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Unidade 3 Met e Prat Ciências

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04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 1/27
Introdução
Na unidade passada foram apresentados conceitos importantes sobre a prática de ensino de
natureza e sociedade para a educação infantil e sobre o ensino de ciências naturais para o
ensino fundamental, acompanhados de apontamentos relativos ao desenvolvimento cognitivo
das crianças nessas duas etapas da educação básica. Nesta unidade, serão discutidos tópicos
importantes em sustentabilidade, cujo entendimento é fundamental para o exercício de uma
educação libertadora e cidadã.
O que a sociedade entende, a�nal, como recursos naturais, serviços ambientais e
biodiversidade? Qual a importância desses elementos para a sobrevivência e o
desenvolvimento da espécie humana? Porque a temática ambiental é tão urgente e necessária?
Inicialmente, será feita a apresentação destes conceitos segundo referências mundialmente
conceituadas na área. Em seguida, re�etiremos sobre a relação entre a extração de recursos
naturais, impactos ambientais e processos de degradação que esta atividade tem causado
historicamente. Discutiremos também, de maneira histórica, o papel da Ciência no
desenvolvimento dessa atividade e como ela tem in�uenciado a sociedade contemporânea.
Unidade 3 - Tópicos Importantes em
sustentabilidade
Paola Lemes
Iniciar
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 2/27
Falaremos sobre a importância de conhecer e preservar a biodiversidade, fonte de todos estes
necessários recursos e ainda tão pouco conhecida e valorizada. O que ela tem a nos oferecer?
Vivemos, por vezes, de forma tão distante da natureza e tão preocupados com nossos
problemas diários nas grandes cidades que acabamos nos esquecendo de sua importância.
Nesta unidade, nosso objetivo será ressigni�car conceitos e valores para ressaltar a importância
da natureza e dos recursos naturais para a sobrevivência da nossa e da próxima geração.
Vamos juntos?
Bons Estudos!
1. Recursos naturais
“Recursos naturais” é um termo muito utilizado em nosso cotidiano, tantas vezes, e, há tanto
tempo, que quase não paramos para re�etir sobre seu signi�cado e importância. Aqui,
trabalharemos o conceito, a classi�cação, a presença e a importância destes elementos para a
humanidade. Vamos começar fazendo um exercício simples: olhe ao seu redor. Observe cada
um dos objetos presentes no ambiente que lhe cerca: mesas, cadeiras, paredes, aparelhos
eletrônicos, roupas, etc. Já parou para pensar sobre a origem destes elementos? Todos eles,
sem exceção, são constituídos de matéria prima proveniente da natureza.
Pense também naquilo que é necessário para movimentar e conectar a nossa sociedade:
carros, aviões, celulares e computadores, baterias de longa duração etc. Acessórios que
necessitam de energia para funcionar. Energia que também provém da natureza. Assim,
recursos naturais podem ser de�nidos como elementos da natureza que ainda não
sofreram transformações decorrentes do trabalho humano, mas aos quais foram
atribuídos valores sociais e econômicos e, consequentemente, são usados para satisfazer
demandas de energia e matéria prima da sociedade.
Segundo Moraes & Serra (2005), o termo ganhou destaque na década de 70, em parte devido
ao trabalho do economista e pensador econômico Ernst Friedrich Schumacher no Reino Unido,
com a publicação de sua famosa obra Small is Beautiful, de 1973 (“O negócio é ser pequeno”,
em tradução livre e título com o qual o livro foi publicado no Brasil).
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 3/27
Figura 1- Livro de E. F. Schumacher: O Negócio é ser pequeno; a obra teve in�uência na concepção do termo
“Recursos Naturais”. Fonte: Site Amazon e The positive encourage .
Para classi�car os recursos naturais alguns critérios devem ser observados. O primeiro critério
considerado para a classi�cação é a origem, que pode ser biótica ou abiótica. Entre os recursos
bióticos (derivados de elementos vivos), há aqueles de origem animal (alimentos, couro e ossos)
e vegetal (madeira, �bras vegetais); já, entre os recursos abióticos (derivados de compostos
inorgânicos), estão os minerais (carvão mineral, petróleo, gás, metais) e os energéticos (vento,
água, radiação solar).
O segundo critério considerado é a duração das reservas. Neste aspecto, podemos classi�car os
recursos naturais em renováveis, aqueles que são restaurados pela natureza por meio de
diferentes fenômenos (energia solar, animais e plantas cultivados, por exemplo) e não
renováveis, que possuem uma formação extremamente lenta para a existência humana e cujos
estoques no planeta possuem tamanho limitado, certamente chegando ao esgotamento em um
determinado ponto no tempo (minerais, como o ouro e o ferro).
