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Tumores Cerebrais Tumores cerebrais são comuns na população geral e sua prevalência tem aumentado devido não somente aos avanços no diagnóstico, como também no manejo e sobrevida dos pacientes com esses tumores. Para o Brasil, estimam-se 5.870 casos novos de câncer do sistema nervoso central (cérebro principalmente) em homens e 5.220 em mulheres, para cada ano do triênio 2020-2022. Diante deste cenário, ressalta-se o papel vital dos profissionais da saúde no diagnóstico adequado dos tumores cerebrais e na complexa coordenação do cuidado do paciente. Definição e classificação quanto à origem Tumores cerebrais constituem massas de células anormais, neoplásicas ou não, compreendidas dentro do crânio. Independentemente do sítio primário do qual as células tumorais no cérebro advenham, todos os tumores cerebrais são potencialmente fatais (figura 1). Considerando ainda que o cérebro está confinado ao crânio, não há possibilidade de expansão à medida que a massa tumoral cresce. Por conseguinte, o tumor pode comprimir e deslocar o cérebro, podendo causar edema do tecido e bloqueio da dinâmica do líquido cefalorraquidiano com consequente aumento da pressão intracraniana e herniação do tecido cerebral. Tumores cerebrais primários tem sua origem no cérebro e costumam não metastizar para outras partes do corpo. Esses tumores podem ser benignos ou malignos. Os tumores primários benignos são indolentes com margens bem definidas que raramente se disseminam. Ainda que as células deste tumor não sejam malignas, elas podem configurar um risco de vida a depender da localização, acometendo uma área vital do cérebro. Os tumores primários malignos crescem rapidamente sem regularidade de margem, acometendo regiões cerebrais próximas. Tumores cerebrais secundários, referidos também como metástases intracranianas, têm sua origem em outra localização do corpo. Os tumores primários que comumente originam metástases cerebrais são as neoplasias de pulmão, mama e melanoma. Figura 1. Tumores cerebrais podem crescer a partir de nervos (neuroma), da dura máter (meningioma), da hipófise (craniofaringioma ou adenoma de hipófise), ou do próprio parênquima cerebral (glioma). Fonte: Mayfield Clinic Tipos de tumores cerebrais Há mais de 120 tipos de tumores cerebrais, sendo os mais prevalentes as metástases intracranianas, os meningiomas e os gliomas. Quanto aos tumores mais comuns temos: Gliomas: o Astrocitoma: pilocítico (grau I), difuso (grau II), Resumos Neuro-oncologia Graziele Gleice – Medicina FCM-PB/AFYA anaplásico (grau III) e glioblastoma (grau IV); o Oligodendroglioma (grau II): anaplásico (grau III); o Ependimoma (grau II): anaplásico (grau III). Craniofaringioma; Epidermoide; Linfoma; Meningioma; Schwannoma (neuroma); Adenoma hipofisário; Pinealoma; Meduloblastoma. Os tumores cerebrais são classificados com base no tipo celular (neurônios e células gliais, especificando qual célula da glia) e no grau (tabela 1). Os tumores cerebrais costumam ter diferentes graus em um mesmo tumor, podendo mudar enquanto crescem. Sintomas dos tumores cerebrais Os tumores comprometem o cérebro por destruição do tecido normal, compressão e aumento da pressão intracraniana. Os sintomas associados à doença dependem do tipo, do tamanho e do local do tumor (figura 2): Figura 2. Topografia cerebral. Fonte: Mayfield Clinic. Lobo frontal: mudanças emocionais e de comportamento; julgamento, motivação e inibição prejudicados; perda de visão e olfato prejudicado; paralisia de um lado do corpo; habilidades mentais reduzidas e perda de memória. Lobo parietal: fala comprometida; problemas para escrever, desenhar e nomear; desordens espaciais e de coordenação. Lobo occipital: perda de visão uni ou bilateral; visão turva; alucinações. Lobo temporal: dificuldade de fala e compreensão da linguagem; problemas de memória de longo e curto prazo; comportamento agressivo. Tronco encefálico: mudanças emocionais e de comportamento; dificuldade para falar e deglutir; tontura; perda auditiva; fraqueza muscular de um lado da face ou do corpo; marcha sem coordenação; pálpebra caída ou visão dupla; vômito. Hipófise: aumento de secreção hormonal (síndrome de Cushing, acromegalia); amenorreia; secreção de leite; libido diminuída. Diagnóstico dos tumores cerebrais Exames neurológicos como checagem do estado mental e memória, função dos nervos cranianos, força muscular, coordenação, reflexo e resposta a estímulo doloroso fazem parte da linha de frente para o diagnóstico. Exames de imagem também auxiliam no diagnóstico. A tomografia computadorizada (TC), associada ou não a contraste, utiliza raio-x e permite a visualização do cérebro em cortes. A TC é muito útil para visualizar estruturas ósseas. A ressonância magnética (RM) utiliza um campo magnético e ondas de radiofrequência para prover uma visão detalhada de tecidos moles do cérebro. A RM associada ou não a contraste analisa o cérebro em cortes sob uma dimensão 3D e é muito útil para detectar lesões cerebrais e seu efeito nos tecidos adjacentes (figura 3). Figura 3. Ressonância magnética de tumor benigno e maligno. Tumores benignos possuem margens bem definidas, enquanto que os malignos tem bordas mais irregulares, com invasão de tecidos adjacentes. Fonte: Mayfield Clinic. A biópsia do tumor cerebral é feita quando um diagnóstico não for claramente identificado, permitindo determinar que tipo de tumor está presente. A biópsia pode ser feita durante a cirurgia ou como um procedimento utilizando agulha (figura 4). Figura 4. Biópsia por agulha, em que uma cânula é introduzida até o tumor e uma amostra é retirada para avaliação pelo patologista. Fonte: Mayfield Clinic. Tratamento dos tumores cerebrais O tratamento varia de acordo com o tipo de tumor, estadio, tamanho, localização, se ocorreu disseminação, e condições do paciente (idade e estado geral). O tratamento pode ser curativo ou paliativo, sendo o objetivo a remoção cirúrgica total ou mais abrangente possível para minimizar a chance de recidiva. Caso a cirurgia não consiga remover completamente o tumor, a radio e a quimioterapia podem ser empregadas. Observação: a observação também é uma opção válida de tratamento, especialmente para tumores benignos e indolentes que apresentam poucos sintomas. Medicamentos: esteróides (dexametasona) são usados para controle do edema ao redor do tumor e devem ser prescritos em associação a protetores gástricos (famotidina, pantoprazol). Furosemida ou manitol também são empregados para controlar o edema e inchaço cerebrais. Anticonvulsivantes (fenitoína, ácido valproico, carbamazepina e levetiracetam) também são recomendados para esses pacientes. Cirurgia: é o tratamento de escolha para tumores que possam ser alcançados sem causar grandes danos a partes vitais do cérebro. O procedimento envolve uma craniotomia (figura 5), cirurgia guiada por imagem, fluorescência tumoral, TC ou RM intraoperatória e mapeamento funcional do cérebro. Figura 5. Craniotomia para excisão de tumor cerebral. Fonte: Mayfield Clinic. Termoablação a laser: tratamento minimamente invasivo utilizando um cateter guiado em tempo real por RM. Radioterapia: a técnica utiliza raios de alta energia que danificam o DNA das células, impossibilitando-as da divisão e crescimento. Tumores agressivos tendem a responder rapidamente à radiação. Tumores benignos têm efeito demorado devido à indolência da sua replicação. Os feixes de radiação são moldados para o tumor, minimizando a exposição do tecido normal ao tratamento. Figura 6. Radioterapia. Fonte: Mayfield Clinic. Quimioterapia: o tratamento envolve o dano das células anormais, impedindo sua divisão. Apesar de também alvejar células normais, estas se recuperam melhor que as célulasanormais. O tratamento é administrado em ciclos com períodos de recuperação de células sadias. As drogas mais comumente empregadas no tratamento dos tumores cerebrais são a temozolamida e o bevacizumabe. A quimioterapia também pode ser empregada para aumentar a morte tumoral durante a radioterapia. Ressalta- se que essa modalidade é tipicamente usada no tratamento de gliomas de alto grau (não é rotina no tratamento de tumores benignos). Terapia adjuvantes: compreendem imunoterapia, terapia gênica e câmara hiperbárica – esta última para otimizar a resposta do tumor à radioterapia. Seguimento e prevenção Medidas de suporte variam de acordo com o comprometimento sofrido pelo paciente (por exemplo cadeira de rodas, bengala ou andador). Mudanças no estado mental também devem ser monitoradas. Reabilitação pode envolver avaliação do controle do movimento, da fala, da visão e do raciocínio, além do estado emocional, comportamental e cognitivo do paciente. Fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia também podem ser necessárias para melhorar ou corrigir funções perdidas. Quando da recorrência da doença, depende muito do tipo e localização do tumor. Um seguimento deve ser estabelecido para cada paciente a fim de monitorizar recidivas utilizando exames de imagem a cada 3, 6 ou 12 meses, dependendo do tumor. Os tumores cerebrais (TC) se caracterizam pela multiplicação acentuada das células do Sistema Nervoso (SN). Os tumores em geral podem ser classificados em benignos ou malignos. Os benignos são massas de células, as quais se multiplicam de forma lenta, se assemelhando ao tecido original; já os malignos têm o crescimento desordenado das células e podem invadir tecidos e órgãos. Estes tumores malignos