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1 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 2 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Sumário ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS ......................................................................................................................................... 3 EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA ................................................................................................................................................ 7 INDICADORES DE SAÚDE ................................................................................................................................................ 9 SUS................................................................................................................................................................................ 11 SAÚDE SUPLEMENTAR .................................................................................................................................................. 18 VIGILÂNCIA EM SAÚDE ................................................................................................................................................. 18 SAÚDE DO TRABALHADOR ............................................................................................................................................ 21 ÉTICA MÉDICA............................................................................................................................................................... 24 3 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 PREVENTIVA ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS CLASSIFICAÇÃO DESCRITIVO ANALÍTICO Investiga a frequência de uma doença – é individuado Gera hipótese Ex: relato de casos, série de casos Investiga a associação entre um fator de risco e uma doença Testa hipótese Ex: caso-controle, coorte, ensaio clínico INVESTIGADOS INVESTIGADOR TEMPO ESTUDO Agregado Observação Transversal ECOLÓGICO Agregado Observação Longitudinal SÉRIE TEMPORAL Agregado Intervenção Longitudinal ENSAIO COMUNITÁRIO – vacinação Indivíduo Observação Transversal INQUÉRITO / TRANSVERSAL Indivíduo Observação Longitudinal COORTE – daqui pra frente CASO-CONTROLE – daqui pra trás Indivíduo Intervenção Longitudinal ENSAIO CLÍNICO NÍVEL DE EVIDÊNCIA – Oxford Nível I Ia) RS de Ensaio Ib) Ensaio clínico Nível II IIa) RS de Coorte IIb) Coorte IIc) EcológIIco Nível III IIIa) RS de Caso-controle IIIb) Caso-controle Nível IV Série de casos Nível V Opinião de especialista GRAUS DE RECOMENDAÇÃO A – recomenda Benefício substancial Átimo B – recomenda Benefício moderado Bom C – pesar risco x benefício Benefício pequeno Contra a oferta para todos D – contra Dano De jeito nenhum I – inconclusivo ? ECOLÓGICO (foto) – agregado / observação / transversal Vantagens Desvantagens Fácil, barato, rápido Gera suspeita Uso para planejar os serviços de saúde Usa dados secundários (IBGE, datasus) Determina a prevalência Não confirma – o FR e a doença estão presentes ao mesmo tempo, sendo impossível saber quem veio primeiro (transversal) Falácia ecológica – erro ao individualizar uma situação que foi vista de maneira coletiva COORTE – individuado / observação / longitudinal Vantagens Desvantagens Define riscos Confirma suspeitas Pode analisar várias doenças O fator de risco pode ser raro Caro, longo Vulnerável a perdas Ruim para doenças com longo período de incubação Ruim para doença rara 4 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Avalia incidência e história natural da doença *Coorte histórica: busca informações no passado – mas não deixa de partir do FR > doença FATOR DE RISCO > DOENÇA CASO-CONTROLE – individuado / observação / longitudinal Vantagens Desvantagens Rápido, barato Bom para doença rara Bom para doença com longo período de incubação Pode analisar vários fatores de risco Não define, mas estima o risco Ruim para fator de risco raro Vulnerável a erros Viés de memória: o doente sabe informar mais sobre seu passado que o não doente FATOR DE RISCO < DOENÇA (Retrospectivo) RELATO/SÉRIE DE CASOS – descritivo Bom para doença rara/desconhecida Pouca gente Não tem grupo controle Viés de publicação ENSAIO CLÍNICO – individuado / intervenção / longitudinal Vantagens Desvantagens Consegue controlar os fatores Melhor para testar medicamentos Componente social e ético Complexo Caro, longo Vulnerável a perdas Efeito hawthorne: comportamental Efeito placebo: psicológico REQUISITOS: Grupo controle: evita erro de intervenção Randomizado: evita o erro de seleção e confusão – deixar grupos homogêneos Mascarado (cegar): evita o erro de aferição – aberto, simples-cego, duplo-cego, triplo-cego Validade interna Avalia a qualidade metodológica do estudo Validade externa Avalia se os resultados encontrados podem ser extrapolados para a população FASES CLÍNICAS I Avalia a segurança, farmacocinética/farmacodinâmica Poucas pessoas, não doentes II Avalia a segurança e relação entre dose e eficácia Mais pessoas, doentes III Comparação – droga x tto convencional Efeitos colaterais a curto prazo, efetividade Publicação em revistas médicas Permite comercialização IV Vigilância pós-comercialização Efeitos colaterais raros e a longo prazo 5 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ANÁLISE 