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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Centro de Economia e Administração-CEA FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO: COMÉRCIO EXTERIOR VITOR BARROS COSTA 18740225 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO SOBRE AS VANTAGENS DAS FAMÍLIAS PAULISTANAS REALIZAREM UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO CAMPINAS (SP) 2021 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Centro de Economia e Administração-CEA FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO: COMÉRCIO EXTERIOR VITOR BARROS COSTA 18740225 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO SOBRE AS VANTAGENS DAS FAMÍLIAS PAULISTANAS REALIZAREM UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para avaliação final na disciplina Orientação de Trabalho de Curso de Administração, do curso de graduação em Administração – Habilitação em Comércio Exterior. Orientadora: Profa. Me. Debora Ornellas de Almeida. CAMPINAS (SP) 2021 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus, minha âncora e motivação, me mantendo firme no caminho, me abençoando e concedendo força, paciência e fé. Agradeço à minha família maravilhosa, que sempre estiveram comigo, acreditando em mim, me apoiando e provendo tudo o que era possível. Aos meus pais, que considero como um pilar em minha vida, minha inspiração e sempre reforçaram que independentemente de qualquer coisa, sempre tenho que fazer o que é certo, mesmo que todos façam o errado, sempre me instruíram a ser resiliente, paciente, cordial e a ajudar a todos. Agradeço aos meus amigos incríveis, que sempre me apoiaram e acreditaram em meu potencial. Agradeço pelas horas de conversas, festas e bons momentos. Agradeço aos docentes incríveis que conheci na Universidade e com eles pude obter networkings notáveis, conhecimentos esplêndidos e muita experiência acadêmica, profissional e pessoal. Agradeço à orientadora Debora Ornellas pelas instruções, paciência e suporte, que foram de grande valia durante a reta final do curso de graduação. Agradeço à Universidade pelo ensino de qualidade e pela oferta de bolsas, que abriu portas para eu realizar o meu sonho de graduar num ensino superior. RESUMO Este trabalho tem o objetivo de analisar os índices e comportamentos financeiros das famílias paulistanas, levantar e analisar as práticas comuns que trazem o endividamento para a vida destas famílias, levantar e apresentar os índices de educação financeira no Brasil, levantar e analisar os índices de distribuição de renda no Brasil e apresentar as vantagens em adotar um Planejamento Financeiro. O trabalho visa o levantamento e análise dos dados das pesquisas dos institutos nacionais (PEIC, IBGE, FeComércio e BACEN) juntamente com a abordagem através de um questionário online de 10 questões voltadas à comunidade paulistana. A abordagem foi feita através de um questionário online (utilizando a ferramenta Google Forms) de 10 questões voltadas para os cidadãos da região de São Paulo. O foco do questionário é entender as dificuldades financeiras dos informantes bem como analisar se há relação em que quanto maior o grau de instrução, menor a probabilidade da pessoa se endividar. 31 informantes responderam ao questionário e a partir da tabulação dos dados, foi possível concluir o trabalho com muito aproveitamento e rico de informações. Com base nos dados de instituições brasileiras e pesquisa online, pode-se concluir que não há relação direta na afirmação de que quanto maior o grau de instrução, menor a probabilidade do endividamento, o que ocorre é que as pessoas que são apresentadas à educação financeira precocemente veem o dinheiro como um pilar que não se deve subestimar nem ter imediatismo para adquirir algo. Palavras-chaves: Orçamento familiar. Planejamento Financeiro. Economia Brasileira. Endividamento. Administração Financeira. ABSTRACT This study aims to analyze the financial indices and behavior of São Paulo families, survey and analyze the common practices that bring indifference into the lives of these families, survey and present the financial education indices in Brazil, raise and analyze the distribution indices of income in Brazil and present the advantages of adopting Financial Planning. The work aims at the survey and analysis of data from the surveys of national institutes (PEIC, IBGE, FeComércio and BACEN) with the approach through an online questionnaire together of 10 questions aimed at the São Paulo community. The approach was made through an online questionnaire (using the Google Forms tool) of 10 questions targeted at citizens of the São Paulo region. The focus of the questionnaire is to understand the financial difficulties of the informants, as well as to analyze whether there is a relationship in which the higher level of education; the less likely the person is to get into debt. 31 informants answered the questionnaire and based on the tabulation of the data, it was possible to complete the work with great success and rich in information. Based on data from Brazilian institutions and online research, it can be concluded that there is no direct relationship in the statement that the higher the level of education, the lower the probability of indebtedness, what happens is that people who are introduced to financial education early on, they see money as a pillar that should not be underestimated or immediacy to acquire something. Keywords: Family budget. Financial planning. Brazilian economy. Indebtedness. Financial management. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 1.1 Problema de pesquisa ......................................................................................................... 11 1.2 Objetivos............................................................................................................................. 11 1.2.1 Geral ................................................................................................................................ 11 1.2.2 Específicos ....................................................................................................................... 11 1.3 Justificativa ......................................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PRELIMINAR ................................................................ 13 2.1 Economia Brasileira ........................................................................................................... 13 2.1.1 Distribuição de Renda no Brasil ...................................................................................... 15 2.1.2 Famílias Paulistanas e seus perfis financeiros ................................................................. 17 2.2 Educação Financeira no Brasil ........................................................................................... 19 2.2.1 Como os paulistanos gerenciam as finanças pessoais ..................................................... 22 2.3 Orçamento & Planejamento Financeiro ............................................................................. 25 2.3.1 Definições e Viabilidades do Planejamento Financeiro .................................................. 28 2.3.2 Como realizar um Planejamento Financeiro assertivo .................................................... 30 3. METODOLOGIA............................................................................................................... 34 3.1. Caracterização da Pesquisa ................................................................................................ 34 3.2. Técnicas de Coleta e Análise dos Dados ...........................................................................34 3.3 Descrição do Objeto de Estudo .......................................................................................... 35 4. QUESTIONÁRIO............................................................................................................... 36 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 37 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 47 APÊNDICES ........................................................................................................................... 51 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 51 APÊNDICE B ......................................................................................................................... 52 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Endividamento das famílias em relação à renda acumulada .................................. 18 Gráfico 2: Percentual de Famílias Paulistanas Endividadas e seus Indicadores ..................... 19 Gráfico 3: Percentuais dos tipos de dívidas das famílias paulistanas ...................................... 22 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298159 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298160 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298161 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Percentual de Desemprego - Brasil ........................................................................ 21 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298460 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição da Despesa de Consumo Familiar – por Regiões do Brasil ................ 23 Tabela 2: Classes Sociais ........................................................................................................ 24 Tabela 3: Custo de Vida por Classe Social – Famílias Paulistanas (março/2021) .................. 24 Tabela 4: Intenção de Consumo das Famílias Paulistanas ...................................................... 