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integracao sensorial

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33
Integra~ao Sensorial na Crian~a corn
Paralisia Cerebral
- --
Llvia de Castro Magalhfies • Marcia Cristina Franco Lambertucci
Uma das demandas mais basicas de nossa existencia e
inteq5retar esti~~los-sefiSoriais~ esses esti-
___ ---- -. _-_. m_.
~S2. Tal habilidade inata para o£ganizar, i~~~Rre.tar
sen~~o,~s ~~sp"0J}1~dc: maneira_apJ22Eiada-#£ amE-i-
ente e....9_quese denomina integra<;ao_sensorial,_na-pers-
p~iva d~ A1~Ayres3~M;is ;;Pecificame-nte, integra-
caD sensorial e 0 processo_ neurologico que org~~~~s.?:,~---:._ c"'" ~ .•• ; ••••• c.:.o-~ -" --- - ••.. -:>-
sensa<;oesdo r.roprio corRo e do ambiente, permitindo a~,,--...-----.:.'- ~~ ... " ""'., --
organiza<;:aodo comRortamento _eq uso eficiente do corpo
~~ •.••••••• :"_ .--.. '"- . ..,.,,;.., ." __ ~~.~JO<~_ Ji::.: ••.•••
nas a<;:oese atividades que--fazemos rotiil-eiramente2,20.
__ 1,..._ ••- ':""",,,.$10 _ .•.~ __ .~ . ''''''!''-<:~-'J::":": ~-..., .~
Segundo Ayres2, todas as nossas a<;:oes,nao so motoras,
mas tambem processos de aprendizagem e forma<;:aode
conceitos, saD dependentes da capacidade para inter-
pretar informa<;:oes sensoriais. Informa<;:oes estas prove-
nientes do meio e dos nos sos movimentos e a<;:oesso-
bre materiais e objetos.
Considerando que 0 nosso mundo e sensorial, urn
dos primeiros desafios do bebe e organizar, interpretar
e integrar informa<;:oes dos virios sistemas sensoriais,
de forma a dar urn sentido ao que se passa a sua volta.
A maioria dos recem-nascidos, especialmente aqueles
nascidos a termo e livres de lesoes neurologicas, ja mos-
tra uma serie de respostas que indicam boa habilidade
para se organizar e responder a estimulos, como, por
exemplo, eles mostram boa organiza<;:ao dos estados de
alerta, respondem a sons, a estimulos visuais, saDcapazes
de se orientar para 0 seio e sugar em resposta ao contato
tatil na face ou boca e a maioria se aninha no colo da
mae, reagindo bem ao contato fisico e as sensa<;:oesde
movimento. Essa organiza<;:ao do comportamento em-------------- -~
resposta a demandas ambientais, observada desde 0 pe-
~iodo neonatal;-e-preCUrsora -aashabilida:des-futuras,
sendo que da boa rela<;:aoda crian<;:acolp 0 ambiente
vao emergir nO'y~s_habilidades e formas de se expressar
911. se com~rtar no mundo.
Na maioria das crian<;:as0 processo de integra<;:ao
sensorial ocorre de maneira natural, corn novos com-
portamentos se sobrepondo ou se expandindo as habi-
lidades iniciais do bebe, num processo, em grande par-
te, dependente das experiencias e oportunidades que a
crian<;:atern para interagir corn 0 meio. Ayres observou
que esse processo normal de organizar informa<;:oes e
usa-las adequadamente para responder e se adaptar ao
ambiente nem sempre ocorre da maneira esperada em
todas as crian<;:as.Desde seus primeiros trabalhos na
decada de 60, ate sua morte em 1988, dedicou-se ao
estudo da rela<;:aoentre processamento sensorial, com-
portamento e aprendizagem na crian<;:acorn dificuldade
escolar. Ela desenvolveu urn modelo teorico (i.e., teoria
de integra<;:ao sensorial), testes para avaliar problemas
de processamento sensorial em crian<;:as3,6e uma meto-
dologia para tratar os transtornos detectados corn os
testes denominados terapia de integra<;:ao sensoriap,6.
E interessante observar que, apesar de ter se dedi-
cado ao estudo do processamento sensorial em crian-
<;:ascorn disturbios de aprendizagem, suas ideias par-
tern de seu trabalho na decada de 50 corn crian<;:aspor-
tadoras de paralisia cerebral. Frustrada corn os resulta-
dos limitados da interven<;:ao motora em alguns casos
de paralisia cerebral, come<;:ou a questionar se os defi-
299
300
cits dessas crian<;:aseram puramente motoreslO• Para exa-
minar melhor essa questao, passou a estudar crian<;:as
corn problemas mais leves que pudessem ser testadas.
E 0 caso de crian<;:ascorn dificuldade escolar, que na-
quela epoca eram consideradas portadoras de uma le-
sac ou disfunc,:ao cerebral minima. Fazendo uma ana-----"- --
logia corn a para!!~a cc:!ebral, passooa explorar a_hi-
potese de queas dificuldades motoras apresentadas por
crianc,:as comdisHlrbio de ;p~endiiag~~ nao-ti~ham
uma base purament;m;:;tc;r~, mas -Sim sensorial. Corn
base em ~xtensa revisao da liter-;tura nas areas de neu-
robiologia, evolu<;:aoontogenetica e filogenetica, teorias
de aprendizagem e comportamento, desenvolvimento
motor e cognitivo, desenvolveu a teoria e criou testes
para detectar deficits sutis de processamento sensorial.
Envolvida em pesquisa sobre os disturbios de aprendi-
zagem, nao retomou a sua questao inicial sobre 0 defi-
cit sensorial na paralisia cerebral. Mais tarde, outros
autores passaram a descrever as possiveis alterac,:oessen-
soriais observadas nos diferentes quadros de paralisia
cerebral ]0.11.
Considerando que a terapia de integra<;:aosensorial
foi criada especificamente para 0 tratamento de crian<;:as
corn dificuldade escolar e que so recentemente passou a
ser aplicada coma tecnica auxiliar no tratamento de cri-
an<;:asportadoras de paralisia cerebral, e importante dar-
mos uma visao geral de teoria e terapia de integra<;:ao
sensorial antes de descrevermos os problemas de integra-
<;:aosensorial tipicos na paralisia cerebral.
