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Vet e Zootec. 
2015 março; 22(1): 001-142 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 
ISSN Impresso 0102-5716 
ISSN Eletrônico 2178-3764 
Botucatu - SP – Brasil 
 
 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 1 
Vet. e Zootec. 2015 março; 22(1) 
 
Veterinária e Zootecnia 
 
 
ISSN Impresso 0102-5716 
ISSN Eletrônico 2178-3764 
 
 
 
VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 
UNESP – Campus de Botucatu 
18618-970 – Dist. Rubião Jr. – Botucatu – SP – Brasil 
Portal: http://www.fmvz.unesp.br/rvz 
E-mail: vetzootecnia@fmvz.unesp.br 
Tel. +55 14 3880 2094 
 
 
 
Publicação trimestral 
Solicita-se permuta / Exchange desired 
Biblioteca do Campus de Botucatu 
18618-970 – Distrito de Rubião Júnior – Botucatu – SP – Brasil 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. 
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP 
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE 
 Veterinária e Zootecnia / Faculdade de Medicina Veterinária e 
Zootecnia. – Vol. 1, n. 1(1985)- . – Botucatu, SP : FMVZ, 1985 
 
 
 Trimestral 
 Texto em português/inglês/espanhol 
 Descrição baseada em: Vol. 22, n.1, mar. (2015) 
 ISSN Impresso 0102-5716 
 ISSN Eletrônico 2178-3764 
 
 
 1. Medicina veterinária. 2. Zootecnia. I. Faculdade de Medicina Veterinária e 
Zootecnia de Botucatu. 
 
 
 
 
 
 
Os artigos publicados na Revista VETERINÁRIA E ZOOTECNIA são indexados por: 
Lilacs, PERIÓDICA – Índice de Revistas Latinoamericanas en Ciencias, Cambridge 
Scientific Abstracts, CAB Abstracts e GALE- Cengage Learning. 
 
 
 
 
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Vet. e Zootec. 2015 março; 22(1) 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
 
Administração Geral da UNESP 
Reitor 
Prof. Dr. Julio Cezar Durigan 
Vice-Reitor 
Profª. Drª. Marilza Vieira Cunha Rudge 
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Profª Drª Maria José Soares Mendes Giannini 
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Prof. Dr. Eduardo Kokubun 
Pró-Reitor de Graduação 
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Pró-Reitor de Extensão Universitária 
Profª Drª Mariângela Spotti Lopes Fujita 
Pró-Reitor de Administração 
Prof. Dr. Carlos Antonio Gamero 
 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
Administração da FMVZ 
Diretor 
Prof. Dr. José Paes de Almeida Nogueira Pinto 
Vice-Diretor 
Profª Drª Maria Denise Lopes 
 
 
 
 
 
 
 
Botucatu 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 
FMVZ 
2015 
 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 3 
Vet. e Zootec. 2015 março; 22(1) 
E X P E D I E N T E 
 
Comissão Editorial 
 
Helio Langoni (Editor chefe) 
Márcio Garcia Ribeiro 
André Mendes Jorge 
Luiz Edivaldo Pezzato 
 
Assessoria Técnica 
Editoração Eletrônica: José Luis Barbosa de Souza, Wellington Ricardo Guerra 
Normalização Bibliográfica: Rinaldo José Ortiz 
Revisor – Espanhol: Selene Daniela Babboni (FMVZ – UNESP/Botucatu) 
Secretaria: Apoio: Wellington Ricardo Guerra 
 
 
 
 A Revista Veterinária e Zootecnia, da Faculdade de Medicina Veterinária e 
Zootecnia-UNESP, Campus de Botucatu, publica artigos científicos originais, artigos de 
revisão bibliográfica, relatos de casos e comunicações curtas, referentes às áreas de Medicina 
Veterinária e de Zootecnia, com periodicidade trimestral, em português, espanhol, ou inglês, 
sendo os conceitos e opiniões emitidas, de responsabilidade exclusiva dos autores. Poderá 
editar e disponibilizar em sua página na internet, suplementos de eventos científicos. 
 A publicação está condicionada à avaliação preliminar do presidente da Comissão 
Editorial, que analisa o mérito e os aspectos formais do trabalho, de acordo com a categoria 
do artigo submetido e normas editoriais estabelecidas. Se adequado, adotando-se o mérito da 
avaliação por pares, é encaminhado para dois assessores (relatores), de acordo com a área. Os 
pareceres são mantidos sob sigilo absoluto, não havendo possibilidade de identificação entre 
autores e pareceristas. Os artigos não publicados são devolvidos. 
 Os trabalhos devem ser encaminhados pela página da internet: 
http://www.fmvz.unesp.br/rvz. 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Helio Langoni 
Revista “Veterinária e Zootecnia” 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP - Botucatu 
18618-970 - Dist. Rubião Junior, s/n – SP – Brasil 
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Vet. e Zootec. 2015 março; 22(1) 
 
 
 
 
Corpo Editorial 
 
Aristeu Vieira da Silva (UEFS/Feira de Santana) 
Antônio Felipe P. F. Wouk (UFPR – Escola de Agronomia e Veterinária) 
Benedito Correa (ICB – USP) 
Carlos Robles (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária – Argentina) 
Geraldo Heleno Silveira Alves (UFMG – Escola de Veterinária) 
Guilherme J. M. Rosa (School of Veterinary Medicine/Madison – Wisconsin – USA) 
Hélio Autran de Morais (Oregon State University - College of Veterinary Medicine - USA) 
Italmar Teodorico Navarro (UEL/Londrina) 
José Eduardo P. Santos (University of Florida – USA) 
Juan A. M. Hirose (Centro Nacional de Servicios de Diagnóstico en Salud Animal - México) 
Julio César Cambraia Veado (UFMG – Escola de Veterinária) 
Leonardo José Richtzenhain (FMVZ – USP) 
Luiz Cláudio Lopes Correia da Silva (FMVZ – USP) 
Luciano dos Santos Bersot (UFPR/Palotina) 
Maria Inácia Corrêa de Sá (Laboratório Nacional de Investigação Veterinária – Portugal) 
Maria Julia B. F. Flaminio (Cornell University – Cornell – USA) 
Maurício Costa Alves da Silva (UFBA/Salvador) 
Ney Luiz Pippi (UFSM/Santa Maria) 
Pamela Ruegg (School of Veterinary Medicine/Madison – Wisconsin – USA) 
Paulo de Camargo Duarte (Colorado State University – USA) 
Paulo Roberto Leme (USP – FZEA – Pirassununga) 
Rinaldo Aparecido Mota (UFRPE/Recife) 
Roberto Mauricio Carvalho Guedes (UFMG – Escola de Veterinária) 
Rogério de Paula Lana (UFV/Viçosa) 
Rômulo Cerqueira Leite (UFMG – Escola de Veterinária) 
Solange Maria Gennari (FMVZ – USP) 
Walter Motta Ferreira (UFMG – Escola de Veterinária) 
 
 
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Langoni H. A DENGUE FORA DE CONTROLE. Vet. e Zootec. 2015 março.; 22(1): 7. 
SUMÁRIO/CONTENTS/SUMARIO 
 
EDITORIAL ............................................................................................................................................................ 7 
 
