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U N O PA R LEG ISLA ÇÃ O E P R ÁTICA S TR A B A LH ISTA S LEGISLAÇÃO E PRÁTICAS TRABALHISTAS 9 788568 075791 ISBN 978-85-68075-79-1 U N O PA R LEG ISLA ÇÃ O E P R ÁTICA S TR A B A LH ISTA S LEGISLAÇÃO E PRÁTICAS TRABALHISTAS 9 788568 075791 ISBN 978-85-68075-79-1 U N O PA R LEG ISLA ÇÃ O E P R ÁTICA S TR A B A LH ISTA S LEGISLAÇÃO E PRÁTICAS TRABALHISTAS 9 788568 075791 ISBN 978-85-68075-79-1 José Manoel da Costa Vânia de Almeida Silva Machado Legislação e práticas trabalhistas © 2014 by Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer Gerente de produção editorial: Kelly Tavares Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento Editor: Casa de Ideias Editor assistente: Marcos Guimarães Revisão: Mariana David Capa: Bruno Portezan Jorge e Sheila Ueda Piacentini Barison Diagramação: Casa de Ideias Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Costa, José Manoel da C837l Legislação e práticas trabalhistas / José Manoel da Costa, Vânia de Almeida Silva Machado. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014. 184p. ISBN 978-85-68075-79-1 1. Previdenciária. 2. Rotinas. I. Machado, Vânia de Almeida Silva. II. Título. CDD 341.69 LegTrab_Book.indb 4 7/29/14 10:52 AM 184 p. Unidade 1 | Legislação trabalhista e previdenciária Seção 1 - Legislação trabalhista 1.1 | Ordenamento jurídico do trabalho 1.2 | Direitos assegurados na Constituição Federal 1.3 | Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) 1.3.1 Remunerações 1.3.2 Gratificação natalina 1.3.3 Adicional noturno 1.3.4 Horas extraordinárias 1.3.5 Férias mais o terço constitucional 1.3.6 Alguns outros direitos 1.4 | Convenções e acordos coletivos de trabalho 1.5 | Outros direitos e garantias constitucionais ao trabalhador 1.6 | Rescisão do contrato de trabalho 1.7 | Outros trabalhadores 1.8 | Princípios do Direito do Trabalho Seção 2 - Legislação previdenciária 2.1 | Instituto Nacional do Seguro Social — INSS 2.1.1 Da contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso 2.1.2 Da contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo 2.1.3 Da contribuição da empresa 2.1.4 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) 2.2 | Dependentes para fins previdenciários 2.3 | Benefícios sociais 2.3.1 Espécie de benefício 2.3.2 Grupo de espécies 2.3.3 Segurado 2.3.4 Beneficiário 2.3.5 Salário de contribuição 2.3.6 Salário-base 2.3.7 Salário de benefício 2.4 | Previdenciários 2.5 | Aposentadorias 2.6 | Pensão por morte 2.7 | Auxílios 2.8 | Outros 2.9 | Acidentários 2.10 | Assistenciais Unidade 2 | Relação de trabalho Seção 1 - Princípios e definições principais 1.1 | Princípio da proteção 1.1.1 Princípio da norma mais favorável 1.1.2 Princípio da condição mais benéfica 1.1.3 Princípio “in dubio pro operario” 1.2 | Princípio das normas trabalhistas 1.2.1 Princípio da imperatividade das normas trabalhistas 1.2.2 Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas 1.3 | Princípio dos contratos 1.3.1 Princípio da inalterabilidade contratual lesiva 1.3.2 Princípio da intangibilidade salarial 1.4 | Princípio da primazia da realidade 1.5 | Princípio da continuidade da relação de emprego Sumário 5 8 8 10 11 12 13 13 14 14 15 16 17 17 19 20 24 24 24 25 25 26 27 28 30 31 31 31 31 31 32 33 33 35 35 36 38 38 45 48 48 49 50 50 50 50 51 51 52 53 55 56 Unidade 4 | Rotinas trabalhistas: férias, 13º salário e rescisão Seção 1 - Gratificação natalina e férias 1.1 | Gratificação natalina 1.2 | Férias Seção 2 - Rescisão trabalhista 2.1 | Aviso prévio demissional 2.2 | Base de cálculo da rescisão 2.1.1 Aviso prévio trabalhado (CLT, art. 487) 2.1.2 Aviso prévio indenizado (CLT, art. 487) 2.3 | FGTS — depósitos rescisórios 2.4 | Cálculo prático da rescisão do contrato de trabalho 139 142 142 147 160 160 160 162 162 165 166 Seção 2 - Elementos da relação de trabalho 2.1 | Implicações da relação de emprego 2.2 | Empregador e empregado 2.2.1 Empregador 2.2.2 Empregado 2.2.3 Outros tipos de trabalhadores(não empregados) Seção 3 - Contrato de trabalho 3.1 | Contratos de trabalho com vínculo empregatício 3.2 | Contratos de trabalho sem vínculo empregatício 3.3 | Rescisão do contrato de trabalho 3.3.1 Dispensa sem justa causa (art. 477, 478 e 481 da CLT) 3.3.2 Pedido de demissão 3.3.3 Dispensa por justa causa causada pelo empregado (art. 482 da CLT) 3.3.4 Término do contrato por ato culposo do empregador: rescisão indireta (art. 483 da CLT) 3.3.5 Rescisão por culpa recíproca(art 484 da CLT) 3.3.6 Outros tipos de rescisão 3.4 | Jornada de trabalho mensal 58 60 61 61 62 64 71 72 74 74 74 75 75 77 77 78 78 Unidade 3 | Rotinas trabalhistas — folha de pagamento Seção 1 - Admissão 1.1 | Particularidades da admissão Seção 2 - Folha de pagamento — elaboração e prática 2.1 | Folha de pagamento 2.1.1 Proventos 2.1.2 Descontos 2.1.3 Insalubridade e periculosidade 2.1.4 Horas extras 2.1.5 Repouso Semanal Remunerado (RSR) 2.1.6 Adicional noturno 2.2 | Descontos 2.2.1 Faltas injustificadas 2.2.2 INSS 2.2.3 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 2.2.4 Contribuição sindical 2.2.5 Adiantamento salarial 2.2.6 Vale-Transporte (Lei 7.855/89) 2.3 | Elaboração prática da folha de pagamento 2.3.1 Explicando os valores encontrados Seção 3 - INSS e FGTS 3.1 | Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) 3.2 | Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 87 90 90 98 98 101 101 102 104 105 107 110 110 112 113 115 118 118 119 122 126 126 128 Unidade 1 Legislação trabalhista e previdenciária Conhecer as bases legais aplicadas à relação de emprego, entendendo as definições legais da Constituição Federal de 1988 e suas alterações, bem como a Consolidação das Leis do Trabalho, que estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho nela previstas. Conhecer a legislação previdenciária, bases legais sobre os encargos, contribuições e contribuintes e também os benefícios previstos. Objetivos de aprendizagem A legislação trabalhista envolve a Constituição Federal — CF — promulgada em 5 de outubro de 1988, na Consolidação das Leis do Trabalho — CLT e nas Convenções Coletivas de Trabalho — CCT. Veremos, nesta seção, que, embora a CF seja a maior lei do país, se o dispositivo legal for para beneficiar o empregado, deve ser considerado na relação de trabalho sempre o que maior benefício trouxer ao empregado. Nesta seção, você verá que nem todos os encargos sociais são diretamente benefícios sociais, muitos deles o são indiretamente, como o caso do valor que a empresa e os empregados pagam à previdência e que, somente quando o empregado ficar doente, se acidentar no trabalho ou quando for se aposentar, perceberá o benefício. Outros são encargos e benefícios diretos, como é o caso do FGTS, do 13º salário e das férias. Você já deve ter ouvido dizer que os encargos sobre a folha de pagamento são muito altos, não é mesmo? Vamos ver, nesta unidade, se realmente são e qual é a quantificação destes encargos. Seção 1 | Legislação trabalhista Seção 2 | Legislação previdenciária José Manoel da Costa Introdução à unidade Nesta unidade de estudo, você irá aprender sobre a legislação trabalhista e previdenciária, para isto vamos dividi-la em duas seções: a legislação trabalhista e a legislação previdenciária. Na primeira seção, vamos tratar do ordenamento jurídico do trabalho, onde após um resgate histórico você verá que o Direito do trabalho, objetivamente considerado, é o conjunto denormas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores. Serão estudados também, na primeira seção, os direitos constitucionalmente garantidos, base para toda a legislação e regulamentação posterior. Vamos ver também que a CLT, embora seja de 1943, ainda está vigente, com diversas alterações. Dentro destes dispositivos legais, vamos estudar cada direito do trabalhador, conceituando e comentando cada um deles à luz das bases legais. Na segunda seção, vamos ver a legislação previdenciária, os encargos e seus contribuintes, a destinação dos recursos arrecadados e os benefícios da previdência social aos cidadãos. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária8 Seção 1 Legislação trabalhista Começamos o embasamento no ordenamento jurídico, em que as condições de trabalho eram extremamente precárias, com jornadas absurdas, poucas condições de segurança e higiene, e, em resposta a essa situação, iniciaram-se as revoltas, greves, dentre outros, que demandaram uma atuação do Estado a fim de resolver os problemas então verificados. No Brasil, a constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Título II, Capítulo II, artigo 7º, define quais são os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é a lei (em sentido amplo) que cuida do Direito do Trabalho — ramo que normatiza as relações de emprego (rural ou urbano) e de trabalho (autônomos, eventuais, avulsos etc.). O objetivo da CLT é traçar as regras mínimas para a convivência pacífica e respeitosa, tanto do empregado em relação às suas obrigações quanto do empregador no que se refere à remuneração e respeito pela mão de obra. Veremos também que não há de se confundir o Acordo ou a Convenção Coletiva de Trabalho com o Dissídio Coletivo de Trabalho, pois este é a abertura de negociações entre os sindicatos para chegar a um patamar comum de negociação, normalmente dizem respeito a aumentos salariais. Em outras palavras, é um processo para resolver conflitos de interesses no direito do trabalho em âmbito coletivo (sindicatos). 