25 Tabela 5: Gestão Orçamentária ............................................................................................... 26 Tabela 6: Estrutura Orçamentária – Pessoal/Familiar ............................................................. 27 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298913 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298914 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298915 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298916 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298917 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85298918 LISTA DE FIGURAS Figura 1: A evolução da expectativa de vida e projeções (em anos) ...................................... 29 Figura 2: Expectativa de vida ao nascer (em anos) – por sexo ............................................... 29 Figura 3: Expectativa de vida ao nascer (em anos) Brasil e UFs - 2019................................. 30 Figura 4: Fatores para Redução de Gastos .............................................................................. 32 Figura 5: Gênero dos entrevistados ......................................................................................... 37 Figura 6: Faixa etária dos entrevistados .................................................................................. 38 Figura 7: Grau de Instrução dos entrevistados ........................................................................ 38 Figura 8: Vivência familiar dos entrevistados......................................................................... 39 Figura 9: Classe social dos entrevistados ................................................................................ 40 Figura 10: Controle orçamentário dos entrevistados............................................................... 40 Figura 11: Ótica quanto a gestão orçamentária dos entrevistados .......................................... 41 Figura 12: Classificação da vida financeira dos entrevistados ................................................ 42 Figura 13: Forma de obtenção de educação financeira dos entrevistados .............................. 42 Figura 14: Dificuldades financeiras dos entrevistados ............................................................ 43 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299553 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299554 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299555 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299556 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299557 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299558 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299559 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299560 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299561 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299562 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299563 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299564 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299565 file:///C:/Users/Vitor/Desktop/18740225_VitorBarrosCosta.docx%23_Toc85299566 10 1 INTRODUÇÃO Segundo Oliveira e Camargo (2017), os cidadãos possuem um imediatismo e consumismo enraizado, almejando e/ou adquirindo itens, serviços e consumos fora de sua realidade financeira, trazendo uma série incertezas quanto à estabilidade financeira da pessoa física e sua família. Cenário que é a realidade na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), do mês de março de 2021. O Banco Central apresentou, em seu último Relatório de Estabilidade Financeira (volume 20, número 1, abril de 2021, p. 27), os dados sobre crédito às pessoas físicas. Segundo o relatório, depois da queda ocorrida no segundo semestre de 2020, houve uma retomada na carteira, com altos índices de concessão de crédito se comparado ao primeiro semestre de 2020. No relatório, além do BACEN expor os índices e características do Sistema Financeiro Nacional (SFN), ele aponta algumas conclusões no âmbito de crédito pessoal às pessoas físicas, apontando que houve recuperação do desenvolvimento econômico e queda da taxa de desocupação nos últimos meses de 2020, porém, alargamento nos índices de comprometimento da renda e endividamento. Os índices de endividamento da população brasileira são preocupantes, reforçando a ideia de que o governo precisa agir com medidas de instruções financeiras à população e possíveis restrições nas concessões de créditos e demais produtos financeiros para evitar maiores impactos no Produto Interno Bruto brasileiro. Carvalho (2016) reforça que o nível de instrução financeira tem relação direta com o índice de endividamento, evidenciando que a má educação financeira colabora com o endividamento das famílias. Em um de seus artigos mais recentes, Oliveira e Camargo (2017), abordam as características que rondam o âmbito financeiro pessoal dos brasileiros, elencando o baixo planejamento financeiro e ausência de conhecimento como fatores influentes à má gestão financeira e endividamentos. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que tornou pública a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), do mês de março de 2021, há um aumentoconsiderável no percentual de famílias paulistanas endividadas, evidenciando uma falta de instrução sobre educação financeira aliada a má distribuição de renda. 11 Nota-se que as famílias paulistanas têm passado por momentos delicados em suas finanças, com índices alarmantes na porcentagem de famílias endividadas, chegando ao percentual de 60,9% de famílias endividadas – no relatório mais recente (março/2021), 54,8% das famílias paulistanas não têm condições de pagar suas dívidas atuais, de acordo com a PEIC de março de 2021. A partir destas considerações, o objetivo deste trabalho é analisar os dados de inadimplência e comportamento financeiro das famílias paulistanas e a partir destes dados, apresentar as viabilidades em adotar um Planejamento Financeiro Pessoal e como elas podem passar a gerenciar suas finanças para conseguir estabilidade e independência financeira. A questão principal que este estudo pretende responder é: ‘Como as famílias paulistanas têm gerenciado suas finanças e quais são as vantagens em adotar um Planejamento Financeiro?’. 1.1 Problema de pesquisa Como as famílias paulistanas têm gerenciado suas finanças e quais são as vantagens em adotar um Planejamento Financeiro? 1.2 Objetivos 1.2.1 Geral Analisar os índices e comportamentos financeiros das famílias paulistanas e apresentar as vantagens em adotar um Planejamento Financeiro. 1.2.2 Específicos - Levantar e analisar os dados dos perfis financeiros das famílias paulistanas; - Levantar e analisar as práticas comuns que levam o endividamento destas famílias; - Levantar e apresentar os índices de Educação Financeira no Brasil; - Levantar e analisar os índices de Distribuição de Renda no Brasil; - Apresentar as viabilidades em adotar um Planejamento Financeiro. 12 1.3 Justificativa Os índices financeiros do Brasil não estão em seus melhores momentos, com a pandemia e as incertezas quanto aos índices de desemprego, mercado cambial e vacina, enfrentamos uma realidade difícil cheia de impossibilidades, cenário que afeta diretamente a população. Muitas famílias paulistanas enfrentam um dilema: ficam entre comprar alimentos, cestas básicas, itens de higiene e saúde ou pagar dívidas e contas de consumo (água, luz, internet etc.). A realidade brasileira não é nada fácil, ainda mais se vista a partir da ótica das minorias e dos desfavorecidos, onde veem uma concessão de crédito como valor positivo/saldo corrente, empréstimos e financiamentos como solução e investimentos como ilusão. Reconhecer esta realidade é o primeiro passo para avançarmos para uma população com famílias com a saúde financeira no azul. Com o cenário pandêmico e o tema ‘Educação Financeira’ ainda em fase embrionária, o autor acredita que pesquisar e auxiliar no tema ‘Endividamento’ nas famílias paulistanas irá corroborar na conscientização e absorção sobre os dois temas, compreendendo as viabilidades de adotar um planejamento financeiro, impactos da inadimplência dentro e fora do âmbito família e o papel do governo quanto à distribuição de renda e desenvolvimento econômico. Realizar este estudo sem dúvidas será de grande valia, pois o autor vê o tema como uma oportunidade de agregar mais conhecimento e aplicar às pessoas próximas e auxiliar na gestão financeira das famílias paulistanas endividadas. Replicar este estudo será importante para contribuir na diminuição do índice de famílias endividadas. O tema faz uma ponte com outros tópicos importantes, como a interpretação dos indicadores econômicos, política, renda, investimentos e gestão financeira, onde o leitor entenderá a importância desta gestão e demais pontos relevantes abordados neste trabalho. O principal benefício deste trabalho será a exposição de meios para as famílias paulistanas gerenciarem suas finanças com assertividade. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PRELIMINAR Esta seção apresenta a fundamentação teórica adotada para tratar o tema, o problema de pesquisa e que dará sustentação ao desenvolvimento do trabalho. Foram explorados, respectivamente, os seguintes assuntos relacionados ao tema em estudo: Economia Brasileira e os subtópicos: Distribuição de Renda no Brasil, Famílias Paulistanas e seus perfis financeiros; Educação Financeira no Brasil e os subtópicos: Como os brasileiros gerenciam as finanças pessoais; Orçamento & Planejamento Financeiro com os subtópicos: Definições e Viabilidades do Planejamento Financeiro e Como realizar um Planejamento Financeiro Pessoal assertivo. 