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Introdução à Farmacologia

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Introdução à Farmacologia - Conceitos
Farmacologia
Ciência �ue estuda a história, propriedades �ísicas e �uímicas, efeitos
bio�uímicos e �siológicos, mecanismo de ação, absorção, biotransformação,
excreção e os usos terapêuticos dos fármacos.
Remédio
- Tudo o �ue promove uma melhora no indivíduo;
- Ex: massagem, clima, acupuntura, conversa, medicamento, comer…
Fármaco/Princípio Ativo
- Substância �uimicamente de�nida �ue produz um efeito biológico através
de alterações bio�uímicas e �siológicas;
Medicamento
- Produto comercial;
- Apresenta o fármaco em sua composição;
- Atividade terapêutica e segurança comprovadas;
Drogas
- Substância de abuso �ue causa dependência;
Alopatia
- Medicina tradicional;
- Utilização de medicamentos �ue irão produzir reação contrária aos
sintomas �ue o doente apresenta, visando diminuí-los ou neutralizá-los;
Homeopatia
- “Semelhantes são curados por semelhantes”;
- Atividade potencializada pela diluição;
- Estimula o organismo a lidar com a situação �ue se �uer tratar;
Fitoterapia
- Estudo e aplicação das plantas medicinais na cura de doenças.
→ Fitoterápico: exclusivamente derivado de droga vegetal, de �ualidade e
efeitos comprovados;
Etnofarmacologia
- Medicina popular de certa área/região;
Medicamentos
↪ Referência
- Medicamento inovador;
- E�cácia, segurança e �ualidade comprovados cienti�camente junto com a
Anvisa;
- Possui tempo de patente (nenhuma outra empresa pode produzir);
- Nome comercial + princípio ativo especi�cado;
↪ Genérico
- Comparado ao medicamento de referência possui:
- Mesmo fármaco
- Mesma dose e forma farmacêutica
- Mesma formulação
- Administrado pela mesma via
- Mesma indicação terapêutica
- Só pode ser produzido e comercializado após a �ueda da patente original;
- Recebe o nome do princípio ativo e contêm a indicação de genérico;
↪ Similar
- Diferente do original nas seguintes características:
- Tamanho;
- Forma do produto
- Prazo de validade
- Embalagem
- Rotulagem
- Excipientes e veículos
- Identi�cado por nome comercial ou marca
Ramos da Farmacologia
Farmacocinética
-Estuda o percurso do fármaco no organismo após a administração;
- De�ne os parâmetros de velocidade de absorção, distribuição,
biotransformação e eliminação da droga e seus metabólitos;
- A partir desses conhecimentos é possível:
- Ade�uar dosagem;
- Via de administração;
- Intervalo de tempo entre cada dose;
Farmacodinâmica
- Estuda o mecanismo de ação do fármaco no organismo; os efeitos �siológicos
dos fármacos; mecanismos de ação e a relação entre a concentração do
fármaco; efeitos desejados e indesejados;
OBS: Os fármacos modi�cam reações bio�uímicas e �siológicas existentes a
partir da potencialização ou redução de uma ação.
F�mas farmacêuticas
- Meio no �ual o fármaco é associado aos adjuvantes ou coadjuvantes.
- Divididas em sólidas, lí�uidas e semi sólidas.
↪ Formas farmacêuticas sólidas:
- Comprimido
● 1/+1 princípios ativos geralmente com excipiente;
● Obtidos por compressão;
- Cápsulas
● Gelatina + Glicerina + Água
● Podem ser duras (pós - a partir do GGA);
● >1 princípios ativos (sólidos= pulverizados, granulosos/moles= lí�uido,
pastoso) de natureza oleosa (>�exibilidade);
- Pílulas
● Pe�uenas preparações farmacêuticas;
● Consistência �rme;
● Podem ser revestidas;
● Devem ser consumidas sem mastigar;
- Drágeas
● Revestidos com açúcar;
● Promove proteção do fármaco contra ações de umidade, luz e oxigênio;
● Cobre odores e sabores desagradáveis;
- Supositórios
● Inserção na via de administração retal;
● Efeitos sistêmicos ou locais;
- Óvulo
● Dose única
● >1 princípio ativo dispersos ou dissolvidos
● Formato de ovóide;
● Funde-se na temperatura do corpo;
↪ Formas farmacêuticas lí�uidas:
- Soluções
● Misturas homogêneas de >2 substâncias
● Produto �nal com uma única fase de aspecto límpido;
● Ade�uado para crianças e idosos;
● São de di�ícil acondicionamento e transporte;
● Apresentam menor estabilidade �ísico-�uímica e microbiológica;
● Podem realçar sabores desagradáveis;
- Suspensões
● Contêm partículas sólidas dispersas;
- Xarope
● A�uosa;
● Apresenta alta viscosidade devido grande presença de açúcar em sua
composição;
● Correção do sabor desagradável;
- Edulito
● Uso oral;
● Edulcorada (“tornar doce”);
● Pode ser solução ou dispersão farmacêutica;
● “Xarope sem açúcar”/”Xarope para diabéticos”;
- Elixir
● Preparação lí�uida, límpida e hidroalcoólica;
- Emulsões
● Sistema heterogêneo de aspecto leitoso;
● Constituído por lí�uido imiscível e disperso sob a forma de gotículas;
● Ação de agente tensoativo (agente emulsivo);
● Baixa estabilidade;
- Colutório
● Forma lí�uida e viscosa;
● Destina-se a aplicação tópica sobre gengivas e partes internas da boca;
● Estabilidade ade�uada;
● Sabor agradável;
↪ Formas farmacêuticas semissólidas:
- Pomada
● Aplicação na pele ou membranas mucosas;
● Consiste da solução ou dispersão de >1 princípios ativos em baixas
proporções;
- Pasta
● Elevada concentração de pós �namente dispersos;
● + �rmes e espessas comparadas à pomada;
● - gordurosas e + absorventes;
- Creme
● >1 princípios ativos dissolvidos ou dispersos;
● Utilizado normalmente para aplicação na pele ou nas membranas
mucosas;
● Em comparação com as pomadas, são < oleosas (menos) e se espalham
com maior facilidade;
- Gel
● Apresenta pe�uenas partículas inorgânicas ou moléculas orgânicas
distribuídas em um lí�uido não oleoso;
- Unguento
● Pomadas mais resistentes (vick);
● Maior tempo de atuação;
● Maior efeito de proteção nas super�ícies externas sem elasticidade;
Via de administração dos medicamentos
- Maneira pelo �ual o medicamento entra em contato com o organismo
- Conceitos importantes:
● Fórmula farmacêutica: descriminação �ualitativa e �uantitativa dos
componentes da forma farmacêutica;
● Ação tópica: ação no local de aplicação (cremes, pomadas, géis);
● Ação sistêmica: absorvidos pelo trato gastrointestinal e distribuídos
pela corrente sanguínea e chegam ao local de ação.
- Critérios para escolha da via:
● �uanto ao paciente: consentimento; conhecimento sobre a patologia
existente; nível de consciência do paciente; impedimento �ísico ao
acesso;
● �uanto ao medicamento: propriedades �ísico-�uímicas, solubilidade,
estabilidade ao pH, propriedades organolépticas, farmacocinética;
● �uanto ao efeito desejado: buscado de forma sistêmica ou localizado;
duração e latência;
Classificação das vias de administração: enteral,
parenteral, tópica e inalatória;
↪ Via enteral: representam as vias oral, sublingual e retal
→ Oral
Vantagem:
● Mais utilizada devido a segurança, economia e conforto;
● Os medicamentos podem se apresentar na forma de comprimidos,
cápsulas, pós ou lí�uidos;
● Espalham-se pelo corpo através do intestino;
● Contraindicado para pacientes �ue apresentam náuseas, vômitos,
di�culdades para engolir ou desacordados;
● Ação local → TGI ou Sistêmica;
● O medicamento não é absorvido 100%;
● A desintegração de medicamentos ingeridos por via oral ocorre no
estômago em meio a�uoso e ácido; depois ocorre a liberação do
princípio ativo �ue será conduzido para o intestino e absorvido;
Desvantagem:
● Variações na taxa de absorção (devido fatores como motilidade
gastrointestinal, �uxo sanguíneo esplênico, tamanho das partículas e
formulação, fatores �ísico-�uímicos,);
● Efeitos de primeira passagem;
● Irritação da mucosa gástrica;
→ Sublingual
● Absorvido rapidamente pela mucosa sublingual;
● Promovem efeitos sistêmicos em curto espaço de tempo;
● Não apresentam efeito de primeira passagem, pois atinge a circulação
sistêmica sem passar pela metabolização hepática;
● Usados em casos de emergência;
● Via preferencial para fármacos com instabilidade �uímica e em
pacientes com di�culdade em deglutir;
● Ex: medicamentos utilizados em ata�ues cardíacos;
→ Retal
● Ex: supositórios;
● Utilizados por pacientes �ue não podem tomar medicamento via oral;
● Efeitos locais ou sistêmicos;
Desvantagens:
● Pode não ser muito aceito devido alegações de incômodo,
preconceitos,restrições culturais, etc;
↪ Via parenteral: representam as vias intravenosa, intramuscular, subcutânea,
respiratória, sublingual e tópica
→ Intravenosa
● Introduzido diretamente na corrente sanguínea pelo acesso venoso;
● Efeito mais rápido
● Administrado em dose única ou injeção contínua (�uando dissolvido
no soro);
● Utilizada para fármacos �ue não são absorvidos pelo intestino;
● 1ª opção durante emergências;
● Ex: Antibióticos e �uimioterápicos;
Desvantagem
● Re�uer pro�ssional habilitado para admin. correta e segura;
→ Intramuscular
● Medicamento injetado diretamente no músculo;
● Aplicação única;
● Efeito prolongado pois o fármaco é armazenado no tecido muscular e
liberado aos poucos na corrente sanguínea;
Desvantagens
● Danos musculares;
● Desconforto;
● Re�uer pro�ssional habilitado para admin. correta e segura;
→ Subcutânea
● Medicamentos administrados abaixo da pele;
● Absorção lenta e contínua pelos capilares sanguíneos;
● Administração de medicamentos contra trombose (heparina), para
diabetes (insulina) e vacinas;
→ Respiratória
● Se estende da mucosa nasal até os pulmões;
● Utilizada para efeito local - Ex: descongestionantes nasais, e
medicamentos para asma;
● Utilizada para efeitos sistêmicos - Ex: anestesias inalatórias;
● Administração feita em pe�uenas doses;
● Rápida absorção;
→ Tópica
● Utilizada para tratamento de afecções da pele e mucosas;
● Ação local e pouco efeito sistêmico;
● Fármacos com elevada lipossolubilidade têm facilidade de serem
absorvidos e atingir a corrente sanguínea;
Vantagens e desvantagens das vias
↪ Via enteral: oral, gástrica, duodenal e retal
Vantagem: convenientes, baratos, boa absorção, menor probabilidade de
eventos adversos;
Desvantagem: algumas vezes ine�ciente, efeito de primeira passagem, irritação
da mucosa, efeito lento, gosto desagradável, contraindicações;
↪ Via parenteral: endovenosas, intradérmica, intramuscular e subcutânea
Vantagem: rapidez, pode ser usada inconsciente, evita irritação mucosa, maior
precisão e emergências;
Desvantagem: aumento de eventos adversos, técnica asséptica, irritação local,
reações alérgicas, dolorosa, rejeitada por muitos pacientes, não apropriada
para substâncias insolúveis;
↪ Via tópica: transdérmica, cutânea, pulmonar, ocular, vaginal, nasal e
auricular.
