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Aula 5 - Protozooses em suínos (pt. 1) Coccidioses • Eimeria debliecki: doença clínica e de lesões graves. • E. polita, E. scabra e E. spinosa causam diarreia discreta a moderada, em leitões. • Cystoisospora suis é uma causa de enterite grave de ocorrência natural em leitões jovens com 1 a 2 semanas de idade. • Período periparto em porcas. • INFECÇÃO: VIA ORAL, POR ALIMENTOS OU ÁGUAS CONTAMINADAS. • Inicialmente, os leitões se infectam pelo hábito de coprofagia; a segunda fase da diarreia inicia-se pelos estágios teciduais. • Doenças causadas por endoparasitas que causam enteropatias. • Alterações na fisiologia intestinal. • Atrasos no desenvolvimento de animais jovens. • Prejudica a reprodução de adultos. • Facilidade de infecção nos suínos que são mantidos confinados, auxiliando na concentração e dispersão dos oocistos, em uma população suscetível. • Hosp: mamíferos, aves, anfíbios, peixes. • O diagnóstico das infecções causadas por coccídios baseia-se na anamnese e nos sinais clínicos e, nas infecções patentes, na presença de oocistos de espécies patogênicas nas fezes. • Os oocistos podem não ser excretados durante a fase de diarreia; assim, sua contagem nas fezes nem sempre é útil: dificuldade no diagnóstico Tratamento: • sulfonamida-trimetoprima • Fluidoterapia • Vários medicamentos anticoccídios, como halofuginona, salinomicina, toltrazurila e dicalzuril, administrados por via oral, em animais infectados, é efetivo, embora tais medicamentos possam não estar liberados ou aprovados em muitos países. Controle: • Melhorias em condições de higiene. • As instalações devem ser limpas e secas. • Após a limpeza completa das baias de parição utilizando-se jato de água sob alta pressão ou desinfecção a vapor, podem ser utilizados desinfetantes à base de amônia. • Evitar superlotação de leitões e contaminação de alimentos e água por fezes. • A prevenção é obtida pela administração de amprólio, junto com o alimento, às porcas, durante o período periparto, desde 1 semana antes do parto até 3 semanas após a parição, onde este medicamento ainda estiver liberado e aprovado. • Amprólio: coccidiostato Cytoisospora suis (Isospora suis) • Hospedeiros: Suínos Ciclo evolutivo: • Merontes se instalam em células epiteliais das vilosidades do intestino delgado, geralmente no terço distal e abaixo do núcleo da célula hospedeira. Notam-se merontes de primeira geração 2 a 3 dias após a infecção. Merontes de segunda geração surgem em 4 dias e gametócitos amadurecem 5 dias após a infecção. O período pré-patente varia de 4 a 6 dias e o período de patência, de 3 a 13 dias. Sinais clínicos: • Os leitões com infecção clínica desenvolvem uma doença não hemorrágica característica que não responde à terapia antibiótica de rotina. • A diarreia varia desde fezes pastosas brancas a creme até diarreia aquosa. • Os leitões acometidos tendem a ser peludos e com retardo de crescimento. Os leitões gravemente acometidos desenvolvem desidratação, continuam a mamar, mas o ganho de peso diminui. Cryptosporidium parvum • Os oocistos maduros são ovoides ou esferoides, medem 5,0 × 4,5 μm. • Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos, equinos, suínos, humanos. • A maior parte das infecções causadas por Cryptosporidium é assintomática e acomete suínos com 6 a 12 semanas de idade. Sinais clínicos: • Anorexia, êmese, diarreia, em geral intermitente, que pode resultar em baixa taxa de crescimento. • Os merontes e os gametócitos se desenvolvem em um envoltório parasitóforo aparentemente oriundo de microvilosidades, de modo que parece não ocorrer a ruptura celular notada em outros coccídios. • No entanto, alterações na mucosa são evidentes no íleo, onde há retardo do crescimento, edemaciação e, por fim, fusão de vilosidades. Isto tem um efeito marcante na atividade de algumas enzimas ligadas à membrana. • É possível que os leitões se infectem sem manifestar sinais clínicos, mas atuem como fontes de infecção para outros leitões do grupo. A principal via de infecção é fecal-oral, pelo contato direto entre os animais. • Ampla adaptação do hospedeiro na evolução de Cryptosporidium e muitos mamíferos ou grupos de mamíferos têm genótipos de Cryptosporidium adaptados aos hospedeiros, que diferem entre si tanto na sequência de DNA quanto na infectividade. Balantidium coli • Local de predileção: Intestino grosso • Hospedeiros. Suínos, humanos, camelos, macacos, cães (raramente), ratos Patogênese: • Podem ocasionar ulceração mucosa, acompanhada de diarreia, em suínos. Balantidium pode ser um invasor secundário de lesões do intestino grosso. Sinais clínicos: • Diarreia • São encontrados em grande número no lúmen do intestino grosso com mucosa do ceco normal. • No entanto, podem ser encontrados em úlceras de mucosa causadas por outras infecções. • Produzem hialuronidase, que pode expandir as lesões ao atacar a substância fundamental intercelular • É provável que Balantidium coli seja um comensal no intestino grosso da maior parte dos suínos. • Ocasionalmente, as pessoas podem contrair doença clínica por meio da contaminação de alimentos ou das mãos, com fezes de suínos. • A transmissão ocorre pela ingestão