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modelos humanistas - resumo 1

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1 
 
 
 
Aaa 
 
 
Introdução 
No final da década de 1950, Abraham Maslow, Carl Rogers e outros psicólogos não 
acreditavam que o comportamento humano fosse condicionado ou baseado na mente 
consciente e inconsciente. Para eles, a psicologia precisava de uma abordagem mais 
humanista e que considerasse a pessoa como um todo — o que inclui sua saúde, 
criatividade e individualidade. 
A psicologia humanista, também conhecida como humanismo, surgiu na década de 
1950 como uma reação à psicanálise e ao behaviorismo que dominavam a psicologia 
na época. A psicanálise estava focada na compreensão das motivações inconscientes 
que conduzem o comportamento enquanto o behaviorismo estudava os processos de 
condicionamento que produzem comportamento. Alguns psicólogos viam essas 
características como limitações. 
Os pensadores humanistas achavam que tanto a psicanálise quanto o behaviorismo 
eram pessimistas demais, concentrando-se nas emoções mais trágicas ou deixando de 
levar em conta o papel da escolha pessoal. O humanismo, por exemplo, rejeitou os 
pressupostos da perspetiva behaviorista, caracterizada como determinística, focada 
no reforço do comportamento estímulo-resposta e fortemente dependente da 
pesquisa com animais. Os psicólogos humanistas também rejeitaram a abordagem 
psicanalítica fundada por Freud, porque também considerarem determinística, com 
forças irracionais e instintivas inconscientes que determinam o pensamento e o 
comportamento humanos. 
Nota: a psicologia humanista critica e considera desadequada as tentativas da 
psicanalise e do behaviorismo pois acredita que não devemos medir e controlar o 
comportamento humano, mas sobretudo compreendê-lo – ou seja, é preciso ouvir o 
ser humano, criar uma relação para a pessoa se conhecer a si mesma. Devemos ver a 
pessoa como um todo, ter em conta as experiências do individuo em função da sua 
realidade e contexto. Há assim uma necessidade de retomar a centralidade da pessoa, 
e de não a ver apenas como um objeto. 
 Nesse contexto a psicologia humanista desenvolveu-se 
https://saudeinterior.org/psicanalise/
https://saudeinterior.org/behaviorismo/
2 
 
Essa era uma abordagem nova e mais holística, que se concentrava menos em 
patologias, experiências passadas e influências ambientais no comportamento de uma 
pessoa e mais no lado positivo da natureza humana. 
Os estudos que deram origem a Psicologia Humanista têm origem nos 
questionamentos de Rogers e Maslow às teorias behavioristas (ou comportamentais), 
que para os humanistas foram entendidas como formas de desumanizar o aparelho 
psíquico. A Psicologia Humanista tem base em duas outras abordagens importantes: o 
Existencialismo e a Fenomenologia. Enquanto o Existencialismo vê o indivíduo como o 
centro dos processos, a Fenomenologia entende que esse indivíduo tem total 
consciência do mundo e toda a sua experiência não é de outra maneira que esta: 
consciente. 
O que é a psicologia humanista? 
A Psicologia Humanista é uma abordagem terapêutica que abrange uma visão integral 
– holística, do ser humano. Compreende que a intervenção psicoterapêutica deve ser 
feita com foco na perceção dos desejos de autorrealização das pessoas. Trata-se de 
um sentido contrário ao de outras abordagens, que acabam tendo um foco direto em 
eliminar determinados padrões tidos como negativos para o indivíduo (como o 
behaviorismo). 
A corrente humanista pode ser resumida em cinco princípios: 
1. Tratamento a partir de uma visão holística 
o paciente é tratado integralmente, considerando que cada aspeto da sua vida, 
incluindo desde o seu bem-estar físico até á sua espiritualidade, possui relação com 
seu caminho de autodescoberta e evolução. 
2. Relevância do contexto interpessoal 
A corrente humanista não crê que as dificuldades humanas estão exclusivamente 
ligadas a traumas de infância. Nela, o tratamento parte de uma análise do contexto, 
do tempo e da realidade em que o paciente vive. 
3. Crença na capacidade de autodesenvolvimento da pessoa 
Os humanistas entendem que todos os seres humanos possuem, em si mesmos, a 
capacidade de determinarem as suas próprias escolhas e encontrarem os mecanismos 
necessários para atingirem seu pleno potencial. 
 
https://www.sbcoaching.com.br/tudo-sobre-coaching/holistico/
3 
 
4. Compreensão do psicólogo como ferramenta 
A Teoria Humanista propõe que o psicólogo deve participar ativamente do processo de 
evolução do paciente, oferecendo empatia e ajudando a guiá-lo em seu próprio 
caminho de descobertas, de modo que possa descobrir a sua força para contornar 
adversidades. 
5. Ciência da necessidade de autorrealização 
Para os pais da Psicologia Humanista, Rogers e Maslow, todas as pessoas têm uma 
tendência inata de autorrealização e, por isso, devem confiar que no seu interior 
estão todas as respostas para atingir esse estado de completude. 
Pressupostos/finalidades 
• Concentra-se no agora, orientando para o futuro 
• Introduz a reciprocidade da relação, a terapia é o encontro de pessoa com 
pessoa => parte da centralidade da pessoa, quem pede ajuda terapêutica é ela 
mesma 
• A pessoa está no centro e é responsável pelo seu processo terapêutico, é ativa 
– o terapeuta não resolve o problema, identifica apenas as tensões emocionais 
(faz de espelho), é o facilitador 
• O modelo humanista tenta recuperar a matriz filosófica do pensamento 
psiquiátrico (fenomenologia) 
• Não se foca apenas no comportamento, mas sim na experiência humana num 
contexto específico, os humanistas preocupam-se em compreender a pessoa 
• Afirma que o ser humano não é só dotado de comportamento, mas também de 
consciência 
• Todo o processo terapêutico é único: cada um de nós experiencia uma situação 
de maneira diferente tendo em conta os seus princípios, aprendizagem e 
contexto 
• Tem de se ter em conta a liberdade da pessoa (livre-arbítrio) e os seus valores 
• Contesta (é contra) ver a pessoa por partes e não como um todo 
• Não se deve generalizar a experiência de uma pessoa, temos de ter em 
consideração a unicidade dela 
• A vulnerabilidade é a ferramenta intrínseca do ser humano 
• O homem é naturalmente bom e altamente adaptativo (logica filosófica) 
• A terapia deve visar o desenvolvimento dos seus potenciais, não se focando 
apenas nos défices (potenciar as forças e não se focar nas dificuldades) 
4 
 
• As patologias são uma incapacidade que resulta de o homem não usar 
plenamente a sua liberdade para evoluir 
• Recusa do reducionismo dos processos psicológicos (psicologia behaviorista) 
• Sofrimento psíquico = incapacidade de desenvolver os seus potenciais 
• É uma perspetiva positiva/construtiva do ser humano: o homem tem a 
capacidade de evoluir, nasce para se adaptar 
• Objetivo do terapeuta: identificar mecanismos e facilitar a adaptação do 
individuo => cabe ao cliente traçar o seu processo ativamente 
• Recusa da abordagem psicopatológica que se centra nas doenças e nos 
problemas das pessoas 
• Introduz uma nova abordagem da psicologia da saúde: foca-se nas 
potencialidades do individuo e no diagnostico daquilo que corre bem 
• A terapia é centrada no cliente e não no problema 
• O individuo tem liberdade subjetiva de ser diferente dos outros 
• Ao contrário dos modelos psicodinâmicos que fazem uma intervenção no 
passado (procuram a causa dos problemas atuais no passado) o modelo 
humanista tem uma intervenção no futuro, pois considera que é importante o 
que se é agora, mas também o que se pode vir a ser 
 
O principal objetivo da terapia é dotar o ser humano de: 
 Capacidade de decisão 
 Responsabilidade para gerir o seu destino/futuro 
 Liberdade de escolha e ação 
Princípios do modelohumanista: 
1. Compromisso com a abordagem fenomenológica 
Tentativa de compreender as perspetivas subjetivas das pessoas, incluindo os seus 
sentimentos, perceções, valores e construções 
2. Tem uma tendência atualizante para o crescimento e desenvolvimento: visão 
anti homeostática do ser humano 
3. Os indivíduos são capazes de representar simbolicamente a sua experiência e 
de escolher entre diferentes possibilidades de ação (autodeterminação) 
a. Capacidade de autorreflexão 
b. Capacidade de escolher entre diferentes desejos, vontades, necessidades 
e valores 
 
O terapeuta é um 
facilitador que 
aceita o cliente tal e 
qual como ele é ou 
quer ser 
5 
 