Há ainda a classi�cação referente ao processo de obtenção dos recursos, que podem ser
aproveitados por meio do extrativismo, o método mais antigo (e um dos mais impactantes,
quando feito de maneira desordenada), em que o ser humano simplesmente coleta na
natureza os elementos que necessita (como exemplos, podemos citar a extração de madeira,
do petróleo ou de alimento, como a pesca de atum); outro processo de obtenção de recursos
naturais é a agricultura /pecuária, na qual ocorre a domesticação e o cultivo de animais e
plantas de importância econômica; há também a obtenção de recursos por meio da
transformação de fenômenos físicos, usada principalmente para geração de energia térmica ou
elétrica a partir de fenômenos naturais.
Saiba mais
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 4/27
Você pode pesquisar mais sobre os esforços mundiais das Nações Unidas para estudo
e classi�cação dos recursos naturais (United Nations Framework Classi�cation for
Resources - UNFC) na página da UNECE (Comissão Econômica das Nações Unidas para
a Europa), disponível em: https://www.unece.org/energy/se/reserves.html e na
animação com os fundamentos do programa, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8 . 
A Global Footprint Network (GFN) publicou um relatório contendo exatidão das datas
em que a humanidade entraria em débito com a natureza em relação à
disponibilidade de recursos ambientais. Você pode acessar a síntese deste relatório
na reportagem publicada pela Revista Galileu disponível no link:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-
usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-ano-de-2019.html 
1.1. Impactos ambientais e processos de
degradação
Todas as espécies de organismos vivos fazem uso dos recursos naturais para sua sobrevivência.
Sem eles, a vida como conhecemos não seria possível. Porém, desde que, após 2,5 milhões de
anos, alguns de nossos ancestrais hominídeos deixaram de ser nômades caçadores e coletores
para estabelecerem moradias �xas e praticar a agricultura muita coisa mudou em nosso
planeta (Harari, 2016).
Embora o aparecimento da espécie humana seja um dos eventos mais recentes na história do
planeta foi o que teve maior efeito na estrutura do meio ambiente. Para entender o papel
preponderante do ser humano na modi�cação do meio falaremos um pouco da história do uso
dos recursos naturais pela humanidade e dos processos de degradação gerados.
Se analisarmos a história da Terra, veremos que eventos de surgimento e extinção de espécies
são comuns. A média de sobrevivência de uma espécie no planeta gira em torno de 5 milhões
de anos. Os registros fósseis indicam que a espécie Homo sapiens tenha surgido há cerca de
200 mil apenas, na África Oriental, ou seja, o homem moderno é uma espécie incipiente. Ainda
mais recente, a Revolução Cognitiva ocorrida a cerca de 70 mil anos possibilitou o surgimento
da linguagem e dos registros históricos escritos. E desde que podemos observar, o crescimento
da população humana é atrelado a acontecimentos históricos.A expansão do Homo sapiens
para outras regiões do globo já contribuía para a extinção de espécies, desde a ocupação da
Austrália (45 mil anos atrás) e América (12 mil anos atrás).
https://www.unece.org/energy/se/reserves.html
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/07/humanidade-usou-todos-os-recursos-do-planeta-para-o-ano-de-2019.html
https://www.youtube.com/watch?v=AC7qsGoBAU8
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 5/27
Analisando os números da população humana entre o ano zero da nossa época (Império
Romano) até os dias atuais, veremos que até cerca do ano 1600 o planeta era relativamente
pouco habitado e explorado, o crescimento da população era linear e havia grandes espaços
inabitados. Por volta do ano 1750 crescimento humano passa a ser exponencial. Em menos de
200 anos veri�ca-se uma explosão populacional. Como será discutido mais adiante, este
crescimento coincide com a expansão do modo pensar cientí�co da ciência moderna, que
possibilitou as grandes navegações, a colonização dos novos continentes descobertos e a
exploração de novos recursos. O crescimento da população humana provocou uma busca
incessante por mais recursos: mais alimentos, mais espaço, mais energia. Além das doenças já
existentes, outras novas multiplicaram-se, trazendo a necessidade de novos medicamentos.
Neste contexto é interessante ressaltar alguns conceitos compreendidos na dinâmica de
populações e comunidades de organismos vivos como Curva de Crescimento Exponencial,
Curva de Crescimento Real e Resistência Ambiental . Hipoteticamente, os organismos
apresentariam uma curva de crescimento exponencial (curva em J) na ausência de fatores de
resistência ambiental (como disponibilidade de alimento, espaço, doenças etc), crescendo
inde�nidamente. Entretanto os fatores de resistência sempre estão presentes em qualquer
ambiente, proporcionando um e�ciente controle populacional na natureza e resultando na
curva de crescimento real (curva em S). O avanço tecnológico possibilitou aos seres humanos
estratégias de contornar, pelo menos em parte, os fatores de resistência ambiental,
contribuindo para a explosão populacional da espécie. Por outro lado o aumento populacional
dos seres humanos causou uma série de novos impactos.