Vantagem: alta concentração local sem efeito sistêmico, prático, não dolorosa
Desvantagem: irritação na pele ou muco, estímulo à automedicação, perda do
medicamento para o meio ambiente, limitado para algumas medicações;
↪ Via inalatória: vias aéreas superiores.
Vantagem: rápida absorção, não apresenta efeito de primeira passagem;
Desvantagem: irritação do trato respiratório, perda de parte do medicamento,
impossibilidade de reversão em superdosagem;
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Farmacocinética
(abs�ção, distribuição, metabolização e excreção)
↪ Administração oral
- A dose administrada por via oral deve ser absorvida para ser distribuída,
podendo �car armazenada em alguns tecidos e ser liberada de forma lenta
para circulação novamente. No local de ação, se liga ao receptor, havendo
resposta clínica com efeito do medicamento.
● Esse efeito pode representar e�cácia ou toxicidade;
→ Biodisponibilidade
- Dose no sangue disponível para chegar ao local de ação;
- Assim �ue o medicamento é absorvido, ele já começa a ser
metabolizado e eliminado;
- Antes de chegar ao local de ação, o fármaco passa pelo �ígado, podendo
ser metabolizado, levando a excreção de uma parte do medicamento;
→ Desintegração
- �uanto maior a compressão do medicamento, menor a desintegração
do medicamento;
- �uanto menor a compressão, mais rápida é a desintegração do
fármaco;
- Medicamentos efervescentes não passam pela fase de desintegração,
pois ocorre na água antes de ser ingerido;
- A desintegração de medicamentos ingeridos por via oral ocorre no
estômago, e conse�uentemente, terá o princípio ativo conduzido para
o intestino e absorvido;
→ Dissolução
- Para serem absorvidos, os fármacos devem estar solúveis no meio onde
ocorrerá a absorção;
- As formas farmacêuticas devem ser desintegrar e o princípio ativo
deve ser solúvel no meio (água, íons, enzimas, bile e outros
componentes);
- A maioria dos fármacos são absorvidos no intestino;
Abs�ção
- Pode ocorrer por dois mecanismos principais:
● Mecanismo paracelular: passagem entre as células intestinais;
● Mecanismo transcelular: difusão através das membranas celulares;
- Essas moléculas podem atravessar a membrana plasmática por diferentes
mecanismos:
● Difusão direta (através de lipídeos);
● Proteínas especiais (a�uaporinas - conduzem moléculas �ue não são
capazes de interagir com os lipídeos de membrana);
● Transportadores (transportador ativo �ue re�uer energia e é medida
por carregadores); Atua no túbulo renal, trato biliar, barreira
hematoencefálica, trato gastrointestinal (TGI);
● Pinocitose (processo de invaginação da molécula para/o interior da
célula);
↪ In�uência do pH na absorção de fármacos
- Os fármacos são ácidos fracos (forma ionizada) ou bases fracas (forma não
ionizada) em solução a�uosa;
- Fármacos ionizados apresentam baixa solubilidade lipídica e acabam
precisando de transportadores para se difundirem na membrana plasmática;
- Por exemplo, para um medicamento ser absorvido no intestino, é preciso �ue
esteja na forma não ionizada pois é mais lipossolúvel; Se tem carga, a travessia
deve ser realizada através de um transportador;
- Base fraca absorve mais rápido no intestino do �ue no ácido;
↪ Fatores �ue afetam a absorção
- Degradação de formas sólidas;
- Dissolução de partículas;
- Estabilidade �uímica do fármaco em relação ao pH;
- Estabilidade sobre as ações de enzimas;
- Motilidade do Trato Gastrointestinal e o tempo em �ue o fármaco
permanece no intestino para ser absorvido;
- Alimentação;
- Formulação farmacêutica;
↪ Ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas
- A maioria dos fármacos encontram-se ligados a proteínas;
- O fármaco só levará ao efeito terapêutico �uando está com a molécula em
forma livre (farmacologicamente ativa);
- Sempre �ue ligado a uma proteína encontra-se inativo, por isso não
apresenta ação e atua como reserva;
- Albumina: proteína plasmática mais importante para ligação de fármacos;
- β-globulina e α-glicoproteína ácida (aumentadas em doenças
in�amatórias) ligam-se às substâncias básicas;
● Fármaco livre produz efeito farmacológico;
● Fármaco ligado à proteínas plasmáticas (albumina) são reservas;
- Algumas drogas e medicamentos podem atuar deslocando outros fármacos
das proteínas plasmáticas, fazendo com �ue aumente a porção livre desse
fármaco e potencialize o seu efeito;
Ex: A varfarina é deslocada pelo ácido mefenâmico, fenilbutazona e
oxifenilbutazona. Sendo assim, se um desses fármacos forem administrados no
paciente �ue faz uso da varfarina, esta terá seu efeito potencializado, levando
ao paciente uma conse�uência clínica de hipoprotrombinemia excessiva.
Distribuição
- Movimento do princípio ativo a partir da corrente sanguínea até vários
tecidos no corpo, além da proporção relativa nos tecidos.
- Os medicamentos penetram nos diferentes tecidos com velocidades
diferentes, dependendo de sua capacidade de atravessar
membranas;
- A distribuição de um fármaco varia para cada indivíduo;
↪ Fatores �ue afetam a distribuição
- Depende da vascularização;
- Depende da a�nidade �uímica (pode levar ao acúmulo em alguns tecidos,
�uidos corporais e capacidade de atravessar membranas);
↪ Volume de distribuição
- Cálculo hipotético �ue indica volume necessário de lí�uido plasmático para
�ue o fármaco armazenado em tecidos (com a�nidade adiposa, muscular, etc)
seja dissolvido e esteja presente no plasma;
● Se a concentração plasmática de um fármaco é baixa, o volume de
distribuição deve ser alto;
● Isso pode determinar a dose de ata�ue (dose em uma concentração
superior ao �ue é normalmente administrado com a �nalidade de
obter uma resposta mais rápida) de um fármaco;● Se o medicamento tem tendência de se concentrar em determinado
órgão e não �car na corrente sanguínea, ele apresenta volume de
distribuição alto; Se tiver tendência de �car na corrente sanguínea,
apresentará volume de distribuição menor;
↪ Volume aparentemente de distribuição
- Volume �ue o fármaco teria �ue se dissolver para atingir a mesma
concentração em �ue ele se encontra no plasma;
↪ Barreira hematoencefálica
- Formadas pelas células endoteliais dos capilares cerebrais;
- Barreira extremamente seletiva para moléculas �ue conseguem acessar o
tecido nervoso a partir da corrente sanguínea;
- Promove um �ltro muito e�ciente para penetração de fármacos passando por
ele apenas moléculas pe�uenas, lipossolúveis, ou �ue possuírem a�nidade por
um transportador especí�co presente na membrana;
- O SNC é bem perfusionado, e a permeabilidade é geralmente o principal
determinante da taxa de distribuição da droga;
Metabolismo
- Construção e degradação de substâncias, pela conversão enzimática de um
composto �uímico;
- Medicamentos polares e �ue têm facilidade de se dissolver na urina �uase não
sofrem metabolização hepática. Isso torna a molécula mais hidrossolúvel para
�uando chegar na urina não ser reabsorvida no organismo;
● A molécula precisa ser lipossolúvel para atravessar as barreiras, ocorrer
absorção, metabolização e se tornar hidro�ílica para ser eliminado na
urina;
● Xenobióticos: Composto estranho ao organismo, geralmente
lipo�ílicos. Enzimas não especí�cas vão alterar a estrutura destas
moléculas para tornar hidro�ílica o �ue ocorre, geralmente, no �ígado
(lipo�ílico e hidro�ílico) para eliminação na urina.
- Um fármaco inativo pode se tornar um metabólito ativo através da
bioativação, e um fármaco ativo pode se tornar um metabólito ativo ou
inativo;
- A passagem do fármaco lipossolúvel para hidrossolúvel ocorre em duas fases:
● Metabolismo de fase 1:
- Ocorrem reações catabólicas (oxidação, redução ou hidrólise), fazendo com
�ue o composto seja mais reativo podendo ser tóxico e/ou carcinogênico;
- Passa por um processo denominado de funcionalização no �ual um grupo
reativo é introduzido na molécula;
- Esse grupo forma uma ponte para o novo ata�ue enzimático e a conjugação
de outras moléculas;
- Essa fase ocorre principalmente no �ígado a partir da atuação de enzimas
hepáticas CYP.
→ sistema mono-oxygenase P 450: principal enzima hepática para
metabolização. Elas fazem parte da superfamília de enzimas CYP.
● Metabolismo de fase 2
- Reações anabólicas e envolvem conjugação (produtos inativos com exceções);
- Tem objetivo de formar um produto inativo, sem atividade farmacológica ou
tóxica;
- Ocorre, principalmente, no �ígado;
● Metabolismo de Primeira Passagem
- Metabolização e eliminação do fármaco pelo �ígado ou intestino antes �ue o
mesmo chegue à circulação sistêmica, o �ue re�ete em menor proporção de
moléculas disponíveis no sangue p/atividade farmacológica;
- Caso uma grande �uantidade do princípio ativo sofra este metabolismo, é
necessário �ue sejam aumentadas as doses do medicamento;
Eliminação
- É a exclusão irreversível de uma substância do organismo, sendo esta em seu
estado original, ou previamente modi�cada por ação enzimática
(metabolizada);
- Após o metabolismo, os metabólitos são direcionados para uma via de
eliminação, como a urina, bile, pulmões (compostos voláteis e gasosos), leite e
suor (frações desprezíveis, mas de importância para lactantes);
- Eliminação renal: algumas substâncias atravessam sem transportador e
chegam no tubo renal para serem eliminadas; Se for lipossolúvel pode ocorrer
a reabsorção, mas também pode haver um transportador para ser eliminado.
