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Fome e Saciedade


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FOME E SACIEDADE Karla Daruiz
 Engordar ou emagrecer nada mais é do que uma Lei da Termodinâmica ( Lei da Conservação de energia), que diz que a energia é modificada, ou seja, ela é convertida de uma forma para outra. 
Importante: A energia jamais vai ser criada ou destruída. A energia eólica, por exemplo, é convertida em elétrica e a energia solar é convertida em fotovoltaica. 
No nosso organismo pegamos a energia proveniente dos alimentos e convertemos essa energia química em: elétrica, mecânica e térmica. 
Individuo que gasta mais energia do que ganha magro
OBS: Indivíduos com câncer produzem caquexicinas, que os levam a um quadro semelhante ao de caquexia, pois eles não comem e possuem uma queima energética e dai vai ficando magros. Isso vale para diversas doenças, como a tuberculose e a AIDS. 
Indivíduo em equilíbrio consome e gasta a energia na mesma quantidade.
Indivíduo que ganha muita energia e não gasta Obeso 
Se quisermos emagrecer, precisamos comer pouco ou gastar/malhar muito. Esse processo é a chamado de homeostase da Termodinâmica.
O regulamento do apetite se dá através do comportamento familiar; social; cultura; fatores emocionais (ansiedade e depressão); visão (quando vemos uma comida que gostamos); olfato (faz a gente comer algo que nem estávamos pensando), o momento ao longo do dia (quanto mais demoramos para comer, mais comemos); a disponibilidade do alimento (se há menor quantidade, o ser humano acaba comendo menos) e amenas ao ambiente (comemos rápido, não tem a quantidade de alimentos que precisamos). 
Curiosidade: Na China a população come 8Kg de proteína animal por ano, qnquanto no Brasil, supera 18Kg de proteína animal.
Sinais de saciedade do trato gastrointestinal que são mecanos e quimiorreceptores, regulam a ingestão a curto prazo. O tamanho da refeição, determina o intervalo das refeições, ou seja, o tempo que leva de uma refeição para outra. Basicamente isso fica no sistema do trato solitário nos neurônios e vai se projetar para a região arqueada paraventricular dorsomedial do hipotálamo e também para o hipotálamo lateral. 
Então o que chamamos de centro da fome e saciedade são centros hipotalâmicos, que são basicamente a parte lateral, paraventricular e arqueada. 
Níveis de modulação do apetite:
- Periféricos
- Primário: chega até o hipotálamo
- Secundário: vai do hipotálamo para regiões do trato solitário
- Terciário: Temos a conexão do hipotálamo com o tálamo, núcleo accunbens.
Fome- Orexia 
Saciedade- Anorexia
A Região Paraventricular do hipotálamo é responsável pela anorexia. Então as regiões do arqueado se conectam com o sistema primário de resposta. O arqueado se conecta ao paraventricular, mas pode se conectar a outras regiões, que seria a resposta secundária. 
A resposta terciária parte do paraventricular, vai para o trato solitário e dele vai para os demais tecidos. Então, temos na região do arqueado 2 áreas que emite fibras inibitórias e excitatórias para a região paraventricular. A região arqueada possui resposta anoréxica e orexica e pode estimular a região anoréxica paraventricular ou pode inibir. 
Logo, quando há a estimulação há a redução da fome e quando há a inibição, há o aumento da fome. 
OBS: A Região supraóptica, dorsomedial e ventromedial também podem ser estimuladas.
A região ventromedial (acima do arqueado), é anoréxica. 	
OBS: Humano com alteração genética que provoque perda de função desta região, terá uma obesidade mórbida e intratável, ou seja, ele não vai sentir saciedade.
Na região arqueada há 2 áreas:
• PONC: é o próprio melanocortina, que vem do hormônio melanócito estimulante.
• AGRP: o nome é dado pelo neuropeptídio Y , que é um neuropeptídio pancreático e AGRP é o que que chamamos de proteína relacionada a Gurt, que é a leptina.
Na região CART (CART-PONC) há o hormônio melanócito estimulante. Estudos feitos com cocaína e anfetamina mostraram que é nessa região que elas inibem a fome a um nível hipotalâmico. Nessa região, essas drogas ativam a região CART, por isso é chamada de transcrito relacionada a cocaína e anfetamina. Então, sabemos que as 2 substancias aumentam a noradrenalina cerebral e inibe a fome (resposta terciária), aumentam a dopamina (reduz a fome), e sua ação principal é hipotalamica na região de controle da fome.