DESENVOLVIMENTO DA TEORIA
DE INTEGRAC;AO SENSORIAL
Partindo da premissa de que "aprendizagem e uma fun-
<;:aodo cerebro; disturbios _d.~Rrehdizagem reflctem
algum desvio na fun<;:aoneural"2, Ayres construiu urn
modelo teorico para guiar a interven<;:ao, visando mo-~ -
// dificar disfun<;:oes neurologicas e promover a aprendi-
zagem. Pfocurou desvendar 0 papel das sensa<;:oespro-
prias do corpo, ou receptores proximais, ililCvestibu-
lar e proprioc~ptivo, no planejamento motor e organi-
~~~.9do.s:omport;~ento, alem de-seu'impacto na apren-
dizagem e desempenho escolar. Para testar suas ideias,
~la-desenvolveu uma serie de testes estandardizados. 0
primeiro, Southern California Sensory Integration Tests
- SCSIT3, e composto por 17 subtestes nas areas de per-
cep<;:aovisual, discrimina<;:ao tatil, planejamento mo-
tor, coordena<;:ao bilateral, cruzamento de linha media,
equilibrio e discrimina<;ao direita/esquerda. Mais tarde
foi inc1uido 0 teste de nistagmo p'os-rotatori04 para ava-
Reabilitac;ao
liar 0 reflexo vestibulo-ocular. Submetendo dados GO
SCSIT de crian<;:asnormais e corn disturbio de aprendi-
zagem a analise fatorial, identificou grupos de crian<;as
corn padroes especificos de escores ou tipos de disfun-
<;aode integra<;:aosensoriap·5.
Apesar de 0 SCSIT representar urn marco na histo-
ria da terapia ocupacional norte americana, por ser urn
dos primeiros testes normativos publicados por uma te-
rapeuta ocupacional, ele foi bastante criticado, especial-
mente pelo fato de ter sido normatizado apenas para
crian<;:asda California. Anos mais tarde 0 SCSIT foi subs-
tituido pelo Sensory Integration and Praxis Test - SIPr,
criado corn maior rigor psicometrico e inc1uindo amos-
tragem normativa nacional de crianc;:asnorte-americanas
e canadenses. 0 SIPT avan<;:ouno diagnostico dos pro-
blemas de planejamento motor e, novamente, atraves de
analise fatorial, contribuiu para atualizar a c1assifica<;ao
das disfun<;:oes de integra<;:ao sensorial, resultando nos
quadros descritos a seguir8•
Os testes tern papel de destaque na teoria de inte-
gra<;:aosensorial, pois, coma nao e possivel observar dire-
tamente os mecanismos neurossensoriais que ocorrem
no sistema nervoso central, temos que usar recursos, coma
testes e observa<;ao do comportamento, que seriam a ex-
pressao externa, observavel, do processamento sensorial.
Os testes sac tambem importantes porque representam a
operacionaliza<;:ao de ideias teoricas. Ou seja, se os testes", .
criados a partir da teoria sac Uteis para diferenciar gru-'
pos de crian<;asque apresentam disfun<;ao de integra<;ao
sensorial, isso significa que os principios teoricos que
nortearam a cria<;aode tais testes sac validos.
Alem do trabalho de Ayres, atualmente contamos
corn uma variedade de testes de integra<;:aosensorial: tes-
tes de triagem]5,testes diagnosticos3.7, questionarios18•23,
alem de observa<;:oesc1inicasnao estandardizadas13.]6. Cad a
novo teste ajudou a refinar conceitos ou descartar ideias,
contribuindo corn dados empiricos para a valida<;ao da
teoria de integra<;ao sensoriap7. Infelizmente, nenhum
desses testes foi padronizado ou adaptado para crian<;as
brasileiras, nao sendo tambem, em sua maioria, aplica-
veis a crian<;:ascorn paralisia cerebral.
DISFUNC;OES DE INTEGRAC;Ao'
SENSORIAL
Tendo coma base os dad os objetivos dos testes e as ob-
serva<;:oesc1inicas coletadas ao longo dos anos, atual-
mente as disfun<;:oesq.ejQ.t~gL<!<;a~uensPJ.ialsao_cl~
cadas em dois grandes g[u.p.QS:transtornos de modula-----'- ----~
~ao e problemas de discrimina<;ao (Fig. 33-1).
Integra<;:ao Sensorial na Crian<;:a corn Paralisia Cerebral
• Praxias
• Controle postural,
oculomotor e oral
• Organiza<;:ao do
comportamento
• Engajamento social
• Bem-estar emocional
• Aten<;:a%rienta<;:ao
Disfun<;:6es de
integra<;:ao sensorial
301
Fig. 33-1. Representa<;:ao simplificada das disfun<;:6es de integra<;:ao sensorial, indicando que os transtornos da modula<;:ao tern maior impacto social
e os problemas de discrimina<;:ao afetam mais 0 desenvolvimento motor.
Os tran~Q!:nos de modula~ao saG definidos coma
problem as na regula~ao e organiza~ao do grau, iiitensi-
dade e_natur~za-das respostas a estimulos sensoriais,-"que
-difiCcltan:!.-9: gradua~ao das respostas de acordo corn os
estimulos, result;;do em padr6esde"hiper-rea~a::?"Jtipf>-
rea~ao au resposta flutuante. 0 term 0m:odula~io e usado
de·diferentes'for;;;-asn;ii';ratura, sem caracteriza~ao unifor-
me desse tipo de disfun~ao, mas 0 que se observa saGformas
inapropriadas de reagir a certos estimulos, corn padr6es de-~ .•... ,..- -_ .... ~
comportamento atipicos, incompativeis corn a situa~ao
ou corn 0 momento. Tradicionalmente saG descritos qua-
~ ~ip~~sle.1@l1stor~ck ;;-odula~ao13:
• Defensividade sensorial: caracterizada por aversao e ten-
dencii a_s~ esquivar ou evitar estimulost£teis, olfati-
vos, auditiv~~. gustativos, que a maioria das pessoas
nao consideraria coma nocivos. Dentre estes, a defensi-
_. --.---------- ~
vidade tatil e 0 guadro clinico mais conhecido. Crian-.. -==--..:;;.--~ - ---'------ - ._-
~as corn defensividade titil tendem a evitar 0 contato
fisico corn pessoas e objetos, sendo comum os pais des-
creverem que elas nao gostam de beijos e abra~os, nao
suportam as etiquetas internas de roupas, ou que rea-
gem de maneira agressiva, distribuindo tapas e empur-
roes em outras crian~as que se aproximam dela.~o-
mum que a defensividade tatil apare~a associada a ou----.---- ---
tros sinais de hipersensibilidade sensilliaI;com resposta
aumentada a odores ou son~" Cria-n~as hipersensiveis
tend em a ser mais irritaveis desde bebes. Choram ao
contato fisico corn os pais, rejeitam alimentos, se assus-
tarn e se irritam corn qualquer ruido.
• Inseguranra gravitacional: caracterizada por medo ex-
_~es~ivode ~ovi~ento:desproporcional ao estimulo e
as habilidades motoras do individuo. A crian~a tern
medo de subir em brinquedos de parque, mesmo que
sejam baixos e de tamanho apropriado para sua idade.