são também chamados de câncer (Barros et al., 2012). As causas do câncer são variadas, podendo ser de ordem interna ou externa ao organismo (Instituto Nacional do Câncer – INCA, 2016). Entretanto, na literatura são encontrados mais estudos referentes aos TC malignos (INCA, 2016). Os TC representam 5% das neoplasias, sendo alguns mais agressivos e outros com alta porcentagem de cura. Frequentemente o tratamento indicativo é cirurgia, radioterapia, quimioterapia isoladamente ou de forma combinada (Verissimo & Valle, 2006). A radioterapia e a quimioterapia utilizam-se de mecanismos para cessar ou destruir as células tumorais, enquanto se subdividem. A radioterapia com a radiação ionizante, podendo ser utilizada após a cirurgia para destruir possíveis células tumorais residuais e a quimioterapia com os fármacos para causar efeito tóxico nas células tumorais (Pereira & Maia,2016). Percebe-se que os TC não são os mais frequentes entre os vários tipos de tumores malignos, mas o número de casos identificados na região Sul mostra-se crescente, sendo necessária uma maior compreensão sobre os mesmos. Os TC têm incidência anual, no Brasil, de 9.0 por 100 mil. Segundo dados do INCA, em 2014, os casos em homens referentes ao câncer do Sistema Nervoso Central (SNC). Em relação aos tipos de TC, os mais frequentes são os gliomas, destacandose, dentre eles, os oligodendrogliomas e astrocitomas (Barros et al., 2012; INCA, 2014). O astrocitoma tem sua origem dos astrócitos que são o tipo de tumor cerebral mais aparente, classificando-se do grau I até ao grau IV (sendo grau I menos invasivo e grau 5 mais invasivo e com crescimento rápido). O mesmo ocorre com os oligodendrogliomas que tem sua origem nos oligodendrócitos (Pereira & Maia, 2016). Os gliomas podem ser de baixo grau ou alto grau. Os considerados de baixo grau tendem a ser de crescimento lento, mas podem se tornar mais agressivos e de rápido crescimento ao longo do tempo. Já os tumores de alto grau (como o glioblastoma multiforme, por exemplo) tem crescimento rápido e são mais agressivos. Conforme a literatura, há outros tipos de tumores comuns, os quais incluem os meningiomas, ependimomas, meduloblastomas e gangliomas. Todos estes podem ser benignos ou malignos (Barros, 2012; INCA, 2014; Ministério da Saúde, 2015). Os gliomas; células da glia que tem como função suporte e proteção dos neurônios; são os tumores primários mais frequentes do SNC (Barros, 2012; INCA, 2014; Ministério da Saúde, 2015). Segundo Giovagnoli (2012), independentemente da localização do câncer, há alterações 141 Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, vol. 10, n. 2, p. 137-160, Jul.-Dez., 2018 - ISSN 2175- 5027 no funcionamento cerebral do indivíduo acometido por essa enfermidade. É, contudo, a histologia, a progressão da doença, a neurotoxicidade e a reorganização neural que contribuem para determinação do nível de disfunção cognitiva do indivíduo. Sabe-se que dificuldades cognitivas, como de memória, percepção visual-espacial, orientação espaço-tempo, atenção e funções executivas, podem ocorrer em quase todos pacientes com TC (Giovagnoli, 2012). O tratamento depende, inicialmente, de aspectos como as características idiossincráticas, o histórico e a condição funcional do paciente, e também a localização e extensão do tumor. Normalmente, ocorrendo o processo de cirurgia quimioterapia e radioterapia (Pereira & Maia, 2016). Segundo Pereira e Maia (2016) a forma de tratamento comumente indicada é o procedimento cirúrgico, denominado de ressecção completa ou total. Observa-se que tumores localizados no SNC (oligodendrogliomas, astrocitomas, meningiomas, ependimomas, meduloblastomas, gangliomas e glioblastoma multiforme sendo eles benignos e malignos) podem causar prejuízos cognitivos aos pacientes. Compreende-se como importante a realização de avaliação neuropsicológica para melhor identificar a gravidade da disfunção e determinar quais os prejuízos gerados (Pereira et al., 2016). A avaliação neuropsicológica pode ser realizada, anteriormente ao procedimento cirúrgico, para uma compreensão/mapeamento das dificuldades do paciente. E após o procedimento cirúrgico para identificar possíveis alterações ocasionadas pela retirada do tumor (Pereira & Maia,2016). Objetiva-se, com a avaliação neuropsicológica, a identificação das potencialidades e dos déficits dos pacientes em tratamento de TC (Barros, 2012). Portanto, o objetivo geral deste estudo foi o de identificar e descrever os principais prejuízos cognitivos associados aos TC, através de uma revisão sistemática da literatura. Os objetivos específicos foram os seguintes: 1) determinar os principais testes (neuro)psicológicos utilizados na avaliação dos pacientes; 2) identificar as regiões cerebrais e os tipos de TC mais frequentemente pesquisados através de avaliação neuropsicológica. Os tipos de TC mais evidenciados na busca realizada foram os gliomas de alto grau (mais agressivos), e os de baixo grau (tumores de crescimento lento) (Grier & Batchelor, 2006). Todavia, além dos gliomas, que foram citados em 15 dos artigos encontrados, evidenciou-se também outros tipos de tumores, como astrocitoma (7 estudos), oligodendroglioma (7 estudos), glioblastoma (5 estudos), metástase cerebral (1 estudo), ependimoma (2 estudos), neuroepitelial (3 estudos), meningioma (1 estudo) e não especificados quanto ao tipo (3 estudos). Nos estudos analisados, esses tumores, estão relacionados as disfunções cognitivas. Os TC relacionados ao prejuízo de memória/aprendizagem são: glioma; Glioblastoma; Astrocitoma; Oligodendroglioma; Tumores neuroepiteliais; Metástases cerebrais. Quanto aos correlacionados a atenção, todos os tipos de tumores citados acima foram evidenciados, exceto as metástases. Os TC relacionados ao funcionamento executivo foram glioma; glioblastoma; astrocitoma; meningioma e ependimoma. Segundo dados apresentados o tratamento mais utilizado foi o cirúrgico de remoção total. Em contrapartida, 9 dos estudos indicaram de forma mais detalhada os sistemas de memória em que apareceram prejuízos. Por exemplo, a memória de trabalhofoi mencionada por Mu et al. (2012), por Baxendale et al. (2013) e por Maesawa et al. (2015). A disfunção de memória de natureza verbal foi citada por Giovagnoli et al. (2007), Blonski et al. (2012), Miotto et al. (2011), Baxendale et al. (2013) e Goebel et al. (2013). Já as memórias não verbais foram achados das investigações de Braun et al. (2008), Miotto et al. (2011) e Talacchi et al. (2013). Em relação às disfunções atencionais, estas foram evidenciadas em cincos dos estudos (Bosma et al., 2008; Fliessbach et al., 2010; Gehring et al., 2009; Maesawa et al., 2015; Prabhu et al., 2010). Contudo, os estudos não esclarecem os componentes atencionais prejudicados. No que diz respeito às disfunções executivas, estas são mencionadas em seis estudos (Bosma et al., 2008; Blonski et al., 2012; Cipolotti et al., 2015; Correa, 2008; Miotto et al., 2011; Noll et al., 2014). Salienta-se que apenas no estudo de Miotto et al. (2011) foram citados os componentes executivos avaliados – os autores citam os componentes de flexibilidade mental, fluência verbal e velocidade de processamento. Como os processos executivos não são um construto unitário e requerem o uso de múltiplas tarefas, torna-se importante mencionar quais os componentes alvo da investigação. Em relação às funções cognitivas avaliadas e os testes selecionados, é importante salientar dois vieses por parte dos pesquisadores. Estes vieses foram observados em relação a diversas funções investigadas nos estudos. O primeiro viés diz respeito à seleção dos testes. Por exemplo, ao escolher avaliar sistemas de memória em pacientes com TC temporal, é possível que os autores tenham ignorado outros prejuízos, que não de memória. Por exemplo, em Bizzi et al. (2012), os autores avaliaram um grupo de pacientes com déficits de linguagem através de tarefas específicas para essa função cognitiva. Porém, não há relato de uso de instrumentos que avaliem outras funções, como memória e processos executivos, por exemplo. Então, é possível que os pacientes avaliados por Bizzi et al. (2012) podem ter comprometimentos cognitivos não 154 Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, vol. 10, n. 2, p. 137-160, Jul.