de cistos ou de trofozoítas. • Os cistos são resistentes às condições ambientais e podem sobreviver durante semanas nas fezes de suínos. • O suíno é a fonte de infecção usual para humanos e cães Diagnóstico e Tratamento: • Exame microscópico de conteúdo intestinal ou em exame histológico de lesões do intestino Aula 5 - Infecções por artrópodes (pt. 2) Haematopinus suis (piolhos em suínos) Locais de predileção: • Pele: é encontrado com mais frequência nas dobras cutâneas do pescoço e da queixada, nos flancos e nas faces internas dos membros, em animais com poucos pelos. • É um piolho grande, marrom-acinzentado, com marcas marrons e pretas; medem 5 a 6 mm de comprimento. • Sua cabeça é longa e estreita e as longas partes bucais são adaptadas para sugar sangue. • As projeções angulares proeminentes, conhecidas como pontos oculares ou ângulos temporais, situam-se atrás das antenas. • Não possuem olhos. • A placa esternal torácica é escura e bem desenvolvida. • Presença de uma única garra grande Patogênese e sinais clínicos: • Inicialmente, predomina infiltração de neutrófilos com necrose de células epiteliais. • Discreta irritação ocasional. • Instala-se nas dobras do pescoço e da queixada, ao redor das orelhas, nos flancos e no dorso. • A maior parte das ninfas é encontrada na região da cabeça. Entretanto, a irritação é causada pelos breves, porém frequentes, repastos sanguíneos; em cada repasto ocorre uma nova punção, com nova lesão. • Nas infestações maciças os suínos se tornam inquietos e há comprometimento do crescimento. Diagnóstico e tratamento: • Haematopinus suis é o único piolho encontrado em suínos. Os adultos são facilmente vistos na pele e podem ser removidos e identificados por meio de microscopia óptica. • A aplicação parenteral de avermectinas ou a administração pour-on do organofosforado fosmet mostraram-se altamente efetivos, como um único tratamento. Amitraz e deltametrina também são efetivos. • Assim que se define o diagnóstico de pediculose é fundamental que todo o plantel seja tratado. Controle: • Em geral, o controle se baseia na aplicação de inseticidas ou no uso de uma lactona macrocíclica. • Como profilaxia do plantel, as leitoas e as porcas devem ser tratadas antes do parto, a fim de evitar a disseminação da infecção às ninhadas; os varrões devem ser tratados duas vezes por ano. Sarcoptes scabiei • As larvas hexápodes e as ninfas octópodes se assemelham aos adultos. • Hospedeiros. Todos os mamíferos domésticos e humanos. • As reações do hospedeiro se devem principalmente a uma respostaà atividade de alimentação e escavação dos ácaros e aos seus depósitos de fezes. • Lesões em cabeça, onde a pelagem é relativamente escassa. Sinais clínicos: • Erupções papulares, acompanhadas de eritema, prurido e perda de peso. • À medida que a infestação progride ocorre espessamento da pele e formação de crostas exsudativas, além de infecção secundária devido à lesão causada por arranhaduras do hospedeiro. • Inapetência, perda de peso, prejuízo à audição, cegueira e definhamento. Diagnóstico: • Raspado de pele • Amostras de cerume Tratamento e controle: • Amitraz, triclorfon e bromocicleno. Produtos mais recentes e práticos, com menor efeito residual, são fosmet, um organosfosforado sistêmico de uso pouron, e as lactonas macrocíclicas. • Em suínos, uma estratégia de controle comum consiste no tratamento da porca (o principal reservatório da infecção) antes de ser colocada na baia ou no piquete de parição. • O tratamento de rotina de varrões, com intervalos de 6 meses, é mais importante e qualquer varrão recentemente introduzido no plantel (quarentena). • Banho ou aspersão, semanal Demodex phylloides • Hospedeiros. Suínos. Patogênese: • Em geral, a infestação se restringe à cabeça, onde se constatam eritema, pápulas e espessamento cutâneo. Caso haja infecção bacteriana secundária ou ruptura folicular é possível notar pústulas e nódulos. Sinais clínicos: • Eritema, pápulas e espessamento cutâneo na cabeça. • Tipicamente, as lesões envolvem a parte ventral do abdome, a face ventral do pescoço, as pálpebras e o focinho. Iniciam-se como pequenas máculas avermelhadas que se transformam em nódulos cutâneos recobertos de escamas, na superfície. A excisão dos nódulos libera restos caseosos espessos esbranquiçados. • É provável que a localização profunda na derme dificulte a transmissão de Demodex entre os animais, a menos que haja contato prolongado. • Este contato ocorre mais comumente durante a amamentação. Este tipo de sarna é raro em suínos, embora tenha se constatado prevalência de até 5%, em países do leste europeu. • Em muitos casos, a demodicose regride espontaneamente, sem necessidade de tratamento. • Os organofosforados (p. ex., malation, cumafós, diazinon, fenclorvós, clorfenvinfós, fosmet e triclorfon); avermectinas e milbemicinas. Diagnóstico: • Para confirmação do diagnóstico são necessários raspados de pele profundos para alcançar os ácaros, profundamente instalados, nos folículos pilosos e nas glândulas. • São mais facilmente obtidos nas dobras cutâneas, aplicando-se uma gota de parafina líquida e raspando a pele até que surja sangue capilar.
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