4. Centralidade da pessoa 
a. Há preocupação e respeito por cada pessoa 
b. Defende o carater único e o valor de cada pessoa e respeita a sua 
experiência subjetiva 
c. Defende o desenvolvimento de relações igualitárias e autênticas 
 
 conceitos da psicologia humanista 
1. O livre-arbítrio 
A psicologia humanista começa com as suposições existenciais (da filosofia 
existencialista) de que as pessoas têm livre-arbítrio. 
2. As pessoas nascem boas 
De acordo com essa linha, as pessoas nascem boas e têm uma necessidade inata de 
melhorar a si mesmas e ao mundo. A abordagem humanística enfatiza o valor pessoal 
do indivíduo, a centralidade dos valores humanos e a natureza criativa e ativa dos 
seres humanos. 
3. As pessoas são motivadas a se autorrealizar 
A autorrealização diz respeito ao crescimento psicológico, realização e satisfação na 
vida. Tanto Rogers quanto Maslow consideravam o crescimento pessoal e a realização 
na vida um motivo humano básico. Isso significa que cada pessoa, de maneiras 
diferentes, procura crescer psicologicamente e continuamente aprimorar-se. 
No entanto, Rogers e Maslow descrevem diferentes maneiras de como a 
autorrealização pode ser alcançada. 
4. As experiências do indivíduo são mais importantes 
Psicólogos humanistas argumentam que a realidade objetiva é menos importante do 
que a perceção subjetiva e a compreensão do mundo de uma pessoa. Às vezes, a 
abordagem humanista é chamada fenomenológica. Isso significa que a personalidade é 
estudada do ponto de vista da experiência subjetiva do indivíduo. 
Para Rogers, o foco da psicologia não é o comportamento (Skinner), o inconsciente 
(Freud), o pensamento (Wundt) ou o cérebro humano, mas como os indivíduos 
percebem e interpretam eventos. Rogers é, portanto, importante porque ele 
redirecionou a psicologia para o estudo do eu. 
6 
 
5. Pouco valor a experimentos estritamente empíricos 
Rogers e Maslow deram pouco valor à psicologia científica da época, especialmente ao 
uso do laboratório de psicologia para investigar o comportamento humano e animal. 
O humanismo rejeita essas experiências científicos estritamente baseadas em 
evidências e normalmente usa métodos de pesquisa qualitativa. 
Uma pesquisa qualitativa é aquela que procura compreender as razões, as opiniões e 
as motivações implícitas nos resultados do indivíduo estudado. Por exemplo, diários 
pessoais, questionários abertos, entrevistas não estruturadas e observações não 
estruturadas. A pesquisa qualitativa é útil para estudos em nível individual e para 
descobrir em profundidade as maneiras pelas quais as pessoas pensam ou sentem (por 
exemplo, estudos de caso). 
A maneira de realmente entender as outras pessoas é sentar e conversar com elas, 
compartilhar as suas experiências e estar aberto aos seus sentimentos. 
6. Foco no aqui e no agora 
A terapia humanista abrange uma abordagem da gestalt terapia, explorando como 
uma pessoa se sente no aqui e agora, em vez de tentar identificar eventos passados 
que levaram a esses sentimentos. 
7. Psicoterapia não é apenas para doentes 
Apesar desta escola desenvolver tratamentos para perturbações mentais como a 
depressão, a psicologia humanista ajudou a remover parte do estigma que associava a 
terapia apenas a perturbações. Ela tornou mais aceitável que indivíduos normais e 
saudáveis explorassem suas habilidades e potencial através da terapia. 
Psicologia Fenomenológica 
Edmund Husserl, no fim do século XIX e começo do século XX foi o fundador do 
movimento fenomenológico. Não concordava com a ciência positivista (baseada em 
factos, mensurações e verificações) e percebeu que a ciência não trazia por si mesma 
uma resposta que satisfizesse todas as necessidades de conhecimento do ser humano, 
ela ficava limitada ao que era permitido pelo seu método empírico, do imediatamente 
verificável e observável. A questão do significado da realidade ou do sentido do mundo 
ficava fora do método científico. Husserl queria transcender o relativismo. 
 
 
7 
 
 A fenomenologia é a ciência que estuda os fenómenos, que se articula entre a 
consciência (sujeito) e o objeto (fenómeno) 
 Considerava a experiência em si mesma, independentemente dos juízos de 
realidade ou de valor que somos levados a fazer – atitude natural 
 Introduz a intencionalidade intencionalidade da ação humana, a nossa 
consciência é sempre de algo, nunca é vazia. É através dela que percebemos o 
mundo. 
 Conceito de mundo vivido: é a experiência pré-reflexiva, é o mundo que nos é 
dado antes de elaborarmos conceitos sobre ele. É do mundo vivido que nascem 
os nossos pensamentos 
 A psicologia positivista (empírica) estuda os conceitos de psicologia como a 
imaginação, perceção, linguagem através de um enfoque empírico por meio de 
mensurações separando o sujeito e objeto enquanto a psicologia 
fenomenológica considera esses objetos enquanto vivencias 
 A expressão da psicologia fenomenológica é diferente da filosofia por visar um 
esclarecimento da vida humana 
 A psicologia fenomenológica volta-se para a experiência, para o vivido 
(enquanto na filosofia ela está mais ligada a experiência comum) 
A psicologia fenomenológica humanista (segundo Husserl) 
• Psicologia fenomenológica exercida a partir do interior da psicologia enquanto 
um saber científico, mas agora concebido numa direção qualitativa (e não 
quantitativa, como o positivismo) 
• Existe uma preocupação de aproximação com o mundo científico 
• A pesquisa fenomenológica: 
o Deve começar com um encontro com o fenómeno numa situação 
concreta: corresponde à colheita de dados da pesquisa científica – pode 
ser feita sob a forma de entrevistas, observação ativa (onde participa), 
etc… 
o O investigador sai do gabinete/consultório, vai para o terreno onde se 
pode encontrar com o fenómeno e de alguma forma anota, grava, 
regista, para depois transformar em narrativas (transcrever para o papel, 
descrever tal e qual como ocorreu) – é ativo 
8 
 
o No terreno ele pergunta, dialoga, observa e facilita o acesso do 
entrevistado á própria experiência subjetiva que inclui memorias e 
significados 
A intencionalidade é a consciência de alguma coisa e que permite dirigir-se a um 
fenómeno, que tem por base dois momentos: 
1. A intenção de nos voltarmos para alguma coisa, para observar e descrever para 
ver como essa coisa se manifesta 
2. Torna-se necessária uma reflexão da consciência pura para dar sentido ao 
fenómeno => a consciência pura tem a capacidade de dar sentido e dar conta 
do fenómeno na sua totalidade, ou seja, dizer aquilo que é fundamental. 
 
 Como se chega à consciência pura? 
Tem de haver uma redução ou suspensão do obvio – a epoché, suspender aquilo que já 
sei sobre o fenómeno e que, no entanto, não permite dar resposta á questão “o que 
é?”. Esta redução ocorre num 1º momento, e de fora para dentro. 
Segundo Husserl, “Epoché” significa a suspensão do juízo, do mundo, como que parado 
no tempo, embora com todas as suas características presentes e, por isso, passíveis 
de serem analisadas “de fora”, por um observador exterior. O “Epoché” de Husserl que 
suspende o mundo no tempo e no espaço, permite a quem medita conhecer-se a si 
próprioe tomar consciência da sua própria essência, e a autoconsciência adquirida 
desta forma é o “eu puro” de Husserl (ou o “eu transcendental”). 
No pressuposto humanista: 
• O ser humano não é visto como simples resultado das múltiplas influências, 
mas como o iniciador de coisas novas 
• A pessoa não é vista como efeito de causas anteriores modificáveis, mas como 
um ser desafiado pela vida e chamado a responder criativamente 
• O ser humano tem algum poder sobre as determinações que o afetam => o 
trabalho terapêutico consiste em oferecer um contexto de diálogo para que a 
libertação desse poder possa ser promovida 
• A autonomia é entendida como a capacidade que o ser humano tem de orientar 
a sua vida de forma positiva para si mesmo e para a coletividade (sociedade) 
• A consulta terapêutica não se baseia num diagnostico, mas em afirmar a 
tendência inata que a pessoa tem para o crescimento e a criatividade; a 
9 
 
consulta não é concebida como uma intervenção direcionada a efeitos 
específicos, mas sim a toda a globalidade da pessoa 
o Fenomenologia é o método filosófico fundado por Edmund Husserl, filósofo 
alemão (1859-1938). Um método para fundar a filosofia como ciência rigorosa, 
e, por consequência, as Ciências Humanas sobre uma base não positivista. 
o Fenomenologia poderia definir-se de uma maneira breve, como ciência dos 
fenómenos. No entanto, a fenomenologia articula-se entre a consciência 
(sujeito) e o objeto. 
o O conceito fundamental de Husserl é o conceito de intencionalidade. A 
fenomenologia estabelece, assim, uma relação entre a consciência e o mundo, 
enquanto a consciência é consciência de alguma coisa 
A esta referência a algo, chama Husserl intencionalidade: 
- O primeiro momento do método fenomenológico é a intenção de nos voltarmos para 
um determinado fenómeno e o descrevermos. Ex. árvore, casa, mesa etc. 
- No segundo momento- torna-se necessário a indagação sobre a “consciência pura” 
para tematizar (constituir) dar sentido; tematizar a totalidade da experiência 
subjetiva do mundo. 
O campo da consciência é a subjetividade, mas subjetividade capaz de dar significado 
(dizer o que é). Husserl chama a esta subjetividade, subjetividade transcendental. Para 
chegar lá, opera o que chama a redução fenomenológica pela “epoché” isto é: colocar 
entre parêntesis o óbvio (aquilo que vemos- que temos a pretensão de já conhecer). 
o Método fenomenológico- é um olhar genuíno sobre as coisas – (por entre 
parêntesis o óbvio); - constituir a consciência pura transcendental capaz de 
mostrar o sentido da globalidade (totalidade da experiência); 
o Capacidade de voltar ao mundo da vida; experiência originária; 
o Método qualitativo, científico, com outros critérios que não os das ciências 
exatas e técnicas. 
o Husserl apresenta a sua fenomenologia como um método de investigação que 
tem o propósito de apreender o fenômeno, isto é, a aparição das coisas 
à consciência, de uma maneira rigorosa. 
 
