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Hipertensão Arterial Sistêmica

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Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso I – Ago. 2022 
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
- Hipertensão tem um conceito, uma definição: 
É uma condição clínica multifatorial caracterizada pela 
elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥140 e/ou 90 
mmHg. 
Para falar que é uma hipertensão, deve ser uma elevação 
sustentada. 
 
- Quando não é sustentada, somente uma elevação, isso 
é fisiológico, por exemplo quando praticamos uma 
atividade física, momentos de medo, uso de 
medicamentos. E nesses casos não necessariamente é 
uma hipertensão e sim é uma situação transitória. 
 
- Pode ter uma hipertensão sistólica isolada, pode ter 
uma hipertensão diastólica isolada ou pode ter uma 
hipertensão em que as duas (sistólica e diastólica) estão 
alteradas. 
 
- É uma doença de grande impacto na sociedade. 
Quando se fala do impacto da hipertensão, no Brasil os 
dados não são tão atualizados. 
 
Referências dos EUA: 
66% IAM, 77% AVE, 75% IC, 60% DAP (doenças arteriais 
periféricas) estão relacionadas com hipertensão. 
Prevalência de HA é muito alta e muitas vezes a presença 
da hipertensão é responsável direta pelas mortalidades 
relacionadas às doenças cardiovasculares. 
 
HA é responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das 
mortes decorrentes de AVE 
 
- Com o passar do tempo, a doença cardiovascular (de 
maneira geral), a incidência de mortalidade está 
diminuindo. Consegue-se tratar a insuficiência cardíaca, 
AVC, DAC. 
Entretanto, a doença hipertensiva com o passar do tempo 
está aumentando a mortalidade. 
Hipertensão é uma doença altamente prevalente na 
população e que não precisa de grandes tecnologias para 
realizar o diagnóstico (Para fazer o diagnóstico de HA 
precisa de estetoscópio e esfigma). Existe um tratamento 
eficaz, e a maioria das medicações tem disponível no SUS. 
Entretanto não consegue se tratar corretamente. 
 
 
 
- No Brasil: 
 
 
 
Em torno de 1/3 da população brasileira é hipertensa. 
Mortalidade relacionada à hipertensão só tem 
aumentado. Isso ocorre apesar de toda a tecnologia 
envolvida e fármacos. 
 
Tem dados que mostram que o máximo que se chega de 
conhecimento sobre a hipertensão é de 35%. 
É uma doença altamente prevalente, facilmente 
identificada e tratada e o paciente não segue as 
orientações. 
 
- FATORES DE RISCO: 
 
Muitas vezes os fatores de risco estão relacionados com 
os fatores genéticos hereditários. Mãe e/ou Pai 
hipertensos, tem grandes chances de o filho também ser 
hipertenso (90% de chance). 
 
Mas, mesmo com os fatores genéticos, consegue 
prolongar e consegue ter uma prevenção da hipertensão, 
entretanto, quanto mais velho, mais chance de ter HA. 
 
▪ Abuso de álcool 
▪ Sedentarismo 
▪ Idade 
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▪ Sexo e etnia – prevalência maior em pacientes da 
raça negra 
▪ Excesso de peso e obesidade 
▪ Ingesta de sal 
▪ Alimentação rica em sódio e carboidratos 
▪ Genética 
▪ Fatores socioeconômicos 
 
- Em qualquer consulta médica de adultos, independente 
da especialidade, deve ser aferida a pressão. Pois há 
momentos em que o paciente somente vai ao médico 
naquela situação e é naquele momento que identifica 
alguma alteração. 
 
- AUTO MEDIDA: Em um ambiente externo ao 
hospital/consultório, o paciente procura aferir a pressão. 
Tem um efeito mais real ao dia a dia do paciente. 
Deve ser realizado em um aparelho confiável, por uma 
pessoa capacitada. 
 
- MEDIDA DE CONSULTÓRIO: Paciente que afere a 
pressão durante uma consulta médica. 
Deve ser realizada no consultório em pelo menos duas 
medidas, depois faz a média dessas medidas. 
 
- AFERIÇÕES FORA DO CONSULTÓRIO: 
 
▪ MRPA – Medida Residencial da Pressão Arterial 
Aferições fora de um consultório, mas com um protocolo 
organizado a ser seguido. 
➢ 3x manhã e 3x noite e faz uma média por 05 dias; 
OU 
➢ 2x manhã e 2x noite e faz uma média por 07 dias 
 
Paciente leva para casa um aparelho de aferição digital e 
o paciente deve se organizar e ter tempo disponível para 
realizar essas aferições. 
 
São consideradas anormais as médias de PA >130/80 
mmHg. 
 
O MRPA é indicado nas seguintes situações: 
➢ Identificação e seguimento do hipertenso do 
avental branco – Paciente que na consulta médica 
afere a pressão e ela está alta. Mas há uma suspeita 
se realmente é hipertenso ou é somente naquele 
momento 
➢ Identificação de hipertensão mascarada – No 
consultório o paciente não é hipertenso, mas fora 
do consultório ele tem hipertensão 
➢ Avaliação da terapêutica anti-hipertensiva – 
Avaliar se o tratamento realmente é eficaz 
 
▪ MAPA – Medida Ambulatorial da Pressão Arterial 
Paciente fica com um aparelho por 24h e é um registro 
por um método INDIRETO. 
É indireto pois é um registro da pressão sem ser invasivo. 
De maneira INTERMITENTE durante 24h, não é contínuo. 
Realizado enquanto o paciente realiza suas atividades 
habituais. 
 
