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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - EXECUÇÃO E CAUTELAR
Teoria geral da execução
Classificação do processo conforme a finalidade para a qual a jurisdição foi provocada (tutela pretendida): 
- PROCESSO DE CONHECIMENTO – Acertamento da causa (direito)
PI – Citação do réu – Audiência de Conciliação – pode (podendo, homologa-se) ou não haver acordo. Não havendo – processo segue – RESPOSTA DO RÉU – FASE DE SANEAMENTO (Providencias Preliminares) – FASE INSTRUTÓRIA (AIJ) – FASE DECISÓRIA (Sentença) 
 - PROCESSO DE EXECUÇÃO – Cumprimento de sentença 
a) Tutela Executiva 
Objetiva a satisfação de uma prestação (obrigação) devida, por meio da pratica de atos executivos pelo Estado (execução forçada) em razão do não cumprimento espontâneo por quem lhe compete. 
Busca a concretização de um direito já acertado em um título que possui força executiva o qual poderá ser constituído judicialmente ou extrajudicialmente.
b) Elementos da demanda executiva
 - Partes: Credor e Devedor / Exequente e Executado 
 - Causa de pedir: Inadimplemento 
 - Pedido: Comprimento de uma obrigação de dar (pagar quantia ou entrega de coisa) ou obrigação de fazer ou não fazer.
c) Dos requisitos ou pressupostos processuais da execução - Art. 783 e 786 do CPC.
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
São pressupostos para se promover a execução:
· Título executivo 
· Obrigação – Precisa ser certa, líquida e exigível
Certa – Corresponde à necessidade de que o título transpareça todos os seus elementos como a natureza da obrigação, seu objeto e sujeitos.
O título é certo quando não deixa dúvidas acerca da obrigação a ser cumprida.
Líquida – É aquela que possui a exata definição do quantum debeatur, ou seja, a exata definição da quantia ou objeto a ser entregue.
 Exigível – Refere - se à inexistência de qualquer condição, encargo ou termo relativo ao cumprimento da obrigação. 
Significa que a obrigação não pode estar sujeita a prazo ou mesmo qualquer condição que impeça a sua execução.
 Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
· Inadimplemento - Corresponde à falta de cumprimento da obrigação
d) Princípios da execução
 d.1) Princípio da efetividade da execução ou da utilidade
Estabelece que toda execução deve ser útil ao credor. Neste sentido, entende - se que a que a principal finalidade da execução forçada é satisfazer o direito do credor e a execução se desenvolve em proveito deste.
d.2) Princípio da Patrimonialidade – Art.789 CPC
ART.789 CPC - O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Corresponde à orientação de que a execução deve incidir unicamente sobre o patrimônio do devedor e não sobre sua pessoa.
d.3) Princípio da menor onerosidade ao devedor – Art. 805 CPC
ART. 805 CPC - Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Estabelece que toda execução deve realizar integralmente o crédito do exequente, mas da forma menos prejudicial possível ao devedor.
Representa um limite à atuação executiva, outorgando ao devedor, em caso de existir mais de uma possibilidade de se realizar a execução, o direito de exigir que ela se proceda do modo menos gravoso existente.
d.4) Princípio da disponibilidade da execução – Art. 755 CPC
Art. 755 CPC - O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo único.
Da mesma forma que o exequente poderá dispor de toda a execução, poderá igualmente abrir mão de algumas medidas executivas.
Ex: O exequente em execução de alimentos poderá optar pelo rito da penhora de bens e não pelo rito da prisão, se assim o desejar. (Neste caso não há de se poder fazer o inverso, requerendo de imediato somente a prisão)
e) Das partes na execução
- Legitimidade ad causam ativa:
Exequente: Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. (Legitimação ordinária)
§1º, I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; (Legitimação extraordinária ou Substituição Processual) 
§1º, II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; 
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. (Legitimação sucessiva ou sucessão processual).
