemunhas de abusos, elas não apenas marcam o passado, E ainda rotulá-lo como uma verdadeira ferida aberta.
1. DIREITO BRASILEIRO. SEUS PRIMEIROS MOMENTOS E VALORES MAIS IMPORTANTES.
Ao analisar o nascimento do pensamento jurídico brasileiro, ou o surgimento do próprio direito, podem-se vislumbrar três momentos muito importantes, o primeiro é o período colonial, a organização da justiça e as normas de conduta neste período, e o segundo será durante o regime imperial, quanto ao terceiro momento, estende-se à democratização e democratização do direito brasileiro hoje, e essa mudança ou fusão vem de fontes externas, se é que se pode chamar de construção, "civilização brasileira", como aponta Volkermer, Em grande parte influenciado pelo pensamento jurídico europeu:
Os primórdios da cultura jurídica moderna no contexto da civilização europeia reproduzem as condições e o desenvolvimento de processos específicos de mudança em diferentes esferas da atividade humana, sejam elas religiosas e culturais, ou econômicas, sociais, políticas e científicas. Algumas das características da época, como a secularização, a racionalização, a individuação e o antropocentrismo, marcaram o caminho para a construção e consolidação de um novo mundo, e também legitimaram novas formas de produzir, pensar e praticar o direito. Assim, a “nova consciência jurídica europeia” nasceu na intersecção histórica entre naturalismo, individualização e centralização burocrática. Além de todas essas dinâmicas específicas, a nascente cultura jurídica eurocêntrica também foi fortemente influenciada por fenômenos radicais e criativos decorrentes do humanismo renascentista e da Reforma Protestante. Ambos os movimentos tiveram impacto direto no ordenamento jurídico e na doutrina moderna dos direitos fundamentais. (Volkermer, 2005: 25).
A relação entre história e direito no Brasil nunca foi tão nítida quanto hoje em termos das dramáticas mudanças ocorridas ao longo do século XX, mas, como destaca Silvia Hunold, o processo é muito mais longo, dinâmico e difícil de entender Lara e Joseli Maria Nunes Mendonça na introdução ao livro "Direitos e Justiças no Brasil, Ensaios sobre a História da Sociedade", entre outras obras, explora a relação direta entre processos históricos e sociais e as mudanças de pensamento e alcance do ordenamento jurídico estadual. (LARA, MENDONÇA, 2006:09).
2. DIREITO COLONIAL, DIREITO IMPERIAL e DIREITO REPUBLICANO
Os primeiros momentos da colonização brasileira, que se estenderam de 1520 a 1549, foram marcados por práticas político-administrativas feudais, como o regime "vão" dos chefes hereditários. As primeiras tentativas de celebrar algum tipo de previsão legal nesse período consistiram em legislação eclesiástica, cartas de doação e os chamados Forais. (DIAS.220).
Devido ao fracasso da grande maioria dos governadores, a Metrópole tentou estabelecer uma unidade político-administrativa com um sistema vice-real. Por isso, Portugal utiliza um certo número de regulamentos, desde cartas de doação e cartas de capitão a cartas régias, álvaras, vice-reis, leis e finalmente decretos régios. O Brasil Colonial foi uma transferência do direito português, contido em uma compilação de leis e costumes conhecidos como ordens régias. Tais sacerdócios seriam o Decreto Afonsino (1446), o Decreto Manuelino (1521) e o Decreto Filipino (1603). Enquanto isso, no Brasil, a inadequação de certas normas e regras de direito público vigentes em Portugal levou à criação de uma legislação especial para regular a organização administrativa das colônias. (Bicaho, 2000: 224)
Depois de 1822, ondas de liberalismo, nacionalismo e anticolonialismo varreram o Brasil, que, como muitos outros, procurou libertar a cultura jurídica, tanto pública quanto privada. Inegavelmente, o primeiro grande documento normativo após a independência foi a Constituição Imperial de 1824, repleta de ideias e instituições abertamente liberais, oriundas da Revolução Francesa e da doutrina constitucional francesa. (Silva, 2005, p. 74).