ARTIGOS DE REVISÃO/REVIEW ARTICLES/ARTÍCULOS DE REVISIÓN 
IMPLICAÇÕES RENAIS DO HIPERTIREOIDISMO FELINO – REVISÃO/ FELINE 
HYPERTHYROIDISM AND CHRONIC KIDNEY DISEASE – REVIEW/ 
IMPLICACIONES RENALES DEL HIPERTIROIDISMO FELINO – REVISIÓN. Fernanda 
Chicharo Chacar, Priscylla Tatiana Chalfun Guimarães-Okamoto, Alesandra Melchert ........................................ 8 
O USO DA ENDOSOCOPIA DIGESTIVA ALTA EM PEQUENOS ANIMAIS/ THE USE 
OF UPPER ENDOSCOPY IN SMALL ANIMALS/ LA ENDOSCOPIA DIGESTIVA EN 
PEQUEÑOS ANIMALES. Luciana Carandina da Silva, Vânia Maria de Vasconcelos Machado ..................... 15 
RELATOS DE CASO/CASE REPORTS/ESTUDIOS DE CASO 
ENDOFTALMITE BACTERIANA SEVERA BILATERAL EM CÃO APÓS 
FACECTOMIA INTRACAPSULAR - RELATO DE CASO/ BILATERAL BACTERIAL 
ENDOPHTHALMITIS IN DOG AFTER INTRACAPSULAR SURGERY - CASE 
REPORT/ ENDOFTALMITIS BACTERIANA GRAVE BILATERAL EN PERRO TRAS 
FAQUECTOMÍA INTRACAPSULAR – RELATO DO CASO. Cristiane de Abreu Estanislau, 
Vivian Lima de Souza, Cláudia Valéria Seullner Brandão, Natalie Bertelis Merlini, Natália 
Rodrigues Rodas, Joice Furtado Fonzar, Cintia Sesso Perches, José Joaquim Titton Ranzani .............................26 
ACTINOBACILOSE EM BOVINO SECUNDÁRIA A DESCORNA COSMETICA: 
RELATO DE CASO / BOVINE ACTINOBACILLOSIS SECONDARY TO COSMETIC 
DEHORNING: CASE REPORT / ACTINOBACILOSIS BOVINA SECUNDARIA 
DESCUERNE ESTÉTICO: RELATO DEL CASO. Armando de Mattos Carvalho, Hugo Shisei 
Toma, Tairine Aimara Artmann, Kledir Anderson Hofstaetter Spohr, Jeandra Carla Mattos do 
Nascimento Pinheiro, Lazaro Manoel de Camargo ............................................................................................... 32 
TERATOMA CONGENITO EM BEZERRA DA RAÇA NELORE/ CONGENITAL 
TERATOMA IN A NELORE CALF/ TERATOMA CONGENITO EN TERNERA 
NELORE. Edivaldo Aparecido Nunes Martins, Gisele Fernanda Greghi, Valéria Maria Lara, 
Marcelo Bittencourt Contieri ................................................................................................................................. 37 
COMUNICAÇÃO CURTA/SHORT COMUNICATION/COMUNICACIÓN CURTA 
SOROPREVALÊNCIA DA BRUCELOSE BOVINA E BUBALINA NO ESTADO DO 
PARÁ/ SERUM PREVALENCE OF BRUCELLOSIS BOVINE AND BUFFALO IN THE 
STATE OF PARÁ/ SEROPREVALENCIA PARA BRUCELOSIS BOVINA Y BÚFALINA 
EN EL ESTADO DE PARÁ. Alexandre do Rosário Casseb, Andrea Viana da Cruz, Iroleide 
Santana de Jesus, Sandro Patroca da Silva, Andréa Maria Negrão, Susiclay Barros Neto, Gláucio 
Antônio Galindo, Brenda Baker Tavares............................................................................................................... 42 
ARTIGOS/ARTICLES/ARTÍCULOS 
ESTUDO RETROSPECTIVO DAS DOENÇAS, RAÇAS E IDADES DE CÃES E GATOS 
COM DIFICULDADE DE DEAMBULAÇÃO / RETROSPECTIVE STUDY OF THE 
DISEASES, BREEDS AND AGES OF DOGS AND CATS WITH LOCOMOTION 
IMPAIRMENT/ ESTUDIO RETROSPECTIVO DE ENFERMEDADES, RAZAS Y 
EDADES DE PERROS Y GATOS CON DIFICULTAD PARA CAMINAR. Eduardo José 
Diniz da Gama, Stelio Pacca Loureiro Luna, Jean Guilherme Fernandes Joaquim, Cláudia 
Oliveira, José Eduardo Corrente, Nuno Oliveira Figueiredo Silva ....................................................................... 46 
 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 6 
Langoni H. A DENGUE FORA DE CONTROLE. Vet. e Zootec. 2015 março.; 22(1): 7. 
TEMPO NA ATIVIDADE E PERCEPÇÃO DE RISCO DE PRODUTORES DE LEITE NO 
EMPREGO DE PRODUTOS VETERINÁRIOS/ TIME ACTIVITY AND RISK 
PERCEPTION OF DAIRY FARMERS IN THE USE OF VETERINARY PRODUCTS/ 
TIEMPO EN LA ACTIVIDAD Y PERCEPCIÓN DE RIESGO DE LOS PRODUCTORES 
DE LECHE EN EL USO DE PRODUCTOS VETERINARIOS. Ana Carolina Borsanelli, 
Antonio Sergio Ferraudo, Samir Issa Samara, Iveraldo dos Santos Dutra ............................................................ 54 
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE PISCINAS DE CLUBE ESPORTIVO 
DE BOTUCATU-SP, BRASIL/ MICROBIOLOGICAL QUALITY OF WATER FROM 
SWIMMING POOLS OF A SPORT CLUB IN BOTUCATU-SP, BRAZIL / CALIDAD 
MICROBIOLOGICA DEL AGUA DE PISCINAS DE UN CLUB DEPORTIVO DE 
BOTUCATU-SP, BRASIL. Helio Langoni, Marcella Zampoli Troncarelli, Luiz Carlos de Souza, 
Rodrigo Costa da Silva .......................................................................................................................................... 61 
ANÁLISE DE CRITÉRIOS PARA UTILIZAÇÃO NA SELEÇÃO DE BACTERIÓFAGOS 
LÍTICOS COM POTENCIAL PARA UTILIZAÇÃO MÉDICA: DADOS PRELIMINARES/ 
CRITERIA FOR SELECTION OF LYTIC BACTERIOPHAGE FOR USE IN MEDICAL 
FIELD (SETTING): PRELIMINARY DATA/ ANÁLISIS DE LOS CRITERIOS PARA LA 
SELECCIÓN DE BACTERIÓFAGOS LÍTICOS CON POTENCIAL PARA USO 
MÉDICO: DATOS PRELIMINARES. Guilherme Augusto Marietto Gonçalves, Bianca Yuri 
Borges Suehiro, Luis Felipe Zuccolo Paschoal Costa, José Carlos de Figueiredo Pantoja, Raphael 
Lucio Andreatti Filho ............................................................................................................................................ 72 
OCORRÊNCIA E ASPECTOS MACRO E MICROSCÓPICOS DA MUCOMETRA EM 
CADELAS/ OCCURRENCE AND MACRO AND MICROSCOPIC ASPECTS OF 
MUCOMETRA IN BITCHES/ OCURRENCIA Y LOS ASPECTOS MACRO Y 
MICROSCÓPICOS DE MUCOMETRA EN PERRAS. Lucien Roberta Valente Miranda de 
Aguirra, Washington Luiz Assunção Pereira, Eduardo Henrique Marsolla .......................................................... 83 
FAUNA DE MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) E A OCORRÊNCIA DE VÍRUS 
DA RAIVA NA CIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL./ BAT (MAMMALIA, 
CHIROPTERA) SURVEY AND RABIES VIRUS OCCURRENCE IN SÃO PAULO CITY, 
BRAZIL./ LA FAUNA DE MURCIÉLAGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) Y 
OCURRENCIA DEL VIRUS DE LA RABIA EN LA CIUDAD DE SÃO PAULO, BRASIL. 
Marilene Fernandes de Almeida, Adriana Ruckert da Rosa, Miriam Martos Sodré, Luzia Fátima 
Alves Martorelli, José Trezza Netto ...................................................................................................................... 89 
SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO FARELO DE SOJA POR DIFERENTES FONTES 
NITROGENADAS EM DIETAS A BASE DE CANA DE AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO 
DE VACAS LEITEIRAS/ PARTIAL REPLACEMENT OF SOYBEAN MEAL BY 
DIFFERENT NITROGEN SOURCES IN DIETS BASED ON SUGARCANE AS FORAGE 
TO FEEDING OF DAIRY COWS / SUSTITUCIÓN PARCIAL DE LA HARINA DE SOJA 
POR DIFERENTES FUENTES DE NITRÓGENO EN DIETAS A BASE DE CAÑA DE 
AZÚCAR EN LA ALIMENTACIÓN DE LAS VACAS LECHERAS. Juliane de Rezende 
Naves, Elmeson Ferreira de Jesus, Juliana Regina Barreiro, Marcos André Arcari, Cristian Marlon 
de Magalhães Rodrigues Martins, Marcos Veiga dos Santos .............................................................................. 101 
IDENTIFICAÇÃO E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE Enterobacter spp. ISOLADOS DE 
LEITE BOVINO CRU/ IDENTIFICATION AND SENSITIVITY PROFILE OF 
Enterobacter spp. ISOLATED FROM RAW COW MILK/ IDENTIFICACIÓN Y PERFIL 
DE LA SENSIBILIDAD DE Enterobacter spp. AISLADOS DE LECHE CRUDA DE VACA. 
Taila dos Santos Alves, Amanda Keller Siqueira, Mirtis Maria Giaciani Ferraz, Domingos da Silva 
Leite ..................................................................................................................................................................... 114 
RESULTADOS DA ADMINISTRAÇÃO COM PRODUTO À BASE DE GLUCONATO DE 
ZINCO EM CÃES MACHOS NO MUNICÍPIO DE IBIUNA – SP./ RESULTS OF 
APPLICATION WITH PRODUCT ZINC GLUCONATE-BASED IN MALE DOGS IN 
THE CITY OF IBIÚNA-SP./ RESULTADOS DE LA ADMINISTRACIÓN CON 
PRODUCTO A BASE DE GLUCONATO DE ZINC DE PERROS MACHOS EN LA 
CIUDAD DE IBIÚNA-SP. Francisco Rafael Martins Soto............................................................................. 1223 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 7 
Langoni H. A DENGUE FORA DE CONTROLE. Vet. e Zootec. 2015 março.; 22(1): 7. 
EDITORIAL 
 
A DENGUE FORA DE CONTROLE 
 
 
Quem transmite a Dengue é um mosquito, o Aedes aegypti, e é causada por um 
RNA vírus do grupo dos arbovírus, gênero Flavivirus. Esse mosquito pode transmitir 
ainda o vírus da febre amarela urbana e o vírus Chikungunya. O período de incubação é 
variável de 4 a 10 dias, em média de 5 a 6 dias. A doença cursa com febre alta (39 a 
40°C), com início abrupto. O paciente apresenta cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, 
astenia, dor retro-orbital e erupção cutânea. São comuns, ainda, náuseas e vômitos. 
 O meio ambiente desempenha um papel relevante na manutenção dos mosquitos 
transmisssores, que são os vetores, e são elos importantes da cadeia epidemiológica de 
transmissão da enfermidade aos humanos. A principal forma de evitar a doença é o 
combate aos criadouros do mosquito, principalmente, fontes de água parada, como latas, 
pneus e outros obejtos que possibilitem o acúmulo de água da chuva que é uma fonte 
para a deposição de ovos do vetor que completam o seu ciclo evolutivo, contribuindo 
para com a disseminação da doença. Outra importante medida é a prática individual 
contra picadas por meio da utilização de repelentes e roupas que minimizem a 
exposição da pele durante o durante o dia, quando os mosquitos estão mais ativos, 
proporcionando proteção às picadas. Uso de mosquiteiros, de inseticidas domésticos soba forma de aerosol, além da utilização de telas protetoras em janelas e portas contribuem 
para reduzir a exposição do ser humano, pela redução das picadas dos vetores. 
O presente número da Revista Veterinária e Zootecnia traz artigos interessantes 
inéditos, contribuindo com o desenvolvimento científico em diferentes áreas do 
conhecimento. Como artigos de revisão: Implicações renais do hipertireoidismo felino- 
Revisão; O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Os relatos de caso: 
Endoftalmite bacteriana severa bilateral em cão após facectomía intracapsular- Relato 
de caso; Actinobacilose em bovino secundária a descorna cosmética: Relato de caso; 
Teratoma congênito em bezera da raça nelore. Comunicação curta: Soroprevalência da 
brucelose bovina e bubalina no estado do Pará. Os artigos originais: Estudo 
retrospectivo das doenças, raças e idades de cães e gatos com dificuldade de 
deambulação;Tempo na atividade e percepção de risco de produtores de leite no 
emprego de produtos veterinários; Qualidade microbiológica da água de psicinas de 
clube esportivo de Botucatu-SP, Brasil; Análise de critérios para utilização na seleção 
de bacteriófagos líticos com potencial para utilização médica: dados preliminares; 
Ocorrência e aspectos macro e microscópicos da mucometra em cadelas; Fauna de 
morcegos (Mammalia, Chiroptera) e a ocorrência de vírus da raiva na cidade de São 
Paulo, Brasil.; Susbstituição parcial do farelo de soja por diferentes fontes nitrogenadas 
em dietas a base de cana de açúcar na alimentação de vacas leiteiras; Identificação e 
perfil de sensibilidade de Enterobacter spp isolados de leite bovino cru; Resultados da 
administração com produto à base de gluconato de zinco em cães machos no município 
de Ibiuna-SP. 
 
