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S7P2 abdome agudo

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1 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
Sistemas orgânicos integrados 
OBJETIVOS: 
1. Estudar a fisiopatologia do abdome agudo (sintomas, diagnostico, tratamento e seus tipos) 
Abdome agudo 
Abdome agudo é uma síndrome clínica caracterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de 
intensidade variável associada ou não a outros sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica 
imediata, cirúrgica ou não. 
O diagnóstico varia conforme sexo e idade. 
A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, obstrução intestinal, isquemia e diverticulite são 
mais comuns em idosos. 
Classificações 
A classificação mais utilizada do abdome agudo é de acordo com o seu processo desencadeante: 
• Obstrutivo 
• Perfurativo 
• Vascular/isquêmico 
• Inflamatório 
• Hemorrágico 
Abdome agudo obstrutivo 
Informações gerais: síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção 
da progressão do conteúdo intestinal. 
Etiologias: hérnia estrangulada, aderências, doença de Crohn, neoplasia intestinal, diverticulites, fecaloma, 
impactação por bolo de arcaris, íleo paralítico, oclusão vascular, obstrução intestinal secundária a tumores benignos 
e malignos, volvos, bridas e aderências intestinais. 
Se atentar a: náuseas e vômitos, parada de eliminação de gases e fezes, dores abdominais em cólicas e episódicas, 
peristaltismo abdominal visível, distensão abdominal, sinais de peritonite (acompanhados de isquemia intestinal), 
ruídos hidroaéreos aumentados à ausculta, radiografias simples de abdome mostrando distensão de alças intestinas 
e níveis hidroaéreos característicos. 
Abdome agudo perfurativo 
Informações gerais: é a terceira causa de abdome agudo, depois do inflamatório e do obstrutivo. 
A dor em geral é de início súbito e difuso e frequentemente vem associado com choque e septicemia. 
Etiologias: decorrente de processos infecciosos, neoplásicos, inflamatórios, ingestão de corpo estranho, 
traumatismos, iatrogênicas, úlcera perfurada, diverticulite perfurada e outras perfurações intestinais. 
Se atentar a: dor súbita de forte intensidade localizada, que se torna difusa com o passar das horas, intervalo entre o 
início da dor e o atendimento médico, sinais de infecção e sudorese, hipotensão arterial e taquicardia, sinais 
evidentes de peritonite à palpação e descompressão, radiografias de tórax e abdome mostrando pneumoperitônio 
Tratamento: dependerão de alguns fatores, a saber: etiologia e local da perfuração, tempo de evolução, grau de 
contaminação da cavidade peritoneal e condições clínicas e gerais do paciente. Na maioria dos casos, o tratamento 
operatório consiste em sutura simples da perfuração, lavagem exaustiva da cavidade peritoneal e drenagem 
adequada. 
Problema 14 S7P2 
 
 
2 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
Abdome agudo vascular isquêmico 
Informações gerais: dor abdominal intensa, desproporcional as alterações do exame físico. 
Os fatores de risco associados é idade avançada, doença vascular, fibrilação arterial, doenças valvares, cardiopatias, 
hipercoagulação. Embora seja raro, possui uma alta mortalidade. 
Etiologias: isquemia mesentérica aguda e crônica; colite isquêmica, obstrução arterial e venosa de artérias 
mesentérica superior ou inferior. 
Se atentar a: intervalo entre o início da dor e o atendimento médico, arritmias cardíacas e doenças arteriais prévias, 
distensão abdominal, tendência à hipotensão arterial e ao choque, ruídos hidroaéreos ausentes à ausculta. 
Tratamento: depende basicamente da extensão da área acometida. Como se trata de diagnóstico difícil, em um 
grande número de casos, quando a intervenção cirúrgica é indicada, a necrose de vários segmentos intestinais, do 
estômago e de outras vísceras é total ou quase total, o que caracteriza que nada mais há para fazer e o paciente está 
em fase irreversível de evolução. 
Abdome agudo inflamatório 
Informações gerais: é tipo de abdome agudo mais comum e é uma consequência de processos 
inflamatórios/infecciosos. 
Etiologias: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite. 
Se atentar a: febre, intervalo entre o início dos sintomas e o atendimento médico, dor súbita ou insidiosa, sinais de 
infecção ou sepse, quadro abdominal de peritonite evidente, hemograma e radiografias simples do abdome. 
Tratamento: visa ao controle da infecção e da fonte de contaminação, com exérese do órgão ou da víscera 
comprometida, drenagens amplas e suturas. A indicação de antibioterapia de amplo espectro deve ser ponderada 
caso a caso, dependendo da situação clínica do paciente, o que interferirá em seu prognóstico e evolução. 
A morbidade e mortalidade não são desprezíveis se o diagnóstico e o tratamento clínico ou cirúrgico não forem 
instituídos em tempo hábil, de modo que, nos dias atuais, ainda ocorrem óbitos decorrentes de apendicite aguda, 
colecistite, colangite, pancreatite, diverticulite e abscessos intra-abdominais. 
Abdome agudo hemorrágico 
Informações gerais: pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre a 5ª e 6ª décadas de vida; em geral a 
dor aumenta progressivamente e pode ser acompanhado de manifestações de choque hipovolêmico. 
Etiologia: em jovens está mais associado a ruptura de aneurismas das artérias viscerais; em mulheres à 
sangramentos por causas ginecológicas e obstétricas e em idosos à ruptura de tumores, veias varicosas e aneurismas 
de aorta abdominal. 
Se atentar a: traumas anteriores, dor súbita localizada tornando-se generalizada, hipotensão, taquicardia, mucosas 
descoradas, choque hemorrágico, alteração significativa das dosagens de hematócrito e hemoglobina, sinais de 
peritonite. 
Tratamento: é imediato ao diagnostico, pois, em um grande número de casos, o paciente estará com instabilidade 
hemodinâmica e em choque. A conduta dependerá da víscera lesada, consistindo em sutura e hemostasia das 
estruturas e vísceras lesadas, exérese parcial ou total do órgão lesado e, eventualmente, também realização de 
ostomias. 
Anamnese 
Caracterização da dor: cronologia, localização, irradiação, intensidade, características, fatores de melhora/piora; 
Sintomas associados (febre, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, icterícia); 
Hábitos de vida: alimentares, ingesta hídrica, etilismo, uso de drogas ilícitas; 
Antecedentes patológicos e cirúrgicos; 
 