-Dez., 2018 - ISSN 2175-5027 identificados. O segundo viés diz respeito a destacar déficits cognitivos específicos sem utilizar paradigmas e/ou testes adequados para os referidos déficits. Por exemplo, ao utilizar um teste de inteligência, não é possível concluir que houve alterações de memória episódica. Um exemplo desta conduta pode ser observado em Braun et al. (2008), que utilizaram o teste Matrizes Progressivas de Raven, que avalia o fator g de inteligência, e concluíram que existem déficits nos pacientes em memória não verbal e em memória de curto prazo. Porém, não foram utilizados testes que investigam estes sistemas de memória. Outro exemplo pode ser visto no estudo de Fleming et al. (2014), que faz uso do WAIS IV, que não tem tarefas de recordação, e declara prejuízos de evocação tardia. O primeiro objetivo específico diz respeito aos instrumentos utilizados na avaliação dos TC. Salienta-se que, em muitos dos estudos analisados, foram utilizados testes clássicos de avaliação da inteligência. Porém, na maioria das situações, a inteligência não foi descrita como construto alvo da avaliação neuropsicológica enquanto possível disfunção decorrente ou relacionada aos TC. A única exceção diz respeito ao estudo de Baxendale et al. (2013), em que o WAIS III foi utilizado no intuito de avaliar o nível intelectual dos pacientes com TC. Entre os testes utilizados, destaca-se o uso de versões das Escalas Wechsler de Inteligência (WASI, WAIS-III e WAIS-IV) e as Matrizes Progressivas de Raven. No que diz respeito às Escalas Wechsler, estas foram utilizadas em 12 dos estudos localizados na busca (Amiez et al., 2008; Baxendale et al., 2013; Blonski et al., 2012; Cipolotti et al., 2015; Fleming et al., 2014; Gehrinh et al., 2009; Gennaro et al., 2006; Goebel et al., 2013; Maesawa et al., 2015; Miotto et al., 2011; Mu et al., 2012; Ralph et al., 2010). Em relação às Matrizes Progressivas, cinco dos estudos mencionam uma versão em cores para adultos (Cipolotti et al., 2015; Gennaro et al., 2006; Giovagnoli et al., 2007; Ralph et al., 2010; Talacchi et al., 2013) e um estudo cita o uso da versão alemã do instrumento (Braun et al., 2008). Em quatro dos estudos analisados, os autores relataram déficits neuropsicológicos sem utilizar avaliações formais (Bosma et al., 2008; Campennı et al., 2015; Curey et al., 2012; Otten et al., 2012; Prabhu et al., 2010). Desta forma, os prejuízos cognitivos relatados são baseados em exames clínicos e de neuroimagem, bem como em escalas. Além disso, dois dos estudos citam a utilização de avaliação neuropsicológica (Campanella et al., 2008; Meguins et al., 2015), mas os testes e/ ou tarefas usados nestes dois estudos não são mencionados. Em relação ao segundo objetivo específico, este diz respeito à localização dos TC. Os estudos encontrados mostraram que os TC em cuja investigação foi utilizada avaliação neuropsicológica têm ocorrência mais frequente nos lobos temporais (n=12) e frontais (n=12). Dois outros estudos mencionam TC de caráter difuso ou global (Blonski et al., 2012; Bosna et al., 2008). Em apenas um dos 31 estudos o lobo parietal foi citado como tema central de investigação (Talacchi et al., 2013). Em outros três estudos a localização do TC não é determinada (Fliessbach et al., 2010; Gehring et al., 2009; Goebel et al., 2013). Resumo : Tumores cerebrais Um tumor do cérebro pode ser um crescimento no cérebro não canceroso (benigno) ou canceroso (maligno). Ele pode ter origem no cérebro ou ter se espalhado (metástase) para o cérebro a partir de uma outra parte do corpo. Os sintomas podem incluir cefaleias, alterações de personalidade (como ficar deprimido, ansioso ou desinibido), fraqueza, sensações anormais, perda de equilíbrio, dificuldade de concentração, convulsões e falta de coordenação. Os exames de imagem podem detectar tumores cerebrais, mas muitas vezes é necessária uma biópsia do tumor para se ter certeza. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação deles. (Consulte também Considerações gerais sobre tumores do sistema nervoso e Alguns tumores cerebrais específicos). Os tumores cerebrais são ligeiramente mais comuns entre os homens do que entre as mulheres. Somente meningiomas, que são geralmente não cancerosos, são mais comuns entre as mulheres. Tumores cerebrais podem surgir em qualquer idade. O tipo mais sério de tumor cerebral, glioblastoma, está se tornando mais comum entre pessoas idosas à medida que a população envelhece. Tumores cerebrais, cancerosos ou não, podem causar sérios problemas, uma vez que o crânio é rígido e não proporciona espaço para o tumor se expandir. Além disso, se os tumores se desenvolverem em regiões próximas ao cérebro que controlam as funções vitais, eles podem causar problemas, tais como fraqueza, dificuldade para andar, perda de equilíbrio, perda parcial ou completa da visão, dificuldade em compreender ou usar a linguagem e problemas com a memória. Tumores cerebrais podem causar problemas nas seguintes formas: Invadindo diretamente e destruindo o tecido cerebral Exercendo pressão direta sobre o tecido próximo Aumentando a pressão no interior do crânio (pressão intracraniana) porque o tumor ocupa espaço e o crânio não consegue se expandir para acomodá-lo Provocando o acúmulo de líquido no cérebro Bloqueando a circulação normal do líquido cefalorraquidiano através dos espaços no interior do cérebro, causando o alargamento dos espaços Provocando sangramento Classificação dos tumores cerebrais Existem dois tipos principais de tumores cerebrais: Primária: Os tumores primários têm origem nas célulaslocalizadas dentro do cérebro ou próximas dele. Podem ser cancerosos ou não cancerosos. Secundária: Esses tumores são metástases. Isto é, eles são originários de outra parte do corpo e se espalharam para o cérebro. Desta forma, são sempre cancerosos. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-tumores-do-sistema-nervoso https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-tumores-do-sistema-nervoso https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502212_pt Tumores primários Os tumores primários mais comuns incluem Gliomas (incluindo astrocitomas, oligodendrogliomas e glioblastomas) e ependimomas Meduloblastomas Meningiomas Neuromas acústicos Gliomas são responsáveis por 65% de todos os tumores cerebrais primários. Os tumores não cancerosos recebem o seu nome conforme as células ou tecidos específicos onde têm origem. Por exemplo, os hemangioblastomas têm origem nos vasos sanguíneos (“hema” refere-se aos vasos sanguíneos e “hemangioblastos” são células que formam os tecidos dos vasos sanguíneos). Alguns tumores cancerosos têm origem em células do embrião (células embrionárias), no início do desenvolvimento do feto. Tais tumores podem estar presentes no momento do nascimento. Você sabia que... Os tumores que se espalham (formam metástases) para o cérebro a partir de outras partes do corpo são muito mais comuns do que os tumores que começam no cérebro. Tumores secundários Metástases cerebrais são muito mais comuns do que tumores primários. Mais de 80% das pessoas com metástases cerebrais têm mais de uma metástase. As metástases a partir de outras partes do corpo podem se espalhar para uma única parte do cérebro ou para várias partes diferentes. Muitos tipos de câncer podem se espalhar para o cérebro. Incluem Câncer de mama Câncer do pulmão Câncer do rim Melanoma Câncer da tireoide Linfoma e leucemia Os linfomas cerebrais estão se tornando cada vez mais frequentes em pessoas com o sistema imunológico debilitado (como as que sofrem de síndrome da imunodeficiência adquirida [acquired immunodeficiency syndrome, AIDS]), entre pessoas idosas e, por razões desconhecidas, entre pessoas com o sistema imunológico normal. Sintomas dos tumores cerebrais Os sintomas apresentam-se tanto nos tumores cerebrais não cancerosos como nos cancerosos. Tumores não cancerosos crescem lentamente e podem crescer excessivamente antes de causar sintomas. Os tumores cancerosos geralmente crescem rapidamente. Um tumor cerebral pode causar muitos sintomas diferentes, que podem aparecer de forma súbita ou podem evoluir gradualmente. Os primeiros sintomas e a sua evolução dependem do tamanho do tumor, da velocidade de crescimento e da sua localização. Em algumas partes do cérebro, mesmo um tumor pequeno pode ter resultados catastróficos. Em outras partes, os tumores podem alcançar um tamanho relativamente grande antes de surgirem os sintomas. À medida que o tumor cresce, ele empurra e alonga, mas normalmente não destrói o tecido nervoso, o que pode compensar bem essas mudanças. Assim, os sintomas podem não se desenvolver à primeira vista. Muitos sintomas são decorrentes do aumento da pressão dentro do crânio: Cefaleia Piora na função mental Problemas devido à pressão sobre as estruturas específicas do cérebro https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502186_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502208_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502212_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-do-ouvido-interno/schwannoma-vestibular https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/dist%C3%BArbios-de-mama/c%C3%A2ncer-de-mama https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/tumores-pulmonares/c%C3%A2ncer-de-pulm%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/c%C3%A2nceres-do-rim-e-do-trato-geniturin%C3%A1rio/c%C3%A2ncer-renal https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/c%C3%A2nceres-de-pele/melanoma https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/c%C3%A2ncer-da-tireoide https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/linfomas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-linfoma https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/leucemias/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-leucemia ou próximas dele, tais como o nervo para o olho (nervo óptico) Cefaleia é o sintoma mais comum e muitas vezes o primeiro a ser observado. No entanto, algumas pessoas com tumores cerebrais não sentem dores de cabeça, e a maioria das cefaleias não é causada por tumores cerebrais. Uma cefaleia devido a um tumor cerebral pode ocorrer cada vez com mais frequência, à medida que o tempo vai passando. Muitas vezes, é pior quando as pessoas se deitam. A cefaleia pode ser mais intensa quando as pessoas acordam, depois diminuem com o passar do dia. Se uma pessoa, que não tinha cefaleia anteriormente, começar a sentir uma cefaleia com essas características, a causa pode ser um tumor cerebral. Muitas vezes, o aumento da pressão dentro do crânio também provoca a deterioração da função mental e piora do