Prévia do material em texto
Miniguia de nutrientes Para a Saúde InteStinal Conhecimento é o que te permite fazer todas as pequenas escolhas que, somadas, fazem uma imensa diferença. Um único insight tem o poder de ressignificar totalmente o papel das nossas decisões no dia a dia. O Miniguia de Nutrientes Para a Saúde Intestinal da Biblioteca Puravida é uma dessas leituras essenciais, pois a expressão plena da nossa saúde depende diretamente de um intestino saudável. É inadiável compreender seu funcionamento, as múltiplas funções de que é capaz, e incorporar à rotina as melhores práticas e hábitos. Permita-se redescobrir seu intestino enquanto um ecossistema magnificamente complexo, inteligente, vivo e decisivo para a sua prosperidade, e ter o prazer de nutrí-lo da melhor forma. O reSultadO virá na Sua jOrnada Saudável: em fOrma de vitalidade, imunidade, lOngevidade e bOm humOr. Um abraço, Equipe Puravida SumárIO Os intestinos 3 As 7 funções básicas 4 Microbiota, uma população de trilhões 6 Probióticos, as bactérias ideais 7 Disbiose: a microbiota em desequilíbrio 8 Miniguia da saúde intestinal 10 Gut Health #EuSuplemento 16 OS inteStinOS Neste miniguia, posicionamos a lupa sobre os intestinos e seu microbioma, cujo estudo pela ciência nos revela um excelente ponto de partida para criar saúde. Eles são a interface entre tudo o que ingerimos, os subprodutos da digestão, a corrente sanguínea e o restante do corpo, com destaque para o cérebro. Compreender a ciência por trás do complexo e fascinante órgão que nos habita, e do qual depende a plena expressão da saúde - ou a falta dela, é a chave para melhor orientar escolhas alimentares, suplementares e atitudes no dia a dia. Para entender como é possível desempenhar múltiplas funções, comecemos por suas duas partes: intestino delgado e intestino grosso. No primeiro, é onde ocorre a absorção de grande parte dos nutrientes ingeridos. No segundo, é absorvida grande parte da água e ocorre a formação das fezes para a eliminação. Mas esta é uma simplificação. As descobertas mais recentes da ciência sobre suas funcionalidades extrapolam o ciclo digerir-absorver-excretar. o SiStema digeStóriO é coMPosto Por boca, faringe, esôfago, estôMago, intestino delgado, intestino grosso e ânus, aléM das glândulas acessórias: salivares, Pâncreas e fígado. Consulte o significado das palavras em negrito no Miniglossário Especial Saúde Intestinal. 3Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes 1. dIgeStãO dOS carbOIdratOS, das proteínas e das gorduras que consumimos, sob ação das enzimas pancreáticas e do suco biliar. 2. abSOrçãO de todos os nutrientes e compostos bioativos que ingerimos, através dos enterócitos, que são células absortivas intestinais. 250 m² de área de absorção fazem do intestino o órgão com maior contato com o meio externo. Os enterócitos são especialistas na captação de íons (incluindo sódio, cálcio, magnésio, ferro, zinco e cobre), açúcar, peptídeos, aminoácidos, lipídios, uma pequena parte de água e Vitamina B12, na reabsorção de sais biliares não utilizados e na secreção de imunoglobulinas, que atuam contra invasores do corpo. 3. excreçãO de restos alimentares, células mortas, bactérias e toxinas através das fezes. 