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Políticas Públicas de Nutrição no Brasil

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Disciplina: História e Antropologia da Nutrição
Aula 9: Da fome à obesidade: a trajetória das políticas
públicas de nutrição no Brasil
Apresentação
A partir da década de 1930, no Brasil, tiveram início as primeiras políticas de alimentação e nutrição empreendidas pelo
Estado brasileiro. Isso inaugura um novo momento na história da alimentação e nutrição do país. Nesta aula, vamos partir
desse período e caminhar até os dias mais recentes para entender a trajetória das políticas públicas de Alimentação e
Nutrição no país.
Nosso objetivo é, novamente, fazer um passeio histórico pelas transformações, com enfoque na alimentação e nutrição, que
nosso país passou na contemporaneidade, mas, desta vez, o mote são nossas políticas públicas. Assim, vamos mostrar a
relação entre as características de diferentes governos brasileiros e como elas se re�etiram em nossas políticas de
Alimentação e Nutrição.
Objetivos
Explicar como os diferentes governos do Brasil in�uenciaram nas políticas de Alimentação e Nutrição;
Identi�car as especi�cidades dos diversos projetos políticos de Alimentação e Nutrição no Brasil;
Determinar a importância da década de 1930 para a construção da Nutrição como campo cientí�co no Brasil.
Nutrição
A Nutrição começa a se constituir como campo cientí�co a partir da década de 1930, paralelamente a isso também têm início as
primeiras políticas de Estado voltadas para Alimentação e Nutrição no Brasil. Daquela época para cá, diversos planos e ações
foram feitos e tivemos muitos avanços, contudo a fome continua sendo um dos nossos grandes desa�os quando o assunto é
Alimentação e Nutrição.
 Fonte: Congerdesign / Pixabay.
Dica
Criar programas e instituições nessa área, com a �nalidade de amenizar ou trazer melhorias ao quadro de doenças nutricionais
instaladas na população em determinado espaço e tempo e também para garantir o acesso à alimentação em quantidade e
qualidade.
Assim, ao longo de nossa história tivemos, a partir da década de 1930, diferentes políticas implementadas por diferentes
governos, destacamos a seguir algumas delas, estabelecendo uma relação entre algumas características principais desses
governos e estas políticas, a �m de percebermos os objetivos, avanços e permanências de problemas nutricionais em nosso país,
a partir da atuação dessas diferentes políticas.
1930
Getúlio Vargas assumiu o poder no Brasil por
meio de um movimento conhecido como
Revolução de 1930. Esse governo almejava
colocar �m na política coronelista, que vigorava
no país desde os primórdios da República.
Vargas era um militar e, em seu governo, pela
primeira vez no país foram empreendidas
políticas que visavam solucionar alguns
problemas crônicos da sociedade brasileira. As
políticas públicas empreendidas pelo governo
Vargas abarcaram diversas áreas da sociedade,
como investimento em educação pública, saúde
e previdência social.
O foco principal das políticas públicas de Vargas
era a atenção aos trabalhadores brasileiros. Na
ideologia dessas políticas, a alimentação era
vista como essencial e deveria ser um dos itens
garantidos pelo salário mínimo. Contudo, como o
salário mínimo não era su�ciente para fornecer
uma alimentação adequada aos trabalhadores,
as políticas de Alimentação e Nutrição de seu
governo voltaram-se para equacionar esse
problema.
1940
Uma das primeiras medidas de seu governo foi a
criação, em 1940, do Serviço de Alimentação e
Previdência Social (SAPS). Os principais objetivos
do SAPS era fornecer alimentos básicos e
baratear o preço dos alimentos, criar e manter
restaurantes para os trabalhadores, fazer com
que as empresas fornecessem alimentos para
seus trabalhadores e assegurar condições e
favorecer a alimentação dos segurados da
previdência.
O SAPS expandiu-se mais no Rio de Janeiro,
onde mantinha seis restaurantes populares e
�scalizava 42, também distribuía refeições
quentes em caminhões térmicos a mais de
cinquenta �rmas e oferecia um programa de
desjejum escolar com refeições à base de leite,
frutas e pão.
Leia mais <galeria/aula9/docs/1940.pdf> .
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0065/galeria/aula9/docs/1940.pdf
1945
Em diálogo com essas pressões, nasceu, no �nal
do Governo Vargas, em 1945, a Comissão
Nacional de Alimentação (CNA), que tinha como
principais funções: estudar e propor normas para
a política nacional de alimentação;
Avaliar o estado nutricional da população
brasileira, estudar os hábitos alimentares da
população;
Acompanhar e estimular as pesquisas
relativas às questões e problemas de
alimentação;
Trabalhar pela correção de defeitos e
de�ciências da dieta brasileira;
Estimular e acompanhar campanhas
educativas.
