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APG 12 1. Revisar a morfofisiologia do pâncreas exócrino e da vesícula biliar, e o trajeto da bile. PÂNCREAS ● Coberto por uma fina cápsula de tec conjuntivo frouxo. ● Parênquima é formado por ácinos pancreáticos e por ilhotas de Langerhans, cercadas pelo estroma de tec conjuntivo frouxo. ● Septos interlobulares de tec conjuntivo se projetam da cápsula em direçao ao parênquima, organizando os lóbulos. ○ Contém os ductos interlobulares, vasos sanguíneos, nervos e os corpúsculos de Pacini (tipos especiais de receptores sensoriais). Pâncreas exócrino: Ácinos: epitélio simples, com cél acinares piramidais com uma porção basal larga e uma superfície apical estreita, que sintetizam enzimas digestivas (tabela), que são secretados nos ductos até o duodeno. ● Para realizar a sua função excretora, essas cél contém no seu citoplasma grânulos de zimogênio (local de armazenamento de enzimas inativas). Ductos intercalares (epitélio simples escamoso (cél centroacinares + cél ductais (simples e cuboidais)) ➞ ductos interlobulares (epitélio colunar simples pavimentoso) ➞ ducto pancreático principal (epitélio colunas escamoso) + ducto biliar comum ➞ ampola hepatopancreática (de Vater) ➞ papila duodenal. Pâncreas endócrino: Ilhotas de Langerhans: cél poligonais endócrinas, conectadas por desmossomos e gap junctions, formando um cordão celular, permeadas por capilares fenestrados. ● Cél beta: secretam insulina (glicongênese, lipase lipoproteica, síntese proteíca nas cél musc esqueléticas e hepatócitos, e inibe o catabolismo de proteínas). ○ Localizadas no centro. ● Cél alfa: secretam glucagon (glicogenólise, lipase hepática e proteólise). ○ Localizadas na perifieria. ● Cél delta: secretam somatostatina (controle da liberação de insulina e do glucagon). ● Cél PP: secretam polipeptídeo pancreático. ○ Localizadas na cabeça do pâncreas. VESÍCULA BILIAR: Sistema biliar intra-hepático: transporte da bile dos hepatócitos para a árvore biliar extrahepática. ● Canalículo biliar (espaço entre os hepatócitos adjacentes) ➞ ductos segmentares: ○ Ductos segmentares II + III + IV = ducto hepático direito. ○ Ductos segmentares V + VIII = ducto hepático esquerdo e sensorial anterior medial direito. ○ Ductos segmentares VI + VII = ductos sensoriais posteriores laterais direitos. Sistema biliar extra-hepático: ● Ducto hepático direito + hepático esquerdo ➞ ducto hepático comum ➞ hepático comum + cístico ➞ colédoco + hepatopancreático ➞ ampola hepatopancreática de Vater (esfíncter superior e inferior). ● Ducto colédoco: ○ Porção supraduodenal. ○ Porção retroduodenal. ○ Porção infraduodenal. ○ Porção intraduodenal. Mucosa: castanho-amarelada. ● Epitélio colunar simples. ● Cél que possuem mucrovilosidades na superfície apical e ricas em mitocôndrias. ● Contém rugas que desaparecem quando a vesícula se estende. ● Criptas de Luschka: divertículos na mucosa que se estendem até a camada muscular. Submucosa: ● Fibras elásticas, vasos sanguíneos e linfáticos. ● Glândulas mucosas tubuloalveolares. Muscular própria: ● Fibras musculares lisas que possuem receptores CCK. Serosa. Triângulo de Calot: ducto cístico + borda inferior do segmento hepático V + ducto hepático comum. ● Utilizado para encontrar a artéria cistíca e as estruturas durante procedimentos cirurgicos. 2. Entender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico da pancreatite aguda e crônica. PANCREATITE AGUDA: EPIDEMIOLOGIA: ● Causa mais comum de hospitalização por condição GI. ● 25-75 anos. ● 2 a 3x mais probabilidade em pessoas negras. ● 13-45 a cada 100.000. ETIOLOGIA: ● Cálculos biliares (cálculos biliares e microlitíase). ● Drogas e toxinas (álcool etílico e metílico, tabaco, azatioprina, pentamidina, didanosina, sulfonamidas, tiazidas, aminossalicilatos, veneno de escorpião, e inseticidas organofosforados). ● Metabólica (hiperlipidemia e hipercalcemia). ● Traumatismo (pós-operatório de cirurgias abdominais, cirurgias cardíacas, e traumas contusos e perfurantes). ● Obstrução do ducto pancreático (estenose benigna do ducto pancreático, estenose ampla benigna (doença celíaca, doença de Crohn e divertículo), adenoma ampular, adenocarcinoma ductal pancreático, e neoplasias mucinosa papilar intraductal). ● Infecções (citomegalovírus, caxumba, rubéola, candida, ascaris, e histoplasmose). ● Genética (mutação de PRSS1, CFTR, e SPINK1). ● Pancreatite autoimune. ● Pancreatite idiopática. FISIOPATOLOGIA: Aumento da pressão dentro dos ductos intra-biliares ➞ colocalização lisossomal (vacúolos que contém a catepsina B (ativador de tripsinogênio)) ➞ ativação intrapancreática de enzimas digestivas (que normalmente são ativadas no duodeno) ➞ autodigestão e inflamação ➞ ativação do sistema imune ➞ sequestro de neutrófilos e macrófagos ➞ aumento do processo inflamatório ➞ liberação de citocinas ➞ digestão das membranas das cél, proteólise, edema, danos vasculares, hemorragia intersticial e necrose ➞ liberação de peptídeos de bradicinina ➞ vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e edema ➞ síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Dor abdominal (em faixa que dura 30-60 min), náuseas e vômitos. Exame físico: ● Taquicardia. ● Hipotensão ortostática. ● Taquipneia. ● Dispneia. ● Febre baixa. ● Confusão mental. ● Dor a palpação do abdome (epigástrica ou difusa). ● Sinal de gray-turner e de cullen. ● Sinal de fox (equimose na base do pênis). ● Necrose gordurosa subcutânea (paniculite). DIAGNÓSTICO: Pelo menos 2 dos 3 critérios: ● Dor abdominal. ● Amilase sérica de pelo menos 3x o limite superior do normal. ● Achados de imagem (TC, RM e US). Exames laboratoriais: ● ⬆ amilase e lipase. ● Hiperglicemia. ● Hipocalcemia. ● Hipertrigliceridemia leve. ● ⬆ ALT. Exames de imagem: ● US abdominal: aumento pancreático. ● TC: necrose pancreática e acúmulo de líquido peripancreático. ○ Utiliza os critérios de atlanta. ● RM: necrose pancreática. ● US endoscópica: identificação de malignidade subjacente, lesões pré-malignas e pequenos cálculos biliares. ● CPRE: não é usada para fins diagnósticos mas sim para fins terapêuticos. Determinação de gravidade: ● Leve: ausência da falência orgânica e complicações locais e sistêmicas. ● Moderadamente grave: disfunção orgânica transitória assoaciada ou não à presença de complicações locais. ● Grave: presença de disfunção orgânica persistente podendo envolver um ou vários órgãos. PANCREATITE CRÔNICA: EPIDEMIOLOGIA: ● 50 a cada 100.000 pessoas. ● Homens. ● Pessoas de etnia negra. ● Apartir dos 62 anos. ETIOLOGIA: Classificação TIGAR-O: ● (T)óxica-metabólica: álcool, tabaco, hiperlipidemia, hipercalcemia, toxinas, medicações, e insuficiência renal crônica. ● (I)diopática. ● (G)enética: mutação no SPINK1 e CFTR, e inibição do PRSSI. ● (A)utoimune: infiltração linfocitária de TCD4. ● (P)ancreatite aguda recorrente severa: hipertrigliceridemia + pancreatite aguda recorrente. ● (O)bstrutiva: doença celíaca, doença de Crohn, adenoma ampular, adenocarcinoma ductal pancreático, e neoplasias mucinosas papilares intraductais. FISIOPATOLOGIA: As citocinas pró-inflamatórias, interleucinas e fator de necrose tumoral (liberadas na pancreatite aguda) ➞ ativação da atividade das cél estreladas pancreáticas ➞ síntese de colágeno e vias autócrinas autoativadoras mediadas pelo fator de crescimento transformador beta ➞ fibrogenêse➞ remodelamento pancreático. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ● Dor abdominal. ○ Piora 15-30 min após a alimentação. ● Náuseas e vômitos (decorrentes da dor intensa). ● Esteatorreia. ● Perda de peso. DIAGNÓSTICO: Estrutural: ● US endoscópica (dilatação, irregularidade, cálculos ductais e estenoses). ● RM com colangiopancreatografia. ● TC (ducto pancreático dilatado, calcificações ductais e atrofia). ● Conlangiopancreatografia retrógrada endocópica (CPER). ○ Biópsia. ● US (ducto pancreático anormal, calcificações pancreáticas, atrofia da glândula e alterações na ecotextura). ● Raio-x simples de abdome (calcificaçãopancreática difusa ou focal). Funcional: ● Secretina. ● Elastase fecal. ● Nível sérico de tripsina. ● Gordura fecal. ● Nível de glicemia. ● Prova de função pancreática (PFP): ○ Um tubo é passado para o duodeno onde as secreções pancreáticas são coletadas ao longo de 1h em alíquotas de 15min analisadas quanto a concentração de bicarbonato após uma dose suprafisiológica de secretina ser administrada. REFERÊNCIAS: FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738378/. Acesso em: 11 set. 2022. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159297/. Acesso em: 11 set. 2022. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788580556346. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/. Acesso em: 11 set. 2022. CostaA. R.; BrancoB. B.; AmorimR. J.; BritoA. P. S. O. Pancreatite crônica - fisiopatologia e tratamento: uma revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 4, p. e779, 1 jul. 2019. Acesso em: 11 set. 2022. FISIOPATOLOGIA e tratamento da pancreatite aguda: revisão de literatura. Pancreatite; pancreatite necrosante aguda; terapêutica., [s. l.], 14 jul. 2019. DOI http://dx.doi.org/10.4322/prmj.2019.006. Disponível em: https://prmjournal.org/article/doi/10.4322/prmj.2019.006. Acesso em: 11 set. 2022. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 8° Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. PAWLINA, W. Ross Histologia: texto e atlas. 8° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 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