É uma matriz teórica de tipo filosófico que se coliga á filosofia fenomenológica. 
10 
 
A matriz fenomenológica propõe-se a um processo reflexivo sobre a subjetividade 
(sujeito) e sobre a maneira como o ser humano se autorrelaciona com as coisas, com 
o mundo exterior (seja ele físico – natureza, social, mas também e sobretudo o 
mundo exterior entendido como outros seres- intersujeitos). Pretende compreender o 
impacto que o que está fora do sujeito tem sobre a sua subjetividade, mas também o 
oposto => o impacto que a minha presença tem sobre o mundo (entendido em termos 
físicos e interhumanos- intersubjetividade) que me rodeia. 
Objetivo do modelo fenomenológico: introduzir a capacidade reflexiva, seja em termos 
de autorreflexão (compreender como eu sou afetado pela realidade) e também a 
capacidade reflexiva sobre a dimensão da intersubjetividade (a minha relação com o 
mundo exterior). 
A psicologia fenomenológica carateriza-se pela análise da subjetividade desvinculada 
dos métodos reducionistas (métodos biológicos que eram classificatórios e que 
partem de uma observação externa sem uma intervenção ativa do sujeito). 
Assim: (slides da professora) 
o A psicologia fenomenológica pretende ser uma reflexão sobre a subjetividade, a 
maneira como o ser humano se relaciona com as coisas 
o A psiquiatria fenomenológica 
o Entende o mal-estar psíquico numa continuidade entre normalidade e 
patologia, e centra o seu interesse sobre a pessoa 
o Tenciona apreender a globalidade e a especificidade da experiência 
humana nas suas dimensões subjetiva e intersubjetiva 
o A psicologia fenomenológica está caraterizada por uma análise da subjetividade 
desvinculada dos métodos reducionistas 
o A fenomenologia assume a distinção de Dilthey entre “ciências da natureza” e 
“ciências do espírito” e insere a psicologia entre estas últimas 
o Neste sentido, como observa Gadamer, “á psicologia cabe a explicação e a 
descrição das leis da vida espiritual, que devem servir de fundamento para as 
diferentes ciências humanas 
o Husserl 
o Intencionalidade: “o que existe não é o objeto, mas a intenção, a 
intenção do objeto, a nossa consciência é sempre consciência de algo” 
o Epoché: colocar entre parêntesis o que diz respeito à realidade, para 
constituir “uma temporária distanciação do mundo” para que seja 
colhido o seu significado originário (subjetividade transcendental) 
11 
 
o Merleau-Ponty 
o Ambiente e organismo: um processo único de estruturação 
o O corpo como núcleo fundamental da experiência e o veículo do nosso 
ser-no-mundo, o “corpo vivido” que “pertence ao mundo”, é “ser no 
mundo”, “abertura para o mundo” 
o O corpo vivido/experienciado permite uma abertura para o mundo, 
conhecemos o mundo através das sensações => o corpo é um 
participante ativo da nossa experiência no mundo (não é matéria inerte) 
o A dimensão existencial do ser humano é ser consciência e corpo, 
subjetividade incarnada 
Investigação fenomenológica 
O primordial objeto de estudo da investigação fenomenológica é o sentido da 
experiência vivida das pessoas que estão inevitavelmente ligados ao mundo que, por 
sua vez, se traduz numa rede social e cultural co-construida (construída juntamente 
com outrem). Ao contrário de outros modelos faz uso de um aspeto fundamental para 
poder estudar os fenómenos humanos: o contexto. 
Fenómeno: tudo o que se mostra, se manifesta, se releva ao sujeito que o interroga. 
 
A fenomenologia não pretende seguir uma epistemologia empírica, na qual o modelo 
de causalidade é considerado como único adequado, para alcançar um conhecimento 
cientificamente válido. A fenomenologia tem como referencial fundamental a noção 
de que a consciência é intencional, a consciência é sempre consciência de algo e 
que o objeto visado transcende sempre o ato de consciência intencional pelo qual é 
visado. Trata-se de uma visão distinta da perspetiva naturalista da psicologia. 
 
Por estas razões, a fenomenologia apresenta-se como uma alternativa qualitativa de 
investigação, não se centrando na quantificação dos resultados. O investigador é tido 
como sendo um observador participante/ativo, que procura compreender e explicitar o 
sentido da experiência dos fenómenos humanos, usando para isso metodologias 
essencialmente descritivas e hermenêuticas. O investigador fenomenológico não é um 
técnico distante e independente que analisa e sintetiza repetições determinadas e 
idênticas. É ainda pacífico considerar-se que, não há uma única forma correta de 
realizar investigação fenomenológica. 
12 
 
Enquanto modalidade de pesquisa qualitativa, a fenomenologia pretende compreender 
o fenómeno interrogado, não se preocupa com explicações e generalizações. O 
investigador não parte de um problema específico, mas conduz a sua pesquisa a partir 
de uma interrogação acerca de um fenómeno, o qual precisa ser situado, ou seja, ser 
vivenciado pelo sujeito.=> No sentido de desvendar o fenómeno interrogado, o investigador não parte de 
teorias ou explicações a priori, mas do mundo ou da vida dos sujeitos que vivenciam o 
fenómeno em questão. Por outras palavras, procura estabelecer um contacto direto 
com o fenómeno situado. 
 
o investigador não parte de um referencial teórico estabelecido previamente. É 
através das suas experiências que se torna possível ao investigador interrogar o 
mundo em seu redor, pois, por definição, não pode fazer tábua rasa das suas 
experiências, despojando-se delas. 
O que se procura na pesquisa fenomenológica são os significados que os sujeitos 
atribuem à sua experiência vivida, significados esses que se revelam a partir das 
descrições desses sujeitos. A descrição tem o significado de descrever, isto é, de algo 
que é escrito para fora. A descrição de alguma coisa implica diferenciá-la de outra, 
mencionando os seus atributos => considerando que nem sempre é possível obter as 
descrições dos sujeitos acerca do fenómeno em estudo, pode-se recorrer à entrevista: 
Entrevista fenomenológica 
O momento de entrevista não pode ser visualizado como um procedimento mecânico, 
mas como um encontro social, uma relação entrevistador-entrevistado caraterizada 
pela empatia, intuição e imaginação. Esse modo de se conduzir a pesquisa traz em si 
a questão da subjetividade 
Este tipo de entrevista separa-se do modelo médico, logo é um modelo de entrevista 
que se opõe ao conceito de entrevista clínica tradicional. 
• O pressuposto determinista afirma que o ser humano é pensado como algum 
tipo de mecanismo e não como um interlocutor, o diagnostico vai na direção de 
procurar as falhas da causa sendo que toda a responsabilidade está no 
terapeuta, o cliente é passivo 
A entrevista fenomenológica não é estruturada, não tem um guião orientador (tem 
uma série de perguntas introdutórias) => há a ficha de 1º contacto para obter certos 
dados básicos como o nome, idade, profissão, etc… e que pode ser preenchida por 
13 
 
outro que não o psicólogo. Assim, já no contexto de atendimento não há a 
necessidade de perguntar sobre os dados básicos. 
 O pressuposto humanista é valorizar e libertar, tornar afetiva a autonomia da 
pessoa que está numa situação de sofrimento 
O ser humano é visto como o iniciador de experiências novas, como um ser desafiado 
pela vida e chamado a responder criativamente. O psicólogo humanista supõe que o 
ser humano tem algum poder sobre a experiência que está a viver, não é uma vítima 
impotente perante o seu problema, portanto o objetivo é oferecer um contexto de 
diálogo no qual possa acontecer a libertação deste potencial => atua-se sobre a parte 
sã e resgata-se possíveis potenciais, e não sobre a parte danificada ou sobre a 
patologia. O psicólogo devolve a responsabilidade ao utente, não dá conselhos. 
Objetivo da entrevista: é orientada para que a pessoa tenha uma consciência vista de 
outro ponto de vista da sua condição/pedido de ajuda, ou seja, não cabe apenas ao 
terapeuta compreender. 
O entrevistador encoraja o entrevistado a refletir sobre a sua experiência e detalhá-la 
o máximo possível. Para tal, no decorrer do relato, destaca-se a atenção ao conteúdo 
relatado por parte do entrevistador, direcionando a entrevista ao conteúdo procurado 
e para elucidar possíveis pontos obscuros durante a narrativa. Quer-se o relato 
detalhado por parte do entrevistado de forma espontânea, possibilitando o acesso 
primeiro às experiências e perceções do sujeito. Sendo assim, há não somente a 
liberdade da manifestação deste tipo de conteúdo subjetivo na entrevista, mas a 
própria intenção de que assim seja para que se garanta o acesso fenomenológico 
pretendido. 
As perguntas que surgem durante a entrevista demonstram o interesse e a 
curiosidade pelo conteúdo narrado, não sendo possível estipulá-las prévia e 
restritamente. Exemplo de perguntas de entrevista fenomenológica: 
• as perguntas que podem ser adequadas e podem favorecer tal intento se 
iniciam pela construção o que é e como é – construções com pronomes 
assumidas na forma interrogativa –, sempre remetendo à vivência da pessoa (p. 
ex., “como você vivenciou/vivencia...?”; “como foi/é para você...?”; “o que é essa 
experiência para você?”). 
• Além das perguntas estipuladas previamente, as quais constituem o roteiro de 
entrevista, essas perguntas dirigidas não são pré-determinadas: partem daquilo 
que aparece durante o relato; a função destas perguntas nesse processo aberto 
de colheita – próprio da pesquisa qualitativa – é de ir evidenciando o fenômeno 
14 
 