Saiba mais
Leia mais sobre dinâmica de populações nesta página da ecologia do Instituto de
Biociências da USP, disponível aqui:
http://eco.ib.usp.br/dinamica_populacoes_print.htm 
http://eco.ib.usp.br/dinamica_populacoes_print.htm
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 6/27
Figura 2. Aumento da população humana ao longo do tempo. Fonte: UFJF, 2019.
Um dos impactos ambientais mais evidentes é o desmatamento das áreas de �oresta em todo
o mundo, para extração de recursos para diferentes �nalidades: atualmente, a agricultura e a
pecuária são dois grandes fatores que contribuem para o aumento do desmatamento. Tanto
para criação de gado (exportação de carne) quanto para o cultivo de monoculturas (no Brasil
temos exemplos como a soja e a cana de açúcar) que, muitas vezes, são usadas para alimentar
gado ou para a produção de combustíveis e não para a alimentação humana. O desmatamento
também contribui para a destruição do habitat de diversas espécies nativas, provocando sua
extinção.
Nem mesmo as grandes guerras que ocorreram ao longo da história, ou invenções mais
recentes como métodos contraceptivos inovadores foram capazes de reverter o crescimento da
população. Muito pelo contrário, a estimativa é que ao longo do próximo meio século a
população humana aumente em 50% (SACHS, 2010).
Saiba mais
Projeções de crescimento da população brasileira podem ser acompanhadas em
tempo real no site do Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), aqui
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ . 
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 7/27
E projeções de crescimento da população humana mundial, entre outros dados
interessantes podem ser acompanhados no site World do Meters aqui:
https://www.worldometers.info/ 
Figura 3. Desmatamento, um dos principais processos de degradação ambiental, em todas as eras. Fonte: Site
Observatório da Sociedade Civil.
Estes fatos levam ao questionamento sobre a capacidade do planeta de suportar tantos seres
humanos, questão já levantada pelo economista britânico Thomas Malthus no século XVIII e
que também foi considerada na formulação da teoria da Evolução de Charles Darwin. A partir
da primeira Revolução Industrial (1760 a 1860) até os dias atuais, houve um aumento massivo
das emissões de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa.
O que implicou no aumento da temperatura média do planeta: o aquecimento global. O
aquecimento global provoca uma série de desequilíbrios ecológicos em todos os ecossistemas
da Terra e pesquisas evidenciam que ele também é responsável pelas mudanças climáticas
observadas recentemente. Apesar de o efeito estufa ser um fenômeno natural e necessário
para a vida na Terra, há dados empíricos que mostram sua intensi�cação devido a atividades
humanas.
Saiba mais
Leia mais sobre a ciência por trás das mudanças climáticas neste artigo do Instituto
Questão de Ciência, disponível em: http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-
questao/2019/04/15/os-alicerces-�rmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas 
https://www.worldometers.info/
http://revistaquestaodeciencia.com.br/dossie-questao/2019/04/15/os-alicerces-firmes-da-ciencia-das-mudancas-climaticas
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 8/27
Figura 4. Qual o custo das mudanças climáticas? Fonte: Blog Mata Nativa
A industrialização e o desenvolvimento tecnológico não pararam no século seguinte, e a partir
da segunda metade do Século XX (década de 1960 aproximadamente) a população mundial
majoritariamente rural migra massivamente para os centros urbanos, complicando o
gerenciamento da sociedade. Onde alocar tantas pessoas? Inicia-se uma intensa transformação
dos ambientes naturais em ambientes urbanos. O desenvolvimento não foi equitativo para
todas as pessoas, contribuindo para o surgimento de problemas sociais como desigualdade,
violência e doenças. A expansão da sociedade industrial de consumo aumenta o poder de
compra da população, gerando uma cultura de descarte e intensa produção de resíduos. A
gestão desses resíduos, com ênfase para o plástico é um dos grandes desa�os para o próximo
século.
Saiba mais
A comunidade cientí�ca brasileira já discute os impactos do aquecimento global na
�oresta amazônica há mais de 10 anos. Leia mais sobre o tema no artigo “O
Aquecimento Global e o Impacto na Amazônia e na Agricultura Brasileira” de Carlos A.
Nobre & Eduardo D. Assad, disponível em: mtc-
m16c.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/09.12.12.51/doc/v1.pdf 
http://mtc-m16c.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2005/09.12.12.51/doc/v1.pdf
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 9/27
2. O papel da ciência
Na Era Pré-Moderna, até o século XV, podemos dizer que as civilizações humanas eram reféns
dos processos naturais. Ficavam a mercê de bom clima para terem boas colheitas, a
mortalidade era alta, principalmente a mortalidade infantil. Apesar do ser humano ter sempre
uma grande capacidade de modi�cação do meio, até este período, sua in�uência não foi tão
gritante.