1.1 Ordenamento jurídico do trabalho Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, os trabalhadores, principalmente das indústrias, passaram a exigir que fossem cumpridos seus direitos mínimos de trabalho. Para saber mais A Revolução Industrial representa a mudança de utilização de recursos para fabricação. Antes, o peso maior era da mão de obra (manufatura) e, depois, passou a ser das máquinas (maquinofaturas). A grande U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 9 A Revolução Industrial, com o consequente advento das diversas máquinas nas indústrias, resultou em diminuição da qualidade de vida e trabalho dos empregados, fato que gerou gravíssimos problemas na sociedade. As condições de trabalho eram extremamente precárias, com jornadas absurdas, poucas condições de segurança e higiene. Em resposta, iniciaram-se as revoltas, greves, dentre outros, que demandaram uma atuação do Estado, a fim de resolver os problemas então verificados. Criou-se até uma forma de mediação obrigatória, na qual sempre estaria presente um representante do Estado. Contudo, tal procedimento não alcançou uma solução satisfatória, sendo necessário que outra posição fosse tomada. A pressão popular, por sua vez, fez o seu papel, e forçou que o Estado procedesse à implementação de algumas leis, sobretudo com o objetivo de proteger o trabalhador. No Brasil, a primeira instituição com o objetivo de conciliar as lides trabalhistas surgiu no estado de São Paulo, em 1922, com a criação dos Tribunais Regionais. Contudo, esta experiência também não surtiu os efeitos desejados. A revolução de 1930 foi tida como o principal fator responsável pela criação imediata de um grande de número de leis trabalhistas. Em 1932, foram criadas as Juntas de Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de Conciliação, com a função de suprimir os conflitos trabalhistas. Em 1943, é publicada a Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece as diretrizes legais que regulamentam as relações de trabalho, quer individuais, quer coletivas. O Direito do Trabalho, objetivamente considerado, é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores. Vale lembrar que leis e normas não são expressões sinônimas, porquanto a lei constitui-se em espécie do gênero norma. diferença: as máquinas utilizam poucos trabalhadores e produzem em larga escala. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária10 Assim, há diversas normas em matéria trabalhista que devem ser estudadas em uma visão sistêmica. Em relação à sua natureza jurídica, o Direito do Trabalho está inserido no Direito Privado. Os princípios do Direito do Trabalho são os alicerces, ou seja, os pontos de partida para o estudo deste ramo. 1.2 Direitos assegurados na Constituição Federal A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Título II, Capítulo II, artigo 7º, define quais são os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais; vamos aqui comentar alguns destes direitos: • Proteção contra demissão arbitrária ou sem justa causa, caso o empregador promova demissão sem justa causa deverá fazer uma indenização compensatória ao empregado demitido (aviso prévio). • Seguro-desemprego, em casos de desemprego involuntário; • Fundo de garantia por tempo de serviço. • Salário-mínimo nacional que atenda às necessidades básicas do empregado e sua família, no que diz respeito a: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. • Irredutibilidade do salário, salvo acordado em convenção ou acordo coletivo. • Décimo terceiro salário, com base na remuneração integral. • Férias anuais, com adicional de, no mínimo, um terço do salário mensal. • Remuneração do trabalho noturno superior à remuneração do diurno. • Salário Família para dependente do trabalhador de baixa renda. • Jornada diária de trabalho não superior a 8 horas diárias ou Para saber mais Visão sistêmica é uma maneira de ver o todo, o conjunto de normas, desde que haja relacionamento entre elas U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 11 semanal de até 44 horas, facultadas a compensação e a redução de jornada. • Descanso de um dia por semana, preferencialmente aos domingos, de forma remunerada. • Horas extras com remuneração superior à hora normal em no mínimo 50%. • Remuneração adicional para o trabalhador que executa atividades penosas, insalubres ou perigosas. • Demais direitos. Para saber mais Sobre os direitos definidos na Constituição, o art. 5º diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e o art. 7º elenca os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. Para ver todos os direitos individuais e coletivos e os direitos sociais acesse: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 1.3 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é a lei (em sentido amplo) que cuida do Direito do Trabalho — ramo que normatiza as relações de emprego (rural ou urbano) e de trabalho (autônomos, eventuais, avulsos etc. ). O objetivo da CLT é traçar as regras mínimas para a convivência pacífica e respeitosa, tanto do empregado em relação às suas obrigações quanto do empregador no que se refere à remuneração e respeito pela mão de obra. Por causa disso, a CLT busca proteger os valores sociais do trabalho e, es pecialmente, os direitos do art. 7º da Constituição de 1988, garantidos consti tucionalmente aos trabalhadores, sejam eles urbanos ou rurais. Porém, antes de detalhar alguns dos direitos do trabalhador, necessário se faz traçar esclarecimentos sobre o contrato de trabalho. Este é o acordo verbal ou por escrito para prestação de um serviço, seja por um trabalhador (gênero) ou por um empregado (espécie). U1 - Legislaçãotrabalhista e previdenciária12 Para contratos de trabalho entre empregado e empregador, a regra é que aqueles serão por tempo indeterminado. Exceção: a) serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminação do prazo (trabalhadores eventuais; avulsos); b) atividades empresariais de caráter transitório (natal; início de período letivo etc.); c) contrato de experiência (90 dias, sendo permitida a prorrogação — que deve ser expressa — por uma única vez dentro deste prazo). Deve-se salientar que somente se fala de empregado (espécie) quando estiverem presentes os requisitos estabelecidos no art. 3º da CLT. Fora dessas situações, há outras figuras intituladas trabalhadores (gênero). Empregador é a pessoa física ou jurídica que assume os riscos (lucros, falência etc.) da atividade econômica; que admite e dirige (poder de direção — inclusive para penalizar com advertência, suspensão e demissão), bem como assalaria a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador o profissional liberal, a instituição de beneficência, as associações recreativas e outras instituições sem fins lucrativos. Empregado já é a pessoa física (pessoalidade) que presta serviços de natureza não eventual (continuidade) a empregador, sob sua dependência (subordinação) e riscos (alteridade), mediante o pagamento de salário (remuneração). Se não estivermos diante das características apontadas nos parênteses acima, não será um empregado, mas sim outro trabalhador. Importante também destacar que a própria Carteira de Trabalho de Previdência Social (CTPS) é documento fundamental para o empregado exercer seus direitos constitucionais sociais, eis que é por meio dela (desde que devidamente registrada) que se tem acesso aos benefícios previdenciários. Quanto aos direitos trabalhistas, vejamos alguns: 1.3.1 Remunerações Dentre os vários direitos básicos dos empregados, o recebimento de salário é o mais elementar, sendo que há proteção deste contra redução unilateral; contra a alteração da forma ou modo de pagamento; contra penhorabilidade (exceção quando se tratar de penhora em decorrência de cobrança de pensão alimentícia). U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 13 Afinal, dispõe o art. 7º da Norma Maior, que é garantido: Para o empregado que labora a jornada de 8 horas diárias (e 44 horas semanais) durante o mês todo, deverá ser pago pelo menos um salário-mínimo nacional (ou o piso da categoria definido em Convenção o Acordo Coletivo de Trabalho) ou então o piso regional (para os Estados que tenham legislação específica em vigor). Jornada de trabalho é o período no qual o empregado fica à disposição do empregador (normalmente 44 horas semanais). Entretanto, a jornada poderá variar conforme as características próprias do trabalho; a época do ano etc. 1.3.2 Gratificação natalina “Art. 7º [...] VIII — décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria” (BRASIL, 1988). O décimo terceiro (ou gratificação natalina), é um plus (um acréscimo de igual valor em relação aos salários normais — inclusive média de horas extras) recebido no final do ano pelo empregado. Esta verba pode ser paga em duas parcelas pelo empregador. 