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PEÇA PRÁTICA JURÍDICA

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JUIZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO.
MARCELO PIMENTA, brasileiro, casado, aposentado, 85 anos de idade, identidade n⁰..., inscrito no CPF sob o n⁰ ..., domicílio no Rio de Janeiro, endereço eletrônico (é o e-mail), vem por seu advogado devidamente constituído (procuração anexa), vem respeitosamente à presença de vossa excelência, pelo procedimento sumaríssimo, lei 9099 de 1995, e artigo 18 da lei 8078 de 1990, propor: 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C\C DANOS MORAIS
 E TUTELA DE URGÊNCIA
em face de REFRESCOS S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrito sob CNPJ n⁰ 22222, sediada em São Paulo, endereço eletrônico (é o e-mail); pelos fundamentos de fato e de direitos a seguir aduzidos:
Da Prioridade na Tramitação do Processo
O autor já qualificado na ação que move em face do réu, por sua procuradora subscrita, vem, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a prioridade no trâmite processual, constando-se tal benefício na capa dos autos.
Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, este conta hoje com 85 anos de idade, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso, em destaque o parágrafo 2°.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária
[...]
§ 2º  Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos. 
Da tutela antecipada
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
A probabilidade do direito está presente na apresentação da nota fiscal e dos documentos da assistência técnica que confirmam de forma clara e objetiva que o aparelho está defeituoso e no período de garantia.
Dos fatos
Em 15 de janeiro de 2019, o autor da ação, Marcelo Pimenta, efetuou a compra de um aparelho de ar condicionado da fabricante “Refresco S.A”. Porém, desde sua devida e regular entrega, o produto vem apresentando problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente, características que são esperadas de tal aparelho.
Ao acionar a central de serviços e assistência técnica, foi prestado atendimento, trocando uma peça do aparelho. Ainda assim, o ar condicionado continuou apresentando o problema anterior. O autor renovou contato com a central, comunicando da permanência do problema, porém desta vez não foi atendido de imediato. A central o comunicou que a peça necessária estava em falta, assim só poderia oferecer o atendimento após 30 dias.
Todavia, é de suma importância salientar que o autor realizou a aquisição de um produto para usufruí-lo no período da estação de verão, o que o faz um medida de urgência.
Dos fundamentos jurídicos
Há uma nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista a comprovação de aquirencia de um produto, ficando, portanto nos moldes do disposto nos artigos 2º e 3º, § 2º, do CDC, fato pelo qual deve ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.”
Não se pode aceitar que a má prestação dos serviços de forma contínua seja um mero aborrecimento do cotidiano com as rés tendem a argumentar. A realidade é que a situação apresentada na presente ação já transcendeu esta barreira, razão pela qual a parte autora busca uma devida reparação por todos os danos, aborrecimentos, transtornos causados pelas rés, que agem com total descaso com seus clientes. Como disposto no artigo 18, da Lei n° 8078/1990:
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
 § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; [...]”
Além do mais, o artigo 6° do Código do Consumidor traz:
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
Dar-se um julgado sobre o assunto:
“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. REMOÇÃO DE POSTE DE SUSTENTAÇÃO DE REDE DE ENERGIA ELÉTRICA. POSTE PRÉ-EXISTENTE À AQUISIÇÃO DO TERRENO PELA AUTORA. NECESSIDADE DE REMOÇÃO PARA VIABILIZAÇÃO DE EDIFICAÇÃO. DEVER DA CONCESSIONÁRIA. DECRETO Nº 41.019/57. PRECEDENTES DESTA CORTE. NECESSIDADE DE AMPLIAÇÃO DO PRAZO PARA EXECUÇÃO DA REMOÇÃO. PRAZO DE 30 DIAS. POSSIBILIDADE E LEGALIDADE DA FIXAÇÃO DE ASTREINTE. RAZOABILIDADE DO VALOR ARBITRADO. APELO PARCIALMENTE PROVIDO, POR MAIORIA. (Apelação Cível Nº 70031214935, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, Julgado em 26/08/2009).”
Do pedido
Ante o exposto, requer:
1. Seja acolhido o pedido de prioridade de tramitação;
1. Seja acolhido o pedido de tutela de antecipação para 
1. A citação do réu, para que apresente contestação;
1. Seja determinada a troca do aparelho;
1. Indenização por danos morais no valor correspondente a 30 salários mínimos.
Das provas
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de provas permitido pelo Direito (documental, laudo da assistência técnica, nota fiscal).
Do valor da causa
Dá-se à causa o valor de 30 vezes o valor do salário mínimo atual, R$ 33.000,00 (trinta e três mil reais), conforme termos do artigo 292 do Código de Processo Civil. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, data.
Advogado(a)
OAB/Seccional

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