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Transtorno de Pânico e Fobias

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1 Psiquiatria 
Caio Márcio Silva Cruz 
Transtorno de Pânico e Fobias 
 
Considerações gerais 
 
Teorias etiológicas 
 Biologia do medo e da ansiedade 
 Estratégias de defesa e 
enfrentamento: resposta de luta ou 
fuga 
Epidemiologia 
 Prevalência de 4,7% na população 
norte americana para o transtorno de 
pânico e 22 % para o ataque de pânico; 
no Brasil, 1,6% para o t. de pânico; 
 Predomínio feminino  3:1 
 Idade de início na terceira década de 
vida, mas há relatos de ansiedade 
desde a infância 
 Frequente nas unidades de Pronto 
Atendimento! 
 
Diagnóstico – DSM V 
 
A. Ataques de pânico recorrentes e 
inesperados. Um ataque de pânico é um 
surto abrupto de medo ou desconforto 
intenso que alcança um pico em minutos e 
durante o qual ocorrem 4 ou mais dos 
sintomas: 
 
1 – Palpitações, coração acelerado ou 
taquicardia 
2 – Sudorese 
3 – Tremores ou abalos 
4 – Sensações de falta de ar ou sufocamento 
5 – Sensações de asfixia 
6 - Dor ou desconforto torácico 
7 – Náuseas ou desconforto abdominal 
8 – Sensação de tontura, vertigem, 
instabilidade ou desmaio 
9 – Calafrios ou ondas de calor 
10 – Parestesias (anestesias ou sensações de 
formigamentos) 
11 – Desrealização (sensação de irrealidade) 
ou despersonalização (sensação de estar 
distanciando de si mesmo) 
12 – Medo de perder o controle ou 
“enlouquecer” 
13 – Medo de morrer 
 
Nota: o surto abrupto pode ocorrer a partir 
de um estado calmo ou de um estado ansioso. 
 
Nota: podem ser vistos sintomas específicos 
da cultura (zumbido, dor na nuca, cefaleia, 
gritos ou choros incontroláveis) e estes não 
devem contar como um dos quatro sintomas 
exigidos. 
 
B. Pelo menos um dos ataques de 
pânico foi seguido por de um mês (ou mais) 
de uma ou ambas as características: 
 
1 - apreensão ou preocupação persistente 
acerca de ataques adicionais ou suas 
consequências (perder o controle, ter um 
ataque cardíaco ou enlouquecer) 
2 – Uma mudança desadaptativa 
significativa no comportamento relacionada 
aos ataques (comportamentos que tem por 
finalidade evitar ter ataques de pânico, como 
esquiva de situações desconhecidas). 
 
C. A perturbação não é consequência 
dos efeitos fisiológicos de uma substância 
psicoativa (drogas de abuso, medicamentos) 
ou outra condição médica (hipertireoidismo, 
doenças cardíacas ou pulmonares). 
 
 D. A perturbação não é mais bem 
explicada por outro transtorno mental. (Os 
ataques de pânico não ocorrem apenas em 
resposta a situações sociais temidas, como 
no transtorno de ansiedade social; em 
resposta a objetos ou situações fóbicas 
específicas, como na fobia específica; em 
respostas a obsessões, como no transtorno 
obsessivo-compulsivo; em resposta a 
evocação de eventos traumáticos, como no 
transtorno de estresse pós-traumático). 
 
Diagnóstico diferencial e Prognóstico 
 
Diagnóstico diferencial 
 Outros transtornos de ansiedade 
 Depressão maior, transtornos 
psicóticos e transtornos de 
personalidade 
 Doenças orgânicas 
Prognóstico 
 Depressão maior  40% dos 
pacientes 
 
 
2 Psiquiatria 
Caio Márcio Silva Cruz 
 Abuso de substâncias  maior que na 
população geral 
 Suicídio 
o 7%  pânico isolado 
o 20%  pânico mais outros 
transtornos psiquiátricos 
 
Conduta terapêutica 
 
Tratamento farmacológico de 1ª linha: 
 
