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Alice Iris MED TXV ➢ Capacidade do organismo fazer a reparação de um tecido lesionado é essencial para a sobrevivência; ➢ Resposta inflamatória seve tanto para eliminar o agente causador da lesão quanto para estimular os processos de reparo tecidual. ➢ Objetivo do reparo: corrigir o dano provocado pelo agente lesivo e fazer o tecido voltar ao seu estado de normalidade REPARO – Restauração da arquitetura tecidual e da função após uma lesão Regeneração: substituição por células do mesmo tipo - Proliferação celular Cicatrização: Substituição por tecido conjuntivo - Formação de cicatriz - Fibrose Parênquima: são as células responsáveis pela função típica do órgão, tecido específico funcional de uma glândula ou órgão. Ex: (fígado > hepatócitos) - Tecido nervoso e muscular cardíaco, mesmo sendo parenquimatosas não sofrem regeneração Estroma: tecido de sustentação (conjuntivo, fibroblasto, colágeno) REGENERAÇÃO A compreensão dos processos de reparo tecidual requer conhecimento sobre: - O controle da proliferação celular - Funções da MEC Agressão Reparo Poucas células? Novas células se reconstituem ou o agressor é neutralizado Lesão no estroma ou no parênquima? Parênquima Regeneração Estroma Cicatrização REPARO TECIDUAL Alice Iris MED TXV ➢ A proliferação celular é coordenada por proteínas denominadas fatores de crescimento ➢ O tamanho normal das populações celulares é determinado pelo equilíbrio: Apoptose x Proliferação celular Muitos tipos celulares proliferam durante o processo de reparo tecidual – ciclo celular Sobre a proliferação celular temos: - Proliferação fisiológica (reparo) - Proliferação patológica (câncer) Os processos-chave da proliferação celular são: - Replicação do DNA - Mitose Fatores de crescimento – são exemplos de substâncias que podem estimular os receptores celulares e mandar a informação de proliferação para a célula (mitose). • Fatore de crescimento epidérmico (EGF) • Fator de crescimento do Nervo (NGF) • Citocinas: interleucinas e Interferons • Angiopoetina (Ang) • Fatores de Crescimento semelhante a insulina (IGFs) Funções da MEC ➢ Suporte mecânico para os tecidos (papel principal dos colágenos e da elastina) ➢ Regula a proliferação e diferenciação celular ➢ A integridade da membrana basal ou do estroma das células parenquimatosas é essencial para a regeneração organizada ➢ A MEC intacta é necessária para o processo de regeneração ➢ Se a MEC estiver danificada, será realizada processo de cicatrização ➢ Quanto maior a área de cicatrização, menor a função do tecido CICATRIZAÇÃO ➢ Se a lesão tecidual é grave ou crônica (danos ao parênquima + estroma) o reparo ocorrerá por deposição de tecido conjuntivo (cicatrização) Alice Iris MED TXV ➢ O reparo começa dentro de 24h (emigração de fibroblastos e proliferação de fibroblastos e células endoteliais) ➢ 3-5 dias (tecido de granulação – aparência rosada e consistência mole) Início do reparo - Remodelação Angiogênese ➢ Formação de novos vasos sanguíneos ➢ Suporte de oxigênio e nutrientes para a produção de novas células ➢ Vasodilatação em resposta ao óxido nítrico ➢ Aumento de permeabilidade vascular induzido pelo VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) ➢ Migração de células epiteliais em direção a área lesionada Migração e Proliferação de fibroblastos - Deposição da MEC ➢ Formação do tecido de granulação ➢ Presença de vasos neoformados ➢ Macrófagos (remoção dos restos extracelulares, sinalização para a proliferação dos fibroblastos e produção de MEC) ➢ Mastócitos, linfócitos Maturação e organização do tecido fibroso – Remodelamento ➢ Na etapa final o tecido de granulação é substituído por tecido cicatricial (tecido fibroso) ➢ Fibroblastos fusiformes (atividade diminuída) ➢ Colágeno denso ➢ Fragmentos de componentes da MEC ➢ Resulta em uma cicatriz pálida e avascular ➢ Remodelação da cicatriz: síntese de MEC x Degradação Cicatrização das feridas cutâneas – pele ➢ Inflamação ➢ Formação do tecido