1) FREQUÊNCIA – medir a doença Prevalência Transversal Incidência Coorte / Ensaio *Não se usa medida de frequência no caso-controle 2) ASSOCIAÇÃO – associação entre fator e doença Doença Fator Sim Não Sim a b a+b Não c d c+d a+c b+d TRANSVERSAL – fraca associação (gera suspeita) RAZÃO DE PREVALÊNCIA (RP) PE / PNE *Pode usar OR CASO CONTROLE – o exposto tem chance X vezes maior de ter o desfecho do que o não exposto ODDS-RATIO (OR) – estima risco ad / bc *Fórmula do peixinho COORRTE – o exposto tem risco X vezes maior de ter o desfecho do que o não exposto RISCO RELATIVO (RR) – avalia risco RR = IE / INE RISCO ATRIBUÍVEL AO FATOR (RA) RA = IE – INE RISCO ATRIBUÍVEL NA POPULAÇÃO (RAP) (I na população – INE) / I na população *Pode usar OR ENSAIO CLÍNICO – RISCO RELATIVO (RR) – avalia risco RR = IE / IC REDUÇÃO DO RISCO RELATIVO (RRR) / EFICÁCIA RRR = 1 – RR REDUÇÃO ABSOLUTA DO RISCO (RAR) / EFETIVIDADE RAR = maior incidência – menor incidência NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (NNT) / EFICIÊNCIA – quanto menor, melhor NNT = 1 / RAR RR / OR / RP = 1 Sem associação / Hipótese nula > 1 Fator de risco 6 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 < 1 Fator de proteção 3) ESTATÍSTICA – posso confiar? ▪ ERRO SISTEMÁTICO (VIÉS) – estudo é válido / acurado SELEÇÃO Colocar indivíduos mais graves em um grupo Randomização AFERIÇÃO / INFORMAÇÃO Esfigmo não calibrado, teste aplicado de forma diferente Mascaramento CONFUSÃO 3º fator associado tanto ao FR quanto à doença – ex: café como FR para IAM (quem toma muito café, fuma mais) Randomização Análise multivariada Tipo 1 / Alfa Resultado falso positivo Tipo 2 / Beta Resultado falso negativo ▪ ERRO ALEATÓRIO (ACASO) – estudo é preciso / confiável p < 0.05 (5%) Resultado confiável Aumentar amostra p > 0.05 Resultado não confiável *Significa que eu repeti o estudo 100x e errei em menos de 5% das vezes IC 95% O meu resultado se manteve como fator de risco ou fator de proteção nas 95x que eu repeti o estudo – isto é, NÃO passa pelo 1 *Quanto mais estreita a faixa, mais confiável é e mais pessoas o estudo tem *Para ter diferença estatística entre 2 estudos NÃO pode ter INTERSEÇÃO/SOBREPOSIÇÃO dos IC – isto é, um estudo tem que ter o IC SEMPRE maior que o outro estudo REVISÃO SISTEMÁTICAQualitativa x Quantitativa (metanálise) Metanálise: método estatístico que integra o resultado dos estudos – medida de associação resumo A metodologia tem que ser clara – reprodutível por qualquer um! Síntese de informação / barato / rápido Viés de publicação: tendência a publicar estudos com resultados positivos Divergência entre os vários estudos Quadrado preto: RR / OR Linha: IC Losango final: medida de associação resumo – resultado da metanálise 7 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 OUTRAS COISAS CONCEITOS EFETIVIDADE Mundo real EFICÁCIA Mundo ideal EFICIÊNCIA Custo-benefício Superioridade Superior ao tratamento padrão Não inferioridade Não é pior que o tratamento padrão, mas aceita uma margem de inferioridade De equivalência Igual ao tratamento padrão VARIÁVEIS INDEPENDENTE É o risco DEPENDENTE É a doença/agravo Qualitativa/Categórica – características da amostra Ordinais Tem ordem – ex: faixa etária, nível de escolaridade, estadiamento Nominais Não tem ordem – ex: sexo, tipo sanguíneo, etnia Quantitativa/Numérica Contínua Aceita números fracionados – ex: altura, temperatura, idade, peso Descontínua Só números inteiros – ex: FC, FR, número de filhos TESTES ESTATÍSTICOS 2 quantitativas/numéricas Coeficiente de Pearson 2 qualitativas/nominais Qui-quadrado / Teste de Ficher 1 qualitativa + 1 quantitativa T de student / ANOVA CRITÉRIOS DE CAUSALIDADE DE HILL Sequência cronológica / Temporalidade – principal Força da associação – RR Relação dose-resposta / Gradiente biológico – quanto maior o RR, maior a associação Consistência – outros trabalhos corroboram Plausibilidade – explicação fisiopatológica Analogia – situações parecidas Especificidade – só causa essa doença Coerência Evidência experimental – muda o fator, muda a doença EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA DOENÇA TESTE Sim Não Sim a (VP) b (FP) VPP Não c (FN) d (VN) VPN ACURÁCICA Proporção de acertos do teste Depende da prevalência se a especificidade e a sensibilidade do teste forem diferentes a+d / a+b+c+d SENSIBILIDADE – capacidade de detectar os doentes (coluna 1) Detecta VP nos doentes Evitar FN: banco de sangue, doença de alta letalidade, rastreamento 8 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Exclui doença – confio no negativo! Se eu diagnostico mais: aumenta sensibilidade a / a+c Teste muito sensível: pouco FN (VPN alto) + muito FP (VPP baixo) ESPECIFICIDADE – capacidade de detectar os não doentes (coluna 2) Detectar VN nos não doentes Evitar FP: trauma psicológico, iatrogenia Confirma doença – confio no positivo! Se eu diagnostico mais: diminui especificidade d / b+d Teste muito específico: Pouco FP (VPP alto) + muito FN (VPN baixo) VALOR PREDITIVO POSITIVO – acertos nos resultados positivos (linha 1) Quanto maior a prevalência, maior o VPP a / a+b VALOR PREDITIVO NEGATIVO – acertos nos resultados negativos (linha 2) Quanto maior a prevalência, menor o VPN d / c+d Testes em série Aumenta a especificidade Testes em paralelo Aumenta a sensibilidade ATENÇÃO! Sensibilidade e especificidade: não variam com a