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Doenças do colágeno

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DOENÇAS DO COLÁGENO 
→ Artrite gotosa; Osteoartrose; Artrite 
Reumatoide; Lúpus eritematoso sistêmico; 
Espondilite Anquilosante e Febre reumática. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DOR ARTICULAR 
→ Para ser artrite, paciente deve apresentar dor 
+ 2 outros sinais cardinais (calor, rubor e 
edema), sendo o rubor o menos comum 
(acontece mais na artrite séptica). 
→ MONOARTRITE: 1 articulação é acometida. 
o Mesmo que todas articulações 
interfalangeanas proximais sejam 
acometidas, conta-se apenas como uma. 
o Se o punho for acometido, também é 
considerado uma só articulação, apesar 
de ter 2 ossos nesse local (ulna e rádio). 
→ OLIGOARTRITE (pauciarticular): poucas 
articulações acometidas (2 a 4). 
→ POLIARTRITE: 5 ou mais articulações. 
→ Artrite aguda: até 3 meses. 
→ Caráter mecânico: por desgaste, trauma, 
degeneração; piora com o uso. 
o Pode ter inflamação. 
o 2 tipos: DEGENERATIVA (osteoartrite, 
osteoartrose) e TRAUMÁTICA (trauma). 
→ Caráter inflamatório: melhora após 
movimentar a articulação (líquido acumulado 
nessas articulações). 
o Tipos: INFECCIOSA (Covid-19, 
chikungunya, zika, artrite séptica); 
METABÓLICA (gota) e INFLAMATÓRIA / 
AUTOIMUNE (AR, LES, espondilite e febre 
reumática - pós-infecciosa). 
COMO DIFERENCIAR AS DOENÇAS AUTOIMUNE? 
→ Envolvimento articular: ex - AR. 
o Predomínio periférico (mais comum; AR e 
LES) x Predomínio axial (quadril, ombros, 
coluna; ex: espondilite anquilosante) 
o Simetria (punho sendo acometido dos 2 
lados - não diz respeito a um grau de 
acometimento igual) x Assimetria 
→ Envolvimento sistêmico: ex - LES 
GOTA 
https://www.youtube.com/watch?v=bznoU5bke
4U&ab_channel=MedicosisPerfectionalis 
→ Artropatia microcristalina. 
→ Uma das doenças inflamatórias metabólicas 
mais frequentes. 
→ Mais comum em homens. 
→ HIPERURICEMIA: aumento do ácido úrico no 
sangue. Esse aumento, quando de forma 
crônica, faz com que o ácido úrico se 
deposite nas articulações e há formação de 
cristais. Quando agudiza, esses cristais 
inflamam e paciente cursa com dor (GOTA). 
 
FISIOPATOLOGIA 
→ Ácido úrico é um subproduto da quebra de 
ácido nucleicos nas células e também advém 
do consumo de carnes vermelhas, por serem 
ricas em purinas (quando metabolizadas, 
formam ácido úrico). 
→ ⅔ do ácido úrico são eliminados pelo rim, 
enquanto ⅓ é excretado pelo intestino 
 