1.3.3 Adicional noturno “Art. 7º [...] IX — remuneração do trabalho noturno superior à do diurno” (BRASIL, 1988, grifo nosso). O índice pago é de 20% sobre o valor da hora normal, e incide nos trabalhos entre as 22h e as 5h do dia seguinte, mais o que passar quando em continuidade). A hora noturna não é contada [...] IV salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; [...] (BRASIL, 1988). U1 - Legislação trabalhista e previdenciária14 como a hora diária (60 minutos), mas sim com a redução legal, que a considera uma hora de trabalho noturno a cada 52’30’’ (cinquenta e dois minutos e trinta segundos). Trabalhador rural também recebe (índice: 25%), mas os horários são outros. 1.3.4 Horas extraordinárias Questão para reflexão Por que o horário noturno para o trabalhador rural é diferente do ur- bano? Pense, reflita! Art. 7º — XIII — duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto- Lei nº 5.452, de 1943) XVI — remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59, § 1º) (BRASIL, 1988). É um direito quando o trabalhador laborar além da jornada diária contratada (normalmente são 8 horas). São remuneradas com acréscimo de, pelo menos, 50% sobre o valor da hora normal de trabalho. Legalmente, são permitidas apenas 2 (duas) horas extraordinárias de labor por dia. Todavia, tudo o que for trabalhado em acréscimo deverá ser pago em razão dos princípios do não enriquecimento ilícito e da primazia da realidade (o que vale é o que efetivamente ocorreu). 1.3.5 Férias mais o terço constitucional “Art. 7º [...] XVII — gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal” (BRASIL, 1988). Quanto às férias, tem-se que é de direito do empregado usufruí- las após completar o período aquisitivo de 12 meses de trabalho. Depois, surge o período concessivo, que é composto pelos 12 meses seguintes, dentro dos quais o empregador obrigatoriamente concederá férias ao empregado, sob pena de pagar o dobro do valor de direito deste. Recebe também o terço constitucional (adicional U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 15 de 33% sobre as férias). Pode o empregado vender até 1/3 das suas férias ao empregador. Não se pode esquecer que o direito integral aos 30 dias de férias somente vai existir quando o empregado não tiver mais de 5 faltas injustificadas no período aquisitivo (caso haja mais de 32 destas faltas, perderá o direito às férias). Atraso ou saídas injustificadas não são consideradas faltas. Também não o são: a falta por usufruir licença-maternidade; até 2 dias por falecimento de cônjuge, até 3 dias em razão de casamento; 1 dia para nascimento de filho; enquanto estiver percebendo benefício previdenciário por acidente do trabalho ou auxílio-doença, etc. 1.3.6 Alguns outros direitos • Adicional de Insalubridade: variável entre 10, 20 e 40%, conforme a maior nocividade da atividade em relação à saúde do trabalhador. Tem-se que atualmente ele é calculado sobre o salário-mínimo, mas, em virtude de recente (abril de 2008) decisão do Supremo Tribunal Federal, não mais se poderá utilizar a referida base de cálculo, devendo, assim, ser averiguado o quantum do adicional sobre outra base de cálculo a ser fixada pela futura legislação (enquanto esta não surgir tem-se a aplicação conforme o adicional de periculosidade). Para minimizar este adicional e para cumprir a legislação, o empregador deve fornecer e fiscalizar o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). • Adicional de periculosidade: 30% sobre o salário recebido a fim de remunerar melhor os serviços cujo risco de morte é maior — inflamáveis ou explosivos etc. • Habitualidade: é preciso esclarecer que adicionais como horas extras, salário in natura (benesses dadas pelo empregador ao empregado pelo trabalho) e outras verbas salariais pagas com habitualidade integram o salário para efeitos de previdência e fisco, aviso prévio, férias, 13º etc. Não é permitido cumular o recebimento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. • Equiparação salarial: toda vez que um empregado, em comparaçãoa outro (chamado de paradigma por ser a referência) laborar na mesma localidade, com simultaneidade da prestação dos serviços, com identidade de função, para o mesmo empregador (sem que entre o empregado e o paradigma haja mais de 2 anos U1 - Legislação trabalhista e previdenciária16 de diferença na função), em idênticas condições/competências no desenvolvimento do trabalho (igual produtividade e perfeição técnica), terá o direito de receber o mesmo salário. • Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): valor pago pelo empregador e que corresponde a 8% das verbas salariais pagas ao empregado. É feito um depósito numa conta especialmente aberta em nome do trabalhador que é gerida pela Caixa Econômica Federal. O valor pode ser inteiramente sacado quando houver demissão sem justa causa; em caso de algumas doenças etc. 1.4 Convenções e acordos coletivos de trabalho “Art. 7º [...] XXVI — reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; [...] XVII — gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal” (BRASIL, 1988). Convenções coletivas são acordos em comum entre os sindicatos dos empregadores e dos empregados de determinada categoria profissional. Normalmente, detalham ou aumentam os direitos já garantidos aos trabalhadores. Têm força de lei, mas não podem suprimir direitos previstos na legislação. Já o acordo coletivo tem os mesmos motivos e finalidades da convenção coletiva, mas é celebrado entre o sindicato dos empregados e a empresa empregadora. Ressalta-se que, para validade do famoso banco de horas (organização da hora extra praticada pelo empregado para que possa em data futura não trabalhar), precisa ser este entabulado um acordo coletivo de trabalho. Não há de se confundir o acordo ou a convenção coletiva de trabalho com o dissídio coletivo de trabalho. Isto pois este é a abertura de negociações entre os sindicatos para chegarem a um patamar comum de negociação, que, normalmente, dizem respeito a aumentos salariais. Em outras palavras, é um processo para resolver conflitos de interesses no Direito do Trabalho em âmbito coletivo (sindicatos). U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 17 1.5 Outros direitos e garantias constitucionais ao trabalhador No art. 7º da Constituição Federal ainda encontram-se alguns outros direitos, dentre os quais vale destacar os seguintes, com repercussão nas atividades de serviço social: Art. 7º [...] XVIII — licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX — licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX — proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; [...] XXV — assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré- escolas; XXV-assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré- escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) [...] XXXI — proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; [...] XXXIII — proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) [...] (BRASIL, 1988). 1.6 Rescisão do contrato de trabalho A Constituição Federal de 1988, no mesmo já citado art. 7º, garante: “I — relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa [...]; II — seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III — fundo de garantia do tempo de serviço” (BRASIL, 1988). Nada obstante, a rescisão pode ocorrer por ato do empregador em duas situações: • Rescisão Indireta do Contrato de Trabalho (art. 483 da CLT). Ocorre quando quem descumpre o contrato de trabalho é o U1 - Legislação trabalhista e previdenciária18 empregador. Por exemplo: abuso e humilhação; não paga salários (durante 3 meses) etc. Neste caso, o empregado deverá avisar o empregador o mais rápido possível que considerou rescindido o contrato de trabalho e, em seguida, entrar com ação trabalhista pedindo a condenação do empregador em pagar a multa de 40% sobre o FGTS depositado da relação de emprego; aviso prévio (um salário do empregado) — alguns doutrinadores entendem não ser cabível neste caso; décimo terceiro proporcional, férias vencidas e proporcionais mais o terço constitucional incidente; salário-família; saldo de salário; liberação das guias para o seguro-desemprego e autorização para levantamento do FGTS (BRASIL, 1943). • Demissão sem justa causa, quando o empregado terá os direitos informados no item “a” anterior. Não pode o empregado ser dispensado quando ele tiver garantia de emprego (acidentados etc.) — se demitidos, terão direito à indenização — ou, então, for estável (trabalhadores em sindicatos etc.), ou quando o contrato estiver suspenso (por causa do recebimento de auxílio-doença). Todavia, não se pode olvidar que a rescisão pode também ocorrer por ato do empregado quando este for demitido por justa causa (quando terá direito de receber apenas o saldo de salário; as férias vencidas, mais o terço constitucional e o salário-família) ou, então, quando pedir a demissão (neste caso, terá direito de receber saldo de salário; as férias vencidas e proporcionais, mais o terço constitucional, o décimo terceiro proporcional e o salário-família). Dentre algumas das previsões do art. 482 da CLT consideram-se justa causa: a) improbidade — furto, falsificação de documentos etc.; b) incontinência de conduta — obscenidades, libertinagem etc.; c) negociação habitual — Prática de atos de comércio (especialmente a concorrência desleal), sem permissão do empregador. Exige habitualidade; d) condenação criminal — por conta da impossibilidade do trabalho pela restrição à liberdade. Somente pode demitir após a condenação definitiva; e) desídia — má vontade, desleixo. A sucessão de faltas injustificadas poderá também configurar; f) indisciplina — descumprimento de ordens gerais aos empregados; g) insubordinação — descumprimento de ordens diretas/específicas ao empregado; h) abandono de emprego — ausência por mais de 30 dias sem justificativa aceitável; l) ofensa U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 19 física — agressão na relação de trabalho, exceto para se defender ou a terceiro etc. Para saber mais A prova das acusações acima para demissão por justa causa deve ser feita pelo empregador, sob pena de o empregado ter direito de receber como se estivesse sendo demitido sem justa causa. Isto acontece porque o empregador, ao justificar a demissão, vai alegar, em um eventual processo trabalhista, que havia razão para demitir o funcionário! Questão para reflexão Você concorda com esta distribuição do ônus da prova, ou seja, da obrigação em fazer a prova sob pena de perder a causa, afinal, como diz o ditado: “quem alega tem que provar”? 