prevalência – são características inerentes do teste Valor preditivo: varia com a prevalência Prevalência = probabilidade pré-teste VP = probabilidade pós-teste RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA – resume a especificidade e a sensibilidade (probabilidade) POSITIVA = sensibilidade / 1 – especificidade *Quanto mais longe do 1, melhor NEGATIVA = 1 – sensibilidade / especificidade *Quanto mais perto do 0, melhor 9 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 CURVA ROC Eixo Y: sensibilidade Eixo X: falso positivo (1 – especificidade) CANTO SUPERIOR ESQUERDO – mais sensível e mais específico Exame mais acurado: maior área abaixo da curva Quanto mais sensível, menos específico (mais FP) INDICADORES DE SAÚDE COEFICIENTE / TAXA / RAZÃO ÍNDICE / PROPORCIONAL Avalia risco Numerador diferente do denominador N de óbitos > 50 anos / População > 50 anos Avalia proporção Numerador = denominador N de óbitos ≥ 50 anos / Total de óbitos = SWAROOP-UEMURA > 75% (1º nível): desenvolvido (Brasil 78%) < 25% (4º nível): subdesenvolvido *NÃO confundir mortalidade específica por causa (óbitos por X / população exposta = taxa) com mortalidade proporcional por causa (óbitos por X / óbitos = índice) COEFICIENTE / TAXA ▪ MORB(P)IDADE – risco da população exposta adoecer INCIDÊNCIA / ATAQUE – doença aguda PREVALÊNCIA – doença crônica Número de casos novos / População exposta *Taxa de ataque 2ª: casos surgidos a partir do caso-índice / expostos ao caso-índice *Densidade de incidência: leva em conta o tempo de exposição Número de casos novos + antigos / População exposta Aumenta: incidência, droga que melhora, imigração de doentes Diminui: morte, cura, emigração de doentes P = I x D Prevalência = Incidência x Duração ▪ MORTALIDADE – risco da população exposta morrer GERAL N de óbitos / População exposta Em 1.000 Não compara, porque eu não sei quem são as pessoas que morreram (jovens? idosos?) – ASPONE (não serve para nada) MATERNA N de óbitos por causa materna / Nascidos vivos Em 100.000 1) Hipertensão População exposta: até 42 dias pós parto - Direta: DPP, pré-eclâmpsia, infecção puerperal - Indireta: doença prévia que exacerbou na gravidez *Causa acidental NÃO entra! 10 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 2) Hemorragia 3) Infecção INFANTIL N de óbitos < 1 ano / Nascidos vivos Em 1.000 1) Afecções perinatais – prematuridade 2) Malformações congênitas 3) Doenças respiratórias *A maioria morre < 7 dias PERINATAL – GO e PED Natimortos (>22 semanas) + < 7 dias / Nascidos vivos + mortos NATIMORTOS – GO Natimortos (>22 semanas) / Nascidos vivos + mortos NEONATAL – PED < 28 dias / Nascidos vivos *Precoce (< 7 dias), tardia (7-28 dias) PÓS-NEONATAL – meio ambiente 28 dias – 1 ano / Nascidos vivos *Malformação é a 1ª causa *Taxa de mortalidade padronizada pela idade: usa uma população padrão no denominador – permite comparações entre populações com diferentes faixas etárias! *Mortalidade na infância: N de óbitos < 5 anos / Nascidos vivos *Taxa de fecundidade geral: nascidos vivos / mulheres 15-49a CARGA GLOBAL DE DOENÇA – Mortalidade + Morbidade Mortalidade – anos de vida perdidos Morbidade – anos vividos com incapacidade Quebra da extensão da vida – anos de vida perdidos Principais: homicídio, IAM, AVE, acidente de transito Quebra da qualidade de vida Principais: dor lombar, cefaleia, ansiedade, depressão Geral: circulatório > CA > respiratório < 1 ano: afecções perinatais 1-50 anos: causas externas (homicídio) > 50 anos: circulatório DALY Anos Potenciais de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade É a soma dos anos de vida perdidos + anos vividos com incapacidade de acordo com a expectativa de vida Quanto maior, pior Indicador mais sensível Brasil: tripla carga de doença ▪ LETALIDADE – risco do doente morrer / gravidade da doença N de óbitos pela doença / N de doentes SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SINASC Nascidos vivos – declaração de nascido vivo SIM Mortalidade – declaração de óbito SINAN Agravos de notificação – notificação SIH Hospitalar – AIH *Público e privado conveniado ao SUS 1) Transmissíveis e nutricionais 2) Não transmissíveis – SCV > CA > SR 3) Externas 11 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 IBGE População VIGITEL Fatores de risco e proteção para DCNT VIGIMED Efeitos adversos à vacinas e medicamentos ÍNDICES ▪ CURVAS DE NELSON MORAES Avalia o nível de saúde I Muito baixo – criança e jovem morrendo N II Baixo – criança morrendo L / J invertido III Regular – criançae > 50 anos morrendo U / V IV Elevado – > 50 anos morrendo J Não Lembro Um Jeito ▪ TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Diminuição da fecundidade + diminuição da mortalidade geral + aumento da expectativa de vida + aumento do índice de envelhecimento (> 60 anos / < 15 anos) Pirâmide em “pera/maçã”: estreitamento da base + alargamento do ápice SUS História 1) BISMARCKIANO – Seguro social Origem na Alemanha Descontava dinheiro dos trabalhadores – acesso restrito Financiamento: trabalhadores formais – excluía rurais e informais Ênfase na cura Financiamento da medicina privada Ministérios da previdência e da saúde Medicina ditatorial – sem participação social IAPS (Era Vargas) > INPS > INAMPS (Ditadura) 2) REFORMA SANITÁRIA (1970) Movimento civil com amplo apoio político Trazia a ideia de universalidade e integralidade 