Objetivo de conferir a pressão do paciente no seu dia a 
dia. 
Consegue avaliar de melhor forma o risco do paciente ter 
um problema cardiovascular em realização do MAPA. 
Estudos indicam que este método é superior à medida 
casual da PA em predizer eventos CV fatais, como infarto 
do miocárdio e AVC. 
 
Ele é dividido em três partes: 
 *Realiza a avaliação por um período de 24h – pega 
todas as aferições e faz uma média de todas elas. 
 *Divisão entre o período do sono e o período da vigília 
(paciente acordado) 
 
São consideradas Anormais as médias de: 
➢ PA > ou = 130/80 mm Hg nas 24h 
➢ PA > ou = 135/85 mm Hg na vigília 
➢ PA > ou = 120/70 mm Hg no sono 
 
No sono a pressão cai normalmente. Para dizer que 
paciente é hipertenso ou não, leva em consideração as 
24h e a vigília. Não pode caracterizar o paciente como 
hipertenso somente com uma alteração da pressão no 
período do sono. 
 
O MAPA é indicado nas seguintes situações: 
➢ Suspeita de hipertensão do avental branco 
➢ Avaliação da eficácia terapêutica anti-hipertensiva: 
o Quando a PA casual permanecer elevada, apesar 
da otimização do tratamento anti-hipertensivo 
para diagnóstico de HA resistente ou efeito do 
avental branco 
o Quando a PA casual estiver controlada e houver 
indícios da persistência ou da progressão de lesão 
de órgãos alvo (ex.: retinopatia hipertensiva, 
nefropatia hipertensiva, cardiopatia hipertensiva, 
etc) 
➢ Avaliação de normotensos com lesão de órgãos 
alvo 
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➢ Avaliação de sintomas, principalmente a 
hipotensão – não guia o tratamento pelos sintomas, 
pois não são específicos. Sintomas não diz realmente 
se o paciente tem pressão normal ou pressão 
alterada. Pacientes com muitos sintomas, o MAPA é 
uma escolha. 
 
- EFEITO DO AVENTAL BRANCO: 
Ocorre quando se tem uma elevação >20 mmHg na 
pressão arterial sistólica (PAS) no consultório e/ou >10 
mmHg na pressão arterial diastólica (PAD) no consultório. 
Isso quando se compara com a pressão aferida fora do 
consultório. 
No EFEITO DO AVENTAL BRANCO NÃO TEM UMA 
MUDANÇA DE DIAGNÓSTICO de normotensão ou 
hipertensão. 
Ex.: Paciente fora do consultório afere 100/70 mmHg e no 
consultório afere 130/85 mmHg. Neste caso o paciente 
não é hipertenso fora e nem é hipertenso no consultório, 
entretanto houve uma elevação >20 mmHg da sistólica 
e/ou >10 mmHg na diastólica. 
 
- HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO: 
Fora do consultório o paciente não tem hipertensão e 
dentro do consultório se dá o diagnóstico de hipertensão. 
 *No consultório: ≥140/90 mmHg 
 *Fora do consultório: MAPA na vigília ou MRPA ≤130/80 
Na HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO HÁ UMA 
MUDANÇA DO DIAGNÓSTICO. 
Ex.: no consultório a pressão do paciente está 150/100 
mmHg e fora do consultório pressão está 120/80 mmHg.Houve uma elevação >20 mmHg na sistólica e/ou >90 
mmHg na diastólica, e além disso, mudou o diagnóstico 
do paciente. 
 
- HIPERTENSÃO MASCARADA OU NORMOTENSÃO DO 
AVENTAL BRANCO: 
No consultório o paciente está bem, mas fora do 
consultório está hipertenso. 
 *No consultório: <140/90 mmHg 
 *Fora do consultório: MAPA na vigília ou MRPA >130/85 
 
- HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA: 
Paciente com pressão sistólica >140 mmHg e pressão 
diastólica <90 mmHg. 
 *PAS >140 e PAD <90mmHg 
 
- HIPERTENSÃO DIASTÓLICA ISOLADA 
 
 
 
Na imagem acima: 
 *Medida no Consultório normal + MAPA ou MRPA 
normais = NORMOTENSÃO VERDADEIRA ou HIPERTENSO 
CONTROLADO 
 *Medida no Consultório Anormal + MAPA ou MRPA 
normais = HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO 
 *Medida no consultório normal + MAPA ou MRPA 
Anormais = HIPERTENSÃO MASCARADA 
 *Medida no consultório Anormal + MAPA ou MRPA 
Anormais = HIPERTENSÃO SUSTENTADA 
 
- Os métodos fora do consultório são superiores à 
aferição dentro do consultório. Sempre o que nos guia é 
o método utilizado. 
 
- O percentual de prevalência de Hipertensão do avental 
branco é muito maior do que o percentual da 
Hipertensão mascarada. 
 
 
Na imagem acima: 
Pode ter um paciente com a pressão ótima <120/80, PA 
normal, pré-hipertenso e os estágios de Hipertensão. 
 
Usa como referência 140/90 mmHg, se tem uma pressão 
maior que essa referência, o paciente é Hipertenso. Se a 
pressão for menor, o paciente não é hipertenso. 
Quanto menor a pressão, melhor é para o paciente – 
paciente sem sintomas de hipotensão e com uma 
perfusão minimamente qualificada. 
 