Prof. Helio Langoni 
Editor-Chefe
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 8 
Chacar FC, Guimarães-Okamoto PTC, Melchert A. Implicações renais do hipertireoidismo felino – Revisão. 
Vet. e Zootec. 2015 mar.; 22(1): 8-14. 
IMPLICAÇÕES RENAIS DO HIPERTIREOIDISMO FELINO – REVISÃO 
 
Fernanda Chicharo Chacar1 
Priscylla Tatiana Chalfun Guimarães-Okamoto2 
Alessandra Melchert3 
 
RESUMO 
 
O hipertireoidismo e a doença renal crônica (DRC) são as enfermidades mais frequentes em 
felinos idosos. O excesso dos hormônios tireoidianos leva ao aumento da perfusão renal e, 
consequentemente, da taxa de filtração glomerular (TFG). Em longo prazo, o estado 
hiperdinâmico induzido pela tireotoxicose culmina em lesão renal progressiva, caracterizada 
por proteinúria, estresse oxidativo e glomeruloesclerose. Além disso, 40% dos gatos 
hipertireoideos possuem DRC preexistente, não diagnosticada. Os valores de ureia e 
creatinina, marcadores rotineiros de função renal, encontram-se dentro do intervalo de 
referência, devido à alta TFG induzida pelos hormônios tireoidianos. Os gatos hipertireoideos 
com DRC concomitante constituem, portanto, um desafio diagnóstico. Desta forma, novos 
estudos sobre as implicações renais do hipertireoidismo felino são necessários. 
 
Palavras-chave: tireotoxicose, doença renal crônica, gatos, tiroxina. 
 
FELINE HYPERTHYROIDISM AND CHRONIC KIDNEY DISEASE – REVIEW 
 
ABSTRACT 
 
Hyperthyroidism and chronic kidney disease are the most common diseases in older cats. The 
excess of thyroid hormones increases renal perfusion and thus the glomerular filtration rate 
(GFR). In the long term, hyperdynamic state induced by thyrotoxicosis culminates in 
progressive renal injury, characterized by proteinuria, oxidative stress and glomerulosclerosis. 
In addition, 40% of hyperthyroid cats have undiagnosed pre-existing chronic kidney disease. 
The values of urea and creatinine remains within the reference range due to high GFR caused 
by thyroid hormones. The hyperthyroid cats with underlying chronic kidney disease constitute 
a diagnostic challenge. Thus, further studies on the renal implications of feline 
hyperthyroidism are needed. 
 
Keywords: thyrotoxicosis, chronic kidney disease, cats, thyroxine. 
 
IMPLICACIONES RENALES DEL HIPERTIROIDISMO FELINO – REVISIÓN 
 
RESUMEN 
 
El hipertiroidismo y la enfermedad renal crónica son las enfermedades más comunes en los 
gatos ancianos. El exceso de hormonas tiroideas provoca un aumento de la perfusión renal y 
por lo tanto la tasa de filtración glomerular (TFG). En largo plazo, es estado hiperdinámico 
inducido por tirotoxicosis culmina en la lesión renal progresiva, caracterizada por proteinuria, 
estrés oxidativo y la glomeruloesclerosis. Además, 40% de los gatos con hipertiroidismo 
tienen enfermedad renal crónica preexistente, sin diagnosticar. Los valores de urea y 
 
1 Residente da Clínica Médica Veterinária - Departamento de Clínica Veterinária - FMVZ-Unesp-Botucatu 
2 Departamento de Clínica Veterinária de Pequenos Animais, Área - Nefrologia de Pequenos Animais. FMVZ-Unesp-
Botucatu. Contato principal para correspondência 
3 Departamento de Clínica Veterinária de Pequenos Animais. FMVZ-Unesp-Botucatu 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 9 
Chacar FC, Guimarães-Okamoto PTC, Melchert A. Implicações renais do hipertireoidismo felino – Revisão. 
Vet. e Zootec. 2015 mar.; 22(1): 8-14. 
creatinina, marcadores de rutina de la función renal, se encuentran dentro del rango de 
referencia, debido a la alta TFG inducidas por las hormonas tiroideas. Los gatos hipertiroideos 
con enfermedad renal crónica subyacente, por lo tanto, constituyen un desafío diagnóstico. 
Por lo tanto, se necesitan más estudios sobre las repercusiones renales de hipertiroidismo 
felino. 
 
Palabras clave: tirotoxicosis, enfermedad renal crónica, gatos, tiroxina. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A doença renal crônica (DRC) e o hipertireoidismo representam os distúrbios 
metabólicos mais frequentes em medicina felina. Aproximadamente 30% dos gatos com mais 
de 15 anos são acometidos por DRC, ao passo que o hipertireoidismo é considerado a 
endocrinopatia mais comum em felinos acima de oito anos. Atualmente, sabe-se que ambas as 
enfermidades podem coexistir em um mesmo paciente, no entanto, somente a partir da década 
de 90 foi demonstrada uma interação clinicamente importante entre o hipertireoidismo e a 
DRC em gatos (1,2). 
Estudos recentes apontam a influência dos hormônios tireoidianos sobre os rins desde a 
embriogênese, ao exercerem efeitos diretos sobre os canais iônicos, absorção ou secreção de 
substâncias pelos túbulos renais e sobre a taxa de filtração glomerular (TFG). Os hormônios 
tireoidianos também influenciam indiretamente a perfusão renal, ao atuarem no sistema 
cardiovascular. Desta forma, o hipertireoidismo promove um estado hiperdinâmico, com 
aumento do débito cardíaco, bem como da perfusão renal, a qual, por sua vez, culmina em 
hipertrofia/hiperplasia tubular e TFG aumentada. A falência renal pode ocorrer devido à 
proteinúria e ao estresse oxidativo, com consequente progressão para a glomeruloesclerose. 
As manifestações clínicas causadas pelas altas concentrações dos hormônios tiroxina (T4) e 
triiodotironina (T3) são conhecidas como tireotoxicose (2). Se não controlada, a tireotoxicose 
pode ser deletéria, especialmente para os rins (3). 
Por outro lado, estudos demonstraram que logo após o tratamento do hipertireoidismo, 
os felinos apresentam azotemia, atribuida à redução na taxa de filtração glomerular (2,3). 
Desta forma, as alterações metabólicas associadas ao hipertireoidismo não somente podem 
causar lesão renal, mas também mascaram a doença renal preexistente (3). 
Os gatos hipertireoideos com doença renal crônica preexistente constituem, portanto, 
um desafio diagnóstico (1). Diante disso, o presente trabalho objetivou revisar os aspectos 
fisiopatológicos e clínicos da doença renal crônica e do hipertireoidismo felino. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
Hipertireoidismo e doença renal crônica em felinos 
 
