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Obrigação Divisível e Indivisível

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Direito das Obrigações 2022.2 
 Professor: Maurício Requião 
 Aluna: Ana Flora Lima 
Obrigação Divisível e 
Indivisível 
Noções Gerais 
 
• Leva em conta a divisibilidade ou indivisibilidade da prestação; 
 
Art. 257/CC: Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto os credores 
ou devedores; 
 
Art. 258/CC: A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, 
ou dada a razão determinante do negócio jurídico; 
 
• A divisibilidade da prestação levará em conta se a coisa é divisível ou não em sua 
natureza (possibilidade de fracionamento sem perda de substância); 
 
• A indivisibilidade nem sempre decorre da coisa ou fato, pois pode ser que a coisa ou 
fato seja em sua natureza divisível, mas, por outras circunstâncias, aquela prestação 
ainda seja considerada indivisível → O bem divisível pode ser indivisível por outras 
razões que não a sua natureza, a exemplo do diamante, que quando dividido em 
diamantes menores, tem seu valor econômico diminuído por conta da questão do 
quilate, comprometendo a prestação; 
 
• Não se deve confundir o ato de pagar (obrigação) e a prestação (ato presente na 
obrigação); 
 
• O pagamento em regra é indivisível, a prestação não (Art. 314); 
 
Art. 314/CC: 
 
• Se a prestação for divisível, o ato de pagar poderá ser divisível, mas, se a prestação 
for indivisível, o pagamento não se divide; 
 
• Quando há somente um credor e um devedor, não há tanta importância se a 
obrigação é divisível ou indivisível, pois nesse tipo de obrigação, seja divisível ou 
indivisível, a regra é que o devedor pagará tudo de uma vez só. Esta questão ganha 
mais relevância quando há uma pluralidade de sujeitos. 
 
• Na obrigação divisível, se alguém deve para mais de um credor, é como se houvesse 
a divisão da obrigação dividida em obrigações individuais; 
 Direito das Obrigações 2022.2 
 Professor: Maurício Requião 
 Aluna: Ana Flora Lima 
 
• O inadimplemento de um não afeta o inadimplemento de outro; 
 
• Cada devedor é responsável pela sua parte e cada credor pode cobrar sua parte; 
 
• Na obrigação indivisível paga-se o todo, pois não há outra possibilidade, logo, o 
credor pode ir a qualquer um dos devedores e cobrar a prestação; 
 
• O devedor que pagar a obrigação, passa a ocupar o espaço que antes era do credor 
na obrigação, já que ele se sub-roga (o pagamento com sub-rogação tem o sentido se 
substituição – o pagamento não extingue a obrigação); o antigo credor sai da relação 
obrigacional e o devedor que pagou torna-se credor do devedor que não pagou; 
 
• Neste caso a obrigação se torna divisível perante aos agentes restantes após o credor 
original ser satisfeito; 
 
• Na obrigação indivisível, quando houverem vários credores, o credor pode cobrar 
tudo, mas intrinsicamente ele não possui todo o crédito; neste caso, o devedor não 
pode realizar o pagamento em qualquer circunstância; 
 
• Para se proteger, ou o devedor reúne todos os credores e realiza o pagamento, ou 
ele paga a um credor desde que ele tenha um documento chamado calção de 
ratificação; 
 
• O credor que recebe tem que pagar aos outros a quantia correspondente ao valor 
monetário, porque, tendo preferência, pode manter o bem para si (ex.: obra de arte). 
 
Extinção 
 
• Se um dos credores na obrigação indivisível resolve perdoar a dívida, ele só pode 
perdoar a parte dele (extinção parcial); 
 
• Os outros credores continuam podendo exigir a prestação; 
 
• Em qualquer situação em que existam vários credores e haja a extinção parcial da 
obrigação, o credor ou os credores ainda terão direito a cobrar a obrigação, mas 
nasce a obrigação de pagar ao devedor o valor correspondente à parcela extinta (art. 
262). 
 
Art. 262/CC: Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para os 
outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
 
Parágrafo Único: O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão. 
 
 Direito das Obrigações 2022.2 
 Professor: Maurício Requião 
 Aluna: Ana Flora Lima 
Inadimplemento 
 
• A obrigação é divisível ou indivisível por conta da prestação; 
 
• Uma obrigação indivisível em que ocorre o inadimplemento, e ela se resolve por 
perdas e danos, ela passa a ser uma obrigação divisível (art. 263); 
 
Art. 263/CC: Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
 
§1º: Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão por partes iguais; 
 
§2º: Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos. 
 
• A culpa do inadimplemento, pode ser de todos os devedores ou de apenas um (a 
obrigação deixa de ser indivisível e se torna divisível); 
 
• Se a culpa da impossibilidade da prestação for de todos, todos respondem 
solidariamente, cada um de acordo com sua quota; 
 
• Se a culpa for somente de um, o mesmo deverá responder sozinho por perdas e 
danos, mas a responsabilidade pelo equivalente do objeto continua sendo de todos 
os devedores (entendimento doutrinário); 
 
• Os outros devedores que não possuíram culpa depois podem entrar com uma ação 
para reaver o que já havia sido pago.

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