Uma última função da CNA era contribuir para o
desenvolvimento da indústria de alimentos
desidratados. Vale ressaltar que isso tem uma
relação direta com os desenvolvimentos de
tecnologia e processamento de alimentos em
crescimento no período pós-guerra. A partir e,
principalmente após as grandes guerras
mundiais, os alimentos desidratados, lio�lizados
e enlatados, foram ganhando mais força,
parecendo como so�sticada alternativa ao
combate à fome e escassez de alimentos.
1951
Vargas retorna ao poder, desta vez por meio de
eleições populares diretas e, no segundo ano de
seu governo, instaura o primeiro Plano Nacional
de Alimentação. A partir desse plano, os
trabalhadores deixam de ser a preocupação
primordial das políticas públicas e a desnutrição
passa a ser vista como um dos maiores
problemas de saúde pública do Brasil.
Um dos principais focos para o enfrentamento
desse problema tem como mudança
fundamental a incorporação da maternidade à
adolescência nas políticas de Alimentação e
Nutrição. Assim, o plano tinha como metas
principais, a atenção à nutrição materno-infantil,
criação de um programa nacional da Merenda
Escolar e a assistência alimentar a adolescentes.
Vale destacar que a preocupação com a
alimentação escolar vai culminar na criação do
Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
em 1955, que surge como Campanha de
Merenda Escolar (CME), coordenado pelo
Ministério da Educação. Assim, podemos dizer
que é um dos programas mais antigos com foco
na alimentação escolar como promoção da
segurança alimentar e nutricional.
Outro ponto de relevância é o estímulo ao
enriquecimento de alimentos com o objetivo de
atacar problemas nutricionais mais imediatos,
como anemia e bócio.
1970
Do �nal do governo Vargas até a década de 1970,
as políticas públicas de Alimentação e Nutrição
no Brasil tinham como característica o apoio de
agências internacionais de combate à
desnutrição, como a Agência dos Estados
Unidos para o Desenvolvimento Internacional
(Usaid) e Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). Foi um
período no qual os sucessivos governos
dedicaram pouca ou nenhuma atenção e
investimento a políticas públicas estatais de
Alimentação e Nutrição.
Na década de 1970, durante o Regime Militar, os
investimentos em políticas públicas em
Alimentação e Nutrição são retomados.
1972
Em 1972, foi criado o Instituto Nacional de
Alimentação e Nutrição (INAN), vinculado ao
Ministério da Saúde, norteado pelo 1°Plano
Nacional de Desenvolvimento (PND). As
principais funções desse órgão, uma autarquia
do governo federal, eram:
Auxiliar o governo a formular a Política
Nacional de Alimentação;
Elaborar o Programa Nacional de
Alimentação e Nutrição (PRONAN);
Promover e �scalizar a execução;
Avaliar resultados de outras políticas
públicas de alimentação e nutrição;
Estimular pesquisas cientí�cas nesse
campo.
Esse período histórico do Brasil – chamado de
“Milagre Econômico” –, em que a economia do
país vivenciou um surto de crescimento, estava
chegando ao �m, mas é bem possível que essa
“melhoria econômica” tenha sido um dos fatores
que permitiu o retorno de tais políticas públicas.
A partir daí, até o �nal do Regime Militar, houve
diversas políticas públicas e programas pontuais
de combate à desnutrição e promoção da
segurança alimentar, conceito que começou a
ser cunhado e a ganhar força comofoco
principal das políticas públicas. Todas essas
políticas públicas estavam vinculadas ao 1º
Programa Nacional de Alimentação e Nutrição
(PRONAN), que funcionou entre 1973 e 1979.
Leia mais <galeria/aula9/docs/1972.pdf> .
1975
O INAN assinou um acordo com o Banco
Mundial em apoio ao Programa Nutrição Brasil
(PNB). O objetivo principal deste convênio era
construir políticas e�cazes de combate à
desnutrição, testando formas e canais de
intervenção. Para atingir esse objetivo, o foco do
programa estava voltado:
Ao desenvolvimento de alimentos a baixo
custo e de alto valor nutricional;
Ao estímulo à capacidade de planejamento,
gestão, acompanhamento e avaliação em
políticas de alimentação e nutrição;
À formação de quadro interdisciplinar de
técnicos e pesquisadores em políticas de
alimentos e nutrição.