→ Paciente pode desenvolver um quadro de 
gota por diversos motivos: 
o Ingesta aumentada de alimentos ricos em 
purinas (carnes vermelhas; cerveja; 
frutos do mar, como ostras; dentre 
outros); 
o Proliferação de células por neoplasias 
hematológicas; 
https://www.youtube.com/watch?v=bznoU5bke4U&ab_channel=MedicosisPerfectionalis
https://www.youtube.com/watch?v=bznoU5bke4U&ab_channel=MedicosisPerfectionalis
o Doenças renais ou uso de medicamentos 
que diminuam a eliminação de ácido 
úrico, como a hidroclorotiazida (deve-se 
evitar tiazídicos, nesses casos). 
QUADRO CLÍNICO 
→ Hiperuricemia assintomática: elevação de 
ácido úrico não associada a manifestações 
clínicas de gota e/ou nefropatia (mais de ⅔ 
paciente são assintomáticos). 
o Hiperuricemia aumenta a risco de 
desenvolvimento de DCV. 
→ ARTRITE GOTOSA AGUDA: paciente cursa 
com crises agudas. 
o Fatores provocativos das crises: trauma, 
álcool, medicamentos (diuréticos 
tiazídicos, aspirina), ingesta alimentar 
(carne vermelha, frutos do mar, miúdos, 
grãos) 
o Artrite súbita de forte intensidade: 
duração de 5 a 7 dias. 
o Envolvimento de membros inferiores. 
o Ataque inicial: 80% monoarticulares → 1ª 
articulação metatarsofalângica (50% - 
PODAGRA); outro local comum de ser 
acometido é o joelho 
→ GOTA TOFÁCEA CRÔNICA: articulações são 
destruídas e ficam cheias de infiltrados. 
o Geralmente ocorre 10 anos após crises 
agudas de gota. 
o Articulações tornam-se 
persistentemente inflamadas. 
o Intensidade dos sintomas é menor que na 
fase aguda. 
o Envolvimento poliarticular, incluindo 
pequenas articulações das mãos. 
o Formação de TOFOS: acúmulos de cristais 
nos tecidos de forma permanente 
(geralmente indolores). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
→ Líquido sinovial: pesquisa de cristais de 
monourato de sódio (cristais em forma de 
agulha); celularidade aumentada 
(neutrófilos) 
→ Ácido úrico sérico elevado. 
→ Urina de 24 horas: uricosúria (eliminação de 
ácido úrico pela urina) normal a aumentada 
(pacientes hiperprodutores - rim está 
tentando compensar) ou pode estar 
diminuída (hipoexcretores). 
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO 
 
LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) 
https://www.youtube.com/watch?v=0junqD4BL
H4&t=13s&ab_channel=Osmosis 
→ Doença inflamatória crônica de etiologia 
autoimune que acomete diversos órgãos e 
sistemas. 
→ Acomete principalmente mulheres 10:1 (30 -
40 anos). 
→ Patogenia: desregulação da resposta imune 
humoral com formação de autoanticorpos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ Queixas sistêmicas; cutâneas; osteo-
musculares; articulares; hematológicas; 
pulmonares; cardíacas; vasculares; renais; 
neuro-psiquiátricas; gastrintestinal; oculares. 
→ Manifestações gerais: febre, fadiga, anorexia, 
perda de peso e mialgias. 
→ Músculo-esqueléticas: artralgias, poliartrite 
simétrica e não erosiva; artropatia de 
Jaccoud (deformidade redutiva ao 
movimento passivo em pés e mão; não há 
destruição da articulação) e miosite. 
 
→ Nefrite lúpica: acometimento do rim - 
edema e HAS; urina espumosa; proteinúria e 
hematúria. 
→ Serosite (inflamação da serosa/membrana 
externa de um órgão ou tecido) 
https://www.youtube.com/watch?v=0junqD4BLH4&t=13s&ab_channel=Osmosis
https://www.youtube.com/watch?v=0junqD4BLH4&t=13s&ab_channel=Osmosis
o pericárdio: pericardite (inflamação do 
revestimento do coração) → derrame 
pericárdico. 
o pleura: pleurite (inflamação da pleura) 
→ derrame pleural 
→ Anemia 
o doença crônica 
o autoimune: hemolítica 
→ Leucopenia: neutropenia e/ou linfopenia 
→ Plaquetopenia 
→ Lúpus neonatal: anticorpos da mãe passam 
via placenta para o bebê que nasce com 
sintomas de LES (não há presença da doença, 
somente das manifestações clínicas; depois 
que nascer, esses sintomas cessam) 
o Manifestação mais grave: bloqueio 
cardíaco congênito (bebê necessita de 
marca-passo). 
→ Síndrome antifosfolípide (SAF): estado de 
hipercoagulabilidade - indivíduo torna-se 
mais propenso a eventos trombóticos, 
abortamento e complicações na gravidez 
(baixo crescimento uterino). 
o Trata-se com anticoagulante. 
CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS 
→ Paciente deve preencher 4 critérios, sendo 1 
referente aos autoanticorpos e 3 das demais 
manifestações clínicas. 
→ Rash malar: poupa sulco nasolabial 
 