● Moléculas hidrossolúveis têm preferência para/�car no tubo renal e
não serem reabsorvidos;
↪ Filtração glomerular
- Fármacos �ue se difundem pelos capilares glomerulares para o �ltrado
glomerular, e são impermeáveis à albumina plasmática;
- A maioria dos fármacos, exceto a heparina, cruzam a barreira se estiverem
livres;
- �uando o fármaco está ligado à albumina não ocorre �ltração glomerular;
↪ Secreção Tubular
- Transportadores OAT (transportadores para fármacos ácidos) e OCT (bases
orgânicas);
- 80% dos fármacos são transportados e é feita a secreção tubular - mecanismo
mais e�caz na eliminação renal;
- A transferência mediada por transportador pode efetuar a depuração
máxima do fármaco, mesmo ligado à proteínas plasmáticas;
- Fármacos competem pelos mesmos transportadores → interações de
medicamentos;
↪ Difusão através do túbulo renal
- Água é reabsorvida conforme o lí�uido atravessa o túbulo ;
- Fármacos polares → permeabilidade baixa, permanecem na luz do túbulo;
- Digoxina e antibióticos aminoglicosídeos → não são inativados pelo
metabolismo;
- Eliminação renal → atenção pacientes renais e idosos;
- Nível de ionização → pH dependentes, afeta eliminação renal;
- Aprisionamento iônico: Base é excretada rapidamente na urina ácida e
Ácidos são eliminados rapidamente em urina alcalina;
- Alcalinização da urina → intoxicação por salicilatos;
Depuração
- É o volume de plasma do �ual todas as moléculas precisam ser removidas
para alcançar a taxa global de eliminação do fármaco no organismo.
- Já a depuração total corresponde a eliminação do fármaco - eliminação renal,
metabólica, fezes, urina, suor, etc;
Outros conceitos
Dose de ata�ue Corresponde à uma dose numa
concentração superior ao �ue é
normalmente administrado com a
�nalidade de obter uma resposta
mais rápida, seguida de doses com
concentrações inferiores à de ata�ue.
Dose letal Dose �ue se administrada leva à
morte.
Dose máxima É o máximo �ue um organismo
pode suportar sem apresentar um
�uadro de intoxicação.
Dose mínima �uantidade mínima de um
determinado medicamento, capaz de
produzir a ação farmacológica
esperada.
Dose de manutenção Regime posológico para manter a
concentração da droga em e�uilíbrio
estável. Portanto, na prática deve-se
repor a �uantidade de droga �ue foi
eliminada;
Dose e�caz média (DE 50) Dose em �ue 50% da população
apresenta um efeito �uantal
especi�cado.
Dose tóxica média (DT50) dose necessária para produzir um
efeito tóxico especí�co em 50% da
população de animais testados.
Dose letal (DL50) Dose capaz de matar 50% da
população de animais testados.
Janela terapêutica É o intervalo compreendido entre a
dose e�caz mínima e a dose tóxica
mínima.
Índice terapêutico DL50 / DE50
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Antidepressivos e Estabilizad�es do hum�
- Humor: estado afetivo basal do sujeito; Sinônimo de ânimo;
- Corresponde ao estado emocional ao longo do tempo.
● Humor eutímico: estado normal, sem predomínio de nenhum tipo de
emoção;
● Alterações hipertímicas: elevação do humor; sentimento de alegria;
● Alterações hipotímicas: sentimento de tristeza;
- Transtorno humor: condição patológica em �ue há alterações no humor.
Podem ser divididos em depressivos e bipolares;
- Episódio depressivo (duração de pelo menos 2 semanas)
- Transtorno depressivo
● Depressão: caracterizada �uando há presença de dois ou mais critérios
principais ou sintomas;
● Sintomas psí�uicos (humor depressivo, redução da capacidade de
sentir prazer, fadiga ou sensação de perda de energia, diminuição da
capacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões), sintomas
�siológicos (alteração do sono, alteração do apetite, redução do
interesse sexual, dor tensionais), sintomas de comportamento
(retraimento social, crises de choro, ideação suicida, sensação de
“manto de chumbo”, agitação psicomotora, retardo psicomotor e
lenti�cação generalizada);
● Gatilhos: morte de um cônjuge, divórcio, morte de um amigo próximo,
lesões ou doenças, casamento, perda do emprego, aposentadoria;
● Sintomas da depressão: angústia, desânimo, cansaço fácil, apatia,
sentimento de desesperança, falta de motivação, sensação de falta de
sentido na vida, desejo de morrer, insônia, irritabilidade;
- Episódio maníaco
● Presente no Transtorno Bipolar, onde existem episódiosde mania
intercalados com ep. de depressão;
● Sintomas: atividade aumentada ou in�uietação �ísica; lo�uacidade
aumentada; fuga de idéias ou pensamento acelerado; perda de inibições
sociais normais, com comportamento inade�uado para/as
circunstâncias; diminuição da necessidade de sono; auto estima in�ada
ou grandiosidade; energia sexual aumentada/comportamento sexual
inade�uado; distrabilidade ou mudanças constantes de atividades e
planos com comportamento de risco; sem alucinações/delírios;
- Transtorno bipolar
● Marcado por grande depressão e grande euforia, intercalador;
● Indivíduo conta com presença de alucinações (mania com sintomas
psicóticos);
● Podem estar presentes delírios de conteúdo auto-referente, grandioso,
erótico, persecutório;
● Diagnóstico correto pode levar anos;
● Etiologia: 50% relacionado a fatores genéticos; fatores biológicos
(aumento de dopamina, baixa de serotonina); fatores psicossociais,
ambientais e estressores;
Neurotransmiss�es
- Dopamina (DA), Serotonina (5-HT) e Noradrenalina (norepinefrina -
NE/NA);
↪ Dopamina
- Relacionada com o sistema de comportamento motivado a recompensa e
prazer;
- Controle motor; aprendizado; humor; emoções; persistência; cognição, foco,
motivação, produtividade e memória;
↪ Serotonina
- Ligada a percepção da dor, humor, controle da ansiedade, saciedade, controle
do medo, atividade sexual, controle da depressão e regulação do sono;
- Se estiver desregulado favorece a irritação, agressividade, mau humor,
sonolência, di�culdade de aprendizado, distúrbios de memória, concentração,
desregulação do sono e do apetite, impaciência e ansiedade;
↪ Noradrenalina
- In�uencia o humor, ansiedade, sono e alimentação;
- Em momentos de estresse, a NA é liberada em grandes �uantidades no
organismo preparando-o para/grandes esforços �ísicos;
Te�ia das monoaminas
- Principal teoria bio�uímica da depressão;
- A depressão pode ser causada pelo dé�cit funcional de neurotransmissores
Norepinefrina e Serotonina/
● Clinicamente, os inibidores de NE e 5-HT são igualmente e�cazes na
depressão;
● Agentes �ue blo�ueiam a síntese de norepinefrina e serotonina,
revertem o efeito terapêutico dos antidepressivos;
● Efeitos bio�uímicos são rápidos, en�uanto os terapêuticos podem levar
semanas;
- O fármaco de escolha pode ser agonista (ativar os receptores dessas
substâncias endógenas) ou antagonista (ligando e blo�ueando a ação dos
neurotransmissores nas células);
Particularidades dos antidepressivos
- Os efeitos antidepressivos clínicos são observados apenas depois de 3
semanas ou mais de tratamento contínuo;
- Fármacos �ue elevam, seletivamente, a neurotransmissão de serotonina,
diminuem os sintomas depressivos; Já os �ue elevam a neurotransmissão da
norepinefrina, exercem pouco ou nenhum efeito;
Como os antidepressivos afetam o SNC
↪Intervalo de tempo
- Uso agudo
● Produz diminuição da descarga neuronal no locus ceruleus e/ou no
núcleo da rafe (dependendo do fármaco), dada retroalimentação
inibitória por meio dos autorreceptores 5-HT1A e α2 nos neurônios
�ue contêm 5-HT e NE.
● Isso provoca diminuição concomitante em síntese e
liberação de 5-HT e NE.
- Uso crônico
● Gera redução do número dos autorreceptores (receptores
pré-sinápticos) inibitórios, levando ao aumento da neurotransmissão
causando a dessensibilização gradual dos autorreceptores.
● Agravamento agudo da depressão ou da tendência suicida nos
primeiros dias de tratamento.
● Administração crônica de antidepressivos aumenta a neurogênese e
isso levaria à melhora do �uadro.