Na Idade Média, a ideia de mundo das sociedades humanas era bastante restrita, não houve
quase nenhum avanço signi�cativo no campo cientí�co e a igreja exercia um papel hegemônico,
dominando o conhecimento e as riquezas.
Figura 5. Qual o custo das mudanças climáticas? Fonte: Blog Mata Nativa
Com o início da Era Moderna (entreos séculos XV e XVIII) inicia-se a conquista do mundo pelas
grandes navegações e também podemos dizer que há o surgimento do pensamento cientí�co,
ou seja, a capacidade do ser humano admitir que não conhecia todas as partes do mundo. A
vinda dos navegadores espanhóis  para o continente americano em 1492 foi crucial nesse
sentido. A�nal, que acontecimento poderia evidenciar mais a ignorância humana sobre o
mundo do que a descoberta de um continente inteiro desconhecido, com povos, fauna, �ora,
cultura e recursos completamente diferentes?
A navegação de Cristovam Colombo ao continente americano e sua posterior colonização
representaram a expansão e o surgimento de novas rotas comerciais, fazendo com que as
sociedades retomassem seu poderio econômico e exercessem papel decisivo dentro do novo
mundo que surgia. A abundância de recursos naturais, em especial da madeira e de minérios
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como ferro e ouro e a intensi�cação do trabalho escravo para extração desses recursos foram o
combustível para o enriquecimento do continente europeu e para as revoluções seguintes, com
ênfase para o Renascimento. Este período representa uma série de transformações evidentes
na cultura, sociedade, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o
capitalismo. Entretanto, a evolução mais gritante em relação às estruturas medievais teve efeito
no campo das artes, da �loso�a e das ciências.
A criação de instrumentos técnicos de observação como a luneta (1609), o telescópio (1610) e,
posteriormente, o microscópio (entre 1632 e 1723) foram fundamentais na articulação do
método entre a observação e experimentação. A luneta, além de ser um importante
instrumento comercialmente falando, pois permitia a observação e a identi�cação de navios
que se aproximavam (mercantes ou militares, amigos ou inimigos), também forneceu as bases
para o desenvolvimento do telescópio, fundamental para o entendimento do universo in�nito e
o surgimento de uma nova maneira de organizar os pensamentos, uma nova linguagem: a
matemática. A derrubada da noção de universo fechado é atribuída a cientistas como Galileu
Galilei, Joahannes Kepler e Tycho Brahe, entre outros.
Figura 6. Galileu Galilei. Fonte: Site Terça Livre.
O mundo, segundo Galileu, poderia ser “lido” e interpretado por meio de caracteres
geométricos. A matemática e a lógica indutiva, mesclada com as concepções �losó�cas do
século XVII, notadamente o racionalismo de René Descartes e o empirismo dos �lósofos
ingleses, alinhavaram o sistema cientí�co moderno, cujo desenvolvimento se deu
progressivamente até o advento da Teoria da Relatividade de Einstein e da Mecânica Quântica,
de Heisenberg e Bohn, na primeira metade do século XX (FERNANDES, 2019). As transformações
no pensamento provocadas pela ciência seguiram-se de importantes inovações tecnológicas, as
quais permitiram um controle e uma exploração do meio pelos seres humanos ainda maior.
2.1. A ciência e a sociedade contemporânea
A Era Contemporânea compreende o período entre a Revolução Francesa, ocorrida entre 1789
e os dias atuais. Justamente neste ponto, em meados do século XVIII o mundo passou a notar a
presença e os benefícios da ciência e da técnica de forma mais intensa. De forma simpli�cada
podemos dizer que o emprego do saber (ciência) mais o emprego do fazer (técnica), de forma
contínua e sendo aperfeiçoada a cada etapa, resultaram nas inovações tecnológicas que
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 11/27
modi�caram a nossa sociedade. Durante os séculos XVIII e XIX, é notável o crescimento e
aumento de poder do continente europeu e de suas colônias ao redor do mundo. Este
crescimento aconteceu, principalmente, devido ao advento das inovações tecnológicas
proporcionadas pelo �nanciamento e expansão das instituições cientí�cas no continente, que
culminaram na Revolução Industrial.
Figura 7. Inovações tecnológicas que permitiram a Revolução Industrial. Fonte: Revista Zunai
As novas tecnologias permitiram revolucionar o modo de fazer a agricultura, a manufatura e o
transporte de bens e serviços, o que produziu um profundo efeito socioeconômico e cultural
inicialmente no Reino Unido que, posteriormente, se espalhou por toda a Europa, América do
Norte, e, posteriormente, para todo o mundo, em um processo que ainda continua: a
industrialização.
No �nal do século XVIII, a economia baseada na força manual no Reino Unido começou a ser
substituída por outra dominada pela indústria e pelas máquinas. Começou com a mecanização
das indústrias têxteis, o desenvolvimento de técnicas avançadas de produção de ferro e o
aumento do uso de carvão re�nado.