→ Rash discoide 
→ Fotossensibilidade 
→ Úlceras orais 
→ Artrite 
→ Serosite: pleurite / pericardite 
→ Nefrite 
→ Alteração neurológica: convulsão / psicose 
→ Alteração hematológica: anemia, ↓ 
leucócitos, ↓ plaquetas 
→ Alterações imunológicas: anti Sm, anti DNA, 
anticorpo anticardiolipina. 
→ FAN (fator antinuclear) 
EXAMES COMPLEMENTARES 
→ Autoanticorpos: FAN - mix de anticorpos (não 
é específico). 
mais comum do LES 
Anti-DNA (contra DNA; presente em períodos de 
doença ativa), anti Sm (contra RNA), anti SSA, 
anti SSB. 
→ Exames gerais para analisar atividade da 
doença: 
o VHS: velocidade de hemossedimentação; 
quanto mais inflamado, mais proteínas 
estarão presentes no sangue, logo mais 
rápido sedimenta. 
o PCR: proteína C reativa - relacionada a 
inflamação, logo quanto maior, mais 
inflamado paciente estará. 
→ Exames específicos conforme o órgão 
envolvido: sumário de urina, proteinúria de 
24h, hemograma, TC e RM. 
ARTRITE REUMATOIDE (AR) 
→ Artrite inflamatória (inflamação da sinóvia). 
 
→ Doença poliarticular, difusa/múltipla 
(aditiva), simétrica, deformante, não pega 
esqueleto axial e poupa articulação 
interfalangeana distal. 
→ Acomete mulheres mais velhas (> 40 anos). 
→ Doença autoimune: imunidade celular - 
linfócitos T. 
→ Predisposição genética: HLA-DR4. 
→ Etiologia viral? parvovírus, epsteinbar 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ Envolvimento predominante articular 
(principais articulações acometidas: mão, 
punho e pé) 
→ Pouco envolvimento extra-articular (5%): 
paciente pode cursar com nódulo pulmonar, 
arritmia, dentre outros. 
MANIFESTAÇÕES TARDIAS 
→ Deformidade nas mãos (não é possível 
reduzir): atingem as articulações 
metacarpofalangeanas. 
 
→ Deformidades nas articulações 
interfalangeanas: Dedos em botoeira 
(proximal) e em pescoço de cisne (distal). 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
→ Radiológicos (raio X articular, USG e RM): 
identificação de erosão e destruição das 
articulações. 
 
→ Laboratoriais: Fator Reumatoide (FR) e Anti 
CCP (anticorpo antipeptídeo citrulinado 
cíclico). 
o Para acompanhar atividade da doença: 
VHS e PCR. 
https://www.youtube.com/watch?v=EB5zxdAQ
GzU&ab_channel=Osmosis 
ESPONDILITE ANQUILOSANTE 
https://www.youtube.com/watch?v=XJZUUgrpF
oo&ab_channel=Osmosis 
→ Faz parte das artrites soronegativas (não 
existem anticorpos relacionados). 
→ Doença autoimune inflamatória crônica. 
→ Paciente apresenta rigidez matinal 
prolongada, lombalgia e dor alternante em 
nádegas. 
→ Acomete esqueleto axial (coluna) + 
sacroilíacas (acometimento inicial nessa 
região óssea). 
o Paciente apresenta dor lombar baixa de 
caráter inflamatório devido a sacroileíte. 
o Se não é feito o diagnóstico 
precocemente, paciente evolui para 
fusionamento da coluna. 
o É raro um acometimento periférico. 
→ Acomete mais frequentemente homens (20 a 
30 anos). 
FISIOPATOLOGIA 
→ Processo inflamatório é seguido por 
ossificação dos ligamentos da coluna e das 
articulações envolvidas (coluna, sacroilíacas). 
→ Colágeno dos discos intervertebrais são 
destruídos devido quadro inflamatório e 
substituídos por fibrina, ocorrendo uma 
posterior ossificação (sentido de baixo para 
cima). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
→ Extra-articulares: 
o ENTESITE: inflamação das enteses (locais 
de inserção do ligamento no osso). 
https://www.youtube.com/watch?v=EB5zxdAQGzU&ab_channel=Osmosis
https://www.youtube.com/watch?v=EB5zxdAQGzU&ab_channel=Osmosis
https://www.youtube.com/watch?v=XJZUUgrpFoo&ab_channel=Osmosis
https://www.youtube.com/watch?v=XJZUUgrpFoo&ab_channel=Osmosis
• Tendão de aquiles é acometido por 
edema. 
o UVEÍTE: inflamação da úvea 
(revestimento interior pigmentado do 
olho); aguda, unilateral e caráter 
recorrente. 
 
EXAME FÍSICO 
→ POSTURA DE ESQUIADOR: anteriorização da 
cabeça, retificação da lordose cervical e 
aumento da cifose dorsal. 
 