↪Ação dos antidepressivos no SNC
I- Antes do tratamento:
● Baixa sinalização (NT liberados em < �uantidades para se ligarem aos
receptores pós-sinápticos);
● Transportador do neurônio pré-sináptico tira os NT da fenda sináptica
e leva de volta para vesícula;
II- Durante o tratamento agudo:
● ↑Concentração do NT na fenda sináptica;
● Ainda há baixa sinalização (NT podem interagir com os receptores
pré-sinápticos inibindo a liberação de NT na fenda);
III- Tratamento a longo prazo:
● Blo�ueio da recaptação de 5-HT e NA (ACT, IRSS - inibidor da
recaptação de serotonina/ ISRN - inibidor da recaptação de
noradrenalina);
● Dessensibilização dos autorreceptores (↓concentração de NT no
pré-sináptico/ <inibição da liberação de NT);
● Nível de sinalização satisfatório (Agora, existem mais NT disponíveis
na fenda para ativar os pós-sinápticos) → Diminuição dos sintomas da
depressão;
Classes dos fármacos antidepressivos
↪Inibidores seletivos da captura de serotonina (ISCS):
- Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS)
● Fluoxetina
● Fluvoxamina
● Paroxetina
● Sertralina
● Citalopram
● Escitalopram
↪Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina:
- Inibidores não seletivos para captura de aminas
● Venlafaxina
● Desvenlafaxina
● Duloxetina
● Milnaciprana
↪Antidepressivos tricíclicos:
● Imipramina
● Desipramina
● Amitriptilina
● Nortriptilina
● Clomipramina
↪Inibidores da captura de noradrenalina/norepinefrina
● Bupropiona
● Reboxetina
● Atomoxetina
↪Antagonistas dos receptores monoamina
● Mirtazapina
● Trazodona
● Mianserina
Inibid�es Seletivos da Captura de Serotonina (ISCSs)
↪ Fluvoxamina, Paroxetina, Sertralina, Citalopram, Escitalopram
→ Fluoxetina:
● Primeira escolha para/tratamento de depressão e ansiedade;
● Pode ser utilizado para síndromes do pânico, transtornos
obsessivo-compulsivo, ejaculação precoce e estresse pós-traumático;
● Ação: Inibem a recaptação de serotonina na fenda sináptica,
resultando na potencialização da neurotransmissão serotonérgica de
modo potente e seletivo;
● Farmacocinética: apresenta alta ligação com proteínas plasmática, e
atuam deslocando outras drogas da ligação proteica. O fármaco
apresenta metabólito ativo após o mecanismo hepático denominado de
Nor�uoxetina (inibe as isoenzimas do citocromo P450 - CYP);
→ Fluoxetina, paroxetina e �uvoxamina têm seu metabolismo diminuído por
ação inibitória dose-dependente das CYP;
● São rapidamente absorvidos (apresentando pouco efeito de 1ª
passagem);
● Metabolizados, primeiramente, pelo �ígado;
● Todos os ISRS afetam as enzimas metabolizadoras do citocromo P-450
(sertralina em menor proporção);
● Podem comprometer o metabolismo de outras drogas;
↪ Efeitos colaterais:
● Gastrointestinais: efeitos anticolinérgicos da paroxetina podem levar à
constipação intestinal; alguns estudos sugerem maior incidência de
diarreia com a sertralina comparado à �uoxetina e citalopram;
● Psi�uiátricos: Fluoxetina pode causar agitação, insônia, ansiedade,
ciclagem para/mania e nervosismo (outras ISRS podem apresentar
esses efeitos se a dosagem for aumentada);
● Peso: sertralina está associada à perda de peso no início do tratamento;
�uoxetina potente na inibição do apetite - perda de peso no início do
tratamento; paroxetina e citalopram associados ao ganho de peso;
● Disfunção sexual: retardo ejaculatório e anorgasmia; paroxetina
associada a uma maior incidência desses efeitos devido sua potência na
inibição da recaptação de 5-HT e sua mínima atividade
dopaminérgica;
● Síndrome serotonérgica: alterações cognitivas e comportamentais
(confusão, hipomania, agitação), do sistema nervoso autônomo
(diarreia, febre, diaforese, efeitos na pressão arterial, náuseas e
vômitos) e neuro-musculares (mioclonias, hiperre�exia, incoordenação
e tremores);
● Descontinuidade: tonturas, vertigens, ataxia, sintomas
gastrointestinais, sintomas gripais, distúrbios sensoriais, alterações do
sono e sintomas psí�uicos
→ ↑Incidência de partos prematuros com o uso de ISRS no terceiro
trimestre de gestação;
→ Sintomas de abstinência em neonatos (tremores, irritabilidade,
in�uietação e nervosismo;
→ Concentrações de sertralina, paroxetina e �uvoxamina são
pe�uenas;
→ Paciente com comprometimento hepático: necessidade de usar
doses baixas);
→ Pacientes com cirrose hepática alcoólica apresentam depuração
reduzida de �uoxetina, sertralina e �uvoxamina;
Inibid�es da recaptação de serotonina e n�adrenalina
- Inibidores não seletivospara captura de aminas
↪ Venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina, milnaciprana
- Possuem maior e�cácia terapêutica e poucos efeitos colaterais;
- Variam entre si na seletividade para blo�uear a recaptura de serotonina e
norepinefrina em proporções diferentes a depender do fármaco;
↪ Efeitos adversos
- Ocorrem devido ativação dos receptores adrenérgicos;
● Efeitos adversos prováveis: Cefaleia, insônia, disfunção sexual, boca
seca, tontura, sudorese e perda de apetite;
● Efeitos adversos na superdosagem: depressão, toxicidade por
serotonina, convulsão e anormalidades cardíacas
- A duloxetina é hepatotóxica, logo deve ser evitada por pacientes �ue tenham
histórico de alterações hepáticas;
Antidepressivos Tricíclicos Clássicos (ADTs)
↪ Imipramina; Desipramina; Amitriptilina; Nortriptilina; Clomipramina;
- Variam em inibir a captura de serotonina e noradrenalina;
↪ Mecanismo de ação
- Consiste no blo�ueio de recaptura de monoaminas, principalmente
noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT), em menor proporção, dopamina
(DA) em nível pré-sináptico;
- Promovem agudamente aumento na e�ciência de transmissão
monoaminérgica, envolvendo os sistemas noradrenérgico e serotoninérgico
através do aumento na concentração sináptica de NA e 5-HT por blo�ueio de
recaptura;
- Os ADTs desensibilizam receptores b1 adrenérgicos, serotoninérgicos 5-HT2
e, provavelmente, 5-HT1A no SNC.
● Analgesia: efeito direto ou indireto dos ADTs nos sistemas opióides
endógenos;
● Esses medicamentos podem ser utilizados em casos de úlcera (melhora
melhora da dor e ajudam na cicatrização completa pela sua capacidade
de blo�uear receptores H2 nas células parietais e pelo efeito sedativo e
anticolinérgico;
● Bulimia nervosa;
↪ Farmacocinética
- Promove uma completa absorção no TGI;
- Sofrem efeito de 1ª passagem;
- Pico plasmático 1 a 3 horas → aminas terciárias(amitriptilina); aminas
secundárias (desipramina e nortriptilina) �ue levam 4 a 8 horas;
- São lipo�ílicos;
- Concentram-se no miocárdio e em tecidos cerebrais;
- Proteínas plasmáticas;
- Deve ser evitado no primeiro trimestre da gestação;
- Suspensos duas semanas antes do parto, a �m de evitar problemas cardíacos,
irritabilidade, desconforto respiratório, espasmos musculares, convulsões ou
retenção urinária em neonatos.
↪Efeitos colaterais
- Síndrome de Abstinência;
- Efeito rebote de hiperatividade colinérgica (mal-estar geral, alterações
gastrointestinais, ansiedade, irritabilidade, insônia, sonhos vívidos,
movimentos parkinsonianos, ata�ues de pânico, arritmias cardíacas, delírios.
- Em casos de superdosagem pode ocorrer intoxicação (confusão, convulsões,
alterações de concentração, sonolência grave, alargamento de pupilas,
alteração da fre�uência cardíaca, febre, alucinações, in�uietação ou agitação,
respiração curta ou di�ícil, cansaço, fra�ueza intensa e vômitos.
Inibid�es da captura de N�epinefrina
↪Bupropiona, reboxetina, atomoxetina
- Não induz a euforia;
- Apresenta metabólitos ativos, ou seja, produzem os efeitos terapêuticos
desejados;
- A bupropiona inibe tanto a recaptura de norepinefrina, �uanto de
dopamina; utilizada para tratamento na dependência à nicotina;
- Reboxetina e atomoxetina são altamente seletivos na captura de
norepinefrina;
- E�cácia menor na depressão do �ue ADTs;
- Atomoxetina pode ser usada no �uadro de TDAH;
Antagonistas dos Recept�es de Monoamina
- Monoamina: são as catecolaminas (a saber dopamina, norepinefrina,
epinefrina), originadas da tirosina; a serotonina derivada da triptamina e a
histamina �ue vem da histidina.
↪Mirtazapina, trazodona, mianserina
- Mirtazapina: Blo�ueia os receptores ⲁ2 adrenérgicos e outros receptores
como 5-HT2c;
● O blo�ueio dos receptores ⲁ2 adrenérgicos aumentará os níveis de
norepinefrina e serotonina;
● Blo�ueio de 5-HT2c leva à redução dos efeitos colaterais (disfunção
sexual e náuseas);
- Trazodona: antagonismo 5-HT2A e 5-HT2c e recaptura de serotonina -
5-HT2c – aumentado no córtex pre-frontal de pessoas �ue cometeram
suicídio;
- Mianserina: antagonista de receptores α2 adrenérgicos e blo�ueia receptores
H1 como 5-HT2A.
● Depressão da medula óssea, necessidade de hemogramas
regulares, não indicado para períodos prolongados;
Inibid�es da Monoamino-Oxidase
- A enzima Monoamino-oxidase é responsável pela degradação de
monoaminas, e �uando são blo�ueadas ocorre uma permanência dos NT na
fenda sináptica e citoplasma, aumentando sua atividade;
● Enzima MAO�A: preferência pelos substratos de serotonina;
● Enzima MAO�B: preferência por feniletilamina e dopamina;
- Serotonina é a monoamina mais afetada;
↪Fenelzina, tranilcipromina e iproniazida
- Medicamentos �ue levam a uma inibição irreversível da enzima
Monoamino-Oxidase;
↪Causa
- Causam aumento rápido e sustentado de serotonina,
norepinefrina e dopamina
Efeitos adversos e toxicidade
● Estimulação central excessiva: tremores, excitação, insônia, e em
superdosagem convulsões;
● Aumento do apetite, ganho de peso, boca seca, visão embaçada,
retenção urinária;
● Reação do �ueijo: tiraminas da alimentação, MAO do intestino e
�ígado blo�ueadas → hipertensão, cefaleia, hemorragia intracraniana;
Moclobemida: blo�ueio reversível de MAO�A → não há reação do
�ueijo.
Terapia de Estimulação Cere�al
- Eletroconvulsoterapia (ECT);
● E�caz para depressão suicida grave;
● Em animais observaram �ue altera a recaptação de noradrenalina e
diminui a responsividade de receptores ⲁ-adrenérgicos;
Tratamento com fármacos para depressão bipolar
↪lítio, antiepiléticos (carbamazepina, valproato, lamotrigina), antipsicóticos
atípicos (olanzapina, risperidona, �uetiapina, aripiprazol)
- O lítio blo�ueia uma enzima �ue participa do processo de recuperação do
inositol, resultando em depleção de inositol, culminando com sua escassez;
- Essa via está relacionada com as vias de transmissão adrenérgicas,
serotonérgicas e colinérgicas;
- Independentemente do mecanismo de ação do lítio, ele é única medicação
�ue, ao mesmo tempo �ue estabiliza o humor, demonstrou, em estudos
clínicos, reduzir o risco de suicídio em pacientes com transtorno bipolar.