humor. A personalidade pode mudar. Por exemplo, a pessoa pode ficar distraída, temperamental e, com frequência, ineficiente no trabalho. Pode ainda sentir- se sonolenta, confusa e incapaz de pensar. Esses sintomas são, geralmente, mais evidentes para os seus familiares e colegas de trabalho do que para a própria pessoa. A depressão e a ansiedade, em especial quando surgem de forma súbita, podem ser um sintoma inicial de um tumor cerebral. As pessoas podem se comportar de modo estranho. Elas podem tornar-se desinibidas ou se comportar de modo como nunca fizeram. Nos idosos, alguns tumores do cérebro causam sintomas que podem ser confundidos com os de demência. Mais tarde, à medida que a pressão dentro do crânio aumenta, podem surgir náuseas, vômitos, letargia, sonolência, febre intermitente ou mesmo coma. A visão pode borrar de repente, quando a pessoa muda de posição. Dependendo de qual área do cérebro for afetada (consulte a página Disfunção por localização), um tumor pode provocar o seguinte: Provocar fraqueza ou paralisação de um braço, uma perna ou de um lado do corpo Prejudicar a capacidade de sentir calor, frio, pressão, um leve toque ou objetos cortantes Tornar as pessoas incapazes de se expressar ou entender a linguagem Aumentar ou diminuir a pulsação e respiração se o tumor comprimir o tronco cerebral Reduzir o estado de alerta Prejudicar a capacidade de ouvir, cheirar ou ver (causando sintomas como visão dupla e perda de visão) Por exemplo, um tumor hipofisário pode pressionar os nervos ópticos próximos (2.º par de nervos cranianos) que estão relacionados coma visão e, desse modo, afetar a visão periférica. Qualquer um desses sintomas sugere uma doença grave e requer assistência médica imediata. Outros sintomas frequentes de um tumor cerebral são vertigem, falta de equilíbrio e falta de coordenação. Alguns tumores cerebrais, geralmente os tumores primários, causam convulsões. Se um tumor obstruir o fluxo do líquido cefalorraquidiano através das cavidades localizadas dentro do cérebro (ventrículos), pode ocorrer acúmulo de líquido, fazendo com que os ventrículos se dilatem (um quadro clínico denominado hidrocefalia). Como resultado, aumenta a pressão dentro do crânio. Além de outros sintomas de pressão elevada, a hidrocefalia causa dificuldade em mover os olhos para cima. Nos bebês, aumenta o tamanho da cabeça. Se a pressão dentro do crânio aumentar consideravelmente, o cérebro pode ser empurrado para baixo, uma vez que o crânio não pode se expandir. Pode ocorrer herniação do cérebro. Dois tipos comuns são Herniação transtentorial: A parte superior do cérebro (telencéfalo) é empurrada através https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/cefaleias/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-cefaleia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/disfun%C3%A7%C3%A3o-cerebral/disfun%C3%A7%C3%A3o-cerebral-por-localiza%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/disfun%C3%A7%C3%A3o-cerebral/disfun%C3%A7%C3%A3o-cerebral-por-localiza%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502222_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/traumatismos-cranianos/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-traumatismos-cranianos#v739909_pt de um orifício estreito (incisura tentorial) pelo tecido relativamente rígido que separa o telencéfalo das demais partes inferiores (cerebelo e tronco cerebral). Nas pessoas com esse tipo de herniação, a consciência é reduzida. Além disso, o lado do corpo oposto ao tumor pode ficar paralisado. Herniação das amígdalas: Devido a um tumor com origem na parte inferior do cérebro, a zona mais baixa do cérebro (as amígdalas cerebelares) é empurrada pelo orifício situado na base do crânio (o foramen magnum). Consequentemente, o tronco cerebral, que controla a respiração, o ritmo cardíaco e a pressão arterial, fica comprimido e funciona inadequadamente. Se não diagnosticada e tratada imediatamente, uma herniação das amígdalas pode causar um estado de coma e a morte. Pessoas com metástases para o cérebro também podem ter sintomas relacionados com o câncer de origem. Por exemplo, se o câncer se originou nos pulmões, as pessoas podem tossir muco com sangue. Com metástases, perda de peso é comum. Os sintomas pioram com o tempo a menos que o tumor seja tratado. Com o tratamento, em particular para os tumores benignos, algumas pessoas se recuperam completamente. Para outros, a expectativa de vida é reduzida, às vezes em grande parte. O resultado depende do tipo do tumor e da sua localização. Visualização do cérebro Diagnóstico de tumores cerebrais Ressonância magnética ou tomografia computadorizada Às vezes, punção lombar Geralmente uma biópsia O médico considera a possibilidade de um tumor cerebral nas pessoas que sofreram uma convulsão pela primeira vez, ou que apresentam os sintomas característicos. Apesar de o médico conseguir detectar com frequência uma disfunção do cérebro mediante a realização de um exame físico, são necessários outros procedimentos para diagnosticar um tumor cerebral. A ressonância magnética (RM) é o melhor teste para identificação de tumores cerebrais. A tomografia computadorizada (TC) é uma boa alternativa. É possível identificar a maioria dos tumores cerebrais. Antes desses testes, é injetada em uma veia uma substância que facilita a visualização do tumor (um agente de contraste para RM ou um agente de contraste radiopaco para TC). Esses exames indicam o tamanho do tumor e a sua localização exata e mais detalhes. Uma vez detectado um tumor cerebral, são realizados outros procedimentos diagnósticos para determinar o seu tipo específico. Às vezes é realizada uma punção lombar (punção na coluna vertebral) para coletar líquido cefalorraquidiano para exame microscópico. Este procedimento é feito quando os médicos suspeitam que o tumor invadiu as camadas de tecido que reveste o cérebro (meninges). Tais tumores https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-do-c%C3%A9rebro,-da-medula-espinhal-e-dos-nervos/testes-para-diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-do-enc%C3%A9falo-da-medula-espinhal-e-do-nervo#v734217_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-do-c%C3%A9rebro,-da-medula-espinhal-e-dos-nervos/testes-para-diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-do-enc%C3%A9falo-da-medula-espinhal-e-do-nervo#v734217_pt podem bloquear a absorção de líquido cefalorraquidiano. Uma punção lombar também pode ajudar quando não é possível esclarecer o diagnóstico ou o tipo de tumor. O líquido cefalorraquidiano pode conter células cancerosas. No entanto, nas pessoas que têm um tumor grande que aumenta a pressão dentro do crânio não é possível realizar uma punção lombar. Nessas pessoas, a extração de líquido cefalorraquidiano durante uma punção lombar pode fazer com que o tumor se desloque, tendo como resultado a herniação do cérebro. Exames especializados às vezes podem ajudar no diagnóstico. Por exemplo, sangue e líquido cefalorraquidiano também podem ser testados para verificar a existência de substâncias segregadas por tumores (chamadas marcadores de tumor) e por anomalias genéticas que são características de determinados tumores. Identificar certas anomalias genéticas pode ajudar a prever quais tratamentos serão mais eficazes. Geralmente é necessária uma biópsia do tumor (extração de uma amostra do tumor para ser examinada ao microscópio) para identificar o tipo de tumor e determinar se é canceroso. A biópsia deve ser realizada durante uma intervenção cirúrgica, na qual se extrai todo o tumor ou parte dele. Ou se um tumor for difícil de ser alcançado, uma biópsia estereotáxica pode ser feita. Para este procedimento, uma estrutura é ligada ao crânio. A estrutura fornece pontos de referência que podem ser identificados em uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada. Esses pontos de referência permitem que os médicos guiem a agulha da biópsia precisamente até o tumor. Tratamento de tumores cerebrais Cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação delas Às vezes, medicamentos para reduzir a pressão no interior do crânio O tratamento de um tumor cerebral depende da sua localização e do tipo de tumor. Tratamentos específicos para tumores cerebrais Os tratamentos para tumores cerebrais incluem: Craniotomia (cirurgia cerebral) Radiocirurgia Implantes Shunts Técnicas de estereotaxia Quando possível, é feita a craniotomia (remoção cirúrgica do tumor). Esse procedimento envolve a abertura do crânio. Alguns tumores cerebrais podem ser extraídos sem danos ou com danos mínimos ao cérebro. No entanto, muitos crescem em zonas onde a extração é muito difícil ou impossível sem destruir estruturas vitais. Para craniotomia, parte do couro cabeludo é raspada. Em seguida, uma incisão é feita através da pele. Utiliza-se uma broca de alta velocidade e uma serra especial para extrair um pequeno fragmento do osso situado acima do tumor.O tumor é localizado e removido usando um dos seguintes procedimentos: Um bisturi pode ser usado para cortar o tumor. Um laser pode ser utilizado para vaporizar o tumor. Um dispositivo que emite ondas de ultrassom pode ser utilizado para despedaçar o tumor de modo que as partes possam ser removidas (aspiradas). O laser e os dispositivos de ultrassom são utilizados para eliminar os tumores que são difíceis de extrair. Em geral, volta-se a colocar o osso no seu local e sutura-se a incisão. A cirurgia tradicional causa, por vezes, lesões