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0065/galeria/aula9/docs/1972.pdf
Outros dois programas desenvolvidos pelo INAN,
no mesmo ano, foram o Programa Nutrição
Saúde (PNS), que se propunha a distribuir
alimentos básicos como arroz, açúcar, feijão,
fubá, farinha de mandioca e leite em pó para
gestantes, nutrizes e crianças de 6 meses a 7
anos (famílias de baixa renda). Por meio das
Companhias Brasileiras de Alimentação, as
chamadas COBAL, essa distribuição ocorria com
prioridades às regiões mais pobres, para suprir
45% das necessidades diárias.
A segunda iniciativa foi o Programa de Combate
às Carências Nutricionais (PCCN), que tinha por
objetivo a prevenção e tratamento do bócio
endêmico, hipovitaminose A, anemia ferropriva e
cárie dental.
Para isso, a estratégia acontecia da seguinte
forma: bócio - fornecimento de iodato à indústria
salineira com objetivo de iodar o sal (o bócio foi
erradicado em 1990); hipovitaminose A -
fornecimento de vitamina A oral em regiões
endêmicas (PE, PB, MG); e anemia -
fornecimento de sulfato ferroso e vermífugo (PE,
PB, MG e GO).
Finalizando a década de 1970, temos a criação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que, por meio da Lei 6321/76,
promovia a oferta de grandes refeições (1.400 cal) e pequenas (300 cal) a trabalhadores de baixa renda, a preços de até 20% do
custo, �cando os outros 80% a cargo do setor público e do empregador.
Dica
O objetivo do PAT era melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores de baixa renda (< 5 salários mínimos), visando a
melhoria da qualidade de vida, diminuição de acidentes e uma maior produtividade. O PAT teve uma crescente adesão e funciona
até os dias de hoje, apesar de ter sofrido diversas alterações ao longo desses anos. 
1980
Foram marcados pelo �nal do Regime Militar e
pelo retorno da democracia no país. Nesse
período, houve o crescimento vertiginoso de
pressões da sociedade civil no combate a
problemas sociais que historicamente nunca
foram enfrentados pelo poder público de forma
e�caz. Já no início da década de 1980, as
políticas de Alimentação e Nutrição passam a ter
como característica atenção maior a gestantes,
nutrizes e à primeira infância. Isso porque o
combate à mortalidade infantil passa a ser a
pauta principal das Alimentação e Nutrição no
Brasil.
Nesse contexto tivemos o Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno (Pniam), com
apoio do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), com a proposta de estimular
o aleitamento materno, difundir práticas de
amamentação e orientar instituições para
assistência à nutriz. É importante ressaltar que
não só as péssimas condições nutricionais da
população de baixa renda contribuíam para os
baixos índices de aleitamento materno. Hábitos,
crenças e mitos culturais também incidiam sobre
o abandono da prática secular de amamentação
infantil.
Leia mais <galeria/aula9/docs/1980.pdf> .
1990
A década de 1990 apresentou um período de
grande instabilidade política e econômica, que se
re�etiu diretamente nas políticas de Alimentação
e Nutrição. Esse período vai ser marcado pelo
enfraquecimento dos antigos programas em
paralelo ao aumento de pressões populares por
uma atuação mais efetiva do Estado a �m de
assegurar os direitos garantidos pela nova
Constituição de 1988.
A sociedade civil, durante esse período, foi a peça
fundamental na condução dos estudos e
políticas ligados à Alimentação e Nutrição.
1993
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0065/galeria/aula9/docs/1980.pdf
Foi publicado o Mapa da Fome com informações
que ajudaram na elaboração inicial de uma
Política de Segurança Alimentar. O mapa
identi�cou a existência de 32 milhões de
indigentes no país. A partir disto, ocorreu um
grande movimento organizado pela sociedade
civil liderado pelo sociólogo Herbert de Souza, o
Betinho.
Nesse mesmo ano, por conta de toda essa
intensa mobilização social, foi criado o Conselho
Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA),
elaborando um Plano de Combate à Fome e a
Miséria.
A partir do CONSEA, a Alimentação e a Nutrição
do Brasil passaram a ser entendidas como parte
de um sistema alimentar, que funciona além do
alimento em si, dialogando também com a
produção agrícola e a geração de renda. Por isso,
o CONSEA surge com pautas de prioridade de
geração de emprego e renda, democratização da
terra, combate à desnutrição materno-infantil,
descentralização das políticas de alimentação e
nutrição, fortalecimento do PNAE, criação de
novos programas de alimentação e nutrição,
reforço da atuação do INAN.