3 vertentes: movimento estudantil + médicos residentes + acadêmicos VIII Conferência Nacional de Saúde (1986): saúde como direito de todos e dever do Estado 3) BEVERIDGIANO – Seguridade social (saúde + previdência + assistência social) Origem na Grã-Bretanha Estado oferta saúde – cobertura universal Financiamento: impostos SUS (1988) – criação do SUS SANITARISTA – 1920 MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA – Ditadura ALTERNATIVO – atual Atua através de grandes campanhas Não atua na prevenção Demanda espontânea Não atua na prevenção Foco na doença Não altera o nível de saúde da população Modelo do SUS Integralidade Promoção de saúde Representa a vigilância de saúde AMERICANO – Assistência social Estado só paga pra quem não tem condição (Medicaid/Medcare) Restante paga 12 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Atua, pontualmente, em determinadas situações – “apaga focos de incêndio” Não é exclusivo do setor privado Acesso restrito > universalização Ênfase na cura > integralidade, equidade Ministério > descentralização, regionalização, hierarquização Medicina ditatorial > participação social PRINCÍPIOS DO SUS – Lei 8080/1990 ÉTICOS / DOUTRINÁRIOS Universalização Acesso a todos os cidadãos Integralidade Prevenção, cura e reabilitação Equidade Atenção desigual para casos desiguais ORGANIZACIONAIS / OPERATIVOS Descentralização Divisão de poderes com gestão única Regionalização Municipalização Hierarquização Organizar níveis de complexidade Participação social Conselhos e Conferências Resolubilidade Resolver os problemas Complementariedade Contratar o privado – preferência para filantrópicas ou não lucrativas *Éticos/doutrinários: vogais! ▪ PARTICIPAÇÃO SOCIAL Lei 8142/1990 – criada para explicar COMO seria a participação social e a transferência de recursos financeiros Transferência de dinheiro é regular e automática Paritária: 50% usuários, 50% resto (25% profissionais de saúde, 12.5% governo e 12.5% prestadores de serviço) Conselho de Saúde – fiscalizador Conferência de Saúde – idealizador Mensal Caráter permanente e deliberativo (só precisa ser autorizado pelo executivo) Fiscalizam os gastos e a execução da saúde CONASS (estado) e CONASEMS (município) participam A cada 4 anos Caráter consultivo Avaliam e criam diretrizes da Política de Saúde Convocado pelo executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde ▪ REGIONALIZAÇÃO Decreto 7508/2011 – organiza o SUS com uma nova dinâmica Região de Saúde Espaço geográfico / agrupamento de municípios Referência para a transferência de recursos Atenção primária + secundária (especialista) + terciária (hospitalar) + urgência + psicossocial + vigilância Contrato Organizativo de Ação Pública Acordo entre os municípios para mandar o paciente para o devido serviço de referência Rede de Saúde Conjunto de ações e serviços de saúde que garante a integralidade – públicos e privados Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - Portas de entrada – atenção primária UBS UPA CAPS Especiais 13 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 NOBS NOB 91 Centraliza a gestão no nível federal Cria AIH Transferência de dinheiro por produtividade NOB 93 Inicia o processo de descentralização O município passa a ser o gestor Cria as comissões bipartite (município + estado) e tripartite (município + estado + união) – força hegemônica do SUS, decisões por consenso Transferência de dinheiro de forma regular e automática NOB 96 Consolida a municipalização Cria o PAB fixo (dinheiro de acordo com número de habitantes), PAB variável (dinheiro de acordo com ações e programas) e a PPI Portaria 399/2006 – Pacto pela saúde Em defesa do SUS Reforça o SUS como política de Estado De gestão do SUS Estabelece as reponsabilidades de cada ente federado (cria a Região de Saúde) União (MS): elabora – mas executa vigilância de portos e aeroportos Estados (Secretaria Estadual): coordena Município (Secretaria Municipal): executa Pela vida Estabelece prioridades Saúde do idoso CA de colo uterino e mama Mortalidade infantil e materna Doenças emergentes e endêmicas – HANDEMIKA Promoção de saúde Atenção básica *Foi assinado pelo MS, secretaria estadual e municipal Lei 141/2021 e EC 95/2016 – Financiamento do SUS Municípios: 15% Estados: 12% União: $ do ano anterior + correção pelo IPCA *EC 29/Lei 141 é pelo PIB Principais fontes de recursos Recursos da seguridade social – desconto compulsório sobre a folha de salário das empresas (principal!) Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) Contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) Blocos – com o que o dinheiro é gasto 1) Estruturação 2) Manutenção Vigilância em saúde Epidemiológica Intervém em qualquer fator determinante e condicionante da saúde individual ou coletiva – investigação de casos e surtos, coleta e processamento de dados Sanitária Intervém nos problemas de saúde decorrentes do meio ambiente, bens de consumo e prestação de serviços IMPORTANTE O gasto com saúde privada (55%) é maior que saúde pública (45%)! A saúde pública atende 75% da população 14 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Ambiental Intervém em qualquer fator determinante e condicionante do ambiente que interfira na saúde humana – qualidade da água/ar/solo, substâncias químicas, desastres naturais Saúde do trabalhador Promove e protege a saúde do