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Feito por Emilly Rebeca Emergência e cuidados intensivos Diagnóstico e abordagem ao paciente em choque Conceito “ Síndrome clínica devido a um desarranjo sistêmico na perfusão tecidual levando a hipóxia celular, alterações metabólicas e, consequentemente, a disfunção dos orgãos” Fisiopatologia Causa base -> Má perfusão tecidual (Baixo DO2) -> Redução da produção de energia -> Degeneração tecidual DO2 = OXIGÊNIO DISTRIBUIDO Consequências - Degeneração celular - Falência de orgãos - Morte Obs: Quando acontece a degeneração tecidual que acomete 70% ou mais da função do orgão, terá um orgão insuficiente e o paciente pode evoluir para uma falência de orgãos sendo a causa de morte do paciente. Desafios - Elevada morbidade - Complexidade dos mecanismos fisiopatogênicos (Vários patologias podem desencadear um choque e isso dificulta o diagnóstico da causa base) - Multiplicidades propostas terapêuticas (Muitas vezes será encontrada divergências na literatura) Tipos de choque - Todo choque irá levar a baixa perfusão. - O sistema hemodinâmico é composto por três elementos: coração (funciona como uma bomba cardíaca que irá ejetar sangue com força para que ele possa manter a pressão e o fluxo sanguíneo), sangue (veículo que transporta oxigênio) e vasos (canal de distribuição. Então, se houver alteração em algum desses elementos terá problema de perfusão. • Cardiogênico: - Incapacidade de impulsionar o sangue para os vasos efetivamente -> Reduz o débito cardíaco. • Hipovolêmico: - Perda de líquido da circulação vascular -> Reduz a pré carga • Obstrutivo: - Fluxo de sangue obstruído Feito por Emilly Rebeca • Distributivo: - Hipovolemia relativa por vasodilatação -> Reduz a resistência vascular periférica (Pós-carga) - É caracterizado por vasodilatação, por isso o choque séptico é um tipo de choque distributivo. Obs: A diferença do choque hipovolêmico e o choque distribuitivo é que o hipovolêmico não muda a etsrutura do vaso e o distributivo sim. Choque cardiogênico Disfunção cardíaca (causa primária) -> Diminuição do débito cardíaco -> Inadequada perfusão. - As variáveis hemodinâmicas mais importantes são pressão venosa, pressão arterial e débito cardíaco. Diagnósticos diferenciais: - Disfunção mecânica do miocárdio (sistólica ou diastólica): • Cardiomiopatia dilatada (Mais em cães) – Perde força de contração • Cardiomiopatia hipertrófica (Mais em gatos) – Reduz débito cardíaco porque a parede mais grossa ocupou o lugar da cavidade. • Ruptura de cordoalhas tendíneas - Insuficiência cardíaca descompensada: • Uso de medicamentos como AINEs • Insuficência renal – Geralemnte secundária a cardiopatia. • Doença pulmonar obstrutiva crônica – O paciente tem dificuldade de ventilar, pois o pulmão está obstruído (pode ter secreção, atelectasia...) • Anemia • Diabetes – Aumenta o lactato e corpo cetônico levando falta de oxigênio. • Sobredosagem de beta- bloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio Obs: Todas as patologias de alguma forma irá levar a uma sobrecarga cardíaca. - Outras causas: • Dirofilariose • Derrame pericárdico • Eventos embólicos • Pericardite constritiva Choque hipovolêmico - Diminuição do volume intravascular - Hemorragias – Causa mais comum - Perda de plasma – Em uma situação de hipoproteinemia elevada - Perda de fluidos ou eletrólitos - Em caso de desidratação (com diarréia, vômito intenso vários dias não tratado ou um distúrbio hidroeletrolítico) - Diurese aumentada Feito por Emilly Rebeca Choque distributivo - Medidores inflamatórios – Em excesso - Alterações no tônus vascular - Resistência vascular diminuída - Estase sanguínea Obs: Sobreprodução de óxido nítrico (ON), a depleção da vasopressina endógena, a inibição dos receptores de catecolaminas e alterações no metabolismo do cálcio no músculo liso Choque anafilático Reação da hipersensibilidade -> Alérgenos -> Histamina -> Inibição norepinefrina e aumenta a produção de oxido nítrico -> Vasodilatação -> Estase venosa - Hipersensibilidade do tipo I (associada a IgE) – Casas de intoxicação - Sinais clínicos como