1994
Tem início a gestão do presidente Fernando
Henrique Cardoso. Uma das principais
características desse governo, que durou até
2002, foi a descentralização e desburocratização
da máquina estatal, isso signi�cou, na prática, a
transferência de muitas responsabilidades até
então federais para outras esferas de poder,
como estados e municípios.
Assim ocorreu a municipalização do PNAE (Lei
8.913/94). Com isso, municípios, estados e o
Distrito Federal passaram a ter a
responsabilidade de planejar cardápios, comprar
os alimentos, analisar a qualidade dos alimentos
e distribuí-los em seus territórios. Essa era uma
das prioridades apontadas pelo CONSEA, uma
vez que possibilitaria adequar a alimentação
escolar a cada região, conforme a cultura e a
necessidade local.
Entretanto, no mesmo governo, o CONSEA foi
desmontado, dando lugar ao Programa
Comunidade Solidária, que não conseguiu
avançar muito no combate à fome e à
desnutrição no país. Além disso, diversas
instituições foram extintas, como o INAN, por
exemplo, o que con�gurou um período de relativa
estagnação e retrocesso no que tange as ações
de Alimentação e Nutrição no país.
1999
Somente em 1999, já no segundo governo de
Fernando Henrique, é que foi instituída a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que
tinha como foco o combate à falta de alimentos
e à má alimentação, aos males relacionados à
escassez alimentar e à pobreza, assim como o
combate à alimentação inadequada e ao
excesso de peso (sobrepeso/obesidade). Cabe
ressaltar que, no �nal da década de 1990, o
problema da obesidade, pela primeira vez, entra
na pauta das ações de Alimentação e Nutrição,
algo que vai marcar fortemente nossa
contemporaneidade.
2003
Teve início o governo do presidente Luís Inácio
Lula da Silva, que foi até 2010. Em relação às
ações de alimentação e nutrição, uma das
primeiras medidas do governo lula foi a
reativação do CONSEA. Outro marco das
políticas de alimentação e nutrição desse
período foi a criação do programa fome zero, que
tinha como diferencial estratégico, ações
integradas de combate à fome e à desnutrição a
partir da criação e integração de diferentes
ministérios como os do desenvolvimento social e
combate à fome, do desenvolvimento agrário, da
saúde, da educação, da agricultura, da pecuária e
abastecimento, do trabalho e emprego, da
integração nacional, da fazenda e do
planejamento.
O objetivo principal do programa Fome Zero era,
seguindo as diretrizes da Constituição de 1988,
assegurar o Direito Humano à Alimentação
Adequada (DHAA) para todas as pessoas,
especialmente aquelas com di�culdades de
acesso aos alimentos. Para isso, as ações do
programa tinham como foco a ampliação doacesso aos alimentos, o fortalecimento da
agricultura familiar, a geração de renda e a
articulação, mobilização e controle social.
Faziam parte do Fome Zero os seguintes
programas:
Bolsa Família (transferência direta de renda);
Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE);
Hortas comunitárias (inclusão social e
produtiva);
Alimentação e Nutrição de povos Indígenas;
Programa de Alimentação do Trabalhador
(PAT);
Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF);
Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA).
O programa teve como principais êxitos o
desenvolvimento da agricultura familiar somada
às ações das redes de proteção social, que
aumentaram a inclusão social no Brasil, além da
criação de empregos, aumento de salários e
diminuição da fome.
2000-2002 e 2004-2006
A taxa de desnutrição no Brasil passou de 10,7%
para menos de 5%.
2001 e 2012
A pobreza diminuiu de 24,3% para 8,4% e a
pobreza extrema de 14% para 3,5%.
Caminhando para o �m de nossa viagem pela história das ações de Alimentação e Nutrição no Brasil, no governo Dilma Rousseff
(2011-2016), além da continuidade das políticas do governo Lula, houve a reformulação das diretrizes do PNAN em 2011.

Em sua nova edição, publicada em 2011, a PNAN apresenta como propósito a melhoria
das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a
promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e
nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e
nutrição. Para tanto está organizada em diretrizes que abrangem o escopo da atenção
nutricional no SUS com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de
agravos relacionados à alimentação e nutrição; atividades, essas, integradas às demais
ações de saúde nas redes de atenção, tendo a atenção básica como ordenadora das
ações.
BRASIL, 2013
2015
A partir dos anos 2000, a obesidade e sobrepeso,
passam a �gurar, ao lado da fome e desnutrição,
como um problema grave a ser combatido pelas
ações de Nutrição e Alimentação no país.