Ela nao gosta de tirar os pes do chao e se sente insegura
em superficies instaveis, precisa de apoio para descer
~s~ada~ e demonstra medo de escada rolante, de balan-
~os e outras atividades motoras tipicas infantis.
• Resposta aversiva ou intolerancia a movimento: rea~ao
de nausea e mal-estar a estimulo de movimento que a
maioria das pessoas nao ~onsideraria nocivo. E a crian~a
q~e enjoa facil~ente ou tern dor de cabe~a quando vai
no balan~o, ao andar de carro ou mesmo quando ve
outras crian~as balan~ando, geralmente evitando tais
atividades.
Hiporresposta a estimulos: pouca rea~ao a estimulo, a
crian~a parece nao notar ou registrar 0 estimulo, as vezes
observa-se lentidao na resposta. E 0 caso da crian~a que
roda intensamente no balan~o, por longo tempo, sem
nenhuma rea~ao, que desce do balan~o quando ele ain-
da esta no alto, parecendo nao notar 0 movimento, que
se machuca, mas nao reage, que e capaz de escutar, mas
nao responde ao chamado e demora a reagir a sons, coma
musica, uma sirene ou urn sino repentino.
E importante ressaltar que nos transto~os da
modula~ao, alem das··respostas comporta~tais," ob-
servam-se tambem altera~6es fis~16gicas: mediidas pelo
sistema nervoso autonomo (i.e., altera~ao de ritmo
"-\
Deficit postural: caracterizado principalmente por si-
nais posturais severos, sugestivos de processamento ves-
tibular/proprioceptivo inadequado, tais como, tonus
postural baixo, dificuldade para assumir e manter 0
padrao de extensao total contra a gravidade (pivo-pro-
no) e rea<;:6esde equilibrio abaixo do esperado para a
idade. Geralmente sac crian<;:asmais lentas, corn gran-
de dificuldade motora, especialmente nas atividades de
coordena<;:aomotora grossa.
b., Deficit de integrarao bilateral e seqiienciamento: alem
de sinais posturais leves, relacionados ao processamen-
to vestibular-proprioceptivo, observa-se maior dificul-
dade para usar os do is lados do corpo em atividades
bilaterais complexas que exijam antecipa<;:aomotora, I
coma e 0 caso de brincadeiras corn bola, esportes em
\ geral e em atividades escolares, coma 0 recorte e tra<;:ado.
c. Somatodispraxia: observa-se dificuldade em tarefas de
( coordena<;:ao motora grossa e fina, sendo que 0 que
\ caracteriza esse quadro clinico sac dificuldades eviden-
tes para aprender tarefas novas e ter ideias de coma
~ usar brinquedos ou ferramentas. Geralmente esta asso-) ciada a uma variedade de deficits de processamento sen-
, sorial, mas 0 ter~plica a condi<;:6es_na~ q~is exis-! tern evidencias de deficitsde~discriI11ina<;:aotatil/soma-
I ~.ossens~i;( G~~lm;nte a crian<;:ae desc!~ta pelos pais
\ ou professores coma estaoanada e desatenta, po is pare-------- - - _.- ----" .-
I c~.nao entender aspectos simples de brincadeiras mo-
o toras.
\~
'J
302
respirat6rio e cardiaco, mudan<;:ade cor da pele, sudore-
se etc.), que sinalizam estresse e preparam 0 organismo
para "£UgaOUluta":Taisrea~6es, assim coma algum com-
portamento e;; resposta a estimulos, nao esta sob con-
trole voluntario da crian<;:a,e, dessa forma, nao adianta,
por exemplo, insistir corn a crian<;:apara que ela seja
gentil e nao bata nos colegas, ela as vezes bate sem perceber!
Os problemas de discrimina<;:ao se manifestam por
difi~desoDservaveis no planejamento motor (pra-
-xias), controle posturarecc;ordena<;:a~'-bil~t~~a["AS- fa-~ - .. ------~-_ .•.. __ .. -
Ihas na discrimina<;:ao de esti~u.los.t;1teis,_Yestibl.:llarese
pro~ioceptivos, avaliadas principalmente atra~e
testes coma 0 SCSIT e 0 SIPT3,7,vao influenciar 0 de-
..senvolvimento mPtocda_crian<;:a,.r~sultandQ_em_. tr;;s-
tornosda.s9_Q1:d~na<;:ao_motora_de_in tensidad~y~I~da
que, na nova tipologia de integra<;:aosensorial, sao ~g;~-
pados sob0 termo -generico de disPl.~xias, Sll.bdiyidi?as
em tres quadros principais, de acordo corn os sinais
sensorimotores predominantes: ---/
\a.
E importante observar que cada urn dos tipos de
disfun<;:aoaqui descritos sac quadros clinicos diferencia-
dos, que podem estar associados ou nao a problemas
Reabilita~ao
de modula<;:ao sensorial. Sem dlivida, a maneira mais
confiavel de se fazer 0 diagnostico das disfun<;:oes de
integra<;:aosensorial, principalmente quando se trata de
problemas de discrimina<;:ao sensorial, e atraves da apli-
ca<;:aode testes padronizados. Ressaltamos, no entanto,
que 0 born clinico, conhecedor da teoria de integra<;:ao
sensorial, usando os procedimentos tipicos de avalia-
<;:ao,que incluem a entrevista corn pais e professores e a
observa<;:aoclinica do desempenho da crian<;:aem am-
bientes relevantes, po de identificar os diferentes padroes
de disfun<;:ao de integra<;:aosensorial e tra<;:arurn pIano
apropriado de tratamento. Apesar de nao ser dificil
detectar sinais isolado! de falhas j~ p_rgcessamento_s~
sorial,' a te-rapia-;;o-deyesei- i~icada §.LOS.Pro~s
observados Jiyeremj111pacto nodesempenhofuncionar... -- -- --------------
.d~..£~n<;:a.
TERAPIA DE INTEGRA~AO
SENSORIAL
A terapia de integra<;:ao sensorial e voltada para a pro-
mo<;:ao de estillluG.~aosen§.orial, especialmentetatil,
~ves..tiQular e proprioceptiva, atra~~s..~ bE.~cadeiras- e
ativiga.des llidicas, corn participa<;:ao ativa da c-;'ian<;:a."'A
oportunidade para receber uma quantidad'~xtra de
estimulos sensoriais, durante brincadeiras significativas
para a crian<;:a,aumenta sua habilidade para processar
informa<;:oes e responder apropriadamente aos estimu-
F los. A enfase, portanto, nao e so na estimula<;:ao senso-
-!ial, ~principalmente_~m c<2.,mo;-~ia~~~ ~~'organi-
z~ara'-re~pojider aos estimulos e emitir r~sP2sta~ap:
tativas. Resposta adaptativa ger~.lmente.se.refere a habi-
lidade para manter 0 controle postural, pl~-os
.~o~CtPentos e.manter ate!2<;:aoapropriada;-=cie~for~
! obter sucesso na tarefa, Atraves da escolha ativa de brin-
.J;,.: cadeiras, equipa~~ntos e materiais, a crian<;:aexpressa
seu nivel de desempenho e capacidade de processamen-
to sensorial, cabendo ao terapeuta graduar as ativida-
des e promover 0 "desafio na medida certa" para desen-
cadear respostas adaptativas cada vez mais complexas,
que demand em maior integra<;:ao sensorial.