4. detOxIfIcaçãO pela ação de enzimas antioxidantes e detoxificantes, capazes de eliminar toxinas e compostos maléficos 5. ImunIdade, sendo capaz de estabelecer uma conversação cruzada com o sistema imune por meio da mucosa, onde está o tecido imunitário GALT (Tecido Linfóide Associado à Mucosa). O intestino é o maior órgão imunológico que temos: ¾ dos nossos linfócitos estão nele. aS 7 funçõeS báSicaS hoje é sabido que ele não aPenas faz jus à alcunha de SegundO cérebrO, coMo deseMPenha uM iMPortante PaPel no SiStema imunOlógicO. Cada pessoa traz dentro de si um órgão em exercício constante de suas 7 funções básicas: 4Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes 6. cOmunIcaçãO cOm O cérebrO: O intestino humano contém quase 500 milhões de neurônios, que estão conectados ao cérebro por meio de nervos. A cada 10 sinalizações, 9 partem do intestino para o cérebro, e apenas 1 do cérebro para o intestino. Temos bactérias que produzem neurotransmissores e toxinas, de ação local, que podem interferir na nossa maquinaria cerebral. O nervo vago é um dos maiores nervos que conectam o trato gastrointestinal ao sistema nervoso e desempenha muitos papéis importantes em seu corpo. Muitos dos neurotransmissores responsáveis por manter nossa saúde mental são produzidos pelas células ou microorganismos intestinais. É importante mencionar que esses neurotransmissores possuem atuação local, ou seja, nos próprios intestinos, com funções relacionadas ao peristaltismo, relaxamento e transmissão de sinais nervosos, mas pesquisadores especulam se parte desses neurotransmissores não podem, de alguma maneira, afetar também os estados de humor. O inteStinO prOduz: • 90% da nossa serotonina, o neurotransmissor do bem-estar, felicidade e regulação do apetite no cérebro. • 50% da nossa dopamina, que está associada ao sistema de gratificação e recompensa. • 60% do GABA, que reduz a ansiedade e traz relaxamento. 7. equIlíbrIO de hOrmônIOS: Por fim, o intestino pode influenciar também os níveis de hormônios essenciais. O desequilíbrio no órgão pode afetar enzimas envolvidas com a síntese hormonal, aumentando nosso cortisol e reduzindo os níveis de testosterona, estradiol e progesterona, causando infertilidade e baixa libido. Uma microbiota desequilibrada pode contribuir também para a reabsorção de hormônios que seriam eliminados, contribuindo para alterações nos níveis saudáveis. 5Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes Para estimar a complexidade deste ecossistema, imagine que a área intestinal se assemelha a uma floresta, que é cortada por um rio. Este rio é o microbioma intestinal, habitado por 500 a 1.000 espécies de bactérias, fungos, vírus e parasitas . Cerca de 1,5kg a 2kg do nosso peso é formado por bactérias, um peso semelhante à massa cerebral. O conjunto de mais de aproximadamente 100 trilhões de seres vivos que habitam o microbioma é chamado de microbiota intestinal. Esses seres também realizam diversos papéis importantes no nosso corpo, como a participação na produção de vitaminas do complexo B, tais como B12 e folato, vitamina K, além de atuar no desenvolvimento do sistema imunológico, auxiliando na defesa do organismo. micrObiOta, uMa PoPulação de trilhões Algumas bactérias da microbiota são legítimas aliadas da saúde: ajudam no processo digestivo, estimulam o sistema imune e impedem a proliferação de organismos perigosos. Outras, são prejudiciais: causam desconforto, comprometem a imunidade e estimulam quadros inflamatórios. 6Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes Uma microbiota saudável depende do equilíbrio no intestino, com predominância das espécies de bactérias benéficas. Essas bactérias benéficas são chamadas de probióticos. Os probióticos trabalham produzindo inúmeras moléculas que trazem saúde, com destaque aos ácidos graxos de cadeia curta, criados a partir da fermentação de fibras, e que dão energia aos colonócitos, as células intestinais do cólon. Também aumentam a camada de muco e a produção de peptídeos antimicrobianos. Dentre as bactérias com mais benefícios citados na literatura científica estão os gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium. Lactobacillus gasseri, por