de granulação ➢ Deposição da MEC e remodelação Baseando-se na natureza da ferida, a cicatrização pode ocorrer: Primeira intenção ➢ Bordas próximas, ferida limpa, rápida ➢ Mais fácil e rápida, uma vez que a quantidade de tecido perdido é mínima, permitindo captação das bordas - Ex: corte por faca, incisão cirúrgica Angiogênese Migração e proliferação de fibroblastos Deposição da MEC Maturação e organização do tecido fibroso (remodelamento) Alice Iris MED TXV ➢ 0 hora: incisão é preenchida por coágulo (coágulo de fibrina) ➢ 3 a 24h: neutrófilos se infiltram no coágulo (resposta inflamatória aguda) ➢ 24 a 48h: macrófagos começam a se infiltrar e a destruir a fibrina. Células epiteliais de ambas as bordas começam a se proliferar depositando componentes basais ➢ 3 dias: neutrófilos foram substituídos por macrófagos. Aparece tecido de granulação ➢ 5 dias: espaço da incisão é totalmente preenchido por tecido de granulação, neovascularização atinge seu ponto máximo. A resposta inflamatória aguda começa a ceder. Ocorre união de fibrilas colágenas ➢ Segunda semana: acúmulo contínuo de colágeno e proliferação de fibroblastos. Edema e vascularização estão diminuídos ➢ Até o final do primeiro mês: cicatriz é feita de tecido conjuntivo e recoberta por epiderme intacta. Segunda intenção ➢ Bordas distantes, infecção no local, gera marcas profundas, demora ➢ Perda mais excessiva do tecido, não permitindo a captação das bordas. O processo de cicatrização é mais complexo. O tecido de granulação é abundante ➢ As etapas de cicatrização são as mesmas que ocorrem na 1° intenção, mas agora mais demoradas - Ex: queimaduras, feridas infectadas mantidas abertas Fatores que influenciam a cicatrização Fatores sistêmicos ➢ Nutrição: deficiência de vitamina C e zinco inibem a síntese de colágeno e retardam a cura. ➢ Estado metabólico: diabetes mellitus ➢ Estado circulatório ➢ Hormônios: glicocorticoides inibem efeito anti-inflamatório ao inibir a produção de TGF-β e diminuem a fibrose. ➢ Agentes quimioterápicos e radiação: radioterapia reduz a proliferação de fibroblastos e de células endoteliais. Radiação causa eritema e descamação de pele Fatores locais ➢ Infecção: retarda a cicatrização, aprofunda as margens da lesão ➢ Fatores mecânicos: movimentação precoce da ferida ➢ Tamanho, local e tipo de ferida Alice Iris MED TXV a. DIFERENCIAR os tipos de reparo tecidual: Regeneração e Cicatrização O reparo ocorre por meio de dois tipos de reações: regeneração por proliferação das células residuais (não lesadas) e maturação de células-tronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz. Regeneração: proliferação das células sobreviventes à lesão e que mantêm capacidade proliferativa. Cicatrização: ocorre quando os tecidos lesados são incapazes de regeneração completa ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose). A cicatriz fibrosa não consegue realizar a função das células perdidas do parênquima, porém proporciona estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado capaz de funcionar. b. DIFERENCIAR os tecidos e células de acordo com sua atividade proliferativa A regeneração das células e tecidos lesados envolve proliferação celular, que é dirigida pelos fatores de crescimento e é criticamente dependente da integridade da MEC e do desenvolvimento de células maduras a partir de células-tronco. Células remanescentes do tecido lesado – tentam restaurar a estrutura normal Células endoteliais vasculares – criam vasos que fornecem os nutrientes necessários para o processo de reparo Fibroblastos– fonte de tecido fibroso que forma a cicatriz que preenche os defeitos que não são corrigidos por regeneração Tecidos lábeis: são constantemente perdidos e continuamente substituídas por novas células derivadas de células-tronco teciduais e progenitores imaturos que proliferam rapidamente. - Ex: cavidade bucal, vagina, colo do útero, camadas basais do epitélio escamoso da pele. Tecidos estáveis: são constituídos por células que normalmente estão no