O hipertireoidismo pode aumentaro fluxo plasmático renal e, consequentemente a TFG 
(1,2,3). A TFG é capaz de se manter constante, mesmo em uma ampla faixa de pressões 
arteriais médias, no entanto, nos gatos hipertireoideos esta autorregulação não é observada 
(1). 
Os humanos com hipertireoidismo e os animais tratados com excesso de hormônio 
tireoidiano apresentam aumento da TFG, porém nestes casos não se verifica a ocorrência de 
DRC após a resolução da tireotoxicose ou após a suspensão da suplementação hormonal (1). 
A espécie felina constitui, portanto, um modelo para os estudos relacionados às interações 
hormonais e patologias da tireoide e dos rins (2). 
A coexistência destas duas enfermidades em gatos é de difícil diagnóstico. A DRC pode 
levar à supressão dos hormônios tireoidianos, condição clínica conhecida como “síndrome do 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia 10 
Chacar FC, Guimarães-Okamoto PTC, Melchert A. Implicações renais do hipertireoidismo felino – Revisão. 
Vet. e Zootec. 2015 mar.; 22(1): 8-14. 
eutireoideo doente”, ao passo que o hipertireoidismo, ao aumentar a TFG, pode 
consequentemente, reduzir os níveis sanguíneos de ureia e creatinina, mascarando, desta 
forma, a DRC (4). 40% dos felinos hipertireoideos podem apresentar DRC preexistente não 
diagnosticada (2). 
O diagnóstico do hipertireoidismo felino deve ser baseado no histórico, sinais clínicos e 
achados laboratoriais, especialmente nos testes de função tireoidiana. Cerca de 80 a 90% dos 
gatos hipertireoideos possuem um ou os dois lobos tireoidianos palpáveis. A concentração de 
T4 total, na maioria dos casos, pode estar 20 vezes acima do limite superior. No entanto, 10% 
dos pacientes apresentam níveis sanguíneos deste hormônio dentro do valor de referência (5). 
Nestes casos, recomenda-se o descarte de outras afecções concomitantes e a realização de 
uma segunda dosagem de T4 total, acrescida de T4 livre por diálise. O aumento destes dois 
hormônios confirma o diagnóstico de hipertireoidismo (6). 
Quanto a DRC, o diagnóstico precoce é de suma importância por se tratar de uma 
enfermidade de caráter progressivo. A ureia e a creatinina, rotineiramente utilizadas como 
marcadores de função renal, são insensíveis como indicadores precoces. No entanto, estudos 
mostraram que gatos hipertireoideos com concentrações séricas de ureia e creatinina dentro 
dos valores de referencia, além de densidade urinária maior que 1.035, possuem risco 
reduzido de desenvolverem DRC após o tratamento desta endocrinopatia. Pesquisas recentes 
também avaliaram a TFG como um indicador precoce de lesão renal no hipertireoidismo, 
porém até o momento, os resultados tem sido controversos (7). 
A presença de urinary retinol binding protein (uRBP), um marcador precoce de lesão 
tubular renal, foi mensurada na urina de gatos hipertireoideos, com o objetivo de avaliar se 
este marcador seria capaz de detectar a presença de lesão renal nestes animais, antes da 
terapia com o iodo radioativo e, desta forma, identificar os felinos que potencialmente 
poderiam se tornar doentes renais crônicos após o tratamento. Foi observada a presença de 
uRBP tanto nos gatos hipertireoideos que desenvolveram azotemia semanas após o tratamento 
e, portanto, provavelmente possuíam DRC preexistente, quanto nos gatos hipertireoideos não 
azotêmicos, que após a terapia com iodo radioativo tornaram-se eutireoideos e, assim, 
passaram a ser considerados animais normais (2). 
Desta forma, neste estudo, o uRBP não se mostrou um marcador precoce de lesão renal 
eficaz em felinos hipertireoideos, conforme esperado. No entanto, por outro lado, a presença 
deste marcador na urina de gatos hipertireoideos não azotêmicos e que retomaram o estado 
eutireoideo após o tratamento, foi capaz de demonstrar que o hipertireoidismo pode realmente 
induzir à lesão renal e ainda, que a lesão pode ser reversível naqueles casos nos quais não haja 
DRC concomitante (2). 
O N-acetyl-B-D-glucosaminidase (NAG), uma enzima presente nas células epiteliais 
dos túbulos contorcidos proximais, é considerado um outro marcador de lesão tubular, 
altamente sensível. Porém, assim como o uRBP, não se mostrou eficaz em identificar 
precocemente a ocorrência de lesão renal em felinos hipertireoideos, em um estudo 
semelhante ao previamente descrito. O NAG foi mensurado na urina antes do tratamento com 
metimazol, e não foi observada diferença significativa quanto à presença deste marcador entre 
os gatos que apresentaram azotemia e que mantiveram a função renal normal, após a referida 
terapia (8). 
É importante prever o desenvolvimento de DRC nos felinos hipertireoideos, uma vez 
que após o tratamento para esta endocrinopatia pode ocorrer azotemia e, desta forma, piora da 
condição clínica do animal. O uso do metimazole, ou a realização da tireoidectomia, ou ainda, 
da terapia com iodo radioativo, considerada a terapia de eleição, podem causar 
hipotireoidismo iatrogênico. Diante disto, a suplementação com L-tiroxina deve ser 
considerada, objetivando-se manter um leve estado hipertireoideo, a fim de minimizar a lesão 
renal (3). 
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Vet. e Zootec. 2015 mar.; 22(1): 8-14. 
As implicações renais do hipertireoidismo felino suscitam questões problemáticas, no 
que diz respeito ao diagnóstico e tratamento. Faz-se necessário, então, a compreensão da 
fisiopatologia e das interações hormonais entre a tireoide e os rins, nesta espécie (9). 
 
Mecanismos fisiopatológicos 
 
Os hormônios tireoidianos influenciam o funcionamento renal desde a embriogênese, 
seja indiretamente, atuando no sistema cardiovascular e consequentemente na perfusão renal, 
ou diretamente, interferindo na função glomerular, na secreção/absorção tubular, além de 
atuar na regulação eletrolítica (2). 
Quanto aos efeitos cardiovasculares, o hipertireoidismo causa redução da resistência 
vascular periférica devido à dilatação das arteríolas periféricas, de forma a ativar o sistema 
renina-angiotensina-aldosterona, com consequente retenção de sódio. A redução da resistência 
vascular periférica, por sua vez, acarreta o aumento da frequência cardíaca, da contração 
ventricular e da fração de ejeção, levando ao aumento do débito cardíaco, e em muitos casos, 
à hipertensão arterial sistêmica (9). 
O monitoramento da hipertensão é um aspecto importante da abordagem clínica de 
gatos com DRC aparente, após o tratamento do hipertireoidismo. Tanto o aumento da pressão 
arterial sistêmica, quanto à proteinúria decorrente da hipertensão renal são prejudiciais, e 
quando controladas, são associadas com maior sobrevida em felinos doentes renais crônicos 
(1). 
Em relação aos efeitos diretos sobre os rins, o hipertireoidismo pode ocasionar 
alterações nos parâmetros clínicos renais, tais como TFG, densidade urinária específica 
(DUE), relação proteína-creatinina urinária (RPC) e marcadores de função tubular (2). 
A TFG está frequentemente aumentada nos pacientes hipertireoideos, devido ao 
aumento do débito cardíaco e da elevação da pressão intraglomerular, decorrente das 
mudanças na resistência das arteríolas aferentes e eferentes. A DUE está baixa em gatos com 
hipertireoidismo e ela se mantém, ou até mesmo reduz, após o tratamento desta 
endocrinopatia (2). Pode ocorrer discreta proteinúria devido ao aumento da TFG, 
especialmente se também houver hipertensão arterial sistêmica ou hipertensão glomerular. 
Após o tratamento do hipertireoidismo, a proteinúria tende a diminuir (9). 
Por outro lado, a DRC pode causar redução da concentração dos hormônios tireoidianos 
circulantes, o que é definido como a “síndrome do eutireoideo doente”. Alterações centrais, 
bem como no metabolismo hormonal e proteico, são as possíveis causas. A conversão de T3 
para T4 está reduzida nestes casos, pois ocorre menor disponibilidade doT4 para a 
deiodinização, em nível celular, bem como menor atividade das deiodinases. Nos tecidos, há 
diminuição da captação do T4 e T3, devido à ação reduzida dos receptores nucleares para T3. 
A produção de proteínas carreadoras dos hormônios tireoidianos (tireoglobulina e albumina), 
e sua afinidade pelos hormônios, estão diminuídas, o que explica as concentrações normais de 
T4 livre na síndrome do eutireoideo doente (2). 
Algumas drogas, cujos efeitos foram avaliados em cães e humanos, também podem 
levar à redução das concentrações séricas dos hormônios tireoidianos, mimetizando um estado 
hipotireoideo. Os glicocorticoides, por exemplo, inibem a secreção de TSH, e quando 
administrados em dose imunossupressora, causam rápida diminuição do T4 total, T4 livre e 
T3. As sulfonamidas, por sua vez, bloqueiam a iodinização da tireoglobulina, enquanto o 
fenobarbital leva à redução do T4 total e do T4 livre. Em felinos, os efeitos destas medicações 
não foram avaliados, sendo necessários novos estudos, no entanto, é importante estar atento à 
possível influência das drogas no metabolismo dos hormônios tireoidianos (10). 
 
 
 
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Tratamento dos felinos hipertireoideos com doença renal crônica 
 
Atualmente, todos os tratamentos disponíveis para o hipertireoidismo podem 
comprometer a função renal, pois nesta endocrinopatia, a TFG se mantém aumentada. Porém, 
logo após o tratamento, ocorre queda do débito cardíaco, com consequente redução da 
perfusão renal, e desta forma, da TFG, que pode cair em até 50% (4). 
Devido à redução da TFG, os gatos com DRC prévia, mascarada pelo estado 
hiperdinâmico da endocrinopatia, desenvolvem sinais de uremia após o tratamento para o 
hipertireoidismo (11). Por isto, o conhecimento da predisposição do paciente para desenvolver 
a DRC pós-terapia é de grande valor clínico (1). 
Estudos mostraram que os felinos hipertireoideos com DUE> 1.035 e valores 
sanguíneos de ureia e creatinina normais antes do tratamento, possuem menor risco de 
comprometimento renal. A TFG, quando menor do que 2,25 ml/kg/min, pode ser considerada 
um indicador 100% sensível e 78% específico de doença renal pós-tratamento, e azotemia já 
pode ser observada 30 dias após a terapia. O valor preditivo da DUE quanto ao 
desenvolvimento de doença renal após o tratamento do hipertireoidismo também é duvidoso. 
Cerca de 50% dos felinos com DUE<1.035 cursaram com DRC pós-terapia (1,2,7). 
Para avaliar o impacto do hipertireoidismo sobre a função renal, recomenda-se a terapia 
medicamentosa com metimazole, por pelo menos 30 dias, antes mesmo do iodo radioativo ou 
da tireoidectomia. Na terapia definitiva, tanto o iodo radioativo, quanto a tireoidectomia, 
apesar de curativos, implicam no declínio irreversível da função renal, e exigem, portanto, 
maior acompanhamento clínico (7). 
Atualmente, o iodo radioativo é o tratamento de escolha para o hipertireoidismo felino, 
embora o hipotireoidismo iatrogênico possa ocorrer em 30% dos casos. Outra complicação 
frequente é que 39% dos pacientes felinos apresentam DRC após o tratamento (12). 
Os efeitos sobre a função renal de gatos medicados com metimazole são frequentemente 
reversíveis, por isto há indicação para sua prescrição no inicio do tratamento. Após sete dias, 
deve-se realizar a dosagem de T4 total, objetivando atingir a metade inferior da faixa de 
referencia. Caso necessário, a dose deve ser aumentada e o paciente deve ser reavaliado nos 
próximos 30 dias (7). 
Caso o gato não se torne azotêmico ou mostre sinais clínicos de doença renal quando o 
estado de eutireoideo for alcançado utilizando-se o metimazole, outros tratamentos podem ser 
então sugeridos, embora o risco de lesão renal ainda exista (1). Por outro lado, caso o paciente 
desenvolva doença renal e sinais de uremia, a terapia medicamentosa deve ser mantida, em 
dose mais baixa, e a recomendação para a terapia com iodo radioativo, ou para a 
tireoidectomia deve ser avaliada com cautela, estando contraindicada nos casos mais graves. 
Nestes pacientes, a suplementação com L-tiroxina pode ser sugerida, com o objetivo de 
manter um leve estado hipertireoideo, afim de minimizar a azotemia (11,3). No entanto, 
estudos mostraram que a suplementação com tiroxina exógena resultou no aumento previsível 
do T4 total, mas não na redução da concentração de creatinina e dos sinais clínicos associados 
à doença renal (1). 
Não há protocolo estabelecido nestes casos. Cabe ao clínico decidir se permite que o 
paciente permaneça relativamente em estado tireotóxico, com o objetivo de preservar o fluxo 
sanguíneo renal e suportar a TFG, ou que tolere um certo grau de azotemia, com o intuito de 
evitar sinais clínicos e as consequências do excesso de hormônio tireoidiano. São necessários 
estudos adicionais para determinar a estratégia mais adequada para a abordagem terapêutica 
de tais casos (1). 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O hipertireoidismo e a DRC são as afecções mais comuns em pacientes felinos 
geriátricos. O estado hiperdinâmico induzido pela tireotoxicose culmina em lesão renal 
progressiva devido à glomeruloesclereose, proteinúria e estresse oxidativo. A semelhança de 
seus sinais clínicos, a carência de estudos relacionados aos marcadores precoces de lesão 
renal associada ao hipertireoidismo em gatos, bem como o estado eutireoideo provocado pela 
DRC, dificulta o diagnostico destas enfermidades, que quando concomitantes, é realizado 
tardiamente. Desta forma, encontram-se maiores dificuldades na abordagem terapêutica do 
paciente, prejudicando, inclusive, sua sobrevida. Portanto, maiores estudos sobre as 
implicações renais do hipertireoidismo felino são necessários, objetivando, desta forma, 
precocidade diagnostica e melhoria da qualidade de vida do paciente. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Surg. 2010;12:117-21. 
 