- Legitimidade ad causam passiva:
Executado: Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; (dentro dos limites da herança)
III - O novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; (sujeito a concordância)
IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - O responsável tributário, assim definido em lei.
f) Cumulação de execução 
Art.780 - O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas sejam competentes o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
- Requisitos:
Mesmo executado;
Mesmo juízo competente para todos os títulos;
Mesmo procedimento.
g) Título executivo:
Trata-se de representação documental típica do crédito revestida com força executiva, ou seja, é o documento a que a lei atribui eficácia executiva. 
Segundo Cândido Rangel Dinamarco, título executivo é o ato ou fato jurídico indicado em lei como portador do efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que se refere.
Natureza jurídica: pressuposto processual da execução
- Modalidades:
g.1) Título executivo judicial 
Representa o título cuja formação se desenvolve perante o Judiciário em processo judicial (processo de conhecimento, homologatório ou criminal) ou em processo da justiça arbitral ou mesmo da justiça estrangeira. Estão arrolados no Art.515 do CPC
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
I – São as sentenças, decisões interlocutórias e acórdãos
II - A decisão homologatória de autocomposição judicial;
II – É aquela verificada em demanda em curso, onde se obtém a conciliação ou mediação.
Obs: §2 – Esta autocomposição poderá abranger pessoa estranha ao processo, bem como envolver assunto estranho ao debatido no processo (não se trata nem de litisconsórcio, tampouco intervenção de terceiros). 
III - A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
Trata-se de decisão proferida em Ação ajuizada exclusivamente com o objetivo de homologar aquele acordo, a qual tramitará perante a Jurisdição Voluntária.
IV - O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
São títulos gerados no processo de inventário ou arrolamento de bens.
O formal poderá ser substituído pela certidão de partilha quando o quinhão hereditário não ultrapassar a 05 salários-mínimos (art. 655 do CPC).
V - O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentosou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
No CPC/73, era considerado um título executivo extrajudicial.
VI - A sentença penal condenatória transitada em julgado;
Nos termos do art. 387, IV, do CPP, o juiz poderá (faculdade) fixar um valor mínimo a título de reparação civil. Mas caso não o faça, ainda sim a sentença penal ainda continuará a ser um título, devendo ser realizada a liquidação.
VII - A sentença arbitral;
Em que pese o juiz arbitral possuir jurisdição para julgar os casos concretos que lhe são submetidos, NÃO POSSUI COMPETÊNCIA PARA EXECUTÁ-LO (cumpri-los).
A sentença arbitral INDEPENDE de homologação pelo Judiciário.
VIII - A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do executar se à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
Para que sejam considerados títulos executivos judiciais, tais decisões deverão ser direcionadas ao STJ, ao qual competirá fiscalizar aspectos formais e violação de valores como ordem pública, soberania nacional e garantias processuais constitucionais (Informativo do STJ 468)
X - (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
Em relação a sentenças arbitral, penal transitada em julgado e decisões estrangeiras, como a execução (cumprimento) não se dará perante o processo de origem, o ato inicial do juiz será o de determinar a citação do devedor e não intimação, como nos demais casos.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Além dos títulos executivos judiciais arrolados no art. 515 do CPC, também é considerado título executivo o mandado de pagamento em ação monitória, na hipótese de não pagamento ou inércia de defesa (art. 701, §2º, CPC)
g.2) Títulos executivos extrajudiciais 
São aqueles que se formam sem a interferência do Poder Judiciário. Representa relações jurídicas acertadas, de regra, por particulares. Estão arrolados no art. 784 do CPC.
Observações aos incisos do art.784 CPC
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
Tratam – se de títulos de crédito.
O único título de crédito que não é exigível de plano (vencido, poderá ser executado) é a DUPLICATA, a qual exige o ACEITE
Não se exige prévio PROTESTO perante o cartório respectivo, para que um título seja executado no judiciário 
II - A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
Trata-se de confissão de dívida
Exemplo de outro documento público: termo de acordo para pagamento de tributo perante a Fazenda Pública	
III - O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
Segundo o STJ, as testemunhas poderão assinar o documento em momento posterior à formalização do ato, sendo dispensada a presença destas para que o título seja considerado válido REsp 541.267/RJ
IV - O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Este rol de legitimados a propor o instrumento de transação foi ampliado por meio do CPC/2015. É comumente chamado de TAC – Termo de Ajustamento de Conduta. Trata -se na verdade, de um compromisso firmado entre os envolvidos.