MANOBRAS 
→ Paciente cursa com diminuição da amplitude 
de movimentos. 
→ DISTÂNCIA OCCIPITO 
PAREDE: avaliação da 
coluna cervical; paciente 
não consegue tocar na 
parede, por ossificação da 
coluna como um todo. 
→ TESTE DE SCHOBER: avalia 
mobilidade da coluna lombar. 
 
 
→ TESTE DE PATRICK-FABERE: É realizado com 
paciente em decúbito dorsal, joelho e quadril 
fletidos, sendo o pé apoiado sobre o joelho 
contralateral (em forma de 4). A pelve do 
paciente é estabilizada por uma das mãos do 
examinador, enquanto a outra exerce 
pressão sobre o joelho. 
o SACROILEÍTE: dor lombar e irradiada para 
região inguinal contralateral (sacroilíaca 
do outro lado é avaliada 
simultaneamente). 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
→ Laboratório: 
o VHS normal ou aumentado. 
o PCR ultrassensível elevado. 
o Pesquisa de HLA B27 (gene associado ao 
processo autoimune). 
→ Exames de imagem: achados mais precoces 
são vistos na RM e dizem respeito à 
inflamação; já a ossificação é um achado mais 
tardio, sendo visto em Raio X (coluna em 
bambu). 
 
hipersinal - inflamação 
FEBRE REUMÁTICA 
→ Doença autoimune e inflamatória que 
acomete crianças e adolescentes (5 aos 15 
anos), sendo possível ver complicações dessa 
doença em adultos (sequela valvar ou a valva 
cardíaca continua se deteriorando ao 
decorrer da vida). 
o A doença clínica é autolimitada, mas os 
danos às válvulas cardíacas podem 
tornar-se crônicos e progressivos → alta 
morbidade e mortalidade. 
→ Trata-se de uma complicação tardia, 
decorrente de um processo inflamatório 
(imunológico) posterior a uma infecção da 
orofaringe → complicação pós infecciosa. 
o Agente infeccioso: estreptococo beta-
hemolítico do grupo A - proteínas M 
desse estreptococo compartilham 
epítopos (locais antigênicos 
determinantes reconhecidos pelos 
anticorpos) com proteínas localizadas nas 
sinoviais, na musculatura cardíaca e nas 
valvas cardíacas, causando artrite, cardite 
e lesão valvar → reação imune cruzada. 
o A faringite ocorre geralmente 2 a 4 
semanas antes do início dos sintomas de 
FR. 
QUADRO CLÍNICO 
→ Manifestações precoces: 
o 1 semana após quadro de 
amidalite/faringite, paciente cursa com 
febre, artrite (oligoartrite ou poliartrite 
migratória - some de um local e aparece 
em outro, com predileção por grandes 
articulações; não deixa sequelas). 
o 3 semanas após a infecção o paciente 
apresenta cardite (manifestação mais 
grave; pancardite ou 
isolada/endocardite; única que deixa 
sequela - lesão valvar) 
→ Manifestações tardias: 
o COREIA DE SYDENHAN: 10-40% dos 
casos; mais frequente no sexo feminino; 
acometimento do SNC; início se dá em 
meses após a infecção e pode durar 
vários meses; caracterizada por 
movimentos involuntários de região 
distal de membros e face. 
https://youtube.com/shorts/N1meppgaPoQ?fea
ture=share 
o NÓDULO SUBCUTÂNEO (5-10% dos casos 
- raro): associado a cardite; indolor e 
móvel; encontrado em superfície 
articular, proeminência óssea e couro 
cabeludo. 
o ERITEMA MARGINATUM: 
associa-se com cardite; 
borda vermelha e centro 
claro; serpiginosas; não 
doloroso ou pruriginoso; 
situa-se principalmente em 
tronco e região proximal; 
curta duração. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
→ Sorológico: ASLO (anticorpo 
antiestreptolisina O) - substância produzida 
por estreptococo do grupo A (pico em 2 
semanas); útil na criança. 
→ Para acompanhar atividade da doença 
(provas de atividade inflamatória estarão 
aumentadas): VHS, PCR 
→ ECG: identificação de bloqueios cardíacos. 
→ Ecocardiograma: avaliação de derrame 
pericárdico e disfunções valvares. 
https://youtube.com/shorts/N1meppgaPoQ?feature=share
https://youtube.com/shorts/N1meppgaPoQ?feature=share

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