 
 
Recebido em: 24/02/2013 
Aceito em: 09/02/2015 
 
 
 
 
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22(1): 15-25. 
O USO DA ENDOSOCOPIA DIGESTIVA ALTA EM PEQUENOS ANIMAIS 
 
Luciana Carandina da Silva1 
Vânia Maria de Vasconcelos Machado2 
 
RESUMO 
 
A endoscopia digestiva alta, apesar de ser um exame recente na Medicina Veterinária, já está 
entre os meios de diagnóstico mais fidedignos para a avaliação do trato gastrointestinal. Sua 
utilização tem auxiliado clínicos e cirurgiões no tratamento e diagnóstico precoce de doenças 
antes pouco diagnosticadas. Por ser um método minimamente invasivo, os prognósticos de 
recuperação do paciente são favoráveis. No presente trabalho, foi realizada uma revisão de 
literatura sobre as principais indicações do exame, assim como as afecções mais encontradas 
durante a realização da endoscopia digestiva em cães e gatos. 
 
Palavras- chave: endoscopia, cães, gatos, trato digestório. 
 
THE USE OF UPPER ENDOSCOPY IN SMALL ANIMALS 
 
ABSTRACT 
 
Upper endoscopy, although is a recent survey in Veterinary Medicine, is already among the 
most reliable diagnostic tools for the evaluation of the gastrointestinal tract. Its use has helped 
clinicians and surgeons in the treatment and diagnosis of diseases before underdiagnosed. 
Being a minimally invasive method, predictions of patient recovery are favorable. In this 
study, a literature review of the main indications of the examination was performed, as well as 
the conditions most commonly found during the performance of endoscopy in dogs and cats. 
 
Keywords: endoscopy, dogs, cats, digestive tract. 
 
LA ENDOSCOPIA DIGESTIVA EN PEQUEÑOS ANIMALES 
 
RESUMEN 
 
La endoscopia superior, aunque una encuesta reciente en Medicina Veterinaria, está entre las 
herramientas de diagnóstico más confiables para la evaluación del tracto gastrointestinal. Su 
uso ha ayudado a los médicos y cirujanos en el tratamiento y diagnóstico de enfermedades 
antes de infra diagnosticada. Al ser un método mínimamente invasivo, las predicciones de la 
recuperación del paciente son favorables. En este estudio, se realizó una revisión bibliográfica 
de las principales indicaciones del examen, así como las condiciones que se encuentran con 
mayor frecuencia durante la realización de la endoscopia en perros y gatos. 
 
Palabras clave: endoscopia, perros, gatos, tracto digestivo. 
 
 
 
 
 
1 Mestranda do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, Universidade Estadual Paulista "Júlio de 
Mesquita Filho" Câmpus de Botucatu. Contato principal para correspondência. 
2 Professora Assistente Doutor do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária. Universidade Estadual 
Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Câmpus de Botucatu. 
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INTRODUÇÃO 
 
A endoscopia é uma técnica de recente aplicação na Medicina Veterinária, que permite 
uma visibilização direta do órgão analisado, com o objetivo de diagnóstico e até mesmo 
terapêutico de diversas afecções que acometem cães e gatos. O uso da endoscopia digestiva 
alta, a qual inclui a avaliação de esôfago, estômago e duodeno, tem sido de suma importância 
na clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, auxiliando aos clínicos e cirurgiões a 
diagnosticar e tratar, de forma minimamente invasiva, as doenças do trato gastrointestinal de 
cães e gatos. O presente trabalho teve como objetivo abordar a aplicabilidade da endoscopia 
digestiva alta, bem como seus benefícios e possíveis limitações dentro da Medicina 
Veterinária, com ênfase em pequenos animais. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
O surgimento da endoscopia digestiva alta ocorreu em 1868, onde eram utilizados 
aparelhos rígidos para a avaliação do trato gastrintestinal, sendo assim, as dificuldades 
sobrepunham-se aos benefícios do exame, e somente em 1932 foi criado o primeiro 
gastroscópio flexível, tornando-se assim possível o reconhecimento da endoscopia digestiva 
como meio diagnóstico (1). 
Atualmente, a endoscopia digestiva já é considerada como o melhor e mais utilizado 
método de avaliação do trato gastrointestinal na Medicina Veterinária (2). 
O exame endoscópico possibilita a visibilização direta do lúmen de diversas partes do 
trato gastrointestinal, incluindo esôfago, estômago e duodeno (3). A possibilidade de 
observação direta, juntamente com a obtenção de amostras teciduais de maneira minimamente 
invasiva, incrementou o diagnóstico clínico e aumentou a acurácia do tratamento das doenças 
do sistema digestório (2). Usualmente, a endoscopia é um exame muito seguro e efetivo como 
diagnóstico e tratamento das doenças gastrointestinais, porém deve ser precedida de um 
completo histórico do paciente, exame físico e exames laboratoriais apropriados (3). 
Considerando-se que os proprietários dos animais estão cada vez mais cientes dos 
benefícios desta técnica diagnóstica, e os médicos veterinários têm a oportunidade de 
estabelecer um diagnóstico precoce, a endoscopia digestiva em pequenos animais tende a ter 
um crescimento importante nos próximos anos (4). 
A indicação da endoscopia deve ser considerada sempre a critério do médico 
veterinário, e está geralmente relacionada a sintomas persistentes (1). 
Recomenda-se o uso da endoscopia digestiva alta na investigação de sinais e sintomas 
inespecíficos como sensibilidade em região epigástrica; êmese crônica, disfagia, melena ou 
hematêmese, histórico de ingestão de corpos estranhos, pesquisa de Helicobacter pylori e 
emagrecimento (5). 
A endoscopia também é indicada como procedimento terapêutico em algumas 
circunstâncias como: ingestão de produtos corrosivos, controle clínico de doenças ulcerosas e 
pépticas, ressecção de tumores e em casos de hemorragias digestiva aguda (4). Podem-se 
indicar endoscopias seriadas com o intuito de avaliar e tratar úlceras, nos acidentes com 
ingestão de substâncias corrosivas ou retirada de corpos estranhos para avaliar possíveis 
pontos de formação de estenose, e para a realização de dilatação esofágica ou pilórica quando 
necessário (2). 
A principal vantagem da endoscopia digestiva consiste em ser um exame minimamente 
invasivo, porém requer anestesia e um preparo adequado para a sua realização (3,2,1). As 
taxas de morbidade e mortalidade durante este exame são muito baixas (3). 
O melhor exemplo do potencial terapêutico da endoscopia é a retirada de corpos 
estranhos (3). Quase todos os objetos ingeridos podem ser retirados endoscopicamente, sendo 
que a maior ou menor dificuldade em retirá- ló dependerá da forma do corpo estranho (6). 
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A endoscopia também é muito sensível no diagnóstico de doenças da mucosa do 
esôfago, estômago e duodeno. Outra vantagem é a possibilidade de obtenção de citologias, 
material para exames histopatológico, microbiológico e parasitológico (3). 
Uma das principais desvantagens do uso desseexame é que ele não é capaz de detectar 
doenças funcionais do trato gastrointestinal, nem estimar o diâmetro luminal como outras 
técnicas (7). Somente alterações de mucosa e doenças intraluminais podem ser detectadas (3). 
O uso da radiografia simples e contrastada pode ser superior para detectar diâmetro luminal e 
motilidade do trato gastrointestinal (3). 
Doenças que primeiramente envolvam a camada submucosa, muscular ou serosa 
também não são detectadas por endoscopia, visto que as biopsias possuem uma profundidade 
de aproximadamente 3 milímetros. Portanto, para se realizar uma biópsia mais profunda, é 
necessária a realização de biópsia sobre biópsia, o que aumenta o risco de perfuração do órgão 
(3). 
Em cães de grande porte, o endoscópio alcança até a porção descendente do duodeno 
(8). Na maioria dos cães, as porções distal do duodeno e a porção proximal de jejuno são 
normalmente visibilizadas (2). 
O preparo do paciente deve ser realizado adequadamente, respeitando o tempo de jejum 
prévio de oito a doze horas alimentar e quatro horas hídrico, caso contrário, a realização do 
exame endoscópico torna-se inviável devido a não visibilização correta da mucosa gástrica 
(3). A endoscopia não deve ser realizada logo após a realização do exame contrastado com 
Sulfato de Bário, pois o total esvaziamento gástrico pode levar até 10 horas em alguns 
pacientes (2). 
Em casos de rupturas ou perfurações de um dos órgãos analisados, não é indicado o uso 
da endoscopia digestiva, pois a insuflação de ar e água que ocorre durante a endoscopia, pode 
contaminar a cavidade peritoneal (3). 
O uso da endoscopia digestiva é muito seguro, porém complicações como a perfuração 
do trato gastrointestinal podem ocorrer, principalmente durante retirada de corpo estranho (9). 
O risco de perfuração do trato gastrointestinal também pode ocorrer devido a uma força 
excessiva realizada pelo operador com o aparelho endoscópico, e também quando são 
realizadas biópsias muito profundas (3). 
Para a realização da endoscopia digestiva alta, o paciente deve se encontrar em decúbito 
lateral esquerdo (4,1). Neste decúbito os órgãos adjacentes exercem uma menor pressão sobre 
o estômago, e o duodeno pode ser facilmente acessado (4). Caso o animal esteja posicionado 
em decúbito lateral direito, a dificuldade de identificar e passar o endoscópio pela incisura 
angular é maior, assim como identificar o antro pilórico (2). 
Inicia-se o exame endoscópico com o posicionamento adequado do paciente e discreta 
flexão cervical, seguido da introdução do aparelho endoscópico pela cavidade oral em trajeto, 
sobre a língua até a faringe, onde se alcança o esôfago (1). Deve-se apenas fazer a progressão 
do aparelho quando o lúmen for visibilizado; para o lúmen ficar visível, é necessário realizar a 
insuflação do órgão por meio da válvula de ar/água presente no aparelho. Não deve ser 
realizada pressão sobre o aparelho caso o lúmen não seja visto, evitando assim possíveis 
perfurações (4). 
Examina-se então o esôfago em todo o seu trajeto, sem insuflar demais o órgão, 
avaliando suas características de coloração de mucosa, calibre, motilidade, com especial 
atenção ao seu terço distal e transição esofagogástrica, onde se incluem manobras de esforço, 
para a caracterização de hérnia hiatal ou de refluxo gastroesofágico (1). O esôfago caudal 
normalmente estará dilatado pela insuflação quando examinado, e o cárdia estará 
normalmente fechado, porém, quando se abre, a sua mucosa é de coloração rosa acinzentado 
(10). 
Após passar o cárdia, inicia-se a avaliação gástrica, e é necessário um pequeno volume 
de ar para separar as mucosas do estômago. A primeira porção que se visibiliza ao entrar no 
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estômago é a curvatura maior e o corpo do estômago (Figura 1A) (10). Com manobras de 
curva para esquerda e para cima, evidencia-se o lago mucoso e corpo gástrico em uma 
primeira inspeção; progredindo o aparelho com curva à direita e para cima, alcança-se a 
região de antro pilórico e orifício pilórico (Figura 1B ) (1). Aspectos de distensibilidade das 
paredes, relevo mucoso e coloração das mucosas devem ser avaliados (1). 
Ao menos que o estômago esteja pouco insuflado, o endoscópio acessa facilmente a 
região de antro pilórico, onde o piloro deverá ser avaliado (10). 
Transpassando o orifício pilórico, alcança-se o bulbo duodenal, onde deverá ser 
avaliada a mucosa e sua morfologia (Figura 1C). Quando possível, progredir o aparelho e 
avaliar a segunda porção do duodeno (1). 
Na retirada do aparelho, nova visibilização do bulbo duodenal e antro pilórico permite 
que seja realizada a manobra de retrovisão, também chamada de retroflexão ( Figura 1D). 
Esta manobra permite a avaliação do fundo gástrico e cárdia (1) 
O cárdia e o fundo podem ser examinados quando o aparelho está em retroflexão. Para a 
realização desta manobra, o aparelho deve ser rotacionado para cima totalmente, alcançando 
um ângulo de 180 graus (10). 
Deve- se em seguida à avaliação, retificar o aparelho, desinsuflar o estômago, e retirar 
com cuidado, fazendo uma nova avaliação das mucosas. A realização de biópsias e material 
para citologia são complementos do exame endoscópico, para adequada caracterização de 
patologias que tenham sido encontradas (1). 
 
