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Teníase e Cisticercose 
Taenia solium e Taenia saginata 
Importância 
• 77 milhões de pessoas parasitadas por T saginata, 
sendo a maioria na África 
• A cisticercose é endêmica em áreas rurais 
• 50.000 mortes devido a neurocisticercose por ano 
• China já teve prejuízo de 120 milhões de dólares 
devido a carnes contaminadas, afetando a economia. 
• A letalidade da cisticercose gira em torno de 15% 
• Responsável por 30% dos casos de epilepsia em 
adultos 
• 50% dos pacientes com cisticercose não 
apresentam sintomatologia e os exames 
neurológicos são normais 
• Dentro da população com alterações neurológicas a 
incidência de neurocisticercose é de 5 vezes maior 
e pode estar diretamente relacionada a esses 
distúrbios. 
Taxonomia 
Filo Platyhelminthes 
Classe Tubellaria 
Classe Aspidogastrea 
Classe Digenea 
Classe Monogenea 
Classe Cestoda 
 Subordem Eucestoda 
 Ordem Cyclophylidea (Escolex com ventosas) 
 Família Taeniidae 
 Taenia solium 
 Taenia saginata 
 Echinococcus granulosus 
 Família Hymenolepididae 
 Hymenolepis nana 
A Classe Cestoda tem total ausência do sistema 
digestório e toda absorção de nutrientes é feita diretamente 
pelo tegumento, essas espécies possuem adaptações desse 
tegumento para a absorção como a presença de 
prolongamento chamados de microticrias, que aumentam a 
superfície de absorção. 
Subordem Eucestoda, possui um órgão de ficção 
anterior chamado escolex; logo em seguida, apresentam 
também um colo que é uma região onde ocorre intensa 
proliferação celular; posteriormente apresentam o estróbilo, 
um conjunto de pseudosegmentos que formam as várias 
proglotes (imaturos próximo ao colo, maduros e grávidos 
próximo da parte terminal) 
Os indivíduos da ordem Cyclophyllidea apresentam 
quatro ventosas, que são musculaturas muito desenvolvidas 
usadas nesse processo de fixação. Algumas espécies, além 
das ventosas apresentam uma coroa de acúleos no rostelo 
importantes na fixação e muito usadas em caráter 
taxonômico 
Acima observamos essa pseudosegmentação das 
proglotes. São chamados de pseudosegmentos pois essas 
proglotes possuem o sistema nervoso e o sistema de 
regulação osmótica conectados entre si, ou seja, não são 
independentes. Em cada proglotes temos um aparelho 
reprodutor onde observamos um poro genital que se 
alterna, em uma proglotes observamos a presença à direita 
e em outra na esquerda. Saindo desse canal observamos 
tanto a vulva quanto o aparelho reprodutor masculino, que, 
em algumas espécies, apresenta uma bolsa para abrir o cirro 
que é exteriorizado durante a fecundação. 
Nessa imagem observamos os testículos pouco 
visíveis pois nessa altura o aparelho reprodutor está 
entrando em um processo de degeneração. No aparelho 
reprodutor feminino observamos a abertura da vulva, a 
vagina; a região dilatada onde vai ficar armazenada as células 
reprodutoras masculinas depositadas na copula; o ootipo; e 
os dois ovários. O ovulo é produzido pelos ovários, e depois 
é conduzido para o ootipo que vai receber as células 
reprodutoras 
femininas 
juntamente 
com o 
conteúdo das 
glândulas 
vitelínicas e 
de mehlis 
que servem 
de nutrientes 
para a larva 
se desenvolver dentro do ovo. Esses ovos depois da 
fecundação vão se acumulando no útero e conforme vão 
se acumulado ele se ramifica para abrigar mais ovos. Esse 
tipo de ramificação, a morfologia do aparelho reprodutor 
ajuda na identificação taxonômica. 
O verme adulto, geralmente hermafrodita, vai se 
desenvolver no tubo digestivo do hospedeiro definitivo e 
eliminar as proglotes cheias de ovos que vão ser 
desenvolver a larva que chamamos de oncosfera. Nos 
Cyclophylydea (Taenia, Echinococcus, Hymenolepis) esse ciclo 
vai se desenvolver no meio terrestre e essas larvas vão ter 
nomes diferentes em cada gênero., na Tênia é chamado de 
Cisticerco 
A distribuição de Taenia está relacionada com 
saneamento e hábitos alimentares culturais. Na Índia, por 
exemplo, a vaca é sagrada e poucos consomem carne de 
vaca, mas consomem de porco, tendo maior transmissão de 
Taenia solium que saginata, alguns países do oriente não 
consomem carne de porco e temos pouca transmissão de 
Taenia solium. 
T. Solium e T. Saginata 
 As diferenças morfológicas de T solium e T. 
saginata são visíveis principalmente pela presença do escolex 
que na T. solium é ornado por duas fileiras de acúleos com 
um escolex mais arredondados, enquanto a T. saginata não 
tem acúleos e o restelo é mais quadrado. Outra diferença é 
que a T saginata geralmente são maiores e podem chegar 
até 10 metros. Essas diferenças são difíceis para diagnosticar 
uma pessoa infectada, por que normalmente o que vemos 
são os ovos ou os proglotes grávidos nas fezes. 
Ao isolar e fixar um 
proglotes eu consigo 
identificar e diferenciar, T 
solium tenho a presença 
em menor número de 
ramos, sendo uma 
ramificação do tipo 
digitiforme, enquanto na 
T saginata os ramos se 
ramificam principalmente 
nas extremidades, 
ramificação dicotômica. 
Essa identificação as 
vezes é necessária no 
diagnostico, pois, as 
doenças relacionadas são 
diferentes 
O ovo de Taenia solium 
é idêntico nas duas espécies, sendo um ovo esférico com 
uma casca protetora escura cheia de canalículos chamada de 
embriófago. Internamente temos o embrião hexacanto ou 
oncosfera. 
Ciclo 
Na Taenia sp. o verme adulto se estabelece no 
intestino delgado do hospedeiro. Um único hospedeiro que 
permite o desenvolvimento da Taenia solium e Taenia 
saginata é o homem A parasitemia é baixa, geralmente 
observamos apenas um verme, pois tanto a resposta imune 
quanto o verme produzem substancias que dificultam outros 
vermes de se estabelecerem por isso costumam chamar a 
Tenia de solitária 
Existe reprodução sexual, os proglotes maduros 
podem se fecundar forma as proglotes gravidas repletas de 
ovos que são eliminadas nas fezes. O ovo é liberado, se 
desenvolve uma larva chamada de oncosfera e esse ovo é 
ingerido pelo hospedeiro intermediário como bovinos ou 
suínos. 
Essa oncosfera quando passa pelo tubo digestivo 
tem o embriófago do ovo degradado, liberando a oncosfera 
que penetra na mucosa intestinal, cai na circulação e via 
circulação ela vai espalhar nos tecidos, principalmente em 
musculatura e outros tecidos oxigenados, com isso a 
oncosfera se desenvolve em larva cisticerco que tem uma 
vesícula com um único protoescolex, esse cisticerco então 
pode ser ingerido pelo homem que vai passar pelo tubo 
digestivo, o pH baixo vai destruí a musculatura e liberar esse 
protoescolex que vai se fixar na mucosa do intestino 
delgado, se desenvolver e dar sequência ao ciclo. 
Transmissão 
O homem pode se infectar ingerindo carne 
malcozida de porco (Tenia solium) ou de boi (Taenia 
saginata) contaminada com cisticerco e desenvolver o verme 
adulto, e também pode ingerir ovo de Taenia solium e 
desenvolver a cisticercose. O homem é um hospedeiro 
definitivo tanto de Taenia solium quanto de Taenia saginata, 
causando teníase, e pode agir como hospedeiro 
intermediário de Taenia solium causando cisticercose, pois o 
sistema fisiológico do homem é muito parecido com o do 
porco 
Teníase 
A maioria das pessoas desenvolve sintomas leves e 
não procura assistência contaminando ainda mais o ambiente. 
Sintomatologia 
• Dor e desconforto abdominal 
• Perda de peso 
• Perda de apetite 
• Irritação da mucosa 
• Problemas digestivos 
• Irritação da mucosa intestinal e hipersecreção de 
muco 
• Hemorragias 
• Raros casos de localização ectópica como apêndice, 
ducto pancreático e bile 
Cisticercose 
 Se esse ovo é ingerido pelo hospedeiro 
intermediário, ao passar pelo estomago vai liberar as 
oncosfera que vão para a circulação e se alojam 
preferencialmente na musculatura podem se alojar no 
cérebro também pois possuem entropismo positivo com o 
sistema nervoso central formando os cisticercos. 
 Os sintomas vão depender de onde ocisticerco 
evoluiu, geralmente essas larvas tem um entropismo pela 
musculatura e pelo sistema nervoso central causando 
neurocisticercose. Esses cisticercos podem permanecer 
viáveis por anos formando granulomas ou calcificações após 
a morte da larva. É assintomático em 50% dos casos
 