trabalhador, além de visar a recuperação e reabilitação daqueles submetidos a riscos em condições de trabalho Promoção em saúde Promove a qualidade de vida, capacitando a população para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação ATENÇÃO BÁSICA / PRIMÁRIA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Multiprofissional: médico + enfermeiro + técnico de enfermagem + ACS Pode ter ou não equipe bucal, gerente de atenção básica, ACE Adscrição (cadastro) de clientela / territorialização: 2.000-3.500 pessoas – a depender da vulnerabilidade No máximo 750 pessoas/ACS ou microárea Funcionamento: 40h/semanais, 5x/semana, 12 meses/ano Alta complexidade e baixa densidade tecnológica PRINCÍPIOS PRINCIPAIS Primeiro contato Porta de entrada (acessibilidade) Longitudinalidade Acompanhamento / vínculo Integralidade Integral / completo / todos os problemas Coordenação do cuidado Integração do cuidado (referência e contrarreferência), sincronia DERIVADOS Centralidade na família Genograma, ecomapa.. Orientação comunitária Contato com comunidade Competência cultural Facilitar a relação, valorizar cultura local *PLInCipios principais *PNAB = princípios do SUS MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA P Percepção do problema – experiência da pessoa com a doença Sentimentos,ideias, função, expectativa – SIFE E Entender a pessoa como um todo História de vida, aspectos pessoais fora da QP (família, emprego..) S Sistematizar um plano conjunto Problemas e prioridades, objetivos do tratamento, papéis da pessoa e do médico S Ser realista Nem tudo de uma vez só.. priorizar! O Objetivar a prevenção Rastreamento A Aprofundar relação Empatia, conexão, cuidado *NÃO aumenta tempo de consulta! INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS ▪ SOAP – preenchimento do prontuário orientado por problemas Subjetivo Sintomas (SIFE) – experiência do problema Objetivo Olhar do médico – exame físico / laboratório Avaliação Diagnóstico – afecções Plano Conduta – passo a passo - A inclusão do gerente é avaliada pelo gestor - Garante o planejamento em saúde, organiza o processo de trabalho e coordena e integra as ações - Não pode ser vinculado à UBS 15 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ▪ GENOGRAMA Dinâmica afetiva Interações familiares Pelo menos 3 gerações – homem sempre à esquerda ▪ ECOMAPA Relação da família com o ambiente – escola, igreja, UBS.. ▪ APGAR FAMILIAR Avalia a satisfação de cada membro da família Feito a partir de um questionário pré-determinado (5 questões, com 0-2pts cada) – adaptação, participação, crescimento, afeição, resolução Classifica as famílias em: funcionais, moderadamente disfuncionais e gravemente disfuncionais ▪ FIRO Avalia apenas as relações interpessoais – inclusão (interação), controle (poder) e intimidade (afeto) Alteração de papeis familiares frente a uma crise ▪ PRACTICE Avalia o funcionamento da família seguindo um roteiro Feito a partir de uma reunião com todos os membros da família Foco no problema ▪ ESCALA DE COELHO-SAVASSI Avalia o nível de vulnerabilidade das famílias através dos sentinelas de risco < 4: sem risco / 5-6: R1 / 7-8: R2 / 9: R3 Sentinelas de risco 3 Acamado Deficiência física ou mental Baixas condições de saneamento Desnutrição grave Morador/cômodo > 1 2 Drogas Desemprego Morador/cômodo = 1 1 Analfabeto < 6m > 70a HAS DM Morador/cômodo < 1 16 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 HUMANIZAÇÃO Acolhimento / Autonomia Colocar a pessoa pra dentro da UBS e escutar o que ela tem para falar Respeitar escolhas do paciente Responsabilização Clínica ampliada: discussão coletiva de casos complexos Projeto teTrapêutico singular (4 passos): definir hipóteses > traçar metas > dividir responsabilidades > reavaliar Interdisciplinaridade Matriciamento: chama especialista para UBS ou suporte técnico-pedagógico NASF-AB (acabou em 2020): incorporada ao ESF / mantida / cadastrada em UBS sem vínculo com equipe – NÃO é porta de entrada, NÃO é físico! Princípios do Humaniza SUS: 1) Transversalidade – ultrapassar a parte médica, ir além 2) Autonomia e protagonismo do sujeito 3) Inseparabilidade entre gestão e atenção Visa redução de filas, gestão participativa, atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco.. RESUMO P PLInCipios PLInCipais Porta de entrada, longitudinalidade, integralidade, coordenação R Reorientação (substitutivo) Método centrado na PESSOA I Instrumentos e ferramentas Genograma, ecomapa, SOAP M Multiprofissional Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, ACS A Acolhimento / Autonomia Participação da comunidade R Responsabilização Clínica ampliada + Projeto terapêutico singular I Interdisciplinaridade com apoio matricial Assistência e suporte pedagógico A Adscrição de clientela / Territorialização 2.000-3.500 pessoas PROGRAMAS NOVOS ▪ SAÚDE NA HORA Ampliação do horário de atendimento – 4 formatos Médico + enfermeiro + técnico de enfermagem + dentista – ACS NÃO! Se nível superior: 20-40h/semanais, se quiser 60h/semanais ≥ 3 equipes 75h/semanais ≥ 6 equipes *Com ou sem SB ▪ MÉDICOS PELO BRASIL Rompimento do programa Mais Médicos Formação no Brasil ou Revalidada + prova + programa de especialização Termina com um plano de carreira + CLT + gratificação por desempenho ▪ PREVINE BRASIL Novo financiamento da atenção básica – PAB foi extinto! 