 
Figura 1. Posicionamento endoscópico. A – Visibilização de corpo gástrico; B – Visibilização de antro pilórico; 
C- Visibilização de duodeno; D- Retrovisão para avaliação de fundo gástrico e cárdia. Fonte: Arquivo pessoal. 
 
Biópsias realizadas por meio da endoscopia são usualmente muito seguras, e é muito 
comum sua realização, mesmo que não haja anormalidades presentes e a mucosa esteja 
íntegra, principalmente quando o paciente apresenta sinais de doenças do trato gastrointestinal 
(2; 11). O propósito da realização das biópsias é confirmar a natureza da lesão ou elucidar 
outras doenças que apresentam um aspecto similar na endoscopia. Muitos pacientes com o 
diagnóstico de gastrite moderada a severa na avaliação histopatológica não apresentam lesões 
em mucosa gástrica quando vistas pela endoscopia, porém pacientes com alterações de 
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motilidade podem apresentar enantema de mucosa, e não apresentar alterações no exame 
histopatológico (12). 
A biópsia ocupa lugar de destaque entre os métodos complementares de diagnóstico por 
oferecer vários dados do material analisado, permitindo a avaliação da extensão das lesões, o 
estabelecimento do grau de malignidade de lesões neoplásicas, a verificação dos resultados de 
terapêuticas instituídas, a identificação de agentes etiológicos infecciosos e parasitários, a 
análise histoquímica do material e outras análises específicas (13). 
Para a realização das biópsias, existem diversas pinças com formas e tamanhos 
diferentes; as pinças são de aço, flexíveis e descartáveis. As colheres das pinças podem ser 
ovais, solidas, fenestradas, serreadas, denteadas, com ou sem agulha, de vários tamanhos 
disponíveis (13).Os fragmentos obtidos possuem aproximadamente 2 a 4 milímetros cada, por 
isso, o número de fragmentos deve ser suficiente para que haja representatividade da lesão 
para o correto exame histopatológico. Lesões em camadas mais profundas raramente podem 
ser identificadas com segurança pela biópsia endoscópica (13). 
Outra aplicabilidade muito importante da endoscopia é a retirada de corpos estranhos. A 
procura dos serviços de emergência devido à ingestão ou aspiração de corpos estranhos é 
muito frequente (6). Existem inúmeras vantagens relacionadas à remoção endoscópica de 
corpos estranhos em comparaçãoa outros tipos de procedimentos. Geralmente é uma técnica 
minimamente invasiva e que possibilita uma intervenção rápida (2), porém há alguns corpos 
estanhos em que a retirada por meio endoscópico não é possível (6). 
Para a retirada de um corpo estranho deve- se levar em consideração o tipo de corpo 
estranho, o local e o tempo de impactação e o formato do corpo estranho, para prever os riscos 
de perfuração durante sua retirada (14). 
É muito frequente a ocorrência de corpos estranhos alojados no esôfago de cães e gatos. 
Os sinais clínicos relacionados à impactação por corpo estranho geralmente são agudos e 
incluem anorexia, êmese e anorexia (4). Uma vez localizado o corpo estranho, deve-se tomar 
a decisão de aguardar sua passagem ou removê-lo endoscopicamente ou cirurgicamente. A 
intervenção cirúrgica raramente é necessária. A impactação do corpo estranho ou o esforço 
para sua remoção sempre causará lesão em mucosa (2). 
A incidência de complicações provocadas pela retirada endoscópica de corpos estranhos 
é baixa, e a sua ocorrência está ligada às características dos corpos estranhos, à experiência do 
endoscopista, à disponibilidade do material adequado e a demora na retirada. Corpos 
estranhos pontiagudos são as causas mais prováveis de perfuração, enquanto os corpos 
estranhos rombos, somente provocam complicações se deixados no seu local de impactação 
por um tempo prolongado (6). 
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ESOFÁGICAS 
 
Na avaliação esofágica, o esôfago normal possui coloração rósea em cães e gatos. Há 
exceções raciais, como por exemplo, o Chow-chow, que tem a mucosa pigmentada 
naturalmente. O esôfago do gato é discretamente diferente ao do cão, apresentando anéis 
circulares na mucosa, predominantemente em esôfago distal (4). 
As doenças esofagianas mais comuns observadas na rotina clínica são megaesôfago, 
esofagite, estenoses esofágicas e corpos estranhos. Doenças de hiato, perfurações esofágicas, 
anomalias vasculares e neoplasias esofagianas podem ocorrer, mas não são comuns em cães e 
gatos (2). 
 
MEGAESÔFAGO 
 
O megaesôfago é uma síndrome caracterizada por dilatação e hipoperistaltismo 
generalizados do esôfago, e pode ser congênito ou adquirido. Há uma predisposição racial 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
22(1): 15-25. 
para esta patologia, sendo usualmente encontrado em Pastor Alemão, Setter Irlandês, Golden
Retriever, Labrador e Schnauzer miniatura (
encontrados são regurgitação e perda de peso (
megaesôfago, a endoscopia não é necessária para o diagnóstico
 
ESOFAGITE 
 
As doenças inflamatórias de esôfago ocorrem com maior frequência do que são 
reconhecidas (2). As alterações inflamatórias podem variar de discreta (não evidente 
macroscopicamente), a ulceração grave com
cause vômito frequente pode causar esofagite. As principais causas de esofagite são refluxo 
gastroesofagiano, corpo estranho, retenção de comida (comum em megaesôfago), vômitos 
recorrentes, lesão cáustica, agentes infecciosos co
 
Figura 2. Aparência endoscópica da esofagite. Mucosa enantemática, friável, com discreta irregularidade e 
erosões (seta), decorrente de ingestão de substância corrosiva. Fonte: Arquivo pessoal. 
 