e este se evidencia justamente porque a pergunta o solicita. Então, a pergunta 
se articula ao fenômeno 
• O relato do sujeito pode se configurar, muitas vezes, em torno do fenômeno, 
sem aprofundá-lo ou adentrá-lo efetivamente na narrativa; o entrevistador, na 
sua postura atenta, procura dirigir e solicitar ao sujeito, por meio da pergunta, 
que aprofunde sua narrativa. 
A gravação e a posterior transcrição na íntegra da entrevista têm como objetivo 
fundamental a leitura dos relatos no momento da análise, permitindo ao investigador, 
num primeiro momento, a leitura atenta sobre o conteúdo e, posteriormente, já 
durante a análise, tentar apreender e descrever como se manifesta o objeto 
investigado. 
Quais são as caraterísticas de uma entrevista fenomenológica? 
→ Qualitativa, não estruturada com perguntas abertas 
→ O terapeuta faz perguntas relacionadas com os objetivos da pessoa, o seu bem-
estar, sobre o significado que atribui á sua vida (questões sensoriais) 
→ Há uma epoché- distanciamento da realidade por parte do terapeuta, para 
poder compreender o utente sem juízos de valor 
→ Há uma aliança terapêutica, reciprocidade, relação íntima e única 
→ O papel do terapeuta é colocar a pessoa como centralidade 
→ Terapeuta como mediador – o utente é ativo no seu processo terapêutico, o 
terapeuta faz de espelho é o facilitador ao identificar as tensões emocionais 
→ Há uma visão holística da pessoa – o objetivo é perceber a sua experiência e 
contexto de vida centrada no presente com orientação para o futuro 
→ O paciente mais que algo é alguém, não é a sua doença/perturbação mental 
→ O papel da relação é valorizado 
→ O terapeuta tenta compreender a intencionalidade por detrás da 
experiência/vivência e comportamento do utente 
 
 
Nota: as entrevistas são gravadas em áudio, transcritas e estudadas numa forma 
sistémica e sistemática, através de 3 passos: descrição fenomenológica, redução 
fenomenológica e interpretação fenomenológica. 
 
 
15 
 
As funções do investigador no método fenomenológico: 
→ O investigador, através da interação verbal, cria a oportunidade de os 
participantes partilharem a experiência vivida 
→ O investigador transforma o que é visto e ouvido numa compreensão da 
experiência original, ou seja, a partir dos dados recolhidos, ele tem a 
possibilidade de desenvolver a sua própria transformação 
→ O investigador transforma o que é compreendido do fenómeno em categorias 
concetuais que são as essências da experiência original 
→ O investigador transforma essas essências em documentos escritos que 
refletem as ações e descrições dos participantes 
→ O investigador transforma o documento escrito numa compreensão que pode 
funcionar para clarificar o fenómeno 
Abordagem centrada na pessoa – Carl Rogers (1902-1987) 
Rejeitou as teorias do behaviorismo (que defendia que o comportamento é resultado 
do condicionamento) e da psicanalise (que se dedicava ao inconsciente e fatores 
biológicos). Pelo contrário, teorizou que uma pessoa se comporta de determinada 
maneira devido á forma como apreende a situação, sendo que só cada um de nos pode 
saber como perceciona as coisas => inicialmente desenvolveu uma proposta de 
“aconselhamento não diretivo”, que foi posteriormente modificada para “terapia 
centrada no cliente” e maistardiamente para “abordagem centrada na pessoa”. 
 
 Define a abordagem centrada na pessoa não como uma teoria ou filosofia, mas como 
uma “maneira de ser”, que é aplicável não somente na clínica, mas em qualquer 
espaço em que ocorram as relações humanas. 
 
Conceitos fundamentais da teoria: 
• Não diretividade 
• Tendência atualizante 
• Centralidade da pessoa 
• Olhar incondicionalmente positivo 
• Compreensão empática 
• Congruência 
condições necessárias para a 
mudança terapêutica 
16 
 
 
→ O individuo tem a capacidade de ser organizar, de reorganizar a sua conceção 
do self 
→ Ao terapeuta cabe apenas criar condições para que o individuo possa 
reorganizar-se e reencontrar a sua própria direção 
→ Implica não aconselhar, não dar instruções e não interpretar (ações diretivas 
que acontecem na psicoterapia tradicional) 
→ Não implica a ausência de atividade, até por isso é humanamente impossível, 
mas sim a ausência de atividade intervencionista 
→ A relação tem que ser controlada e com certa neutralidade do terapeuta (ao 
expressar-se de forma mais direta, como acontece tradicionalmente, o 
terapeuta poderia exercer algum tipo de pressão/coerção e colocar o ambiente 
terapêutico em risco impedindo o cliente de se expressar de forma livre) 
 Apesar da neutralidade, o terapeuta deve reconhecer o seu envolvimento 
emocional como parte da relação mesmo que não o expresse abertamente 
(diferenciando-se assim da neutralidade como isenção) 
Na psicoterapia centrada na pessoa, que Rogers descreveu como “terapia não-
diretiva”, o terapeuta assume o papel de um facilitador que ajuda o cliente a 
encontrar as próprias respostas, partindo da ideia de que é o cliente que melhor se 
conhece a si mesmo. O cliente identifica os seus problemas e determina a direção que 
deve tomar a terapia. 
o Por exemplo, o cliente pode preferir não se centrar na sua infância, mas em 
assuntos que está a enfrentar no trabalho, e o terapeuta pode ajudá-lo a 
descobrir que tipo de papel gostaria realmente de assumir 
 Rogers descreve este processo como “de apoio e não de construção”, contudo, o 
cliente não deve procurar o terapeuta na procura de apoio, deve aprender a confiar o 
suficiente em si mesmo para ser independente. 
Resumindo, a não diretividade: 
A pessoa tem na sua natureza recursos que lhe permitem aceder a uma 
autocompreensão, cujo impacto se traduz numa maior perceção de si própria e numa 
gestão de atitudes que expressem comportamentos mais ajustados às suas 
necessidades e expectativas. Porém, quem pede ajuda e inicia um processo 
psicoterapêutico encontra-se num estado de vulnerabilidade (isto é, perda de 
17 
 
homeostasia psicológica) que dificulta ou impede de pôr em ação os seus recursos 
internos. O terapeuta tem então como função criar as condições relacionais que 
ajudem a pessoa, que assume a sua vulnerabilidade, a atualizar ou desbloquear o 
acesso aos diferentes caminhos (direções) do seu processo de auto-organização. 
Acredita que existe uma predisposição natural dos seres vivos para evoluírem no 
sentido da complexificação => ou seja, a ideia de que todos os seres vivos são dotados 
de uma tendência inerente ao crescimento e à atualização. 
• O individuo é alguém com potencialidade intrínseca (inata) para se desenvolver 
de forma satisfatória e construtiva 
Definição (segundo Rogers) – “todo organismo é movido por uma tendência inerente 
para desenvolver todas as suas potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a 
favorecer a sua conservação e enriquecimento” 
→ Considerava a tendência atualizante uma capacidade do individuo se 
reorganizar e se reestruturar, uma vez que certas condições facilitadoras deste 
processo sejam atendidas => a tendência atualizante é inerente ao individuo, 
sendo uma disposição para que sejam desenvolvidas as suas potencialidades, 
porém condicionadas às limitações do meio (tem de haver um equilíbrio entre 
as necessidades do organismo e as necessidades psicológicas para a tendência 
atualizante ocorrer) 
→ Há no homem uma tendência natural para o desenvolvimento completo 
→ O ser humano tende sempre a evoluir, e não tende para a autodestruição, 
evolui constantemente, ou seja, tende para o crescimento de forma intrínseca 
→ Dadas certas condições, as pessoas fazem escolhas positivas e construtivas, ou 
seja, escolhem vias que contribuem para o seu desenvolvimento enquanto 
pessoa. A motivação para tais opções/escolhas tem origem na tendência 
atualizante: todas as motivações, necessidades ou impulsos são uma expressão 
da tendência do organismo para a atualização 
18 
 