➢ Pressão <120/80 mmHg é a pressão ótima 
➢ Estágio 1: PAS 140-159 e/ou PAD 91-99 
➢ Estágio 2: PAS 160-179 e/ou PAD 100-109 
➢ Estágio 3: PAS ≥180 e/ou PAD ≥110 
 
**Deve saber essa classificação de HAS. 
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Muitas vezes a classificação de HAS irá guiar ao 
tratamento correto. 
 
 
 
Na imagem acima: 
Paciente no consultório, PA aferida. 
Pode ser uma Urgência ou Emergência hipertensiva. 
Ou pode ser um paciente com PA ≥140/90 mmHg, em 
estágio 1, com risco cardiovascular baixo ou médio, há 
três possibilidades: 
 *Reavaliar o paciente em outra consulta para verificar 
se realmente ele é hipertenso – para caracterizar como 
hipertenso precisa de pelo menos duas consultas 
consecutivas e em cada consulta mais de uma aferição 
(no caso de pacientes de risco baixo/médio); 
 *Realizar MAPA 
 *Realizar MRPA 
 
Paciente com risco cardiovascular alto com pressão 
≥140/90, ele JÁ É CONSIDERADO HIPERTENSO. 
Paciente que não tem nenhum problema de saúde e no 
consultório está com pressão ≥140/90 se diz que não se 
sabe se ele é ou não hipertenso. 
 
Paciente em estágio 3 no consultório, ELE JÁ É 
CONSIDERADO HIPERTENSO, e não precisa de uma outra 
aferição e nem de um outro momento para diagnosticar. 
 
- FATORES DE RISCO MAIORES: 
▪ Tabagismo; 
▪ Dislipidemias (LDL>115, HDL 190 e/ou TG>150); 
▪ Resistência insulínica (HbA1c 5,7 a 6,4%, jejum 
100 a 125 mg/dl) – não é preciso ter DM; 
▪ Idade acima de 55 anos em homem e 65 anos 
mulher; 
▪ História familiar de DCV em: 
o Homens: < 55 anos 
o Mulheres: < 65 anos 
 
 
 
- ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO INDIVIDUAL DO PACIENTE 
HIPERTENSO: 
 
 
 
Na imagem acima: 
Paciente sem fator de risco, o risco do paciente vai 
depender do estágio que ele estiver. Se for um paciente 
normal, sem alterações, ele não terá risco (Risco basal). 
Paciente em estágio 1 será de Risco Baixo, em estágio 2 
será um paciente de Risco Médio e em estágio 3 será um 
paciente de Risco Alto. 
 
Paciente em estágio 3 sempre será Risco Alto. 
 
Paciente com lesão de órgão alvo (ex.: retinopatia 
diabética, hipertrofia ventricular, etc) ou com DM ou com 
DCV ou DRC, independente do estágio que ele estiver, já 
é um Risco Alto. 
 
Se o paciente tem de 1 ou 2 fatores de risco (tabagismo, 
dislipidemia, idade avançada, etc.), na pressão normal o 
paciente terá um Risco Baixo (já não é considerado risco 
basal). Se paciente em estágio 1 ou estágio 2 da HAS, é 
considerado Risco Médio. 
 
Paciente que possui 3 ou mais fatores de risco, mesmo 
com a pressão normal já é considerado Risco médio. Já o 
paciente com qualquer alteração da pressão normal em 
conjunto com esses fatores de risco, já é considerado 
Risco alto. 
 
Muitas vezes o paciente com pressão 135/85 não é um 
paciente hipertenso, mas se ele tiver o risco alto, ele já 
deve ser tratado como hipertenso (considerar o paciente 
como hipertenso). 
 
 
 
 
 
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- AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE HIPERTENSO: 
▪ Identificação 
▪ HDA: 
o Tempo do diagnóstico de HAS – quanto mais 
tempo de hipertensão, a probabilidade de 
ter consequências é maior; 
o Níveis pressóricos – para identificar em qual 
estágio ele está; 
o Aderência ao tratamento – a maioria dos 
pacientes já tem o diagnóstico, mas a adesão 
ao tratamento é ruim; 
o Reação adversa ao tratamento – Ex.: 
presença de intolerâncias do TGI, tosse; 
o Sinais e sintomas sugestivos de outras DCV 
(IC, DAC, doença renal, doença vascular 
periférica, etc.). Perguntar, por exemplo, se 
o paciente tem falta de ar, se dorme bem à 
noite, se tem ortopneia. 
▪ HPP – História patológica pregressa – avaliar 
todos os medicamentos que o paciente utiliza, 
pois, algumas medicações podem interferir na 
pressão (ex.: uso crônico de anti-inflamatórios). 
▪ História medicamentosa 
▪ História familiar – se os familiares já tem pressão 
alta, outras doenças cardiovasculares. 
▪ Fatores de risco modificáveis: 
o Tabagismo 
o Sobrepeso/obesidade 
o Sedentarismo 
o Dislipidemias 
▪ Avaliação dietética: 
o Consumo de sal 
o Bebidas alcoólicas – pode ser causa de uma 
cardiopatia alcoólica, por exemplo. 
 
 
- ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL: 
É uma avaliação da pressão do membro superior 
comparada ao membro inferior. 
A pressão no membro inferior será igual para menor 
quando comparada à pressão do membro superior. O 
membro superior está mais próximo ao coração. 
 