1.7 Outros trabalhadores • Aprendiz: trabalho praticado por pessoas entre 14 e 24 anos (salvo para deficientes), para formação profissional. Exige contrato por escrito, que não pode ser superior a dois anos. É esse instituto mais utilizado para menores de 16 anos (já que a Constituição Federal proíbe o trabalho abaixo desta idade). Proíbe-se a aprendizagem em horário incompatível com os estudos e em condições de insalubridade, periculosidade ou noturnas. • Eventual: não é empregado porque não há habitualidade na prestação de seus serviços, e sua atividade é regulada pelo Direito Civil (locação de serviços). Trabalha por conta própria, assumindo, assim, os riscos pelo que faz. • Autônomo: pessoa física que trabalha por conta própria. Suas relações são de cunho civil ou comercial. Há habitualidade, mas não há subordinação ao empregador. • Avulso: seu trabalho é intermediado pelosindicato ou gestor da mão de obra e tem pequena duração. Por exemplo: o estivador ou equiparado. Tem por característica a liberdade na prestação dos serviços (que normalmente têm um curto período de tempo) e a possibilidade de trabalho para mais de uma empresa. Tem os mesmos direitos dos empregados. • Temporário: é contratado por uma empresa especializada em locação de mão de obra para suprir necessidades transitórias do U1 - Legislação trabalhista e previdenciária20 cliente (ou tomador do serviço). O prazo máximo de trabalho para um mesmo tomador de serviços é de 3 meses. • Doméstico: presta serviços continuados, de natureza “não econômica” (âmbito residencial). Seus direitos trabalhistas são reduzidos: registro em carteira de trabalho e recolhimento dos encargos ao INSS são obrigatórios (FGTS é facultativo); tem direito a férias, terço constitucional e 13º; des- canso semanal remunerado; não tem direito a hora extra e aviso prévio etc. Há decisões judiciais que reconhecem como doméstica a diarista que trabalha na mesma casa em 1 ou mais vezes na semana, desde que tenha continuidade/ habitualidade. • Terceirizado: presta o terceirizado (pessoa física) seus serviços em local diferente do que foi contratado. Desempenha normalmente as atividades antes desenvolvidas pelos funcionários do tomador dos serviços. • Estagiário: atividade desenvolvida para aprendizagem social, cultural ou profissional. A responsabilidade e a coordenação da atividade são da instituição de ensino, com a qual o trabalhador tem o vínculo educacional. Não haverá vínculo empregatício (desnecessidade de anotação na carteira de trabalho e inscrição na Previdência Social) quando preenchidos os requisitos, especialmente a correlação entre o estudo na Instituição de Ensino e o trabalho desenvolvido. 1.8 Princípios do Direito do Trabalho • Princípio da proteção ao trabalhador: também entendido como principio do in dubio pro operario, consiste no fato de que o trabalhador é considerado vulnerável ou hipossuficiente, ou seja, a parte mais fraca na relação de trabalho, razão pela qual goza de certos privilégios pela legislação. Não se pode deixar de considerar, ainda, que, se houver mais de uma norma aplicável a um caso concreto, sempre a opção deverá relacionar-se àquela norma que seja a mais benéfica ao trabalhador. • Princípio da primazia da realidade: não se desconsidera, aqui, Atividades de aprendizagem Aponte as diferenças entre trabalhador autônomo, avulso e temporário. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 21 a importância dos documentos, principalmente da carteira de trabalho, porém, o juiz deve buscar sempre a verdade real, dada a dificuldade, muitas vezes, para obter as provas necessárias. • Princípio da continuidade da relação de emprego: em regra, o contrato de trabalho terá prazo indeterminado. • Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: o trabalhador não pode renunciar a quaisquer de seus direitos. É importante ressaltar que a CF diz, no artigo 7º, que os 34 itens que relacionam os direitos dos trabalhadores podem ser acrescentados por “outros que visem à melhoria“ da condição social dos trabalhadores. Por isso afirmamos que, sendo em benefício ao trabalhador qualquer lei ou decreto, até a Convenção Coletiva de Trabalho — CCT, deverá ser considerada superior à CF. Para saber mais Você conhece a Constituição Federal do nosso país? Acesse: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> e conheça a CF em uma versão atualizada, considerando todas as emendas constitucionais posteriores a 1988. Logo na sequência ao artigo 7º, você poderá acompanhar outros direitos sociais dos cidadãos. Embora a CF seja a Lei Magna do país, na área trabalhista a base legal mais utilizada é o Decreto-lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), porque “esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas” (art. 1º) (BRASIL, 1943). No entanto, as Convenções Coletivas de Trabalho também são fontes importantes para estudo da relação empregador e empregado, visto que, se suas disposições forem mais benéficas aos empregados, estas serão observadas em última instância. Para saber mais Mas o que é Convenção Coletiva de Trabalho?O art. 611 da CLT diz que a “Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho” (BRASIL, 1943). U1 - Legislação trabalhista e previdenciária22 As discussões sobre a relação de emprego terão por base tanto a CLT quanto as CCTs. Sempre que for oportuno, será mencionado que “disposições mais benéficas” ao empregado podem constar nas CCTs, indicando que, além das disposições da CLT, o profissional da área trabalhista deve buscar — e estar fundamentado, no seu trabalho diário — as disposições das CCTs de cada uma das categorias profissionais com as quais tenha envolvimento. Algumas pessoas confundem os termos Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo de Trabalho e Dissídio Coletivo. Convenções Coletivas de Trabalho são os acordos entre os sindicatos de patrões e empregado. O artigo 611 da CLT define Convenção Coletiva de Trabalho como o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. Acordo Coletivo de Trabalho ocorre quando uma empresa entra em acordo com o sindicato dos empregados, estipulando normas que passarão a ser obrigatórias para aquela empresa e seus empregados. É o acordo que estipula condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. A celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultada aos sindicatos representativos das categorias profissionais, de acordo com o art. 611, § 1º, da CLT, que diz: “É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho” (BRASIL, 1943). Dissídio Coletivo ocorre quando não há acordo e há uma disputa judicial entre o sindicato de empregadores e o sindicato de empregados. Têm direito ao dissídio coletivo os trabalhadores com registro em carteira. Cada sindicato tem uma data-base específica para o dissídio. Poderá ser ajuizada ação de dissídio coletivo quando frustrada a autocomposição de interesses coletivos em negociação promovida diretamente pelos interessados, ou mediante intermediação administrativa do órgão competente do Ministério do Trabalho. A legitimidade para o ajuizamento é das entidades sindicais, U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 23 quando não houver entidade sindical representativa ou os interesses em conflito sejam particularizados, cabe aos empregadores fazer o ajuizamento. Atividades de aprendizagem da unidade 1. Qual área do Direito representa o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores? 2. O que representa o maior conjunto de normas trabalhistas no Brasil desde 1943? 3. Qual princípio do Direito do Trabalho consiste no fato de que o tra- balhador é considerado vulnerável? 4. O que caracteriza-se pela mão de obra dos estudantes regularmente matriculados e com frequência comprovada nos cursos vinculados ao ensino, e que utilizam as empresas para “aprender fazendo”? 