exemplo, é uma cepa benéfica que vem sendo estudada na perda de peso. Seu principal mecanismo é favorecer a produção de ácidos graxos de cadeia curta, podendo contribuir para a redução da fome por meio da ação das incretinas no hipotálamo. prObióticOS, as bactérias ideais Esses mesmos ácidos graxos são associados à redução da inflamação intestinal eredução da resistência à insulina e à leptina. Outra bactéria importante que habita o intestino é a Akkermansia muciniphila. Sua presença no intestino dos bebês pode ser considerada um marcador para o desenvolvimento e diversidade da microbiota intestinal. Responsável por estimular a produção de muco e possivelmente auxiliar no emagrecimento, a Akkermansia tende a marcar menos presença no intestino de adultos obesos, resistentes à insulina e com diabetes tipo 2, como estudos já evidenciaram. A integridade da mucosa intestinal e o equilíbrio das bactérias que o habitam são pré-requisito para a manutenção da saúde. Quando a integridade dos intestinos é ameaçada, as consequências se ramificam para as mais variadas áreas da saúde, inclusive a emocional e cognitiva. a micrObiOta inteStinal caracteriza-se Pelo seu constante dinaMisMo, e é influenciada Por fatores aMbientais coMo dieta, estilo de vida, Prática regular de atividade física, consuMo de antibióticos e idade. 7Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes A disbiose é uma disfunção no ambiente da microbiota, que prejudica a capacidade de absorção de nutrientes, e favorece a multiplicação de microrganismos indesejáveis. A superpopulação de bactérias, fungos e parasitas ruins leva ao aumento da produção de toxinas que causam uma sobrecarga hepática, hiperativação imunológica e inflamação crônica, que, por sua vez, podem alterar nossa saúde hormonal, cardiovascular, hepática, neuronal, tireoidiana e demais sistemas corporais. Conheça as principais disbioses e suas implicações: Super creScimentO fúngicO (SIfO) Uma disbiose comum é o Super Crescimento Fúngico, ou SIFO, que é quando há uma elevação da quantidade de fungos no intestino como a Candida, que pode causar a conhecida candidíase. Além disso, fungos podem produzir micotoxinas com ação estrogênica, que podem se ligar aos receptores do estrogênio e atuarem como disruptor endócrino, aumentando, inclusive, o risco de câncer de mama. Nesse caso, o tratamento com óleo de orégano, berberina, óleo de coco, TCM, extrato de pau d’arco, tomilho, cravo, entre outras plantas antifúngicas pode ser interessante. SupercreScimentO bacterianO (SIbO) No caso das bactérias, uma disbiose do tipo SIBO ou Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado, pode causar gases, distensão abdominal e dor. A SIBO pode ser tratada com antibacterianos naturais como a berberina, óleo de menta, óleo de alho, cravo, canela e com uma dieta Low Fodmaps ou seja, baixa em oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis, reduzindo dessa forma o crescimento de bactérias e auxiliando no tratamento da Síndrome do Intestino Irritável. A dieta exclui todos carboidratos fermentáveis por cerca de 30 dias, incluindo alho, cebola, manga, melancia, cogumelos, feijões, grão de bico, abacate, trigo, xilitol, maltitol, alcachofra, brócolis, couve flor, entre outros. diSbiOSe: a Microbiota eM desequilíbrio o desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins é chaMado de disbiose. 8Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes SíndrOme dO InteStinO hiper permeável (leaky gut) Os patógenos bacterianos podem ainda aumentar a permeabilidade intestinal, desencadeando o processo conhecido como Leaky Gut ou Síndrome do Intestino Hiper Permeável, que leva à uma inflamação crônica de baixo grau. Nesta síndrome, com o rompimento das junções apertadas (Tight Junctions), que são estruturas de fronteira celular, o intestino se torna mais permeável, e as bactérias e toxinas deslocam-se para a corrente sanguínea. Com isso, aumentam a incidência de doenças autoimunes, alergias e doenças inflamatórias crônicas. Essas alterações irão afetar hormônios e proteínas relacionadas ao apetite e ao armazenamento de gordura, promovendo o ganho de peso. Os sintomas de Leaky Gut incluem alergias e hipersensibilidades, rinites, sinusites, enxaqueca, dermatite, ansiedade e favorecendo a resistência à insulina, a obesidade e diabetes. neurOinflamaçõeS e Saúde mental Vários estudos mostraram que a composição das bactérias intestinais pode ter um impacto profundo na saúde mental e no funcionamento do sistema nervoso. A neuroinflamação relacionada ao intestino tem sido associada ao desenvolvimento de doenças como esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer e doença de Parkinson. Algumas evidências científicas sugerem que um eixo intestino-cérebro disfuncional pode promover ganho de peso através da indução de mudanças em nosso metabolismo, controle de saciedade e comportamento alimentar. Um estudo publicado em 2020, por exemplo, demonstrou como a disrupção na sinalização no eixo intestino-cérebro pode criar uma forte preferência pelo dulçor do açúcar. Assim, a nutrição pode influenciar a comunicação ao longo do eixo intestino-cérebro, afetando ainda mais as ligações entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso. 9Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes Para a multiplicação de mais Akkermansia, Lactobacillus e Bifidobacterium, precisamos ter uma alimentação rica em nutrientes que vão estimular o crescimento de bactérias boas e reduzir o crescimento de patógenos. Já se tivermos uma alimentação rica em açúcares, farináceos, frituras e excesso de óleos ultraprocessados, estimulamos o crescimento de bactérias nocivas. A ciência evidencia, com vasta literatura, que a dieta é um modulador chave do microbioma intestinal. A melhor forma de modular a comunicação entre o intestino e cérebro é justamente através da nutrição. Tudo vai depender do que você oferece ao seu intestino. É possível ainda oferecer os principais prebióticos e probióticos ao corpo na forma de suplemento. Neste miniguia, trazemos o que a ciência tem de mais recente sobre a relação entre nutrição, saúde e intestinal e seus impactos. fatOreS a cOnSiderar A microbiota intestinal caracteriza-se pelo seu constante dinamismo, e é influenciada por inúmeros fatores, como hábitos, estilo de vida, histórico pessoal, que interferem no seu perfil e equilíbrio. É importante avaliar os múltiplos fatores que podem alterar o microbioma e a permeabilidade intestinal. • PADRÃO ALIMENTAR: priorizar o consumo de fibras e polifenóis e evitar o excesso de açúcar, amidos e óleos ultraprocessados, gorduras saturadas que são presentes em carnes gordas, e gorduras trans presentes em bolachas, doces, sorvetes, margarina, entre outros produtos industrializados. “Os aditivos alimentares mais utilizados pela indústria alimentícia são reconhecidamente causadores de dano epitelial-intestinal. Então, descasque mais, e desembale menos.” Murilo Pereira, no Puravida Cast Ep. 34 miniguia da saúde intestinal o Padrão aliMentar Pode ser uMa atitude Poderosa eM Prol da saúde, Mas taMbéM a razão Para o surgiMento de doenças. 10Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes • CONSUMO DE ÁGUA. • ALTERAÇÕES DIGESTIVAS: falta de ácido no estômago, danos pancreáticos, remoção da vesícula, falta de mastigação e ingestão de líquidos nas refeições. • HISTÓRICO PESSOAL: quem nasce de parto normal é colonizado por Lactobacillus presentes na vagina materna, reduzindo o risco de disbiose no futuro. A amamentação também é um ponto relevante: bebês que recebem o leite materno são colonizados por bactérias ao entrar em contato com a mama e também recebem prebióticos no leite. Pessoas criadas na zona rural possuem uma microbiota mais saudável que aquelas criadas em ambiente fechado, sem contato com animais e a natureza. • PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, que reduz temporariamente o fluxo sanguíneo intestinal e as bactérias aeróbicas patogênicas que são dependentes de oxigênio. • ROTINA ALIMENTAR: comer com atenção plena, sentar-se à mesa, desligar a TV, deixar o celular longe e mastigar bem os alimentos é fundamental para que tenhamosuma boa digestão, evitando com que pedaços de alimentos grandes cheguem ao intestino e sejam fermentados por bactérias intestinais. • ROTINA DE EVACUAÇÃO: o horário, a frequência e a observação da consistência das fezes são fundamentais. • ALTERAÇÕES TIREOIDIANAS: enquanto no hipotireoidismo há um retardo da motilidade gastrointestinal e menor secreção da bile, no hipertireoidismo é mais comum ter diarréia. • ESTRESSE PSICOLÓGICO, tem um efeito particularmente nocivo sobre o nervo vago e demonstrou estar envolvido no desenvolvimento de distúrbios como síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal. • MEDICAMENTOS como os anti- inflamatórios não esteroidais, inibidores da bomba de prótons, corticoides, opióides, além de anticoncepcionais, • INFECÇÕES, ALERGIAS E HIPERSENSIBILIDADES • ALTERAÇÕES DO RITMO CIRCADIANO E PADRÃO DE SONO: por isso, ao embarcar na sua jornada saudável, para garantir um povoamento maior de bactérias benéficas e uma boa saúde intestinal, devemos nos atentar ao nosso estilo de vida. “Nós temos que ter um padrão alimentar que promova uma rotina intestinal, da mesma que forma que nós temos rotina de exercício, da mesma forma que nós temos rotina de leitura, uma rotina de estudo, nós temos que ter uma rotina de evacuação.” Murilo Pereira, no Puravida Cast Ep. 34 11Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes • PROTEÍNAS As proteínas já são velhas conhecidas de quem escolheu trilhar uma jornada saudável, mas um estudo publicado há menos de 2 anos nos dá a oportunidade de revisitá-las sob uma nova ótica: a saúde intestinal. A manutenção do peso ideal tem tudo a ver com a saúde do seu intestino e a quantidade de proteínas que você ingere. Publicado no Journal of Obesity Metabolic Syndrom, o estudo Mecanismos relacionados à ingestão da proteína na perda de peso por meio da sinalização intestinal (Clinical Evidence and Mechanisms of High-Protein Diet-Induced Weight Loss) afirma que ensaios clínicos diversos descobriram que consumir mais proteína do que a dieta recomendada não só reduz o peso corporal, mas também aumenta a composição corporal, diminuindo a massa gorda e preservando a massa livre de gordura. Os relatos dos ensaios clínicos (de longo prazo, entre 6 a 12 meses) demonstraram que uma dieta rica em proteínas fornece efeitos de emagrecimento e traz um benefício adicional, prevenindo o ganho após o emagrecimento. Isto acontece porque, com o aumento da ingestão de proteínas, as células intestinais elevam a produção de colecistoquinina e incretinas, que atuam no hipotálamo, promovendo uma resposta favorável ao emagrecimento. Quer melhor razão para incluir e suplementar proteínas na sua jornada saudável? 12Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes • PREBIÓTICO Definição da OMS (Organização Mundial da Saúde): “Ingredientes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro ao estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de espécies bacterianas presentes no cólon e, assim, melhoram a saúde”. Ou seja, são fibras de um tipo especial, que estimulam o crescimento dos microrganismos benéficos, ou probióticos, principalmente os Lactobacillus e Bifidobacterium. A combinação de probióticos (espécies boas) e prebióticos (fibras alimentares), é capaz de promover uma maior produção de ácidos graxos de cadeia curta, principalmente o butirato, que combatem a neuroinflamação e modulam a produção de neurotransmissores. EFEITOS NA SAÚDE MENTAL As cepas de probióticos que mais afetam o funcionamento do sistema nervoso central são frequentemente chamadas de psicobióticos. Evidências científicas têm demonstrado que esses chamados psicobióticos podem melhorar as funções cognitivas, bem como os sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Os lactobacilos e as bifidobactérias, uma vez suplementados, podem atuar na melhora da ansiedade e saúde mental, mas não apenas. EFEITOS NO EMAGRECIMENTO A suplementação diária de Lactobacillus gasseri pode contribuir para a redução da massa gorda visceral em adultos obesos. É o que sugere um estudo com 90 voluntários obesos de 20 a 75 anos, publicado em 2018 no Journal of Medicinal Food. Depois de 12 semanas, o tecido adiposo visceral de quem recebeu Lactobacillus gasseri em alta dose havia diminuído significativamente em relação ao grupo que recebeu o placebo. Também as circunferências da cintura diminuíram nos grupos de alta e baixa dose. Mas não no grupo placebo. COMPOSTOS BIOATIVOS Nossas bactérias intestinais desconjugam outros compostos bioativos, permitindo que sejam absorvidos e exerçam suas funções anti-inflamatórias, antioxidantes, neuroprotetoras, antibacterianas, antifúngicas, antivirais e prebióticas. Esses compostos bioativos podem ser polifenóis, presentes nas frutas roxas e vermelhas como o resveratrol e as antocianinas, a curcumina e os curcuminóides da cúrcuma, o eugenol do cravo e da canela, a quercetina da maçã e da cebola, o hidroxitirosol do azeite de oliva e as catequinas do chá verde e do matchá também alimentam bactérias boas. • FIBRAS Atualmente, a maioria das pessoas não atinge o consumo de fibras recomendado. O organismo, com essa carência, deixa de receber a matéria-prima necessária para que espécies benéficas prosperem nos intestinos. E não se trata apenas de quantidade, mas principalmente qualidade. Fibras podem ser insolúveis - presentes principalmente em folhas verdes e cereais - ou solúveis, provenientes de algumas sementes, frutas e legumes - e são o alimento ideal das bactérias intestinais benéficas, recebendo o nome de prebióticos. 13Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes Também os flavonóides encontrados nas frutas, ervas, especiarias e legumes, são capazes de alimentar bactérias boas, e por isso são chamados de flavobióticos. Aqui, podemos citar a curcumina, as catequinas do cacau verde, os flavonóides do cacau, as antocianinas das frutas vermelhas e roxas, o ácido elágico da romã, entre outros. Outra excelente fonte prebiótica é o amido resistente, abundante na banana verde - que pode ser batida em sucos verdes ou smoothies proteicos. E quando pensamos em nutrir a atividade do eixo intestino-cérebro, não podemos esquecer do ômega 3, ácido graxo essencial que nosso corpo não produz e que necessitamos obter por meio da alimentação ou suplementação. O ômega 3 neutraliza a ação inflamatória de bactérias nocivas, mantém a integridade intestinal e favorece a formação das membranas celulares, tornando a comunicação do nervo vago mais harmônica. • VITAMINAS Embora as fibras ganhem destaque na saúde intestinal, um estudo de 2021 mostrou como as vitaminas também são essenciais na modulação do microbioma. Os potenciais