A sala de terapia e equipada corn materiais para
estimula<;:ao tatil, coma a caixa de texturas, corn obje-
tos que variam de pinceis e esponjas, a aleool, taleo,
brinquedos texturados, que despertam a curiosidade da
crian<;:a,alem de colehoes e almofadoes aconchegantes.
Balan<;:osde formatos variados sac usados para estimu-
la<;:aovestibular e proprioceptiva, sendo alguns tradicio-
nais, coma a rede, 0 balan<;:ode camara de ar, 0 trape-
zio e outros brinquedos de movimento, coma os carri-
Integrac;:aoSensorial na Crianc;:acorn Paralisia Cerebral
nhos de rolima, a rampa e 0 trampolim. A sala de tera-
pia e projetada para permitir estimula<;:aosensorial, em
urn ambiente seguro e agradavel, no qual a crian<;:aex-
perimenta diferentes atividades e padroes de movimento.
o ponto-chave da terapia e a co!?bina<;:ao entre
estiffiUla<;:aosensoriar inere;lte io ambiente'de terapia,
- e as atiVidades que promovam o-'aesa:fiOila"meaiaa
certa", que criam oportunidades para a solu<;:aode pro-
blemas ~-;;t~um-co-ritextodemincadeira~ o'te-
-" ,""""'-"~
rapeuta atua coma parceiro da crian<;:anas brincadei-
ras, mas esta sempre vigilante para adaptar 0 ambiente
e graduar as atividades de acordo corn os objetivos tra-
<;:ados.0 sucesso no desempenho das atividades e im-
portante, pois aumenta 0 senso de competencia da cri-
an<;:ae estimula a participa<;:ao em brincadeiras cada vez
mais complexas.
INTEGRA<;Ao SENSORIAL NA
PARALISIA CEREBRAL
Ana tem 3 anos e apresenta quadriparesia espastica. Ela
e completamente dependente, nao se locomove sozinha,
apenas auxilia nas AVDs e se comunica pelo olhar, com
emissao ocasional de alguns sons. 0 primeiro contato
com Ana [oi in esquecivel: erameu primeiro dia de traba-
lho em uma escola especial e ao me aproximar de uma
sala em que as crianras faziam exercicios motores escutei
um choro alto, agudo e constante. Olhei pela porta e vi
uma crianra pequena sendo balanrada sobre uma bola
de terapia. Ela elevava os braros e jogava 0 corpo para
tras. Custei a acreditar que uma crianra taG pequena
pudesse chorar taG alto! Bla chorou durante os 30 mi-
nutos da sessao. Mais tarde observei que a crianra fica-
va isolada na sala de aula. As atendentes a evitavam
devido ao comportamento irritavel e, apesar do pouco
controle motor das extremidades superiores, se tivesse
oportunidade, ela puxava os cabelos e unhava quem se
aproxlmasse.
Analisando melhor a situarao, ficou evidente que
Ana tinha uma historia de poucas experiencias sensoriais.
Talvez devido a irritabilidade de Ana, ou a carencia de
recursos, em casa nao havia brinquedos e ela passava a
maior parte do dia deitada em um colchao no chao ou
sentada com apoio de travesseiros. Quando no colo,
ela se agarrava [ortemente ao corpo da mae, tendo difi-
culdade para se soltar e passar para 0 colo de outras
pessoas. Ela sempre se agarrava as pessoas que a trans-
portavam. A alimentarao era um momento de grande
tensao, pois Ana geralmente se recusava a comer, cus-
pindo boa parte do que a mae conseguia colocar em
303
sua boca. Nao era a toa que ela era taGpequena e ma-
gra. Com algum sentimento de culpa, a mae relatava
que havia desistido de fazer os exercfcios motores em
casa, pois Ana chorava muito, aumentando ainda mais
a tensao no corpo.
o caso de Ana ilustra uma situa<;:aotipica no tra-
tamento de crian<;:ascorn paralisia cerebral, area na qual
geralmente se da mais enfase as dificuldades motoras,
em detrimento dos aspectos sensoriais. Como a p~p-
<;:aosensorial adequada d~_estimulQs~moientals e inte-
gra~ao-deinforma<;:6es _s~n~oritp2~2ras ~;iOVitaisparaa
matura<;:aonemomotora normal, disfun<;:oes sensoriais---
tern-grande impacto funcional, prejudicando aindamais
o dese!I).penho m~tor. No caso de Ana, a defensivici~Je
tatil e a inseguran<;:a gravitacional contribuiam para a
irritabilidade e 0 humor instavel, que acabaram por
reduzir suas oportunidades de intera<;:ao e mesmo de
receber urn tratamento adequado, pois 0 choro cons-
tante afastava as pessoas.
As disfun<;:oessensoriais apresentadas por crian<;:as
portadoras de paralisia cerebral podem ser caracterizadas
coma deficits primarios ou secundarios. As disfun<;:oes
primarias decorrem da mesma lesao que resultou na de-
sordem de movimento. Transtornos secundarios pod em
ocorrer devido as limita<;:oesde movimento e conseqiiente
dificuldade em vivenciar certas posturas e posi<;:oes,0
que priva a crian<;:ade experiencias importantes para
o born desenvolvimento sensorimotorlO•
Urn dos pontos-chave do tratamento da crian<;:a
corn paralisia cerebral e identificar se os sinais compor-
tamentais observados sao relacionados a disfun<;:ao de
integra<;:ao sensorial ou se sao uma expressao da lesao
do sistema nervoso central. Varios estudos documen-
tarn deficits sensoriais em crian<;:ascorn paralisia cere-
bral. Os deficits na percep<;:aosomatossensorial sao mais
bem descritos, nao havendo estudos sobre as disfun-
<;:oesvestibulares. Os deficits na sensa<;:aotatil, especial-
mente nas maos, d;C[ian<;:as-wm paralisia cerebral, sao
.basta1lt~.~o~ll_r:.~ sendo mais freqiieJ;tes nos quadros
espasticos que nos quadros atet6ides. E importante ob-
< servar que na cfian<;:ahemiparetica 0 deficit tende a ser
mais grave e bilateral. Entre crian<;:asbrasileiras porta-
doras de diparesia espastica, Teixeira25 observou que 89%
apresentavam deficit na discrimina<;:ao de dois pontos e
28% em estereognosia. Tais altera<;:oesdevem ser mais
bem avaliadas, pois tern impacto no uso funcional das
maos.
