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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES MODELOS ASSISTENCIAIS EM SAÚDE O modelo assistencial diz respeito ao modo como são organizadas, em uma dada sociedade, as ações de atenção à saúde, envolvendo os aspectos tecnológicos e assistenciais. Ou seja, é uma forma de organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade. O modelo assistencial não é apenas uma forma de organização, porque há processo de trabalho, de relação entre o fazer saúde e a gestão. Não é só uma forma de organização, é também uma forma de gestão. ATENÇÃO Não é, portanto, uma forma de organização dos serviços de saúde nem tampouco um modo de administrar um sistema de saúde. Lógica de Formação em Rede 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA As ações e serviços de saúde devem se configurar em redes. Obs.: A eficiência está relacionada à atividade de qualidade com baixo custo. RELEMBRANDO A atenção básica trabalha com baixa densidade tecnológica (tecnologia leve do cuidado), o nível secundário trabalha com baixa e média densidade tecnológica e o nível terciário com alta densidade tecnológica. Quando se utiliza a expertise e equipamentos há tecnologia leve-dura. Os modelos assistenciais são formas de organização das relações entre sujeitos (profissionais e usuários).mediadas por tecnologias (materiais e não materiais), utilizadas no processo de trabalho em saúde, cujo propósito é intervir sobre problemas (danos e riscos) e necessidades sociais de saúde (PAIM, 2002). Para se conceber “modelo de atenção” de maneira sistêmica, deve-se articular 03 dimensões: Gerencial Organizativa Técnico-Assistencial ou Operativa Relativa aos mecanis- mos de condução do processo de reorganiza- ção das ações e serviços de saúde. Estabelecimento de relações entre as unidades de pres- tação de serviços, levando em conta a hierarquização dos níveis de complexi- dade. Diz respeito às relações estabelecidas entre os sujeitos das práticas e seus objetos de trabalho, relações essas, mediadas pelo saber e tecnologia em vários planos (promoção, prevenção, recuperação e reabilitação) COMPONENTES DA ESTRUTURA DO MODELO DE ATENÇÃO DE SAÙDE 5m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL No Brasil, três modelos convivem historicamente de forma contraditória ou complementar: 1. Modelo médico hegemônico (é o mais encontrado). 2. Modelo sanitarista. 3. Modelo de Vigilância da Saúde (preconizado pelo Ministério da Saúde). A concomitância de modelos de atenção enriquece as ações, mas também traz fragilidade para alguns pontos que precisam ser mudados. A vigilância em saúde tenta se antecipar ao problema. O modelo privatista médico hegemônico, que é médico-centrado (não trabalha em equipe) e tem como local de cuidado o hospital, destoa de toda a política pública de saúde. Características Fundamentais do Modelo Hegemônico • Individualismo (centrado em um profissional); • Saúde/doença como mercadoria; • Ênfase no biologismo: não trabalha com determinantes nem condicionantes; • A historicidade da prática médica; • Medicalização dos problemas; • Privilégio da medicina curativa; • Estímulo ao consumismo médico; • Participação passiva e subordinada dos consumidores (Menéndez,1992); • Tem como foco o doente e a doença; • Tem como espaço de cuidado o hospital. Exemplos do Modelo Médico Hegemônico • Modelo médico assistencial privatista: – Voltado apenas para a demanda espontânea; – Privilegia a assistência médica individual curativa; – Centrado na doença e na assistência médica curativa; – Fragmentação da ciência médica. • Modelo de Atenção Gerenciada (medicina baseada em evidências): – Fundamentado na medicina baseada em evidências e na Economia; – Tendência de adoção pelos planos privados de saúde; – Coexistência contraditória com o modelo assistencial privatista; 10m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES – Relevância dos protocolos clínicos como tecnologias para o controle de custos e do trabalho médico; – Compatível com a promoção da saúde e prevenção no sentido de baixar custos e aumentar lucros. É necessário trabalhar com a medicina baseada em evidências, mas o ideal é que essa medicina se tornasse mais grupal e não centrada no paciente, na doença e na cura. Características do Modelo Sanitarista • Intervenção sobre problemas e necessidades de saúde; • De caráter coletivo; • Foco nos modos de transmissão e fatores de risco; • Traços autoritários, organização vertical; • Investe-se muitos recursos financeiros e humanos para determinada ação, mas não tem continuidade; • Tem como sujeito o sanitarista, cujo trabalho toma por objeto os modos de transmis- são e fatores de risco de doenças, numa perspectiva epidemiológica; • A intervenção de saúde está organizada sob a forma de campanhas e programas