A expansão do comércio foi possibilitada com a introdução de canais, rodovias e estradas. A
introdução das máquinas a vapor (abastecidas primeiramente com carvão) e maquinaria bruta
(principalmente, na manufatura têxtil) deram a base para grandes aumentos na capacidade
produtiva inglesa. O desenvolvimento de máquinas de ferramentas nas duas primeiras décadas
do século XIX facilitou a produção de mais máquinas para serem utilizadas em outras
indústrias. Durante o século XIX, a industrialização alastrou-se pelo resto da Europa Ocidental e
América do Norte, afetando, posteriormente, grande parte do mundo.
A hegemonia europeia torna-se menos evidente no �nal do século XX, em que potências como
os Estados Unidos e a China, começam a ganhar espaço, tornando-se potências mundiais em
ciência e tecnologia. O modo de pensar cientí�co não era mais uma exclusividade europeia.
Outras nações emergentes também aprenderam a usar a ciência e consequentemente a
desenvolver inovações tecnológicas e isso foi substancial para melhorar a qualidade de vida das
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populações, aumentar a produção de alimentos, diminuir a quantidade de doenças e aumentar
a expectativa de vida dos seres humanos.
3. Biodiversidade
Atualmente, a palavra biodiversidade deixou de ser importante apenas nos meios cientí�cos e
ganhou importância no vocabulário popular, virou notícia e vem sendo amplamente divulgada
em todos os meios de comunicação disponíveis. Sendo um conceito tão importante, seu
entendimento é essencial para o desenvolvimento da argumentos sólidos com relação à
temática ambiental e à sustentabilidade.
A biodiversidade pode ser de�nida como toda a variedade existente dentro e entre os seres
vivos, incluindo a diversidade de espécies de animais, plantas e microorganismos, a
diversidade genética e a diversidade de ecossistemas (U.S. Congressional Biodiversity Act,
HRI 268, 1990).
A diversidade de espécies é uma combinação entre o número de espécies diferentes e o
número de indivíduos dentro de cada espécie, importante para a avaliação das espécies que
são mais comuns e mais raras. Dado este conceito é importante ressaltar algumas categorias
para entender a diversidade de espécies. As espécies podem ser nativas, com ocorrência
própria a um determinado local do globo, (por exemplo, o Pau-brasil e a Araucária, que são
espécies de plantas nativas do Brasil).
Podem ser endêmicas, que também são espécies nativas, porém, restritas a uma determinada
parcela especí�ca do território, o que aumenta sua vulnerabilidade, (por exemplo, a ararajuba e
o mico-leão-dourado, endêmicas da Mata Atlântica). A diversidade de espécies é distribuída
pelo globo de maneira heterogênea, sendo que alguns ambientes são mais biodiversos do que
outros.
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Figura 8. Exemplo da diversidade de espécies da �ora e fauna brasileira. Fonte: Site do Museu do Amanhã e Blog
Diário do Nordeste
A variedade de informações genéticas (DNA, genes alelos) que existe dentro de cada ser vivotambém faz parte da biodiversidade. Estas informações representam o potencial evolutivo da
espécie, bem como a bagagem evolutiva carregada das gerações passadas. O entendimento do
conceito de diversidade genética é extremamente importante, uma vez que é a responsável
pela capacidade de adaptação (evolução) das espécies frente às mudanças que ocorrem no
planeta. Portanto, preservar a diversidade genética das espécies é fundamental.
A diversidade de ecossistemas representa a variedade de tipos de habitats em uma região. Na
paisagem da �gura 9, por exemplo, vários ecossistemas podem ser identi�cados: ambiente
aquático, terrestre na planície, terrestre na parte alta da montanha, costão rochoso, etc. Essa
diversidade de ambientes dentro da natureza em si é parte integrante da biodiversidade.
Figura 9. Exemplo da diversidade de ecossistemas brasileiros, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal. Fonte:  Site O
Eco e IBAMA.
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Figura 10. Diversidade de ecossistemas (biomas) brasileiros. Fonte: Site do Instituto Brasileiro de Geogra�a e
Estatística (IBGE)
3.1. Conservação ambiental
É muito comum ouvir falar na importância de se preservar o meio ambiente, ou no que é feito
para a conservação do meio ambiente. Primeiramente, é importante veri�car a diferença entre
os termos preservação e conservação do meio ambiente. A diferença entre as duas palavras
não é trivial e costuma causar confusão entre pro�ssionais da área e até mesmo na própria
legislação vigente sobre o assunto. Isso ocorre porque estes termos passaram por longas
discussões entre os especialistas e, por muitos anos, foram utilizados na literatura como se
tivessem o mesmo signi�cado. Entretanto, a diferença crucial.
