Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → ANAMNESE: • GESTAÇÃO: medicação, doenças gestacionais (como diabetes mal controlada), infecções (como rubéola no 1º trimestre de gestação associada a PCA); = estão associados à cardiopatia congênita • PÓS NATAL A ATUAL: condições de nascimento. Teste do coraçãozinho, queixas atuais; • HISTÓRIA FAMILIAR: casos de cardiopatia congênita na família; ➢ SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR → A criança deve ser avaliada globalmente, seguindo as normas gerais de anamnese e EXAME FÍSICO em pediatria. • INSPEÇÃO: ✓ Precórdio normal, sem batimentos visíveis; ✓ Hiperativo: cardiopatias que causam sobrecarga de volume (CIV); ✓ Abaulamentos: dilatação acentuadas de câmaras ou cardiopatias congênitas. • PALPAÇÃO: ✓ Ictus cordis: RN e lactentes, coração mais horizontalizados, ictus no 3º/4º EIE, discretamente para fora da LHCE. 4º/5º EIE, LHCE ou para dentro da LHCE; ✓ Propulsivo no CIV; ✓ Frêmito: sensação vibratória de sopor muito intenso. presença sopro grau 4/6 em diante. • AUSCULTA: ✓ Foco mitral = 5º Espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular, corresponde ao ictus cordis; ✓ Foco pulmonar = 2º espaço intercostal esquerdo junto ao esterno; ✓ Foco aórtica = 2º espaço intercostal direito junto ao esterno; ✓ Foco aórtico acessório = 3º e 4º espaço intercostal esquerdo; ✓ Foco tricúspide = Base do apêndice xifoide ligeiramente a esquerda; ✓ Outras áreas do precórdio e adjacências: Borda esternal esquerda, borda externa direita, regiões infra e supraclaviculares, regiões laterais do pescoço e região interescapulovertebrais ✓ B1: identifica a sístole com fases de contração isovolumétrica, ejeção ventricular rápida e lenta. ▪ Vibrações após fechamento das valvas atrioventriculares, parede ventricular e septo. ▪ Pode ser desdobrada na borda esternal esquerda baixa em crianças normais. ▪ coincide com ictus cordis e pulso carotídeo, timbre mais grave, representação – TUM. ✓ B2: fechamento das valvas semilunares. ▪ Ela pode ser normofonética, hipofonética (ausente na atresia pulmonar) e hiperfonética (hipertensão pulmonar). ▪ timbre mais agudo, representação – TA. ▪ Desdobramento fisiológico: audível na inspiração (aumento de retorno venoso para o coração direito, com atraso de fechamento de valva pulmonar e antecipação da aórtica devido ao menor afluxo de sangue ao coração esquerdo decorrente do maior represamento no território pulmonar na inspiração). ▪ Desdobramento fixo: mesma duração na inspiração e expiração (CIA = comunicação interatrial). Aumento semelhante de volume sanguíneo em câmeras direitas nas 2 fases respiratórias e consequentemente através da valva pulmonar. ▪ Paradoxal: desdobramento audível na expiração (estenose aórtica grave); ▪ Única: uma só valva pulmonar (estenose ou atresia grave de veia pulmonar ou aórtica) ✓ B3: Vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido, ruído de baixa frequência (Utilizar campanula), representação – TU. ▪ Auscultada em crianças e adolescentes normais e tende a desaparecer com a idade. ▪ Ou paciente com sobrecarga de volume (CIV). Princípios gerais da ausculta cardíaca e sopros na criança HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ✓ B4: Ruído débil, ocorre no final da diástole ― brusca desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à massa sanguínea existente no interior do ventrículo. ▪ B4 é sempre patológica! ▪ Inaudível em crianças normais. ▪ É de baixa frequência, mas, é mais audível no ápice (VE) e borda esternal esquerda (VD). → Outros sons: ✓ ESTALIDO OU CLICK DE EJEÇÃO: São ruídos de alta frequência, sendo mais bem auscultados com o diafragma e com forte pressão. Em geral, o som é mais audível na estenose das valvas semilunares; ✓ ESTALIDO DE EJEÇÃO PULMONAR: varia de acordo com a respiração, sendo menos intenso na inspiração em função do maior enchimento do átrio direito nessa fase, ou seja, é mais intenso na expiração. É auscultado na borda esternal esquerda. ✓ ESTALIDO AÓRTICO: mais audível no ápice e na área aórtica, sem variação com respiração. ✓ ESTALIDO DE ABERTURA MITRAL: ou protodiastólico. É mais bem audível em borda esternal inferior e/ou área mitral, sendo um som de alta frequência. É constituído basicamente por estenoses atrioventriculares. ✓ ESTALIDO MESOSITÓLICO: audível no ápice cardíaco, é um achado característico do prolapso da valva mitral. Associa sopro ao final da sístole e se acentua quando a criança se levanta. Sopros → Os sopros resultam de um fluxo de alta velocidade (turbilhonamento) ao transpor orifícios valvares normais ou estenóticos, valvas insuficientes ou defeitos septais ventriculares. → Sopro não é diagnóstico de doença!!! → Os sopros sistólicos e diastólicos de alta frequência são classificados em escalas de 1-6 de acordo com a intensidade, e os diastólicos de baixa frequência (estenose de valvas atrioventriculares) podem ser classificados em escalas de 1-4. → Os sopros devem ser avaliados de acordo com a intensidade, frequencia, cronologia e presença ou ausência de irradiação. ➢ SOPRO SISTÓLICO → REGURGITAÇÃO: iniciam-se com a B1 ainda no período de contração isovolumétrica, antes da abertura das valvas semilunares, e não mudam de intensidade (sopro em platô). Podem ocupar toda a sístole (holossistólico). → EJEÇÃO: iniciam-se após o período de contração isovolumétrica, na fase de ejeção ventricular, após a abertura das valvas semilunares e, portanto, não encobrem a B1. Apresentam caráter em crescendo, com intensidade máxima no meio da sístole, decrescendo até a B2 (mesossistólico). Difícil ausculta, duvidosa Baixinho, mas facilmente audível Intenso, facilmente audível, sem frêmito Frêmito Ausculta com a borda do estetoscópio Ausculta sem encostar no tórax HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ✓ O representante mais comum desse tipo de sopro na criança é o inocente, decorrente do fluxo na via de saída ventricular. ➢ SOPRO DIASTÓLICO → CLASSIFICAÇÃO: ✓ PROTODIASTÓLICO: início precoce na diástole ou início coincide com fechamento das valvas semilunares (B2). Configuração em decrescendo e características aspirativas, como ruído de serra. Acentua-se com paciente inclinado para frente (regurgitação de valva aórtica e pulmonar). ✓ MESODIASTÓLICO: estenose de valva mitral ou tricúspide; tem-se aumento do volume de enchimento ventriular. ✓ TELEDIASTÓLICO: raro na infância. Obstrução valvas AV. ➢ SOPRO CONTÍNUO → Anomalias vasculares, principalmente em conexões aorticopulmonares (persistência do canal arterial). ouvido desde o início da sístole até toda diástole, encobrindo B1 e B2, mais audível no segundo espaço intercostal esquerdo e não fúrcula supraesternal. ➢ SOPROS INOCENTES → Os sopros inocentes são de ejeção, e nunca apenas diastólicos ou sistólicos de regurgitação, mesmo que discretos, podendo, entretanto, ser contínuos. → No RN o sopro inocente é comum, mas a ausência de sopro nessa faixa etária não exclui a presença de cardiopatia congênita. → O sopro inocente, por si só, não difere dos sopros encontrados na comunicação interatrial, nas estenoses pulmonar e aórtico leves e na miocardiopatia hipertrófica. → Ocorrem em cerca de 60% das crianças e adolescentes assintomáticos, com sistema cardiovascular normal, apresentando características clínicas comuns que frequentemente permitem diferenciá-los de sopros decorrentes de alteração cardiovascular, quesão: ✓ São sistólicos em crescendo-decrescendo DE EJEÇÃO ou contínuos, NUNCA de regurgitação ou SÓ diastólicos; ✓ Apresentam curta duração (proto ou protomesossistólicos) e/ou baixa intensidade (graus 1 a 3/4, ausência de frêmito); ✓ Ausência de ruídos acessórios (estalidos) ou alterações das bulhas cardíacas, especialmente da B2; ✓ Localização bem definida, com pequena ou nenhuma irradiação; ✓ Modificam-se com a posição do paciente, com a fase respiratória e alterações da FC. → Os sopros inocentes mais comuns são o sopro vibratório de Still e o zumbido venoso (sopro contínuo), seguidos pelos sopros de ejeção pulmonar, de ramos pulmonares no RN e pelo supraclavicular. HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Cardiopatias congênitas → As cardiopatias congênitas estruturais é a mal formação mais frequentemente em nascidos vivos. O sistema cardiovascular é o primeiro a se formar intraútero, mais especificamente, na 3ª semana, o que torna mais susceptível a fatores de risco como uso de medicamentos e/ou drogas. Além disso, há causas genéticas e ambientais. → TESTE DO CORAÇÃOZINHO: oximetria de pulso utilizada no rastreamento de cardiopatia congênita crítica, que