2.1 Economia Brasileira Base de todos os países, a economia e os seus índices são essenciais para a administração pública e gestão. Dentro do âmbito econômico incide os termos: inflação, Selic, PIB, distribuição de renda, sistema financeiro nacional/BACEN, câmbio e administração pública – economia. Um dos principais índices econômicos é o produto interno bruto (PIB), que de acordo com Souza e Machado (2019), trata-se do montante total resultante da produção de bens e serviços. Os autores ainda reforçam que desde 1989 o IBGE que calcula o PIB brasileiro (trimestral e anual), além de apresentar as três formas de cálculo: pela ótica da produção, demanda e renda. Pela ótica da produção, o cálculo dá-se pela seguinte forma: PIB = valor total da produção – consumo intermediário + impostos. Pela ótica da demanda, dá-se: PIB = consumo das famílias + consumo do governo + variação de estoques + investimento + exportações – importações. Por fim, pela renda dá-se: PIB = salários + lucro das empresas + impostos + juros + aluguéis. 14 De acordo com Souza e Machado (2019), o PIB em valores absolutos se refere a quanto o país produziu no total e o que isso representa na economia mundial. Já o índice per capita é definido pelo montante produzido dividido pelo número de habitantes do país. Medeiros, Barbosa e Lopes (2019), afirmam que a taxa SELIC é uma taxa básica de juros da economia, sendo o principal instrumento de política monetária adotada pelo BACEN para controle inflacionário, essa taxa influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, sendo definida pelo COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central. Souza e Machado (2019), afirmam que o crescimento econômico é definido a partir do aumento do produto interno bruto, dependendo de dois fatores: estoque dos fatores de produção; produtividade dos fatores de produção, onde o primeiro fator (produção) pode ser exemplificado da seguinte forma: com o investimento, podem-se comprar mais máquinas, carros, equipamentos, construção de galpões, etc, incidindo um aumento no estoque de capital – países com uma taxa de poupança alta investem com recursos próprios, já os países que não conseguem manter uma taxa de poupança alta, precisam investir com recursos externos; já o segundo fator (produtividade dos fatores de produção) é exemplificado da seguinte forma: ela pode aumentar através do progresso tecnológico e da educação da força de trabalho. Souza e Machado (2019) definem a inflação e seus subíndices como: a inflação é o crescimento constante dos preços dos bens e serviços; já a deflação, é definida pela queda constante; por fim, apontam que a desinflação é definida pela queda nas taxas de inflação. Partindo desses pressupostos e compreendendo-os, se entenderá o contexto e âmbito econômico nacional para melhor entendimento do cenário. Souza e Machado (2019) citam uma afirmação do Celso Furtado, onde ele afirmou que existe a possibilidade de crescimento econômico sem desenvolvimento, visto que para alcançar um crescimento e desenvolvimento mútuo e orgânico, exige-se que os benefícios do progresso técnico favoreçam todas as camadas populacionais, com total disponibilidade para todos e distribuição de renda igualitária. Afirmação esta, que o autor partilha da mesma ideia. Os autores Souzae Machado (2019), ainda citam o indiano Amartya Kumar Sen, que define que ter uma renda digna permite ao cidadão ter liberdade de prevenir a forme, a doença, moradia com más condições sanitárias e habitacionais, entre outros. Afirma ainda, que o desenvolvimento está atrelado à liberdade de expressão e à participação política, garantindo 15 também, que estas liberdades cheguem a todos, independentes de gênero e classe social, ótica lúcida e totalmente aplicável ao cenário brasileiro atual. Izidoro (2015) aponta que em longo prazo, seremos definidos pela nossa aptidão de ação e não pela disposição econômica, pontuando que os métodos econômicos também são atritos pelo poder, evidenciando as ambições nacionais que estão sempre presentes, como por exemplo, em atos políticos. O supracitado (2015), ainda afirma que a política econômica brasileira é um estudo e sequência de decisões criadas para beneficiar os interesses eternos do poder nacional e não para auxiliar os interesses passageiros de classes. 2.1.1 Distribuição de Renda no Brasil Dentro deste chavão, engloba-se o salário-mínimo, imposto de renda, programas de benefícios à população, aposentadoria, Benefício assistencial à pessoa com Deficiência (BPC), índice de Gini, Pesquisas do IBGE no âmbito de rendimentos e demais tratativas orçamentárias provenientes da administração pública. Hoffmann, Jesus e Almeida (2019), acreditam que apesar dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) serem limitados, faz-se necessário a análise destes dados, visualizando as indicações que estes dados fornecem sobre como a distribuição de renda tem passado por alterações em nosso país. Os autores replicam um aviso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que o Instituto notifica que o contraste metodológico entre a PNAD tradicional e a PNAD Contínua impossibilitam que se faça uma ligação direta entre os resultados das duas pesquisas visto que o rendimento de todos os trabalhos da PNAD Contínua é, a rigor, uma variável diferente do rendimento da PNAD tradicional. Os três autores ainda afim que com base nos dados da PNAD tradicional, de 1995 a 2015, incidiu uma redução da desigualdade na distribuição de renda no Brasil. Hoffmann, Jesus e Almeida (2019) afirmam que por conta do aumento no índice de desemprego, o crescimento da desigualdade no período de 2015 a 2017 é bem maior se considerar a distribuição do rendimento do trabalho entre pessoas economicamente atuantes, onde se atribui renda nula aos desempregados. Um dos pontos citados em qualquer debate sobre distribuição de renda e desigualdade é o salário-mínimo brasileiro, piso considerado por muitos como irreal e desconexo ou debate irrelevante para os favorecidos. Saboia e Neto (2018) definem o salário-mínimo como um fator 16 importante com evidência de contribuição na evolução da distribuição de renda nos últimos anos, tanto no âmbito mercadológico (trabalhista) quanto no âmbito de transferências (pensão, aposentadoria, BPC etc.), porém, há empecilhos nas contas públicas no viés orçamentário por conta dos mecanismos de transferências. Fernandes, Diniz e Silveira (2019) discriminam que o Imposto de Renda é o tributo que possui o maior potencial crescente, sendo aplicado na equidade horizontal e vertical. Os autores definem as especificidades do imposto, explicando que há diferenciações dependendo da renda e gasto, visto que há alguns rendimentos com tributações diferenciadas e gastos (educação, saúde, dívidas etc.) que podem ser abatidos no cálculo do imposto. As etapas da tributação da renda são descritas pelos autores Fernandes, Diniz e Silveira (2019), conforme abaixo: Renda Bruta > Dedução e Isenções > Renda tributável > Tributo a pagar > Crédito tributário > Montante devido a receber > Renda disponível. Fernandes, Diniz e Silveira (2019) ainda destacam que há outra variável que incide diretamente sobre a distribuição do IR: o tratamento diferenciado para diferentes fontes de rendimentos. Segundo os autores, a desigualdade da renda do capital é muito maior que a desigualdade da renda do trabalho, visto que os tipos de ganhos ficam centralizados entre os mais ricos. Os autores Saboia e Neto (2018) afirmam que mesmo com o desenlace da política de aumento do salário-mínimo no sentido distributivo nos últimos anos, novas alternativas precisam ser estudadas e implementadas visando a evolução saudável do salário-mínimo e melhor na distribuição de rendimentos às famílias no futuro. Hoffmann (2017) afirma que os índices de desigualdade permanecem altos e que espera que as medidas destinadas para o controle do déficit público, tais como a redução de despesas e reforma administrativa e reforma da previdência seja orientada a diminuição da desigualdade no Brasil. De acordo com IPEA (2004), o Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um índice de medição do grau de concentração de renda em uma determinada classe, apontando a diferença entre a renda dos mais pobres e mais ricos. Fernandes, Diniz e Silveira (2019) apontam que para melhor distribuição do imposto de renda, faz-se necessário uma alteração no foco dos tributos indiretos para os diretos, que trazem 17 a possibilidade de aferição da capacidade de contribuição de cada cidadão, o que contribuirá para a equidade na arrecadação. 