ESTENOSE ESOFÁGICA 
 
A estenose esofágica pode ocorrer 
trauma, neoplasias, após cirurgias esofágicas, após ingestão de substâncias corrosivas ou 
devido a uma severa esofagite (
apetite voraz (2). O diagnóstico pode ser realizado por endoscopia ou exames radiográficos 
contrastados (2). 
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES GÁSTRICAS
 
A gastroscopia é o método diagnostico de maior valia para avaliar desordens
de mucosa gástrica. É uma técnica muito superior ao
realização de biópsias, e promover o tratamento de muitas patologias gástricas de forma 
rápida e eficiente (2). Os achados mais comuns durante a gastroscopia são as gastrites, as 
erosões e ulcerações, a presença de c
 
 
 
 
ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
para esta patologia, sendo usualmente encontrado em Pastor Alemão, Setter Irlandês, Golden
Retriever, Labrador e Schnauzer miniatura (2). Os sinais clínicos mais comumente 
encontrados são regurgitação e perda de peso (4). Na maioria dos pacientes com 
megaesôfago, a endoscopia não é necessária para o diagnóstico (2). 
inflamatórias de esôfago ocorrem com maior frequência do que são 
. As alterações inflamatórias podem variar de discreta (não evidente 
opicamente), a ulceração grave com envolvimento transmural (2). Toda doença que 
nte pode causar esofagite. As principais causas de esofagite são refluxo 
gastroesofagiano, corpo estranho, retenção de comida (comum em megaesôfago), vômitos 
recorrentes, lesão cáustica, agentes infecciosos como a cândida, e lesão térmica (Figura 2) (4
 
Aparência endoscópica da esofagite. Mucosa enantemática, friável, com discreta irregularidade e 
erosões (seta), decorrente de ingestão de substância corrosiva. Fonte: Arquivo pessoal. 
A estenose esofágica pode ocorrer devido a refluxo gastroesofágico, corpos estranhos, 
trauma, neoplasias, após cirurgias esofágicas, após ingestão de substâncias corrosivas ou 
devido a uma severa esofagite (4). Os sinais clínicos mais comuns são regurgitação e o 
óstico pode ser realizado por endoscopia ou exames radiográficos 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES GÁSTRICAS 
A gastroscopia é o método diagnostico de maior valia para avaliar desordens
. É uma técnica muito superior ao exame radiográfico por possibilitar a 
realização de biópsias, e promover o tratamento de muitas patologias gástricas de forma 
). Os achados mais comuns durante a gastroscopia são as gastrites, as 
erosões e ulcerações, a presença de corpos estranhos, neoplasias e estenose pilórica (
Veterinária e Zootecnia 20 
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet. e Zootec. 2015 mar.; 
para esta patologia, sendo usualmente encontrado em Pastor Alemão, Setter Irlandês, Golden 
). Os sinais clínicos mais comumente 
). Na maioria dos pacientes com 
inflamatórias de esôfago ocorrem com maior frequência do que são 
. As alterações inflamatórias podem variar de discreta (não evidente 
). Toda doença que 
nte pode causar esofagite. As principais causas de esofagite são refluxo 
gastroesofagiano, corpo estranho, retenção de comida (comum em megaesôfago), vômitos 
mo a cândida, e lesão térmica (Figura 2) (4). 
Aparência endoscópica da esofagite. Mucosa enantemática, friável, com discreta irregularidade e 
devido a refluxo gastroesofágico, corpos estranhos, 
trauma, neoplasias, após cirurgias esofágicas, após ingestão de substâncias corrosivas ou 
). Os sinais clínicos mais comuns são regurgitação e o 
óstico pode ser realizado por endoscopia ou exames radiográficos 
A gastroscopia é o método diagnostico de maior valia para avaliar desordens gástricas e 
exame radiográfico por possibilitar a 
realização de biópsias, e promover o tratamento de muitas patologias gástricas de forma 
). Os achados mais comuns durante a gastroscopia são as gastrites, as 
orpos estranhos, neoplasias e estenose pilórica (2). 
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Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
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GASTRITE 
 
A gastrite pode ser aguda ou 
gatos e existem diversos fatores que podem levar a erosões ou ulcerações gástricas, como o 
uso de antiinflamatório não esteroidal, a ingestão de substâncias corrosivas ou corpos 
estranhos e a hipotensão por choque ou sepse (
bacterianas, parasitárias ou fúngicas. Em especial, a infecção pela bactéria 
pylori tem se demonstrado causa importante de gastrite crônica em cães e gatos (
mucosa pode apresentar-se irregular, friável e enantemática; dependendo 
severidade, podemos encontrar presença de úlceras recobertas por fibrina e hematina, 
e até focos de hemorragiaem diversas regiões do estômago (2
Figura 3. Aparência endoscópica da gastrite erosiva. Setas evidenciando erosões. Mucosa apresentando
enantemática. Fonte: Arquivo pessoal. 
 
EROSÕES GÁSTRICAS 
 
As erosões (Figura 3) podem ser encontradas em qualquer parte do estômago, podendo 
ser únicas ou múltiplas. As erosões são uma lesão da mucosa gástrica, que não se estende para 
a porção submucosa ou muscular (
trauma por corpo estranho ou vômitos crônicos, ingestão de substâncias corrosivas, ingestão 
de medicamentos, isquemia e erosões crônicas idiopáticas (
apresentam uma depressão mínima e focal. A base pode ser avermelhada, ama
(2). 
 
ÚLCERAS GÁSTRICAS 
 
Diferentemente das erosões, as úlceras gástricas apresentam um comprometimento da 
porção muscular do estômago (2). As úlceras estão principalmente relacionadas ao uso de 
antiinflamatórios e a infecção por 
soluções de continuidade da mucosa gastrointestinal, estendendo
atingindo a camada muscular. Na maioria das vezes são únicas. É importante fazer a 
diferenciação de lesões neoplásicas
lisos, regulares e bem delimitados, com elevação em relação à base. A 
localiza na curvatura menor do estômago, na incisura angular (
um sangramento ativo durante o exame (4
ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
A gastrite pode ser aguda ou crônica (Figura 3). A aguda ocorre comumente em cães e 
gatos e existem diversos fatores que podem levar a erosões ou ulcerações gástricas, como o 
lamatório não esteroidal, a ingestão de substâncias corrosivas ou corpos 
estranhos e a hipotensão por choque ou sepse (2,4). A gastrite crônica provém de infecções 
bacterianas, parasitárias ou fúngicas. Em especial, a infecção pela bactéria 
tem se demonstrado causa importante de gastrite crônica em cães e gatos (
se irregular, friável e enantemática; dependendo 
severidade, podemos encontrar presença de úlceras recobertas por fibrina e hematina, 
diversas regiões do estômago (2). 
 
Aparência endoscópica da gastrite erosiva. Setas evidenciando erosões. Mucosa apresentando
enantemática. Fonte: Arquivo pessoal. 
podem ser encontradas em qualquer parte do estômago, podendo 
ser únicas ou múltiplas. As erosões são uma lesão da mucosa gástrica, que não se estende para 
a porção submucosa ou muscular (2). As causas das erosões são diversas, entre elas estress
trauma por corpo estranho ou vômitos crônicos, ingestão de substâncias corrosivas, ingestão 
de medicamentos, isquemia e erosões crônicas idiopáticas (1). Tipicamente são planas ou 
apresentam uma depressão mínima e focal. A base pode ser avermelhada, ama
Diferentemente das erosões, as úlceras gástricas apresentam um comprometimento da 
porção muscular do estômago (2). As úlceras estão principalmente relacionadas ao uso de 
antiinflamatórios e a infecção por Helicobacter pylori (15). As úlceras aparecem como 
soluções de continuidade da mucosa gastrointestinal, estendendo-se pela camada mucosa,
atingindo a camada muscular. Na maioria das vezes são únicas. É importante fazer a 
diferenciação de lesões neoplásicas ulceradas por biópsia. Usualmente apresentam bordos 
lisos, regulares e bem delimitados, com elevação em relação à base. A maioria das úlceras se 
na curvatura menor do estômago, na incisura angular (15). Podem estar apresentando 
vo durante o exame (4). 
Veterinária e Zootecnia 21 
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet. e Zootec. 2015 mar.; 
A aguda ocorre comumente em cães e 
gatos e existem diversos fatores que podem levar a erosões ou ulcerações gástricas, como o 
lamatório não esteroidal, a ingestão de substâncias corrosivas ou corpos 
). A gastrite crônica provém de infecções 
bacterianas, parasitárias ou fúngicas. Em especial, a infecção pela bactéria Helicobacter 
tem se demonstrado causa importante de gastrite crônica em cães e gatos (2,4). A 
se irregular, friável e enantemática; dependendo do grau de 
severidade, podemos encontrar presença de úlceras recobertas por fibrina e hematina, erosões 
Aparência endoscópica da gastrite erosiva. Setas evidenciando erosões. Mucosa apresentando-se 
podem ser encontradas em qualquer parte do estômago, podendo 
ser únicas ou múltiplas. As erosões são uma lesão da mucosa gástrica, que não se estende para 
). As causas das erosões são diversas, entre elas estresse, 
trauma por corpo estranho ou vômitos crônicos, ingestão de substâncias corrosivas, ingestão 
ipicamente são planas ou 
apresentam uma depressão mínima e focal. A base pode ser avermelhada, amarelada ou preta 
Diferentemente das erosões, as úlceras gástricas apresentam um comprometimento da 
porção muscular do estômago (2). As úlceras estão principalmente relacionadas ao uso de 
). As úlceras aparecem como 
se pela camada mucosa, 
atingindo a camada muscular. Na maioria das vezes são únicas. É importante fazer a 
biópsia. Usualmente apresentam bordos 
maioria das úlceras se 
). Podem estar apresentando 
ISSN Impresso 0102 -5716 ISSN Eletrônico 2178
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
22(1): 15-25. 
PÓLIPOS E NEOPLASIAS 
 
Os pólipos gástricos normalmente são achados de exame. 
ocasionar obstrução pilórica quando 
dimensões (2). São pouco diagnosticados
que encontrados, para a confirmação histológica de sua natureza (
(Figura 4) podem causar obstrução da eliminação gástrica, impedimento do peristaltismo 
normal decorrente da infiltração neoplá
mucosa gástrica. Há sinais clínicos como vômito, perda de peso e anorexia. Quase todas as 
neoplasias gástricas são primarias (
adenocarcinoma (2). Os pólip
que não desaparece com o máximo de insuflação; 
em forma de placa rasa, ou como lesões polipó
gástrico, podendo também ser massas infiltrativas que invadem inclusive a parede gástrica 
(2). 
Figura 4- Neoplasia em antro pilórico de cão (seta). Fonte: Arquivo pessoal.
 