↪Farmacocinética
- Lítio apresenta absorção rápida e é completamente absorvido a partir do
trato gastrointestinal;
- Distribuido por todo o corpo e a distribuição completa ocorre dentro de e 6
a 10 horas.
- Maiores concentrações ocorrem nos ossos, glândula tireoide e porções do
cérebro;
- Excretado através da urina;
- Estreita margem entre o agente terapêutico e a concentração sérica tóxica de
lítio;
↪Contraindicações
- Não deve ser administrado em pacientes portadores de doenças renais e
cardiovasculares, em indivíduos debilitados ou desidratados, em �uadros de
depleção de sódio, em indivíduos com uso de diuréticos, pois o risco de
intoxicação se eleva nestes pacientes;
- Não deve ser usado durante a gravidez e período de aleitamento;
↪ Reações adversas
● Náuseas, tremores �nos, diarreia, anorexia, vômito, reação distônica,
sedação excessiva, ataxia, polidipsia e poliúria;
● Intoxicação severa pode levar à coma e à morte;
___________________________________________________________________
Ansiolíticos e hipnóticos
- Utilizados para tratar os transtornos de ansiedade, sendo os fármacos
hipnóticos, indutores do sono;
● Ansiedade é um estado psí�uico de apreensão ou medo provocado pela
antecipação de uma situação desagradável ou perigosa;
- Tratamento farmacológico: administração de medicamentos ansiolíticos,
antidepressivos, algumas vezes antipsicóticos e os B-blo�ueadores (como
propranolol);
Fármacos utilizados no tratamento da ansiedade
↪Benzodiazepínicos, Zolpidem e Zopiclone, Anti-histamínicos
● Antidepressivos (crônico): Inibidores seletivos da recaptura de
serotonina (Fluoxetina, Paroxetina e Sertralina); Inibidores da
recaptura de serotonina/norepinefrina- aminas (Venlafaxina,
Desvenlafaxina); ADTs e inibidores da monoamino-oxidase são
e�cazes, efeitos colaterais;
Reduzem �ual�uer depressão �ue possa estar associado à ansiedade;
● Benzodiazepínicos: Fármacosindutores do sono e utilizados para o
tratamento da ansiedade generalizada;
● Antiepiléticos: Gabapentina, pregalina, tiagabina e valproato atuam no
Transtorno de Ansiedade Generalizada, assim como os antipsicóticos
atípicos (olanzapina e risperidona), porém estes têm muitos efeitos
colaterais;
● Antagonistas dos receptores 𝛃-adrenérgicos: amenizam sintomas
�ísicos como sudorese, tremor e ta�uicardia (respostas simpáticas
periféricas); Ex: Propranolol;
Fármacos utilizados no tratamento da insônia
(Hipnóticos)
↪Benzodiazepínicos, Zolpidem e Zopiclone, Anti-histamínicos
OBS: Fármacos de curta duração → tratamento de insônias (induz o sono
na�uele momento);
Fármacos de longa duração → utilizados como ansiolíticos (diminuem a
atividade cerebral por +tempo);
- Benzodiazepínicos
● Lorazepam e Temazepam;
● Ação curta;
● Pouco efeito de ressaca;
● Redução da ansiedade e agressividade;
● Não apresentam atividade antidepressiva;
● Indução do sono e sedação;
● Diminuem o tempo �ue se leva para/dormir e aumentam a duração
total do sono;
● Redução do tônus muscular e da coordenação;
● Efeito anticonvulsioanante
→ Atuam seletivamente nos receptores GABA �ue medeiam a transmissão
sináptica inibitória em todo SNC; Estes receptores são canais iônicos �ue
permitem a entrada de íons de cloreto nos neurônios induzindo a geração de
potenciais de ação inibitórios e a diminuição da transmissão sináptica.
→ Os BDZ intensi�cam a resposta ao GABA, facilitando a abertura de canais
de cloreto ativados pelo GABA;
→ Agem, então, como moduladores alostéricos positivos por intensi�car a
resposta do receptor ao GABA e prolongam a transmissão sináptica inibitória;
- Zolpidem e Zopiclone
● Atuam de forma semelhante aos benzodiazepínicos;
● Curta duração;
- Anti-Histamínicos
● Difenidramina e Prometazina;
● Medicamentos utilizados como antialérgicos
- Fármacos Barbitúricos (Escolha para insônia)
● Derivados do ácido barbitúrico;
● Deixou de ser utilizado para a insônia, pois sua dose letal pode levar à
parada respiratória;
● Declínio de seu uso: mortes por ingestão acidental, o uso em
homicídios e suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas
drogas como os benzodiazepínicos.
● Utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da
anestesia geral.
Indução do sono e sedação
- Os BZD atuam diminuindo o tempo para dormir e aumentam o tempo total
de sono;
- Afeta menos o sono REM (a�uele �ue apresenta sonhos mais vívidos);
- Os fármacos de curta duração (zolpidem) possuem menos ressaca por
possuírem um tempo de meia vida menor;
- Tolerância com uso contínuo;
● Na interrupção: insônia de rebote e síndrome de abstinência
- BZD: pré-medicação na cirurgia (efeitos ansiolíticos, sedativos e
amnésicos).
↪Redução do tônus muscular
● Os medicamentos apresentam ação central nos GABA, reduzindo a
NT e a contração muscular contínua levando ao relaxamento;
● O aumento do tônus muscular é característico da ansiedade e por isso
o efeito dos BZD podem ser bené�cos;
↪Efeitos anticonvulsivantes
● Podem ser utilizados para tratar epilepsia;
● Diazepam e Clonazepam;
↪Amnésia anterógrada
● Perda de memória recente;
● Potencializada com uso de álcool;
● “boa noite cinderela”;
● BZD previnem a memória e é bené�co para pe�uenas cirurgias
(�unitrazepam);
↪Farmacocinética
● Bem absorvidos via oral, intravenoso
● Ligação forte com as proteínas plasmáticas, acúmulo em tecidos ricos
em gordura → lipossolúveis;
● Metabolizados pelo �ígado e excretados pela urina
● Ação curta → hipnótico sem ressaca
● Ação médio e longo → ansiolítico, anticonvulsivante
● Metabólitos ativos → efeitos cumulativos e ressaca prolongada
(uso contínuo)
↪Efeitos adversos durante uso terapêutico
● Sonolência, confusão, amnésia, coordenação prejudicada (dirigir
carro);
● Aumenta efeito depressor de outros compostos como álcool;
● TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA
→ Tolerância: aumento gradual da dose para ter efeito.
● Alterações em receptor: número de receptores ocupados e duração da
ocupação.
● Uso contínuo (epilepsia).
↪Dependência
● Interrupção abrupta �ue pode levar:
→ Síndrome de abstinência: ansiedade intensi�cada, tremor, tontura,
zumbido nos ouvidos, perda de peso, distúrbio do sono, nervosismo,
perda de apetite, convulsões. Estes efeitos demoram para aparecer
(1/2 vida longa);
● Retirada gradual
● Manejo da dependência:
→ Redução gradual da dose (dias a semanas, dependendo da dose e
duração do uso continuado);
→ Substituição do BZD de meia-vida curta por outro de meia-vida longa
(ex. diazepam); Outros: propranolol, carbamazepina;
→ Cuidado com antidepressivos e neurolépticos durante abstinência a
BZD: diminuição do limiar convulsivo;
↪Toxicidade
● A superdosagem, vista em tentativas de suicídio, levam ao sono
prolongado sem profunda depressão respiratória ou do sistema
cardiovascular;
● Na toxicidade aguda por BDZ, o antagonista �umazenil é utilizado no
tratamento para reverter a intoxicação;
● Casos fatais são raros com BDZ;
↪Interações medicamentosas
● Aumentam efeitos sedativos dos antipsicóticos, antidepressivos, anti-
histamínicos e hipnoanalgésicos; Potencializam os efeitos do álcool;
● Cimetidina (blo�ueador H2), inibe a atividade do citocromo P450,
atrasando desta forma a biotransformação de vários fármacos �ue são
substratos das oxidases hepáticas, inclusive os BDZ;
● Anticoncepcionais esteróides podem diminuir taxa de depuração –
aumentando o efeito clínico;
● Barbitúricos - indução enzimática - diminui efeito
● Eritromicina, claritromicina, ritonavir, itraconazol, cetoconazol são
inibidores de CYP3A4, afetando o metabolismo dos BDZ.
Buspirona
- Fármaco utilizado para tratar a ansiedade generalizada;
- Agonista parcial dos receptores de serotonina pré-sinápticos (5HT1A) e
também podem ligar-se a receptor de dopamina;
● 5HT1A: pré-sináptico inibitório. interfere na ansiedade, humor e no
comportamento.
- Efeitos ansiolíticos demoram para aparecer: sugere mecanismo de ação mais
complexo;
↪Mecanismo de Ação
● Os receptores de 5HT1A, ligados pela serotonina ou agonistas,
diminuem a liberação da mesma pelo neurônio serotoninérgico a
partir de mecanismos de feedback negativo. Como resultado, ocorre
uma diminuição inicial da liberação de serotonina com o tratamento
por buspirona, mas leva a uma posterior dessensibilização desses
receptores pré-sinápticos, e conse�uentemente à perda do feedback
negativo �ue levaria a diminuição de serotonina, ocorrendo então um
aumento dessa liberação (razão pelo �ual os efeitos dos ansiolíticos
demoram a aparecer;
● Ocorre também a inibição de neurônios noradrenérgicos do locus
cerúleos, responsáveis pela produção de norepinefrina, o �ue interfere
em reações de despertar, levando a di�culdades para acordar e
sonolência.
↪Efeitos colaterais e tolerância
● Diferentes dos BZD
● Efeitos adversos: náusea, tontura, dor de cabeça, in�uietação;
● Não causa sedação ou incoordenação motora;
● Não suprime síndrome de abstinência de BZD (mecanismos
diferentes);
● Na troca de BZD por buspirona: retirada gradual de BZD.
Concluindo - Insônia
● A causa da insônia deve ser investigada: álcool, medicamentos,
cansaço, depressão, etc;
● Antidepressivos tricíclicos → causam sonolência, podem ser
tomados à noite;
● Mudança de comportamento;
● Benzodiazepínicos usados por no máximo 4 semanas e para insônia
grave;
● Podem ser úteis por algumas noites �uando fatores transitórios, como
internação, jet lag…
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Farmacologia no TDAH
↪Metilfenidato (ritalina), lisdexanfetamina (venvense) e atomoxetina
(strattera)
- Transtorno neurobiológico de causas genéticas. É caracterizado por 3
sintomas: desatenção, hiperatividade ou impulsividade.