prurido, urticária, angioedema, edema da laringe e broncoespasmo Classificação: Tipo I: - Imunológicas medidas por IgE: Picadas de insetos, alimentos, veneno de répteis ou medicamentos Tipo II: - Citotóxicamediadas por IgM e IgG: Reações a transfusões de sangue e doenças autoimunes Tipo III: - Imunocomplexos: Fatores físicos como calor e exercício ou reações a determinados medicamentos: Opióides ou fármacos quimioterápicos Choque neurogênico - Comunicação entre cerebro e o corpo (SNC simpático) -> Perda do tônus vascular - > Hipotensão -> Dificultando a circulação Sinais clínicos: - Estado mental deprimido – Mais apático, menos responsivo aos estímulos. Quanto mais baixo a escala de glasgow maior a déficit. - Mucosas pálidas – Pode está hiperêmico se o paciente estiver congesto. Feito por Emilly Rebeca - TPC: Menor que 2 segundos – Geralmente está no máximo 3s, mas o ideal é que esteja em 2s. - FC: Maior que 100 bpm em raças grandes e menor 160 bpm em raças pequenas - FR: Maior 40 rpm / pode auscultar estertor pulmonar /o paciente tende a ter dispnéia por conta do mecanismo compensatório - Ausência de pulso ou pulso fraco - Pressão sistólica (PAS) pode esta menor 90 mmHg ou PAM menor 65 mmHg para cães, mas para gatos é PAS : 100 mmHg e 75 mmHg PAM - Extremidades frias - Hiperlactatemia - Congestão (Distensão de jugular) Evolução e linha da vida do choque (Imagem maior no final do resumo) Tratamento Abordagem ao paciente: - Retomar perfusão adequada - Aumentar oferta: ventilação X pressão, garantir pressão venosa central e veia cava - Reduzir consumo: hipotermia, dor, respiração Abordagem clínica: 1. Conferir o suporte básico de vida (ABC – airway, breathing and circulation) 2. Realizar oxigenoterapia (evitar jaulas de oxigenação devido a tendência para aquecimento. Melhor fazer em mesa de atendimento) 3. Realizar fluidoterapia com cristalóides equilibrados IV - Ringer com lactato / plasma Lyte (30-60 min) 4. Taxas de choque: 60-90 mL/Kg/h em cães, 45-55 mL/Kg/h em gatos - 3 tentativas / associar colóide (amido, plasma fresco/congelado, dextranos) 5. Eliminar a causa primária de choque e tratar complicações Obs: Excesso de fluido -> taquicardia, dispneia, edema e aumento de peso Fluido insuficiente: taquicardia pulso fraco, hipotensão, oligúria Feito por Emilly Rebeca Tratar complicações Falha renal: - Achados clínicos e laboratoriais: 1.Baixa pressão arterial podem levar a hipoperfusão renal (PS < 90 mmHg) 2.Oligúria ou anúria presente num paciente hidratado com boa pressão arterial 3. Débito urinário <2 mL/kg/hora - Tratamento: 1.Restabelecer a hidratação e a pressão arterial 2.Furosemida 1-6 mg/kg IV q1-2h ou q6-12h (SE HIDRATADO!) - Resolução da congestão intrarrenal e da redução do consumo renal de O2 -> recuperação celular Edema sistémico (Pulmonar e cerebral): - Achados clínicos e laboratoriais: 1.Taquipneia 2.Sinais Neurológicos 3.Convulsões 4. Estado comatoso Tratamento: 1. Se apenas edema: Furosemida - Cães - 2-5 mg/kg IV ou IM, q1-4h – controle FR -> 4mg/kg a cada 6-12h ou 0,6-1mg/kg/h (infusão contínua). - Gatos - 1-2 mg/kg IV ou IM, q1-4h – controle FR -> a cada 6-12h (a partir da 4 aplicação – reduzir dose) 2. Se convulsões: Diazepam 0,5-1 mg/kg IV Hipoglicemia: - Achados laboratoriais: 1.Glicose <65 mg/Dl - Tramento: 1.Dextrose 50% 1-5ml IV lento durante 10 min Hipotensão: 1.ColóideSintético 20-30 ml/kg no máximo por dia - Vasopressores – noradrenalina (0,1 mcg/kg/min) Feito por Emilly Rebeca - Inotrópicos - Dobutamina Cães -> 5 - 15 μg / kg / min Gatos -> 2,5 - 10 μg / kg / min - Pimobedan Cães –> 0,1-0,3mg/kg VO BID Gatos –> 0,625-1,25mg/kg VO BID Hipertensão (ICC e hipertensão pulmonar): - Terapia vasodilatadora - Pasta de nitroglicerina 2% Cães: ¼ a 1 polegada via subcutânea a cada 6 horas Gatos: ¼ a ½ polegada a cada 6 horas Obs: (1 polegada = 2,54cm) Arritimias: Taquicardia ventriculares - Lidocaína IV Cães - 2 - 4 mg / kg Gatos - 0,25 - 0,75 mg / kg - Procainamida Cães 2 - 4 mg / kg Gatos 10 - 20 mcg / kg/min Amiodarona Cães 10 a 25 mg/Kg Cardioversão elétrica Feito por Emilly Rebeca
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