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THAINARA STEFANELLI OSTEONECROSE E OSTEORRADIONECROSE OSTEONECROSE ASSOCIADA AOS BIFOSFONATOS - bifosfonatos = medicamentos que inibem osteoclastos e possivelmente interferem na angiogênese através de ações como inibição do fator de crescimento endotelial vascular; - podem ser administrado por IV ou VO - usados para RETARDAR ENVOLVIMENTO ÓSSEO em várias condições malignas (mieloma múltiplo, carcinoma de mama ou próstata metastático), doença de Paget e para reverter osteoporose - 1ªgeração = potencia menor; prontamente metabolizados pelos osteoclastos; - 2ª geração = uma cadeia lateral de nitrogênio a mais; são mais potetes; chamados de AMINOBIFOSFONATOS; meia-vida longa Atualmente, a forte associação à osteonecrose dos ossos gnáticos tem sido limitada aos aminobifosfonatos. O osso está em constante processo de reabsorção e reposição!! → tempo médio de vida de um osteoblasto/osteócito é de 150 dias; → os osteoclastos possuem papel crítico na manutenção do osso normal através do reparo de microfraturas e reabsorção de áreas ósseas com focos de osteócitos não vitais; → reabsorção óssea = citocinas e fatores de crescimento são liberados e induzem formação de osteoblastos formando osso ativo → quando função osteoclástica diminui, as microfraturas se acumulam e a vida dos osteócito aprisionados excede, criando áreas de osso vulnerável; → quando os osteoclastos ingerem o oso atratado por bifosfonatos, o medicamento é citotóxico e induz apoptose osteoclástica, reduzindo recrutamento de osteoclastos adicionais e estimula osteoblastos a liberarem fator de inibição osteoclástica A incorporação desse medicamento é maior em áreas de remodelação óssea, como os gnáticos - fatores de risco para OAB associada a formulações orais = idade avançada, uso de corticoesteroides, uso de drogas quimioterápicas, diabetes, tabagismo ou álcool, higiene oral deficiente e uso de droga por mais de 3 anos; - prevalência em mandíbula... - em 60% dos pacientes, a necrose ocorreu após procedimento odontológico invasivo com remanescente ocorrendo de forma espontânea; Ocasionalmente, a necrose pode ocorrer após menor trauma as proeminências ósseas, como tórus... THAINARA STEFANELLI OSTEONECROSE E OSTEORRADIONECROSE Paciente afetado apresenta área de osso necrótico exposto, assintomático geralmente Tem sido sugerido que o osso em risco iminente para osteonecrose costuma demonstrar radiopacidade aumentada antes da evidência clínica de franca necrose Tais alterações ocorrem predominantemente em áreas de remodelação óssea alta, como as cristas alveolares. As radiografias panorâmicas geralmente revelam radiopacidade marcada nas porções das cristas alveolares dos gnáticos, com aparência mais normal no osso distante das porções dentadas. A hiperplasia periosteal também não é incomum. Nos casos mais graves, a osteonecrose gera uma imagem radiolúcida mal definida, com aspecto de roído de traça, com ou sem sequestro radiopaco central Em alguns casos, pode levar a uma fístula cutânea ou fratura patológica TRATAMENTO = * varia de acordo com a formulação da droga, doença tratada e tempo de uso * devem ser instruídos a obter e manter higiene oral boa; * evitar procedimentos invasivos; por ser o medicamento atraído para os sítios de remodelação óssea ativa, uma interrupção temporária da droga (ou sua troca para um bifosfonato não-amino) pode ser interessante durante tratamento ortodôntico... Quando a manipulação do osso é considerada (p. ex., cirurgia endodôntica, osteoplastia, cirurgia oral, colocação de implante), o paciente deve ser informado sobre as potenciais complicações do uso de aminobifosfonatos e o risco de OAB Para procedimentos cirúrgicos eletivos em paciente que já esteja utilizando o medicamento há mais de 3 anos, a descontinuidade do medicamento 3 meses antes e 3 meses depois da cirurgia tem sido sugerida. Devido à angiogênese reduzida, os enxertos ósseos devem ser usados de forma sensata. Se vários sítios precisam de cirurgia, então um sextante deve ser tratado a cada 2 meses. Durante este intervalo, recomenda-se o uso de clorexidina duas vezes ao dia. A abordagem sextante por sextante não é necessária no tratamento da doença inflamatória periapical ou abscesso, porque ambos os processos podem levar diretamente à osteonecrose e demandam resolução imediata O tratamento odontológico no paciente que está utilizando bifosfonato intravenoso (IV) para o câncer é muito mais problemático. A prevenção é fundamental. Nos pacientes avaliados antes do início dos aminobifosfonatos, o objetivo é eliminar todas as infecções dentárias e melhorar