↪Tratamento farmacológico
- Metilfenidato (Ritalina)
● Padrão ouro;
● Atua como estimulante do SNC;
● Mecanismo de ação: Age no SNC inibindo recaptação de dopamina
(responsável pelo controle motor), noradrenalina (responsável pela
excitação �ísica, mental e bom humor);Assim, haverá acúmulo de DA
e NA na fenda sináptica de algumas regiões do SNC. O medicamento
impede �ue as catecolaminas sejam recapturadas na fenda sináptica;
● Pode causar dependência e síndrome de abstinência (insônia,
sonolência, piora na cognição, surtos psicóticos, alucinação, suicídio,
“efeito zumbi” → a pessoa �ca contida).
→ Efeitos adversos do metilfenidato: nervosismo e insônia (relacionados à
dose), dor de cabeça, emagrecimento, inapetência, hiperexcitabilidade,
azia/náusea, ta�uicardia, parada de crescimento; dor abdominal, náusea e
vômito ( início do tratamento); rubor ou palidez, palpitações, pressão arterial
lábil (hipertensão ou hipotensão), arritmias cardíacas, ta�uicardia, dor,
colapso circulatório (superdosagem);
- Lisdexanfetamina (Venvense)
● Pró-fármaco;
● Hidrolisada no sistema circulatório e também no �ígado em
dextroanfetamina;
● Aumenta a liberação de noradrenalina e dopamina no córtex cerebral;
● Indicação: TDAH para crianças acima de 6 anos, adolescentes e
adultos;
● Droga de abuso, tolerância e dependência;
● Não deve ser utilizados com IMAO (enzima �ue �uebra a NA e a DA)
– dentro de 14 dias → crise hipertensiva.
- Atomoxetina (Strattera)
● Agente neurotônico;
● Classi�cado como antidepressivo;
● Blo�ueador seletivo da recaptação de noradrenalina;
● Indicação crianças acima de 6 anos e adolescentes;
● Efeitos adversos raros: alergia, urina escura, pele e olhos amarelados,
náusea, ta�uicardia, entre outros.
↪Pontos importantes sobre o TDAH
● Os sintomas encontrados no �uadro do TDAH são conse�uentes à
disfunção dos neurotransmissores cerebrais, sendo os principais a
dopamina, a noradrenalina e a serotonina;
● Os antidepressivos tricíclicos agem blo�ueando a recaptação da
serotonina e da noradrenalina, sendo �ue sua ação sobre a dopamina é
bem mais frágil;
● As vias adrenérgicas exercem importante ação na manutenção da
atenção, concentração e motivação;
● A ansiedade parece estar relacionada a uma hiperatividade do sistema
adrenérgico ou a uma disfunção serotoninérgica;
● A depleção da serotonina interfere no mecanismo do sono, e os seus
conse�uentes distúrbios podem se manifestar em muitos pacientes
com TDAH.
↪ Para �ue serve o tratamento medicamentoso?
- Melhoria comportamental da hiperatividade, da impulsividade, da
intolerância às frustrações e da agressividade;
- O tratamento tem efeitos favoráveis para os níveis de atenção e
concentração, melhorando conse�uentemente a memorização, o
�ue torna o aprendizado mais e�ciente;
- Corrigir as distorções da autoimagem e da autoestima, e�uilibrando
o estado emocional do indivíduo;
- Devem-se associar a psicoeducação e a orientação familiar.
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Fármacos antipsicóticos
- Conhecidos também por neurolépticos, drogas anti es�uizofrenia,
tran�uilizantes maiores;
- Apresentam uso principalmente no tratamento de psicoses e mania
(es�uizofrenia);
↪Psicoses
→ Características: alterações de pensamento, comportamento, presença
de alucinações, delírios.
→ Orgânicas: estados confusionais induzidos por drogas ou doenças do
SNC (tumores, traumas, epilepsia, reações alérgicas, demências, etc)
→ Não orgânicas: afetivas – depressão e mania es�uizofrênica.
↪ Uso clínico dos antipsicóticos
● Es�uizofrenia episódios de mania
● Estados mistos maníaco-depressivos
● Depressões psicóticas comportamento de violência impulsiva,
distúrbios de comportamento em doenças de Alzheimer, Parkinson,
psicoses orgânicas
● Doença de Huntington: blo�ueio dos movimentos involuntários
● Controle de náuseas e vômitos
↪ Es�uizofrenia
- Principal transtorno psicótico;
- Promove uma diminuição acentuada da �ualidade de vida/produtividade
com necessidade de tratamento medicamentoso a longo prazo;
- A es�uizofrenia causa sobrecarga para a família e sociedade, além de custos;
- Etiologia: fatores genéticos e ambientais, heterogeneidade;
- Sintomas:
● Positivos: Delírios, alucinações/pseudo-alucinações, incoerência de
pensamento, alterações afetivas, alterações psicomotoras;
● Negativos: embotamento afetivo, pobreza do conteúdo do discurso,
distratibilidade e isolamento social.
● Critérios: Presença de sintomas de pelo menos um dos subgrupos por 1
mês: eco, inserção, roubo ou difusão do pensamento; delírios de
controle, passividade; percepção delirante; alucinações auditivas;
delírios bizarros (políticos, religiosos, grandezas); incoerência do
pensamento, neologismos, alucinações, em geral acompanhadas de
delírios pouco estruturados; comportamento catatônico e sintomas
negativos.
↪Vias centrais da dopamina
- Es�uizofrenia está relacionada à dopamina;;
- Neurônios dopaminérgicos do sistema límbico e o córtex pré-frontal (setas
contínuas pretas) desempenham papéis na regulação do humor e do
comportamento.
- Os neurônios �ue se projetam da substância negra para o estriado regulam o
movimento;
- Nos núcleos ar�ueado e paraventricular do hipotálamo: DA inibe
intensamente a liberação de prolactina pelos lactotrófos da hipó�se.
- A área postrema, receptores de dopamina, centros do vômito do cérebro
também é blo�ueada �uando se usa antipsicóticos.
↪Hipótese Dopaminérgica da Es�uizofrenia
● Sistema mesolímbico (emoções e da memória): a hiperatividade
mesolímbica (sintomas positivos) constitui o fator responsável pelos
sintomas positivos da es�uizofrenia.
● Sistema mesocortical: córtex pré-frontal é responsável por atenção,
planejamento e comportamento motivado, foi formulada a hipótese de
�ue o sistema mesocortical possa desempenhar um papel nos sintomas
negativos da es�uizofrenia.
↪Hipótese Dopaminérgica
● Excesso de dopamina subcortical gera hiperestimulação dos receptores
de dopamina D2, havendo sintomas positivos (agitação, pensamentos
repetitivos...).
● Dé�cit de dopamina pré-frontal e uma hipoestimulação dos receptores
D1 e D2 vai promover sintomas cognitivos e negativos.
→ Teoria mais di�ícil, acredita �ue não só a dopamina gere esses sintomas
negativos, mas também alteração de glutamato (principal neurotransmissor
excitatório).
↪Drogas antipsicóticas
- Hipótese: excesso de atividade dopaminérgica estaria associada aos sintomas
psicóticos;
- Propriedade comum: drogas antipsicóticas antagonistas de receptores
dopaminérgicos;
- Antipsicóticos Típicos X Antipsicóticos Atípicos
● Típico: clássicos, convencionais - primeiros antipsicóticos;
● Atípicos: menos efeitos extrapiramidais (sintomas �ue comprometem
o sistema neuronal, envolvido no controle do tônus e da postura);
- Blo�ueio de receptores D2;
↪Antipsicóticos típicos
- Clorpromazina (classe fenotiazinas) e Haloperidol (butirofenona);
→ Fenotiazinas alifáticas (como a clorpromazina) são antagonistas
menos potentes nos receptores D2 �ue butirofenonas;
- Haloperidol é a butirofenona mais amplamente utilizado;
- Diferenças na estrutura e na atividade pelos receptores D2;
- São relativamente menos efetivos no controle dos sintomas negativos
da es�uizofrenia;
- Muitos dos efeitos adversos dos antipsicóticos típicos são
provavelmente mediados pela ligação desses fármacos aos receptores
D2 nos núcleos da base (via nigroestriatal) e na hipó�se.
- Onde tiver D2 no SNC: se ligam e blo�ueiam a via;
- Efeitos adversos:
● Estimulação endógena dos receptores D2 de dopamina inibe a via
indireta nos núcleos da base, o antagonismo dos receptores D2 por
agentes antipsicóticos típicos pode desinibir a via indireta e induzir →
efeitos extrapiramidais:
● Distonia
● Parkinsonismo
● Agitação
● Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) - associada ao uso do
Haloperidol; Potencialmente fatal: catatonia, estupor, febre e
instabilidade autonômica, mioglobinemia e morte em cerca de 10%
desses casos;
● Movimentos estereotipados, involuntários e repetitivos da musculatura
facial, dos braços e do tronco.
● Aumenta a secreção de prolactina → amenorreia, galactorreia e teste
falso-positivo para gravidez em mulheres e ginecomastia e diminuição
da libido nos homens.
- Farmacocinética
● São altamente lipo�ílicos;● Alta ligação às proteínas plasmáticas;
● Alto metabolismo de primeira passagem;
● Formas farmacêuticas orais ou intramusculares;
● Haloperidol e �ufenazina → ésteres de decanoato - injetados por via
intramuscular, lentamente hidrolisados e liberados, 3 a 4 semanas;
● Particularmente úteis no tratamento de pacientes com adesão precária
ao tratamento;
- Interações Medicamentosas
● Fármacos antiparkinsonianos, �ue atuam por meio do aumento das
concentrações sinápticas de dopamina (levodopa) ou por estimulação
direta dos receptores de dopamina (agonistas da dopamina);
● Potencializam os efeitos sedativos dos benzodiazepínicos e dos
anti-histamínicos de ação central;
↪ Antipsicóticos atípicos
- Apresentam e�cácia e per�l de efeitos adversos diferentes;
- Risperidona, clozapina, olanzapina, �uetiapina (não atua como antagonista
dos receptores D4), ziprasidona e aripiprazol;
→ Antipsicóticos de segunda geração: Aripiprazol, Asenapina, Clozapina,
Iloperidona, Lurasidona, olanzapina, paliperidona, �uetiapina, risperidona e
ziprasidona.