1) Capitação ponderada: dar dinheiro para o município de forma ponderada, de acordo com vulnerabilidade da população e do município e adscrição de clientela – equidade 2) Pagamento por desempenho: metas a serem cumpridas (puericultura, acompanhamento de HIV, pré-natal, rastreamento de sífilis na gestação) 3) Incentivo para ações estratégicas: saúde na escola, bucal, consultório de rua... – estratégias a mais 17 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ▪ REDE CEGONHA Novo modelo de atenção à saúde da mulher e da criança – envolve os 3 níveis de complexidade! Pré-natal, parto e nascimento, puerpério, crescimento e desenvolvimento até 2 anos, sistema logístico Visa reduzir mortalidade materna e infantil neonatal ▪ CONECTE SUS Informatização da atenção à saúde, com integração da saúde pública e privada Garante o acesso à informação necessária para dar continuidade ao cuidado do cidadão ▪ MELHOR EM CASA – município com > 40 mil hab A1: dificuldade de se locomover até a UBS, mas não necessita cuidado frequente A2: dificuldade de se locomover até a UBS que necessita cuidado frequentes (ex: curativos, sonda..) A3: usa equipamento específico (ex: VM, diálise..) SAÚDE NO MUNDO ▪ RELATÓRIO FLEXNER (1910) Mudou a educação médica Introduziu o modelo de medicina científica e da relação médico-paciente Definiu como ingressar no curso de medicina, introduziu o ensino laboratorial, criou o ciclo básico e o ciclo clínico, deu ênfase na pesquisa biológica, instituiu o controle da profissão por um órgão, estimulou especializações ▪ DECLARAÇÃO DE ALMA ATA (1978) “Saúde para todos no ano 2000” Definiu a saúde como um direito humano fundamental Atenção básica é o foco principal Baseado em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitos A desigualdade existente entre os países desenvolvidos e não desenvolvidos deve ser superada, baseada em uma ordem econômica internacional ▪ CARTA DE OTAWA (1986) Afirma a Declaração de Alma Ata Discute a promoção da saúde – capacita a população para melhorar sua qualidade de vida ▪ DECLARAÇÃO DE ASTANA (2018) Cobertura universal em saúde Princípios e diretrizes do SUS/RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica: Princípios Universalidade Equidade Integralidade Diretrizes Regionalização e hierarquização Territorialização População adscrita Cuidado centrado na pessoa Resolutividade Longitudinalidade Coordenação do cuidado Ordenação da rede Participação da comunidade Lógica Flexneriana: atendimento à demanda espontânea, relação doente-médico, ênfase na cura (hospitalocêntrico), alto impacto coletivo 18 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 SAÚDE SUPLEMENTAR Categorias AUTOGESTÃO – Petrobras, Caixa Planos próprios de empresas As empresas podem ter seu próprio programa de assistência (autogestão) ou podem contratar terceiros para administrá-los (planos de administração) O regime pode ser convênio ou reembolso – a empresa escolhe COOPERATIVAS – Unimed Sem fins lucrativos – ganham por produção e divisão de lucros Médicos cooperados são sócios e prestadores de serviço na cooperativa SEGURADORAS – Bradesco saúde Vinculadas ou não a bancos O regime pode ser convênio ou reembolso Não opera com autorização de serviços MEDICINA DE GRUPO Serviços próprios / conveniados / terceiros Pagamento antecipado e opera com autorização de serviços *Mais comum FILANTROPIA Sem fins lucrativos Precisam ser certificadas como entidade filatróprica pelo CNAS e declaradas de utilidade pública peloMinistério da Justiça *Tem que cobrir todas as doenças do CID! / Doenças preexistentes: carência de 24m VIGILÂNCIA EM SAÚDE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Doenças, agravos (acidente, violência, intoxicação..) ou eventos de saúde pública (surtos, epidemia..) Não precisa de confirmação Qualquer pessoa pode notificar, mas é obrigatório para profissionais de saúde / responsáveis por estabelecimentos de saúde – se não, é crime Semanal (< 7 dias) ou imediata (< 24h) Existe uma lista nacional, mas estados e municípios podem adicionar agravos Notificação negativa semanal: não teve aquele agravo naquela semana Para o MS / SES / SMS – abastece o SINAN Características das doenças de notificação compulsória Magnitude Prevalência, incidência Potencial de disseminação Fonte de infecção Transcendência Gravidade, relevância social e econômica Vulnerabilidade Capacidade de prevenção e controle Epidemia, surtos e agravos inusitados - SEMANAIS B – Bichos loucos Creutzfeldt-Jakob Peste Peçonhentos Raiva Toxoplasmose – congênita / gestante E – Endêmicas Esquistossomose Neoplasias Doença de Chagas (aguda e crônica) Eventos de risco Malformação congênita Infantil e materno (óbitos) Calazar e Leishmaniose tegumentar Acidentes de trabalho – biológico Evento sentinela: evento que demonstra uma má assistência à saúde da população (eventos evitáveis) 19 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 S – Síndromes febris DCZ Malária Leptospirose Hantavirose Febre tifoide Febre maculosa T – Terrorismo (BAVT) Botulismo Antraz Violência Tularemia E – Exógenas Agrotóxicos Metais pesados Gases tóxicos I – Internacionais (VIPS) Varíola Influenza Poliomielite SARS (coronavírus) R – Ranseníase A – Anticorpos Todas que tem vacina – exceto caxumba S – “Si..” Sífilis SIDA – gestante / vertical Síndrome do corrimento uretral Sinistra cólera *Tuberculose, Hanseníase, AIDS, Hepatites