Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ECC 02 – hematologia Distúrbios da hemostasia secundária → Cascata de coagulação ● Via extrínseca: Ligação do fator tecidual, exposto após lesão vascular, ao fator de coagulação VIIa e cálcio promovendo a conversão do fator X para o fator Xa para iniciar a via comum. Esta via é rapidamente inativada pelo inibidor do fator tecidual (TFPI). ● Os fatores VII e V são convertidos em VIIIa e Va pelas pequenas quantidades de trombina geradas durante a iniciação. Nesta fase de amplificação, forma-se o fator Xa por meio da interação entre IXa e VIIIa na superfície de fosfolipídio e na presença de Ca²+. → Tempo de protrombina (TP) ● avalia via extrínseca e comum ● VR: 11 a 14,5 segundos ● avalia terapia com anticoagulantes orais (INR – ver se tem coagulação normal, o valor normal é igual a 1) → Cumarínicos ● varfarina → antagoniza diminuindo a produção dos fatores II, VII, IX, X → vitamina K ● interferentes →genética, peso, medicações, albumina, verduras verdes escuras. ● proibido para gestantes →atravessa a barreira placentária → TTPA ● avalia via intrínseca e comum ● VR: 25 a 30 segundos ● relação TTPA – normal até 1,2 ● monitorização de heparina em bomba → Tempo de trombina (TT) ● avaliação coagulação pela ativação do fibrinogênio, VR: 9 a 15s ● podemos dosar o próprio fibrinogênio, VR: >100 mg/dL → Dosagem de fatores específicos ● suspeitas de hemofilias e deficiência de outros fatores → Distúrbios de hemostasia secundária ● hemofilias - equimoses espontâneas - sangramentos profundos - hematomas intramusculares - hemartroses - hemorragia intracerebral espontânea - Definição: ligados ao x, afeta quase exclusivamente homens, portadoras heterozigóticas são assintomáticos, 50% de chance de ter filho afetado. ● hemofilia a (clássica) – deficiência de fator VIII, 1/5.000 homens nascidos vivos, 80% dos casos de hemofilia ● hemofilia b (doença de Christmas) – deficiência de fator IX, 1/30.000 nascidos vivos ● quadro clínico - depende da gravidade da hemofilia - família tende a ter a mesma gravidade entre membros - relacionada a quantidade de fator: grave = fator < 1%, moderada = fator 1-5%, leve = fator > 5-40% - quadro clínico da hemofilia A e B → idênticos, não dá para fazer distinção pela clínica, para fazer o diagnóstico é necessário pedir os fatores. ● história de hemorragias desde a infância (traumas de baixo impacto, procedimento simples) ● período neonatal – sangramentos apenas se traumatismo ou cirurgia, manifestação surgem quando começa a engatinhar (hematomas) ● hemartroses - manifestação mais comum - articulações mais acometidas - joelhos, cotovelos, tornozelos, ombro, coxofemorais - sangramentos repetitivos sem tratamento podem ter evolução para artropatia crônica incapacitante ● hematomas - segunda causa de sangramento em hemofílicos graves - espontâneos ou pós trauma → limitados ou expansivos ● sangramento de língua ou partes moles do pescoço ou garganta - obstrução de vias aéreas superiores - exige tratamento rápido ● hematúria ● sangramento gastrointestinal ● sangramento sistema nervoso central ● diagnóstico - história familiar e pessoal de hemorragias - alargamento do TTPA, corrigido no teste de mistura/TTPA 50 - dosagem dos fatores VIII e IX ● tratamento multiprofissional: - reposição de fator deficiente - educação preventiva - educação adjuvante no uso das medicações (incluir familiares) - tratamento das complicações reposição do fator deficiente: - sob demanda: instituir na evidência de hemorragia - profilático: período prolongado, evitar hemartroses e artropatias - antes do procedimento – cirurgias outras drogas - desmopressina (DDAVP): hemofilia A leve ou moderada - antifibrinolíticos: pré-procedimentos, contraindicados se hematúria - evitar AAS e drogas antiplaquetárias → Distúrbios de coagulação adquiridos ● Deficiência de vitamina K - nascimento – doença hemorrágica do recém nascido - dieta inadequada - drogas – anticumarínicos - doença do pâncreas, intestino delgado ou icterícia obstrutiva - TTPA e TP alargados - tratamento → reposição de vitamina K ● Hepatopatias - fígado sintetiza quase todos os fatores de coagulação, podem responder a vitamina K ou plasma fresco congelado ● Doença intravascular disseminada (CIVD) - síndrome clínico-patológica: ativação desregulada da cascata de coagulação, deposição de fibrina intravascular desencadeada por outras doenças - fisiopatologia: ativação desregulada da hemostasia → expressão do fator tissular, incapacidade das vias anticoagulantes naturais em conter o processo, bloqueio dos mecanismos naturais de fibrinólise - maioria dos casos de CIVD aguda → hipercoagulabilidade (ativação de plaquetas, consumo dos fatores de coagulação e depois começa o quadro de sangramento devido a deficiência dos fatores de coagulação e plaquetopenia) - condições associadas a CIVD: I. ativadas pela resposta inflamatória sistêmica: sepse, trauma, incompatibilidade ABO, insuficiência hepática grave, pancreatite, síndrome da lise tumoral II. exposição da corrente sanguínea a substâncias pró-coagulantes: neoplasias, embolia de líquido amniótico, descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia, tumores vasculares e aneurisma, embolia gordurosa - quadro clínico: I. sangramentos → lesão prévia, trato gastrointestinal, orofaringe, pulmões, urogenital, petéquias II. microtrombos → pele, gangrena, cérebro, pulmão, rins, outros - diagnóstico: I. considerar pacientes com sangramento em mais de um sítio (e ou tromboses), e portador de doença de base que possa levar a CIVD II. laboratório →aumento do tempo de trombina, aumento do tempo de tromboplastina parcial ativada, aumento do tempo de protrombina III. fibrinogênio e plaquetopenia IV. esquizócitos no sangue periférico - anemia hemolítica V. d-dímero aumentado - tratamento I. controle da doença de base (tratando a doença, a coagulopatia é resolvida) II. terapia de suporte (baseada na clínica e laboratório) – transfusão de hemocomponentes
Compartilhar