Os legitimados Advocacia Pública, conciliadores e mediadores foram inseridos pelo CPC/2015
Muita atenção em relação à atuação do conciliador e do mediador nesta espécie de transação, haja vista que neste caso, eles atuarão extrajudicialmente, fora de qualquer demanda judicial. Este instrumento, portanto, é firmado sem qualquer interferência do Judiciário.
Este instrumento é comumente denominado de TAC – termo de ajustamento de conduta
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
Trata - se de contratos de garantia 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
Segundo o STJ, tal contrato somente será considerado título extrajudicial se o sinistro envolver a morte do contratante. Nos demais casos de danos pessoais, como por exemplo, perda ou inutilização de membro, queimadura, o contratante não poderá executar o contrato, devendo ajuizar uma AÇÃO DE CONHECIMENTO
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
Tratam-se de rendas imobiliárias decorrentes da ENFITEUSE
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
Taxas, impostos e demais encargos poderão ser exigidos se constarem do contrato
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
A dívida ativa embasará execução especial, denominada de EXECUÇÃO FISCAL, que segue procedimento próprio previsto em legislação específica.
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
Trata-se de modalidade de título inserido pelo CPC/2015
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
Trata-se de modalidade de título inserido pelo CPC/2015
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Obs 1: Princípio da Taxatividade dos títulos executivos – nullus títulos sine legi →Significa que tão somente por LEI se definirá quais documentos podem ser considerados títulos executivos judiciais ou extrajudiciais
OBS2: Outros exemplos de títulos extrajudiciais → contrato de honorários advocatícios; crédito da OAB relativo à anuidade dos advogados; decisão do Tribunal de Contas que preveja multa ou débito; cédula de crédito rural, dentre outros.
OBS3: Os títulos extrajudiciais estrangeiros poderão ser executados INDEPENDENTEMENTE de homologação. Contudo, exige-se que o título preencha os requisitos de validade do país de ORIGEM e que preveja o Brasil como local de cumprimento da obrigação.
OBS4: Honorários contratuais ≠ Honorários sucumbenciais → Os primeiros são aqueles entabulados entre cliente e advogado e constituem TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. Os segundos decorrem da sucumbência no processo civil, onde a parte perdedora paga ao advogado da parte vitoriosa. Estes últimos representam TÍTULO EXECUTIVO JUDIC
Em que pese não necessitar de homologação, o título estrangeiro não será executado caso estabeleça obrigação que afronte o ordenamento jurídico brasileiro, como por exemplo, entrega de droga.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
h) Responsabilidade patrimonial:
Trata-se do vínculo de natureza processual que sujeita os bens de uma pessoa, devedora ou não, à execução. Vínculo este que decorre/surge do não cumprimento da obrigação.
Permite a invasão da esfera patrimonial do responsável pela satisfação do crédito.
Responsabilidade patrimonial se desdobra em: 
h.1) Responsabilidade patrimonial originária:
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Trata-se do vínculo que liga diretamente os bens do próprio devedor à execução.
O art. 789 comporta uma regra, ao estabelecerque TODOS os bens serão atingidos.
EXCEÇÕES: se referem aos bens impenhoráveis e inalienáveis (arts. 832 e 833 do CPC)
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
 Art. 833. São impenhoráveis:
I - Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º , e no art. 529, § 3º .
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Observações ao art. 833 do CPC
No tocante à impenhorabilidade dos ganhos do devedor, constante no inciso IV, a lei estabelece duas exceções:
o "salário" do devedor poderá ser penhorado na hipótese de dívida de alimentos; também poderá ser penhorado o valor que exceder a 50 salários mínimos mensais, qualquer que seja a natureza da dívida.