mecanismos de como as vitaminas afetam a composição e a função do microbioma intestinal podem incluir: Efeitos antioxidantes locais. Redução da permeabilidade intestinal. Aumento da produção de imunoglobulinas. Otimização do sistema imune. Produção de mucina intestinal. Modulação do microbioma intestinal. Em 2021, o estudo Vitamins, the gut microbiome and gastrointestinal health in humans, publicado na revista Nutrition Research, trouxe à luz resultados importantes sobre a suplementação de vitaminas na saúde intestinal: Esta revisão do impacto de vitaminas na saúde intestinal demonstrou que, além das fibras, as vitaminas também são essenciais na modulação do microbioma da integridade intestinal: 14Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes Vitamina A: crianças que receberam a suplementação de vitamina A tiveram uma maior abundância de Bifidobacterium fecal. Vitamina D : baixos níveis plasmáticos de 25- hidroxi vitamina D estão associados a um risco aumentado de cirurgia e hospitalização relacionadas à doença inflamatória intestinal. Além disso,em pessoas com a Doença de Crohn, o baixo nível de vitamina D está associado à maior atividade da patologia e menor qualidade de vida. Por outro lado, a normalização do status de vitamina D reduziu o risco de cirurgia relacionada à doença. Vitamina B2: os pesquisadores descobriram ainda que a suplementação de vitamina B2 resultou em redução do estresse oxidativo sistêmico e trouxe efeitos anti-inflamatórios com diminuição da proteína C reativa, velocidade de hemossedimentação, plaquetas e IL-2, levando à redução dos sintomas clínicos de inflamação. Vitamina B3: já a vitamina B3 aumentou o número de bacteroidetes, que são bactérias relacionadas com menor risco de ganho de peso. Vitamina C : sua suplementação causou um aumento na diversidade alfa, que é um índice que mostra uma microbiota saudável, e reduziu a incidência de colite ulcerativa. Estas foram algumas das mais atualizadas informações e estudos que preparamos para complementar sua jornada de conhecimento sobre a saúde intestinal. Nós acreditamos que o conhecimento transforma. Que a sua jornada saudável seja de cada vez mais vitalidade, imunidade, longevidade e bom humor. 15Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes gut health #EUSUPLEMENTO referênciaS bibliOgráficaS: AOUN A, Darwish F, Hamod N. The Influence of the Gut Microbiome on Obesity in Adults and the Role of Probiotics, Prebiotics, and Synbiotics for Weight Loss. Prev Nutr Food Sci. 2020 Jun 30;25(2):113-123. doi: 10.3746/pnf.2020.25.2.113. PMID: 32676461; PMCID: PMC7333005./ DI MEO F, Margarucci S, Galderisi U, Crispi S, Peluso G. Curcumin, Gut Microbiota, and Neuroprotection. Nutrients. 2019 Oct 11;11(10):2426. doi: 10.3390/nu11102426. PMID: 31614630; PMCID: PMC6835970./ FURMAN, D. et al. Chronic inflammation in the etiology of disease across the life span. Nature Medicine, v. 25, p. 1822–1832, 2019./ GEERLINGS SY, Kostopoulos I, de Vos WM, Belzer C. Akkermansia muciniphila in the Human Gastrointestinal Tract: When, Where, and How?. Microorganisms. 2018;6(3):75. Published 2018 Jul 23. doi:10.3390/microorganisms6030075./ HILLS RD Jr, Pontefract BA, Mishcon HR, Black CA, Sutton SC, Theberge CR. Gut Microbiome: Profound Implications for Diet and Disease. Nutrients. 2019;11(7):1613. Published 2019 Jul 16. doi:10.3390/nu11071613./ KIM J, Yun JM, Kim MK, Kwon O, Cho B. Lactobacillus gasseri BNR17 Supplementation Reduces the Visceral Fat Accumulation and Waist Circumference in Obese Adults: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial. J Med Food. 2018 May;21(5):454-461. doi: 10.1089/jmf.2017.3937. Epub 2018 Apr 24. PMID: 29688793./ MOON J, Koh G. Clinical Evidence and Mechanisms of High-Protein Diet-Induced Weight Loss. J Obes Metab Syndr. 