cerebrais que podem conduzir a uma paralisia parcial, a alterações na sensibilidade, fraqueza e deterioração intelectual. No entanto, é indispensável extrair um tumor, seja canceroso ou não, se o seu crescimento comprometer estruturas cerebrais importantes. Mesmo quando a cura é impossível, a cirurgia pode ser útil para reduzir o tamanho do tumor, aliviar os sintomas e permitir ao médico determinar se a realização de outro tipo de tratamento é justificada, como radioterapia ou quimioterapia. Radiocirurgia é um tipo de radioterapia que usa feixes de radiação muito concentrados (raios gama ou feixes de prótons) para destruir o tumor. A radiocirurgia não é, de fato, uma intervenção cirúrgica, visto que não requer nenhuma incisão. A radiocirurgia pode ser feita com um aparelho de raios gama (para raios gama) ou com um acelerador de prótons (para feixes de prótons). Quando se utiliza um aparelho de raios gama, coloca-se uma moldura para imagens no crânio da pessoa. Esta permanece deitada numa cama rolante e coloca-se sobre a moldura um capacete com orifícios. Em seguida, desliza-se a cabeceira da cama até ao interior de uma esfera que contém cobalto radioativo. A radiação passa através dos buracos do capacete e é dirigida com precisão até o tumor. Quando um acelerador de prótons é usado, a pessoa é atada a uma mesa para evitar qualquer movimento. A máquina pode circundar a cabeça da pessoa, que está deitada sobre uma mesa que desliza para o interior da abertura da máquina. Se um acelerador de feixes fixos for usado, a mesa onde está a pessoa se move e a máquina permanece imóvel. O acelerador de prótons direciona precisamente a radiação no tumor a partir de diferentes ângulos. Em geral, a radiocirurgia é realizada quando uma pessoa tem quatro ou menos tumores, e a radiação do cérebro inteiro é realizada quando uma pessoa tem cinco ou mais tumores. A radiocirurgia (aparelho de raios gama ou acelerador de prótons) é útil para metástases cerebrais. Ocasionalmente, são inseridos implantes no cérebro. O implante consiste em placas embebidas num medicamento quimioterápico. Após a extração do tumor, e antes de fechar o crânio e suturar a incisão, essas placas podem ser colocadas no espaço em que se encontrava o tumor. À medida que as placas vão se dissolvendo gradualmente, liberam o medicamento para destruir qualquer célula cancerígena que tenha permanecido. Shunts podem ser colocados através de uma intervenção cirúrgica se um tumor causar aumento da pressão dentro do crânio. Um shunt consiste num segmento fino de uma cânula que se introduz numa das cavidades do cérebro (ventrículos) ou, por vezes, dentro do espaço localizado ao redor da coluna vertebral, que contém o líquido cefalorraquidiano (espaço subaracnóideo). A outra extremidade da cânula é dirigida sob a pele, normalmente desde a cabeça até a cavidade abdominal. O excesso de líquido cefalorraquidiano é drenado do cérebro para o abdômen, onde é absorvido. O shunt inclui uma válvula de uma só via, que se abre quando há muito líquido no cérebro. Os shunts podem ser temporários (até a extração do tumor) ou permanentes. As técnicas de estereotaxia são maneiras para localizar tumores com muita precisão. São usados computadores para produzir uma imagem tridimensional. A imagem tridimensional pode ser obtida colocando no crânio da pessoa uma moldura de metal leve para imagens com uma série de varetas. A anestesia local é dada para adormecer a área e os pinos são ligados ao crânio, perfurando a pele. As varetas aparecem como pontos numa tomografia computadorizada (TC), proporcionando pontos de referência que https://www.msdmanuals.com/pt/casa/c%C3%A2ncer/preven%C3%A7%C3%A3o-e-tratamento-do-c%C3%A2ncer/radioterapia-para-c%C3%A2ncer#v39349824_pt permitem localizar o tumor. Em um procedimento semelhante, utiliza-se um suporte de plástico, bem como ressonância magnética (RM) para indicar a localização do tumor. Técnicas que não envolvem a fixação de um suporte podem ser usadas como alternativa. Por exemplo, marcadores especiais podem ser fixados ao crânio para indicar pontos de referência. A localização desses marcadores é inserida em um computador que contém imagens do tumor cerebral. As técnicas de estereotaxia podem ser usadas para Localizar um local para biópsia Localizar tumores durante a cirurgia Determinar onde inserir implantes ou um laser para destruir as células tumorais Tumores não cancerosos A remoção cirúrgica é normalmente segura e cura a pessoa. No entanto, nas pessoas mais velhas, os tumores muito pequenos devem ser deixados no local, se não causarem sintomas. Em alguns casos, providencia-se radioterapia para destruir qualquer célula tumoral que tenha ficado após a intervenção cirúrgica. A radiocirurgia é eficaz no tratamento de tumores não cancerosos, como meningiomas e neuromas acústicos. Portanto, a radiocirurgia é frequentemente usada em substituição à cirurgia tradicional para estes tumores. A radiocirurgia direciona feixes de radiação altamente focalizados precisamente no tumor. Não envolve uma incisão. Para focar a radiação de forma mais precisa, os médicos muitas vezes utilizam técnicas de estereotaxia que, por vezes, envolvem o uso de uma estrutura na cabeça para fornecer pontos de referência. Tumores cerebrais cancerosos Geralmente, é utilizada uma combinação da cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Retira-se a maior parte possível do tumor, desde que seja feito sem perigo, e inicia-se, em seguida, a radioterapia. A radioterapia é dada ao longo de várias semanas. Radiocirurgia é utilizada quando a cirurgia tradicional não pode ser realizada, em especial para o tratamento de metástases. Para tumores muito agressivos, a quimioterapia é administrada com radioterapia. A radioterapia mais quimioterapia raramente leva à cura, mas pode reduzir o tumor o suficiente para o manter controlado durante vários meses ou até anos. Após radioterapia, quimioterapia progressiva é usada para tratar alguns tipos de tumores cerebrais cancerosos. A quimioterapia parece ser particularmente eficaz para tratar o oligodendroglioma anaplásico. Aumento da pressão dentro do crânio Este quadro clínico extremamente grave requer atenção médica imediata. Quando as pessoas estão em coma ou têm dificuldade para respirar, pode estar surgindo uma herniação do cérebro. Para ajudar essas pessoas a respirar, os médicos inserem um tubo de plástico através do nariz ou da boca até a traqueia e este é ligado a um ventilador (um procedimento chamado de intubação endotraqueal). Este procedimento não somente mantém as pessoas respirando, mas também ajuda a reduzir a pressão no interior do crânio até que outros tratamentos possam ser administrados. Habitualmente, administram-se medicamentos como o manitol e os corticosteroides injetados para reduzir a pressão e prevenir a herniação. Reduzem o inchaço ao redor do tumor. Dentro de dias, ou às vezes horas, os corticosteroides podem frequentemente restaurar funções perdidas em razão do tumor e podem aliviar a cefaleia e outros sintomas. Caso o tumor esteja obstruindo o fluxo de líquido cefalorraquidiano através dos espaços dentro do cérebro, pode ser utilizado um dispositivo para drenar o líquido e, deste modo, diminuir o risco de https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-do-ouvido-interno/schwannoma-vestibularhttps://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-tumores-cerebrais#v39502164_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-tumores-cerebrais#v39502164_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502186_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/alguns-tumores-cerebrais-espec%C3%ADficos#v39502186_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/fal%C3%AAncia-respirat%C3%B3ria-e-s%C3%ADndrome-da-ang%C3%BAstia-respirat%C3%B3ria-aguda/ventila%C3%A7%C3%A3o-mec%C3%A2nica herniação. O dispositivo consiste num pequeno tubo (cateter) ligado a um manômetro, que mede a pressão dentro do crânio. O tubo é introduzido por um orifício minúsculo provocado no crânio. Pode ser usado um anestésico local (normalmente junto com um sedativo) ou uma anestesia geral. Ao fim de alguns dias, retira-se o tubo ou converte-se este numa drenagem permanente (shunt). Durante esse tempo, o médico retira cirurgicamente todo o tumor, ou parte deste, ou utiliza a radiocirurgia ou a radioterapia para reduzir o tamanho do tumor e diminuir, assim, a obstrução. Metástases O tratamento depende, em grande parte, da região onde se originou o câncer. Muitas vezes, realiza-se radioterapia dirigida às metástases cerebrais. A extração cirúrgica antes da radioterapia pode ter efeitos positivos nas pessoas que têm uma única metástase. Às vezes, a radiocirurgia é usada. A quimioterapia e imunoterapia podem ajudar a tratar as metástases de certos tipos de câncer. Assuntos relacionados ao final da vida As pessoas com tumores cerebrais cancerosos têm uma expectativa de vida limitada e tendem a tornar-se incapazes de tomar decisões sobre cuidados médicos. Consequentemente, é aconselhável estabelecer instruções prévias. As instruções prévias ajudam o médico a determinar o tipo de assistência médica que o paciente deseja receber, no caso de não se encontrar em condições de tomar tais decisões. Pode ser mais apropriado um tratamento que foque no alívio dos sintomas da melhor forma possível (cuidados paliativos), em vez de curar a pessoa. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/tumores-do-sistema-nervoso/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-tumores-cerebrais#v39502163_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/c%C3%A2ncer/preven%C3%A7%C3%A3o-e-tratamento-do-c%C3%A2ncer/imunoterapia-para-o-c%C3%A2ncer https://www.msdmanuals.com/pt/casa/fundamentos/quest%C3%B5es-%C3%A9ticas-e-jur%C3%ADdicas/instru%C3%A7%C3%B5es-pr%C3%A9vias https://www.msdmanuals.com/pt/casa/fundamentos/morte-e-sofrimento/op%C3%A7%C3%B5es-de-tratamento-no-fim-da-vida#v714521_pt Hipertensão Intracraniana A Hipertensão Intracraniana (HI) é caracterizada pelo aumento da pressão dentro do crânio. Esse aumento da pressão dentro do crânio pode resultar de uma lesão cerebral ou mesmo ser a causa da lesão. Neste artigo, saiba mais sobre a Hipertensão Intracraniana, suas Causas, seus Sintomas e suas formas de Tratamento. Em que Consiste a Hipertensão Intracraniana Intracraniana significa dentro do crânio e hipertensão significa alta pressão de fluido. Uma condição de hipertensão intracraniana significa que a pressão do líquido que envolve o cérebro (líquido cefalorraquidiano ou LCR) está muito alta. Para entender a pressão intracraniana (PIC), pense no crânio como uma caixa rígida. Após a lesão cerebral, o crânio pode ficar sobrecarregado com: tecido cerebral inchado, sangue ou LCR. O crânio não se estica como a pele para lidar com essas mudanças. Ele pode ficar muito cheio e aumentar a pressão no tecido cerebral. Isso é chamado de pressão intracraniana aumentada. Pseudotumor cerebral e hipertensão intracraniana benigna são ambos nomes anteriores para HI, que agora são considerados imprecisos. Esses nomes não descrevem adequadamente o distúrbio e minimizam a gravidade da hipertensão intracraniana. Causas Na maioria dos casos, o aumento da pressão intracraniana pode ser devido a um aumento da quantidade do líquido cefalorraquidiano (o fluido que envolve o cérebro e a medula espinhal) nos espaços ao redor do cérebro. O aumento da pressão intracraniana também pode ser devido a um aumento da pressão dentro do próprio cérebro. Isso pode ser causado por uma massa (como um tumor), por um sangramento no cérebro ou fluido ao redor do cérebro, ou por um inchaço dentro do próprio cérebro. Muitas condições podem aumentar a pressão intracraniana. As causas comuns incluem: Ruptura de aneurisma e hemorragia subaracnoidea; Tumor cerebral; Encefalite, irritação e inchaço ou inflamação do cérebro; Ferimento na cabeça; Hidrocefalia (aumento de fluido ao redor do cérebro); Hemorragia cerebral; Meningite (infecção das membranas que cobrem o cérebro e a medula espinhal); Hematomas no cérebro; Convulsão. Sinais e Sintomas O sintoma mais comum geralmente é uma dor de cabeça insuportavelmente dolorosa ou frequente, às vezes, associada à náuseas e vômitos que não são aliviados com medicamentos. A dor de cabeça frequentemente desperta o paciente do sono. Alguns pacientes são atendidos na sala de emergência, onde uma punção lombar é feita como último recurso, para aliviar temporariamente a dor de cabeça. A alta pressão do LCR pode causar o inchaço dos nervos ópticos (papiledema). O nervo óptico conecta o interior de cada olho, a retina, aos centros de visão do cérebro. O nervo óptico transmite impulsos da retina para esses centros cerebrais. O primeiro sinal de papiledema em um teste de campo visual é conhecido como ponto cego aumentado. A pressão anormal do LCR também pode afetar os músculos oculares que controlam os movimentos oculares, produzindo visão https://victorbarboza.com.br/aneurismas-cerebrais-se-rompem/ https://victorbarboza.com.br/sintomas-de-tumor-cerebral/ https://victorbarboza.com.br/conheca-os-diferentes-tipos-de-hidrocefalia-suas-causas-e-tratamentos/ https://victorbarboza.com.br/hemorragia-cerebral/ https://victorbarboza.com.br/convulsao-ou-crise-epileptica/ dupla, mas esse é um evento raro. Todos os pacientes com HI presumida devem ser submetidos a um exame oftalmológico completo, incluindo testes de campo visual por um oftalmologista ou por um neuro- oftalmologista. Outros sintomas comuns incluem visão alterada transitória, particularmente em movimento ou curvatura, ruído intracraniano (zumbido de pulso sincronizado), rigidez do pescoço, dor nas costas e no braço, dor atrás do olho, intolerância a exercícios e dificuldades de memória. Complicações Um aumento na pressão intracraniana é um problema médico sério e com risco de morrer. A pressão pode danificar o cérebro ou a medula espinhal, pressionando estruturas importantes e restringindo o fluxo sanguíneo para o cérebro. Diagnóstico O médico tentará descobrir a causa do aumento da PIC. Isso inclui um exame físico, avaliação de seus sintomas e um exame neurológico. Esses exames também verificam o estado mental e a coordenação, incluindo o funcionamento dos músculos, os sentidos e os reflexos. Os testes feitos se houver suspeita de aumento da PIC podem incluir: Tomografia computadorizada da cabeça; Ressonância magnética da cabeça; Punção lombar. Uma punção lombar é feita para medir a pressão do LCR e obter uma amostra do LCR para verificar a presença de células cancerosas. Tratamento Nafase aguda, o tratamento pode consistir no uso de corticosteroides, que possuem a função de ajudar a diminuir ou a prevenir o inchaço do cérebro ou edema cerebral. Se uma infecção for a principal causa do aumento da PIC, antibióticos podem ser prescritos. Você também pode receber medicamentos para dor ou ansiedade, ou para controlar convulsões. Em alguns casos, o uso de medicamentos chamados inibidores da anidrase carbônica é praticado para suprimir a produção de LCR. O tratamento também pode envolver modificações no estilo de vida e na dieta alimentar, a fim de promover a perda de peso para os pacientes com sobrepeso ou obesidade. Quando o tratamento médico falha e a visão está em risco, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, para colocar um shunt cerebral, que tem a função de drenar o LCR e aliviar a PIC. Um shunt é uma passagem que permite que o sangue ou outro fluido se mova de uma parte do corpo para outra. Neste caso específico, o líquido cefalorraquidiano extra é drenado do cérebro para o abdômen. Prevenção Essa condição geralmente não pode ser evitada. Se você tiver uma dor de cabeça persistente, visão turva, mudanças no seu nível de alerta, problemas no sistema nervoso ou convulsões, procure ajuda médica imediatamente. O crânio é uma estrutura óssea rígida e inelástica (hermeticamente fechada), possuindo um volume sempre constante, formado por: encéfalo, sangue e líquor. Logo, o aumento em algum desses elementos pode causar um aumento na pressão desse compartimento, a chamada Hipertensão Intracraniana (HIC). O equilíbrio encontrado entre os elementos intracranianos, promovendo uma pressão dentro dos valores da normalidade (entre 5 – 15 mmHg), é explicado pela Doutrina de Monro-Kellie. Doutrina de Monro-Kellie. Imagem: Esquematização da Doutrina de Monro-Kellie. Definição da Hipertensão Intracraniana (HIC) A hipertensão intracraniana é definida como aumento da pressão intracraniana (PIC) acima de 20 – 22 mmHg após um intervalo de 10 minutos ou por medidas seriadas maiores que 22 mmHg em qualquer intervalo de tempo. Sabe-se que quanto maior for a PIC, maior é a morbidade e mortalidade. Etiologia da Hipertensão Intracraniana A hipertensão intracraniana é um sintoma que está presente em várias condições médicas. As possíveis etiologias são divididas em dois grandes grupos: causas neurológicas e causas não neurológicas. Dentro das causas neurológicas, encontram-se: aneurisma roto, acidente vascular cerebral, cisto de aracnoide, contusões cerebrais, encefalopatia hipertensiva, hemorragia subaracnoide, hematoma subdural, hematoma extradural, hidrocefalia etc. Quanto as condições não neurológicas, merecem destaque: o abuso e dependência de opioides, cetoacidose diabética, encefalopatia hepática aguda, edema cerebral pós-cirúrgico, hiponatremia, obesidade mórbida e trombose traumática de veias jugulares. Fisiopatologia da HIC O metabolismo encefálico depende fundamentalmente de oxigênio e glicose. O volume de sangue direcionado para o encéfalo corresponde a 14% do débito cardíaco, aproximadamente 700mL/min, sendo que desse total, 15% está no leito arterial, 40% no leito venoso e 45% na microcirculação. O encéfalo representa 2% do peso corporal e consome cerca de 20% do oxigênio do organismo. O líquido cefalorraquidiano (LCR) constitui 10% do volume intracraniano e seu volume, em todo o sistema nervoso, é de aproximadamente 150 mL, dos quais 20 – 30 mL estão no interior dos ventrículos e o restante está nos espaços subaracnóideos intracraniano e raquidiano. O fluxo sanguíneo cerebral (FSE) é igual a diferença entre a pressão de perfusão encefálica e a resistência vascular encefálica. A pressão de perfusão cerebral é definida como a diferença entre a pressão arterial ao nível das artérias carótidas internas e vertebrais ao atravessarem a dura-máter, e a pressão ao nível das veias jugulares, ou seja, é a diferença entre a pressão arterial média e a pressão intracraniana. Esse fluxo depende de quatro fatores: PIC, condições da parede vascular, viscosidade sanguínea e calibre dos vasos cerebrais. Atenção 1 : Caso a PIC se iguale com a PAM, ocorrerá uma interrupção do fluxo sanguíneo cerebral. Atenção 2 : Estudos mostram que o FSE se mantém constante, apesar de grandes variações na PA média (entre 50 – 170 mmHg). Aceita-se que, quando há redução na pressão de perfusão cerebral abaixo