- Fármacos mais efetivos no tratamento de sintomas negativos da
es�uizofrenia;
→ A�nidade relativamente baixa pelos receptores D2;
→ Antagonistas de alta a�nidade dos receptores 5-HT2;
→ Antagonista do receptor D4 de dopamina;
- Hipótese �nal: antipsicóticos atípicos exibem um per�l mais leve de
efeitos adversos, por causa de sua dissociação relativamente rápida
do receptor D2.
→ Taxas rápidas de dissociação: ligam-se mais transitoriamente aos
receptores D2, inibem a vigorosa liberação de dopamina �ue pode
ocorrer no sistema mesolímbico.
- Clozapina
● Es�uizofrenia refratária a outros antipsicóticos;
● Sintomas extrapiramidais discretos; agranulocitose;
● Exige monitoramento fre�uente das contagens de leucócitos e
acompanhamento rigoroso;
● Sintomas anticolinérgicos, sedação, ganho de peso;
● A clozapina liga-se aos receptores D1-D5, 5-HT2, α1, H1, muscarínicos.
↪ Considerações �nais
- A es�uizofrenia é tratada pela inibição dos receptores de dopamina em vários
locais do sistema límbico;
- A �siopatologia não está totalmente elucidada;
- Farmacologia dos agentes antipsicóticos típicos formou a base do modelo de
dopamina da es�uizofrenia, de acordo com o �ual os níveis desregulados de
dopamina no cérebro desempenham um papel na �siopatologia da doença;
- A e�ciência dos agentes antipsicóticos atípicos, �ue afetam a função de
vários tipos diferentes de receptores ressaltou o fato de �ue a hipótese da
dopamina é uma simpli�cação;
- Os agentes atípicos representam uma nova modalidade interessante para o
tratamento da es�uizofrenia, uma vez �ue produzem menos efeitos
extrapiramidais e para alguns sintomas da doença são mais efetivos �ue os
típicos.
Fármacos antipsicóticos típicos:
- Se ligam a D2;
- Clorpromazina e Haloperidol (butirofenona)
Fármacos antipsicóticos atípicos:
- Se ligam a vários receptores, além de D2. Entretanto tem menor a�nidade e
dissociam mais rapidamente dando efeitos colaterais menores �ue os típicos;
- Risperidona, clozapina, olanzapina, �uetiapina, ziprasidona e aripiprazol;
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Farmacodinâmica - Princípios gerais
- Estudo dos efeitos �siológicos e bio�uímicos dos fármacos e dos seus
mecanismos, ou seja, como ocorre a interação com o tecido alvo.
- O fármaco não cria uma resposta nova no organismo, ele apenas altera uma
função já existente, potencializando ou reprimindo determinadas reações
bio�uímicas.
1- Local de ação
2- Mecanismo de ação
3- Efeitos terapêuticos e tóxicos
- A ação do fármaco vai depender essencialmente da sua estrutura �uímica;
- Ligação do fármaco à constituintes especí�cas das células ou do tecido para
produzir um efeito.
↪ Alvos farmacológicos
- Constituídos principalmente por moléculas protéicas,
- Principais proteínas reguladoras como alvos farmacológicos primários:
● Receptores celulares: elementos sensores no sistema de comunicações
�uímicas �ue coordenam a função de todas as células de um
organismo;
● Enzimas: inibidor competitivo da enzima (podem agir também como
um falso substrato, �ue se liga e sofre ação enzimática, gerando um
produto inativo, funcionando como um competidor);
● Proteínas transportadoras (carreadoras): atuação da ATP
● Canais iônicos: portões nas membranas celulares, �ue são induzidos à
abrir ou fechar;
→ controlados por ligantes – ligação do agonista
→ controlados por voltagem – alterações transmembrana
↪ Receptores farmacológicos
- Moléculas proteicas cuja função é reconhecer sinais �uímicos endógenos e
responder a eles.
- Interação fármaco-receptor
● relacionado a a�nidade de um fármaco por algum componente
macromolecular especí�co da célula;
● A Con�guração espacial, o arranjo atômico, e a disposição da
molécula determinam a especi�cidade e encaixe com o receptor
farmacológico, devendo ser compatíveis;
● Um receptor proteico presente em uma célula apresenta um ligante
endógeno, �ue promove um encaixe especí�co em sua estrutura, este
encaixe irá desencadear uma sinalização a partir da ligação realizada,
promovendo um efeito dentro da célula.
● O fármaco, �uando possui estrutura �uímica semelhante ao ligante
endógeno, e leva ao mesmo efeito �ue este, ou seja, ativando as
mesmas vias e desencadeando a mesma resposta, é um fármaco
agonista.
- Tipos de agonistas
● Agonista total/pleno: ativam os receptores e são capazes de a uma
resposta máxima. (ativam 100% da mesma maneira �ue a substância
endógena);
● Agonista parcial: se une a um dado receptor, estimulando-o com
menor potencial do �ue o estimulante original endógeno (não é capaz
de ativar 100%);
● Antagonista: �uando um fármaco se liga a determinados receptores,
porém sem ativá-los, impedindo �ue os componentes �ue o ativariam
se liguem.
● Agonista inverso: é capaz de se ligar ao mesmo receptor �ue um
agonista, mas induzindo uma resposta farmacológica oposta.
● Antagonismo competitivo: Fármacos �ue ligam-se aos receptores
blo�ueando o sítio de ligação do agonista, devido a competição entre o
agonista e o antagonista pelo receptor. Os Antagonistas apresentam
maior a�nidade pelos receptores no �ue comparado aos agonistas do
mesmo receptor.
● Antagonismo Irreversível: Antagonista se dissocia muito lentamente
ou não se dissocia, dos receptores;
↪ Termos importantes
● A�nidade: Tendência do fármaco a se ligar ao receptor.
● E�cácia: Capacidade de uma vez ligado, dar início a alterações �ue
provocam efeitos.
● Potência: (força) refere-se à �uantidade de medicamento necessária
para produzir um determinado efeito.
↪Modulador alostérico
● Moléculas �ue se ligam aos alvos celulares em locais diferentes da�ueles
ligados por agonistas ou antagonistas. Causam uma mudança
conformacional do receptor ou canal, �ue pode aumentar ou diminuir
a a�nidade dos ligantes a esse receptor, modulando então a sua
atividade.
● Divididos em moduladores alostéricos positivos (MAPs) �ue reforçam
e potencializam a sinalização de um ligante; e os moduladores
alostéricos negativos (NAMs), �ue levam ao enfra�uecimento da ação
de um agonista.
→ Antagonismo �uímico: duas substâncias se combinam em solução e o efeito
do fármaco ativo é perdido;
→ Antagonismo farmacocinético: um composto reduz a concentração do
fármaco ativo no seu sítio de ação. A degradação do fármaco ativo pode estar
aumentada; A velocidade de absorção no TGI estar reduzida; Velocidade da
eliminação renal aumentada;
→ Antagonismo �siológico: duas substâncias têm ações opostas e tendem a
anular um o efeito da outra
Ex: Histamina e Omeprazol - Histamina: estimula secreção ácida das células
parietais e o Omeprazol blo�ueia este efeito, inibe a bomba de prótons.
↪ Dessensibilização e ta�ui�laxia
- Fenômeno �ue ocorre �uando um fármaco é administrado continuamente e
seu efeito diminui de forma gradual.
● Tolerância: diminuição gradual da responsividade, �ue leva dias ou
semanas para se desenvolver;
● Refratariedade: perda da e�cácia terapêutica;
● Resistência a um fármaco: perda da e�cáciade antineoplásicos e
antimicrobianos.
- Mecanismos de dessensibilização
● Alteração em receptores;
→ Canal iônico: alteração conformacional; (o agonista consegue se ligar, porém
não há abertura);
→ Proteína G: fosforilação do receptor interfere na sua capacidade de ativar as
cascatas dos segundos mensageiros;
● Translocação de receptores
→ Exposição prolongada ao agonista: diminuição gradual do número expressos
na super�ície das células → internalização dos receptores.
● Alteração no metabolismo dos fármacos
→ A administração repetida do fármaco aumenta a metabolização. Ex: álcool e
barbitúricos;
● Depleção de mediadores
→ A anfetamina age liberando aminas nas terminações nervosas → depósitos
de aminas esgotadas.
● Adaptação �siológica
→ Diminuição do efeito anulado por uma resposta homeostática.
→ Diuréticos tiazídicos limitado pelo sistema renina-angiotensina
→ Efeitos colaterais: náusea e sonolência, tendem a diminuir.
→ Pode ser por alteração da expressão gênica de várias moléculas reguladoras.
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Farmacologia do Sistema Nervoso Periférico
- Dividido em eferente (levam os estímulos do SNC para as
estruturas do nosso corpo) e aferente (levam os estímulos de todas as partes do
organismo para o sistema nervoso central)
- O SNP pode ser dividido em somático (ações voluntárias) e autônoma (ações
involuntárias) �ue engloba o sistema simpático, parassimpático e enteral;
↪ Sistema Nervoso Autônomo
- Constituído de neurônios �ue conduzem impulsos do SNC à musculatura
lisa visceral, músculo cardíaco e glândulas;
- Realiza o controle da digestão, sistema cardiovascular, excretor e endócrino.
- Apresenta dois tipos de neurônios:
I- Pré- ganglionares → secretam acetilcolina;
II- Pós ganglionares → secretam noradrenalina;
↪ Sistema Nervoso Autônomo Simpático
● Entre o neurônio pré e pós-ganglionar, o neurotransmissor é
acetilcolina;
● Entre os neurônios pós-ganglionares e o órgão/glândula, o
neurotransmissor é a noradrenalina.
- Exceções:
● Neurônios pré-ganglionares inervam diretamente a medula
supra-renal, a �ual secreta adrenalina e noradrenalina;
● Neurônios pós-ganglionares �ue inervam vasos sanguíneos de músculos
es�ueléticos e glândulas sudoríparas secretam acetilcolina;
↪ Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático
- Acetilcolina
● Os neurônios pré e pós-ganglionares secretam acetilcolina na fenda
sináptica �ue se liga ao seu receptor nicotínico no neurônio
pós-ganglionar, este vai liberar acetilcolina, �ue se liga ao receptor
muscarínico, no tecido alvo.
