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FUNGOS DIMÓRFICOS I - MICOSES SUBCUTÂNEAS

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FUNGOS DIMÓRFICOS – INFECÇÕES SUBCUTÂNEAS 
 
Existem diversos fatores que influenciam na virulência de determinados fungos, estão entre eles: 
• Termotolerância: capacidade de crescer e se reproduzir em temperaturas acima da do ambiente. 
• Adaptação a novos nichos: Fungos dimórficos habitam inicialmente o solo e passam a habitar um hospedeiro 
animal/ homem. Sua adaptação é de extrema importância. 
• Dimorfismo fúngico: É a capacidade de alguns fungos em mudar de forma. 
Na natureza, os fungos dimórficos crescem em sua forma filamentosa (saprófita), que não é capaz de causar 
doença. A partir do momento em que invadem um hospedeiro humano ou animal, eles mudam de forma (passam 
para levedura) e passam a ser patogênicos. 
 
 
 
INFECÇÕES SUBCUTÂNEAS 
São infecções que se estabelecem no tecido sub-cutâneo, causadas por fungos dimórficos que habitam o solo. Esses 
fungos, ao contrário dos cutâneos, não são produtores de queratinase e sua infecção se inicia por implantação 
traumática (corte ou traumatismo). 
 
➔ Esporotricose 
• Infecção fúngica subcutânea de maior prevalência mundial. 
• Causada pelas diferentes espécies do gênero Sporothrix. 
• Prevalência da Sporothrix brasiliensis no Brasil. 
• Muitos casos de esporotricose animal > aumento da infecção ao longo dos anos. 
• Predominância na região Sudeste. 
• Transmissão: Gato > Gato: ocorre por arranhaduras, mordeduras ou contato com exsudato de lesões cutâneas 
com alta carga fúngica; Gato > Homem: ocorre usualmente do gato para seu cuidador/ veterinário. 
• Por ser um fungo encontrado no solo, considerando que gatos por natureza são animais que se locomovem 
muito (dentro e fora de casa), é natural a aparição desses fungos neste tipo de animal. 
• O tratamento é realizado com itraconazol (oral), porém é natural que gatos não reajam muito bem ao serem 
medicados, é justamente aí que o humano pode acabar sendo infectado (ao tentar medicar o gato). 
 
• Os gatos, diferentemente dos humanos, quando infectados possuem uma lesão aberta e purulenta com uma 
altíssima carga fúngica, o que possibilita ainda mais a infecção de seu cuidador. 
• Portanto, a rota da esporotricose pode ser: solo > homem ou gato; gato > gato; gato > homem. 
• Manifestações clínicas: 
- Forma cutâneo-localizada: restrita à pele caracterizada por um nódulo (lesão elevada) avermelhado. Lesão 
próxima ao local de inóculo do fungo. 
 
 
- Forma cutâneo-linfática: os fungos do nódulo inicial são drenados para os vasos linfáticos locais, formando 
uma clássica “linha” de lesões. Esses tipos de fungo possuem maior afinidade pelos vasos linfáticos, já que não 
gostam de temperaturas acima de 36ºC. 
 
 
- Formas raras: em geral, são associadas à transmissão zoonótica. Causam lesões de face, ocular, ulceradas e 
purulentas. Passam a ser muito semelhantes às lesões encontradas nos animais, abertas (transmissível por 
contato) e com alta carga fúngica. 
 
 
• Diagnóstico micológico: 
- Exame microscópico direto – material de exsudato (raspado; pus); coloração Gram (+); observa-se pequenas 
leveduras. 
- Exame de cultura (isolamento fúngico): Cultura em meio Agár-Saboraud; cultura em 2 temperaturas 
(dimorfismo) 28ºC e 37ºC. 
 
• Tratamento: 
- 1ª escolha: Itraconazol. 
- Doenças mais graves: Anfotericina B (IV). 
- Gato: Iodeto de potássio (+ itraconazol). 
 
Atualmente, vem se implantando o conceito de “One Health”, que visa um esforço integrado multidisciplinar, à 
fim de garantir a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente. Portanto, essa iniciativa visa 
desestruturar aquele pensamento de apenas tratar o homem, passando esse cuidado pra uma esfera ainda 
maior e consequentemente evitando danos para todos os 3 nichos. 
 
➔ Cromoblastomicose 
• É uma infecção fúngica subcutânea. 
• É causada por fungos demáceos (Fonsecaea sp.; Cladosporium sp.; Phialophora sp.) dimórficos. 
• Maior incidência nas regiões norte e nordeste brasileiras. 
• Grande aparição em trabalhadores rurais, sem EPI´s. Catadores de açaí, côco... 
• O fungo vive em plantas e restos de matérias orgânicas em decomposição no solo. 
• É uma infecção de curso crônico, causada por fungos negros (melanina) 
 
• Os fungos causadores da cromoblastomicose são dimórficos e bem definidos graças à sua coloração escura, 
não necessitando assim de corantes. 
• Manifestações clínicas: 
- Forma nodular: ocorre na fase inicial da doença, podendo permanecer estacionária. 
 
 
- Forma ulcero-vegetante (placa): lesões de crescimento crostoso, que podem confluir. 
 
- Forma verrucosa: forma mais grave, caracteriza-se por espessamento e endurecimento da derme e epiderme, 
decorrente de hiperacetose (aumento da espessura da capa córnea da pele) e hiperacantose (espessamento da 
epiderme). 
 
 
• Diagnóstico micológico: Material raspado da borda da lesão; leveduras grandes com parede espessa, presença 
de septos transversais; cor marrom; denominada de células escleróticas (levedura) ou corpos muriformes. 
• Exame de cultura: Cultivo em meio Ágar-Sabouraud para identificação do gênero. 
 
 
• Tratamento: Doença de difícil tratamento. 
- 1ª escolha: itraconazol. 
- Doenças mais graves: anfotericina B (IV). 
- Custo mais elevado: Posaconazol. 
- Criocirurgia. 
• Alta taxa de recorrência.

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