O sistema anorexígeno é o CART e MSH e o sistema orexígeno é o neuropeptídeo Y da proteina GURT. Basicamente, temos a região do arqueado que é alvo para substancias periféricas, como leptina, peptídeo Y, insulina, colecistocinina e grelina. 
OBS: Os 4 primeiros são anorexígenos e a grelina é orexígena (interfere com o sistema AGRP).
A Região PONC, quando libera MSH, vai para a região paraventricular e nela essa substancia estimula um receptor que é o MCR-4 (não deu certeza). Esse receptor ao ser ativado, produz um efeito anoréxico. Logo, todas as vezes que a região arqueada do hipotálamo for estimulada, na região PONC e na região CART o estímulo que ela manda para a região paraventricular, é através da liberação do hormônio melanócito estimulante (melanocortina). Esse hormônio estimula o receptor MCR4 e isso vai fazer com que estimule a região do trato solitário, provocando a anorexia.
Quando a região AGRP é estimulada, ocorre algo diferente. A grelina, por exemplo, é uma substancia periférica que vem do estômago. Ela estimula essa região, que é capaz de INIBIR (produz substancia inibitória) a região PONC- CART e ao mesmo tempo antagoniza o receptor MCR4, com isso, impede a ação anoréxica. Então a anorexia vem do PONC-CART e ao ser estimulado, libera o MSH que estimula receptor MCR4 que fica na região paraventricular e, consequentemente, isso estimula a anorexia. 
OBS: PONC-CART é estimulada pela insulina, leptina e colecistocinina (há outras substancias, como motilina). Ao mesmo tempo, esses peptídeos estimulam proteína Gi na região AGRP. A PONC-CART além de estimular o centro anoréxico, também libera substancia no receptor MCR3 que é inibitória. Portanto, temos MSH fazendo inibição do AGRP e MSH estimulando a região paraventricular, fazendo estimulo da anorexia e inibição da orexia.
A insulina se liga a receptor acoplado a tirosina quinase. Nesse caso, é excitatorio na PONC-CART, e inibitório na AGRP. Leptina também é inibitória. Colecistocinina também age via proteína G. Na PONC-CART é proteina G excitatória e na AGRP é proteína Gi. Se o centro que estimula a anorexia for estimulado, ele impede a outra região de estimular a orexia. 
Quando estimulamos a orexia via grelina, o AGRP bloqueia a região PONC-CART, estimulando uma resposta inibitória.
OBS: A CCK inibe a fome. Porém, pra isso, ela precisa estimular a região paraventricular. Ou seja, estimula PONC-CART e inibe AGRP estimulando dessa forma, a anorexia.
Criança com mutação no recepto MCR4 obesidade patológica e mórbida. Não há nenhum tratamento eficaz. A AGRP proteina relacionada a GURT, é um antagonista endógeno do receptor MCR que é uma forte substancia orexígena. A grelina, faz o indivíduo liberar essa proteína, fazendo a pessoa sentir muita fome. 
Sistemas de controle desse processo:
• Tecido adiposo produz leptina;
• Pâncreas produz insulina;
• CCK (colecistocinina) é produzida no inicio da digestão, ela é um sinalizador rápido da anorexia;
• Mastigação- Avisa que estamos comendo e isso ajuda a inibir a fome. Mascar chiclete ajuda a reduzir a fome, quando mais mastigamos menos fome sentimos depois, pois isso aumenta a sensação de saciedade;
• Distensão gastrica
• Insulina- produzida a medida com que vamos absorvendo glicose;
• Sinalizador de longo prazo- quando vai ficando gordo o tecido adiposo amarelo começa a produzir leptina que inibe a fome. Isso significa que não éramos para ficar obeso, pois temos leptina; mas da mesma forma que ficamos intolerante a insulina, também ficamos intolerante a leptina.
A grelina é produzida em varios lugares, como a musculatura. Quando fazemos exercício físico, sentimos mais fome, poisaumenta a produção de grelina. Rins, coração, estômago, placenta estimulam a produção de grelina.
Podemos ter inibição e estimulação. Na estimulação pode fazer a adipogênese pela presença da grelina e pode interferir com a massa muscular e diâmetro cardíaco. 