5. Qual é o documento coletivo entre sindicatos que devem ser conside- rados sobre a CLT e CF caso tenha mais benefícios aos empregados? Responda às seguintes perguntas; U1- Legislação trabalhista e previdenciária24 Seção 2 Legislação previdenciária Nesta seção, você vai aprender que nem todos os encargos sociais são diretamente benefícios sociais, muitos deles o são indiretamente, como no caso do valor que a empresa e os empregados pagam à previdência e que, somente quando o empregado ficar doente, acidentar-se no trabalho ou quando for se aposentar, perceberá o benefício. Outros são encargos e benefícios diretos, como é o caso do FGTS, do 13º salário e das férias. Você já deve ter ouvido dizer que os encargos sobre a folha de pagamento são muito altos, não é mesmo? Vamos ver nesta seção se realmente são e qual é a quantificação destes encargos. 2.1 Instituto Nacional do Seguro Social — INSS Contribuem para o INSS tanto o empregado como o empregador de acordo com as regras estabelecidas. Para o empregador, no entanto, fica o ônus do pagamento, a parte dos empregados como repasse e a parte própria. Vamos ver, de acordo com a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, os contribuintes da Previdência Social no Brasil: 2.1.1 Da contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso De acordo com o artigo 20 da Lei no 8.212/1991, o empregado, inclusive o doméstico e o avulso, contribui para a previdência conforme aplicação da alíquota correspondente ao salário de contribuição mensal, de forma não cumulativa. A tabela com as alíquotas aplicáveis aos segurados empregados, inclusive o doméstico e o avulso, relativamente aos salários de janeiro de 2014 até o mês de dezembro de 2014, faz parte da Portaria no 19, de 10 de janeiro de 2014, em seu anexo II. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 25 ANEXO II TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2014. L e g i s l a ç ã o t r a b a l h i s t a e p r e v i d e n c i á r i a 19 Seção 2 Legislação previdenciária Nesta seção, você vai aprender que nem todos os encargos sociais são di- retamente benefícios sociais, muitos deles o são indiretamente, como no caso do valor que a empresa e os empregados pagam à previdência e que, somente quando o empregado ficar doente, acidentar-se no trabalho ou quando for se aposentar, perceberá o benefício. Outros são encargos e benefícios diretos, como é o caso do FGTS, do 13º salário e das férias. Você já deve ter ouvido dizer que os encargos sobre a folha de pagamento são muito altos, não é mesmo? Va- mos ver nesta seção se realmente são e qual é a quantificação destes encargos. 2.1 Instituto Nacional do Seguro Social — INSS Contribuem para o INSS tanto o empregado como o empregador de acordo com as regras estabelecidas. Para o empregador, no entanto, fica o ônus do pagamento, a parte dos empregados como repasse e a parte própria. Vamos ver, de acordo com a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, os con- tribuintes da Previdência Social no Brasil: 2.1.1 Da contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso De acordo com o artigo 20 da Lei no 8.212/1991, o empregado, inclusive o do- méstico e o avulso, contribui para a previdência conforme aplicação da alíquota correspondente ao salário de contribuição mensal, de forma não cumulativa. A tabela com as alíquotas aplicáveis aos segurados empregados, inclusive o doméstico e o avulso, relativamente aos salários de janeiro de 2014 até o mês de dezembro de 2014, faz parte da Portaria no 19, de 10 de janeiro de 2014, em seu anexo II. ANEXO II TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2014. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO(R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.317,07 8% de 1.317,08 até 2.195,12 9% de 2.195,13 até 4.390,24 11% LegTrab_Book.indb 19 7/29/14 10:52 AM 2.1.2 Da contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo De acordo com o artigo 21 da Lei 8.212/1991, para os segurados que se enquadram nas categorias de contribuinte individual e contribuinte facultativo, é de 20% sobre o salário de contribuição do contribuinte. No entanto, nestas categorias, o contribuinte pode optar pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, caso haja essa opção, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição será de: I. 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte individual, ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e do segurado facultativo, observado o disposto na alínea b do inciso II deste parágrafo. II. 5% (cinco por cento): a) no caso do microempreendedor individual; b) do segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda. 2.1.3 Da contribuição da empresa Uma parte considerável das contribuições para a seguridade social fica a cargo das empresas. O artigo 22 da Lei 8.212/1991 define que: • 20% do total das remunerações pagas durante o mês aos empregados e avulsos deve ser destinada à Seguridade Social por parte U1 - Legislação trabalhista e previdenciária26 da empresa. Este percentual não é descontado da remuneração do trabalhador, é despesa da empresa. • Para financiar o benefício aos segurados especiais que trabalharem sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, de acordo com leis específicas, a empresa pagará: • 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; • 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; • 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. • 20% sobre os valores brutos devidos aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços; • 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. Para saber mais Veja outros casos de contribuição por parte da empresa, aplicáveis à agroindústria, no artigo 22 da Lei 8.212/1991 e veja também a contribuição sobre o faturamento e sobre o lucro das empresas para a seguridade social no artigo 23 da mesma lei, acessando <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. 2.1.4 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Não tem relação com a previdência, mas como envolve a relação de emprego, resolvi trazer um pequeno comentário sobre o FGTS. É uma conta vinculada aberta pela empresa em nome do empregado, obrigatoriamente na Caixa Econômica Federal, em que todo mês, a empresa deve depositar o valor relativo a 8% da remuneração recebida pelo empregado. O prazo para recolhimento do FGTS é dia 7 do mês seguinte ao da folha de pagamento; não havendo no dia 7 expediente bancário, antecipa-se o recolhimento (Lei 8036 de 11 de maio de 1990, art. 15). Quando o empregador demitir sem justa causa o empregado, deve, por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, depositar uma multa U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 27 correspondente a 50% do valor do saldo constante na conta vinculada do empregado, sendo 40% do empregado e 10% para contribuições sociais de que trata a Lei Complementar nº. 110, de 26/06/2001. 2.2 Dependentes para fins previdenciários São três classes: cônjuge, companheiro(a) e filhos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos; pais; irmãos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos. Enteados ou menores de 21 anos que estejam sob tutela do segurado possuem os mesmos direitos dos filhos, desde que não possuam bens para garantir seu sustento e sua educação. Para ser consideradocompanheiro(a) é preciso comprovar união estável com segurado(a). A Ação Civil Pública nº. 2000.71.00.009347- 0 determina que companheiro(a) homossexual de segurado(a) terá direito a pensão por morte e auxílio-reclusão. Havendo dependentes de uma classe, os integrantes da classe seguinte perdem o direito ao benefício. Benefícios da Previdência Social: aposentadoria (idade, invalidez, por tempo de contribuição, especial); auxílio-doença; auxílio-acidente; auxílio-reclusão; pensão por morte; salário-maternidade; salário-família. Carência: segundo a Legislação Previdenciária, é o tempo mínimo de contribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário. Varia de acordo com o benefício solicitado. Para saber mais Veja na íntegra a lei do FGTS atualizada acessando: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036consol.htm>. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária28 Quadro 1.1 | Benefícios e carências 22 L E G I S L A Ç Ã O E P R Á T I C A S T R A B A L H I S T A S 2.2 Dependentes para fins previdenciários São três classes: cônjuge, companheiro(a) e filhos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos; pais; irmãos menores de 21 anos, não emancipa- dos ou inválidos. Enteados ou menores de 21 anos que estejam sob tutela do segurado possuem os mesmos direitos dos filhos, desde que não possuam bens para garantir seu sustento e sua educação. Para ser considerado companheiro(a) é preciso comprovar união estável com segurado(a). A Ação Civil Pública nº. 2000.71.00.009347-0 determina que companheiro(a) homossexual de segurado(a) terá direito a pensão por morte e auxílio-reclusão. Havendo dependentes de uma classe, os integrantes da classe seguinte perdem o direito ao benefício. Benefícios da Previdência Social: aposentadoria (idade, invalidez, por tempo de contribuição, especial); auxílio-doença; auxílio-acidente; auxílio-reclusão; pensão por morte; salário-maternidade; salário-família. Carência: segundo a Legislação Previdenciária, é o tempo mínimo de con- tribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário. Varia de acordo com o benefício solicitado. Quadro 1.1 Benefícios e carências BENEFÍCIO CARÊNCIA Salário-maternidade (*) Sem carência para as empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas. 10 contribuições mensais (contribuintes individual e facultativo). 