virais, Leishmaniose tegumentar e Sífilis precisam de confirmação IMEDIATAS – < 24h I – Internacionais (VIPS) Varíola Influenza Poliomielite SARS (coronavírus) M – Mata todos Raiva E – Eventos de risco D – Doença de Chagas aguda I – Internacionais antigas (CPF) Cólera Peste Febre amarela A – Acidentes De trabalho grave – morte, menor, mutilação Animais peçonhentos T – Terrorismo (BAVT) Botulismo Antraz Violência – sexual, suicídio, mulher Tularemia A – Anticorpos Todas que tem vacina – exceto TB e hepatites, varicela se grave / óbito S – Síndromes febris DCZ se óbito Z se gestante Malária se extramazônico Febre maculosa Febre tifoide Febre do Nilo ocidental Hantavirose Leptospirose 20 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 UNIDADES SENTINELA – semanal Saúde do trabalhador CA ocupacional Dermatoses ocupacionais LER / DORT / PAIR Pneumoconioses Transtornos mentais ocupacionais Transmissão respiratória Doença invasiva pneumocócica SRAG Síndrome gripal Transmissão hídrica / alimentar Rotavírus Diarreia aguda Síndrome hemolítica-urêmica (SHU) DST Uretrite Paralisia flácida pós-infecção exantemática COVID-19 Notificação imediata (< 24h): Qualquer caso de SG / SRAG hospitalizado / óbito por SRAG Resultados de testes diagnósticos (positivo, negativo, inconclusivo) – em estabelecimento público ou privado ▪ PORTARIA 2.561 / 23 DE SETEMBRO DE 2020 Em casos de estupro, recomenda-se: Comunicar o fato à autoridade policial responsável Preservar possíveis evidências materiais do crime de estupro a serem entregues imediatamente autoridade policial ou aos peritos oficiais ▪ PORTARIA 78 / 18 DE JANEIRO DE 2021 Em casos de violência doméstica, é obrigatório: Comunicar à autoridade policial em até 24h de forma sintética e consolidada, não contendo dados que identifiquem a vítima e o profissional de saúde notificador PROCESSO EPIDÊMICO PRÉ-PATOGÊNICO – apenas fatores de risco (não existe a doença!) PREVENÇÃO PRIMÁRIA – incidência Eliminar fatores de risco – diminui incidência Proteção específica: vacinação, EPI, ácido fólico.. Promoção de saúde: saneamento básico, educação, atividade física *Prevenção primordial: evitar a instalação dos fatores de risco PATOGÊNICO – já existe a doença (subclínica ou clínica) PREVENÇÃO SECUNDÁRIA – prevalência Diagnóstico e tratamento precoce: rastreamento / diagnóstico precoce Limitação de incapacidade (prevenção de danos): evitar complicação PREVENÇÃO TERCIÁRIA Evita que a complicação se torne uma sequela permanente: reabilitação PREVENÇÃO QUATERNÁRIA Evitar exames desnecessários – “menos é mais” *Ortotanásia, não maleficência 21 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Caso autóctone Indivíduo contraiu a doença onde foi feito o diagnóstico Caso alóctone Indivíduo contraiu a doença em local distinto de onde foi feito o diagnóstico Caso índice Primeiro caso de uma epidemia Transmissão Direta imediata: DST / Direta mediata: secreções (gotículas, aerossóis), mãos / Indireta: vetor Infectividade Capacidade do agente entrar, se multiplicar e transmitir para o outro – ex: sarampo, varicela (alta) Patogenicidade Capacidade do agente causar doença – ex: raiva, HIV Virulência Capacidade do agente levar a casos graves/fatais – coeficiente de letalidade EPIDEMIA – incidência Número de casos novos que ultrapassa o esperado - Rápida: explosiva (fonte comum) - Lenta: progressiva/propagada (pessoa-pessoa, vetor) ENDEMIA Número de casos novos está dentro do esperado SURTO Número de casos novos que ultrapassa o esperado em uma localidade, em que as pessoas tem relação entre si PANDEMIA Epidemia que ocorre em vários continentes *Pode virar endemia após cerca de 10 anos de observação *Esperado = limite epidêmico / superior endêmico Diagrama de controle Curva epidêmica Estágios de motivação Pré-contemplação “Não quero parar” Contemplação “Quero parar, me ajude” Preparação “Já comecei a fazer tal coisa e vou parar semana que vem” “Já reduzi” Ação “Parei” Manutenção “Continuo” Recaída - SAÚDE DO TRABALHADOR COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) Visa comunicar: Acidente de trabalho / de trajeto: acidente no exercício do trabalho ou em deslocamento à serviço da empresa Doença ocupacional: doença desencadeada pelo exercício do trabalho Notificação ao INSS O preenchimento é obrigação da empresa até o 1º dia útil (com morte: imediato!) O médico não é obrigado a preencher – apenas a parte médica (atestado) Deve ser emitida em QUALQUER acidente – independente do estabelecimento do nexo causal Trabalhador contratado (CLT) e/ou autônomo que contribua com INSS 22 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Não considera: doenças degenerativas, endêmicas (desde que NÃO haja nexo causal) 4 vias – INSS, segurado, sindicato, empregador 3 tipos: inicial (sempre), comunicação do óbito (se óbito), de reabertura (se necessidade de afastamento por agravamento da lesão) Se afastamento: empresa > 15 dias > INSS (auxílio doença previdenciário x acidentário) Incapacidade TEMPORÁRIA < 15 dias Empresa paga salário > 15 dias INSS paga auxílio-doença (média das últimas 12 contribuições) – acidentário x previdenciário PERMANENTE Parcial Auxílio-acidente (50% do salário) – ainda estão trabalhando Total Aposentadoria por invalidez (100% do salário) CLASSIFICAÇÃO DE SCHILLING I Trabalho é a causa – doença profissional Silicose, asbestose, hidragilismo, plumbismo/saturnismo