OBS: Há estruturas que ajudam a reduzir a quantidade de grelina. Estudos mostram que a grelina está envolvida com o crescimento. Ela á um antagonista da leptina. A grelina atua em uma grande quantidade de receptores que são acoplados a proteína G (Gi G0, Gq). Isso mostra que no centro PONC, ela estimula proteína Gi diminuindo a anorexia. Já na região AGURT, ela estimula proteína Gq, levando a ter uma maior capacidade de sentir fome. Estamos falando até o nivel paraventricular, porque dessa região para cima, as substancias que estimulam e inibem a fome são outras. Essas são as sinalizadoras do próprio hipotálamo, então, temos da região periférica para a arqueada e depois da arqueada temos substancia GURT e MSH que fazem a modulação da região paraventricular. Temos também os periféricos, depois o arqueado até a região paravetricular e temos as que estão acima da paraventricular (endocanabinoides). 
 A mastigação na região têmporo-mandibular, vai estimular a área hipotalâmica levando o centro da saciedade na região ventromedial, que é região anoréxica. A distensão do estomago também vai para essa região. Sendo dessa forma, controlada basicamente por estímulos elétricos, vindo da dilatação do estômago e da atividade mandibular. Já a região arqueada é controlada pelos sinalizadores, como neuropeptídio Y, grelina, leptina, insulina, CCK. 
A PONC-CART quando é estimulada, é capaz de inibir AGRP e estimular a região anoréxica paraventricular e a AGRP quando é estimulada, libera GABA que inibe PONC-CART e é antagonista dos receptores MCR4 e, consequentemente, impede a ação anoréxica e o controle da região arqueada paraventricular.
Na região ventromedial é um controle mecano-elétrica. Dessas regiões para cima entram no controle da fome e saciedade outras substancias, como: dopamina, serotonina, endocanabinoides. Elas estão relacionadas a regiões do prazer, que são as mesocorticais e núcleo accunbens. Isso depende das reações que saem através do trato solitário.
Quanto maior a quantidade de tecido adiposo retroperitoneal, maior é a quantidade de leptina. Então teoricamente, era para inibir a fome. Porém, os receptores de leptina fazem tolerância, então, aumenta a leptina da mesma forma que aumenta a insulina e os receptores não respondem
A leptina interfere com o sistema JACK QUINASE e a insulina com o sistema Tirosina quinase. Em alguns casos ocorre a abertura dos canais de potássio e isso leva a hiperpolarização. Em outros casos, há um sistema ativador dentro da célula, sendo ele, o PONC-CART exitatório e o sistema AGRP inibitório (no caso da leptina e insulina) . No caso da grelina, esse processo é invertido, e ela interfere com proteína G.
Receptor AGURT estimula com a grelina e vai estimular fazendo a produção de GABA que inibe o sistema ópio melanocortina. 
Região terciaria: Endocanabinoides, sistema simpatico e parassimpatico. Os individuos com câncer, possuem uma perda absurda de apetite e uma caquequixia rápida. 
OBS: O uso de canabinoides começou a ser usado para que o individuo sentisse fome e parasse de vomitar. O 
Curiosidade: Rimonaban bloqueia o receptor dos canabinoides ( os usuários possuem aumento do apetite para alimentos calóricos- ricos em carboidrato) diminuindo o apetite para doce e carboidrato. Ele reduzia a gordura localizada e diabetes. Porém causou problemas cardiovasculares e levou indivíduos ao infarto.
Importante: As Anandamidas interferem com varias sinapses cerebrais que são receptores de canabinoides -CB- (sao numerados do 1 ao 11). Elas estão ligadas a fome, indução do sono, quadros alucinógenos, dentre outros. Interfere também, com o sistema da etanolamina. Sabemos que ela pode estar interferindo com emoções e ansiedade. Já em relação ao apetite, elas aumentam com alimentos doces e carboidratos.
Se ficarmos em jejum por muitas horas, comemos muito mais do que se não estivéssemos em jejum. Há também um poder lipogênico maior, pois libera-se muito mais insulina em um tempo menor.
Principais problemas relacionados a obesidade:
• Dislipidemia- 50% dos obesos possuem
• Apnea do sono- 20%
• Diabetes- 25%
• Infartam- 50% . A incidência do infarto na população em geral é menor do que isso, possuem muito mais possibilidade de morrer de infarto.
• Possuem 3 vezes mais chances de ter câncer do que a população não obesa
• 20% mais chance de ter insuficiência cardíaca
• 50% possuem incontinencia urinaria
• 40% possui colecitite
• 55% tem hipertensão
• 20% tem doença articular
OBS: O IMC é um dado para calcular a massa, mas não da parafusar somente esse índice. Foi avaliado 250mil prontuários e observaram que quem estava acima de 35% do peso, era a população que mais infartava e a segunda, era aquela que estava abaixo de 25% (abaixo do peso) e o terceiro grupo a enfartar, são pesssoas que estão levemente acima do peso.

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