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Pneumoconioses: Silicose e Asbestose

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Nathalya Silveira - Pneumologia 
 
Pneumoconiose 
 
 
 
Grupo genérico de pneumopatias relacionadas 
etiologicamente à inalação de poeiras em ambientes de 
trabalho. 
Excluem-se dessa denominação as alterações neoplásicas 
e as reações obstrutivas como asma, bronquite e 
enfisema. 
As mais prevalentes são a silicose, a asbestose e a 
pneumoconiose do trabalhador do carvão. 
 
 
 É uma pneumoconiose causada pela inalação de sílica 
livre cristalina (as outras partículas são maiores e 
ficam retidas nas barreiras do sist. Respiratório); 
 A sílica, representada pelo símbolo SiO2, é um mineral 
muito duro que aparece em grande quantidade na 
natureza, pois é encontrada nas areias e na maioria 
das rochas; 
 A inalação das pequenas partículas insolúveis de sílica, 
determina a doença, caracterizada pela presença de 
múltiplos nódulos fibrosos discretos (2 a 6mm) 
distribuídos bilateralmente; 
 É a principal pneumoconiose no Brasil; 
 
 
 Inalação de asbesto, ou amianto, fibra mineral; 
 Acomete: pleura (derrame pleural, placas pleurais, 
espessamento pleural difuso e mesotelioma maligno 
de pleura) e parenquimatosa (atelectasia redonda, 
asbestose, câncer pulmonar); 
 
 
 
DISPNEIA AOS ESFORÇOS + TOSSE SECA RECORRENTE 
SILICOSE: 
 AGUDA: após meses ou poucos anos de exposição; 
 Dano alveolar difuso e exsudação de material 
eosinofilico lipoproteináceo no espaço aéreo e na 
inflamação intersticial; 
 Operações de jateamento de areia (proibido 
Brasil), usinas de moagem de pedra; 
 Doença pulmonar difusa de rápida instalação; 
 Forma rara da doença, ocorrendo em casos de 
exposição maciça á silica livre; 
 Evolui rapidamente para o óbito; 
 Não tem tratamento curativo. 
 ACELERADA: entre 5-10 anos; 
 Ocorre princ.em cavadores de poços, cortadores 
de pedras; 
 Dispneia aos esforços e tosse seca persistente; 
 Risco elevado de comorbidades: TB e doenças 
autoimunes (LES) e infecções (por isso obrigatório 
vacinação contra Pneumo 13 e 23 e influenza). 
 CRÔNICA: habitualmente superior a 10 anos (mais 
comum). 
 Fases iniciais geralmente são assintomáticas; 
 Geralm. Paciente já chega com fibrose e alterações 
funcionais do pulmão; 
 Exame físico: MVF reduzidos (silicose); 
 
ASBESTOSE: 
 AGUDA: assintomática; 
 Placas pleurais costumam ser assintomáticas; 
 Espessamento pleural difuso: sintomas de restrição 
funcional – dispneia aos esforços; 
 Derrame pleural: assintomático ou apresentar dor 
torácica, febre, dispneia aos esforços. 
 
 
 
A sílica é frequentemente encontrada nas 
seguintes atividades: 
- Jateamento; 
- Perfuração de rochas; 
- Fundições; 
- Produção e no uso de abrasivos; 
- Fabricação de próteses; 
- Indústria química (sabões abrasivos e cosméticos). 
 
ASBESTOSE: 
- Trabalhadores em mineração e transformação de 
asbesto (fabricação de produtos de cimento-amianto, 
materiais de fricção, tecidos incombustíveis com 
amianto, juntas e gaxetas, papéis e papelões especiais); 
- Consumo de produtos contendo asbesto. 
 