O índice tornozelo-braquial coloca a pressão do membro 
inferior sobre a pressão do membro superior. 
Tornozelo 
Braço 
 
Se a pressão no braço tende a ser igual ou maior, o 
resultado tende a ser igual a 1. 
Valores acima de 0,9 (próximo à 1) está normal. 
Valores mais baixos nos mostra que o valor da pressão do 
tornozelo está diminuindo. 
 
Avalia o grau de obstrução vascular na perna. 
Se houver forte suspeita de doença arterial obstrutiva 
periférica, determinar o Índice Tornozelo-Braquial (ITB)*. 
Ex.: paciente que já é hipertenso e tem a circulação 
arterial periférica prejudicada. 
 
Indicações: 
▪ Idade 50–69 e tabagismo ou diabetes; 
▪ Idade ≥ 70 anos; 
▪ Dor na perna com exercício; 
▪ Alteração de pulsos em membros inferiores; 
▪ Doença arterial coronária, carotídea ou renal; 
▪ Risco cardiovascular intermediário 
 
* ITB direito ou esquerdo = PA tornozelo D ou E/PA braço 
D ou E. Normal = acima de 0.9; obstrução leve = 0,7- 0,9; 
obstrução moderada = 0,4-0,7; obstrução grave = 0,1 - 0,4 
 
- AVALIAÇÃO INICIAL DE ROTINA: 
▪ Análise de urina 
▪ Potássio plasmático 
▪ Creatinina plasmática 
▪ Glicemia de jejum 
▪ Colesterol total, LDL, HDL, triglicérides 
plasmáticos 
▪ Ácido úrico plasmático 
▪ Eletrocardiograma convencional – Se no ECG tem 
uma hipertrofia, já identifica uma lesão de órgão 
alvo. 
 
 
 
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- LESÃO DE ÓRGÃO ALVO: 
 
Quando se fala de lesão de órgão alvo, pode falar de ECG 
com sinal de sobrecarga ventricular o que pode significar 
uma hipertrofia ventricular. O ECG nos da uma suspeita 
de sobrecarga. 
No Ecocardiograma confirma a presençade uma 
sobrecarga. O que pode definir uma lesão de órgão alvo 
com uma hipertrofia ventricular. 
Espessura médiointimal de carótida – faz um doppler de 
carótida e avaliar a espessura do vaso. Se espessura 
aumentada significa que está havendo muita pressão, o 
que já é uma lesão de órgão alvo. 
A presença de uma doença aterosclerótica já é uma 
variação de lesão de órgão alvo. 
Índice tornozelo-braquial <0,9 é uma lesão de órgão alvo. 
Se há uma alteração no Clearence de creatinina também 
indica uma lesão de órgão alvo com um grau de 
insuficiência renal. 
Microalbuminúria – excreção elevada de proteína na 
urina, mas ainda não é eliminação à nível nefrótico. Já é 
uma lesão de órgão alvo em paciente hipertenso. 
 
- DOENÇA CARDIOVASCULAR: 
 
 
Os pacientes que tem as doenças da imagem acima já são 
pacientes de alto risco por já terem a doença que quer se 
evitar. 
 
 
Na imagem acima: 
Quando se fala em tratamento e meta do paciente: 
Se é um paciente de baixo a moderado risco a meta deve 
ser PAS <140 mmHg e PAD <90 mmHg. 
Se é um paciente de alto risco a meta deve ser uma PAS 
mais baixa ainda, <130 mmHg e PAD <80 mmHg. 
 
A população idosa deve avaliar, pois há idosos que são 
hígidos e ativos e há idosos que não são. 
No caso de idosos Hígidos, ideal que a PA seja < 140/90 
mmHg. 
No caso de idosos mais frágeis, ideal que a PA seja 
<160/90 mmHg. Deve pensar, por exemplo, que se gerar 
uma hipotensão postural nesse paciente, ele tem mais 
riscos de fraturas, internação e morte. 
Esse controle deve ser para iniciar o tratamento para não 
ser deletério para o paciente. 
 
**Idoso considera-se acima de 80 anos. 
 
- TRATAMENTO: 
 
Há o tratamento Não Farmacológico e o Farmacológico. 
Não se faz os dois tipos em todos os pacientes. O 
tratamento farmacológico é somente em quem 
realmente precisar. 
 
▪ NÃO FARMACOLÓGICO: 
 
Em todos os pacientes devem realizar o tratamento não 
farmacológico e ele vai ser eficaz em pacientes de baixo 
risco e estágio 1. 
Mas também pode fazer com que alguns pacientes 
diminuam o número de medicamentos utilizados e 
melhorem a qualidade de vida. 
 
o Controle de Peso IMC < 25, CC H < 102 cm e M < 88 
cm 
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O tratamento não farmacológico deve controlar o peso 
do paciente. Paciente quando tem um peso controlado 
ele consegue reduzir a pressão arterial. É a medida mais 
eficaz. 
A cada 10kg que o paciente perde, diminui em torno de 
10% a pressão arterial. 
Ex.: Paciente com pressão 160 mmHg pode abaixar para 
140mmHg. 
 
o Redução do consumo de sal 
Paciente que consegue 5g de sal ao longo do dia, deve 
diminuir. 
o Moderação no consumo de bebidas alcoólicas 
A redução do consumo de álcool é eficaz no controle da 
pressão. 
o Exercício físico 
o Abandono do tabagismo 
o Controle do estresse psicoemocional – ansiedade 
interfere na pressão 
 
 
 
 
 
Atividade física é fundamental. 
Tem comprovado que algumas atividades mais intensas 
de forma rotineira (ex.: Endurance, traking, triátlon, etc.) 
pode ter uma maior mortalidade dentre as atividades 
físicas, mas são exceções. 
Isso não significa que não deve fazer atividade física. 
Quanto maior a atividade física, é melhor para o paciente, 
se morre menos. 
 