O clinico precisa ser minucioso pois a sintomatologia 
está relacionada com outras patologias e psicopatologias 
Sintomatologia 
• Dores musculares (Nos músculos) 
• Alterações de visão 
 
Alterações cardíacas e hepáticas 
• Ataques epiléticos, crises convulsivas, Cefaleia 
intensas, vomito (Localização no Parênquima) 
• Hipertensão intracranial e hidrocefalia (Na periferia, 
mais relacionados a letalidade), região de difícil 
tratamento. 
Diagnostico 
Teníase 
• Exame parasitológico de fezes, dela identificação de 
ovos e fezes (O exame só fica positivo depois de 2 
a 3 meses de infecção) 
• Método da fita gomada (Parecido com o de 
Enterobius vermiculares) 
• Sorologia ELISA 
Cisticercose 
Testes de imagem 
• Raio X- Cistos calcificados 
• Tomografia computadorizada e ressonância 
magnética- Vemos os cisticercos viáveis 
Tratamento 
Alguns fármacos tem eficácia contra a larva. Se o clinico 
vai fazer o uso de Larvicida, antes ele precisa saber se ele 
tem apenas teníase ou cisticercose, sua localização e 
quantidade, pois ao destruir eu posso piorar o caso... Por isso 
o diagnóstico e acompanhamento precisa ser preciso. 
Antes do tratamento costuma-se iniciar o uso de anti-
inflamatório, corticoide, para evitar um processo inflamatório 
grande quando as larvas forem destruídas piorando o caso 
• Praziquantel- Larvicida 
• Niclosamida- Verme adulto 
• Albendazol- Larvicida 
Controle 
• Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes 
• Saneamento básico 
• Fiscalização de alimentos 
• Educação em saúde 
• Cuidados com manejo e manutenção dos 
hospedeiros intermediários

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