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Como integrar o sistema sensorial dos pequenos? 5 dicas práticas para a rotina em casa Em parceria com a terapeuta ocupacional Mirian Pires, desenvolvemos 5 dicas para melhorar o desempenho dos pequenos em atividades do dia a dia, estimulando os sistemas sensoriais de forma integrada. Vamos lá? O que você vai encontrar nesse material? Escovando os dentes Na hora do banho Conteúdo 1 2 3 4 Usando o sanitário Na hora de se vestir 5 Hora de dormir A Integração Sensorial (IS) é como o corpo capta as informações sensoriais, decodifica no cérebro e devolve para o ambiente em forma de desempenho motor e comportamento. As crianças estão inseridas em diversas atividades na rotina familiar, e para isso precisam de habilidades específicas, que se denominam desempenho ocupacional. Você sabia que a integração sensorial influencia diretamente essas habilidades? Para escovar os dentes, tomar banho, ser independente no uso do banheiro, vestir-se e ter um sono reparador, a criança precisa de habilidades precursoras, ou seja, que antecedem essa aquisição. E essas habilidades precursoras se dão por meio de um sistema sensorial integrado. Como fazer isso? A escovação dos dentes é influenciada principalmente pelos sistemas tátil, proprioceptivo e vestibular. Deve ser estimulada antes mesmo da criança ter dentes, por meio de experiências sensoriais intra orais, com o uso de mordedores sensoriais (térmicos, texturizados), estimuladores bucais, para que a criança segure e já manipule sozinho, simulando uma escova de dentes. Brincadeiras com canudos, língua de sogra, encher balão, simulam movimentos necessários para sugar/cuspir na hora de enxaguar a boca. É importante respeitar a criança, caso apresente aversão aos estímulos táteis. Escovando os dentes. A independência na hora do banho deve ser estimulada por meio da participação ativa da criança. Desde muito cedo utilize esponjas de diferentes formas e texturas, faça bastante espuma, use brinquedos e estimule seu bebê a guardar ao final do banho. À medida em que seu filho desenvolve o motor, evolua o banho a fim de proporcionar desafios motores: troque a banheira por um ofurô assim que a criança adquirir "o sentar", troque o ofurô por banhos em pé, com uso dos tapetes antiderrapante assim que a criança começar a andar, estimule a se ensaboar, identificar as partes do corpo e a participar de todo o processo pós banho. Na hora do banho. O uso do banheiro de forma independente tem como "produto final" conseguir segurar o xixi e o cocô, porém há um caminho a percorrer até essa grande conquista que envolve minimamente os sistemas proprioceptivo, tátil, vestibular e visual. Usando o sanitário. Considerando as aquisições precursoras a esta habilidade, como por exemplo, contração e co-contração na região abdominal para conseguir identificar a vontade de ir ao banheiro, segurar e soltar o xixi e o cocô, não ter medo de altura e entender a sequência dessa ação: estimule sua criança a brincar de escalar, subir e descer de obstáculos, pular de alturas, pular obstáculos, brincadeiras de agachar e levantar, além disso, torne familiar o ambiente (banheiro) antes de iniciar o desfralde, modifique o ambiente em favor da criança, usando redutores de assento, escadinhas para apoiar os pés ou até mesmo utilize sequências em figuras. O vestir-se envolve sequências motoras elaboradas, como dissociar o ombro do quadril, coordenar o corpo bilateralmente, ter controle postural, equilíbrio, modular a força empregada a cada movimento, ter consciência corporal, aquisições com influências diretas dos sistemas táteis, proprioceptivos, vestibular e visual. Para tal aquisição, estimule sua criança a participar ativamente desde cedo, colocando os braços na blusa, apertando um velcro, depois vá graduando para coisas mais elaboradas. Na hora de se vestir. No dia a dia aproveite para fazer brincadeiras que estimulem habilidades necessárias na hora de se vestir sozinho: amarelinha ou brincadeiras de um pé só, movimento utilizado na hora de se vestir em pé, vai e vem, para coordenar os braços e ganhar amplitude de movimento, utilize brinquedos pequenos para encaixar ou colocar dentro de recipientes, brinquedos com grãos diversos para separar por características (pensando nas texturas), para estimular identificação e habituação tátil, melhorando os abotoamentos e amarrações. A dificuldade na hora de pegar no sono muitas vezes está relacionada à rotina que antecede a hora do soninho e em como os inputs sensoriais do ambiente são captados pela criança. As dicas que se seguem podem contribuir de forma generalizada, tendo em vista que é preciso avaliar questões orgânicas, fisiológicas e até mesmo neurológicas que interferem na qualidade do sono da criança. Sugere-se que ao menos 02 horas antes de dormir, a criança não tenha acesso às telas, brinquedos estimulantes visualmente e brincadeiras que a deixam agitada, ou seja, com um nível de alerta bem alto. Na hora de dormir. É importante uma rotina previsível antes de ir pra cama, introduza brinquedos como livros de histórias, de colorir, quebra cabeças ou brinquedos de encaixe, diminua as luzes na casa, coloque roupas confortáveis e condizentes com a temperatura do ambiente, se atente caso a criança se incomode com mantas e/ou cobertores, se sim, certifique-se que a roupa é suficiente e não insista em utilizar itens para cobrir. Essas foram algumas dicas para te ajudar na rotina das crianças com disfunções sensoriais. Esperamos que tenha gostado e que tenha aprendido coisas novas com esse material. Mas, ainda há muito a conversar e nos aprofundar sobre esses transtornos juntos ao espectro autista. Então, vamos juntos potencializar o desenvolvimento dos nossos pequenos? Até a próxima! Por hoje é só!