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HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → Má notícia pode ser definida como qualquer informação percebida como alterando negativamente a vida da pessoa que a recebe, causando um desequilíbrio emocional que continua após a notícias ter sido recebida. → Comunicar más notícias é uma tarefa difícil e angustiantes para os médicos, mesmo para os mais experientes. → Além disso, pacientes e familiares estão insatisfeitos com a forma que os profissionais de saúde transmitem informações, especialmente relacionadas a más notícias. → Quem recebe uma má notícia dificilmente esquece, quando e como ela foi dita. → Transmitir más notícias é um processo complexo em qualquer situação, é sempre uma situação delicada. → Os médicos também se sentem incomodados e têm dificuldade de lidar com os diversos sentimentos e as mais variadas reações que podem ocorrer quando más notícias são dadas aos pacientes e seus familiares. Reações como choque, raiva, medo, negação, culpa, tristeza, eventualmente até agressividade, demandam um suporte emocional por parte do profissional, que muitas vezes não está preparado para isso. ❖ FATORES ASSOCIADOS ÀS FAMÍLIAS E SUAS PREFERÊNCIAS NA PEDIATRIA → As reações individuais às más notícias são dependentes de uma série de fatores como personalidade, crenças religiosas, suporte de outros familiares e amigos, experiências prévias, expectativas, contexto cultural e a forma como essa notícia foi transmitida. → Várias pesquisas descreveram a opinião dos pais de como foi e como deveria ser a comunicação médico-família. Embora essas pesquisas referiam-se a crianças gravemente doentes, em linhas gerais podem se aplicar a qualquer contexto de transmissão de más notícias. → Foi observado, então, os seguintes problemas de comunicação: • DISPONIBILIDADE: A queixa mais comum foi a falta de disponibilidade dos médicos para ouvir e responder os questionamentos das famílias. Foi apreciado aqueles médicos que sentaram para conversar e demonstraram atenção. • HONESTIDADE E AFETO: A maioria dos pais desejou a informação completa sobre o estado de seus filhos, de forma franca e simples. Os pais querem informação clara e direto, mas transmitida de forma sensível e ao mesmo tempo com empatia. • OCULTAR INFORMAÇÃO E DAR FALSAS ESPERANÇAS: quando os pais sentiram que o médico estava retendo informação ou sendo otimista, sentiram-se enganados e com raiva, o que resulta na quebra de confiança no médico. • VOCABULÁRIO E VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO: os pais desejavam receber informações compreensíveis e preferiram que fossem evitados termos técnicos. As notícias devem ser fornecidas de acordo com o ritmo de compreensão de quem está recebendo, se for de forma rápida ou com termos médicos, pode criar confusão ou mal entendidos. • INFORMAÇÕES CONTRADITÓRIAS: muitas vezes, diferentes membros da equipe assistencial forneciam informações contraditórias, o que dificultava no tratamento e o entendimento da real situação. • LINGUAGEM CORPORAL: foi de desconfiança dos pais os médicos que não estabeleciam contato visual ou que diziam uma coisa, mas que se comportavam como se fosse outra. É importante associar o comportamento com a informação. → É sugerido que a comunicação seja melhorada com protocolos organizados, como o protocolo SPIKES: S- Setting – preparando a entrevista: deve-se preparar a entrevista relendo informações sobre o paciente, exames, procedimentos, consultorias e tratamento. Pensar o que vai ser discutido, escolher local calmo e com privacidade, sentar (retirando barreiras físicas entre o médico e paciente/família) e convidar a família demonstrando disponibilidade e respeito. Deve-se desligar o celular para minimizar interrupções. P- Perception – percepção sobre o paciente: deve-se iniciar descobrindo o que o paciente/família já sabe da condição, pode iniciar com abertas sobre o que sabem até o momento e o que pensa. I- Invitation – convite para o diálogo: descobrir o que o paciente/família quer saber sua doença e tratamento, embora todos queiram saber todas as informações, deve-se respeitar as limitações de cada um. Protocolo SPIKES – Comunicação de más notícias em pediatria e no adulto HAM III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período K- Knowledge – transmitindo conhecimento: deve-se transmitir as informações de maneira clara, objetiva e sensível, utilizando linguagem leiga adaptada ao nível intelectual e cultural de cada. O eufemismo pode causar confusão, então, é preciso evitá-lo. Além disso, é necessário que a informação seja aos poucos, para que permita a assimilação pelo paciente/família, pode fazer períodos de pausas e silêncios para que a família possa refletir sobre o que foi dito ou fazer perguntas. E- Emotions – expressando emoções: o paciente e a família podem reagir de diversas formas, podem demonstrar medo, tristeza, raiva, ansiedade, negação ou ambivalência. Por isso, deve-se ajudar a família a passar por essas emoções e manter a calma. Além disso, o médico não deve começar a conversa sem estar preparado emocionalmente para apoiar o paciente. S- Strategy and summary – organizando planos e resumindo informações: resumir a informação facilita o entendimento e esclarece dúvidas. Deve-se estabelecer um comprometimento com o alívio de sintomas e compartilhar preocupações, elaborando juntamente com a família um plano a ser seguido, que inclua exames futuros, planos alternativos e opções de tratamento.
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