estágio G0 do ciclo celular e, portanto, não proliferam, mas são capazes de se dividir em resposta à lesão ou à perda de massa tecidual. Robbins Alice Iris MED TXV Tecidos permanentes: consistem em células não proliferativas terminalmente diferenciadas, como a maioria dos neurônios e células musculares cardíacas. A lesão desses tecidos é irreversível e resulta em cicatriz, porque as células não podem se regenerar. c. CONHECER os principais fatores de crescimento celular, células produtoras e funções A proliferação celular é impulsionada por sinais fornecidos por fatores de crescimento e a partir da MEC. As fontes mais importantes desses fatores de crescimento são os macrófagos ativados pela lesão tecidual, mas as células epiteliais e estromais também produzem alguns desses fatores. Vários fatores de crescimento se ligam às proteínas da MEC e são exibidos no local da lesão tecidual em altas concentrações. Em adultos, as células-tronco mais importantes para regeneração após uma lesão são as células-tronco do tecido. ➢ IL-6 produzida pelas células de Kupffer ➢ Fator de crescimento de hepatócitos – HGF ➢ VEGF: estimula a proliferação e a migração das células endoteliais, iniciando o processo de brotamento capilar na angiogênese; promove a vasodilatação; dirige a angiogênese - Sobretudo o FGF-2, estimulam a proliferação de células endoteliais. Eles também promovem a migração de macrófagos e fibroblastos para a área danificada e estimulam a migração de células epiteliais para cobrir as feridas epidérmicas. - A permeabilidade vascular é aumentada pelo VEGF, o que pode ser responsável pela persistência do edema na cicatrização de feridas por muito tempo após a resposta inflamatória aguda ter sido resolvida. - Sinalização Notch. Por meio de uma “conversa cruzada” com o VEGF, a via de sinalização Notch regula o brotamento e a formação de ramos de vasos novos e, dessa maneira, garante que os vasos neoformados tenham o espaçamento adequado para fornecer sangue, de forma efetiva, para o tecido que está sendo reparado. ➢ TGF-β suprime a proliferação e a migração endotelial, aumentando a produção de proteínas da MEC. É a citocina mais importante para a síntese e a deposição de proteínas do tecido conjuntivo. Apresenta efeitos anti-inflamatórios que servem para limitar e finalizar as respostas inflamatórias. O TFG-β atua inibindo a proliferação dos linfócitos e atividade de outros leucócitos. ➢ PDGF – Fator de crescimento derivado de plaquetas: Produzido por plaquetas, macrófagos, endotélio, células musculares e algumas células tumorais, atua mediante a ligação a dois receptores celulares (α e β). O PDGF estimula a proliferação e a migração de células musculares lisas, fibroblastos e células gliais. Além disso, exerce quimiotaxia para monócitos e fibroblastos e estimula a cicatrização de feridas. ➢ FGF – fator de crescimento de fibroblastos: importante na angiogênese e na cicatrização. O ácido age somente no SN e o básico é produzido em muitos órgãos e por macrófagos ativados. Alice Iris MED TXV ➢ TGF – alfa e beta; o TGF-β favorece a fibrogênese e tem papel relevante na cicatrização e na fibrose que surge em muitas inflamações crônicas; é um potente anti-inflamatório. A restauração da arquitetura do tecido normal pode ocorrer apenas se o tecido residual estiver estruturalmente intacto, por exemplo, após a ressecção cirúrgica parcial do fígado. Por outro lado, se o tecido estiver inteiramente lesado pela infecção ou inflamação, a regeneração é incompleta e acompanhada pela formação de cicatrizes. d. COMPREENDER as principais funções, células produtoras e estímulo para síntese dos principais componentes da matriz extracelular i. Colágeno, elastina, fibrilina, fibras elásticas, proteínas de adesão celular, glicosaminoglicanos e proteoglicanos ➢ Proteínas da MEC: participam do processo de brotamento dos vasos na angiogênese, em grande parte por meio de interações com receptores de integrina das células endoteliais e fornecendo o arcabouço para