Nesse sentido, uma importante ferramenta surge
em 2015, como aliada da Nutrição. Considerado
um dos marcos mais importantes das ações de
Alimentação e Nutrição do país, o Guia Alimentar
para a população Brasileira, traz uma nova
metodologia de entendimento dos alimentos,
não mais em grupos alimentares e porções, mas
dividindo-os nas categorias de in natura (frutas,
carnes, legumes), minimamente processados
(arroz, feijão e frutas secas), e ultraprocessados
(como macarrão instantâneo, salgadinhos de
pacote e refrigerantes), sendo este último
considerado o grande vilão da alimentação.
O Guia tem como objetivo a promoção da saúde
e o combate ao mesmo tempo de desnutrição e
da obesidade, por meio do fortalecimento e
respeito à regionalidade dos hábitos alimentares
brasileiros.
Após a segunda eleição de Dilma em 2015, o
Brasil voltou a se encontrar num período político
econômico de intensa turbulência.
2016
Desde 2016, os investimentos em políticas
públicas e ações de Alimentação e Nutrição vêm
sendo enfraquecidos.
2019
Em janeiro de 2019, o CONSEA novamente foi
desativado. Assim como mostramos em outros
períodos de conturbação política e econômica,
ainda não sabemos com clareza os próximos
rumos das ações de alimentação e nutrição no
Brasil.
Atividade
1. A Nutrição nasce enquanto campo cientí�co de pesquisa das décadas de 30 e 40. No mesmo período, temos as primeiras
políticas de alimentação e Nutrição. Quais eram os principais focos das políticas desse período?
2. No segundo governo de Vargas, as políticas de Alimentação e Nutrição ganharam um novo foco. Aponte que foco seria esse.
3. Que diferenciais o Programa Fome Zero trouxe em relação às ações anteriores de Alimentação e Nutrição no Brasil?
4. Aponte um dos diferenciais que o Guia Alimentar para a População Brasileira trouxe para a percepção da Alimentação e
Nutrição no país.
Notas
Boa Nova
É o anúncio da vida eterna em seu cotidiano, o revelar do amor, da misericórdia e da justiça divina na história. É o chamando à
responsabilidade e à formação da consciência da grandeza humana na relação entre nós e Deus. Esse é o ponto de partida,
experiência evangélica essencial que precisa ser vivida e transmitida.
Referências
ARRUDA BKG Marcos referenciais da trajetória das políticas de alimentação e nutrição no Brasil. Deus há de ser amado.
Petrópolis: Vozes, 2010. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/277157384/Um-Tratado-Sobre-o-Amor-de-Deus-
Bernardo-de-Claraval <https://pt.scribd.com/document/277157384/Um-Tratado-Sobre-o-Amor-de-Deus-Bernardo-de-Claraval> .
Acesso em: 21 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação
e Nutrição.1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde.Ministério da Saúde lança Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde,
2014. Disponível em: //www.brasil.gov.br/noticias/saude/2014/11/ministerio-da-saude-lanca-guia-alimentar-para-a-populacao-
brasileira <//www.brasil.gov.br/noticias/saude/2014/11/ministerio-da-saude-lanca-guia-alimentar-para-a-populacao-brasileira> .
Acesso em: 01 mar. 2019.
NUNES, E. et al. Políticas agrárias e agrícolas no contexto do desenvolvimento do Nordeste:evolução, desa�os e perspectivas.
Disponível em: //www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/330 <//www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/330>
. Acesso em: 01 mar. 2019
SILVA, A.C. . De Vargas a Itamar: políticas e programas de alimentação e nutrição. Disponível em:
//www.scielo.br/pdf/ea/v9n23/v9n23a07.pdf <//www.scielo.br/pdf/ea/v9n23/v9n23a07.pdf> . Acesso em: 01 mar 2019.
//cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400009 <//cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400009> . Acesso em: 05 fev. 2019.
https://pt.scribd.com/document/277157384/Um-Tratado-Sobre-o-Amor-de-Deus-Bernardo-de-Claraval
https://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2014/11/ministerio-da-saude-lanca-guia-alimentar-para-a-populacao-brasileira
https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/330
https://www.scielo.br/pdf/ea/v9n23/v9n23a07.pdf
https://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400009
Próxima aula
Desa�os contemporâneos da Alimentação e Nutrição;
Globalização, Alimentação e Nutrição;
Alimentos ultraprocessados e Nutrição.
Explore mais
Livro
DE CASTRO, Josué. Geogra�a da fome. Casa do Estudante do Brasil, 1952.
Guia alimentar para a população brasileira, 2015 <//www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/Guia-Alimentar.pdf> .
https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/Guia-Alimentar.pdf

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