O principal foco da terapia é reverter o estado de incongruência (distorções de 
significado acerca de certos valores – ex: associar o sentimento de perda aos pais) e 
estabelecer certos valores que afastaram o self da realidade. O objetivo da relação 
terapêutica é assim estabelecer o acordo perdido entre a experiência total da pessoa 
e a experiência consciente do self levando o cliente a um amadurecimento e um 
desenvolvimento normal. 
A atuação do terapeuta deve consistir em três atitudes (que constituem as condições 
necessárias à criação de uma relação potenciadora de mudança construtiva): a 
compreensão empática, o olhar positivo incondicional, a congruência 
O olhar positivo incondicional do terapeuta face ao cliente é a condição básica para a 
mudança na terapia centrada na pessoa. A perceção desta atitude resulta no 
enfraquecimento ou dissolução das condições de valor e aumenta o olhar próprio 
incondicional: as experiências antes ameaçadoras podem então ser abertamente 
percecionadas, exploradas e integradas no conceito de si (o olhar positivo do 
terapeuta leva a um olhar positivo do cliente sobre si mesmo) 
→ O olhar positivo incondicional é uma genuína aceitação do outro que se 
mantém constante independentemente daquilo que o cliente revela sobre si, 
um respeito pela forma como este conduz o processo terapêutico (temas 
abordados, ritmo do processo, decisões, etc.), o reconhecimento do seu direito à 
diferença e à autonomia. 
A compreensão empática designa "um processo dinâmico que consiste na capacidade 
de penetrar no universo do outro, sendo sensível à mobilidade e significação das suas 
vivências. Permite tomar consciência de sentimentos que ainda não lhe são claros, 
mas respeitando o ritmo das suas descobertas próprias (não as relevando 
precocemente) e mantendo uma abertura a tudo o que de novo possa surgir” 
→ A procura ativa de uma compreensão cada vez mais precisa e completa do 
cliente por parte do terapeuta propicia, por sua vez, que cada vez mais 
experiências possam aceder à consciência do cliente, possibilitando a revisão e 
o alargamento do autoconceito 
19 
 
Refere-se à consistência interna, ao estado de integração psicológica do terapeuta no 
espaço da relação. Pode ser entendida como a preparação do terapeuta para poder 
experimentar as atitudes de compreensão empática e olhar positivo incondicional. Se 
o terapeuta, ele próprio, estiver incongruente, preso à rigidez das suas próprias 
defesas, como conseguirá promover a fluidez do cliente ou estar aberto à sua 
diversidade e complexidade? Se tiver medo da dor, como será ele capaz de ouvir e de 
ajudar o cliente a enfrentar a sua própria dor? Se, na relação terapêutica, o terapeuta 
for confrontado com experiências que lhe ameaçadoras, como vai manter o seu poder 
de escuta e de compreensão, ou mesmo a sua capacidade em discernir os seus 
sentimentos dos do cliente? 
→ O terapeuta tem de mostrar congruência nas suas atitudes e ser também ele 
próprio congruente, não estar preso nas suas defesas, para poder tratar do 
outro 
→ Congruente= adequado, apropriado, conveniente 
Resumindo: 
A terapia centrada na pessoa assenta numa visão do Homem como um ser 
essencialmente livre e com o poder de reagir ativamente às situações que o 
constrangem nasua autodeterminação, que tentam abafar a sua individualidade 
prendendo-o a esquemas rígidos de comportamento e de pensamento, em suma, que 
restringem a sua evolução e crescimento pessoais. 
Tem ainda como hipótese nuclear que a tendência para o crescimento é natural e 
universal impulsionando o indivíduo no sentido de procurar realizar as suas 
potencialidades numa existência caracterizada pela autenticidade. A terapia centrada 
na pessoa propõe-se assim como um meio de criar as condições interpessoais 
favoráveis à dissolução dos obstáculos que impedem a livre expressão deste potencial 
construtivo e que conduzem ao desequilíbrio psicológico e ao desajustamento social. 
Pela sua natureza fenomenológico existencial, elege o ponto de vista fenomenal do 
cliente como único critério e modo de conhecimento, dando especial ênfase à 
experiência imediata e pré-reflexiva. A relação terapêutica que se estabelece com base 
em tal conjunto de premissas implica uma importante redefinição do papel do 
terapeuta. Mais do que pelas técnicas ou instrumentos que utiliza, o terapeuta 
define-se pelas atitudes que transporta para a relação e que constituem o verdadeiro 
20 
 
fator impulsionador da mudança. Tendo em conta os princípios que justificam e dão 
sentido a tais atitudes, elas não são concebíveis na ausência de uma participação 
pessoalizada do terapeuta na relação. O genuíno interesse e valorização da pessoa e 
da experiência do cliente, a confiança na sua capacidade em superar as 
incongruências, o respeito pelo seu direito de ser livre em qualquer escolha que faça, 
não são suscetíveis de serem reduzidas a fórmulas prontas a aplicar de forma 
mecânica e impessoal. A autenticidade do terapeuta é fundamental numa relação que 
é, deste modo, sobretudo humana. 
Comunicação terapêutica 
Objetivo da terapia: aliar-se com as partes sãs e a intenção de escolher a vida que 
orienta todo o ser vivo. Como? Através de uma maneira de estar, uma posição não 
diretiva no processo terapêutico, para ativar a capacidade de autonomia e decisão do 
paciente e para sustentar o autoconhecimento (a não diretividade) 
→ O terapeuta tem de despertar para a motivação para viver quando a pessoa 
não a consegue ter => reativar a motivação (é o objetivo do terapeuta) 
→ O objetivo da psicoterapia é auxiliar o desenvolvimento do individuo, visando à 
sua independência, e não resolver os seus problemas => assim o cliente será 
capaz de lidar melhor com as futuras experiências a abordagem centrada 
na pessoa é uma abordagem clínica que propícia a autonomia dos clientes 
→ A comunicação deixa de ser unilateral (com o foco da comunicação do cliente) 
para uma comunicação centrada na relação 
A psicoterapia é uma experiência de crescimento e desenvolvimento para o cliente, 
pois nela o individuo aprende a compreender-se a si mesmo, a optar de uma forma 
independente e significativa e a estabelecer com êxito relações pessoais de uma 
forma adulta. 
→ A postura do terapeuta deve ser criar uma relação caraterizada pelo calor, 
interesse, capacidade de resposta e uma dedicação afetiva num grau limitado 
com clareza e precisão => a postura do terapeuta é técnica, mantendo um 
certo distanciamento da relação direta com o cliente 
→ Deve-se dar ao cliente a liberdade de se expressar livremente 
→ O terapeuta é um facilitador da expressão do cliente 
→ O terapeuta tem um papel mais ativo com a sua ação voltada para o cliente => 
o terapeuta passa a ter um papel mais ativo e afirma-se uma participação 
intensa dele na terapia, ainda que não exposta 
21 
 
→ A comunicação terapêutica é bidirecional na medida em que abre espaço para a 
expressão do terapeuta (o terapeuta mantém um distanciamento da relação e 
das suas experiências pessoais de modo a ser um aplicador de técnicas 
consideradas eficazes para o processo do cliente) 
→ O terapeuta passa a expressar-se mais livremente, expondo os seus 
sentimentos e sensações pertinentes na relação. Ele expressa o que é 
comunicado (implícita ou explicitamente) a partir da escuta empática (estar 
aberto ao significado presente das entrelinhas do que foi dito) de si e do 
cliente. 
Através de 4 aspetos fundamentais, procurou diferenciar a relação terapêutica dos outros 
tipos de relações pessoais: 
- Presença significativa e calorosa do terapeuta => o que faria evoluir o nível afetivo 
da relação, mas limitada, porque se trata de uma relação controlada com limites 
definidos 
- Permissividade para a expressão do cliente => passa a reconhecer que todos os 
sentimentos e atitudes se podem exprimir 
- Estabelecimento dos limites da relação terapeuta-cliente => como horário e duração 
definidos da sessão 
- Ausência de formas de pressão ou coerção => o terapeuta abstém-se de introduzir 
nas situações terapêuticas os seus próprios desejos, reações e inclinações 
Logoterapia (ou terapia existencial) – Viktor Frankl 
Viktor Emil Frankl nasceu em Viena no dia 26 de março de 1905. Sobreviveu à 
experiência de quatro campos de concentração, incluindo Auschwitz. 
Logos é uma palavra grega que denota “sentido”, a logoterapia centra-se no 
significado da existência humana, bem como na procura desse sentido por parte dos 
seres humanos. De acordo com a logoterapia, este esforço para encontrar um 
significado na nossa vida é a principal força motivadora do Homem. 
A logoterapia, em comparação com a psicanalise, é um método menos retrospetivo e 
menos introspetivo. A logoterapia centra-se antes no futuro, ou seja, nos significados 
a serem preenchidos pelo paciente no seu futuro (é uma psicoterapia centrada no 
sentido). 
22 
 