2.1.2 Famílias Paulistanas e seus perfis financeiros Machado (2015) define o Sistema Financeiro Nacional (SFN) como as agregações de órgãos e instituições que visam a elaboração de regras criadas para assegurar o desenvolvimento econômico do Brasil. Paim (2015) apresenta em um dos seus artigos mais recentes o cenário da taxa de juros, onde ele afirma com base na obra de Carvalho (2009), que o Brasil tem uma taxa básica de juros e spread bancário alta, incidindo numa taxa de juros abusiva cobrada nos empréstimos ao tomador. Com isso, há impactos nas famílias e empresas, onde desenvolve-se dificuldades e empecilhos no desenvolvimento econômico. Paim (2015) define o cenário da última década como um âmbito econômico com crescente no nível de endividamento, porém, de acordo com os padrões mundiais. O autor reflete que apesar disso, quando se vê a fatia comprometida da renda familiar, se nota um contraste em relação ao tamanho da dívida. De acordo com Paim (2015), a arguição do perfil de endividamento das famílias no Brasil é definida por duas vertentes: endividamento; comprometimento da renda com o serviço da dívida. Com base nos dados apresentados por Paim (2015), em seu artigo ‘Perfil da dívida das famílias e o Sistema Financeiro Nacional’, ele apresenta os percentuais de saldo total da dívida das famílias: 40% deste saldo são compostos por créditos imobiliários – representado por um prazo maior e taxas de juros menores; 60% compostos por crédito pessoal, crédito visando aquisição de veículos, crédito rotativo e outros empréstimos – representam prazos menores e taxas de juros bem maiores, incidindo um comprometimento maior da renda das famílias. Quanto ao percentual representado pelas dívidas sob a renda corrente das famílias, Paim (2015), dispõe dos seguintes dados: crédito pessoal reflete 7% da renda das famílias; crédito consignado representa 4%; crédito imobiliário 2%; aquisição de automóveis refletem 3,8%; o crédito rotativo representa 6%, porém, representam uma fatia maior se considerarmos as taxas de juros elevadas e o curto prazo, ocasionando um percentual crescente no comprometimento da renda corrente das famílias. 18 Gráfico 1: Endividamento das famílias em relação à renda acumulada O gráfico 1 apresenta os dados percentuais de endividamento das famílias em relação à renda acumulada nos últimos 12 meses (janeiro/2020 a janeiro/2021): Gráfico 1: Endividamento das famílias em relação à renda acumulada Fonte: BACEN (2021). Gerado a partir do Sistema Gerador de SériesTemporais do Banco Central do Brasil utilizando as séries 19882 e 20400. A partir dos dados apresentados no artigo de Paim (2015), nota-se uma similaridade se compararmos ao cenário vigente (Gráfico 1), visto que o endividamento por crédito habitacional continua baixo se comparado ao de aquisição de veículos/pessoais/rotativos etc. No relatório mais recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é apresentado o índice ‘Série Histórica por Renda’, onde é e explicitado que as famílias paulistanas com até 10 salários-mínimos representam 63% das famílias endividadas no município, percentual acima das famílias com mais de 10 salários-mínimos (54,8%). Para exemplificar o gráfico abaixo, o autor define o cenário como compreensível por conta da pandemia, onde o consumo passou a ser nivelado entre emocional e racional. 19 Gráfico 2: Percentual de Famílias Paulistanas Endividadas e seus Indicadores O gráfico 2 esquematiza os percentuais de famílias paulistanas endividadas e seus perfis de dividendos: Gráfico 2: Percentual de Famílias Paulistanas Endividadas e seus Indicadores Fonte: CNC (2021). Gráfico gerado a partir dos dados apresentados no relatório mais recente da Confederação Nacional de Bens e Serviços (CNC) – PEIC e Fecomércio/SP. Ainda sobre os percentuais das famílias paulistanas, o CNC (2021), traz alguns pontos relevantes, tais como o fato que estas famílias utilizam mais o cartão de crédito para garantir o consumo, onde 77,7% das famílias possuem alguma dívida com cartão de crédito – maior percentual desde o final do primeiro semestre de 2012. Por fim, a Confederação expõe que 2.41 milhões de famílias da capital paulista estão com dívidas, onde 732,5 mil famílias afirmam estar com contas atrasadas. 2.2 Educação Financeira no Brasil Muitos afirmam que deveríamos aprender sobre finanças pessoais assim que ingressamos no ensino básico de ensino. O autor concorda com esta linha de raciocínio, pois compreende a necessidade de ser repassado às crianças tópicos importantes que atingem pessoas ao seu redor, como por exemplo, a educação financeira – com isso, o pequeno cidadão 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% Percentual de Famílias Endividadas (%) Percentual de Famílias Contas em Atraso (%) Percentual de Famílias Não Terão Condições de Pagar (%) 20 compreenderá e seguirá atitudes básicas para fugir do endividamento, investir e não gerar uma bola de neve com suas contas a pagar, o que acometeria não só a ele, mas a sua família e índices econômicos do país. Neto et al. (2014) afirmaram que a ascensão da classe média nos últimos anos elencou as condições econômicas fazendo com que a as instituições financeiras pudessem crescer no Brasil assim como em outros países, com fusão de competições, inovações e crescimento na contribuição ao PIB. Os autores ainda reforçam que, mesmo com os avisos da mídia e cidadãos, o endividamento tem se tornado cada vez maior, sendo originado pelo analfabetismo financeiro – apontando que para chegar nesta conclusão, basta analisar os índices da poupança, que são baixos e o nível de investimento das pessoas físicas estão em sua fase inicial. Apesar do pressuposto acima não ser tão recente, o cenário atual continua com algumas similaridades, exceto pelo crescimento no nível de investimento, originado pela onda de traders, investimento de baixo risco (CDI), e cultura de empreendedorismo, porém, as taxas de endividamento das famílias sem acesso a estas informações continuam sem muitas alterações, pois estas costumam não acreditar nos milagres dos investimentos ou veem a gama de investimentos como algo fora da realidade para os abaixo da classe média. Os autores Neto et al. (2014) expõem uma perspectiva pouco refletida pela sociedade, onde demonstram que há outros fatores que comumente ocasionam o endividamento destas famílias, sendo elas: emocional, expectativas/imediatismos e normas sociais. O autor acredita que a culpa dos altos índices de endividamentos não deve recair à alta oferta de crédito pessoal, empréstimos ou financiamentos e sim ao analfabetismo funcional e financeiro dos cidadãos paulistanos, bem como a banalização da saúde mental e normas sociais – estes dois últimos, são invisíveis, mas causam muitos estragos, visto que se atrelam ao consumismo e imediatismo, onde o cidadão/família com anseios por bens materiais e realização de sonhos, trocando os pés pelas mãos. É claro que há outras variáveis dentro deste âmbito, onde as empresas acabam sendo esquecidas ou isentadas de posicionamentos. Apesar dos percentuais de desemprego estarem em níveis altos (vide Quadro 1), há um fundamentalismo por parte das empresas nos índices de endividamento. Neto et al. (2014), apresentam que as empresas são uma das instituições que os empregados mais confiam, de acordo com uma consultoria britânica, que enfatizou que 95% dos empregados recorrem aos empregadores para aconselhamentos de aposentadoria, porém, no Brasil, as empresas tendem a não se envolver na educação financeira dos seus colaboradores, 21 Quadro 1: Percentual de Desemprego - Brasil principalmente sobre dívidas, pois este índice pouco importa e não agrega valor às pessoas jurídicas. Quadro 1: Percentual de Desemprego – Brasil Fonte: IBGE (2021). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Há algumas pessoas jurídicas comprometidas a instruir seus colaboradores sobre educação financeira, porém, esta quantidade não é suficiente, até porque a maioria dos endividados não ocupam as empresas comprometidas a auxiliar nesta educação – conforme dados da CNC (2021), a maioria dos endividados recebem menos de 10 salários mínimos, sendo assim, geralmente estes cidadãos que trazem o pão de cada dia os seus famílias, trabalham em pequenas e médias empresas, ou até mesmo, em empreendimentos de amigos/familiares, que costumam ter uma margem de lucro menor se comparada as empresas que costumam adotar a educação financeira e saúde mental como pilares da organização e gestão de pessoas. Empresas que adotam estas políticas, certamente estão preocupadas com índices além da produtividade, apesar de obviamente o tema de finanças pessoais ser um terror para muitas pessoas, os empregados que estão no azul e atuam numa companhia engajada no tema, certamente se sentirão motivados e acolhidos. Marques e Neto (2016) apresentam no livro ‘Gestão financeira familiar – como as empresas fazem’ a preocupação do governo quanto a má educação financeira, onde o governo criou, através do Decreto 7397 de 22 de dezembro de 2010, o ENEF (Estratégia Nacional da Educação Financeira), que visa a inserção da educação financeira e previdenciária à população, trazendo o tópico de saúde financeira aos brasileiros. 22 Gráfico 3: Percentuais dos tipos de dívidas das famílias paulistanas 2.2.1 Como os paulistanos gerenciam as finanças pessoais De acordo com os autores Neto et al (2014), os cidadãos comumente têm comportamentos irracionais, causando dores de cabeça e endividamentos que poderiam ser evitados. Analisando os dados do Gráfico 3 (abaixo) nota-se que a principal dívida das famílias paulistanas com até 10 salários-mínimos são os famosos carnês – geralmente a classe C consome em lojas que comercializam carnês, o problema é que estes carnês vêm com datas pré- definidas e acordadas, com isto, as famílias com menores rendimentos acabam perdendo a data do vencimento ou não conseguindo pagar, resultando numa bola de neve e incidência de taxas. Gráfico 3: Percentuais dos tipos de dívidas das famílias paulistanas Fonte: CNC (2021). Gerado a partir dos dados de março/2021 da PEIC e Fecomércio/SP. Para compreender como uma família faz a gestão de suas finanças, é preciso analisar o cenário da distribuição da despesa de consumo. O IBGE levantou os dados da tabela 1 (abaixo) apresentandoos percentuais de distribuição da despesa de consumo monetária e não monetária média mensal familiar, por domicílio: urbano ou rural e por região: norte; nordeste; sudeste. Sul; centro-oeste. 23 Tabela 1: Distribuição da Despesa de Consumo Familiar – por Regiões do Brasil Tabela 1: Distribuição da Despesa de Consumo Familiar – por Regiões do Brasil Fonte: IBGE (2019). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018. Com base nos índices apresentados acima, pode-se concluir que a região sudeste, aqui, centralizada neste trabalho acadêmico, dispõe de altos índices de despesas em setores considerados de como essenciais e de status social, como por exemplo a moradia/habitação, pois apesar de ser uma prioridade e direito de todos, muitos acabam financiando um imóvel incompatível com seus rendimentos, pensando apenas no retorno social sem olhar para o gerenciamento das finanças familiares com cautela. Além dos percentuais no setor habitacional, a região sudeste apresentou altos índices no setor de transporte, além de obviamente, de 2020 para cá, houve um aumento no consumo de itens de higiene – por conta do cenário pandêmico. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou os índices de março de 2021 da pesquisa de Custo de Vida por Classe Social, a pesquisa apresenta as divisões por classes sociais e os seus perfis. 24 Tabela 3: Custo de Vida por Classe Social – Famílias Paulistanas (março/2021) Geral Alimentação Habitação Artigos do Lar Vestuário Transporte Saúde Pessoais Educação Comunicação 1,09% 0,16% 1,64% 1,41% 0,82% 3,53% -0,31% -0,32% -0,91% 0,00% Classe A 0,90% 0,38% 1,73% 0,44% 0,78% 2,36% -0,24% -0,37% -0,97% 0,00% Classe B 0,98% 0,17% 1,53% 1,33% 0,87% 3,02% -0,08% -0,42% -0,72% 0,00% Classe C 1,14% 0,17% 1,69% 1,40% 0,81% 3,93% -0,33% -0,31% -1,20% 0,00% Classe D 1,17% 0,19% 1,49% 1,49% 0,79% 4,36% -0,67% -0,14% -0,10% 0,00% Classe E 1,13% 0,19% 1,62% 1,38% 0,79% 4,20% -0,81% -0,08% -1,69% 0,00% CVCS - MARÇO 2021 CVCS MENSAL Tabela 2: Classes Sociais Fonte: IBGE (Dados Primários). Elaborado por Fecomércio/SP. Conforme tabela acima (Tabela 2), o IBGE define as Classes Sociais conforme a seguir: Classe A é definida por famílias com rendimentos a partir de R$ 12.207,23; Classe B entre R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23; Classe C entre R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33; Classe D de R$ 976,59 a R$ 1.464,87; Classe E rendimentos até R$ 976,58. Tabela 3: Custo de Vida por Classe Social – Famílias Paulistanas (março/2021) Fonte: IBGE (Dados Primários). Elaborado por Fecomércio/SP. Analisando os dados expostos pela CNC e IBGE, pode-se afirmar que os custos e impactos às classes desfavorecidas (Classe C; D; E) estão altos, principalmente no setor de transportes (graças a alta dos preços dos combustíveis) além do custo ‘Geral’ ser expressivo e acima do custo das classes mais favorecidas (Classe A e B). Pode-se afirmar que o gerenciamento das finanças pessoais pelas famílias é contingente, conforme dados expostos anteriormente. O CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), publicou em abril/2021 os índices de intenção de consumo das famílias paulistanas (a seguir), chamando atenção a informação que se comparado ao mesmo período do ano passado, quando se iniciou a pandemia do novo corona vírus, o índice (ICF) estava 31,2% maior que o vigente – em março/2020 o índice estava apontando 106,2 pontos. Outro ponto afirmado pela Confederação, é a queda na intenção do consumo mesmo com o aquecimento empregatício, pois segundo a Entidade, este cenário se dá, principalmente, por conta de os paulistanos estarem evitando o consumo, por conta da pandemia. Tabela 2: Classes Sociais Classes Sociais Rendimentos Classe A mais de R$ 12.207,23 Classe B de R$ 7.324,34 até R$ 12.207,23 Classe C de R$ 1.464,88 até R$ 7.324,33 Classe D de R$ 976,59 até R$ 1.464,87 Classe E até R$ 976,58 25 Tabela 4: Intenção de Consumo das Famílias Paulistanas Fonte: Fecomércio/SP (2021). 2.3 Orçamento & Planejamento Financeiro De acordo com o BACEN (2013), o orçamento pessoal deve começar com o registro das entradas e saídas (ganhos X gastos) dum período, seja ele mensal ou anual, em seguida, é necessário seguir as etapas a seguir para que este levantamento orçamentário se encontre com o planejamento financeiro: Planejar: onde se devem calcular as receitas e despesas do período definido – não devendo se esquecer dos tributos sazonais, como por exemplo: seguros, impostos, matrículas, anuidades etc., e tributos firmados, como por exemplo: faturas, cheques pré-datados, prestações etc.; Registrar: anotar as despesas realizadas naquele período, incluindo as comprar bobas que não valem (compra rápida no supermercado, farmácia etc.), elencar os extratos, recibos, comprovantes e notas; Agrupar: apesar das centenas de comprovantes, recibos e notas que ficarão em cima da mesa, é importante separar por setores como, por exemplo: os gastos com saúde, alimentação, habitação, lazer etc.; Avaliar: na quarta e última etapa, os provedores das rendas do grupo familiar devem avaliar as finanças do período determinado fazendo os questionamentos sugeridos pelo BACEN (2013): O balanço do orçamento foi superavitário, neutro ou deficitário? É possível aumentar seus rendimentos? É possível diminuir gastos desnecessários? Tabela 4: Intenção de Consumo das Famílias Paulistanas mar-21/fev-21 mar-21/mar-20 -1,1% -31,2% -1,9% -33,7% 0,5% -16,5% -2,2% -44,1% -1,1% -15,5% -2,2% -30,7% -2,4% -40,7% 0,9% -38,2% 73,0 50,5 94,8 70,6 97,3 83,1 Variação (%) ÍNDICES E SEGMENTAÇÕES Momento para Duráveis Perspectiva de Consumo Nível de Consumo Atual Acesso ao Crédito Renda Atual Perspectiva Profissional Emprego Atual ICF mar-21 54,4 60,2 26 Tabela 5: Gestão Orçamentária Fonte: BACEN (2013). Os parâmetros orçamentários se dão conforme a tabela acima (Tabela 5), desenvolvida pelo BACEN (2013). Na tabela, nota-se que para atingir neutralidade no orçamento, é necessário que as receitas sejam iguais as despesas, para um orçamento deficitário, que as despesas sejam maiores que os rendimentos e para um orçamento superavitário, a receita deverá ser maior que a despesa. Planejar as finanças pessoais e de um grupo familiar exige muita disciplina, principalmente em momentos de instabilidade econômica. Ribeiro e Lara (2016), afirmam em um de seus artigos mais recentes sobre o tema, que o endividamento familiar e o reforço da intervenção ideológica da educação de finanças só comprovam que há indícios do capitalismo manipulatório atualmente. Os autores supracitados ainda indicam que este capitalismo busca reconhecer-se com as ideias da educação financeira absorvendo as instituições políticas, culturais, educacionais e religiosas, além de exercer pressão moral sobre as famílias endividadas, trazendo uma imagem social vinculada ao seu perfil de pagamento. Os autores Veiga et al. (2019), afirmam que um dos principais motivos dos altos índices de endividamento se dá pelo otimismo da população, além de concessão de crédito ágil e fácil. Eles ainda apresentam dados e teorias para exemplificar o comportamento de consumo, um deles é o efeito da impulsividade nas compras, onde a partir dos resultados, afirmam que talvez quanto mais a população compre compulsivamente, mais ficarão inseguros para exercerem a capacidade de cuidar dos gastos e endividamentos, afirmando que este efeito pode ser amenizado se houver um bom planejamento financeiro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desenvolveu um material em 2019 apresentando soluções para o planejamento financeiro pessoal. De acordo com a CVM (2019), o planejamento financeiro é definido como uma operação voltada a gestão do montante ativo (corrente) e o montante a ser debitado (passivo). Este processo é enfatizado principalmente,para cumprimento de metas e objetivos do cidadão. Tabela 5: Gestão Orçamentária 27 Cerbasi (2012) apresenta em seu livro ‘Como organizar sua vida financeira’ alguns pontos importantes para que o cidadão alcance independência financeira e planejamento financeiro assertivo. Um dos pontos elencados por Cerbasi são: gastar menos do que recebe e investir o saldo com frequência; conhecer seus gastos mensais e a partir disto, lapidar e definir o que é essencial; estabelecer uma data anual para gerenciar suas finanças pessoais, como por exemplo, o dia do seu aniversário; vender itens que estão em desuso; trocar de carro para um automóvel com melhor custo x benefício e econômico etc. Cerbasi (2012), ainda informa que o cidadão precisa adequar o controle conforme sua realidade, não se deve deixar de comprar itens essenciais só para investir, isso precisa ser feito aos poucos, além de enfatizar que se o orçamento familiar tiver uma periodicidade diferente – quinzenal, por exemplo, faz-se necessário um controle a cada quinze dias, para que as finanças pessoais continuem sob controle. Tabela 6: Estrutura Orçamentária – Pessoal/Familiar Fonte: CERBASI, Gustavo, 2012. Na tabela acima (Tabela 6), Cerbasi, (2012), apresenta uma tabela orçamentária para que as famílias atinjam um planejamento financeiro eficaz. Tabela 6: Estrutura Orçamentária – Pessoal/Familiar 28 2.3.1 Definições e Viabilidades do Planejamento Financeiro O planejamento financeiro possui diversas viabilidades óbvias, pois ninguém gosta de ser a pessoa inadimplente do grupo de amigos nem a pessoa que fura compromissos por falta de dinheiro. A CVM (2019) aponta que é imprescindível a realização de um planejamento financeiro pelos cidadãos, salientando que este, deve ser controlado de acordo com as mudanças macroeconômicas ou alterações na vida da família, para enfim, atingir as metas do grupo familiar com tranquilidade. De acordo com a CVM (2019), o planejamento financeiro garante a condução das resoluções das finanças pessoais, sendo um processo de definição de métodos para ajudar os cidadãos e suas famílias e fazerem a gestão de suas finanças e atingimento de metas. Marques e Neto (2016) apontam algumas das viabilidades em