- Impenhorabilidade e STJ:
O Tribunal da cidadania tem admitido a penhora dos ganhos do devedor para pagamento de dívida de aluguel, quando tais ganhos forem suficientes para um elevado padrão de vida;
Admite também a penhora do "salário" do devedor quando se tratar de dívida de honorários advocatícios, dado ao seu caráter de verba alimentar; embora não exista uniformidade, também tem admitido a penhora dos ganhos do devedor relativo ao saldo não gasto no momento em que recebe o salário seguinte.
- Em relação à impenhorabilidade de valores em caderneta de poupança, para o STJ é vedada a penhora de qualquer aplicação financeira até o valor de 40 salários mínimos.
OBS: A alegação de impenhorabilidade NÃO está sujeita à preclusão, haja vista trata-se de matéria de ordem pública, reconhecível, inclusive, de ofício pelo juiz.
h.2) Responsabilidade secundária → art. 790 do CPC.
Estabelece a possibilidade de a execução abarcar patrimônio de pessoas que não figuram como devedoras na relação obrigacional, com exceção do inciso III do art. 790, CPC.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - Do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
Em relação ao inciso IV, a responsabilidade do cônjuge ou companheiro é presumida, cabendo a estes afastá-la demonstrando que a dívida não foi revertida em benefício da família
V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
No tocante ao inciso V, a título de exemplo, pode-se citar o refinanciamento de veículo
VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
i) Atos atentatórios à dignidade da Justiça
- Hipóteses → art. 774 do CPC
- Penalidade → O executado será punido com a imposição de multa não superior a 20% sob o valor em execução, multa esta que será revertida em prol do EXEQUENTE.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - Frauda a execução;
II - Se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - Resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - Intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
J) Fraude à execução 
Segundo Araken de Assis, fraude à execução representa a alienação de bens pelo executado, na pendência de um processo capaz de reduzi-lo à insolvência, sem a reserva - em seu patrimônio - de bens suficientes a garantir o débito objeto de cobrança.
- Acarreta prejuízos não só ao credor, mas também à atividade jurisdicional executiva.
- É tipificada como crime previsto no art, 179 do CP, cuja à ação penal será privada.
- Art. 792 do CPC: hipóteses de fraude
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - Nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
OBSERVAÇÕES:
- Segundo entendimento do STJ (Súmula 375 do STJ) o reconhecimento da fraude à execução depende da averbação da penhora no registro do bem ou mesmo da demonstração da má-fédo 3º adquirente.
OBS 2:
O CPC, em seu art. 792, §2º, atribui o ônus ao terceiro adquirente, nas hipóteses de bem não sujeito a registro, de comprovar que adotou todas as cautelas necessárias em relação à compra, de forma a afastar a má-fé.
Resumindo:
- Se o bem é sujeito a registro e houve a averbação da penhora, a má-fé é PRESUMIDA.
- Se o bem não é sujeito a registro, caberá ao 3º adquirente afastar a má-fé.
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE À EXECUÇÃO
	Trata -se de instituto do Direito Material – Direito Civil
	Trata – se de instituto do Direito Processual Civil
	Frustra o direito de crédito 
	Além de frustrar o direito de credito, frustra também a atividade jurisdicional executiva
	Será desconstituída por meio do ajuizamento de ação de conhecimento própria, denominada AÇÃO PAULIANA ou AÇÃO REVOCATÓRIA 
	Será reconhecida nos próprios autos da execução, não dependendo assim do ajuizamento de qualquer ação que seja. Provada a fraude, o juiz à reconhece por decisão nos autos. 
	Efeito do seu reconhecimento: como o negócio fraudulento será DESCONSTITUÍDO, o bem alienado retornará ao patrimônio do DEVEDOR
	Efeito do seu reconhecimento: a alienação fraudulenta será considerada INEFICAZ e o bem será penhorado, mesmo em poder de terceiro
	A má fé deverá ser demonstrada nos autos da Ação Pauliana pelo CREDOR
	A má fé será presumida se houve averbação da penhora no registro do bem. Caso não tenha sido realizada, competirá ao 3º adquirente afasta – lá. 
K) Competência 
k.1) Competência para a execução de títulos judiciais (Cumprimento de sentença):
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Competência absoluta)
II - O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
OBSERVAÇÕES:
- Execução de alimentos → será competente o foro do domicílio ou residência do alimentando (credor dos alimentos).