II Trabalho é fator de risco – doença do trabalho Doença coronariana, varizes, DORT, PAIR, burn out III Trabalho piora uma condição já existente Asma, dermatite de contato DOENÇA DO TRABALHODOENÇA OCUPACIONAL O ambiente do trabalho causa a doença – surdez em ambiente ruidoso O trabalho causa a doença – silicose, saturnismo Biológico Notificação compulsória semanal Grave (mutilação, morte, menor) Notificação compulsória imediata Doenças do trabalho Notificação em Unidade Sentinela SILICOSE – mais comum Sílica FR: jateamento de areia, mineração, fundição, cerâmica, polimento de pedras Tosse, insuficiência respiratória Diagnóstico: história clínica + imagem (fibrose nodular) Associação com TB ASBESTOSE Asbesto / amianto FR: pastilhas de freio, telhas, caixas d’água, fabricação de tecidos à prova de fogo, construção civil Dispneia, mesotelioma pleura / pericárdio / peritônio Diagnóstico: história clínica + imagem (fibrose difusa) SATURNISMO Chumbo FR: pilhas e baterias, tinta Dor abdominal + linha gengival azulada (Burton) + gota + HAS + anemia sideroblástica – GIGA Associação com porfiria BEZENISMO Benzeno FR: siderúrgica, petróleo Mielotóxico – pancitopenia Associação com leucemia CROMO FR: galvanoplastia, cimento, fotografia Lesão cutânea + perfuração do septo nasal Associação com CA de pulmão BURN OUT – 4% da pop Esgotamento profissional FR: trabalhos estressantes e com o público Consumo excessivo de café, álcool, drogas Exaustão emocional + diminuição da realização pessoal + despersonalização Estimular horário rígido, atividade social e esportiva Acidentário: empresas, motivo do afastamento tem a ver com o trabalho – estabilidade + salário por 12m Previdenciário: autônomos, motivo do afastamento não tem a ver com o trabalho 23 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 PAIR Perda neurossensorial (órgão de Corti), irreversível e bilateral FR: obra, pavimentação, aeroporto, dj Perda auditiva – não progride na ausência de ruídos Piora com DM e medicamento ototóxico Diagnóstico: história clínica + audiometria (em gota 3-4-6 Hz, pós 14h de repouso auditivo) LER / DORT Movimentos repetitivos, monótonos, de ritmo intenso Intensificado por vibração e frio – ex: frigorífico Ideal: pausa de 10min a cada 1h AGROTÓXICOS ORGANOCLORADOS – DDT Acumula no meio ambiente Ação no SNC ORGANOFOSFORADO/ CARBAMATO Inibe irreversivelmente acetilcolinesterase > síndrome colinérgica Miose, sialorreia, bradicardia, hipotensão, broncoespasmo – quadro parassimpático Tratamento: Atropina – se VO: lavagem gástrica + carvão ativado PIRETROIDE – permetrina Dedetização Irritação, alergia, neuropatia NR-4 Engenharia de segurança do trabalho NR-5 Prevenção de acidentes e doenças (CIPA) NR-6 Uso de EPI NR-7 Controle médico de saúde ocupacional NR-9 Prevenção de riscos ambientais NR-17 Ergonomia NR-25 Controle de resíduos industriais HIERARQUIA DE RISCOS 1) Fonte 2) Ambiente 3) Trabalhador DECLARAÇÃO DE ÓBITO EMISSÃO OBRIGATÓRIA EMISSÃO NÃO OBRIGATÓRIA – facultativa Em todos os óbitos – natural ou violento Criança que nasce viva e morre logo após o nascimento, independente da duração da gestação / peso do RN / tempo de vida Óbito fetal (nasceu morto) se 1: IG > 20 semanas / feto > 500g / estatura > 25cm Óbito fetal (nasceu morto) se 3: IG < 20 semanas + feto < 500g + estatura < 25cm Peças anatômicas amputadas *O registro do óbito (SIM) é feito no local de residência da pessoa Como preencher – 9 blocos, 59 campos, 3 vias Parte I A Causa imediata (terminal) do óbito B Causa intermediária C Causa intermediária D Causa básica do óbito Parte II - Outras doenças que não levaram diretamente ao óbito *O médico NÃO preenche o CID Quem preenche CAUSA NATURAL Com assistência médica Médico assistente, substituto ou plantonista Sem assistência médica Serviço de verificação de óbitos (SVO) CAUSA NÃO NATURAL – externa / suspeita independente do tempo IML 24 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Exceções: Local sem SVO: qualquer médico Local sem médico: cartório de registro civil + 2 testemunhas Local sem IML: qualquer médico na função de perito legista eventual ou qualquer pessoa designada por autoridade policial/judicial Cremação: DO assinada por 2 médicos ou 1 médico legista (causa natural) / autorização judicial (causa não natural) ÉTICA MÉDICA PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA Beneficência* Priorizar fazer o bem Não-maleficência Não fazer o mal – primum non nocere Autonomia Liberdade de decisão – consentimento Justiça Tratar de forma justa – equidade ERROS MÉDICOS Imperícia Faz algo sem o conhecimento necessário Imprudência Faz algo sem cuidado, com pressa Negligência Não faz algo quando deveria fazer – omissão ORTOTANÁSIA Evitar medidas que causam sofrimento em pacientes terminais Morte boa – autorizada no Brasil DISTANÁSIA Medidas que causam sofrimento em pacientes terminais Morte má EUTANÁSIA Morte provocada movida pela compaixão/piedade MISTANÁSIA Morte por negligência do Estado Morte precoce, infeliz e evitável devido à desigualdade social Certidão: documento jurídico emitido pelo Cartório de Registro Civil após o parente mostrar a DO – o corpo só é liberado com a certidão de óbito Desease: doença Ilness: experiência do doente com a doença – “eu”ness Sickness: aspecto social da doença
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