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Osteonecrose dos Maxilares Induzida por Medicamentos

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Osteonecrose dos Maxilares Induzida por Medicamentos 
Introdução 
- As medicações que causam osteonecrose são 
divididas em dois grupos → Bisfosfonatos – 
estão mais relacionadas com efeitos adversos, 
pois são drogas amplamente utilizadas – e os não 
bisfosfonatos – drogas antirreabsortivas e as 
drogas anti-angiogênicas; 
- O que se observa na hora de prescrever essas 
drogas é o custo-benefício delas, há problemas 
relacionados a elas, mas também benefícios, 
sendo de muita ajuda no tratamento de certas 
doenças. O que os Cirurgiões-Dentistas devem 
se atentar é aos efeitos da droga, dose e vias 
ligadas com mais frequência a efeitos, o que deve 
ser feito para prevenir a ocorrência deles e o que 
deve ser feito caso eles apareçam – conduta; 
→ Peculiaridades dos Maxilares 
- Essas medicações são de efeito sistêmico, mas 
existem particularidades em relação aos ossos 
maxilares que tornam eles mais susceptíveis: 
!!! A mandíbula é rica em cálcio – osso muito 
denso – o que aumenta a absorção da medicação; 
!!! Os ossos maxilares tem uma relação próxima 
com os dentes, que são potenciais focos de 
infecção – necessitam de tratamentos invasivos, 
quer podem facilitar a disseminação da infecção 
para os ossos maxilares; 
!!! Os ossos maxilares são mais sujeitos à 
procedimentos invasivos. 
Bisfosfonatos 
- Essas medicações começaram a ser utilizadas 
na década de 60, para tratamento de doenças, 
como a osteoporose, osteopenia, metástases 
ósseas, doença de Paget e mieloma múltiplo –
estão relacionadas a um osso frágil, que está 
passando por algum processo de reabsorção; 
- Elas têm como objetivos parar o processo 
reabsortivo do osso e recuperar a massa óssea 
perdida; 
→ Mecanismo de Ação 
- Os bisfosfonato de um modo geral, alteram o 
mecanismo de reabsorção e remodelação 
óssea e, por esse motivo, tem a ação terapêutica 
nas doenças que afetam o tecido ósseo; 
- A remodelação óssea é reduzida, pois eles 
diminuem a reabsorção óssea, por várias formas 
→ inibição da formação e recrutamento dos 
osteoclastos – responsáveis pela remodelação 
óssea – inibição da ativação e atividade dos 
osteoclastos, indução da apoptose dos 
osteoclastos. Por isso o osso fica mais resistente/ 
denso; 
- A medida em que o osso se torna mais denso, 
ele fica também com menor capacidade de 
defesa, pois ele é menos vascularizado – o 
sangue é o meio que as células de defesa usam 
para chegar a locais onde são necessárias; 
- Isso ocorre também porque eles têm atividade 
anti-angiogênica – diminue a angiogênese; 
OBS.: A população está alcançando idades cada 
vez mais avançadas, por consequência, o número 
de indivíduos que apresentam patologias ósseas 
e necessitam de bisfosfonatos é cada vez maior. 
- Apenas em 2003 foram publicados os primeiros 
casos de osteonecrose dos maxilares induzidas 
por bisfosfonatos (BRONJ). Isso demonstra a 
característica de manifestação crônica – ligada 
ao uso crônico da medicação – da osteonecrose; 
OBS.: Tratamento da osteonecrose (relato de 
caso) → antibioticoterapia, por via oral, com 
penicilina – maioria dos microrganismos que se 
proliferam nos ossos expostos são sensíveis a ela 
– amoxicilina, clindamicina – possui afinidade pelo 
tecido ósseo – bochechos com clorexidina, uso 
tópico de iodopovidona – antisséptico – com o 
fito de evitar infecções e manter a área limpa, 
desbridamento do osso necrótico, tudo isso 
para preservar a qualidade de vida do paciente – 
deve-se buscar controlar os quadros de dor 
também, além dos infecciosos. A interrupção do 
uso dos bisfosfonatos é controversa, uma vez 
que seu efeito permanece no organismo por 
anos, podendo perdurar por 10 anos. 
→ Gerações dos Bisfosfonatos 
!!! 1° Geração: Não aminados → etidronato; 
!!! 2° Geração: Aminados → alendronato e 
pamidronato; 
!!! 3° Geração: De cadeia cíclica → zoledronato 
e risedronato; 
 
- À medida que as gerações foram progredindo, 
o efeito terapêutico das medicações foi 
aumentando, em contrapartida a predisposição a 
gerar osteonecrose mais rapidamente progrediu 
junto; 
→ Fatores de Risco 
- Se o paciente já faz o uso de bisfosfonatos há 
fatores de risco que aumentam a susceptibilidade 
de desenvolvimento da osteonecrose: 
!!! Cirurgias dento-alveolares; 
!!! Doença periodontal; 
!!! Uso de próteses; 
!!! Duração da terapia – quanto mais tempo 
dura a terapia, maior a chance de desenvolver 
osteonecrose; 
Medicamento Tempo 
Ácido Zoledrônico 
6 doses mensais de 
BF endovenoso 
Alendronato ou 
qualquer BF por VO 
3 anos ou 156 doses 
semanais 
 
!!! Tipo de bisfosfonatos; 
!!! Via de administração – a via intravenosa 
potencializa o efeito, quando comparada com a 
via oral; 
- A condição ideal é que o paciente faça uma 
avaliação odontológica e tratamentos necessários 
antes de iniciar o uso dos bisfosfonatos; 
- A antibioticoterapia deve ser realizada antes, 
durante e depois do tratamento odontológico, 
quando se for realizar procedimentos invasivos 
nos pacientes que já usam esses medicamentos. 
Não Bisfosfonatos 
- Nessa classe estão as drogas antirreabsortivas e 
anti-angiogênicas; 
→ Antirreabsortivos 
- Denosumab: É um anticorpo monoclonal que se 
liga à proteína RANK, essa proteína normalmente 
sinaliza para os osteoclastos “destruírem” o 
osso. Quando o denosumab se liga a ela, essa 
ação é bloqueada. É utilizado no tratamento de 
certas doenças malignas; 
→ Anti-angiogênicos 
- Bevacizumabe: Ela atua barrando a interação 
do VEGF – fator de crescimento do endotélio 
vascular – com seus receptores na superfície 
das células endoteliais, impedindo assim a 
proliferação de células endoteliais e a formação de 
novos vasos sanguíneos. É usada no tratamento 
de certas neoplasias, com o fito de reduzir a 
irrigação delas – “matando as células tumorais de 
fome”.

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