- Sentença e decisão interlocutória estrangeira → será competente o juízo federal de 1ª instância, aplicando-se assim as regras de competência territorial do domicílio do réu.
- Sentença penal condenatória transitada em julgado→ observa-se a competência
 do foro do domicílio da vítima (exequente) ou do local do fato.
- Sentença arbitral → visto que a Justiça arbitral não possui competência para executar suas decisões, qual será o juízo cível competente para cumpri-la?
Existindo previsão de FORO DE ELEIÇÃO, será competente o mesmo juízo cível para processar a ação. Caso contrário, se observará as regras comuns de competência cível, como por exemplo, domicílio do consumidor, domicílio do réu, etc.
k.2) Competência para execução de títulos extrajudiciais:
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
- Observância das regras de competência territorial
II – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - Pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
 Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
 Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código .
 Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
- Finalidade → De regra, a sentença deverá ser líquida. Contudo, em razão da natureza do pedido ou diante da falta de elementos nos autos, o juiz poderá proferir sentença ilíquida, a qual, em que pese tornar certa a obrigação, não delimita o quantum debeatur (quantia devida). Logo, a liquidação tem por finalidade conferir liquidez.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
- Legitimados a requerer → Tanto o credor como o devedor poderão requerê-la.
- Procedimento → A liquidação não dá origem a um novo processo, tampouco é instaurada mediante ação autônoma. Trata-se de FASE e INCIDENTE PROCESSUAL do rito de conhecimento. É instaurada mediante simples requerimento, de regra, nos próprios autos
- Possibilidade da liquidação na pendência de recurso → 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Neste caso, pouco importa o efeito atribuído ao recurso, seguindo a liquidação em autos apartados.
- Liquidação de sentença parcialmente ilíquida →
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desdelogo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
Em se tratando de autos físicos, o credor poderá requerer nos autos principais a execução da decisão (cumprimento) e em autos apartados, a liquidação.
OBS1: Necessidade de mero cálculo aritmético para se definir a extensão da obrigação → §2º do art. 509 do CPC
OBS2: Vedação de nova discussão da lide ou modificação da sentença que a julgou → § 4º do art. 509
- Espécies de liquidação:
a) Liquidação por arbitramento → art. 509, I e art. 510, ambos do CPC.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
Esta liquidação será cabível quando houver a necessidade da realização de prova pericial para a definição do valor da obrigação - Inicialmente, o juiz intimará às partes para que apresentem pareceres ou documentos elucidativos, caso em que poderá dispensar a realização da prova pericial, se convencer de plano.
b) Liquidação pelo procedimento comum → Arts. 509, II e 511 do CPC.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código .
Trata-se de liquidação destinada a provar fato novo (fato posterior à sentença) e altere o valor da obrigação.
OBS: O fato novo não diz respeito ao mérito, mas sim relaciona-se com a extensão da obrigação.
- O requerimento desta liquidação deverá constar quais fatos a prova deve recair, de forma a demonstrar o nexo de causalidade entre os fatos e a fixação da obrigação
OBS: Recurso cabível das decisões proferidas na liquidação: nesta fase serão proferidas decisões interlocutórias, recorríveis por meio de AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1.015, parágrafo único, do CPC)
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
III – DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento.
§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo.
§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X - (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizadoda mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 .
§ 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 .
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação,é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 .
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito.
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes .
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios.
§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados.
§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material.
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.
§ 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
§ 1º Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 113 .
§ 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessaou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
§ 1º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 .
§ 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.
§ 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal ;
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento.
§ 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º , se houver necessidade de arrombamento.
§ 3º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência.
§ 4º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não n alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento.
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer.
- Sincretismo processual →
Por meio das alterações promovidas a partir de 2005, foi afastada a autonomia existente entre o Processo de Conhecimento e o Processo de Execução de títulos judiciais. A nova sistemática estabeleceu que os títulos executivos judiciais deveriam ser executados (cumpridos) nos próprios autos, de regra.