adotar um planejamento financeiro pessoal: famílias com as finanças no azul possuem equilíbrio no presente e no futuro, com equidade na propriedade de consumo e recursos dispostos; não importa a sua renda, e sim a gestão que você faz sobre suas finanças – o que desmitifica que necessita de um grande montante para iniciar o caminho para a estabilidade; estar preparado para imprevistos positivos (como ganhar uma herança repentinamente ou ganhar um Sorteio de Loteria) e imprevistos negativos (quebra de eletrodomésticos, morte de um ente próximo/provedor das finanças da família etc.). A expectativa de vida é um indicador importantíssimo para entendermos os próximos cenários da Previdência Social e a partir dele, visualizar a corrida rumo a aposentadoria. Marques e Neto (2016) reforçam a importância do índice de expectativa de vida perante a sociedade e economia, além de enfatizar que conforme vamos envelhecendo, geramos menos renda e passamos a ter mais limitações. Os autores apresentam os dados do gráfico a seguir (Figura 1), gerados pelo IBGE, que explana as expectativas de vida e projeções de 1900 a 2100. Os autores Marques e Neto (2016) definem que se as expectativas de vida continuar em ritmo acelerado conforme o gráfico abaixo (Figura 1), os cidadãos e suas famílias terão de ter mais rendimentos para sustentar mais anos de vida e contribuições. Marques e Neto (2016), afirmam que há um bom tempo atrás, as perspectivas eram mais positivas a partir da ótica orçamentária e previdenciária, pois os cidadãos viviam e tinham menos expectativas de vida. 29 Figura 1: A evolução da expectativa de vida e projeções (em anos) Fonte: Marques, Neto (2016). IBGE (2020). Figura 2: Expectativa de vida ao nascer (em anos) – por sexo Fonte: IBGE (2020). Agência IBGE Notícias, Tábuas Abreviadas e Tábuas Completas de Mortalidade. Figura 2: Expectativa de vida ao nascer (em anos) – por sexo Figura 1: A evolução da expectativa de vida e projeções (em anos) 30 Figura 3: Expectativa de vida (em anos) Brasil e UFs - 2019 Fonte: IBGE (2020). Agência IBGE Notícias, Tábuas Abreviadas e Tábuas Completas de Mortalidade. O autor partilha das mesmas ideias afirmadas acima e reflete a partir dos dados expostos nos gráficos (Figuras 1, 2 e 3) que a tendência é que o tópico de planejamento financeiro pessoal e familiar fique cada vez mais em evidência, visto que será um tema recorrente que baterá na porta de todos, porque os percentuais de expectativa de vida estão cada vez maiores, exigindo mais responsabilidades no âmbito financeiro pessoal (orçamento familiar) e econômico brasileiro (previdência). 2.3.2 Como realizar um Planejamento Financeiro assertivo Para realizar um planejamento financeiro pessoal assertivo, o grupo familiar precisa estar disposto a mudar suas rotinas e realidade para conquistar a tão almejada independência e estabilidade financeira. CVM (2019) define que é vital que todas as famílias realizem um orçamento doméstico, a fim de garantir um bom futuro aos filhos e netos e planejar uma aposentadoria e investimentos sem dores de cabeça. Figura 3: Expectativa de vida ao nascer (em anos) Brasil e UFs - 2019 31 BACEN (2013), afirma que a participação de todos os integrantes do grupo familiar no planejamento financeiro é imprescindível para atingir a assertividade no planejamento e estabilidade financeira. O órgão BACEN (2013) elenca as principais origens dos endividamentos e alternativas para driblá-las e seguir com o planejamento financeiro: Despesas sazonais – nestas, entram os impostos, seguros, datas comemorativas, despesas inesperadas etc.; Marketing sedutor – neste, entram os métodos adotados pelas empresas para atrair e fidelizar compras e clientes; Orçamento deficitário – neste, entram os cidadãos e famílias que adotam um estilo de vida que traz despesas incompatíveis com os rendimentos; diminuição dos rendimentos sem a redução das despesas – ocasionado por redução salarial ou eventuais problemas, mas sem adequação das despesas para equidade orçamental; despesas emergenciais – gastos repentinos, como por exemplo, acidente, queima de eletrodoméstico, falecimento de um integrante do grupo familiar etc.; Divórcio – neste, além das dores de cabeça causadas pela burocracia, entram as separações dos bens do ex-casal, mas comumente não há definição e separação das despesas, acarretando acúmulo de despesas para um dos dois; por fim, há o pouco conhecimento sobre finanças, que acaba mostrando irracionalidade nas tomadas de decisões. Como consequências, BACEN (2013), aponta a inserção do nome (s) dos (s) integrante (s) do grupo familiar nos cadastros de restrição ao crédito, tais como: Serasa ou Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), além de redução moral e emocional do (s) indivíduo (s). Para driblar as origens deficitárias, BACEN (2013), aponta em seu ‘Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais’ que para fugir é necessário: tomar consciência da situação: cair em si e entender que a situação precisa ser revertida; mapear os dividendos: depois de ficar sã quanto a realidade financeira, faz-se necessário saber quais são as dívidas bem como suas definições: valor, prazo etc.; expor as dificuldades financeiras com outras pessoas que passam/passaram pelo mesmo e buscar aconselhamentos; não realizar novas dívidas: apesar de parecer óbvio, é preciso que o (s) indivíduos foquem nisso para que não haja problema; renegociar os dividendos: empurrar as dívidas com a barriga não é uma boa alternativa, nem a famosa caducar dívida, é importante enfrente os dividendose renegociar com 32 o tomador para que haja um consenso e cheguem num montante coerente para ambas as partes; diminuir despesas: mesmo sendo óbvio também, é preciso tomar consciência e se segurar quanto as despesas para não virar uma bola de neve e perder o controle do orçamento; buscar renda extra: identificar setor (es) que o (s) indivíduo (s) são bons e planejar uma entrada neste (s) meio (s) para enfim, gerar mais rendimentos, como por exemplo: venda de pães/doces/salgados, venda de sites/softwares, venda de itens etc.; por fim, elencam a busca por suporte, onde é de suma importância para resolução das dúvidas e problemas financeiros com ajuda de aconselhador/planejador financeiro. Figura 4: Fatores para Redução de Gastos Fonte: BACEN (2013). Figura 4: Fatores para Redução de Gastos 33 Conforme figura anterior (Figura 4), o BACEN (2013), define este fluxo como viável para planejar a redução de despesas, onde: as despesas ‘desperdício’ devem ser eliminadas; ‘supérfluas’ reduzidas ou também, eliminadas e as despesas ‘necessárias’ precisam ser niveladas e negociadas para que então, sobre rendimentos para quitação de dívidas. Uma ferramenta que pode auxiliar os cidadãos que buscam uma tomada de decisão racional na aplicação de depósitos regulares, financiamentos, correção de valores e valor futuro é a ‘Calculadora do Cidadão’ – ferramenta desenvolvida pelo Banco Central (2021), para simular operações do cotidiano financeiro com base nos dados repassados pelo cidadão. A ferramenta pode ser acessar na URL: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/calculadoradocidadao>. De acordo com Cerbasi (2012), uma teoria relevante para auxiliar no planejamento financeiro é a PI (Patrimônio Ideal para sua idade), onde, segundo ele, para atingir uma boa formação patrimonial, deve-se acumular 10% das despesas familiares anual para cada ano de vida. O cálculo se dá conforme abaixo: PI = 10% × [Gasto Médio Anual da Família] x Idade PI = 10% × [12 × Gasto Médio Mensal da Família (D)] × Idade Conforme fórmula acima, como exemplo, o autor Cerbasi (2012), utiliza um exemplo dum indivíduo com 35 anos e despesa anual de 60K e mensal de 5K. O cenário de PI ficaria conforme abaixo: PI = 10% × [12 × R$5.000] × 35 PI = R$6.000 × 35 = R$210.000 Com o cálculo realizado, o indivíduo poderá saber que o patrimônio ideal para sua idade (35) é (R$ 210.000) – patrimônio este, que deve ser investido em ativos de liquidez – incidindo renda se porventura houver necessidade. Cerbasi (2012) finaliza que se o patrimônio vigente for menor ao PI, faz-se necessário a redução dos objetivos de consumo e aumentar os objetivos de poupança, diminuindo a morosidade. Por fim, o autor vê a necessidade de inclusão no dia a dia, conforme instruções do Cerbasi (2012), um mapa de vencimentos, débito automático de contas para evitar atrasos e planilha de Excel para planejar as finanças. Partindo das orientações de Cerbasi (2012), o autor desenvolveu uma planilha que centraliza todos estes âmbitos para o cidadão (Apêndice A). https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/calculadoradocidadao 34 Na planilha (Apêndice A) o autor apresenta as tabelas essenciais para que o cidadão se planeje financeiramente com assertividade e o grupo familiar paulistano esteja em harmonia orçamentária. 3. METODOLOGIA 3.1. Caracterização da Pesquisa De acordo com as classificações de pesquisa de Silva e Menezes (2000), o presente trabalho trata-se de uma pesquisa básica, que visa a geração de novos conhecimentos úteis, sem aplicação prática prevista, envolvendo verdades e interesse universais. Quanto à abordagem do problema, este trabalho é definido pela pesquisa quantitativa, Silva e Menezes (2000), apontam que se trata de uma pesquisa onde tudo pode ser quantificável, ou seja, a tradução em métricas e dados para classificá-los e analisá-los. Precisa do uso de ferramentas e técnicas estatísticas. A partir das definições de Gil (2007), este trabalho é uma pesquisa descritiva, que visa a descrição das características duma população, utilizando coleta de dados: questionário e observação sistemática, trazendo a forma de levantamento. Quanto aos procedimentos técnicos, o presente trabalho pode ser definido como pesquisa participante, que se dá a partir da interação entre o pesquisador e pessoas que podem se enquadrar nas situações do problema de pesquisa. A população deste trabalho é definida pelas famílias paulistanas e índices extraídos de relatórios governamentais e instituições de pesquisas juntamente com o levantamento via questionário online para conhecer mais a realidade destas pessoas. A amostra é definida como “amostra probabilística” no indicador ‘amostra por agrupamento’, que se dá pela centralização de amostras simbólicas de uma população. 