Depois de uma tentativa questionável de redigir um texto por uma Assembleia Constituinte "antilucistana e liberal" que discordava dos desejos do monarca, levou à aprovação de uma constituição que institucionalizou a monarquia parlamentar, infiltrou o individualismo e enfatiza o centralismo político. Naturalmente, ao esconder a escravidão e rejeitar o verniz liberal da maioria da população do país, esta grande lei é idealmente afirmada. A contradição entre o texto constitucional e a realidade da sociedade agrária não preocupava em nada as elites dominantes, que se davam ao trabalho de pregar princípios constitucionais (direitos de propriedade, liberdade, segurança) em teoria, ignorando a trágica situação e rejeitando completamente os direitos. A grande maioria da população brasileira foi descoberta no século XIX. 
Acontecimentos marcantes desse período são os dois primeiros cursos jurídicos implantados no Brasil em 1827, um em São Paulo e outro em Recife, que refletiam as necessidades da elite, herdeira do domínio colonial, que buscando concretizar a cultura política de forma independente, reorganiza a estrutura de poder ideologicamente, e se preparar para uma nova governança do país”.
Nos últimos momentos do regime imperial, principalmente devido a pressões internas, como o movimento de libertação e movimentos externos, como a lei britânica "Bill Aberdeen", a legislação abolicionista foi promulgada em 1850, a lei Eusébio de Queiroz proibia os navios negreiros de chegando lá, país. No sentido prático, essa medida acabou sendo vista como a primeira lei abolicionista oficialmente promulgada em solo brasileiro. Em 1871, a Lei do Útero Livre estipulou que todos os filhos de escravos nascidos no ano em que a Lei foi promulgada eram considerados livres.
No que se refere aos textos constitucionais pós-república, esses textos foram adaptados e ampliados de acordo com a situação sociopolítica em que o Brasil se encontrava em cada momento, a constituição que substituiu a de 1891, fossem ou não sobrepostos os momentos políticos da velha república, como de certa forma mais fácil Textos compreensíveis e mais controlados, tratando de situações como direitos trabalhistas, acesso ao sufrágio e liberdades civis, mas as mudanças na estrutura das relações políticas foram novamente vinculadas ao novo texto constitucional, uma constituição de 1937 que suprimiu as liberdades individuais .
A constituição "cidadã" de 1988 provou ser a mais democrática e abrangente de todas essas sequências textuais, tão diversas e diversas que restaurou ordem e liberdade ao país, civil, social e política, após um longo período de repressão, possui remédios constitucionais, e propôs diversas emendas ao longo de sua história para tentar alinhá-la ao momento histórico pelo qual passa o país.
3. A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO JURÍDICO.
Ao olhar para a enorme influência do direito privado no desenvolvimento do direito brasileiro, e ao analisaros acertos, erros, inconsistências e anacronismos da aplicação do direito, pode-se observar os principais aspectos da mudança no pensamento jurídico, pois apesar da A produção da documentação jurídica, embora permaneça desvinculada das reivindicações da realidade social de fato, permanece estática na sociedade individualista e retrógrada sob o misterioso santuário de um arcaísmo jurídico muito específico.
Sem dúvida, apontar para o desenvolvimento da ciência jurídica no Brasil destaca a influência dos estudos jurídicos, principalmente do direito civil, influenciados por textos codificados derivados de ideais liberais como a Revolução Francesa. É mesmo possível ver a relação entre esta aproximação externa, a evolução da legislação civil e o aperfeiçoamento da doutrina, e a valorização do prestígio da jurisprudência nacional. A verdade é que o direito privado há muito domina a mentalidade dos juristas de todo o mundo. Além disso, essa maneira de olhar os fenômenos jurídicos de uma perspectiva privada mudou recentemente.