POEIRA RESPIRÁVEL + ELEVADA DURAÇÃO DA 
EXPOSIÇÃO = DOENÇA 
 
Concentração de poeira na atmosfera: depende se o 
trabalhador está no ambiente fechado ou não, qual a 
forma dessa poeira? Moída? Britada? 
- Porcentagem de sílica livre na poeira; 
- Composição mineralógica da poeira respirável; 
- Duração da exposição (tempo de exposição do 
trabalhador); 
- Mecanismos de defesa do indivíduo (sistema de 
depuração): faringe, laringe, traqueia e barreiras de muco. 
 
 
 
1. Material particulado é inalado; 
2. Atinje as vias respiratórias inferiores em 
quantidade capaz de superar os mecanismos de 
CONCEITO 
SILICOSE 
QUADRO CLÍNICO 
FATORES DE RISCO 
FISIOPATOLOGIA 
ASBESTOSE 
Nathalya Silveira - Pneumologia 
 
depuração (partículas < 10 µm, acima desse tamanho 
são retidas nas vias aéreas superiores); 
3. Partículas de poeira pequenas (<5 μm) se 
depositam no trato respiratório baixo (bronquiolos 
terminais e respiratórios e os alvéolos); 
4. Dá início ao processo inflamatório que, se 
perpetuado pela inalação crônica e/ou em quantidade 
que supera as defesas, pode levar à instalação das 
alterações pulmonares fibrinogênicas; 
5. Ocorre alta produção de colágeno. Mácrofagos 
fagocitam a partícula inalada e liberam TNF alfa, isso 
leva a reação inflamatória, e como a partícula não é 
eliminada esse processo se torna crônico, levando 
cronicamente a fibrose. 
 
 
HISTÓRIA CLÍNICA E OCUPACIONAL + ACHADOS 
RADIOLÓGICOS 
 Anatomopatológico (biópsia): PADRÃO OURO, 
solicitada quando se tem dúvida na história 
ocupacional e no exame radiológico. 
SILICOSE AGUDA - deposição de material proteináceo 
intra-alveolar, sem fibrose intersticial. 
 Espirometria: avaliação da capacidade respiratória, 
não fecha diagnóstico, mais usada para 
monitoramento. 
 Radiografia de tórax: 
SILICOSE: 
 AGUDA: sem fibrose. 
 ACELERADA: nódulos silicóticos com áreas de 
lesões focais de silicose aguda. Alterações 
radiológicas de progressão rápida. 
 CRÔNICA: opacidades nodulares que se iniciam 
nas zonas superiores bilateralmente (silicose – 
mediastino; asbestose- pleura). Pulmão com 
“pontinhos”- granulomas espassos no 
parênquima pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASBESTOSE: 
 
 
 Tomografia computadorizada de tórax- janela de 
mediastino: 
SILICOSE: reação colágena focal organizada em 
nódulos de deposição concêntrica de fibras; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
 
Nathalya Silveira - Pneumologia 
 
 
 
ASBESTOSE: 
 Espessamento dos septos interlobulares, bandas 
parenquimatosas (que se estendem da pleura ao 
parênquima), pontos e linhas subpleurais e, nos 
estágios mais avançados, anormalidades císticas 
tipo faveolamento e bronquiolectasias de tração 
(sinais de alta predição de fibrose intersticial). ; 
 Essas alterações são habitualmente localizadas 
nas regiões periféricas e posteriores dos lobos 
inferiores. 
 
 
 
 
 
 Tuberculose miliar 
 Sarcoidose pulmonar 
 Histoplasmose 
 Bronquiolites difusas 
 Paracoccidiodomicose 
 
 
 
A. AFASTAMENTO DA EXPOSIÇÃO: não há 
tratamento curativo; 
B. TRATAMENTO SINTOMÁTICO: tosse: codeína e 
anti tussígeno, corticoide. 
 
OBS: Comorbidades associadas: DPOC, TB e o CA de 
pulmão; 
- Em casos graves e terminais: oxigenioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
TRATAMENTO 
FAVEOLAMENTO (FIBROSE QUE 
PEGA PLEURA) PADRÃO PIU 
(PNEUMONIA INTERSTICIAL 
USUAL), ENCOSTADO NA PLEURA

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