Foi afastada a necessidade do ajuizamento de uma Ação de Execução e o cumprimento passou a ser feito mediante simples requerimento nos próprios autos.
OBS: Em se tratando de sentença arbitral, penal e decisões estrangeiras o cumprimento se fará em novos autos no juízo cível competente.
OBS2: Em que pese o legislador ter denominado o procedimento de "cumprimento de sentença", o rito se aplica a todos os cumprimentos de títulos judiciais. Do art. 515 do CPC. 
- Cumprimento definitivo e cumprimento provisório de sentença:
 - Definitivo → É o que se baseia em decisão já transitada em julgado (sentença, acórdão e decisão interlocutória). Decisões estas de mérito.
- Provisório → É o que se baseia em decisão não transitada em julgado, impugnada por recurso recebido tão somente no efeito devolutivo, ou seja, SEM EFEITO SUSPENSIVO.
A) DAS ESPÉCIES DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
a.1) DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE DECISÃO PARA PAGAR QUANTIA:
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executadopoderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
- Início mediante REQUERIMENTO do credor, que deverá conter as exigências do art. 524 do CPC
OBS: Não existe cumprimento de sentença iniciado de ofício pelo julgador.
Comunicação do cumprimento de sentença ao devedor:
O devedor será intimado:
I - Pelo Diário da Justiça se tiver advogado constituído nos autos;
II - Mediante carta com AR caso não tenha advogado ou mesmo esteja representado por Defensor Público;
III - ou ainda por meio eletrônico ou mesmo por edital.
O devedor será intimado para pagar em 15 dias, sob pena de MULTA de 10% e honorários advocatícios também de 10%. (art. 523, caput e §1º do CPC)
OBS1: No cumprimento de sentença dos títulos sentença arbitral, sentença penal e decisões estrangeira, ordem inicial de comunicação não será intimação e sim CITAÇÃO DO DEVEDOR.
OBS2: Natureza do prazo de 15 dias: Segundo o STJ, o prazo previsto no caput do art. 523 é de natureza processual, logo, conta-se em dias úteis (Informativo 652 do STJ).
OBS3: O benefício do prazo em dobro também se aplica no cumprimento de sentença. Então o prazo de 15 para pagar conta-se em dobro. (Informativo 619)
OBS4: Os honorários advocatícios de 10% NÃO serão calculados levando em consideração a multa também 10%, logo esta não entra na base de cálculo. Assim, tais honorários serão calculados tão somente em cima do valor da condenação. E segundo o STJ, tal percentual não pode ser relativizado.
OBS5: Não se admite no cumprimento de pagar quantia a imposição de astreintes (multa diária, semanal por hora), mas tão somente a multa de 10%, que tem incidência única e também não pode ser relativizada.
OBS6: Além destas medidas contra o inadimplemento, o credor também poderá requerer: imposição de multa por ato atentatório à dignidade da justiça no valor de 20% da obrigação (art. 77, §4º do CPC);
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3º Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 .
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da incidência dasprevistas nos arts. 523, § 1º, e 536, § 1º.
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.
Protesto da decisão judicia (art. 517 do CPC);
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
Inclusão do nome do devedor no cadastro de inadimplentes (SPC) (SERASA);
Medidas executivas atípicas.
a.2) CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE DECISÃO PARA PAGAR QUANTIA:
Arts. 520 a 522 cpc
- Conceito → Abrange o cumprimento de sentenças, acórdãos decisões interlocutórias e não transitados em julgado, desde que impugnados por recurso dotado tão somente de efeito devolutivo, ou seja, SEM EFEITOS SUSPENSIVO.
- Responsabilidade do exequente → Como se trata de uma "execução" baseada em título não definitivo, a responsabilidade recai sobre o exequente (credor) em reparar eventuais prejuízos que o devedor vier a sofrer com o cumprimento provisório, caso o título seja reformado ou invalidado.
OBS: Trata-se de responsabilidade objetiva
- Atos de expropriação e caução → A realização de atos que importem em expropriação de bens do devedor somente poderá ser realizada caso o credor preste nos autos caução suficiente e idônea, com o objetivo de reparar eventuais prejuízos na hipótese de reforma ou invalidação do título.