Na logoterapia o paciente é confrontado com o sentido da vida e reorientado para ele. 
E torná-lo consciente deste sentido pode contribuir muito para a sua capacidade de 
superar a neurose. 
A busca/procura pelo sentido é uma atividade natural do ser humano – apenas ele é 
capaz de se interrogar pela sua existência (o animal irracional não o pode fazer). O 
homem é o ser que procura sentido por participar da história, e nela construir vida e 
dar-lhe sentido. 
→ Na tentativa de conceder ao homem a sua dimensão de liberdade, de missão e 
de transcendência Frankl criou uma logoterapia capaz de levar o homem a 
interrogar-se pela sua própria pessoa e descobrir o sentido último de cada ação 
e de toda a sua existência. => por isso ele pode ser conhecido como o “médico 
da doença do século XX”, a saber: o vazio existencial 
A logoterapia tem assim como função a cura da alma na tentativa de restituir ao 
homem a sua condição de sanidade (perdida pelas neuroses introjetadas na sua 
história de vida). 
Nota: A sua perspetiva não se concentra apenas sobre os processos neuróticos 
(como a maior parte da perspetiva psicanalista) mas em situações mais graves como 
as psicoses, depressões graves e tentativas de suicídio. 
→ A doença mental grave é o fruto de um vazio existencial que ele atribui às 
condições culturais e sociais nas quais o ser humano do seculo XX vive e atua – 
o século XX foi o seculo da ação, das duas grandes guerras e destruições a nível 
planetário experiências de destruição absoluta, de morte (1 metade do seculo) 
Assinala o “vazio existencial” como a neurose do século XX. Esta neurose está 
fundamentada no niilismo de cada individuo (que se carateriza pela ausência do 
sentido de vida: perda das referências e da singularidade da existência do homem). 
A neurose é um quadro clínico atípico definido por sentimentos e emoções negativas. 
O agravamento dos sentimentos e emoções negativas que constantemente atingem 
os neuróticos pode causar transtornos mentais, como depressão, ansiedade e fobias. 
O vazio existencial nada mais é que uma situação de perda de sentido na vida. O 
individuo age sem ter presente os seus objetivos e sem mesmo saber o porquê de 
estar a agir: há uma insatisfação remota, um sentimento de tristeza, uma23 
 
esterilidade existencial e criativa junto com uma perda dos objetivos e metas da 
existência. 
Um estado de neurose pode ser identificado pelo tédio, que pode levar o ser humano a 
desvalorizar a própria vida e o sentido que lhe é atribuído. O estado de agravamento 
do tédio permite chamá-la de neurose de massa, formada por uma tríade: depressão, 
agressão e toxicodependência: 
“Em virtude da autotrancendência da existência humana o homem é um ser em busca de 
sentido. Ele é dominado pela vontade de sentido. Hoje, contudo, a vontade de sentido 
está frustrada. Cada vez mais os pacientes voltam a nós psiquiatras queixando-se de 
sentimentos de falta de sentido e de vazio, de uma sensação de futilidade e de absurdo. 
São vítimas da neurose de massa hoje” (FRANKL, 1989, p. 82). 
Para o autor, hoje em dia um número cada vez maior de indivíduos dispõe de recursos 
para viver, mas não de um sentido pelo qual viver. A falta de sentido acaba por 
ocasionar a neurose. Uma terapia apenas se poderá desenvolver se for considerada a 
dimensão noética (espiritual) do individuo, pois, a sua condição humana está para 
alem da sua dimensão psíquica como também da biológica. 
→ Para Frankl, o ser humano é entendido como uma unidade tridimensional 
constituída por uma dimensão biológica (ou somática, relativa aos fenómenos 
corporais e da materialidade), psicológica (ou anímica, contemplando instintos, 
condicionamentos e cognições) e noética (ou espiritual) sendo esta última o 
princípio distintivo da espécie, elemento primordial da constituição humana, 
fonte da liberdade e da responsabilidade. 
Diante de uma situação de vazio e perda de sentido, a logoterapia surge com a função 
de ajudar o indivíduo a encontrar sua cura. Ele mesmo é portador de sanidade para a 
sua vida e somente ele pode desvendar os mistérios que invadem sua pessoa. O 
terapeuta será um facilitador, amigo confidente que desenvolve a atitude de escuta e 
oferece meios para que o neurótico tome consciência da sua angústia e encontre a 
cura. O terapeuta tem a responsabilidade de purificar as aflições que atinge o 
paciente e conduzi-lo à harmonia do seu espírito. 
No entanto, o ofício do terapeuta não se presta na transmissão de conteúdos, de 
forma a convencer o paciente da sua enfermidade e indicá-lo medidas necessárias 
para sua cura. Ele não pode receitar o sentido da vida, invadir a interioridade do seu 
paciente para a aquisição de valores e mudanças de atitudes, assim como não pode 
24 
 
predizer as incertezas e as aflições que o angustiam. Portanto “o terapeuta não pode 
dar sentido à vida do paciente. Em última análise, sentido nem pode ser dado, mas 
precisa ser encontrado” (FRANKL, 2007, p. 82). 
O sentido, segundo Frankl, deve ser encontrado e não dado à pessoa. Contudo, cabe ao 
terapeuta interpretar as respostas do paciente, para que também o sentido não seja 
resultado de análises reduzidas. Isto significa dizer: o terapeuta tem papel 
fundamental na autodescoberta do seu paciente. Ele deve indicar os meios e não 
produzir uma nova pessoa. Deve considerar a capacidade do indivíduo de ser portador 
da sua cura, e não objeto de reflexão. 
Frankl critica o termo de autorrealização, o qual tenderia a enfatizar a possibilidade 
da pessoa se realizar em si mesma. Para a logoterapia, esta realização só ocorre após 
o sentido da vida ser concretizado, o que é possível quando o individuo sai de si, ao 
encontro de alguém ou de algo que está no mundo. 
→ Por isso, o autor prefere falar de autotranscendência, como pré-requisito para 
a realização 
Outra diferença relacionada com o sentido da vida: Alguns autores existencialistas 
afirmam que a vida necessita de sentido, sendo em si mesma um absurdo que para 
ser suportado precisa que se invente um sentido para a vida. Já Frankl afirma que a 
vida tem sempre sentido, o qual está no mundo, sendo simplesmente necessário que 
este sentido seja descoberto pela pessoa. 
Enquanto a psicanalise vê o neurótico só de um lado, como dominado pelo principio do 
prazer, ou seja, a vontade orientada ao prazer, e a psicologia individual como 
determinado ansia do prestigio, ou seja a vontade de poder, a nova psicoterapia (logo 
terapia) vê também a vontade orientada ao sentido. 
• Entra numa comparação/critica constante à psicanalise e as suas vertentes 
(psicologia analítica e junguiana, etc) considerando que estas perspetivas 
terapêuticas são limitadas porque atribuem a responsabilidade da própria 
decisão para a vida ao individuo. Frankl considera que a resposta deve vir 
através da análise da existência sobre uma profunda reflexão sobre a liberdade 
e responsabilidade de cada ser humano mesmo nas condições mais adversas – 
refere que todas as condições de adversidade podem ser um potencial de 
crescimento. 
25 
 
Em 1950, Frankl assinalava a necessidade de agregar à visão do homem uma dimensão 
mais alem das dimensões física e psíquica, lembrando que apesar do homem ser uma 
unidade físico-psíquica, esta unidade não constitui o homem total, o espiritual é que 
institui, funda e garante a totalidade do homem. 
→ Espiritual não significa religioso, é a dimensão noética. 
→ O logoterapeuta não se esquece da condição psíquica e física do homem, a sua 
estrutura pulsional, a importância da infância, do ambiente e do que aprendeu 
no passado. Porém completa este esquema antigo ao afirmar no homem uma 
dimensão espiritual 
A logoterapia situa-se numa oposição à psicoterapia no que diz respeito à sua 
doutrina, tal como esta tem sido praticada até hoje (anos 90). Não pretende ser um 
substituto da psicoterapia, pois é impossível colocar a logoterapia no lugar da 
psicoterapia, é necessário apenas complementar a psicoterapia com a logoterapia. 
Não é a logoterapia uma psicoterapia? 
• É necessário fazer uma diferenciação quanto ao tipo de neurose que apresenta 
o paciente, segundo Frankl “o que necessita o paciente colhido no desespero 
existencial do aparente sem sentido da sua vida é logoterapia em vez de 
psicoterapia” => nos pacientes com neurose noogênica (proposta original de 
Frankl, dimensão espiritual) na qual a pessoa convive muito tempo com uma 
sensação de vazio existencial, ou com conflitos de valores, ou com a descrença 
no sentido da vida, ou com a impossibilidade da sua realização, a logoterapia é 
diferente de psicoterapia 
• A finalidade da logoterapia é incluir o logos na psicoterapia, a finalidade do que 
denominamos analise existencial é incluir a existência na psicoterapia 
• O logos introduz na psicoterapia uma reflexão sobre o sentido e os valores 
enquanto a existência traria a este campo de atuação do psicoterapeuta uma 
reflexão sobre a liberdade e a responsabilidade 
Logoterapia como psicoterapia 
• O terapeuta deve ser criativo e capaz de improvisar, alem de se ajustar às 
diversas situações e casos que estão a ser tratados 
• A logoterapia é uma psicoterapia de tal ordem propiciadora de um processo de 
individuação que não é passível de ser ensinada, pelo menos de forma total 
26 
 