o crescimento dos vasos. ➢ Colágeno – dá à célula resistência à tração e facilita o processo de adesão e migração das células. Produzido principalmente por condroblastos, fibroblastos e osteoblastos (células especializadas do tecido cartilaginoso, conjuntivo e ósseo). - A resistência da ferida aumenta por causa das ligações cruzadas do colágeno e aumento do tamanho das fibras de colágeno. Alice Iris MED TXV Nas feridas cutâneas bem suturadas, entre 70% e 80% da força da pele normal pode ser recuperada em 3 meses. A contração da ferida é desencadeada inicialmente pelos miofibroblastos e, mais tarde, pelas ligações cruzadas das fibras de colágeno. ➢ Elastina – concede aos tecidos a capacidade de recuo e alongamento sem que sejam rompidos. Produzida por fibroblastos do tecido conectivo da derme. ➢ Fibrilina – glicoproteína, essencial para a formação de fibras elásticas do tecido conjuntivo. ➢ Proteínas de adesão celular – As moléculas de adesão celular ou CAM's são moléculas que permitem a ligação entre as células ou entre células e a matriz extracelular ➢ Glicosaminoglicanos – são componentes dos tecidos conjuntivos e representam 30% do material orgânico presente no corpo. Eles criam um gel hidrofílico, que permite a movimentação das células e a circulação de moléculas, como nutrientes, hormônios e outras substâncias químicas; comunicação intercelular ➢ Proteoglicanos - regulação da atividade de moléculas sinalizadoras, controle do tráfego de células e moléculas, atuação como correceptores e interação com proteínas fibrosas da matriz. Qual a diferença entre Proteoglicanos e glicoproteínas? As glicoproteínas são encontradas principalmente na membrana celular das células, enquanto os proteoglicanos são encontrados principalmente nos tecidos conjuntivos. Os proteoglicanos são importantes na modulação dos processos de desenvolvimento celular, enquanto as glicoproteínas funcionam no reconhecimento celular. e. COMPREENDER as fases do processo de cicatrização, com ênfase nos eventos celulares presentes em cada fase: i. Inflamatório Etapa composta por típicas respostas inflamatórias aguda e crônica. Quimiocinas e outros mediadores produzidos no local da lesão agem como quimiotáticos para recrutar neutrófilos e monócitos durantes as 6 a 48 horas seguintes. Os macrófagos são os principais agentes no processo de reparo tecidual. - Macrófagos M1 removem microrganismos e tecido necrótico e promovem a inflamação em uma retroalimentação positiva - Macrófagos M2 produzem fatores de crescimento que estimulam a proliferação de muitos tipos celulares na próxima etapa do reparo. ii. Proliferativa Na etapa seguinte, o que leva até 10 dias, vários tipos de células, incluindo células epiteliais, endoteliais e outras células vasculares e fibroblastos, proliferam e migram para fechar a ferida, agora limpa. Células epiteliais – respondem a fatores de crescimento produzidos localmente e migram sobre a ferida para cobri-la. Células endoteliais e outras células vasculares – realizam angiogênese Fibroblastos – proliferam e migram para o local da lesão e repousam sobre as fibras colágenas que formam a cicatriz. Tecido de granulação é um tecido ímpar para a Alice Iris MED TXV cicatrização, originado a partir da combinação de fibroblastos em proliferação, novosvasos sanguíneos, tecido conjuntivo frouxo e células inflamatórias crônicas. iii. Remodelamento Se inicia de 2 a 3 semanas após a injúria e pode continuar por meses ou anos; ocorre com a deposição dos fibroblastos para produzir uma cicatriz fibrosa estável. Etapas da Angiogênese: 1) Vasodilatação em resposta ao NO e aumento da permeabilidade induzida pelo VEGF 2) Separação dos periquitos da superfície abluminal e degeneração da membrana basal para permitir a formação de um broto de vaso 3) Migração das células endoteliais em direção à área da lesão 4) Proliferação de células endoteliais logo atrás das células migratórias 5) Remodelação de tubos capilares 6) Recrutamento de células periendoteliais 