Inibidores Seletivos de Recaptação de 
Serotonina 
No início do uso, pode ocorrer piora da 
ansiedade, insônia e aumento das crises, por 
isso iniciar o ISRS em doses baixas e/ou 
associar com benzodiazepínicos (BZD’s); 
BZD’s possuem efeito ansiolítico imediato 
(alprazolam e clonazepam) e são medicações 
seguras se usadas de forma correta; 
 
Inibidores Seletivos de Recaptação de 
Serotonina e Noradrenalina: risco de 
ativação noradrenérgica e eficácia similar 
aos ISRS 
 
Tratamento farmacológico de 2ª linha: 
 
Tricíclicos: imipramina e clomipramina 
Não possuem diferença em relação aos ISRS 
em termos de eficácia, mas são menos 
tolerados. 
 
Tratamento psicológico: 
 
 Terapia cognitivo-comportamental 
 Psicoeducação, técnicas para lidar 
com a ansiedade, técnicas cognitivas e 
técnicas de exposição 
 A combinação do tratamento 
farmacológico com a TCC mostrou-se 
superior às duas modalidades 
isoladas. 
 
Transtornos Fóbicos 
 
Considerações gerais 
 
 Entre as mais comuns das doenças 
psiquiátricas 
 Fobia específica: 5-10%; Fobia social: 
3% 
 Ligadas a traumas ou não 
 Pode não haver consequências 
disfuncionais 
 Evita situações fóbicas 
 Pode trazer prejuízos sociais, 
ocupacionais 
 Medo de falar em público ou viajar de 
avião 
 Abuso de álcool 
 Suportar a ansiedade 
 A pessoa reconhece que o medo é 
excessivo 
 
Achados Clínicos 
 
Fobia específica 
 Medo irracional, aversão a um objeto 
ou situação 
 Animais; ambiente natural 
(tempestade, água); sangue ou 
ferimentos; situações (voar, lugares 
fechados) 
 Sangue  bradicardia, hipotensão 
ortostática, síncope 
Fobia social 
 Ansiedade em situações em que se é 
observado 
 Temem agir de modo embaraçoso ou 
humilhante 
 Situações sociais evitadas ou 
suportadas com muita ansiedade 
 Falar e comer em público, usar 
toaletes públicos 
 Fobia generalizada  quase todas as 
situações sociais 
 
Fobias específicas comuns 
 
 Zoofobia  animais em geral 
 Hematofobia  sangue 
 Ailurofobia  gatos 
 Nictofobia  escuridão 
 Cinofobia  cachorros 
 Hidrofobia  água 
 Pirofobia  fogo 
 Misofobia  sujeira 
 Acrofobia  altura 
 Entomofobia  insetos 
 Claustrofobia  espaços pequenos ou 
fechados 
 Ofidiofobia  cobras 
 Aracnofobia  aranhas 
 
 
3 Psiquiatria 
Caio Márcio Silva Cruz 
 Xenofobia  estranhos 
 Brontofobia  trovão 
 
Diagnóstico diferencial 
 
Transtorno de pânico 
 Ataques não são associados a uma 
situação particular 
Transtorno da personalidade esquiva 
 Não ocorre somente em situações de 
desempenho 
Transtorno psicótico ou paranoide 
 Medos anormais e delirantes 
Hipocondria 
 Ausência ou prejuízo no insight de 
que o medo é exagerado 
TOC 
 Obsessão de contaminação 
Depressão maior 
 Evita situações sociais 
 
Tratamento 
 
Tratamento farmacológico 
 Benzodiazepínicos  redução da 
ansiedade 
 Propranolol  hiperexcitação 
autonômica associada a situações de 
desempenho 
 ISRS fobia social 
Psicoterapia cognitivo-comportamental 
 Tratamento psicoterápico de escolha 
 Visualização do estímulo fóbico  
relaxamento 
 Exposição controlada e repetida  
dessensibilização 
 Manejar cognições catastróficas 
associadas à situação 
 Treinamento de habilidades sociais

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