3.2. Técnicas de Coleta e Análise dos Dados Para a coleta e análise de dados, pode-se definir que este trabalho se baseia por questionário, que é caracterizado por perguntas que devem ser respondidas pelo entrevistado. O questionário precisa ser direto, claro e munido de instruções objetivas, mostrando o propósito de sua aplicação, ressaltando a importância da colaboração do informante e facilitando o preenchimento. 35 Os dados serão tabulados e analisados a partir dos indicadores do questionário juntamente com os indicadores e relatórios de institutos e confederações nacionais, tais como: PEIC e demais Pesquisas da CNC, Pesquisas de desemprego e perspectivas do IBGE, Relatórios de desempenho econômico do BACEN e levantamentos bibliográficos como suporte, para fundamentação teórica e posterior explicações dos dados e suas motivações. Com os dados estatísticos extraídos e expostos, o autor utilizará linguagem sucinta para explicar os percentuais, indicadores e teorias. 3.3 Descrição do Objeto de Estudo O presente projeto tem como principal objeto de estudo, as famílias paulistanas. Os dados principais do presente trabalho foram extraídos das Pesquisas realizadas pelo FeComércio/SP, onde são coletadas as informações com cerca de 2.200 consumidores do município de São Paulo. Para enriquecimento dos dados, o autor realizou um questionário para obter mais informações sobre a realidade destas pessoas. Com os dados, o autor expõe, analisa e explica os dados e conceitos, além de propor soluções para o tema central do presente trabalho. 36 4. QUESTIONÁRIO O foco da pesquisa está fora do âmbito corporativo. Visa a análise do perfil e situação orçamentária das famílias paulistanas e o impacto da educação financeira no Brasil. Foi elaborado um questionário online via ferramenta ‘Google Forms’ com 10 perguntas para conhecer a situação financeira destas pessoas/famílias. O questionário possui as perguntas: 1- Qual é o seu gênero? 2- Qual é a sua faixa etária? 3- Qual é a sua escolaridade? 4- Quantas pessoas residem em sua casa? 5- Qual é a classe social da sua família? 6- Você faz controle diário/mensal dos seus gastos/rendimentos? 7- Como você vê a gestão orçamentária via planilha/anotações? 8- Como você classifica a sua vida financeira? 9- Como você adquiriu conhecimento para gerenciar suas finanças? 10- Você acredita que suas dificuldades financeiras estão ligadas a quais fatores? Com as respostas dos informantes no questionário, o autor busca entender se há um contraste na situação acadêmica vs. situação financeira de cada informante, posteriormente, há a análise de dados do questionário juntamente com as pesquisas das instituições nacionais elencadas no presente trabalho, para que por fim, o autor possa comparar com as referências bibliográficas utilizadas como suporte para a compreensão da situação econômica das famílias paulistanas e os porquês. No questionário (Apêndice B), o autor realizou perguntas breves e não invasivas, para que pudesse realizar um levantamento e análise dos resultados a partir dasinformações importantes para integrar o estudo. Visando a análise da real situação financeira de alguns cidadãos, o autor elaborou perguntas de educação financeira, classe social, grau de instrução, idade e vivência familiar. 37 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário recebeu respostas de 31 informantes. Ao extrair os dados, o autor pôde observar alguns padrões. Apesar de a classe social limitar as vivências em geral, ela não impossibilita o alcance a graus de instruções altos nem mesmo a carência de educação financeira. É interessante observar que muitos respondentes informaram que mesmo pertencendo a baixas classes sociais, conseguem administrar sua vida financeira. A primeira pergunta foca no gênero dos entrevistados a fim de compreender se há diferenciação em seus conhecimentos financeiros e vivências sociais e familiares. Figura 5: Gênero dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Ao analisar os dados da figura 5, é possível concluir que 61,3% dos entrevistados, eram do gênero feminino, enquanto 38,7 pertenciam ao gênero masculino – divisão interessante para a tabulação e análise dos dados. A segunda pergunta centraliza no informe de idade para que o autor pudesse ter uma base da variação de idade bem como posteriormente, analisar o período do atingimento da independência financeira dos informantes. Figura 5: Gênero dos entrevistados 38 Figura 6: Faixa etária dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Com os dados acima (Figura 6) é possível concluir que a faixa etária predominante entre os entrevistados é de 22 a 30 – público interessante para identificar o perfil financeiro, suas dificuldades, grau de instrução e obtenção de conhecimento para atingimento da estabilidade financeira. Cerca de 5 entrevistados têm 21 anos; 1 com mais de 51 anos; 2 têm entre 41 à 50 anos; 1 tem de 31 à 40 anos; Por fim, os outros 22, têm entre 22 a 30 anos. Com estes dados, dá para se tem uma noção bacana de como está a vida financeira dos nascidos a partir de 1990, principalmente. Figura 7: Grau de Instrução dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Figura 7: Grau de Instrução dos entrevistados Figura 6: Faixa etária dos entrevistados 39 Na figura acima (Figura 7) está demonstrado graficamente o grau de instrução dos 31 entrevistados, onde prevalece: 15 pessoas (48,4%) estão cursando/interromperam o Ensino Superior; 8 pessoas (25,8%) concluíram o Ensino Superior; 3 pessoas (9,7%) estão cursando/interromperam a Pós-graduação; 3 pessoas (9,7%) concluíram a Pós-graduação; 1 pessoa com Ensino Fundamental incompleto (3,2%); 1 pessoa finalizou apenas o ensino fundamental (3,2%). Com estes perfis variados, será possível ter uma visão ampla dos perfis dos informantes. Figura 8: Vivência familiar dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Na figura acima, os respondentes apontaram os seus grupos familiares: 13 pessoas (41,9) informaram que residem com mais 2 pessoas; 6 entrevistados (19,4%) responderam que moram com mais 1 pessoa; 6 informantes (19,4%) disseram que residem com mais 3 pessoas; 6 pessoas (19,4%) informaram que residem com mais de 4 pessoas. As respostas desta questão trarão mais diversidade para a tabulação e análise de dados. Figura 8: Vivência familiar dos entrevistados 40 Figura 9: Classe social dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. De acordo com as respostas da questão da figura acima (Figura 9), 16 pessoas (51,6%) responderam que fazem parte da Classe C; 6 respondentes (19,4%) disseram que pertencem a classe B; 4 pessoas (12,9%) disseram que pertencem a Classe D; 3 (9,7%) pertencem a Classe E; 2 (6,5%) disseram que pertencem a Classe A. Os entrevistados responderam de acordo com a Tabela 2 – que foi anexada no questionário para auxiliar na resposta e classificação pelos informantes. Figura 10: Controle orçamentário dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Figura 10: Controle orçamentário dos entrevistados Figura 9: Classe social dos entrevistados 41 Na questão acima (Figura 10) o autor perguntou se os entrevistados faziam controle orçamentário, onde: 12 pessoas (38,7%) afirmaram que Sim; 12 (38,7%) respondentes afirmaram que Às vezes; 7 informantes disseram que Não. Neste gráfico (Figura 10) foi possível observar que há uma divisão entre os 31 entrevistados, visto que nem todos adotam um plano orçamentário. Figura 11: Ótica quanto a gestão orçamentária dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. A figura 11 apresenta os percentuais em relação a gestão orçamentária, onde: 16 pessoas (51,6%) classificam a gestão orçamentária por planilha como boa e útil; 10 (32,3%) classificam como médio – onde apesar de ajudar, não é totalmente eficaz; 4 (12,9%) classificam como ruim, mas que adotaram a gestão por planilha durante um curto período; 1 pessoa (3,2%) classificou como ruim pois utilizou o método por um longo período, mas não notou diferença. Figura 11: Ótica quanto a gestão orçamentária dos entrevistados 42 Figura 12: Classificação da vida financeira dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Na 8ª questão, os respondentes classificaram as suas vidas financeiras, onde: 18 pessoas (58,1%) informaram possuir uma vida financeira regular; 7 entrevistados (22,6%) disseram que suas vidas financeiras estão ruins; 6 (19,4%) classificaram como boa. Nesta questão, é possível visualizar que a maioria classifica sua vida financeira como regular, mas sem total controle das finanças. Figura 13: Forma de obtenção de educação financeira dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Na penúltima pergunta, o autor pediu que os entrevistados informassem onde aprenderam sobre educação financeira – a questão foi aberta para outras respostas, onde uma respondente apontou seu namorado como provedor de conhecimentos financeiros. Dos 31 entrevistados, 17 (54,8%) informaram que seus pais e familiares instruíram sobre finanças e consequentemente tiveram mais aptidão para gerenciar suas finanças pessoais; Figura 13: Forma de obtenção de educação financeira dos entrevistados Figura 12: Classificação da vida financeira dos entrevistados 43 9 (29%) informaram que a fonte do conhecimento para gerir as finanças pessoais veio de jornais, cursos livres, palestras, internet e livros; 4 (12,9%) disseram que aprenderam na escola/Universidade; 1 informou que seu namorado a instrui sobre finanças pessoais e consequentemente obteve conhecimento para gerenciar suas finanças pessoais. Figura 14: Dificuldades financeiras dos entrevistados Fonte: Questionário elaborado pelo autor. Na última questão, os entrevistados responderam a quais fatores podem ou não estarem ligados as suas dificuldades financeiras. 