 ESTENOSE PILÓRICA 
 
A estenose pilórica, também conhecida como síndrome hipertrófica antral pilórica 
gastropatia pilórica hipertrófica crônica, pode ser congênita ou adquirida. Causas comuns são 
neoplasias pilóricas, gastrite hipertrófica crônica e gastrite urêmica (2). Há um retardo no 
esvaziamento gástrico, dilatação gástrica e quadros eméticos recor
laboratoriais são normais (16
uma mucosa pilórica espessada, geralmente com presença de erosões. Muitas vezes não é 
possível o acesso ao duodeno (2).
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DUOD
 
O duodeno é de difícil acesso, principalmente em animais pequenos. O cuidado ao 
avançar o aparelho endoscópico é fundamental. A perfuração duodenal pode ocorrer 
principalmente em áreas fragilizadas. Os principais sinais de alteração duodenal consist
vômito, diarreia, melena e perda do apetite (
O achado mais comum em duodeno são as doenças inflamatórias. A duodenoscopia 
também é utilizada nos casos 
encontradas, tais como a presenç
presença de fluido linfático mucoide acumulado em lúmen intestinal. Para um diagnóstico 
definitivo de linfangectasia, biópsias são necessárias (2). 
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Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
normalmente são achados de exame. Em raros casos, pode 
nar obstrução pilórica quando são encontrados no antro e apresentam grandes 
pouco diagnosticados em cães e gatos, mas devem ser biopsiados sempre 
que encontrados, para a confirmação histológica de sua natureza (2). As neoplasias gástricas
podem causar obstrução da eliminação gástrica, impedimento do peristaltismo 
normal decorrente da infiltração neoplásica à parede gástrica, ulcerações
. Há sinais clínicos como vômito, perda de peso e anorexia. Quase todas as 
neoplasias gástricas são primarias (16), sendo que a neoplasia mais comum gástrica é o 
pólipos aparecem como uma protuberância séssil ou pedunculada, 
ece com o máximo de insuflação; já as neoplasias malignas podem aparecer 
ca rasa, oucomo lesões polipóides que se projetam para dentro
ser massas infiltrativas que invadem inclusive a parede gástrica 
 
Neoplasia em antro pilórico de cão (seta). Fonte: Arquivo pessoal. 
estenose pilórica, também conhecida como síndrome hipertrófica antral pilórica 
gastropatia pilórica hipertrófica crônica, pode ser congênita ou adquirida. Causas comuns são 
neoplasias pilóricas, gastrite hipertrófica crônica e gastrite urêmica (2). Há um retardo no 
esvaziamento gástrico, dilatação gástrica e quadros eméticos recorrentes. Os exames 
16). A endoscopia de um paciente com estenose pilórica revela 
uma mucosa pilórica espessada, geralmente com presença de erosões. Muitas vezes não é 
possível o acesso ao duodeno (2). 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DUODENAIS 
O duodeno é de difícil acesso, principalmente em animais pequenos. O cuidado ao 
avançar o aparelho endoscópico é fundamental. A perfuração duodenal pode ocorrer 
principalmente em áreas fragilizadas. Os principais sinais de alteração duodenal consist
vômito, diarreia, melena e perda do apetite (2). 
O achado mais comum em duodeno são as doenças inflamatórias. A duodenoscopia 
 de suspeita de linfangectasia; lesões macroscópicas podem ser 
encontradas, tais como a presença de focos brancos granulares multifocais na mucosa e a 
presença de fluido linfático mucoide acumulado em lúmen intestinal. Para um diagnóstico 
definitivo de linfangectasia, biópsias são necessárias (2). 
Veterinária e Zootecnia 22 
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet. e Zootec. 2015 mar.; 
Em raros casos, pode 
são encontrados no antro e apresentam grandes 
tos, mas devem ser biopsiados sempre 
). As neoplasias gástricas 
podem causar obstrução da eliminação gástrica, impedimento do peristaltismo 
sica à parede gástrica, ulcerações e inflamação da 
. Há sinais clínicos como vômito, perda de peso e anorexia. Quase todas as 
), sendo que a neoplasia mais comum gástrica é o 
os aparecem como uma protuberância séssil ou pedunculada, 
já as neoplasias malignas podem aparecer 
ides que se projetam para dentro do lúmen 
ser massas infiltrativas que invadem inclusive a parede gástrica 
estenose pilórica, também conhecida como síndrome hipertrófica antral pilórica ou 
gastropatia pilórica hipertrófica crônica, pode ser congênita ou adquirida. Causas comuns são 
neoplasias pilóricas, gastrite hipertrófica crônica e gastrite urêmica (2). Há um retardo no 
rentes. Os exames 
). A endoscopia de um paciente com estenose pilórica revela 
uma mucosa pilórica espessada, geralmente com presença de erosões. Muitas vezes não é 
O duodeno é de difícil acesso, principalmente em animais pequenos. O cuidado ao 
avançar o aparelho endoscópico é fundamental. A perfuração duodenal pode ocorrer 
principalmente em áreas fragilizadas. Os principais sinais de alteração duodenal consistem em 
O achado mais comum em duodeno são as doenças inflamatórias. A duodenoscopia 
de suspeita de linfangectasia; lesões macroscópicas podem ser 
a de focos brancos granulares multifocais na mucosa e a 
presença de fluido linfático mucoide acumulado em lúmen intestinal. Para um diagnóstico 
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22(1): 15-25. 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS
 
As doenças inflamatórias intestinais são muito comuns em cães e gatos. Somente o 
diagnóstico histopatológico pode concluir o caso. A mucosa intestinal pode apresentar
normal durante o exame endoscópico, e ainda assim, apresentar um processo inflamatório
histopatológico (2). A mucosa pode apresentar
de enantema também é um achado usual. Podem
bulboduodenal (2). 
 
NEOPLASIAS / LINFOMA 
 
As neoplasias intestinais são men
linfossarcoma e o adenocarcinoma são os tumores mais frequentemente encontrados em cães. 
O linfoma também é comumente encontrado, principalmente em felinos, sendo que o linfoma 
generalizado é o que apresenta maio
identificação endoscópica das neoplasias (Figura 5) está diretamente relacionada com a área 
intestinal afetada e se a mucosa também está alterada. Pode
mucosa e mudança focal de sua coloração de rosa para branco. Focos hemorrágicos são 
comuns. A visibilização de massas também
 
Figura 5. Neoplasia intestinal em um cão. Setas evidenciam lesão vegetativa, com alteração da coloração da 
mucosa e focos hemorrágicos. Fonte: Arquivo pessoal. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Conclui-se que o uso da endoscopia digestiva alta na Medicina Veterinária tem se 
tornado de grande aplicabilidade. Diversos casos que previamente se
cirurgia com o intuito de realização de biópsias ou retirada de corpos estranhos e pequenas 
neoplasias, são solucionados com o uso da endoscopia, tendo o paciente uma 
rápida recuperação. 
A endoscopia ainda possibilita o diagnóstico de diversas patologias, antes pouco 
diagnosticadas, também proporcionando aos pacientes um tratamento mais específico para 
cada enfermidade. 
 
 
ISSN Eletrônico 2178-3764 Veterinária e Zootecnia
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet.
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
As doenças inflamatórias intestinais são muito comuns em cães e gatos. Somente o 
histopatológico pode concluir o caso. A mucosa intestinal pode apresentar
endoscópico, e ainda assim, apresentar um processo inflamatório
mucosa pode apresentar-se normal, ou com irregularidades. A presença 
de enantema também é um achado usual. Podem-se encontrar erosões e úlceras em porção 
 
As neoplasias intestinais são menos comuns que os processos inflamatórios. O 
linfossarcoma e o adenocarcinoma são os tumores mais frequentemente encontrados em cães. 
O linfoma também é comumente encontrado, principalmente em felinos, sendo que o linfoma 
generalizado é o que apresenta maior facilidade de diagnóstico por exame endoscópico (2). A 
identificação endoscópica das neoplasias (Figura 5) está diretamente relacionada com a área 
intestinal afetada e se a mucosa também está alterada. Pode-se encontrar irregularidade de 
focal de sua coloração de rosa para branco. Focos hemorrágicos são 
comuns. A visibilização de massas também é usual (2). 
 
Neoplasia intestinal em um cão. Setas evidenciam lesão vegetativa, com alteração da coloração da 
mucosa e focos hemorrágicos. Fonte: Arquivo pessoal. 
SIDERAÇÕES FINAIS 
o uso da endoscopia digestiva alta na Medicina Veterinária tem se 
ornado de grande aplicabilidade. Diversos casos que previamente seriam encaminhados para 
com o intuito de realização de biópsias ou retirada de corpos estranhos e pequenas 
neoplasias, são solucionados com o uso da endoscopia, tendo o paciente uma 
A endoscopia ainda possibilita o diagnóstico de diversas patologias, antes pouco 
diagnosticadas, também proporcionando aos pacientes um tratamento mais específico para 
Veterinária e Zootecnia 23 
Silva LC, Machado VMV. O uso da endoscopia digestiva alta em pequenos animais. Vet. e Zootec. 2015 mar.; 
As doenças inflamatórias intestinais são muito comuns em cães e gatos. Somente o 
histopatológico pode concluir o caso. A mucosa intestinal pode apresentar-se 
endoscópico, e ainda assim, apresentar um processo inflamatório no 
se normal, ou com irregularidades. A presença 
se encontrar erosões e úlceras em porção 
os comuns que os processos inflamatórios. O 
linfossarcoma e o adenocarcinoma são os tumores mais frequentemente encontrados em cães. 
O linfoma também é comumente encontrado, principalmente em felinos, sendo que o linfoma 
r facilidade de diagnóstico por exame endoscópico (2). A 
identificação endoscópica das neoplasias (Figura 5) está diretamente relacionada com a área 
se encontrar irregularidade de 
focal de sua coloração de rosa para branco. Focos hemorrágicos são 
Neoplasia intestinal em um cão. Setas evidenciam lesão vegetativa, com alteração da coloração da 
o uso da endoscopia digestiva alta na Medicina Veterinária tem se 
riam encaminhados para 
com o intuito de realização

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