10 meses de efetivo exercício de atividade rural, mesmo de forma descontínua, para a segurada especial. Auxílio-doença 12 contribuições mensais Aposentadoria por invalidez 12 contribuições mensais Aposentadoria por idade 180 contribuições Aposentadoria especial 180 contribuições Aposentadoria por tempo de contribuição 180 contribuições Auxílio-acidente Sem carência Salário-família Sem carência Pensão por morte Sem carência Auxílio-reclusão Sem carência Fonte: Adaptado de Brasil (1999). LegTrab_Book.indb 22 7/29/14 10:52 AM Fonte: Adaptado de Brasil (1999). 2.3 Benefícios sociais Benefícios consistem em prestações pecuniárias pagas pela Previdência Social aos segurados, ou aos seus dependentes de forma a atender a cobertura, dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; maternidade; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Benefícios de prestação continuada são caracterizados por pagamentos mensais contínuos, até que alguma causa (a morte, por exemplo) provoque sua cessação. Enquadram-se nesta categoria as aposentadorias, pensões por morte, auxílios, rendas mensais vitalícias, abonos de permanência em serviço, os salários-família e maternidade etc. O processo normal de entrada e saída de um benefício do sistema previdenciário envolve três etapas: concessão, manutenção e cessação. A concessão trata do fluxo de entrada de novos benefícios no sistema; a manutenção abrange os benefícios ativos e suspensos constantes no cadastro; e a cessação corresponde aos benefícios que não mais geram créditos. Além disto, mensalmente, é gerado o total de benefícios ativos, o que compõe a emissão. Cabe ressaltar que a apresentação concomitante de informações U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 29 sobre a quantidade de benefícios concedidos, mantidos e cessados, permitiria, em princípio, a construção da dinâmica anual dos benefícios no sistema previdenciário, ou seja, o estoque de benefícios no final do ano poderia ser calculado pela adição ao estoque inicial dos benefícios concedidos e a subtração dos cessados. Este exercício, no entanto, fica comprometido, uma vez que a concessão tem como marco temporal a Data de Despacho do Benefício (DDB) e não a Data de Início do Benefício (DIB); e as informações de cessação são parciais, porque um benefício pode receber a marca de cessado meses depois da data da efetiva cessação. Benefício de prestação única é aquele cujo pagamento é efetuado em uma só vez. Atualmente, só é concedido o pecúlio especial de aposentados que retornaram à atividade. O pecúlio é pago quando se faz necessário reembolsar o segurado do valor corrigido de contribuições por ele efetuadas após a aposentadoria. Embora extinto pela Lei nº 8.870/94, este pecúlio ainda é pago para aqueles que contribuíram até março/94, quando deixarem definitivamente a atividade. Desde abril de 1992 (data em que efetivamente se operacionalizou a Lei nº 8.213/91), todos os novos benefícios concedidos estão sendo enquadrados segundo o código estabelecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A existência de benefícios com a antiga codificação rural permanece apenas para aqueles concedidos antes desta data, enquanto os mesmos se encontrarem no Cadastro de Benefícios. Os benefícios eram corrigidos anualmente segundo índice estipulado por atos legais (Leis ou Medidas Provisórias), no mês de maio. A partir de 2006, passaram a ser corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de abril. A fonte de dados desta seção é o Sistema Único de Benefícios — SUB, a partir do qual foram elaboradas tabulações especiais (Plano Tabular da DIIE) e atualizado o Sistema Integrado de Tratamento Estatístico de Séries Estratégicas (Sintese). Embora residentes na Dataprev, os dados são de responsabilidade da Diretoria de Benefícios do INSS. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária30 Quadro 1.2 | Benefícios de prestação continuada da previdência social brasileira 24 L E G I S L A Ç Ã O E P R Á T I C A S T R A B A L H I S T A S Desde abril de 1992 (data em que efetivamente se operacionalizou a Lei nº 8.213/91), todos os novos benefícios concedidos estão sendo enquadrados segundo o código estabelecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A existência de benefícios com a antiga codificação rural permanece apenas para aqueles concedidos antes desta data, enquanto os mesmos se encontrarem no Cadastro de Benefícios. Os benefícios eram corrigidos anualmente segundo índice estipulado por atos legais (Leis ou Medidas Provisórias), no mês de maio. A partir de 2006, passaram a ser corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de abril. A fonte de dados desta seção é o Sistema Único de Benefícios — SUB, a partir do qual foram elaboradas tabulações especiais (Plano Tabular da DIIE) e atualizado o Sistema Integrado de Tratamento Estatístico de Séries Estratégicas (Sintese). Embora residentes na Dataprev, os dados são de responsabilidade da Diretoria de Benefícios do INSS. Quadro 1.2 Benefícios de prestação continuada da previdência social brasileira Nome das espécies atualmente concedidas Amparo assistencial ao idoso (Lei n. 8.742/93) Amparo assistencial ao portador de deficiência (Lei n.8.742/93) Aposentadoria especial (Lei n. 8.213/91) Aposentadoria por idade (Lei n. 8.213/91) Aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho (Lei n. 8.213/91) Aposentadoria por invalidez previdenciária (Lei n. 8.213/91) Aposentadoria por tempo de contribuição (Lei n. 8.213/91) Aposentadoria por tempo de serviço de professor (Emenda Constitucional no 20/98) Auxílio-acidente por acidente do trabalho (Lei n. 8.213/91) Auxílio-acidente previdenciário (Lei n. 8.213/91) Auxílio-doença por acidente do trabalho (Lei n. 8.213/91) Auxílio-doença previdenciário (Lei n. 8.213/91) Auxílio-reclusão (Lei n. 8.213/91) Pecúlio especial de aposentado (Lei n. 8.213/91) — benefício de prestação única Pensão especial aos dependentes de vítimas fatais por contaminação na hemodiálise — Caruaru-PE (Lei n. 9.422/96) Pensão especial mensal vitalícia (Lei n. 10.923/04) Pensão especial vitalícia (Lei n. 9.793/99) continua LegTrab_Book.indb 24 7/29/14 10:52 AM L e g i s l a ç ã o t r a b a l h i s t a e p r e v i d e n c i á r i a 25 Pensão mensal vitalícia do dependente do seringueiro (Lei n. 7.986/89) Pensão mensal vitalícia do seringueiro (Lei n. 7.986/89) Pensão mensal vitalícia por síndrome de talidomida (Lei n. 7.070/82) Pensão por morte de ex-combatente (Lei n. 4.297/63) Pensão por morte de ex-combatente marítimo (Lei n. 1.756/52) Pensão por morte por acidente do trabalho (Lei n. 8.213/91) Pensão por morte previdenciária (Lei n. 8.213/91) Salário-maternidade (Lei n. 8.213/91) Fonte: Brasil (2007c). A seguir são definidos alguns conceitos importantes. 2.3.1 Espécie de benefício A classificação em espécies foi criada pelo INSS para explicitar as pecu- liaridades de cada tipo de benefício pecuniário existente. A cada espécie é atribuído um código numérico de duas posições. Por exemplo, o 42, que se refere à espécie Aposentadoria por Tempo de Contribuição. 2.3.2 Grupo de espécies Reúne todas as espécies referentes a um mesmo tipo de benefício. Por exem- plo, as espécies do tipo aposentadorias por tempo de contribuição, compõem o grupo Aposentadorias por Tempo de Contribuição. 2.3.3 Segurado É a pessoa coberta pelo sistema previdenciário, fazendo jus aos benefícios por este oferecidos. 2.3.4 Beneficiário É a pessoa que está recebendo algum tipo de benefício pecuniário, podendo ser o próprio segurado ou o seu dependente. 2.3.5 Salário de contribuição Entende-se por salário de contribuição, observado o valor mínimo (salário- -mínimo) e o teto máximo, atualmente em R$3.218,90. para o empregado e trabalhador avulso — a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos continuação LegTrab_Book.indb 25 7/29/14 10:52 AM Fonte: Brasil (2007c). A seguir são definidos alguns conceitos importantes. 2.3.1 Espécie de benefício A classificação em espécies foi criada pelo INSS para explicitar as peculiaridades de cada tipo de benefício pecuniário existente. A cada espécie é atribuído um código numérico de duas posições. Por exemplo, o 42, que se refere à espécie Aposentadoria por Tempo de Contribuição. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 31 2.3.2 Grupo de espécies Reúne todas as espécies referentes a um mesmo tipo de benefício. Por exemplo, as espécies do tipo aposentadorias por tempo de contribuição, compõem o grupo Aposentadorias por Tempo de Contribuição. 2.3.3 Segurado É a pessoa coberta pelo sistema previdenciário, fazendo jus aos benefícios por este oferecidos. 2.3.4 Beneficiário É a pessoa que está recebendo algum tipo de benefício pecuniário, podendo ser o próprio segurado ou o seu dependente. 2.3.5 Salário de contribuição Entende-se por salário de contribuição, observado o valor mínimo (salário-mínimo) e o teto máximo, atualmente em R$3.218,90. • para o empregado e trabalhador avulso — a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o seu trabalho; • para o empregado doméstico — a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social — CTPS; • para o contribuinte individual — a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês; e • para o segurado facultativo — o valor por ele declarado. 