A palavra preservação signi�ca intocabilidade, ou seja, para que uma área seja considerada
preservada precisa manter-se intacta, sem a menor intervenção humana. Já a palavra
conservação signi�ca que intervenções podem ser realizadas, porém de maneira sustentável,
mantendo o equilíbrio entre os elementos do ecossistema. O Glossário de Ecologia, publicado
em 1997, de�ne o termo preservação como “ações que garantem as características próprias de
um ambiente e as interações entre os seus componentes”. Já o termo conservação, é de�nido
como “um sistema �exível de diretrizes planejadas para o manejo e utilização sustentável dos
recursos naturais”.
A de�nição destes conceitos é primordial para o estabelecimento das diretrizes governamentais
que regulamentam a utilização dos recursos pela sociedade. Assim, a conservação consiste
essencialmente em fazer uso sustentável dos recursos naturais, protegendo as populações de
espécies animais e vegetais, bem como preservando a integridade ecológica do seu habitat
natural ou de substituição.
04/05/2022 09:23 SU-BL2-EDU_MEPCIN_19_E_3
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 15/27
O objetivo fundamental é, em todos os casos, manter os ecossistemas em bom estado de
conservação e prevenir ou corrigir os danos que possam sofrer, maximizando, assim, os
serviços ambientais por eles fornecidos.
Como movimento social, e mesmo como disciplina técnico-cientí�ca, o conservacionismo tem
raízes antigas, que evoluíram no último quarto do século XX de um estatuto de ciência da
proteção do património natural, que se centrava na inventariação e na tentativa de desenvolver
técnicas que permitissem lidar localmente com desastres ambientais, para um campo de ação
mais global, procurando antecipar a degradação da qualidade do ambiente.
3.2. Serviços ambientais
Serviços ambientais, também conhecidos como serviços ecossistêmicos, são quaisquer bens,
serviços ou contribuições que a natureza pode fornecer ao ser humano, gerando benefícios
associados à qualidade de vida e ao bem estar da sociedade. Como para quase todos os outros
conceitos dentro das ciências, há uma classi�cação e os serviços ecossistêmicos podem ser
divididos em:
Serviços de Provisão:
Serviços de Regulação:
Serviços Culturais:
Alguns autores incluem na classi�cação uma quarta categoria, que diz respeito aos “Serviços de
Suporte”, ou seja, aqueles necessários para a produção de todos os outros serviços
ecossistêmicos, como ciclagem de nutrientes, formação do solo, produção primária, polinização
e dispersão de sementes. Estudos recentes têm deixado evidente que o contato com a natureza
e com o serviços ambientais é positivo não só no cotidiano, como também nos ambientes
escolares, desenvolvendo nas crianças uma relação de cuidado com o meio ambiente que se
estende pelo resto da vida e, até mesmo, em ambientes hospitalares, auxiliando na
recuperação dos enfermos.
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Uma linha de pensamento desenvolvida a partir dos anos 2000 busca caminhos para a
compensação por estes serviços ambientais a quem os mantém. De lá para cá, esforços de
valoração dos serviços ambientais têm se ampli�cado no mundo todo.
No Brasil, podemos citar iniciativas como a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços
ecossistêmicos, criada no início de 2016.
Saiba mais
Pesquise sobre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fExSPtgLzuA 
4. Impactos ambientais, sociedade
e meio ambiente
Os impactos ambientais mencionados anteriormente podem ser divididos em algumas
categorias: podem ser de ordem biológica, física ou química. Muitos impactos ambientais
considerados negativos são causados por fenômenos naturais, como a destruição causada pela
erupção de um vulcão, por um terremoto ou um tsunami. Porém, a grande maioria é de origem
antrópica: causada pelo exercício das atividades humanas. Aqui daremos ênfase na discussão
destes impactos.
Falando dos impactos ambientais de ordem biológica, podemos destacar o desmatamento e a
extinção de espécies. Estes impactos provocam a redução da biodiversidade, diminuindo o
número de espécies e aumentando a fragilidade do ecossistema.
A extinção das espécies, por exemplo, pode ser provocada por diversos fatores: espécies
exóticas introduzidas pelos seres humanos em um determinado ambiente, que não pertencem
àquele local, não possuem predadores e acabam competindo com as espécies nativas por
recursos como alimento e espaço. Este fator está diretamente relacionado aos conceitos de
Curva de Crescimento Real, Exponencial e Resistência ambiental mencionados anteriormente,
uma vez que os ambientes não estão preparados para a inserção de espécies exóticas.
https://www.youtube.com/watch?v=fExSPtgLzuA
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Outro fator que causa a extinção de espécies é a exploração de espécies endêmicas, mais
frágeis e que sofrem com pequenas modi�cações. Essa exploração causa a redução do número
de indivíduos, o qual ao atingir um dado limite é considerado irreversível e a espécie é
decretada como extinta. A superexploração de espécies em geral, predadas desenfreadamente
pelo homem, reduz drasticamente o tamanho das populações.