são dependentes do canal arterial, no período neonatal e que necessitam abordagem precoce. Relacionam-se com baixos níveis de saturação de oxigênio no sangue. → SINAIS E SINTOMAS MAIS FREQUENTES NO PERÍODO NEONATAL: Cianose, ausculta de sopro, distúrbio de ritmo e da FC e taquipneia. Manifestam-se com 3 grandes síndromes clínicas: Hipoxemia; ICC; Colapso circulatório. → Manifestação precoce 1ª semana de vida com cianose grave: ✓ Barreira ao fluxo pulmonar: tetralogia de Fallot grave, hipoplasia do ventrículo direito, atresia tricúspide, atresia pulmonar. ✓ Circulação em paralelo: transposição de grandes artérias. → Manifestação precoce 1ª e 2ª semana de vida: baixo debito sistêmico: ✓ Barreira ao fluxo sistêmico: coartação de aorta com obstrução grave, atresia mitral, atresia aórtica, síndrome da hipoplasia de coração esquerdo. ✓ RN com sinais de ICC, congestão pulmonar, cianose pulsos fracos ou RN com taquipneia, taquicardia, com ou sem cianose, sudorético. → CLASSIFICAÇÃO: Cianogênicas, Acianogênicas ✓ Cianogênicas: ▪ Tetralogia de Fallot: dextroposição da aorta = deslocamento da aorta permitindo que sangue pobre em oxigênio passe diretamente do VD para aorta. Há comunicação interventricular, estenose pulmonar e hipertrofia de VD. • Exame: cianose, impulsões em VD, sopro sistólico 3º EIE, B2 hiperfonética no foco pulmonar. Maioria das crianças pode ter confirmação com aproximadamente 3 meses de vida com cianose progressiva e surgimento de sopro. ▪ Transposição de grandes artérias: 1) Artéria aorta origina no VD, fluxo sanguíneo: AD->VD-> AORTA: circulação sistêmica e retorna ao AD. 2) Artéria pulmonar origina no VE, fluxo sanguíneo: VE- >AE->VE->AP->PULMÕES (trocas gasosas) -> SANGUE OXIGENADO->VEIA PULMONAR. • É grave e incompatível com vida, a não ser que haja outras alterações que comuniquem estas 2 circulações em paralelo, para que o sangue oxigenado chegue à circulação sistêmica como CIV ou CIA ou canal arterial patente. • No exame: cianose pode ser o único achado. Impulsões em ventrículo direito e B2 hiperfonética e única. ✓ Acianogênicas: são as mais frequentes. ▪ Comunicação interventricular (CIV): mais comum das cardiopatias congênitas. • Fisiopatologia: Shunt E-D. Sangue passa da esquerda para direita: local de maior pressão, para o de menor pressão, levando a sobrecarga volumétrica das câmaras cardíacas esquerda e hiperfluxo pulmonar. • Quadro clínico: CIV pequena: assintomático / CIV moderada a grave: clinica de ICC após 2ª semana de vida. • Exame: sopro sistólico mais evidente em borda esternal esquerda inferior com irradiação para a direita. É detectado em 1-6 semanas de vida. A intensidade é inversamente proporcional ao defeito. Além disso: impulsão sistólico de VE no ápice e de VD, B2 hiperfonética. A maioria dos defeitos pequenos tem resolução espontânea. ▪ Persistência do canal arterial (PCA): anomalia morfológica de estrutura da parede do canal que impede seu fechamento sem abordagem cirúrgica. • Shunt E-D – aorta-pulmonar Fluxo pulmonar: ▪ Normal: sem alteração do fluxo sanguíneo pulmonar; ▪ Hipofluxo: redução do fluxo sanguíneo pulmonar; ▪ Hiperfluxo: aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período • Quadro clinico: em grandes shunts podem cursar com ICC; • Exame: sopro contínuo, em maquinaria, com ampla irradiação. Auscultando também no dorso. Sinais de ICC, precórdio hiperdinâmico. ▪ Coartação de aorta: estreitamento da aorta = barreira ao fluxo sistêmico = hipertrofia de VE; • Segmento mais acometido é o distal ao arco aórtico. • RN: depende do grau de obstrução, pode manifestar com ICC grave e choque; • Crianças maiores: pode manifestar hipertensão arterial, sopro sistólico audível em focos da base, em região interscapular. • Pulsos periféricos ausentes ou com amplitude reduzida. ▪ Comunicação interatrial (CIA): • Fisiopatologia: Shunt AE-AD: sobrecarga de volume em câmeras direitas = hiperfluxo pulmonar. • Quadro clínico: sintomas raros na infância, maioria assintomáticos, sem distúrbios de crescimento. Manifestações clínicas de ICC e arritmias, hipertensão pulmonar na vida adulta. • Exame: Sopro sistólico ejetivo no 2º EIE (foco pulmonar), desdobramento fixo e constante de B2. ▪ Estenose aórtica e Estenose pulmonar (discutido no resumo de valvopatias).
Compartilhar