10 (32,3%) afirmaram que estão com dificuldades financeiras por conta da baixa educação financeira; Outros 10 (32,3%) afirmaram que estão com dificuldades por terem despesas maiores que seus rendimentos; 9 (29%) afirmaram que não passam por dificuldades financeiras; 2 (6,5%) afirmaram que têm dificuldades financeiras por conta do baixo rendimento familiar. Com base no contexto geral do questionário junto com o levantamento bibliográfico e índices de pesquisas do público paulistano, é possível identificar os gaps, onde reforça que uma baixa educação financeira está comumente relacionada à falta de debate sobre finanças dentro do âmbito familiar. Figura 14: Dificuldades financeiras dos entrevistados 44 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho trouxe reflexões importantes para o tópico de Administração financeira no âmbito familiar, que felizmente, tem ganhado notoriedade em questões públicas como educação – inclusão de disciplina de educação financeira nas escolas, políticas públicas e privadas para quitação de dívidas,palestras, cursos e pessoas influentes falando sobre o tema com muito dinamismo e suporte. Ao finalizar o levantamento bibliográfico, análise dos índices paulistanos e nacionais, pesquisa de campo e tabulação dos dados, o autor pode absorver muitos conteúdos sobre a administração pública, educação financeira, perfis financeiros e de consumo dos cidadãos paulistanos e meios de combate à inadimplência. A tabulação dos dados e informações bibliográficos, pesquisas e questionário enriqueceram o trabalho, trazendo discussões nos entrevistados e autor – discussões e reflexões que são esperadas que atingissem os leitores e docentes. Este estudo teve como fundamento identificar como as famílias paulistanas gerenciam suas finanças e analisar as vantagens de as famílias paulistanas adotarem um planejamento financeiro. No estudo, o autor buscou entender os comportamentos e perfis financeiros dos paulistanos a partir dos índices do BACEN, FeComércio, IBGE e questionário via Google Forms. Para tanto, foi necessário o cumprimento dos objetivos específicos, onde o primeiro era levantar e analisar os dados dos perfis financeiros das famílias paulistanas. Com isso, foram identificados os perfis sociais de acordo com a classificação do IBGE e FeComércio: Classe A (rendimentos acima de R$ 12.207,23); Classe B (rendimentos de R$ 7.324,34 até R$ 12.207,23); Classe C (rendimentos de R$ 1.464,88 até R$ 7.324,33); Classe D (rendimentos de R$ 976,59 até R$ 1.464,87); Classe E (rendimentos até R$ 976,58). Com estes dados iniciais, o autor pôde compreender os perfis financeiros e posteriormente de costumo, pois a partir dos dados do IBGE e FeComércio, o autor elaborou um gráfico (Gráfico 2) para visualizar os perfis de dividendos e capacidade de quitação de dívidas e em seguida, elaborar o Gráfico 3, onde nota-se que mesmo com um percentual abaixo dos 20% das famílias que não têm condições de pagar as dívidas, é possível visualizar que as famílias caem nos mesmos obstáculos: cartão de crédito (há um empate técnico praticamente); cheque especial (empate novamente); cheque pré-datado (neste, apesar do percentual baixo e quase empate, nota-se que as famílias com mais de 10 salários mínimos, assim como no endividamento por cartão de crédito, se sobressaem sob as de até 10 salários mínimos; Os serviços de crédito consignado, 45 pessoal e financiamento de carro apresentam um empate; No serviço de carnê, os que têm até 10 salários mínimos, acabam se endividamento após a concessão do carnê, número menos expressivo para os que recebem acima de 10 salários mínimos; O serviço de financiamento de casa traz mais inadimplência para as famílias que têm mais de 10 salários mínimos; Os demais serviços e dívidas não informadas não têm percentuais expressivos mas mostram que há diversos perfis de consumo e endividamentos independentemente do rendimento pessoal e familiar. O segundo objetivo, o de levantar e analisar as práticas comuns que levam ao endividamento destas famílias foi concluído a partir do levantamento bibliográfico, onde se destacou o gasto compulsório, emocional, dívidas familiares – neste, algum integrante do grupo familiar acaba auxiliando na quitação das dívidas. Notou-se que algumas classes conseguem poupar um montante mensal para investimentos e emergências. O terceiro objetivo é o levantamento e apresentação dos índices de educação financeira no Brasil, este, cumprido a partir de relatórios do BACEN, que reitera a inclusão de aplicativos, manuais, cursos livres e a inserção da disciplina nas escolas, mas o processo como um todo, ainda é embrionário no Brasil e traz um viés complicado: o emocional dos paulistanos (consequentemente, dos brasileiros). O penúltimo objetivo é o levantamento e análise dos índices de distribuição de renda no Brasil – que foi salientado via levantamento bibliográfico, pesquisas e índices junto com a pesquisa de campo (questionário), neste, o autor reforçou a desigualdade social no repasse de renda, desemprego e ausência do controle mensal do orçamento pessoal, onde acabam gastando muito com supérfluos e não controlando suas finanças. Por fim, o último objetivo é a apresentação das viabilidades na adoção de planejamento financeiro. As vantagens em adotar um planejamento orçamentário para gerenciar as finanças pessoais e familiares são: menor probabilidade em se tornar inadimplente; crescimento eficaz da economia – visto que com maior poder de aquisição e nome limpo, os paulistanos consomem mais no mercado interno e externo, além de ajudar no controle inflacionário. A consciência em planejar suas finanças te leva à realização de sonhos, pois a cada mês, se torna mais recorrente a vontade de obter mais conhecimentos sobre finanças, te dando mais capacidade e discernimento para quitar as dívidas, instruir seus familiares, utilizar o cartão de crédito para agregar valor (usar milhas, parcelar, não atrasar fatura etc.). 46 Há inúmeras vantagens na adoção do planejamento financeiro, pois há uma gama de fatores que se forem aplicados à rotina pessoal e familiar, contribuirão na organização das finanças, estreitando as relações, sem perder o sono e conseguindo investir, poupar, prosperar e ter sempre um montante de reserva. Apesar de ser raro algum adulto não ter dívidas e mais raramente, não ter contas fixas ou sazonais, é muito importante que os cidadãos adotem um planejamento orçamentário com a Planilha elaborada pelo autor (Apêndice A) para que se tenha mais noção dos impactos inflacionários, aposentadoria etc. Ao criar o hábito de registrar seus rendimentos e despesas, o utilizador saberá quanto tem de saldo real. Apesar de não ser disciplina vigente no currículo do Ensino fundamental e médio, a disciplina de educação financeira precisa ser incluída no país juntamente com o combate a evasão escolar, pois só assim, teremos adultos mais responsáveis no mercado de trabalho e poupando suas remunerações para investir em seus futuros e em nosso país. Se o cidadão tiver consciência de educação financeira e economia, ele utilizará seus rendimentos de forma inteligente mesmo durante a inflação. O autor sugere que os cidadãos paulistanos que queiram atingir a estabilidade financeira, sigam as instruções abaixo: • Reduzir ou se possível, eliminar os gastos supérfluos; • Adotar a planilha (Apêndice A) em sua rotina, incluindo todas as entradas e saídas – o que trará uma visão macro a curto, médio e longo prazo; • Se porventura sobrar dinheiro e não tiver dívidas = reserve um montante para emergências, se tiver dívidas = pague as aos poucos. Uma boa opção, é checar propostas de quitação de dívidas no Serasa; • Em caso de desemprego ou de despesas acima da renda, venda os itens não utilizados e/ou realize atividades de renda extra; • Antes de assinar ou contratar algum serviço financeiro, cheque as taxas na Calculadora do Cidadão; • Se não conseguir rendimentos, não hesite em pedir ajuda financeira para algum amigo ou familiar. Por fim, sugere-se que os cidadãos paulistanos que seguirem as instruções do autor e bibliografias apontadas neste trabalho, estarão aptos a seguir com os planos financeiros e educação financeira, podendo utilizar seus rendimentos para investir. 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Calculadora do Cidadão. 2021. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/calculadoradocidadao>. Acesso em 17 de maio de 2021. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Relatório de Estabilidade Financeira: abril, 2021. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/publicacoes/ref/202104>. Acesso em 19 de abril de 2021. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Planejamento financeiro pessoal. Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Rio de Janeiro: CVM, 2019.
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