7) Supressão da proliferação e migração endotelial e deposição de membrana basal h. ENTENDER as principais complicações associadas à cicatrização de feridas i. Formação deficiente de cicatriz Os defeitos são observados em inúmeras situações clínicas, como resultado da influência de fatores locais e sistêmicos. Alguns exemplos são comuns - Ulceras venosas das pernas: se desenvolvem mais frequentemente em pessoas idosas, como resultado de hipertensão venosa crônica, que pode ser causada por varizes graves ou insuficiência cardíaca congestiva. Elas não cicatrizam devido ao mau fornecimento de oxigênio para o local da úlcera. - Úlceras arteriais: se desenvolvem em indivíduos com aterosclerose das artérias periféricas, especialmente associadas ao diabetes. A isquemia resulta em atrofia e então necrose da pele e tecidos subjacentes. Alice Iris MED TXV - Úlceras de pressão: as lesões são causadas por pressão mecânica e isquemia local. Causada por compressão prolongada dos tecidos contra um osso subjacente. Úlceras diabéticas: afetam as extremidades inferiores, particularmente o pé. A necrose tecidual e a cicatrização deficiente são o resultado de doença dos pequenos vasos, que causam isquemia, neuropatia, anormalidades metabólicas sistêmicas e infecções secundárias. ii. Formação excessiva dos componentes do reparo A formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode originar cicatrizes hipertróficas e queloides. O acúmulo de quantidades excessivas de colágeno pode resultar em uma cicatriz elevada conhecida como cicatriz hipertrófica. Se o tecido cicatricial cresce além dos limites da ferida original e não regride, é chamado queloide. A granulação exuberante é outro desvio na cicatrização de feridas caracterizado pela formação de quantidades excessivas de tecido de granulação, que se projeta acima do nível da pele circundante e bloqueia a reepitelização. A granulação excessiva deve ser removida por cauterização ou excisão cirúrgica a fim de permitir a restauração da continuidade epitelial. A estimulação da síntese persistente de colágeno nas doenças inflamatórias crônicas leva à fibrose do tecido, muitas vezes com extensa perda tecidual e deficiência funcional. iii. Formação de contraturas. A contração da ferida é uma parte importante do processo da cicatrização normal. O exagero nesse processo origina a contração e resulta em deformidades da ferida e dos tecidos circundantes. As contrações são propensas a se desenvolver particularmente nas palmas das mãos, nas solas dos pés e na parte anterior do tórax. As contrações são comumente observadas após queimaduras graves e podem comprometer o movimento das articulações. 2. Aspectos Morfológicos da Inflamação a. Padrões Morfológicos da Inflamação aguda i. Reconhecer as principais alterações histopatológicas em processos inflamatórios agudos Os marcos morfológicos das reações inflamatórias agudas são a dilatação de pequenos vasos sanguíneos e o acúmulo de leucócitos e fluidos no tecido extravascular. ii. Caracterizar e diferenciar inflamação Serosa, Fibrinosa, Supurativa e Úlceras Inflamação Serosa: marcada pela exsudação de fluidos pobres em células em espaços criados pelas lesões na superfície epitelial ou nas cavidades do corpo revestidas por peritônio, pleura ou pericárdio. Em geral, o fluido na inflamação serosa não está infectado por organismos destrutivos e não contém muitos leucócitos. A bolha na pele resultante de uma queimadura ou infecção viral representa acúmulo de fluido seroso dentro ou imediatamente abaixo da epiderme danificada da pele. Alice Iris MED TXV Inflamação Fibrinosa: Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando os extravasamentos vasculares são grandes ou há um estímulo procoagulante local. O exsudato fibrinoso é característico da inflamação no revestimento das cavidades do corpo, como meninges, pericárdio e pleura. Histologicamente, a fibrina aparece como uma malha eosinofílicas de filamentos ou às vezes como um coágulo amorfo. Os exsudatos