Alem dos problemas resultantes de lesoes especifi-
cas, acredita-se que as experiencias sensoriais sao afeta-
das de virias formas pelos transtornos neuromotores.
A ativa<;:aoanormal da musculatura altera a qualidade"
304
_d_a_s_i_n_fo_r-:m---:_as:_6e_s_cinest.e.ELc3~e_proprioc~e.tivas. As pou-
cas experiencias de movimento independente reduzem
o aporte de estimulos vestibulares, t;iteis e propriocepti-
vos, observando-se, em algumas crianc;as, inclusive au-
mento de tonus, devido exatamente a necessidade de
ganhar consciencia proprioceptiva de certas partes do
corpolO.
-9_s_paslr<3esanormais de ~onus muscula~, caracte-
risticos_dos_quadros neurQ!llotores, interferem na qua-
__li9ade dQ.feegback £roprioceptivo,.o_que.dific.\:llt;- mais
:ajpda Lexecuc;ao dos movimentos. Crianc;as corn defi-
cit motor grave tern movimentos muito limitados em
todas as posic;6es, os movimentos voluntarios contra a
gravidade sap dificeis, sendo comum observarmos difi-
culdade para elevar a cabec;a ou retifica-Ia na vertical,
sentar-se independentemente, fazer movimentos con-
trolados das extremidades contra a gravidade e fazer
explorac;ao tatil do corpo. Como as experiencias tateis,
visuais, vestibulares e proprioceptivas saDrestritas, ocorre
importante privac;aosensorial nestas crianc;as9•
\ Nas crianc;as hemipareticas, a assimetria postural) predominante afeta as sensac;6es tateis e propriocepti-
«vas provenientes dos dois lados do corpo e a posic;ao
assimetrica da cabec;a interfere no processamento de in-
I formac;6es visuais e vestibulares9• Os padr6es anormais
I de descarga de peso e as assimetrias resultam em reedba-
lCksomatossensorial inadequado, que prejudica 0 de-se~volvim,e~to do .esquema corporal: da orientac;ao paraa lmha medIa e a mtegrac;ao dos dOlS lados do corpo12.
Associados ou coma consequencia dos deficits
primarios e secundarios de discriminac;ao sensorial, e
comum observarmos, coma no caso de Ana, sinais de
transtornos da modulac;ao, corn presenc;a de defensivi-
dade tatil e inseguranc;a gravitacional, que contribuem
para problemas de comportamento, alem de aumento
na tensao corporal e fixac;6es em resposta a movimento
e ao contato tatil corn pessoas e objetos.
Uma vez que os problemas de processamento sen-
sorial sap mais regra que excec;ao na paralisia cerebral,
e importante estar alerta para os sinais sugestivos de
falhas na discriminaC;ao e na modulac;ao. Apesar de ser
dificil identificar quais problemas apresentados pela
crianc;a estao relacionados ao deficit sensorial e quais
se devem ao quadro neuromotor, Blanche e NakasujilO
sugerem que quando a crianc;a responde de maneira
atipica a intervenc;ao centrad a nos problemas neuro-
motores, deve-se suspeitar de transtornos sensoriais, sen-
do essencial uma avaliac;ao sensorial mais detalhada.
Naturalmente, muitas crianc;as portadoras de paralisia
cerebral pod em ser submetidas a testagem formal, ha-
vendo, coma comentado, varios testes padronizados.
Reabilita~ao
A maioria das crianc;as portadoras de paralisia cere-
bral, no entanto, nao tern condic;6es de responder a
testes formais, sendo importante observar os sinais com-
portamentais. No Q!1adro 33-1 apresentamos alguns
dos sinais observados nas principais disfunc;6es de in-
tegrac;ao sensorial que podem ajudar 0 terapeuta a iden-
tificar problem as sensoriais na crianc;a corn paralisia
cerebral. Alem dos sinais, apresentamos sugest6es de
intervenc;ao para cada tipo de disfunc;ao. Estas saD ape-
nas algumas ideias, uma vez que 0 tratamento deve
basear-se nas necessidades e interesses especificos de cada
cnanc;a.
TERAPIA DE INTEGRA<.;Ao
SENSORIAL NA PARALISIA
CEREBRAL
A terapia de integrac;ao sensorial na crianc;a corn parali-
~ia cerebral segue os mesmos principios descritos, mas
I e necessario ~~ptar eq~palIl~E.!.0Y~~.i~tensid~osf estimulos, de acordo corn as necessidades e quadro cli-1nico de cada crianc;a. A terapia de integrac;ao s~sorial
geralmente nao e usada coma abordagem exclusiva na
paralisia cerebral, sendo muitas vezes usada em combi-
nac;ao corn outras abordagens apropriadas para 0 trata-
mento de transtornos neuromotores, coma e 0 caso do
metodo neuroevolutivoIl.
A participac;ao ativa e 0 uso de estimulos adequa-
dos para ativar niveis apropriados de alerta e alimentar a
motivac;ao interna da crianc;a sap essenciais na terapia.
No caso de crianc;as mais comprometidas, 0 desafio para
o terapeuta e ler os sinais fisiol6gicos, motores e compor-
tamentais para guiar a intervenc;ao. Buscando certos esti-
mulos sensoriais e demonstrando prazer ao experimen-
ta-Ios ou evitando e se desorganizando diante de estimu-
los corn os quais nao sabe lidar, a crianc;a nos informa
sobre as necessidades de seu sistema nervoso. Sao esses
sinais que vao indicar quando e necessario dar suporte
fisico, atraves do manuseio e adaptac;ao de equip amen-
tos, ou emocional, atraves do contato fisico e da intera-
c;ao,para que a crianc;a consiga fazer as atividades de seu
interesse. Aqui vale a premissa de que a observac;ao e
nQ~~o_mclhor_guia.0 terap~uta deve esta~
as resposta.s da crian~a_e.ao_ambiente, E<?ise da inter~~o
crlanc;a-ambiente que vao surgir as r.espostas adaptati;as.
o terapeuta deve posicionar corretamente a crian~a e
observar reac;6esadversas, coma variac;6es no tonus pos-
tural e nivel de alerta, palidez, sinais de desconforto, adap-
tando gradualmente as atividades. Os sinais de descon-
forto sinalizam a necessidade de interromper ou modifi-
Integra~iio Sensorial na Crian~a corn Paralisia Cerebral 305
•••
Fig. 33-2. Crian~a se prepara para balan~ar no "cavalo voador". Esse e
um balan~o muito util, pois permite posicionamento simetrico, abdu~ao
do quadril e exige uso bilateral das maos, alem de ser muito divertido.