Todo adulto deve realizar pelo menos 30 min. de 
atividades físicas moderadas de forma contínua ou 
acumulada em pelo menos 5 dias da semana. 
 
 
Recomendação individual: 
Fazer exercícios aeróbicos – caminhada, corrida, ciclismo, 
dança, natação. Exercitar-se de 3 a 5 vezes por semana. 
Exercitar-se por, pelo menos, 30 minutos (para 
emagrecer, fazer 60 minutos). 
 
 
 
▪ FARMACOLÓGICO (MEDICAMENTOSO) 
 
Utilizado quando o tratamento não farmacológico não é 
suficiente naqueles pacientes que somente fazem o 
tratamento não farmacológico, por exemplo nos casos 
dos pacientes de baixo risco. 
Alguns pacientes já devem associar desde o início 
farmacológico junto com o não farmacológico. 
 
Princípios gerais: 
o Ter demonstrado a capacidade de reduzir a 
morbimortalidade CV 
A medicação utilizada deve mostrar capacidade de 
reduzir morbimortalidade cardiovascular. Há alguns 
medicamentos que reduzem a PA e há outros 
medicamentos que reduzem a PA e que o uso ao longo do 
tempo também diminui mortalidade quando comparado 
a outros. 
Dessa forma, a escolha deve sempre preconizar os 
medicamentos que tem essa capacidade de além de 
reduzir a PA, também diminuir a mortalidade. 
Ex.: Metildopa é primeira linha para tratamento de PA de 
gestantes. Entretanto não é um medicamento que 
diminui mortalidade ao longo do tempo quando 
comparado com outros. 
 
o Ser eficaz por via oral 
o Ser bem tolerado – deve avaliar os sintomas 
adversos, como a tosse por exemplo que pode 
atrapalhar no dia a dia do paciente. 
o Poder ser usado no menor número de tomadas 
por dia 
o Ser iniciado com as menores doses efetivas 
o Poder ser usado em associação 
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o Ser utilizado por um período mínimo de quatro 
semanas, antes de modificações, salvo em 
situações especiais 
o Ter controle de qualidade em sua produção 
 
Iniciar com as menores doses efetivas preconizadas para 
cada situação clínica, podendo ser aumentadas 
gradativamente. Deve-se levar em conta que, quanto 
maior a dose, maiores serão as probabilidades de efeitos 
adversos. 
 
- CLASSES DE ANTI-HIPERTENSIVOS: 
 
▪ Diuréticos 
▪ Inibidores Adrenérgicos: 
o Ação central – agonistas alfa 2 centrais 
o Alfabloqueadores – bloqueadores alfa 1 
adrenérgicos 
o Betabloqueadores – bloqueadores beta-
adrenérgicos 
o Alfabloqueadores e betabloqueadores 
▪ Bloqueadores dos canais de cálcio 
▪ Inibidores da ECA, Bloqueadores do Receptor 
AT1 da angiotensina II 
▪ Vasodilatadores diretos 
▪ Inibidor da Renina 
 
❖ DIURÉTICOS 
 
 
 
Tiazídicos – Ex.: Hidroclorotiazida. 
Na rotina os tiazídicos são mais utilizados, são os 
principais. 
Diuréticos de Alça – Ex.: Furosemida 
Diurético de alça será utilizado em situações de 
refratariedade, de hipervolemia. 
Poupadores de Potássio – Ex.: Espironolactona 
 
Efeitos Colaterais: cãibras, fraqueza, hipovolemia, 
disfunção erétil. 
Hipopotassemia (não ocorre nos poupadores de 
potássio), Hipomagnesemia 
Intolerância à glicose – reduz liberação de insulina. Ex.: 
pacientes que tem uma DM mal controlada ou já tem 
uma alteração glicêmica ele tem maior chance de 
alteração no controle glicêmico, principalmente no uso 
de tiazídicos. 
Precipita gota – ácido úrico. Pode precipitar uma crise de 
gota. 
 
❖ INIBIDORES ADRENÉRGICOS 
 
 
 
Medicamentos de ação central não serão escolha de 1ª 
linha de tratamento. Tem muitos efeitos colaterais. 
 
Ação Central – Ex.: Metildopa, Clonidina 
Alfa-Bloqueadores – Ex.: Doxazosina (utilizado mais no 
tratamento de doenças prostáticas devido ao seu efeitos 
colateral de incontinência urinária) 
 
Efeitos Colaterais: 
Ação Central – Sonolência, xerostomia, fadiga, 
hipotensão postural, disfunção erétil. 
Reação autoimune (lúpus like): febre, anemia hemolítica, 
galactorréia alteração, hepática. 
Clonidina – hipertensão rebote (diminui bruscamente a 
pressão, principalmente à nível hospitalar, e quando 
passa o efeito a pressão volta). 
Alfa-Bloqueadores – Hipotensão sintomática, 
incontinência urinária (Doxazosina) e ICC. 
 