de 50 mmHg, ocorre queda no FSE, o que sugere que exista um mecanismo de autorregulação pelo qual o FSE se mantém estável. O espaço intracraniano é considerado invariável em volume e o seu conteúdo é praticamente incompressível. O aumento do volume de um dos componentes da cavidade intracraniana ou o aparecimento de um processo expansivo determina o deslocamento dos seus constituintes naturais para que a PIC se mantenha inalterada. Quando o novo volume acrescentado é maior do que a possibilidade de deslocamento de líquido, há aumento da PIC, levando a hipertensão intracraniana. Importante: Acredita-se que o volume acrescentado pode ocupar até 8 – 10% do espaço intracraniano, sem que haja aumento da PIC. Quando um determinado volume é acrescido ao conteúdo normal da cavidade intracraniana há, de início, diminuição do espaço subaracnóideo periencefálico seguida de redução das cavidades ventriculares por diminuição do LCR. Posteriormente, caso essa medida não seja suficiente, há uma diminuição do volume sanguíneo e, finalmente, se não for suficiente, há redução do parênquima encefálico por compressão e atrofia. Vele lembrar que o tempo de instalação desse novo volume influencia na capacidade de acomodação dele, pois em situações com aumento lento, permite que os mecanismos compensatórios sejam utilizados de forma efetiva, porém nos aumentos agudos, a utilização desses mecanismos não é adequada, acarretando no desequilíbrio precoce da relação volume/pressão intracraniana. Um Caso Clínico Neurologia de Hipertensão Intracraniana (HIC) História Clínica da Hipertensão Intracraniana Paciente, sexo masculino, 18 anos. Queixa principal: Traumatismo cranioencefálico há 40 minutos. História da moléstia atual Paciente deu entrada no Hospital Geral do Estado no dia 24 de setembro 40 minutos após ter sofrido atropelamento, trazido pelo SAMU. Foi encontrado desacordado no local do acidente apresentando Glasgow 6. Ao chegar à unidade de saúde já apresentava Glasgow 3, hipertensão arterial, irregularidade respiratória e bradicardia, sendo realizada a intubação orotraqueal. Diante do quadro do paciente, as seguintes medicações foram prescritas: Ringer lactato, 500ml, intravenoso; Manitol 20%, 200 ml, intravenoso; Decadron, 10 mg, intravenoso, de 6 em 6 horas; Plasil, 10 mg, intravenoso, de 6 em 6 horas; Fenitoína, 650 mg, intravenoso, não excedendo 50mg/min; Fenitoína, 100 mg, intravenoso, de 8 em 8 horas após dose de ataque; Dormonid, solução padrão, intravenoso, 15 ml/h; Fentanil, solução padrão, intravenoso, 15 ml/h. Exame Físico de Hipertensão Intracraniana Geral: precário estado geral, em ventilação mecânica, comatoso. Aparelho respiratório: paciente em ventilação mecânica, ausência de ruídos adventícios. Sistema músculo esquelético: ausência de sinais de fraturas expostas no esqueleto axial e apendicular. Sistema nervoso: comatoso, Glasgow 3T, pupilas isocóricas e midriáticas. Reflexo fotomotor direto e consesual ausente. Reflexo córneo-palpebral ausente. Reflexo óculo-cefálico ausente. Sem sedação. https://www.sanarmed.com/traumatismo-cranioencefalico-tce-colunistas Figura 1: Tomografia Computadorizada evidenciando lesão traumática. Pontos de Discussão sobre a HIC Qual o diagnóstico e as possíveis lesões a serem encontradas? O paciente sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) grave. OS TCEs são classificadosde acordo com a escala de Glasgow. Um Glasgow maior ou igual a 13 classifica um TCE como leve, Glasgow de 9 a 12 classifica um TCE como moderado, e uma Glasgow menor ou igual a classifica um TCE como grave. Esse tipo de trauma causa lesões cerebrais, chamadas de lesões primárias, muitas das quais podem ser identificadas em exames de imagem. As lesões causadas pelo TCE são divididas em difusas (concussão e lesão axonal difusa) e focais (hematoma subdural, hematoma extradural e contusão cerebral) e o que irá diferenciá-las serão, principalmente, a evolução dos sintomas e os exames de imagem. Como pode se ver na tomografia apresentada anteriormente, esse paciente apresenta uma lesão focal, um hematoma subdural à direita e, em consequência desta, um edema cerebral difuso. Qual mecanismo explica o aumento da pressão intracraniana? A hipertensão intracraniana (HIC) é um achado comum em trauma, tumores do sistema nervoso central, hidrocefalia, e pode ser explicada pela doutrina Monro- Killie. De acordo com esta doutrina, o crânio é um compartimento rígido e com volume interno fixo formado pelo volume arterial, volume venoso, parênquima encefálico e líquido cerebroespinhal. Quando há uma alteração que leve a um aumento do conteúdo desse compartimento, surge uma resposta compensatória de diminuição de um dos componentes para controlar um possível hipertensão intracraniana (PIC). O volume venoso e o líquor são os que tendem a reduzir inicialmente porém, caso haja uma falha do mecanismo e um aumento exacerbado da PIC, o volume arterial também diminui, levando a uma isquemia, além de compressão de áreas cerebrais e herniações. Na tomografia apresentada no caso, observa-se um hematoma subdural e um edema cerebral, achados que mostram um aumento do volume intracraniano e, consequentemente, um aumento na PIC. Quais são os achados clínicos mais comuns da hipertensão intracraniana e quais deles estão presentes no caso? As manifestações clínicas clássicas da HIC são cefaleia, vômitos em jatos, papiledema, equimose palpebral espontânea e a tríade de Cushing. A bradipineia, bradicardia e hipertensão encontradas nesse caso constituem a tríade de Cushing. Essa resposta reflexa é causada por uma decorrência da isquemia causada pelo aumento da pressão intracraniana que leva a uma vasconstrição sistêmica e aumento da frequência cardíaca. A tríade denota a descompensação da HIC e é um indicativo de compressão do tronco encefálico, exigindo uma intervenção urgente, levando em consideração a importância dessa área, visando a redução da pressão intracraniana. https://www.sanarflix.com.br/portal/desvendando-a-hidrocefalia/ https://www.sanarflix.com.br/portal/caso-clinico-de-neurolocia-e-neurocirurgia-traumatismo-cranio-encefalico-tce/ Hipertensão intracraniana (HIC): visão geral e quadro clínico A hipertensão intracraniana é muito frequente em pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dessa forma, é muito importante que você, médico(a), saiba identificar o mais precocemente possível se o seu paciente apresenta essa condição. O que é a hipertensão intracraniana? A hipertensão intracraniana (HIC) é o aumento da pressão dentro do crânio e ao redor da medula espinhal. Condições que podem levar à HIC são aquelas que aumentam a quantidade de líquido cerebral ou do tamanho do cérebro, como hidrocefalia, tumor cerebral, AVC, infecções cerebrais, traumatismo cranioencefálico (TCE), a causa mais comum, dentre outras. Identificando valores anormais de PIC A fim de relembrar os conceitos de hipertensão intracraniana, é importante destacar a doutrina de Monro-Kellie. Ela preconiza que o volume craniano é fixo, distribuído entre volume arterial e venoso, o parênquima encefálico e o líquor. No entanto, ao surgir um quinto elemento, como uma hemorragia, por exemplo, algum outro componente terá que ser reduzido, já que o volume do crânio, como dito, é fixo. Inicialmente, haverá uma redução do volume venoso e do líquido cerebroespinhal, como estratégia de compensação. Diante disso, com o avançar do aumento de pressão, acontece uma diminuição da pressão arterial, ou seja, a redução da Pressão de Perfusão Cerebral. Esse último evento gera a hipoxemia e isquemia e esses são os principais motivos pelos quais a hipertensão intracraniana deve ser tratada com urgência. Figura 1: Demonstração da doutrina de Monro-Kellie. Fonte: Medicina Intensiva Abordagem Prática, 3ª ed. Quando a pressão intracraniana encontra- se fora do valor de normalidade, isso pode alterar muito a pressão de perfusão cerebral (PAM – PIC = PPC). Dessa forma: Lactentes: 8 a 10mmHg Adultos e crianças: valores inferiores a 15mmHg Assim, é considerado um quadro de HIC quando o paciente apresenta uma PIC acima de 20mmHg persistente por 20 minutos (em adultos). O valor recomendado para uma PPC que mantenha um fluxo adequado é de 50mmHg para adultos, suficiente para não desenvolver isquemia. Valores abaixo desse referencial levam a um decréscimo do fluxo sanguíneo cerebral (FSC). Quadro clínico da HIC Diante de um paciente com suspeita de hipertensão intracraniana, você deve realizar um exame físico inicial focado na avaliação do estado neurológico do seu paciente. Além disso, a suspeita de um TCE é mandatória durante a sua avaliação, contando com a escala de coma de Glasgow como guia. https://www.sanarmed.com/desvendando-a-hidrocefalia https://www.sanarmed.com/resumo-completo-avc-avci-avch-neurologia Figura 2: TCE severo (escore Glasgow: 3-8); TCE moderado (escore Glasgow: 9-12); TCE leve (escore Glasgow: 13-14). Os sintomas dos pacientes podem ser decorrentes de efeitos locais em pacientes com lesões de uma massa, ou ainda por um quadro de herniação. A saber, o aumento da pressão em apenas um dos hemisférios cerebrais, é possível que o paciente tenha uma herniação uncal, e se em ambos os hemisférios, uma herniação central. Como exemplos de apresentações do paciente com hipertensão intracraniana, pode ser observado: Dor de cabeça persistente Vômitos Papiledema Nível de consciência rebaixado Paralisia de um membro ou lado do corpo Ainda é possível que ocorra o reflexo de