Fig. 33-3. Uma forma potente de dar estfmulo vestibular linear e usar 0
carrinho de rolima para descer a rampa. Na posi~ao prona, facilita a
extensao do corpo contra a gravidade e a co-contra~ao do pesco~o, alem
de exigir for~a e coordena~ao bilateral dos membros superiores.
car a atividade, no entanto, altera\=oes de tonus geral- pensos pode ser perigoso, ainda mais se considerarmos
mente sac passageiras, cabendo 0 julgamento clinico do a dificuldade de controle motor na paralisia cerebral,
terapeuta. E importante aumentar desafios e promover sendo comum a crian\=a ter receio de experimentar al-
respostas adaptativas, que no caso de crian\=ascom qua- -..,......gumas atividades. Uma boa estrategia para que a crian\=a
dro mais grave podem se restringir a uma melhor retifi- '~ se sinta men os amea\=ad; e falar~m ela sobre 0 que val
ca\=ao da cabe\=a, um periodo maior de aten\=ao a um t ser feito, evitati.Ck)SitU~o~das que po~
brinquedo, ou mesmo um suspiro de alivio e prazer ao '~~tp.~~m_entosi~OS:-Como
balan\=ar na rede.......••. inClicado no QIadro 33-2, existem vantagens e desvan-
Como e tradicional nessa area 0 uso de balan\=os e tagens no uso da terapia de integra\=ao sensorial na pa-
equipamentos suspensos para estimula\=ao vestibular, e ralisia cerebral, cabendo ao terapeuta avaliar as necessi-
necessario aten\=ao redobrada com a seguran\=a fisica da dades de cada crian\=a e aplicar os recursos terapeuticos
crian\=a, usando colchoes e equipamentos seguros para mais eficazes para a situa\=ao em questao (Fig. 33-3).
evitar acidentes ou sustos que vao prejudicar a evolu- ""V'7 E importante lembrar que integra\=ao sensorial nao
\=aoda crian\=a (Fig. 33-2). 0 uso de equipamentos sus- it e 0 mesmo que estimula\=ao sensona£yois em algumas
situa\=&s precisamos reduzir ou evita,Lcgtos tipos de
~los. Ressaltamos tambe~ con~ de inte::
•....•..gra\=ao sensorial nao e compativel com estimula\=ao
sensorial passiva. A crian\=a nao deve ser for\=ada a rece-
ber estimulo sensorial e 0 terapeuta, mesmo nos casos
mais graves, deve encontrar formas de captar e acompa-
nhar 0 interesse da crian\=a. Os pais e cuidadores estao
sempre atentos e podem dar muitas informa\=oes sobre
os sinais de estresse e pistas para facilitar a comunica-
\=aoe expressao da crian\=a.
Alem da interven\=ao direta com a crian\=a, que
geralmente se resume a 1 ou 2 sessoes semanais de 50
minutos, e essencial a interven\=ao indireta, via orienta-
\=aode pais e organiza\=ao de uma dieta sensorial que de
suporte ao desempenho diario da crian\=a. 0 conceito
de dieta sensorial parte do trabalho de Wilbarger27, que
propoe que precisamos de uma certa quantidade de es-
timulo sensorial para manter a organiza\=ao do com-
portamento e 0 bom desempenho nas tarefas que faze-
mos diariamente. No caso da paralisia cerebral, devido
a restri\=ao motora da crian\=a, e importante organizar
uma rotina diaria que de maior oportunidade para re-
ceber estimula\=ao sensorial adequada.
A dieta sensorial e individualizada e planejada com
a familia, visando introduzir nas rotinas diarias elemen-
tos que, sem aumentar as demand as no cuidado da cri-
an\=a,contribuam para reduzir as respostas defensivas e
melhorar a organiza\=ao e a estabilidade do comporta-
mento. Em geral se enfatiza a importancia de rotinas
bem estruturadas, previsiveis para a crian\=a,que incluam
atividades que promovam tato/pressao, propriocep\=ao
e movimento, estimulos tradicionalmente usados para
redu\=ao da agita\=aoe de comportamentos defensivos2,28.
o sucesso da dieta dependeda observa\=ao do tipo de
estimulo que funciona melhor para cada crian\=a, po-
dendo consistir em sugestoes simples, como, por exem-
plo, introduzir vegetais crus ou frutas mais s6lidas na
i
-- .
Quadro 33-1. Sinais sugestivos de disfunc;ao de integrac;ao sensorial na crianc;a com paralisia cerebral e sugest6es para intervenc;ao
Sinais clfnicos das principais disfunc;oes de integrac;ao sensorial
Oe{ensividade tati/
Irritavel ao manuseio. Pode esticar-se, arquear-se, mudar a expressao facial (caretas) e
chegar ao choro ao ser tocada.
Evita tocar ou demonstra aversao a certas texturas como areia, cremes, pintura a dedo,
animais de pelucia, certos tipos de tecidos e bichos de borracha. Pode fechar
vigorosamente as maos*.
Evita tirar sapatos e meias e pisar em superficies texturadas (p. ex., grama, carpete), as
vezes tende a andar na ponta dos pes.
Demonstra desconforto ao lavar rosto, cortar unhas e cabelo.
Sente-se extremamente incomodada com as etiquetas, enfeites e certas texturas das
roupas, preferindo roupas mais largas e sem elasticos.
Observa-se irritac;ao ou aumento de tensao ao ser despida ou vestida.
Tem reac;6es exageradas a pequenos arranh6es ou ferimentos. As vezes ate 0 ar do
ventilador incomoda.
Tende a bater ou empurrar outras crianc;as e a ser "agressiva" nas brincadeiras.
Escolhe muito 0 que come, prefere comida pastosa/lfquida, cuspindo fora pedacinhos
inesperados de alimento.
Inseguran{:a gravitaciona/
Se agarra ao terapeuta quando colocada sobre bolas ou rolos. Fica ansiosa quando tira
os pes do chao. Tem medo excessive de cair e de altura.
Resiste em ser colocada em posic;6es em que tenha que mover 0 tronco ou cabec;a
para tras, mesmo se apoiada. Passar de sentada a barriga para baixo pode causar .
verdadeiro panico.
Enrijece ou arqueia 0 corpo, "tranca" articulac;6es epode chegar ao choro, quando
deitada de barriga para baixo na bola ou rolo e movimentada para frente.