especiais, as campanhas são temporárias, requerem uma grande mobilização de recursos e a administração centralizada; • Os programas especiais de saúde pública têm administração única e vertical organi- zando suas ações de forma fragmentada sem articulação com outras atividades dos serviços levando em conflito na ponta do sistema. O modelo campanhista é enraizado culturalmente tanto nos profissionais quanto na população. Não deveria mais existir campanha de vacina, pois o sistema de saúde é organizado para dar conta de ofertar todas as ações e serviços durante o processo de trabalho. As campanhas demandam muito recurso material e financeiro para um problema só, o qual poderia ser resolvido durante a rotina ou poderia ser evitado com a vigilância em saúde. Porém, as campanhas de vacina ainda são necessárias no Brasil, apesar das salas de vacinação estarem abertas de segunda a sexta. As campanhas são muito mais culturais do que necessárias, pois se houvesse busca ativa e fosse trabalhado de forma rotineira nessas situações, não haveria necessidade de demandar campanhas de prevenção, mas sensibilização para atentar o indivíduo para o autocuidado. 15m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES Exemplos de Modelos Sanitaristas • Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs); • O Programa de Saúde da Família (PSF); • As campanhas sanitárias; e • As vigilâncias sanitárias e epidemiológicas, dentre outros. Obs.: O PACS e o PSF eram sanitaristas quando eram vistos como programas. Atualmente, os agentes comunitários de saúde e a saúde da família são estratégia, o que muda o foco. O programa é mais vertical e a estratégia é mais continuada. NOVOS MODELOS TÉCNICO-ASSISTENCIAIS Em consonância com o projeto da Reforma Sanitária Brasileira, surgiram novos modelos de atenção à Saúde no Brasil: • Modelo em Defesa da Vida; • Ação Programática ou Programação em Saúde; • Sistemas Locais de Saúde (SILOS); • Modelo das Cidades Saudáveis. Modelo em Defesa da Vida Fundamenta-se nos seguintes princípios: • Gestão Democrática; • Saúde como direito e cidadania; • Serviço Público de Saúde voltado para a defesa da vida individual e coletiva. Ações Programáticas em Saúde Fundamenta-se nos seguintes princípios: • Atividades eventuais, conforme demanda espontânea; • Programas definidos por ciclos de vida, doenças especiais ou por importância sanitária, como programa da tuberculose, hanseníase,pré-natal, planejamento familiar; • Definições de objetivos gerais assentados em categorias coletivas; • Articulação das atividades por equipes multiprofissionais;20m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES • Gerência das unidades básicas realizadas por médicos sanitaristas, pois o fato de ser um profissional da área de saúde coletiva traz uma expertise maior em relação às pessoas colocadas para resolver questões administrativas. Sistemas Locais De Saúde – SILOS • Caracteriza-se pela formulação chave território-problema. • O enfoque por problemas pressupõe a interdisciplinaridade, contrapondo-se à ideia de fragmentação do saber, presente na abordagem multidisciplinar. Esta diz respeito a agrupar pessoas e é diferente de interdisciplinaridade, que vai além do agrupa- mento de pessoas. • Por meio da análise da situação de saúde, propõe estratégias de ações para atender a demanda epidemiológica e ao mesmo tempo captar os usuários provenientes da demanda espontânea. Cidades Saudáveis As cidades Saudáveis tem como diretrizes: • A Saúde como qualidade de vida (conceito ampliado de saúde); • Políticas Públicas que promovam a saúde; • Reforço à participação comunitária; • Desenvolvimento da autorresponsabilidade e corresponsabilidade; • Reorientação dos serviços de saúde; • Intersetorialidade como estratégia principal. ATENÇÃO O modelo preconizado pelo Ministério da Saúde é o de Vigilância da Saúde. Porém, o mo- delo hegemônico é o médico privatista. 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Modelos Assistenciais em Saúde SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ ES MODELO DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE O que é Vigilância da Saúde? Forma de organização das práticas de saúde que contempla a articulação das ações de promoção da saúde, prevenção e controle de riscos, assistência e reabilitação, de modo a se desenvolver uma atenção integral. A Vigilância da Saúde está relacionada aos princípios e diretrizes do SUS, à integralidade da assistência, fortalece a promoção da saúde e a prevenção sem deixar para trás a assistência, a recuperação e a reabilitação. É observar o que muda no processo saúde- doença, as condicionantes e determinantes, se antecipar ao problema com ações de promoção e prevenção. 25m �����������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.
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