fibrinosos podem ser dissolvidos por fibrinólise e removidos pelos macrófagos. Se a fibrina não for removida, com o tempo, pode estimular o crescimento de fibroblastos e vasos sanguíneos e, assim, causar cicatrizes Inflamação Purulenta: A inflamação purulenta é caracterizada pela produção de pus, um exsudato constituído por neutrófilos, debris liquefeitos das células necróticas e líquido de edema. A causa mais frequente de inflamação purulenta (também chamada supurativa) é a infecção por bactérias que causam necrose tecidual liquefativa, como os estafilococos. Um exemplo comum de inflamação supurativa aguda é a apendicite aguda. Os abscessos são coleções localizadas de pus causadas pela supuração encerrada em um tecido, um órgão ou um espaço confinado. Com o tempo, o abscesso pode tornar-se murado e, em última instância, ser substituído por tecido conjuntivo. Quando os abscessos são persistentes ou presentes em locais críticos (como o cérebro), pode haver a necessidade de drenagem cirúrgica. Em geral, existe uma zona de neutrófilos preservados em torno desse foco necrótico e, circundando esta região, pode haver dilatação vascular e proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando inflamação crônica e reparo Alice Iris MED TXV Úlceras: é um defeito local, ou escavação da superfície de um órgão ou tecido que é produzido pela destruição (descamação) de tecido necrótico inflamado. As inflamações aguda e crônica geralmente coexistem nas úlceras, como úlceras pépticas no estômago ou duodeno e úlceras diabéticas das pernas. Durante o estágio agudo, há infiltração polimorfonuclear intensa e dilatação vascular nas margens da deformidade. À medida que a cronicidade se instala, as margens e a base da úlcera apresentam proliferação de fibroblastos, cicatrizes e acúmulo de linfócitos, macrófagos e células plasmáticas b. Padrões Morfológicos da Inflamação crônica i. Reconhecer as principais alterações histopatológicas em processos inflamatórios crônicos Ao contrário da inflamação aguda, que se manifesta por alterações vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica caracteriza-se por: ➢ Infiltração de células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos ➢ Destruição tecidual induzida pelo agente ofensivo persistente ou pelas células inflamatórias. ➢ Tentativas de cura pela troca do tecido danificado por tecido conjuntivo, pela angiogênese (proliferação de pequenos vasos sanguíneos) e, em particular, pela fibrose. Alice Iris MED TXV ii. Caracterizar e diferenciar os componentes da inflamação granulomatosa O granuloma é composto por macrófagos, células gigantes, células epitelioides e é cercado por linfócitos T, podendo ter eosinófilos, dependendo do agente etiológico. Nos preparos de rotina de amostras de tecido corado com H&E, os macrófagos ativados nos granulomas apresentam citoplasma granular róseo com limites celulares indistinguíveis e são chamadas células epitelioides. Um colar de linfócitos envolve os agregados de macrófagos epitelioides.Os granulomas mais antigos podem apresentar uma borda de fibroblastos e tecido conjuntivo. Frequentemente, mas não invariavelmente, células gigantes multinucleadas de 40 a 50 µm de diâmetro são encontradas nos granulomas; estas são chamadas células gigantes de Langhans. Consistem em uma grande massa de citoplasma e muitos núcleos. Granulomas associados a certos organismos infecciosos contêm uma zona central de necrose, cuja aparência é granular e de aspecto caseoso e, por essa razão, é denominada necrose caseosa. Microscopicamente, este material necrótico aparece como detritos granulares amorfos, eosinofílico e desestruturados, com perda de detalhes celulares. Os granulomas associados à doença de Crohn, à sarcoidose e às reações de corpo estranho tendem a não apresentar centros necróticos e são considerados não caseosos. A cicatrização dos granulomas é acompanhada por fibrose, que pode ser extensa. Alice Iris MED TXV
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