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Beta Bloqueadores – Ex.: Atenolol, Proponolol, 
Carvedilol, Bisoprolol. 
Não são primeira linha para tratamento hipertensivo, 
mas eles podem estar associados a outras doenças que 
são de primeira linha, podendo haver um sinergismo. 
Ex.: Paciente que tem ICC deve usar um beta bloqueador 
cardiosseletivo (Carvedilol) e aindaé hipertenso. Dessa 
forma o beta bloqueador vai agir nas duas situações. 
Ex.: Paciente que é hipertenso e tem enxaqueca, pode 
utilizar um Propanolol que tem ação nas duas situações. 
 
Mas lembrar que Beta Bloqueador não é primeira opção 
para tratamento exclusivamente de hipertensão. 
 
Efeitos Colaterais: 
Beta Bloqueadores – Broncoespasmo (principalmente os 
não cardiosseletivos), bradicardia, bloqueio AV, insônia, 
pesadelos, depressão, astenia, disfunção sexual. 
Intolerância a glicose e hipertrigliceridemia – vai ter uma 
pequena alteração, o remédio não induz diabetes. 
 
❖ VASODILATADOR DIRETO E BLOQUEADORES 
DOS CANAIS DE CÁLCIO 
 
 
 
Vasodilatador Direto – Ex.: Hidralazina e Minoxidil. São 
tratamentos de excessão. 
Bloqueadores de Canais de Cálcio – Ex.: Verapamil, 
Diltiazen, Anlodipino, Nifedipino. 
Verapamil e Diltiazem são não dihidropiridínicos. 
 
Bloqueadores de canais de cálcio são medicamentos de 
primeira linha de escolha para tratamento da HAS, 
principalmente os dihidropiridínicos (anlodipino, 
nifedipino). 
 
Efeitos Colaterais: 
Vasodilatador Direto 
Hidralazina – Cefaléia, flushing, taquicardia reflexa, 
reação lupus-like. 
Minoxidin – Hirsutismo (aumento de pelo não 
relacionado a estímulos androgênicos). 
 
Bloqueador do Canal de Cálcio 
Edema Maleolar (muito comum), rubor facial, dermatite 
ocre, hipertrofia gengival. 
Verapamil e Diltiazem – Piora IC, bradicardia, BAV – 
contraindicados na IC. 
 
❖ IECA 
 
 
 
IECA – Ex.: Captopril, Enalapril, Lisinopril, Ramipril 
É medicação de primeira linha de tratamento para HAS. 
 
Efeitos Colaterais: 
Tosse 5 a 20%, edema angioneurótico, erupção cutânea. 
Elevação de ureia e creatinina transitória – deve 
monitorizar a função renal. 
Hiperpotassemia (IECA/BRA) 
Teratogênico – não usar adolescentes ou mulheres jovens 
(IECA/BRA) 
 
IECA + BRA = CONTRAINDICADO 
 
 
 
 
 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso I – Ago. 2022 
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❖ BRA 
 
 
 
BRA – Ex.: Losartana, Olmesartana, Valsartana 
É primeira linha de tratamento para HAS. 
 
Benefício na prevenção doença renal em DM (IECA/BRA). 
IECA e BRA são nefroprotetores. 
 
 
 
Na imagem acima: 
Classes medicamentosas de primeira linha para o 
tratamento de HAS: 
 
▪ IECA ou BRA 
▪ BCC 
▪ DIURÉTICOS TIAZÍDICOS 
 
Esses medicamentos são de primeira linha, pois além de 
reduzirem a PA, eles também têm o benefício de diminuir 
morbimortalidade cardiovascular. 
 
Se o paciente está utilizando esses medicamentos de 
primeira linha e ainda não está com o efeito esperado 
(pressão não está controlada), o 4º medicamento de 
escolha é ESPIRONOLACTONA. 
 
Depois da 4ª opção, vai depender de cada situação. 
Ex.: paciente que tem uma IC já estará utilizando um Beta 
bloqueador. 
 
Na imagem acima: 
Ex.: 
Paciente hipertenso de baixo risco, idoso frágil – Muitas 
vezes nem precisa de um medicamento medicamentoso. 
Mas se vier a precisar de um tratamento medicamentoso, 
pode iniciar com uma MONOTERAPIA (somente uma 
classe farmacológica). 
Paciente com risco alto, pré-hipertenso (não é 
hipertenso, mas tem PA > 120/80) – deve tentar uma 
MONOTERAPIA. 
 
Monoterapia deve ser com algum medicamento dentre 
aqueles de primeira linha de tratamento (IECA/BRA, BCC 
ou tiazídicos). 
Beta bloqueador em situações especiais como um 
paciente que tem enxaqueca, ou que tem uma 
taquicardia, síndrome do pânico. 
 
Se a meta não for alcançada com Monoterapia, deve 
associar uma segunda medicação. 
O ideal é não esperar usar a dose máxima de um 
medicamento para começar a utilizar outro associado. 
Mas, deve ter consciência de doses mínimas, pois uma 
dose muito pequena não será eficiente. 
Ex.: Losartana dose máxima é 150 mg/dia, se utilizar um 
Losartana de 25 mg no paciente de baixo risco estágio 1 
e não ter o efeito esperado, compensa alterar a dose do 
que associar um segundo medicamento. 
 
Se estiver utilizando uma medicação em uma dose 
otimizada (que não é máxima e também não é mínima) e 
mesmo assim não consegue atingir o objetivo 
terapêutico, deve associar um outro medicamento. 
 