Cushing, muitas vezes atribuído à compressão do tronco cerebral. Quanto à essa manifestação, trata-se da associação entre: Bradicardia Depressão respiratória Hipertensão Em alguns casos de HIC, o paciente pode ainda apresentar uma cegueira temporária. Isso é descrito pelo paciente como eventos que ocorrem em alguns períodos do dia, por conta da pressão sob o nervo óptico. Ainda, havendo o aumento da pressão em apenas um dos hemisférios cerebrais, é possível que o paciente tenha uma herniação uncal, e se em ambos os hemisférios, uma herniação central. Em lactentes, é possível que apenas o aumento do perímetro cefálico sugira um quadro de hipertensão intracraniana. Fatores de risco associados à HIC Através de estudos foi possível correlacionar fatores hormonais, como o hiperandroginismo (testosterona, sulfato de dehidroepiandrosterona e testosterona biodisponível) e a hipertensão intracraniana idiopática. Esse fator favoreceu eventos de HIC em mulheres com idade precoce. Outro fator que favorece eventos de HIC é a obesidade, sendo o IMC e a pressão do líquor proporcionais. Considerando a evolução do paciente para uma perda permanente da visão, tem- se que os principais fatores de risco envolvem um papiledema grave como sintoma da HIC, quando não tratados imediatamente. Além disso, sintomas visuais como obscurecimento ou uma perda intermediária da visão como evolução da HIC. Tumores prevalentes no SNC É importante entender a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro (tumores cerebrais primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos, como pulmão ou mama, e se disseminaram para o cérebro (tumores cerebraismetastáticos). Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são realmente mais frequentes que os tumores cerebrais primários e não são tratados da mesma forma. Por exemplo, os cânceres de mama https://www.sanarmed.com/traumatismo-cranioencefalico-e-triade-de-cushing-colunistas ou pulmão que se disseminaram para o cérebro são tratados como cânceres de mama ou pulmão e não como os que se iniciam no próprio cérebro. Diferente dos cânceres que começam em outras partes do corpo, os tumores que começam no cérebro ou na medula espinhal raramente se disseminam para outros órgãos. Entretanto, os tumores cerebrais ou da medula espinhal raramente são considerados benignos. Eles ainda podem provocar lesões importantes ao crescer e se espalhar para áreas adjacente, onde podem destruir o tecido cerebral normal. Classificação dos tumores cerebrais e da medula espinhal Vários fatores são importantes para determinar a melhor forma de tratamento de um tumor cerebral ou da medula espinhal e seu prognóstico: Tipo de tumor. Os tumores cerebrais podem começar em quase qualquer tipo de tecido ou célula do cérebro ou da medula espinhal. Alguns tumores têm tipos celulares mistos. Os tumores localizados em diferentes áreas do sistema nervoso central (SNC) podem ser tratados de formas diferentes e ter diferentes prognósticos. Grau do tumor. Alguns tipos de tumores cerebrais e da medula espinhal têm maior probabilidade de se desenvolver no cérebro ou na medula espinhal adjacente e se desenvolver mais rapidamente do que outros. Os tumores cerebrais e da medula espinhal são divididos em quatro graus, com base em como as células são observadas no microscópio: Grau I e II. Esses tumores tendem a crescer mais lentamente e são menos propensos a se infiltrar nos tecidos cerebrais adjacentes. Grau III e IV. Esses tumores tendem a crescer rapidamente e têm maior probabilidade de crescer nos tecidos adjacentes. Esses tumores requerem um tratamento mais agressivo. Alterações genéticas. Mesmo para um tipo específico de tumor cerebral, as alterações genéticas nas células tumorais podem ser diferentes. Por exemplo, muitos tipos de tumores são divididos com base no fato das células terem mutações em um dos genes IDH (IDH1 ou IDH2). Para um tipo específico de tumor, aqueles com mutações IDH tendem a ter um prognóstico melhor do que aqueles sem mutação. Localização do tumor. a localização do tumor no cérebro ou na medula espinhal pode influenciar os sintomas, bem como os tratamentos. Gliomas Glioma é um termo geral para um grupo de tumores que se iniciam nas células gliais. Vários tipos de tumores podem ser considerados gliomas, como o astrocitoma (que inclui o glioblastoma), oligodendrogliomas e ependimomas. Cerca de 30% de todos os tumores cerebrais são gliomas. A maioria dos tumores cerebrais de crescimento rápido são gliomas. Astrocitomas É o tipo mais comum de glioma e se desenvolve a partir de células denominadas astrócitos. Cerca de 20% dos tumores cerebrais são astrocitomas. A maioria dos astrocitomas podem se disseminar por todo o cérebro se misturando com o tecido normal do órgão, o que pode tornar mais difícil sua remoção cirúrgica. Às vezes, eles se disseminam ao longo de estruturas que são envolvidas por líquido cefalorraquidiano (LCR). É raro eles se disseminarem para fora do cérebro ou da medula espinhal. Os astrocitomas muitas vezes são classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o microscópio: Astrocitomas não infiltrantes (grau I) geralmente não costumam crescer nos tecidos adjacentes e podem ter um bom prognóstico. Estes incluem astrocitomas pilocíticos e astrocitomas subependimários de células gigantes. Eles são mais comuns em crianças do que em adultos. Astrocitomas de baixo grau (grau II), como astrocitomas difusos e xantroastrocitomas pleomórficos. Esses tumores tendem a ser de crescimento lento, mas podem crescer em áreas próximas e se tornar mais agressivos e de rápido crescimento ao longo do tempo. Astrocitomas anaplásicos (grau III) crescem mais rapidamente e se disseminam para o tecido cerebral normal adjacente. Glioblastomas (grau IV) são os que mais crescem. Esses tumores constituem mais de metade dos gliomas e são os tumores cerebrais malignos mais frequentes em adultos. Oligodendrogliomas Os oligodendrogliomas começam nas células da glia do cérebro chamadas oligodendrócitos. Esses são tumores de grau II que tendem a crescer lentamente, mas a maioria pode se desenvolver no tecido cerebral próximo e não pode ser completamente retirado cirurgicamente. Os oligodendrogliomas, às vezes se disseminam ao longo das vias do LCR, mas raramente para fora do cérebro ou da medula espinhal. Formas agressivas desses tumores são conhecidas como oligodendrogliomas anaplásicos. De 1% a 2% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas. Ependinomas Apenas 2% dos tumores cerebrais são ependinomas, que se desenvolvem a partir das células ependimais e crescem nos ventrículos ou na medula espinhal. Essas células revestem as áreas preenchidas pelo LCR do cérebro (ventrículos) e espinha dorsal. Ocasionalmente os ependimomas podem apresentar metástase dentro do sistema nervoso central, pelo contato com o LCR, mas não se disseminam além do cérebro ou da medula. Os ependimomas podem bloquear a saída do LCR dos ventrículos, fazendo com que os mesmos aumentem de tamanho e pressão, uma condição denominada hidrocefalia. Alguns ependimomas podem ser completamente retirados cirurgicamente. Meningiomas Os meningiomas correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais e da medula espinhal. Eles começam nas meninges, as camadas de tecido que circundam a parte externa do cérebro e da medula espinhal. São os tumores cerebrais mais frequentes em adultos. O risco destes tumores aumenta com a idade, acometendo cerca de duas vezes mais pessoas do sexo feminino. Em alguns casos esses tumores parecem ser hereditários, especialmente nas famílias com antecedentes de neurofibromatose, uma síndrome em que as pessoas desenvolvem muitos tumores benignos do tecido nervoso. Os meningiomas são muitas vezes classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o microscópio: Grau I. Tumores com células que se parecem mais com as células normais. Esses são o tipo mais frequente de meningioma. A maioria deles pode ser curado com cirurgia, mas alguns crescem muito perto de estruturas vitais no cérebro ou nos nervos cranianos e não podem ser tratados apenas cirurgicamente. Grau II. Esses meningiomas (atípicos ou invasivos) geralmente têm células que parecem um pouco anormais sob o microscópio. Eles podem crescer diretamente ou nas proximidades do tecido cerebral e do osso. São propensos a recidivar após a cirurgia. Grau III. São meningiomas anaplásicos ou malignos com células mais anormais. São o tipo menos frequente. Tendem a crescer rapidamente, próximos ao tecido cerebral e osso. São os mais propensos a recidivar após o tratamento. Alguns podem até se disseminar para outras partes do corpo. Meduloblastomas Meduloblastomas são tumores que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas no cerebelo. São tumores de crescimento rápido e, muitas vezes se disseminam ao longo das vias do líquido cefalorraquidiano, mas podem ser tratados com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Meduloblastomas ocorrem com mais frequência em crianças do que em adultos. Eles são parte de uma classe de tumores denominados tumores neuroectodérmicos primitivos, que também podem se iniciar em outras partes do sistema nervoso central. Gangliogliomas Um tumor contendo neurônios e células gliais é denominado ganglioglioma. Estes são pouco frequentes em adultos e geralmente podem ser curados apenas com a cirurgia ou com a combinação de cirurgia e radioterapia. Schwannomas
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