2.3.6 Salário-base Era o valor declarado pelo contribuinte individual e facultativo e servia como base de cálculo de sua contribuição. A escala de salários- base era composta por dez classes salariais, sendo que o salário-base de cada classe, com exceção da primeira, que era igual ao valor de um salário-mínimo, era reajustado na mesma época e com os mesmos índices aplicados aos benefícios da Previdência Social. A partir da Lei nº 9.876, de 1999, o número mínimo de meses de permanência em cada U1 - Legislação trabalhista e previdenciária32 classe da escala de salários-base vinha sendo reduzido, gradativamente, em doze meses a cada ano. Entretanto, a Medida Provisória nº 83, de 12 de dezembro de 2002, convertida na Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, extinguiu a escala de salários-base a partir de abril de 2003. 2.3.7 Salário de benefício I. para os benefícios de aposentadoria por idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos maiores salários-de- contribuição, corrigidos, correspondentes a oitenta por cento de todo período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; e II. para os benefícios de aposentadoria por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, corrigidos, correspondentes a oitenta por cento de todo período contributivo. Observações: 1. no caso de aposentadoria por idade, o segurado pode optar pela regra do inciso II, se mais vantajosa. 2. o fator previdenciário é calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição, segundo a seguinte fórmula: f =Tc x a x [ 1+(Id+Tc x a)] Onde: f = fator previdenciário; Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria; Tc = tempo de contribuição no momento da aposentadoria; Id = idade no momento da aposentadoria; a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31. 3. a expectativa de sobrevida é obtida da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos; 4. para efeito da aplicação do fator previdenciário, serão adicionados ao tempo de contribuição: I. cinco anos, quando se tratar de mulher; e II. cinco e dez anos, quando se tratar, respectivamente, de U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 33 professor ou professora que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 5. para o segurado filiado à Previdência Social até a data da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, no cálculo do salário de benefício, será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994; e 6. para o segurado que cumpriu as condições exigidas para a concessão de aposentadoria até 28 de novembro de 1999, data da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, poderá ser concedido benefício, a qualquer tempo, com base nos 36 últimos salários-de- contribuição até aquela data. 2.4 Previdenciários Os benefícios previdenciários do Regime Geral de Previdência Social — RGPS, em sua maioria, dependem de período de carência. Abrangem as aposentadorias, as pensões por morte, os auxílios, o salário-família e o salário-maternidade. 2.5 Aposentadorias As aposentadorias são pagamentos mensais vitalícios, efetuados ao segurado por motivo de tempo de contribuição, idade, invalidez permanente ou trabalho exercido sob condições especiais que prejudiquema saúde ou a integridade física. Aposentadoria por Tempo de Contribuição — a aposentadoria por tempo de contribuição é devida ao segurado que completa, no mínimo, 35 anos de contribuição, se do sexo masculino, ou 30, se do sexo feminino. Seu valor corresponde a 100% do salário-de- benefício. O segurado inscrito na Previdência Social até 16 de dezembro de 1998 (data da publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998) pode se aposentar aos 25 e 30 anos de contribuição, respectivamente, se do sexo feminino ou masculino, desde que tenha 48 ou 53 anos de idade. Nesse caso, o tempo de contribuição que faltava, em 16 de dezembro de 1998, para completar os 25 ou 30 U1 - Legislação trabalhista e previdenciária34 anos, será majorado em 40% e o valor do benefício corresponderá a 70% do salário-de-benefício acrescido de 5% para cada grupo de 12 contribuições, até o limite de 100%. O professor e a professora podem se aposentar, respectivamente, aos 25 e 30 anos de contribuição, desde que comprovem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. A aposentadoria especial é devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, devendo ser comprovada a exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. Aposentadoria por Idade — A aposentadoria por idade é devida ao segurado que completar 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos, se mulher. No caso dos trabalhadores rurais, esses limites são de 60 e 55 anos, respectivamente. Se o empregado já cumpriu o período de carência, ao completar 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino, a empresa pode requerer sua aposentadoria, sendo esta compulsória. O prazo de carência da tabela transitória está sendo gradualmente aumentado para 180 meses, com acréscimos de 6 meses a cada ano. Em 2007, o número mínimo de meses exigido era 156. A carência de 180 meses foi alcançada no ano 2011. Questão para reflexão Se você pudesse se aposentar por tempo de contribuição aos 45 anos, o que você faria? Aposentaria e viveria o restante da vida ociosamente e em atividades de lazer? Aplicaria os seus recursos em atividades mercantis próprias e atuaria na sua gestão? Voltaria ao mercado de trabalho na mesma atividade desenvolvida antes da aposentadoria? Aposentadoria por Invalidez — Tem direito à aposentadoria por invalidez o segurado que, estando ou não em gozo de auxílio- doença, é considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. O aposentado por invalidez tem cancelada a aposentadoria se voltar voluntariamente à atividade, ao contrário U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 35 dos outros tipos de aposentadorias, que são vitalícias. No caso de aposentadoria especial, o segurado não pode retornar ao exercício de atividade que o sujeite a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 2.6 Pensão por morte A pensão por morte é devida ao(s) dependente(s) do segurado, aposentado ou não, que falece. Perde o direito à pensão o pensionista que falecer; o menor que se emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se inválido; ou o inválido, caso cesse a sua invalidez. O valor da pensão por morte é de 100% da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito a receber caso se aposentasse por invalidez, dividido em partes iguais entre os seus dependentes. 2.7 Auxílios A Previdência Social oferece 10 modalidades de benefícios, além da aposentadoria. Antes de requerer qualquer benefício, é aconselhável que o segurado conheça, além dos direitos e deveres, os tipos e as diferenças entre eles. Os auxílios previdenciários são classificados em auxílio-doença, auxílio-reclusão e auxílio-acidente. O auxílio-doença tem caráter temporário e é devido ao segurado que fica incapacitado por motivo de doença. O auxílio-reclusão é devido ao(s) dependente(s) do segurado detento ou recluso, desde que este não receba qualquer espécie de remuneração da empresa, nem esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. O auxílio-acidente previdenciário regulamentado pela Lei nº 9.032/95 é devido ao segurado que, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, sofra redução de capacidade funcional. É pago a título de inde- nização e corresponde a 50% do salário de benefício do segurado. O recebimento de salário ou a concessão de outro benefício não prejudica a continuidade do recebimento do auxílio-acidente, vedada a acumulação com qualquer aposentadoria. Atividades de aprendizagem Qual é a diferença básica entre auxílios previdenciários e aposentadoria? U1 - Legislação trabalhista e previdenciária36 2.8 Outros • Salário-família: o salário-família é devido ao segurado empregado, exceto o doméstico, e ao trabalhador avulso, tanto na condição de ativo como na de aposentado por idade ou por invalidez e aos demais aposentados aos 65 anos de idade, se do sexo masculino, e aos 60 anos de idade, se do sexo feminino, ou, ainda, em gozo de auxílio-doença, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, de até 14 anos de idade, ou de qualquer idade se inválido. • Salário-maternidade: o salário-maternidade é devido a todas as seguradas da Previdência Social durante 28 (vinte e oito) dias antes do parto e 91 (noventa e um) dias depois, pago diretamente pelo INSS no caso das seguradas trabalhadoras avulsas, empregadas domésticas, contribuintes individuais, especiais e facultativas. A Lei nº 10.710, de 05 de agosto de 2003, alterou a Lei nº 8.213/91, restabelecendo o pagamento, pela empresa, do salário-maternidade devido à segurada empregada. Não é exigida carência para as seguradas empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, sendo exigida a carência de dez contribuições mensais para as seguradas contribuintes individuais e facultativas. A segurada especial deverá comprovar o exercício de atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua. Ainda existe entre os