Demonstra medo excessive ou extrema inseguranc;a em iniciar a marcha, andar sobre
superficies irregulares ou subir e descer escadas*.
E muito cautelosa para se movimentar, podendo se isolar de outras crianc;as em
situac;6es de brincadeira, como, por exemplo, na hora do recreio da escola.
Into/erancia a movimento
Sinais de fisiol6gicos de palidez, extremidades frias, nausea em resposta a movimento.
Movimentos que envolvam rotac;ao sac especialmente incomodos, causando mal-
estar, nausea ou dor de cabec;a. A crianc;a tentara evita-Ios.
Andar de carro ou no elevador provoca enjoo.
Sugestao de atividades terapeuticas
Em primeiro lugar, nao force ou imponha estfmulo, permita que a crianc;a controle a
intensidade, quantidade e local onde deseja receber estfmulo tatil. Atraves de
brincadeiras, incentive que toque e experimente materiais e objetos texturados de forma
ativa.
o toque com pressao firme e de melhor aceitac;ao para crianc;as mais sensfveis. Procure
nao toca-Ia de forma inesperada e evite 0 toque leve quando for manusea-Ia.
Procure usar equipamentos para facilitar reac;6es posturais, em vez de tocar ou usar
manuseio direto na crianc;a.
Cubra os equipamentos com tecidos texturados ou carpete macio.
Crianc;as muito sensfveis podem se sentir ameac;adas quando tem que tirar sapatos,
meias, blusas para as sessoes de terapia. Permita que ela retire as pec;as de acordo com
sua tolerancia.
Incentive 0 usa de buchas com texturas variadas no ban ho, nao esfregue
demasiadamente e estimule a crian<;:a a esfregar seu pr6prio corpo. Use toalhas macias e,
se a crianc;a for muito sensfvel, em vez de esfregar, ir apertando a toalha em seu corpo.
Utilize creme, talco, espuma de barbear, pinceis, rolinhos de pintura, buchas, luvas
texturadas, para brincar de "Pintura do Corpo". Incentive a crianc;:a a passar em seu
pr6prio corpo.
Piscina com graos, flocos de isopor, pedac;os de espuma, para a crianc;a entrar dentro ou
brincar de cobrir as macs e os pes.
Desenhar com as maos ou dedos sobre uma superffcie com talco, creme, espuma de
barbear, gelatina (p. ex. espelho, mesa ou quadro).
Brinque de colocar buchas ou outros objetos texturados macios dentro da roupa da
crianc;a, para que possa encontrar ou se movimentar com eles.
De controle a crianc;a, balanc;os devem ser pendurados em uma altura que permita que
ela suba e desc;a com facilidade. A altura deve permitir que a crianc;a ap6ie os pes ou as
maos no chao sempre que desejar.
Gradue os movimentos dos balanc;os; para uma crianc;a insegura e com pobre controle
postural, um pequeno deslocamento pode ser excessivo.
Sempre use colchoes para protec;ao, no caso de queda.
Crianc;as mais inseguras inicialmente podem se sentir melhor balanc;ando no colo ou
junto a um adulto.
Varie a posic;:ao nos balanc;os para que a crianc;a tenha experiencias diferentes. De 0 suporte e
a ajuda necessarios para manter 0 alinhamento com ativac;ao muscular apropriada, evitando
assimetrias ou posturas inadequadas. Adapte os balanc;os para dar canforto e seguranc;a.
As atividades nos balanc;os devem ser divertidas, enriquec;a as brincadeiras, por exemplo,
jogando uma bola para acertar no alvo com as maos ou cam os pes. Esta e uma estrategia
especialmente importante para as crianc;as que sac mais repetitivas e pouco criativas.
Em primeiro lugar, respeite a tolerancia da crianc;a. Observe atentamente os sinais
fisiol6gicos, de forma a graduar as atividades de acordo.
Estimulac;ao vestibular do tipo linear geralmente e mais bem ace ita por crianc;as
intolerantes. Inicie com atividades lineares, com menDs movimento e, de acordo com a
aceitac;ao da crianc;a, progrida para atividades com mais movimento, incluindo rotac;ao.
Hiper-rearao ao estrmu/o proprioceptivo
E muito irritavel ao manuseio ffsico, ficando muito incomodada com mudanc;:as de
posic;:ao do corpo. Crianc;:as pequenas ficam irritadas, por exemplo, com a troca de
roupas.
Fica muilo incomodada durante a realizac;:ao de alividades em que e eSlimulada a
realizar descarga de peso sobre os membros ou com 0 estJmulo passivo de compressao
sobre as arliculac;:oes.
Evila atividades de puxar ou pendurar-se*.
Insiste em aceitar apenas alimentos de certas consist<"!ncias.
Pobre discriminar;ao tilti/
Dificuldade em localizar onde foi tocada, sem auxflio da visao.
Dificuldade em reconhecer objetos com as maos utilizando 0 tato.
Os objelos e brinquedos escapam facilmente das maos*.
Precisa olhar para as maos enquanto manipula objetos. Tem dificuldade para fazeI'
atividades de vida diflria sem olhar (p. ex., manejar fechos e botoes, levar colher a
bocaJ.*
Usa a boca para explorar objetos, quando tem habilidade suficiente nas maos.
Parece nao sentir dol', se machuca e nao sabe como isso ocorreu, ou nao consegue
indicar onde d6i.
Pobre discriminar;ao vestibu/ar-proprioceptiva
Dificuldade em realizar ajustes posturais e mantel' equilfbrio, especialmente durante 0
movimento.
Dificuldade em mantel' postura ereta quando sentada ou de pe por um perlodo de
tempo* (p. ex., quando realiza atividades de mesa, tende a se debruc;:ar sob re a mesa).
Tende a andar na ponta dos pes, mesmo quando nao ha outro motivo que justifique 0
padrao (p. ex., alterac;:ao importante de tonus).
Nao modula bem a forc;:a quando manipula objetos ou toca as pessoas.
Dispraxia
Dificuldade em decidir 0 que vai fazeI' e/ou como vai fazeI'. Quando escolhe 0 que
queI' fazer, tende a ser repetitiva.
Tem receio de experimental' atividades motoras novas. Prefere situac;:oes previslveis ou
atividades que fazem parte de sua rotina.
Dificuldade para expressar ideias atraves da linguagem ou ac;:ao*.
Consegue realizar separadamente cad a passo de uma atividade, mas necessita de ajuda
para seqOenciar as varias etapas.
Dificuldade em aprender e executaI' com precisao atividades novas que requerem
movimentos amplos ou finos*.
Dificuldade oromotoras, tais co mo, sugar, mastigar, soprar. *
Dificuldade para se vestir e alividades motoras seqOenciadas* (p. ex.: aboloar, pular,
cortar com tesouraJ.