A Revolução Francesa é frequentemente associada aos primórdios do domínio das ideias liberais e seus respectivos modelos de Estado, pois moldou o fio político e ideológico do século XIX, a revolução da época (HOBSBAWN, 1979, p. 71).
Até meados do século XIX, autores de formação clerical dominavam os ensinamentos, com pouquíssimas exceções, como o constitucionalista Pimenta Bueno, também conhecido como Marquês de São Vicente. Ótimo livro analisando a constituição do Império brasileiro. Por fim, via de regra, a ciência jurídica é inclusive reconhecida por trabalhos acadêmicos sobre direito privado. Essa sucessão decisiva dá grande atenção à legislação brasileira codificada e codificada afetada, essas inovações legislativas que acompanham o progresso liberal voltado para os interesses de grupos sociais específicos e, portanto, recebem direitos que são claramente direitos burgueses. (Miranda, 1997, p. 87).
4. BREVES CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS EM TORNO DA ESTRUTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA
Uma análise histórica do contexto em que surgiu a primeira constituição do Brasil, é fácil identificar todas as circunstâncias e grupos que levaram essa legislação a ter seu caráter particular e único em detrimento de outras constituições, a saber, a constituição de 1824, a única um no período imperial que começou com um projeto conturbado, com liberais brasileiros de um lado, claramente contrários à presença portuguesa e monarquia absoluta, e por outro lado, o próprio governo imperial, que buscava a administração. E unidade estrutural, nas palavras de Bonavides:
Nossa "História da Constituição Brasileira" é composta por quatro partes. A primeira dizia respeito à Constituição de 1823 e à Constituição Política do Império conferida por D. Pedro I em 25 de março de 1824, e ao ato adicional de reforma da Carta, e da chamada Constituição de Pouso Alegre, uma das crises mais dramáticas durante a Regência O Pike adotado em , sem dúvida uma crise em toda a história imperial, não conseguiu vingar o projeto de apropriação simplesmente por causa do golpe parlamentar fracassado, e com a renúncia de Feyo e aqueles que o acompanharam neste ato. (BONAVIDES; ANDRADE, 2002, p. 20).
A CF de 1824 foi concedida pelo imperador e tinha características únicas, propunha uma monarquia hereditária, catolicismo obrigatório, o voto era censitário, distanciando as mulheres, pobres e negros da condição de cidadãos, a mesma constituição estabeleceu 4 poderes. na esfera da administração executiva, do legislativo, do judiciário e do mediador, este último e exclusivo imperador tem o poder de nomear o executivo e o judiciário e de dissolver o legislativo.
A Constituição de 1891, nascida de um período de transição entre o fim dos regimes imperiais e o início dos regimes republicanos, repleta de ideais positivistas, foi promulgada no modelo de um Estado de elite e agrário no qual 97% da população estava excluída. Direito a voto. A constituição trouxe a laicidade ao Estado brasileiro "em resposta às aspirações do positivismo", abolindo a pena de morte, mas mantendo a exclusão social, a desigualdade e o distanciamento entre população e direitos. Nas palavras de Celso Bastos:
Com a Constituição Federal de 1891, o Brasil finalmente estabeleceu o status de federação e república. Através deste último, as desigualdades geneticamente induzidas, as distinções legais sobre o status das pessoas são eliminadas, e as autoridades se tornam representantes do povo e são empoderadas por um determinado período de tempo. (BASTOS 2002.173)
A Constituição foi promulgada em 1934 pelo governo de Getúlio Vargas, ela própria fruta de um conflito na história do Brasil, dois anos após a revolução constitucional paulista, texto em um momento conturbado da história política brasileira, nas áreas de direitos sociais, trabalhistas e de voto das mulheres Mudanças significativas ocorreram no país e, ao mesmo tempo, foi implantada uma ditadura na expansão do poder executivo federal.
Referência
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. São Paulo: Celso Bastos Editor, 2002.
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