Paciente estágio 1, risco moderado a alto, já deve iniciar 
uma terapia combinada de dois fármacos. 
Paciente estágio 2 ou 3 (≥ 180/110 mmHg), já deve iniciar 
com terapia combinada de dois fármacos. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso I – Ago. 2022 
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Os dois fármacos de escolha deve ser dois de primeira 
linha de tratamento em doses otimizadas. 
Se mesmo assim não atingir a meta, deve associar um 
terceiro medicamento também dentro dos de primeira 
linha. 
Se mesmo assim não atingir a meta, deve associar o 4º 
fármaco com Espironolactona. 
E se mesmo assim não atingir a meta, deve adicionar 
outros fármacos que depende de cada situação. 
 
Deve avaliar o efeito em no mínimo 4 semanas para efeito 
do medicamento. 
 
- CAUSAS HIPERTENSÃO REFRATÁRIA: 
 
Paciente que trata, trata e trata e mesmo assim não esta 
controlado. 
Principal causa é a não adesão ao tratamento e deve 
avaliar se tem alguma medicação inadequada. 
 
▪ Reavaliação da medicação – pode estar com uma 
medicação inadequada, má adesão 
▪ Medição inadequada da pressão 
▪ Ingestão excessiva de sódio 
▪ Terapia diurética inadequada 
▪ Doses inadequadas; Interação de drogas – Por 
exemplo, AINE, drogas ilícitas, simpatomiméticos 
▪ Excesso de Álcool 
▪ Hipertensão Secundária – outro motivo causando 
a hipertensão 
 
 
Na imagem acima: 
Paciente hipertenso controlado e paciente hipertenso 
não controlado 
 *Se o paciente toma 1, 2 ou 3 classes medicamentosas 
e está controlado – Hipertensão controlada. 
 *Se o paciente toma 4, 5 medicações e está controlado 
– Hipertensão resistente (precisa de muitos remédios 
para controlar), mas está controlado. 
 *Se o paciente toma 1 ou 2 classes medicamentosas e 
não está controlado – Hipertensão não controlada e 
deve reavaliar o tratamento. 
 *Se o paciente toma 3, 4 classes medicamentosas e não 
está controlado – Hipertensão resistente. 
 *Se o paciente toma mais de 5 classes medicamentosas 
e não está controlado – Hipertensão Refratária. 
 
Independente o paciente precisar de 1 ou 5 classes 
medicamentosas, o objetivo sempre é controlar a 
pressão. 
 
- FÁRMACOS E DROGAS QUE PODEM INDUZIR À 
HIPERTENSÃO: 
 
 
 
 
Se o paciente não está bem controlado, deve entender o 
que está acontecendo e se há outras drogas interferindo 
nesse tratamento. 
 
**OBJETIVO DE MANEIRA GERAL NA HIPERTENSÃO: 
Saber reconhecer se o paciente é hipertenso ou não, 
saber indicar se precisa fazer um MAPA ou MRPA ou não, 
saber orientar o paciente no tratamento não 
farmacológico, saber orientar o paciente no tratamento 
farmacológico e saber avaliar o paciente em relação a 
outras doenças que podem estar associadas (ex.: 
paciente hipertenso com IC, hipertenso com diabetes). 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso I – Ago. 2022 
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➢ URGÊNCIA E EMERGÊNCIA HIPERTENSIVAS 
 
Urgência e Emergência hipertensiva é quando a pressão 
arterial diastólica > 120mmHg. 
**A diretriz dos EUA coloca também que a pressão 
sistólica >180 mmHg também se enquadra em uma 
emergência hipertensiva. 
 
É basicamente acima do estágio 3. 
 
Emergência é mais grave que urgência. Na emergência se 
não resolver naquele momento o paciente pode ir à óbito 
rapidamente. Na urgência a conduta deve ser feita para o 
paciente não ir à óbito nos próximos dias. 
Na hipertensão, urgência e emergência deve diferenciar 
pela presença de lesão de órgão alvo. Não diferencia por 
valores, pois podem ser semelhantes. 
 
Lesão de órgão algo no contexto de emergência 
hipertensiva seria, por exemplo, uma encefalopatia 
hipertensiva, AVC isquêmico ou hemorrágico, DAC, IC, 
edema agudo de pulmão, lesão renal rapidamenteprogressiva. 
 
Ex.: uma lesão neurológica (AVC) o paciente pode ter uma 
microangiopatia difusa que mostra que o cérebro já vem 
sofrendo ao longo do tempo não significa uma lesão de 
órgão alvo no contexto de emergência hipertensiva. 
 
Emergência – Lesão de órgão alvo. Exige redução 
imediata da PA, com drogas EV. 
Ex.: Papiledema no exame de fundo de olho, muito 
comum em encefalopatia hipertensiva. 
 
Urgências Hipertensivas – Sem lesão órgão alvo. 
Permitem a redução da PA ambulatorialmente, com 
medicação VO em 24h. 
Pode fazer uma recombinação de medicação oral para o 
paciente. 
 
 
 
 
 
Na imagem acima: Na seta há uma isquemia. 
Emergência hipertensiva. 
 
 
Na imagem acima: um sangramento. É uma emergência 
hipertensiva. 
 
- ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: 
 
▪ Prevenção Primária e Secundária Controle da 
hipertensão com diferentes fármacos tem grande 
impacto na prevenção primária e secundária do 
AVC. 
▪ Hematoma Cerebral PAS ≥160mmHg relacionada 
à expansão do hematoma. 
Se PAS ≥160mmHg já deve tratar esse paciente com 
objetivo de Pressão arterial média (PAM) ser mantida 
entre 90 e 130 mmHg. 
 