a saúde oral para prevenir uma futura terapia invasiva; isto inclui a remoção de tórus grandes e de dentes parcialmente impactados. Se apenas o tratamento não-invasivo for necessário, o início do uso da droga, então, não precisa ser retardado. Se procedimentos cirúrgicos são realizados, recomenda-se que o início do uso do medicamento seja adiado por 1 mês, além da realização de profilaxia antibiótica (i. e., penicilina; quinolona e metronidazol, ou eritromicina e metronidazol para os pacientes alérgicos à penicilina Para os pacientes que estejam no meio do tratamento IV, muitos clínicos sugerem que a manipulação óssea seja evitada PACIENTES COM OAB= tratamento para dor, visto que remoção óssea tipicamente resulta em necro óssea adicional * assintomático = bochecho diário com clorex * sintomáticos = antibioticoterapia sistêmica e clorex * casos recorrentes = volume de osso necrótico deve ser reduzido cirurgicamente + antibiótico - De uma forma geral, os benefícios da terapia para osteoporose e câncer metastático com aminobifosfonatos parecem superar o risco para o desenvolvimento de OAB. No entanto, as medicações orais deveriam ser prescritas apenas para aqueles indivíduos com densidade óssea inadequada e deveriam ser descontinuadas ou THAINARA STEFANELLI OSTEONECROSE E OSTEORRADIONECROSE substituídas por um bifosfonato não-amino para que a densidade óssea retorne a um nível aceitável. Uma densidade óssea aumentada não necessariamente indica boa qualidade óssea. Os efeitos negativos da supressão exagerada do metabolismo ósseo devem ser considerados em todos os pacientes que utilizam aminobifosfonatos orais. Os cirurgiões-dentistas devem ser proativos e realmente encorajar os pacientes a conversar com seu médico para que estes fatores sejam considerados durante o planejamento e execução de um tratamento longo. Para os pacientes que estejam programando usar aminobisfosfonatos IV como parte do tratamento na conduta do câncer, o oncologista envolvido deve recomendar a avaliação odontológica antes do tratamento e cuidados preventivos por tempo prolongado e acompanhamento próximo. OSTEORRADIONECROSE - uma das complicações mais sérias da radioterapia de cabeça e pescoço; - Ainda que o risco seja baixo, ele aumenta consideravelmente se um procedimento cirúrgico local for realizado em até 21 dias do início do tratamento ou 12 meses após o tratamento - No passado, muitos pesquisadores acreditavam que a radiação induzia uma endoarterite óssea que levava à hipóxia, hipocelularidade e hipovascularização, criando uma predisposição à necrose com o menor trauma. Esta teoria levou ao uso generalizado do oxigênio hiperbárico na prevenção e no tratamento desta condição. No entanto, atualmente acredita-se que o processo seja mais complexo e que a radiação possa causar danos às células ósseas Quando estas células perdem sua função normal, a renovação óssea é suprimida de forma semelhante aos efeitos sobre os osteoclastos quando da utilização de bisfosfonatos - Sugeriu-se que a recuperação significante ocorra e que a prevalênciade osteorradionecrose seja significantemente reduzida após o período de 1 ano de recuperação, independentemente da utilização de oxigênio hiperbárico. Apesar de a maioria dos casos de osteorradionecrose surgir secundariamente ao trauma local, uma minoria ocorre de maneira espontânea. A mandíbula é envolvida com maior frequência, embora alguns poucos casos envolvam a maxila As regiões ósseas afetadas demonstram áreas radiolúcidas maldefinidas, que podem evoluir para zonas relativamente radiopacas conforme o osso necrótico se separa das áreas vitais residuais - Podem estar presentes dor intratável, perfuração cortical, formação de fístula, ulceração superficial e fratura patológica A dose da radiação é o principal fator associado à necrose óssea, embora a proximidade do tumor com o osso, a presença de remanescentes dentários e o tipo de tratamento também exerçam efeito. Fatores adicionais associados ao aumento da prevalência incluem idade avançada, gênero masculino, higiene oral deficiente, má nutrição e o uso contínuo de tabaco ou álcool. A prevenção da necrose óssea é a melhor forma de atuação. Antes do tratamento, todos os dentes duvidosos devem ser extraídos ou restaurados e focos orais de infecção devem ser eliminados. Uma higiene oral excelente deve ser iniciada e mantida. Um tempo de cicatrização de pelo menos 3 semanas entre a realização de procedimentos odontológicos extensos e o início da radioterapia diminui significativamente a chance de necrose. Exodontias ou qualquer trauma ósseo são fortemente contraindicados durante a radioterapia.