brasileiros uma grande confusão sobre o salário-maternidade e a licença-maternidade. Isso se deve ao fato de que o prazo desses benefícios eram coincidentes em 120 dias e também por serem devidos às mulheres na época da gestação. Mas, para esclarecer, a licença é a permissão dada à trabalhadora de se ausentar do trabalho, e o salário é o valor percebido por esta mesmo sem trabalhar. O salário-maternidade é devido à segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, pelo período de 120 (cento e vinte) dias, se a criança tiver até 1(um) ano de idade; de 60 (sessenta) dias, se a criança tiver entre 1(um) e 4 (quatro) anos de idade; e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade, sendo pago diretamente pela Previdência Social, inclusive para a empregada. O Decreto nº 6.122, de 13 de junho de 2007, estendeu o salário- U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 37 maternidade nos casos de demissão antes da gravidez ou durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, para a segurada desempre- gada, desde que tenha a qualidade de segurada, sendo pago diretamente pela Previdência Social. A renda mensal do salário-maternidade consiste: • em valor igual à remuneração integral, no caso de segurada empregada; • em valor igual à remuneração integral, equivalente a um mês de trabalho, no caso de segurada trabalhadora avulsa; • em valor correspondente ao do último salário-de-contribuição, no caso de segurada empregada doméstica; • no valor de um salário-mínimo, no caso de segurada especial; • em valor correspondente a um dozeavosda soma dos doze últimos salários de contribuição, apurados em período não superior a quinze meses, no caso das seguradas contribuinte individual, facultativa e desempregada; • juntamente com a última parcela, é pago o abono anual (13º salário) do salário-maternidade, proporcional ao período de duração do benefício; • do valor da renda mensal do salário-maternidade é deduzida contribuição previdenciária. No caso de segurada empregada, a empresa deve pagar as contribuições patronais sobre o valor do salário-maternidade recebido pela segurada e, no caso da segurada empregada doméstica, cabe ao seu empregador recolher 12% sobre sua remuneração. Atividades de aprendizagem O salário-família é pago ao empregado de baixa renda com filhos meno-res de 14 anos no recibo de pagamento ou hollerith. De quem é a conta, quem fica com a despesa referente ao valor pago ao empregado? Comente. Para saber mais Veja o Decreto Nº 6.122, de 13 de junho de 2007, acessando <https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6122. htm>, que alterou o regulamento da previdência social no que diz respeito à segurada gestante. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária38 2.9 Acidentários O benefício acidentário é devido ao segurado acidentado, ou ao(s) seu(s) dependente(s), quando o acidente ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, equiparando-se a este a doença profissional ou do trabalho ou, ainda, quando sofrido no percurso entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a redução da capacidade para o trabalho. Os benefícios acidentários classificam-se em aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente e auxílio- suplementar. Tem direito à aposentadoria por invalidez, espécie 92, o segurado acidentado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença acidentário, é considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. A pensão por morte é devida ao(s) dependente(s) do segurado que falece em consequência de acidente do trabalho. O auxílio-doença é devido ao segurado que fica incapacitado, por motivo de doença decorrente de acidente do trabalho. Para saber mais O auxílio-acidente é devido ao segurado acidentado que, após consolidação das lesões decor-rentes do acidente do trabalho, apresenta sequela que implique na redução de sua capacidade laborativa. A concessão do benefício independe de qualquer remuneração auferida pelo aciden-tado, mesmo quando esta se refere a outro benefício, exceto a de qualquer aposentadoria. 2.10 Assistenciais Os benefícios assistenciais são aqueles concedidos independentemente de contribuições efetuadas. São eles: renda mensal vitalícia, amparos assistenciais e pensão mensal vitalícia. A renda mensal vitalícia foi criada pela Lei nº 6.179/74. Era devida ao maior de 70 anos ou ao inválido que não exercia atividade remunerada e que comprovasse não possuir meios de prover sua própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. Tal qual as rendas mensais vitalícias, os amparos assistenciais U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 39 têm valor igual a um salário-mínimo, garantido à pessoa portadora de deficiência ou idosa, com 65 anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Considera-se que uma família está incapacitada de prover a manutenção do inválido ou do idoso, se a renda mensal familiar “per capita” for inferior a ¼ do salário-mínimo. A pensão mensal vitalícia instituída pela Lei nº 7.070, de 1982, é devida ao segurado portador da deficiência conhecida como “Síndrome da Talidomida”, e o valor da pensão depende do grau de incapacidade do beneficiário. A pensão mensal vitalícia devida ao seringueiro e ao(s) seus dependente(s), foi criada pela Lei nº 7.986, de 1989, com valor igual a 2 salários mínimos. É devida aos seringueiros que trabalharam durante a Segunda Guerra Mundial nos seringais da Região Amazônica e que não possuem meios para sua subsistência. Fique ligado O ordenamento jurídico brasileiro trata no ramo do direito privado dos direitos dos trabalhadores: • Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho são as principais legislações a respeito dos direitos dos trabalhadores, mas a Convenção Coletiva de Trabalho deverá ser considerada sempre que trouxer mais benefícios ao trabalhador. • Quanto aos direitos trabalhistas, vimos: remunerações, 13º salário, adicional noturno, horas extras, férias com valor do salário mais um terço, e em alguns casos temos também o adicional de insalubridade e adicional de periculosidade. • São princípios do direito do trabalho: 1) Princípio da proteção ao trabalhador; 2) Princípio da primazia da realidade; 3) Princípio da continuidade da relação de emprego; e 4) Princípio da irrenuncia- bilidade dos direitos. • Sobre a legislação previdenciária é importante se lembrar dos con- tribuintes da previdência, classificados em três grupos: dos Segura- dos Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso; dos Segurados Contribuinte Individual e Facultativo; das empresas. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária40 • Os dependentes para fins previdenciários podem ser classificados em: 1) cônjuge, companheiro (a) e filhos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos; 2) pais; irmãos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos; e 3) enteados ou menores de 21 anos que estejam sob tutela do segurado desde que não possuam bens para garantir seu sustento e sua educação. • Benefícios consistem em prestações pecuniárias pagas pela Previdência Social aos segurados ou aos seus dependentes de forma a atender a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; maternidade; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. • As aposentadorias são pagamentos mensais vitalícios, efetuados ao segurado por motivo de tempo de contribuição, idade, invalidez permanente ou trabalho exercido sob condições especiais que pre- judiquem a saúde ou a integridade física. Para concluir o estudo da unidade Nesta unidade de estudo, você estudou os direitos dos trabalhadores tanto no que diz respeito à legislação trabalhista quanto a previdenciária. Para concluir, quero dizer que este conteúdo não deve ser feito somente por este material didático, pois, por se tratar de legislação, há possibilidade de mudanças constantes. Habitue-se a pesquisar as leis e suas alterações. Sugiro o portal <www.planalto.gov.br>, em que você encontrará as leis atualizadas, sem esquecer também do portal <www. previdencia.gov.br>, para a legislação previdenciária. Atividades de aprendizagem da unidade 1. Convenção Coletiva do Trabalho é aquela firmada entre: a) Um sindicato de trabalhadores e uma empresa. b) Um sindicato de trabalhadores e um sindicato de empregadores. c) Uma associação profissional e um estabelecimento de uma empresa. d) Um grupo de trabalhadores e uma empresa. e) Um grupo de trabalhadores e um estabelecimento de uma empresa. U1 - Legislação trabalhista e previdenciária 41 2. O Direito do trabalho, objetivamente considerado, é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores. O direito do trabalho está previsto: a) Apenas na CLT. b) Somente na CLT e em acordos e convenções internacionais regulados pela OIT. c) Apenas na CLT e na Constituição Federal. d) Na CLT, na Constituição Federal e em acordos e Convenções Coletivas de Trabalho. e) Apenas pelo contrato de trabalho entre empregador e empregado. 3. Considera o in dubio pro operario, consiste no fato de que o trabalhador é considerado vulnerável ou hipossuficiente, ou seja, a parte mais fraca na relação de trabalho, razão pela qual goza de certos privilégios pela legislação.
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