● Inativação ou retirada de neurotransmissores;
- Noradrenalina
● Na fenda sináptica é recaptada pela membrana pré-sináptica;
● Na circulação sanguínea é inativada pela catecol-O-metiltransferase
(COMT) com a participação na MAO (monoamina-oxidase);
- Parassimpático x Simpático
● Os estímulos simpático e parassimpático agem para promover a
homeostase no organismo.
● O sistema parassimpático atua no descanso e digestão, e o sistema
simpático é responsável pelas ações de “luta ou fuga” a partir de uma
descarga de noradrenalina.
↪ Inervação dupla
- Os estímulos promovidos podem ser antagônicos, como no caso das pupilas,
coração, brôn�uios e TGI; podem ser cooperativos, como nas glândulas
salivares; ou complementares no caso do sistema genital.
↪ Receptores Muscarínicos
- Ativados pela acetilcolina através do SNAp;
- Os receptores M1,3, 5, um agonista se liga ao receptor da proteína Gq e induz
a promoção da despolarização da célula. Neste caso,a proteína Gq tem um
potencial excitatório pois possui um agonista ligado à ela.
- Esse potencial excitatório promove excitação do SNC, secreção gástrica,
mobilidade gastrointestinal, secreção glandular, contração da musculatura
visceral, vasodilatação;
M1: entérico, neuronal → Presentes no intestino e neurônios;
M3: glandular, vascular → Glândulas e vasos sanguíneos;
M5: SNC → presentes no SNC
- Já os receptores M2,4 �uando ativados pela acetilcolina vão levar a um
potencial inibitório no tecido alvo. Nele ocorre a inibição de adenilato
ciclase, caindo o AMP cíclico no interior celular, gerando diminuição do
cálcio intracelular e aumento da concentração de potássio, o �ue promove a
polarização das células.
- Esse potencial inibitório leva à inibição cardíaca, pré-sináptica e neuronal;
M2: cardíaco → presentes no coração;
M4: neuronal → presente nos neurônios;
↪ Receptores Nicotínicos
- Constituídos por canais iônicos, NN ou N1 presentes nos gânglios e medula
supra-renal e NM ou N2 presentes no músculo es�uelético.
- O neurônio libera a acetilcolina �ue atua no receptor nicotínico ou na junção
neuromuscular. Facilita a entrada de sódio na célula e saída de potássio,
havendo despolarização celular, excitação neuronal ou contração do músculo
es�uelético.
↪ Fármacos �ue atuam no SNAutônomo
● Fármacos colinérgicos (parassimpatomiméticos) → atuam em
receptores �ue são ativados pela acetilcolina → ativam o receptor;
● Fármacos anticolinérgicos (parassimpatolíticos → blo�ueiam a ação da
acetilcolina no receptor;
● Fármacos adrenérgicos (simpaticomiméticos) → atuam em receptores
�ue são ativados pela adrenalina;
● Fármacos anti adrenérgicos (simpatolíticos) → blo�ueiam a ação da
adrenalina no receptor;
↪ Agonistas dos receptores muscarínicos
● Pilocarpina
→ Alcalóide natural �ue age imitando a ação da acetilcolina nos receptores
muscarínicos da musculatura lisa da íris e glândulas de secreção oculares.
→ Parassimpatomimético: ação colinérgica direta sobre os receptores
euro-muscarínicos e musculatura lisa da íris e glândulas de secreção;
→ utilizado no tratamento de glaucoma, pois provoca a contração da pupila,
aumento de tensão no esporão escleral e abertura dos espaços da malha
trabecular → diminuição da resistência ao �uxo do humor a�uoso e
abaixamento da pressão intraocular.
● Cevimelina
→ São Sialogogos: estimulam a salivação através do sistema nervoso
parassimpático. Age imitando a acetilcolina na ativação de glândulas salivares
e lacrimais, estimula o aumento da produção de saliva e lágrimas, é utilizada
em pacientes com baixa produção dessas secreções, causadas por doenças
autoimunes ou medicamentos �ue levam a essas condições.
→ Agonistas muscarínicos aumenta secreção de glândulas exócrinas como
as salivares e sudoríparas;
→ Reações adversas como cefaleia, lacrimejamento, sudorese, náuseas, vômito,
diarréia e tremores, pode causar distúrbios visuais;
● Betanecol
→ Age imitando a ação acetil colinérgica nos receptores muscarínicos da
bexiga urinária, promovendo a sua contração e micção. É indicado para o
tratamento da retenção urinária aguda pós-operatória e pós-parto e da
retenção urinária causada pela atonia neurogênica da bexiga.
→ Reações adversas incluem contrações ou desconforto abdominal, cólicas
dolorosas, náuseas, diarreia, salivação, cefaleia, hipotensão com ta�uicardia
re�exa, sensação de a�uecimento, sensação de calor na face e sudorese,
broncoconstrição, ata�ue asmático, lacrimação, miose.
→ Mecanismos de Ação
O betanecol estimula diretamente os receptores muscarínicos de acetilcolina.
Ele apresenta atividade nicotínica negligenciável �uando usado em doses
terapêuticas e uma duração de atividade mais longa �ue a ACh, pois é mais
resistente à hidrólise mediada por colinesterases.
↪ Antagonistas dos Receptores Muscarínicos
- Possuem estrutura �uímica similar a acetilcolina, porém porém apresentam
um grupo acetil no anel aromático.
- Impedem �ue a acetilcolina endógena se ligue ao receptor;
● Atropina
→ Atua como um antagonista competitivo das ações da acetilcolina (ACh), age
nos receptores M1 a M5; Doses baixas resultam em inibição da salivação, da
secreção brôn�uicas e da sudorese. Doses moderados causam dilatação pupilar
e ta�uicardia e inibem a acomodação pupilar. Doses altas diminuem a
motilidade dos tratos gastrointestinal e urinário. Doses muito altas inibirão a
secreção ácida gástrica.
→ Tratamento: úlcera péptica, cólicas menstruais, no espasmoda musculatura
uterina, alívio de cólicas ureterais e renais, na incontinência urinária, como
medicação pré-anestésica para diminuir a salivação e a secreção do trato
respiratório e para blo�uear o re�exo inibitório vagal no coração durante a
indução da anestesia e intubação (restabelecimento da fre�uência do coração e
pressão arterial).
● Butilbrometo de Escopolamina (Buscopan)
→ Tratamento dos sintomas de cólicas gastrintestinais (estômago e intestinos),
cólicas e movimentos involuntários anormais das vias biliares e cólicas
menstruais.
→ Efeitos colaterais: distúrbios da acomodação visual (di�culdade para adaptar
a visão para perto/longe), ta�uicardia, tonturas, boca seca, diminuição da
pressão arterial;
→ Praticamente não atravessa a barreira hematoencefálica.
● Brometo de Ipratrópio (Atrovent)
→ Medicamento broncodilatador; solução pressurizada para inalação (aerosol);
→ Indicado como broncodilatador para o tratamento de manutenção do
broncoespasmo associado à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), �ue
inclui bron�uite crônica, en�sema pulmonar e asma.
→ Efeitos colaterais: cefaleia, tontura, irritação na garganta, tosse, boca
seca, náusea, palpitações, ta�uicardia.
● Pirenzepina
→ Inibe a secreção gástrica;
→ Tratamento da úlcera gástrica e úlcera duodenal;
→ Efeitos colaterais leves e transitórios, boca seca;
● Bromidrato de Darifenacina
→ Utilizado no tratamento da incontinência urinária por relaxar os músculos
da bexiga;
→ Apresenta, geralmente, efeitos colaterais leves como boca seca, constipação
intestinal.
→ Incomuns: elevação da pressão arterial, diarreia, �atulência, in�amação da
mucosa oral, enzimas do �ígado aumentadas, inchaço das mãos, tornozelos ou
pés, inchaço generalizado, vertigem, insônia, sonolência.
↪ Agonistas dos Receptores Adrenérgicos - Catecolaminas
- Catecolaminas: Noradrenalina, adrenalina, dopamina e isoprenalina;
- Têm ação sobre os receptores adrenérgicos, utilizados no estímulo simpático.
- Receptores adrenérgicos: α1, α2, β1 e β2:
● α1: vasoconstrição, aumento da resistência periférica, �ue leva a um
aumento da pressão arterial, midríase e contração do es�íncter superior
da bexiga.
● α2: inibição da liberação da noradrenalina e insulina.
● β1: induzem a ta�uicardia, aumento da lipólise (�uebra de lipídios), e
da contratilidade do miocárdio.
● β2: promove uma bronco dilatação, glicogenólise (�uebra de glicogênio
armazenado no �ígado, aumentando a glicemia), tremor muscular,
inibição da liberação de histamina (potente vasodilatador),
relaxamento da musculatura do TGI e uterina.
→ �uanto ‘+++’ signi�ca �ue estimulam totalmente os receptores, ou �ue há
uma boa estimulação; 0, não ocorre estímulo;
→ A anfetamina entra na terminação nervosa através do NET e penetra nas
vesículas sinápticas via transportador vesicular de monoaminas (VMAT) e o
NE vai se acumular no citosol. Parte da NE degradada pela MAO e parte é
liberada.
↪Antagonistas dos receptores adrenérgicos
→ Beta blo�ueadores são utilizados no tratamento de hipertensão e de outras
patologias do sistema cardiovascular. Na hipertensão e alteração da
musculatura cardíaca → medicamento �ue atue em Beta1 e não atua em Beta2
�ue são os receptores pulmonares.
→ Propranolol: blo�ueador não seletivo (β1 e β2);
● Diminui a fre�uência cardíaca (blo�ueio β1) e pressão arterial
(possivelmente por diminuir o débito cardíaco e a inibição);
● Indicado na prevenção da enxa�ueca, controle do tremor essencial,
controle da ansiedade e ta�uicardia por ansiedade
↪Fármacos �ue alteram a síntese de Noradrenalina
● α-Metil-p-tirosina
→ Inibe a enzima tirosina hidroxilase (responsável pelas primeiras reações de
formação da noradrenalina endógena);
→ Utilizados em casos de feocromocitoma, podendo levar a hipotensão e
sedação;
● Carbidopa
→ Inibe a enzima DOPA (descarboxilase) usada como coadjuvante da levodopa
para prevenir efeitos periféricos, não penetra no SNC
● Metildopa
→ Atua como precursor falso �ue entra na via de formação de noradrenalina,
mas forma um produto inativo, diminuindo a produção �nal do
neurotransmissor;
→ Utilizada como tratamento da hipertensão na gravidez;

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