• “na logoterapia o paciente pode ficar sentado normalmente, mas precisa de 
ouvir certas coisas que as vezes são muito desagradáveis de se ouvir” 
• O papel do logoterapeuta consiste em ampliar e alargar o campo visual do 
paciente de forma que todo o espetro do significado e dos valores se torne 
consciente e visível para ele 
• O método psicoterapêutico deve ser modificado de acordo com a 
individualidade do paciente e a personalidade do terapeuta, tendo em conta a 
situação especifica que se está a trabalhar no momento => nunca se deve 
esquematizar o essencial é improvisar e individualizar (recomendação de 
Frankl) 
• Nenhum método de psicoterapia (inclusive este) pode pretender ser aplicado a 
qualquer paciente, obtendo sempre o mesmo grau de sucesso. 
• A relação EU-TU (Bubber) pode ser vista como o centro da questão 
• Técnica mais conhecidada logoterapia: técnica da intenção paradoxal 
• Para ele o que importa na terapia não são as técnicas, mas sim as relações 
humanas entre o terapeuta e o paciente, e também o encontro pessoal 
• A logoterapia procura tornar o paciente completamente consciente da sua 
própria responsabilidade e para isso precisa que ele opte pelo que, para que ou 
perante quem ele se julga responsável. 
Psicanalise vs. Logoterapia 
Já que para a psicanálise os problemas do indivíduo estão muito conectados aos 
embates entre suas instâncias psíquicas internas e a elementos anteriormente 
reprimidos por este indivíduo, nada mais lógico que ela ser bastante introspetiva e 
retrospetiva, ou seja, centrar-se no interior do próprio indivíduo e nos elementos 
reprimidos no passado, que devem ser re-elaborados, ao serem retornados à 
consciência. 
Já a logoterapia, por centrar-se na questão do sentido a ser realizado, o qual está no 
futuro, tenderia a ser mais prospetiva do que retrospetiva, ou seja, mais focada na 
dimensão futura. Além disso, ao afirmar que os sentidos a realizar estão no mundo e 
no encontro com os outros, e não em si mesmo, ressalta que o indivíduo deve ir além 
de si mesmo para realizar os sentidos - a característica humana de 
autotranscendência - a logoterapia teria que ser menos introspetiva. Ao buscar 
conscientizar o indivíduo do valor central que tem o sentido e os valores na sua vida, 
está-se a orientar o paciente mais para o seu futuro do que para o seu passado. 
Também, ao combater círculos viciosos derivados de excessiva introspeção – ou em 
termos logoterapêuticos, de hiperreflexão e hiperatenção – que teriam um papel 
27 
 
determinante na gênese de muitas perturbações neuróticos, teria que ser menos 
introspetiva, menos voltada para um auto-centramento. 
Logoterapia como técnica 
A logoterapia utiliza técnicas terapêuticas para tratar do paciente no seu estado de 
desarmonia. As técnicas logoterapêuticas não consistem num sistema de teorias a 
serem aplicados, já estabelecidos, no paciente, mas uma via de orientações para 
ajudar o paciente encontrar a sanidade, a sua verdadeira libertação de espírito. Entre 
as principais técnicas da logoterapia sublinha-se a “intenção paradoxal”. 
• A “intenção paradoxal” é uma abordagem que pretende, a partir do problema 
identificado, propor o seu contrário. O paciente deve adquirir uma maneira 
diferente de atuação diante da sua problemática. O seu temor se transformará 
em desejo paradoxal (numa constante ansiedade) e assim superará a angústia 
que o aflige. Isto quer dizer: “o paciente é instruído a desejar (neurose de 
angústia) ou a propor-se (neurose compulsiva) exatamente aquilo que sempre 
tanto temia” (FRANKL, 1976, p. 19). 
• Para a execução deste método é necessário que o paciente desenvolva a 
capacidade de auto-distanciamento, que consiste em colocar-se do outro lado 
da sua pessoa para perceber o diferente. Esta atitude o proporcionará a 
visibilidade da sua neurose e a olhar para si mesmo como se fosse outro, mas 
que é ele mesmo percebendo sua real situação existencial. 
• Explica Frankl que a técnica da “intenção paradoxal” não é um remédio de 
natureza patológica. É, antes, uma prática terapêutica de alcance imediato, 
“um instrumento útil no tratamento de condições obsessivo-compulsivas e 
fóbicas, especialmente em casos com ansiedade antecipatória subjacente” 
(FRANKL, 2008, p. 150). Esse tratamento pode se perpetuar por um longo 
período, e não somente às situações breves. 
• E, diferente do método tradicional da psiquiatria (a psiquiatria fez da mente 
um objeto de estudo e por muito tempo reduziu a sua compreensão a uma 
mera funcionalidade, a uma técnica de procedimentos instrumental), a 
“intenção paradoxal” age independentemente da etiologia. Ela não abrange a 
sua pesquisa às causas originárias da neurose do paciente. Ela procura abordar 
a doença no seu real estado. 
• A terapia não descreve normas morais, nem procura discorrer a sua técnica 
num raciocínio lógico para compreender o indivíduo ou, ainda mais, incentivar 
o paciente a seguir suas crenças particulares. Ao contrário, a logoterapia 
28 
 
procura agir como um oftalmologista a fim de proporcionar ao paciente uma 
visão real do mundo, assim como ele é (RODRIGUES, 1991, p. 60). 
• Frankl é um psiquiatra de origem austríaca – foi internado em campos de 
concentração e fez uma experiência existencial muito particular como 
prisioneiro enquanto hebreu (a experiência humana de ser despido da dignidade 
pessoal, do nome) por causa da origem étnica- esta experiência existencial 
humana abriu-lhe a possibilidade de ver novas perspetivas perante as 
frustrações extremas de vida 
• A Capacidade introspetiva e reflexiva permitiu lhe como individuo de sobreviver 
a esta experiência e para pôr as bases do método de intervenção (livro “em 
busca de um sentido”) 
• Logoterapia: fundamento na palavra logos (significa palavra) e se fundamenta 
sobre a reflexão verbalizada da própria experiência. 
• A sua perspetiva concentra se sobre possibilidade do ser humano de 
autotrancendência (termo que ele usa em contraposição ao conceito de 
autorrealização proposto pela maioria dos humanistas- considera que o ser 
humano não se autorrealiza… precisa de ir mais alem – o ser humano precisa 
de atravessar o sofrimento e não de saltar por cima => autotranscender-se - 
termo com ligação à importância que dá a espiritualidade dentro do processo 
de reorganização 
• Diz que perante condições de dor/perda de sentido extrema o ser humano pode 
viver para encontrar um sentido para a vida 
• A finalidade da logoterapia esta na atitude- o terapeuta ajuda o individuo a 
reassumir a capacidade de escolha livre perante a vida. O logoterapeuta tem a 
função de interlocutor ativo que permite a própria pessoa ver o mundo de 
outro ponto de vista – nao para desconfirmar o ponto de vista que o sujeito 
está a ver, mas para contrapor a ausência de sentido a possibilidade ainda de 
uma escolha – a logoterapia tem a função de continuar a focar- se sobre o 
reconhecimento da liberdade intrínseca (valoriza a liberdade Intrínseca da 
pessoa) 
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• Processo terapêutico concentra se sobre a potencialidade do aqui e do agora da 
minha vida, o que eu agora tenho a possibilidade de fazer (não do passado, não 
o posso refazer nem rescrever a minha história) 
• Toda a reflexão da logoterapia se concentra sobre o “poder ser” do ser humano 
– quais são as minhas potencialidades ainda não realizadas 
• Objetivo da psicoterapia- autotranscendência 
• Dimensão espiritual: na perspetiva de Frankl também o ser humano não 
religioso tem uma dimensão espiritual que vai para alem do puramente físico e 
psíquico é intrínseca do ser humano, mesmo do que não se reconhece como 
sendo religioso – o ser humano encontra aqui razoes para viver, uma vontade 
de sentido que intencionalmente Frankl opõe a visão de nieztche (visão do 
sec.20) 
• Em contraposição com a ideia de neurose desenvolvida por Freud, Frankl dá 
outra leitura e afirma que a neurose para psicanalise representa uma dimensão 
do eu enquanto consciência, e para a psicologia individual uma visão do eu 
enquanto responsabilidade, considera que tanto a psicanálise tanto a psi 
individual vem de um dos lados do ser humano – aquilo que limita (na 
psicanalise seria o inconsciente, o desejo que não pode ser realizado e limitado 
pela realidade, na psi individual de adler a responsabilidade de …) Frankl diz que 
o ser humano tem potencialidades que deve reconhecer e descobrir que lhe 
permitem ter ume leitura diferente dos seus próprios limites. A consciência e 
responsabilidade constituem os 2 fundamentos essenciais do ser humano. 
• O ser humano é um ser consciente e responsável e deve ser posto em condições 
de exercer esta consciência e esta responsabilidade 
• Psicoterapia e visão antropológica (da pessoa humana) não estãoem 
contraposição – antes pelo contrário 
• A visão do ser humano que a logoterapia propõe fundamente em 3 pilares 
fundamentais: 
o A liberdade da vontade 
o A vontade de sentido 
o O sentido da vida 
30 
 
• A liberdade da vontade- a liberdade que ele considera que o ser humano deve e 
pode desenvolver-se – libertação de uma potencialidade que vai para alem do 
obvio 
• A visão do ser humano afasta se da visão biologista, psicologista, sociologista – 
não são o todo do ser humano, apenas dimensões do ser humano 
• O ser humano pode encontrar e libertar esta capacidade de se controlar no 
sentido negativo, mais proativa quando eu consigo compreender que a minha 
verdadeira liberdade se liberta quando eu faço escolhas diferentes (para as 
fazer preciso de me sentir responsável por mim e pela realidade que me envolve 
e para isso preciso de ter um sentido para a vida) 
• Coloca a pessoa no centro (não como na perspetiva de Rogers) mas como 
pessoa responsável que percebe quais são as suas limitações e potencialidades 
– o processo nao é mudar o mundo, mas sim a mim mesmo para eu poder mudar a 
realidade 
• A logoterapia não é só uma psicoterapia que consistiria na intervenção dos 
sintomas, em que a responsabilidade é do terapeuta, a logoterapia é um 
percurso que possa despertar a essência mais intrínseca do próprio ser humano, 
percurso de recompressão das suas potencialidades adormecidas ou não usadas 
o A finalidade da logoterapia é incluir o logos (a palavra) e a existência na 
psicoterapia 
A logoterapia também é conhecida como a “terceira escola de psicologia de Viena”. A 
primeira escola de psicologia foi a de Sigmund Freud, a segunda foi a de Adler, e a 
terceira é a escola fundada por Viktor Frankl. 
Os três princípios ou pilares básicos da logoterapia são os seguintes: 
1. Liberdade de vontade; 
2. Vontade de sentido; 
3. Sentido de vida. 
 