PAM = sistólica + (2x diastólica) / 3 
 
PAM nos indica muitas vezes a perfusão do paciente. Em 
pacientes que tem um sangramento, o objetivo é manter 
a PAM entre 90 e 130 mmHg. 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso I – Ago. 2022 
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▪ Fase Aguda do AVC isquêmico há uma elevação 
da PA frequente e transitória. 
PPC (Pressão de perfusão cerebral) = PAM – PIC 
(pressão intracraniana) 
Quando o paciente tem um AVC isquêmico, a PIC vai 
aumentar. Mas o ideal é que a PPC fique aumentada, 
então para que isso ocorra é necessário aumentar a PAM. 
O organismo consegue aumentar a PAM, então é normal 
ter uma elevação da PAM para manter a perfusão 
cerebral. 
Em um AVC isquêmico deve entender que o paciente vai 
apresentar essa elevação da PA. 
 
Muitas vezes se vê o paciente com AVC e com pressão 
alta, mas o que causou o AVC não foi aquela pressão alta, 
e o aumento da pressão foi devido a esse mecanismo de 
defesa para compensar a pressão de perfusão cerebral. 
 
No AVC isquêmico então deve evitar redução intensa da 
PA (>25% da PAD) 
Melhores níveis da PAS situam-se entre 150 – 180 mmHg. 
Ex.: se paciente chega com PA >200 mmHg se faz uma 
medicação para diminuir a pressão, mas deve manter 
entre essa faixa de 150 – 180 mmHg. 
 
O uso de Anti-hipertensivos somente em condições 
especiais: 
Isquemia miocárdica, insuficiência renal ou cardíaca, 
dissecção aórtica, controle mais restrito. 
 
- DISSECÇÃO DE AORTA: 
 
 
Na dissecção cada movimento carrega uma onda de 
pulso. Se esse batimento repete várias vezes carregando 
uma pressão muito alta, a tendência é piorar a dissecção. 
 
Então o objetivo é uma redução brusca da PA e da FC. 
 
Deve ofertar oxigênio, acesso venoso, monitor +ECG. 
Analgesia com MORFINA. 
Objetiva uma redução de pós carga com um 
vasodilatador direto – NITROPRUSSIATO DE SÓDIO 
(medicação de escolha quando tem emergência 
hipertensiva). 
Redução de pressão de pulso com redução da FC com 
BETA BLOQUEADOR. 
 
- EDEMA AGUDO DE PULMÃO: 
 
 
Tratamento para edema agudo hipertensivo: 
Deve reduzir a PA com NITROPRUSSIATO DE SÓDIO e 
retirar o excesso de líquido com diurético de alça via 
parenteral (FUROSEMIDA) e ainda deve melhorar a 
ventilação (melhora da perfusão torácica e trocas 
gasosas). 
 
Tripé do tratamento de edema agudo de pulmão: 
DIURÉTICO DE ALÇA + VASODILATADOR DIRETO + 
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) 
Pode ser utilizada a Nitroglicerina, de preferência o 
nitrato para diminuição da pós carga. 
 
Morfina em alguns pacientes pode ter efeito que pode 
melhorar a taquipneia do paciente, mas há uma discussão 
quanto ao uso. Não se sabe se ela melhora ou piora o 
edema agudo de pulmão, pois a maioria dos pacientes 
que usa morfina vai à óbito. 
Mas a morfina não é ela por si só que vai alterar a 
mortalidade do paciente, ela é uma medicação 
adjuvante. 
 
MOV + ECG; 
Decúbito Elevado; 
Oxigênio (Máscara/ CPAP); 
Redução de Pré-Carga (Diurético, Morfina, Nitroglicerina, 
Nitroprussiato); 
Redução de Pós-Carga (Nitroglicerina, Nitroprussiato). 
 
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Paciente com isquemia deve utilizar medicamentos que 
vão diminuir o consumo de oxigênio nas primeiras 24h, 
como o Nitrato e Beta bloqueador. 
 
Na Eclampsia, além de controlar a pressão com 
Nitroprussiato, deve fazer medidas para controlar a 
pressão do bebê, com o uso de sulfato de magnésio, uso 
de hidralazina. 
 
Paciente com abuso de cocaína com emergência 
hipertensiva, deve perguntar ao paciente se ele utilizou 
beta bloqueador. Ele vai chegar taquicárdico e 
hipertenso, e se fizer um beta bloqueador o paciente 
pode ter vasoespasmo, broncoespasmo, sendo contra 
indicado. A medicação de escolha será Benzodiazepínico. 
 
- EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA: 
 
 *Droga de escolha via EV: 
Droga de escolha em geral – NITROPRUSSIATO DE 
SÓDIO. 
Esse medicamento tem rápida ação (0,15 a 3 segundos) e 
meia-vida curta – Potente, seguro e titulável (consegue 
aumentar a dose). 
 
- URGÊNCIA HIPERTENSIVA: 
 
Tratamento sintomático ou tratamento de uma outra 
afecção já é efetivo. 
Medicação sintomática é tão eficaz quanto anti-
hipertensiva. 
Evitar o tratamento cosmético da PA, tratamento que não 
altera nada e mascara o tratamento que realmente será 
eficaz.

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