3 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
Uso de medicações: anticoagulantes, imunossupressores; 
Mulheres: data da última menstruação; dados sobre os ciclos; uso de método contraceptivo. 
Exame físico 
Sinais de alerta: taquicardia, hipotensão, taquipneia, febre, fáscies de dor 
Inspeção do abdome: distensão; equimoses; abaulamentos, cicatrizes. 
Ausculta: presença ou ausência dos RHA 
Percussão: avalia a distensão gasosa, ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou a presença de irritação peritoneal; 
Palpação: avaliar dor, rigidez involuntária (peritonite) 
Exames laboratoriais 
Hemograma completo: fundamental para avaliação de processo infeccioso, em geral apresenta leucocitose; 
AST, ALT, GGT, bilirrubinas: avaliação de causas de abdome agudo de origem biliar, como colecistite e colangite; 
Amilase e lipase: quando elevadas podem sugerir pancreatite, isquêmica intestinal ou úlcera duodenal; 
Eletrólitos, ureia e creatinina: avaliação das complicações de vômitos ou perdas de fluido para o terceiro espaço; 
Beta HCG: fundamental sua solicitação para todas as pacientes em idade fértil, para diagnostico diferencial de 
gravidez ectópica; 
Outros: VHS, TP, RNI, glicemia e sumário de urina. 
Exames de imagem 
Raio-X de abdome e tórax: muito utilizado devido ao baixo custo e fácil acesso, além de permitir diagnostico 
diferencial. O raio-X pode detectar efetivamente um pneumoperitôneo, sugerindo perfurações gastroduodenais, por 
exemplo (Figura 1). Também podem ser observados calcificações no pâncreas e vesícula biliar ou distensão das alças 
intestinais,sugerindo um abdome agudo obstrutivo. 
 
USG abdominal: muito eficiente na detecção de cálculos biliares e avaliação da vesícula biliar. 
 
4 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
 
TC de abdome: muito útil para avaliar complicações, principalmente em casos de abdome agudo inflamatório (Figura 
3). Está sendo cada vez mais utilizadas devido a menor probabilidade de ser prejudicada pelo ar abdominal, como 
ocorre na USG. 
Quadro clínico: 
Informações importantes devem ser obtidas do paciente ou dos acompanhantes, como: história de doença 
abdominal prévia (tratamento de úlceras, de doenças intestinais, de calculose vesicular, de cálculos renais e quadros 
de hemorragia pregressa), operações abdominais anteriores (doenças benignas ou malignas), doenças sistêmicas 
associadas (diabete melito, hipertensão, hipo ou hipertireoidismo, cardiopatias, hepatopatias, pneumopatias e 
doenças neurológicas), uso de medicamentos (não se esquecer de verificar o uso de anticoagulantes, de ácido 
acetilsalicílico e anti-inflamatórios não esteroidais) e antecedentes ginecológicos e obstétricos (ciclo menstrual, 
tempo de puerpério, número de gestações e abortos anteriores). 
 
 
5 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
 
Durante a realização do exame físico, é fundamental e indispensável o exame minucioso de toda a parede anterior 
do abdome, palpando-se delicadamente todos os quadrantes, para avaliar o local ou locais mais dolorosos, se a dor é 
difusa, se estão presentes tumorações, bem como se há irradiação da dor referida e distensão abdominal. Os toques 
retal e vaginal podem trazer informações importantes na avaliação do quadro de abdome agudo e devem fazer parte 
da rotina do exame físico em todos os casos. A pesquisa de dor nas lojas renais por meio do sinal de Giordano 
(percussão da região lombar), além da palpação, a inspeção simples (movimentos peristálticos, hérnias e 
abaulamentos, equimoses) e a percussão da região mais dolorosa do abdome fornecem subsídios para mostrar a 
irritação peritoneal. 
 
6 Gabi Vieira 02/2022 MEDFip Gbi 
 
Tratamento: 
O sucesso do tratamento do abdome agudo depende do diagnóstico correto e precoce, da intervenção cirúrgica nos 
momentos e ocasiões oportunas e de o doente estar na melhor condição clínica possível para tal. Como se trata de 
operação de urgência/emergência, além da correta conduta operatória, há necessidade de cuidados pós-operatórios 
(locais e gerais), respiratórios, metabólicos, hidroeletrolíticos, nutricionais e de adequada antibioticoterapia, que são 
mais bem administrados se houver o envolvimento de equipe multidisciplinar.