31 
 
Liberdade de vontade 
A liberdade de vontade é empregue por meio de uma capacidade específica humana 
conhecida como “autodistanciamento”. Esta capacidade humana refere-se 
à possibilidade de se ver a si mesmo, aceitando-se, adaptando e visualizando. De 
acordo com os ensinamentos de V. Frankl, isso dá-nos liberdade diante de três fontes 
de influência: 
• Instintos; 
• Herança; 
• Meio ambiente. 
O indivíduo possui essas três fontes, mas elas não o determinam. Nós não estamos 
pré-determinados, nem concluídos. Somos livres diante desses três aspetos. O ser 
humano é livre daquilo que o condiciona e pode exercer a sua liberdade. Sempre que o 
ser humano se liberta de algo, é por algum motivo. Aqui está o conceito de 
responsabilidade. O indivíduo é livre para ser responsável e é responsável porque é livre. 
A partir dessa análise existencial, expõe-se o indivíduo como responsável pela 
realização do sentido e dos valores. Ele está a convocar à realização do sentido da sua 
vida e dos valores que lhe dão significado. Diante dessa convocação, ele é o único 
responsável. 
Vontade de sentido 
A vontade de sentido está bastante ligada à autotranscendência que caracteriza o ser 
humano. O indivíduo aponta sempre para além de si mesmo, para um sentido que, 
primeiramente, ele tem que descobrir e cuja plenitude deve alcançar. A vontade de 
prazer e a vontade de poder, de Freud e de Adler, respetivamente, levam o indivíduo à 
sua imanência. Estes conceitos opõem-se à autotranscendência e frustrariam a nossa 
existência. 
Para a logoterapia, o prazer e o poder são consequências de conseguir um objetivo, e 
não o objetivo em si mesmo. É por isso que as pessoas que perseguem o prazer e o 
poder chegam a um estado de frustração em que, ao mesmo tempo, se sentem 
imersas em um grande vazio existencial. 
A vontade de sentido não procura alcançar o poder nem o prazer, nem sequer a 
felicidade. O seu foco é o encontro de um propósito, uma razão para ser feliz. 
 
https://amenteemaravilhosa.com.br/desafio-voltar-a-viver-trauma/
https://melhorcomsaude.com.br/valores-em-casa-a-chave-para-uma-geracao-de-sucesso/
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Sentido da vida 
Os dois princípios anteriores falam de uma pessoa disposta a assumir uma posição 
diante das circunstâncias da vida, com total liberdade, a partir de um sentido que a 
convoca. Este é o perfil do indivíduo na procura de sentido. 
A vida contém e conserva um sentido. Esse sentido é peculiar e original para cada um de 
nós. Assim, o nosso dever, como seres conscientes e responsáveis, é descobrir o 
sentido das nossas vidas. 
A morte só pode causar pavor a quem não sabe ocupar o tempo que lhe é dado para 
viver. 
Isso pode ser conseguido através de três vias fundamentais que fazem referência a 
três categorias de valores. 
1. Às vezes, direciona-nos à realização dos valores de criação. 
2. Outras vezes, vai nos impactar com uma vivência, como quando assistimos a 
um pôr do sol ou alguém nos faz um carinho. 
3. Outras vezes, vamos enfrentar as limitações da própria vida (a morte, o 
sofrimento, etc.) 
De todas as formas, a vida sempre conservará, até o final, um sentido oculto e uma 
convocatória indispensável e permanente para que seja descoberto e realizado. 
 
Estes são os três princípios fundamentais da logoterapia de Viktor Frankl. Como já 
vimos, trata-se de uma visão humanística-existencial do ser humano que pode ser 
difícil de compreender se não estivermos familiarizados com o existencialismo. 
Resumindo: De acordo com Frankl, a Logoterapia é sustentada por três princípios 
básicos: a liberdade de vontade, a vontade de sentido e o sentido da vida. O fundamento 
antropológico que embasa a Logoterapia é a liberdade de vontade. Por meio desta, “O 
homem não é livre de suas contingências, mas, sim, livre para tomar uma atitude 
diante de quaisquer que sejam as condições que lhe sejam apresentadas”, através da 
dimensão noética. Este princípio opõe-se ao determinismo, posto que o homem é um 
ser livre e responsável pelas suas próprias decisões. Frankl chama de vontade de 
sentido o interesse contínuo do homem pelo significado para a sua vida; na procura 
por este sentido da vida, “o desejo de sentido é independente de outras necessidades 
(tomando por base a escala de necessidades de Maslow), de maneira que a satisfação 
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ou frustração de necessidade podem incentivar o homem a procurar o significado na 
sua existência”. Assim, a frustração da motivação básica da vontade de sentido leva 
ao que se chama de “vazio existencial”. Nas palavras do próprio Frankl (2013: 50), “O 
que chamo de vontade de sentido pode ser definido como o esforço mais básico do homem 
na direção de encontrar e realizar sentidos e propósitos”. O terceiro pilar da Logoterapia 
está pautado no sentido da vida, que emprega a procura de um sentido concreto para 
a vida, com objetivos que, embora estejam em constante modificação, não deixam 
jamais de existir, ao contrário de uma existência pautada em algo meramente 
abstrato. Desta forma, Frankl diz que “cada qual tem sua própria vocação ou missão 
específica na vida; cada um precisa executar uma tarefa concreta, que está a exigir 
realização”. 
Ainda sobre os fundamentos teóricos da Logoterapia, Dourado et al (2010: 20) 
apontam que a maior contribuição de Viktor Frankl está na sua conceituação do 
homem alicerçado sobre três pilares. Estes afirmam que a conceção de Frankl se 
baseia em uma visão tridimensional do ser humano, formado a partir das dimensões 
somática, psíquica e noética (ou espiritual/noológica). A primeira é constituída pelos 
fenômenos corporais do homem, ou seja, sua estrutura orgânica e fisiológica. A 
segunda dimensão – chamada de dimensão psíquica – inclui os aspetos relacionados 
às sensações, os impulsos, o intelecto, além dos comportamentos adquiridos, dentre 
outros. Por fim, a dimensão espiritual/noológica, também chamada de nous (espírito), 
que diz respeito à dimensão especificamente humana. 
 
Conclusão: 
A humanidade vive um vazioexistencial que o faz interrogar pela sua própria 
existência e pelo sentido que a vida pode ter. Nada tão agravante se não fosse o grau 
elevado de neuroses e de perda de sentido existencial que colocam muitas pessoas 
diante da morte psíquica e da degradação da sua vida. A tentativa de Victor Frankl 
em construir uma psicoterapia capaz de ajudar o ser humano a descobrir o sentido da 
vida e de sublinhar o sentido como característica essencial do ser humano, (ao 
demonstrar que o questionamento é uma coisa natural do homem, pois ele é aquele 
que pergunta pelo seu próprio ser) marca uma reviravolta na ciência psicológica e 
direciona a humanidade para o encontro consigo mesmo. Assim, a logoterapia 
apresenta-se como a ciência do mundo atual, que valoriza o homem na sua unidade, 
composto pelas dimensões somática (fisiologia), psicológica (instintiva e cognitiva) e 
noética (do espírito, principal fator de diferenciação dos outros animais). Dessa forma, 
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o ser humano é uma unidade (na diversidade) bio-psico-noética, que tem na última 
dimensão o seu grau superior. Ao encontrar o sentido da vida, o homem descobre que 
nada está isento de sentido, nem mesmo as suas experiências de sofrimento e de dor 
diante das frustrações da vida. O homem será um ser à procura do sentido, porque 
acredita que o sentido move a vida e direciona o indivíduo ao encontro da liberdade, 
da responsabilidade e da transcendência. E que, na relação com o outro, ele pode 
descobrir e encontrar a si mesmo. Toda a prática da logoterapia direciona-se para 
esta realidade: a procura de sentido. Desejo tal que nasce com o homem e que se 
manifesta na sua vida, particularmente diante das neuroses que agravam a sua 
existência. 
 
 
 
 
 
 
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