Se frustra facilmente, pode ser agressiva e deslruliva no brincar.
Tem dificuldade para brincarcom outras crianc;:as.
*Rdere-se a dificuldades maiores do que 0 esperado devido ao quadro neuromotor.
Crie brincadeiras divertidas com materiais que deem mais resistencia, como, por
exemplo, puxar fitas de theraband, esticar massinha elastica ou abrir com 1'010 de pastel,
brincar na rede de /ycra, empurrar a bola de terapia na "guerra" contra 0 terapeuta, usa
de cama elastica ou trampolim.
"Cabo de guerra adaptado"- esta e atividade que pod.e ser feita no balanc;:o, para
estimulac;:ao proprioceptiva e vestibular, por exemplo, a crianc;:a deila de barriga para
baixo ou senla em um balanc;:o grande (i.e., plataformaJ, segura em uma ponta da corda e
o terapeuta segura a outra. Ambos puxam a corda.
Brincadeiras com bolas e maleriais texturados.
"Saco ou caixa de surpresas" - encontrar objetos denlro de um saco ou caixa ulilizando
somente 0 tato. FazeI' 0 mesmo com caixa de graos.
"Sandulche" - enrolar a crianc;:a em um colchonete sem envolver a cabec;:a e
devidamente posicionada. II' dando pequenos apertoes sobre 0 corpo da crianc;:a.
Estimular a rolar. Almofadoes podem ser usados como "pao" e a crianc;:a 0 "recheio" do
sandulche.
"Amassa pao" - deitar a crianc;:a sobre um colchonete e rolar uma bola fazendo pressao
sobre seu corpo. Cantar e nomear as partes do corpo.
Para aumentar a estimulac;:ao proprioceptiva podemos combinar atividades de puxar e
empurrar com as atividades vestibulares ..
UsaI' balanc;:os de formas variadas, como rede, gangorra, trapezio, 1'010 voador, balanc;:o
infanti!.
Usar a bola grande de terapia para a crianc;:a brincar de "pula-pula" sentada, balanc;:ar
para frente, para tras e para as laterais. Deitada de barriga para baixo a crianc;:a pode ser
balanc;:ada para tras e para a frente; se gostar, pode ate viral' uma cambalhota.
Incentivar que a crianc;:a va ao parquinho e experimente os brinquedos
Inicie com brincadeiras simples, com poucos materiais/equipamentos; as vezes escorregar
na rampa ou pular sobre um almofadao ja saD desafios suficientes.
De experiencias sensoriais variadas, enriquecidas, em brincadeiras que a crianc;:a
entenda, tais como, acertar alvos com os pes e as maos, balanc;:ar e atirar um saquinho de
areia dentro de uma caixa, progredir para atividades de seqOenciamento, com circuitos
simples e complexos.
Eslimule a iniciativa, procure aproveitar as ideias da crianc;:a; e importante que ela pense
sob re 0 que deseja fazeI'. Inclua um elemenlo novo em tarefas conhecidas, pedindo, por
cxemplo, "como voce pode fazeI' isso de outra forma?" Incentive a criatividade e a
variedade nas atividades.
Use ensaio verbal, pedindo a crianc;:a que diga 0 que vai fazer, ou repita para ela as
etapas do que vai ser feito.
Oriente os pais e professores para mantel' uma rotina diaria organizada, na qual a crianc;:a
consiga antecipar 0 que vai acontecer.
Prepare a crianc;:a para mudanc;:as na rotina, informando 0 que vai acontecer com
anlecedencia.
308
Quadro 33-2. Terapia de integra<;:aosensorial na paralisia cerebral
Reabilita~ao
Vantagens
Aumenta experiencia da crian<;:a
Alguns equipamentos dao bom posicionamento e permitem
graduar aumento de resistencia/for<;:a,alem de possibilitar a
repeti<;:aode atividades
Crian<;:amais ativa e em controle, com valoriza<;:aodo brincar
Oportunidade para solucionar problemas motores na intera-
<;:aocom 0 ambiente e com a tarefa
Contribui para organiza<;:aoda aten<;:ao,estabilizando cidos
de sono vigflia. Crian<;:amais atenta e participativa
alimenta<;ao, para aumentar a estimula<;ao tatiIjpropri-
oceptiva na boca e reduzir rea<;oesdefensivas que inter-
ferem na alimenta<;ao. Usar uma esponja de dupla face
ou bucha natural para aumentar a estimula<;ao tatil
durante 0 banho ou recomendar 0 uso de cobertores
mais pesados ou uma roupa de malha/lycra mais justa,
para dar estimulo do tipo tato/pressao, para reduzir a
defensividade e agita<;ao em crian<;as irrequietas. A dieta
inclui ainda a orienta<;ao dos pais quanto a estimulos
ou situa<;oes que possam desencadear respostas de agi-
ta<;ao ou irritabilidade, ajudando a familia a lidar corn
comportamentos dificeis que prejudiquem a participa-
<;aosocial da crian<;a.
Embora a eficacia da terapia de integra<;ao sensorial
no tratamento de crian<;asque apresentam disturbios de
aprendizagem, transtornos da coordena<;ao, problemas
de comportamento e autismo infantil seja mais bem
documentadaI4•26, quase nao existem estudos sobre os efei-
tos da terapia de integra<;ao sensorial em crian<;asporta-
doras de paralisia cerebral. Evidencias de estudos sobre
os efeitos da priva<;ao sensorial no desenvolvimento in-
fantil e sabre 0 impacto da estimula<;ao da recupera<;ao
de lesoes neurologicas indicam que essa abordagem pode
ser Util para muitas crian<;as, especialmente aquelas nas
quais os deficits sensoriais se sobrepoem ao quadro mo-
tor, restringindo ainda mais suas chances de explorar 0
ambiente, ter prazer corn as intera<;oes sociais e partici-
par de brincadeiras e atividades de seu interesse.
REFERENCIAS
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dren: A factor analytic study. Perceptual and Motor Skills
1965; 20: 335-68.
Desvantagens
Crian<;:ahiperestimulada passivamente, quando 0 terapeuta
tem dificuldade para ler os sinais da crian<;:a
Equipamentos perigosos, com maior risco de convuls6es e
quedas
Mais diffcil para 0 terapeuta manter controle de posturas e
posi<;:6espatol6gicas
Pouca ou nenhuma pesquisa demonstrando a eficacia na
paralisia cerebral
Crian<;:aagitada, hiperalerta, devido a excesso de estfmulos,
resultando em problemas de comportamento
2. Ayres AJ. Sensory integration and learning disorders. Los
Angeles: Western Psychological Services, 1972a.
3. Ayres AJ. Southern California Sensory Integration Tests
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