Figura 11: Pesca industrial: uma atividade que provoca superexploração de espécies. Fonte: Imagem de Arturo
Bullard, Site Portos e Mercados.
Outro fator desencadeado principalmente pelo desmatamento é a destruição e a fragmentação
de habitats. Esta destruição também é causada pelo aumento de obras de infraestrutura e
atividades de extrativismo vegetal e mineral. Os ambientes de ocorrência das espécies são
massivamente fragmentados e diminuídos, acarretando uma série desequilíbrios ecológicos,
reduzindo os recursos disponíveis, como água, alimentos e espaço. A fragmentação de habitats
também causa isolamento reprodutivo, deixando a população inicial dividida em grupos
pequenos para cruzamento, diminuindo a variabilidade genética e contribuindo para a extinção.
A eutro�zaçãoé um impacto e ordem química, mais visível no dia a dia. Pode ser de�nida como
o excesso de nutrientes presentes em corpos de água, deixando-a imprópria para consumo ou,
até mesmo, para a vida de alguns organismos. Esses detritos são compostos de excesso de
nutrientes e tem diversas origens, como a lixiviação de fertilizantes, o carregamento dessas
substâncias pela água da chuva até o leito de rios. Os detritos também podem ser fruto do
despejo de esgotos industriais e domésticos não tratados, ou ainda, do despejo de substâncias
químicas, como amônia e ureia, usadas em indústrias.
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Figura 12. Trecho limpo do Rio Tietê na Estância Barra Bonita - SP acima e trecho poluído do mesmo rio na capital
paulista abaixo. Fonte: Site Recanto das Letras.
A eutro�zação é responsável pela proliferação acentuada do �toplâncton, provocando a
turvação da água e diminuindo a taxa de fotossíntese. Esta diminuição causa a morte das
plantas e a proliferação de bactérias decompositoras aeróbias, que devido ao alto consumo de
oxigênio, aumenta a demanda bioquímica desse gás na água. A falta de oxigênio leva à morte
de plantas e peixes, que, consequentemente, causa a proliferação de bactérias anaeróbias que
liberam substâncias tóxicas na água, como ácido sulfídrico, tornando a água imprópria para o
consumo e para a vida.
Outro fenômeno causado pelo despejo de detritos é a magni�cação tró�ca ou bioacumulação
de substâncias não biodegradáveis (como chumbo, mercúrio e estrôncio), que se acumulam
nos organismos vivos e aumentam sua concentração ao longo da cadeia alimentar.
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Figura 13. Esquema ilustrando a eutro�zação de ambientes. Fonte: instagram.
Atividades extrativistas de petróleo e minérios também podem se tornar extremamente
perigosas quando feitas de maneira inadequada, podendo provocar vazamentos, no caso do
petróleo, ou rompimentos de barragens de rejeitos de mineração. Infelizmente, há diversos
exemplos recentes para ilustrar o impacto destas catástrofes na natureza e nas vidas humanas:
o grande derramamento de petróleo no Golfo do México em 2010, o rompimento das
barragens de rejeitos na cidade de Mariana – MG em 2015 e de Brumadinho – MG em 2019.
Além dos impactos relacionados aos vazamentos, a produção de petróleo ainda possibilitou a
criação de um material de extrema importância, que permitiu nos últimos anos a fabricação de
diversos objetos, desde próteses cirúrgicas à móveis, peças de carro, câmeras fotográ�cas,
entre muitos outros: o plástico. Um material cuja maior vantagem é também sua maior
inconveniência: a sua durabilidade.
A expansão do uso do plástico para inúmeras �nalidades, inclusive para utensílios descartáveis
e de uso único, como sacolas, talheres, copos e canudos, e a poluição que este material, é a
causa de um dos grandes problemas da crise ambiental da nossa era.
4.1 Conceitos e valores
Como vimos, o custo social e ambiental da expansão das sociedades industriais
contemporâneas foi altíssimo. Dentro deste cenário, é fundamental pensar em novas
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estratégias de desenvolvimento, se quisermos proporcionar às próximas gerações condições
para uma existência minimamente digna.
Nos últimos 40 anos, a preocupação com as temáticas ambientais têm se intensi�cado, as
inconsistências do modelo de consumo atual têm �cado mais evidentes, o que levou
obrigatoriamente ao surgimento de novas perspectivas.
Importantes eventos aconteceram com o intuito de re�etir sobre a temática ambiental e iniciar
uma mudança de paradigma. A Conferência de Estocolmo, ou Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano (1972) foi o primeiro grande evento mundial sobre o meio
ambiente, no qual chefes de estado reuniram-se para discutir os impactos ambientais gerados
e tentar melhorar a relação nociva entre o ser o humano e natureza. Nos 20 anos seguintes,
diversas conferências e encontros menores relacionados à proteção do meio ambiente
aconteceram em outras partes do mundo, como no Canadá (Toronto Conference on the
Changing Atmosphere , 1988) e, novamente na Suécia (IPCC's First Assessment Report , 1990).
Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, acontece a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da Terra ou RIO-92, na qual se
discutiu a introdução de um modelo de crescimento econômico calcado no equilíbrio ecológico
e não no consumo desenfreado, ou seja, foi a introdução do conceito de desenvolvimento
sustentável. Além da sensibilização das elites políticas, essa conferência resultou em
importantes documentos como a Convenção da Diversidade Biológica, a Convenção-Quadro
das Nações Unidas Sobre Mudança Climática e a Carta da Terra, que possuem fundamentos
para a construção de uma sociedade justa, sustentável e pací�ca no século XXI.
No mesmo ano, no Canadá surge o conceito de Pegada Ecológica, um indicador que mede o
impacto do ser humano no planeta, expressada em hectares globais (10000 m²), a pegada
ecológica pode ser de�nida como a área produtiva do planeta necessária para gerar produtos,
bens e serviços que sustentem estilo de vida de determinada pessoa, população ou país. Nos
mesmos moldes, atualmente, também são utilizados conceitos como pegada de carbono e
pegada hídrica.
Saiba mais
Você pode calcular sua pegada ecológica aqui:
wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/sua_pegada/ 
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/sua_pegada/
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Estas ações foram de extrema importância para o início de uma agenda desenvolvimentista
pautada na preocupação com o meio ambiente, pensada pelos tomadores de decisão. Diversas
medidas se seguiram a estas, como o Protocolo de Quioto em 1997 e o Acordo de Paris em
2015, ambos com intuito de diminuir as emissões de gás carbônico na atmosfera.
Mais recentemente algumas metas estabelecidas pela Assembleia Geral da ONU, os Objetivos
do desenvolvimento Sustentável – ODS, vêm sendo amplamente divulgadas e têm ganhado
visibilidade em diversos círculos. Essas metas devem ser atendidas até o ano de 2030 e visam
temas como desenvolvimento social e econômico, incluindo pobreza, fome, saúde, educação,
aquecimento global, igualdade de gênero, água, saneamento, energia, urbanização, meio
ambiente e justiça social.
O advento da Internet, ocorrido no �nal dos anos 90, também teve o seu papel, revolucionando
a maneira como o mundo aprende e se comunica: a informação está presente em todo lugar,
na palma de nossa mão e pode ser facilmente compartilhada. Graças às massivas discussões
sobre a temática ambiental em todos os meios de comunicação nos últimos 30 anos, a geração
atual cresce sendo bombardeada pelas informações, facilitando a conscientização. A explosão
das redes sociais nos últimos anos tem revolucionado também o mundo do trabalho,
aumentando a demanda do consumidor por empresas ecologicamente corretas.
Saiba mais
Pesquise sobre Negócios de Impacto. Busque no Instagram páginas como
@verdecidadão; @pancbrasil e @matonoprato. 
Síntese
Ao longo desta unidade, você teve a oportunidade de conhecer conceitos importantes
condizentes com a agenda de ensino de Ciências Naturais baseada na temática ambiental, que
não por acaso, é uma tendência dos dias atuais. É urgente a mudança de hábitos para garantir
às próximas gerações uma subsistência sustentável e digna. Para que seja possível oferecer aos
alunos uma educação transformadora nesse sentido, é fundamental que o educador re�ita e
relacione estes conceitos com suas próprias práticas diárias, a�nal, é preciso acreditar naquiloque se busca ensinar.
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Chegando aqui, você deverá avaliar se as discussões ao longo da unidade lhe possibilitaram:
Compreender o que são os recursos naturais;
Relacionar os processos de degradação ambiental envolvidos com a utilização dos recursos
naturais;
Discutir soluções para a degradação dos recursos naturais;
Compreender o papel da ciência para a construção do atual cenário mundial;
Discutir a complexidade da sociedade moderna;
Compreender a sustentabilidade em um contexto complexo;
Compreender a biodiversidade como forma de sustentação das condições para a sobrevivência
das diferentes espécies;
Conhecer os serviços ambientais prestados pelas diversas formas de vida.
Discutir a importância da conservação ambiental;
Discutir as consequências dos diferentes impactos ambientais;
Compreender como a ciência atua tanto para a produção de impactos negativos ao meio,
quanto para a proteção deste meio.
Na próxima unidade, trabalharemos mais a fundo o papel da Ciência como ferramenta para o
crescimento econômico, desenvolvimento social e aumento da qualidade de vida. Falaremos
também de outra importante e promissora ferramenta a ser explorada: a educação ambiental. 
Até lá!
Download do PDF da unidade
Bibliografia
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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf > Acesso em jul 2019. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf
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http://www.matanativa.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/03/aquecimento_global.jpg
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https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-natureza/3551004
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12367 26/27
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