2020 Sep 30;29(3):166-173. doi: 10.7570/jomes20028. PMID: 32699189; PMCID: PMC7539343./ MÖRBE UM, Jørgensen PB, Fenton TM, von Burg N, Riis LB, Spencer J, Agace WW. Human gut-associated lymphoid tissues (GALT); diversity, structure, and function. Mucosal Immunol. 2021 Jul;14(4):793-802. doi: 10.1038/s41385-021-00389-4. Epub 2021 Mar 22. PMID: 33753873./ MISERA A, Liśkiewicz P, Łoniewski I, Skonieczna-Żydecka K, Samochowiec J. Effect of Psychobiotics on Psychometric Tests and Inflammatory Markers in Major Depressive Disorder: Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials with Meta- Regression. Pharmaceuticals (Basel). 2021 Sep 23;14(10):952. doi: 10.3390/ph14100952. PMID: 34681176; PMCID: PMC8541446./ MUKHTAR, K.; NAWAZ, H.; ABID, S. Functional gastrointestinal disorders and gut-brain axis: What does the future hold? World J Gastroenterol., v. 25, n. 5, p. 552–566, 2019./ NISHIDA, A. et al. Gut microbiota in the pathogenesis of inflammatory bowel disease. Clinical Journal of Gastroenterology, v. 11, p. 1–10, 2018./ OSADCHIY V, Martin CR, Mayer EA. The Gut-Brain Axis and the Microbiome: Mechanisms and Clinical Implications. Clin Gastroenterol Hepatol. 2019 Jan;17(2):322-332. doi: 10.1016/j.cgh.2018.10.002. Epub 2018 Oct 4. PMID: 30292888; PMCID: PMC6999848./ PHAM VT, Dold S, Rehman A, Bird JK, Steinert RE. Vitamins, the gut microbiome and gastrointestinal health in humans. Nutr Res. 2021 Nov;95:35-53. doi: 10.1016/j.nutres.2021.09.001. Epub 2021 Oct 21. PMID: 34798467./ PURAVIDA CAST 34: A saúde começa no intestino. Entrevistado: Murilo Pereira. Entrevistadoras: Alessandra Feltre, Roberta Carbonari. [S. l.]: Puravida PRIME, 4 jul. 2022. Podcast. Acesso em 9 de jul. 2022. Disponível em: https://open.spotify.com/ episode/4BVpyJVLwU8ymPJwWAwrZG./ PURCHIARONI F, Tortora A, Gabrielli M, Bertucci F, Gigante G, Ianiro G, Ojetti V, Scarpellini E, Gasbarrini A. The role of intestinal microbiota and the immune system. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2013 Feb;17(3):323-33. PMID: 23426535./ SCAZZOCCHIO B, Minghetti L, D’Archivio M. Interaction between Gut Microbiota and Curcumin: A New Key of Understanding for the Health Effects of Curcumin. Nutrients. 2020 Aug 19;12(9):2499. doi: 10.3390/nu12092499. PMID: 32824993; PMCID: PMC7551052./ THURSBY, E.; JUGE, N. Introduction to the human gut microbiota. Biochem J, v. 474, n. 11, p. 1823–1836, 2017. Lupus, v. 23, n. 6, p. 518–526, 2014./ URSELL LK, Metcalf JL, Parfrey LW, Knight R. Defining the human microbiome. Nutr Rev. 2012;70 Suppl 1(Suppl 1):S38-S44. doi:10.1111/j.1753- 4887.2012.00493.x./ VIEIRA, S.M. et al. Translocation of a gut pathobiont drives autoimmunity in mice and humans. Science, v. 359, n. 6380, p. 1156-1161, 2018./ WOTING, A.; BLAUT, M. The Intestinal Microbiota in Metabolic Disease. Nutrients, v. 8, n. 202, 2016./ YOO JY, Groer M, Dutra SVO, Sarkar A, McSkimming DI. Gut Microbiota and Immune System Interactions. Microorganisms. 2020 Oct 15;8(10):1587. doi: 10.3390/microorganisms8101587. Erratum in: Microorganisms. 2020 Dec 21;8(12): PMID: 33076307; PMCID: PMC7602490./ ZHENG, D.; LIWINSKI, T. ELINAV, E. Interaction between microbiota and immunity in health and disease. Cell Research, v. 30, p. 492–506, 2020./ ZYDECKA, K.S. et al. Microbiome—The Missing Link in the Gut-Brain Axis: Focus on Its Role in Gastrointestinal and Mental Health. J. Clin. Med., v. 7, n. 12, 2018. para criar Saúde hOje meSmO, O inteStinO é O melhOr cOmeçO. Conheça em nosso site a linha de suplementos Puravida® para a melhor nutrição e cuidados com a sua saúde intestinal. 16Saúde inteStinal | Miniguia de nutrientes