OBS: Hipóteses de dispensa da caução: art. 521 do CPC
- Multa e honorários → Nos termos do §2º do art. 520, a multa e os honorários do art. 523 são devidos no cumprimento provisório.
- Requerimento da execução provisória→ peças necessárias (art. 522 do CPC)
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - Decisão exequenda;
II - Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - Procurações outorgadas pelas partes;
IV - Decisão de habilitação, se for o caso;
V - Facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.
OBS: A decisão interlocutória que julgar parcialmente o mérito poderá amparar execução provisória, independentemente de caução (art. 356, §2º do CPC).
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - Mostrar-se incontroverso;
II - Estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
a.3) DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGA DA COISA:
- Arts. 536 a 538 do CPC/ art. 497 a 501 cpc
Não cumprida espontaneamente a obrigação, o credor deverá requerer o cumprimento da decisão, informando ao juízo o inadimplemento e solicitando a aplicação das medidas de apoio previstas no CPC. 
- Mecanismos para coagir o devedor ao cumprimento específico da obrigação → Além de outras medidas coercitivas, o juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento, as medidas de apoio previstas no art. 536 do CPC.
- Multa → A multa aqui é a denominada astreintes (que pode ser fixada como multa diária ou mesmo por hora, semana, etc.)
Contudo, não se trata de multa de incidência única, como a prevista no art. 523 do CPC. Esta multa está prevista no art. 537 do CPC e se reverte em benefício do credor. Tal multa pode ser imposta e alterada a critério do julgador.
- Cumprimento provisório da multa → §3º do art. 537 do CPC. 
OBS: Cumprimento de obrigação para entrega de coisa →
Dentre as principais medidas executivas, devem ser citadas a busca e apreensão (para bem móvel) e a imissão de posse (para bem imóvel).
IV - IMPUGNAÇÃO DO EXECUTADO:
- Arts. 525 a 527 do CPC
- Conceito → Trata-se de incidente processual, através do qual o executado poderá alegar alguma (s) das matérias previstas no §1º do art. 525 do CPC.
- É também denominada de Impugnação ao cumprimento de sentença.
OBS: Partindo da premissa de que já foram deduzidas e afastadas todas as alegações e defesas na fase de conhecimento, existe restrição quanto às matérias que poderão ser objeto de defesa na impugnação.
- Natureza jurídica: Majoritaritariamente entende-se tratar-se de INCIDENTE PROCESSUAL.
Prazo: Independentemente de penhora ou nova intimação, transcorrido o prazo para pagamento voluntário do art. 523 do CPC, inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado ofereça sua impugnação.
OBS: Conta-se em dias úteis e também se aplica o benefício do prazo em dobro previsto no art. 229 do CPC
- Possibilidade de efeito suspensivo na impugnação: De regra, esta modalidade de defesa do executado não terá efeito suspensivo. Contudo, excepcionalmente o juiz poderá concedê-lo, desde que presente os seguintes requisitos: 
(i) que haja requerimento expresso do impugnante;
(ii) que o juízo esteja garantido por penhora, caução ou depósito suficientes;
(iii) que a fundamentação seja relevante, ou seja, que as alegações sejam inverossímeis.
(iv) que o prosseguimento da execução (cumprimento) possa acarretar ao executado dano de difícil ou incerta reparação.
(vide §§ 6º ao 10º do art. 525 do CPC)
- Julgamento do incidente →
A impugnação poderá ser julgada, a depender da matéria alegada, por decisão interlocutória (quando do acolhimento NÃO EXTINGUIR o cumprimento de sentença) ou mesmo por sentença (quando acarretar a extinção do processo)
V - EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS:
a) Noções introdutórias:
- Abrange os títulos previstos no art.784 e em legislações especiais
- Esta execução implica em processo autônomo (Ação de Execução de título extrajudicial), cujo procedimento varia conforme a espécie de obrigação imposta
- Requisitos da petição inicial →
Além dos requisitos gerais da PI previstos nos arts. 319 e 320, o exequente deverá também atender aos requisitos do art. 798 do CPC

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