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1 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA 4M2 – ANEMIAS CARENCIAIS E DA DOENÇA CRÔNICA DEFINIÇÃO: Por definição significa deficiência de hemoglobina no sangue • Redução no número total de hemácias • Redução da concentração de hemoglobina eritrocitária Para se entender o conceito de anemia é necessário entender a fisiologia por trás da produção das hemácias (eritrócitos) • Principal função – transporte de hemoglobina, pigmento sanguíneo responsável pelo transporte de oxigênio • Forma de maior eficiência no transporte de oxigênio – hemoglobina dentro dos glóbulos vermelhos • Alguns animais de menor porte – transporte de menor eficiência – hemoglobina dissolvida no plasma sanguíneo. PROPRIEDADES DA HEMÁCIA: As hemácias conseguem concentrar e transportar aproximadamente 34 gramas de hemoglobina em cada 100 ml de volume de células. Não tem como ultrapassar esse máximo de 34g. A concentração se mantém relativamente estável em não ultrapassa esse valor devido a um limite fisiológico/metabólico celular formador de hemoglobina. Deficiências na produção e concentração da hemoglobina dentro das hemácias pode ocasionar: • Volume celular da hemácia diminuído – células microcíticas • Concentração celular de hemoglobina baixa – células hipocrômicas Quando o hematócrito (fração do volume sanguíneo composto por hemácias) está normal – 40 a 45%. Hematócrito é a parte que representa as células da linhagem vermelha. Diz qual a porcentagem dessas células são células sanguíneas especializadas no transporte de oxigênio. O sangue total do homem contém em média 15 gramas de hemoglobina por 100 mil de volume – nas mulheres 14 gramas. PRODUÇÃO DAS HEMÁCIAS: Nos estágios finais de produção das hemácias, os reticulócitos migram para fora da medula óssea entrando nos capilares sanguíneos através da diapedese. O material basófilo (DNA) que permanece nos reticulócitos desaparece normalmente em 1 a 2 dias – hemácia madura. A concentração normal dos reticulócitos é de apenas 1% o que evidencia sua rápida conversão em hemácias. Se a concentração de reticulócitos estiver dimiuida indica que a medula não está sendo ativada, por exemplo. Se a concentração for maior, quer dizer que a medula está sendo hiperestimulada (anemia hiperproliferativa). A dosagem de reticulócitos pode ser útil na prática clínica para guiar a investigação da anemia. Produção das hemácias: • Em última análise é o hormônio eritropoetina (EPO) que regula a produção das hemácias no sangue. • Sabe-se que essa substância é produzida pelos rins pelas células adjacentes aos túbulos proximais renais. O rim recebe fluxo sanguíneo muito grande – é o órgão responsável pelo controle pressórico e filtragem do sangue. Mas a eritropoetina não é produzida somente nos rins. • A oxigenação tecidual é o fator que mais estimula a produção de EPO. O controle da produção das hemácias deve objetivar: • Número adequado de hemácias consiga fazer o transporte de oxigênio dos pulmões • As células não sejam muito numerosas ao ponto de prejudicar o fluxo sanguíneo alterando a viscosidade do sangue Não se pode ter hemácias defeituosas e nem muitas/poucas células para evitar aumento de resistência e viscosidade sanguínea ou transporte ineficiente de O2. Situações que o indivíduo perde ambos os rins – anemia severa (doença renal crônica, algum acidente, mas essa condição não é incompatível com a vida) 2 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA • 90% produção de eritropoetina (EPO) renal • 10% em outros órgãos (fígado principalmente) estímulo medular de 33 a 50% Esse indivíduo vai ter um prejuízo, vai viver sempre com anemia. O corpo vai adaptando – as vezes chegam com Hb de 3 e estão sossegados. Pode ser necessário transfusão sanguínea ou uso de EPO exógena. A ação da EPO não somente estimula a maior formação de proeritroblastos como também acelera a diferenciação de todas as células da linhagem vermelha – situações de hipóxia persistente (24 horas). Situações de hipóxia fazem a medula entender que precisa produzir mais células vermelhas. PRODUÇÃO DAS HEMÁCIAS – CARÊNCIAS NUTRICIONAIS: Existem carenciais nutricionais que podem influenciar negativamente na produção das hemácias e gerar anemia de forma crônica • Deficiência de vitamina B12 (cianocobalamina) • Deficiência de ácido fólico – ambos nutrientes são necessários para produção de trifosfato de timidina – unidades essenciais da produção do DNA • Anemia perniciosa – perda do fator intrínseco Fator intrínseco é essencial para absorver a vitamina B12 FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA: A síntese da hemoglobina começa nos proeritroblastos e segue até a formação dos reticulócitos. Desde o início a célula já concentra hemoglobina para que quando tenha a hemácia ela já esteja com sua capacidade de concentração. • É o principal constituinte das hemácias e também responsável direto pelo transporte de oxigênio. • É formada através da reação do grupo heme com a longa cadeia polipeptídica denominada globina. Quatro dessas combinações se juntam para formar a molécula completa da hemoglobina. As cadeias de globina que fazem o transporte. Quando pega 4 cadeias de globina e combina com grupo Heme que tem o ferro forma a hemoglobina. Estrutura básica da unidade do heme, mostrando uma das quadro cadeias heme que se ligam entre si, junto com o polipeptídeo globina, para formar a molécula de hemoglobina. O anel porfirínico é essencial para receber o ferro. O ferro é a molécula que recebe o oxigênio. Sem ferro não tem como captar O2 pq o ferro tem a carga essencial para fazer o aporte do O2. A hemoglobina é formada por 4 cadeias sempre que vão se combinar e possibilitar o transporte de O2. DADOS HEMATIMÉTRICOS (ERITROCITÁRIOS): O hemograma é a ferramenta para diagnóstico de anemia. Hematócrito é obtido pela fração sanguínea que realmente contem hemácias. É muito útil na prática – pode indicar desidratação severa e hiper-hidratação (síndrome volêmica). Indivíduo com sintomas compatível com dengue (febre, dor no corpo, rash cutâneo, prurido, sem sintoma gripal) pede hemograma e hematócrito de 60 indica que o indivíduo está desidratado – significa que a parte do todo, muito está com célula sanguínea e pouco está com água. O hematócrito, normalmente, é 3x o valor da Hb. Diz se é anêmico ou não. Se tem anemia, o valor de Hb está baixo. Tem como o valor está acima do valor de referência, mas não significa que tem Hb demais, e sim que pode 3 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA estar diante de uma anemia em que as células são grandes demais e estão bem coradas, ou seja, quando você joga na máquina dá um valor assustador de Hb pq a máquina tritura tudo junto e pesa. O quanto de hemoglobina tem a cada corpúsculo. Não é muito usado. Não faz associação com o hematócrito. Diz se a célula é grande, normal ou pequena – normocítica, macro e microcítica. Esse é essencial. Diz se uma hemácia tem a crômica adequada. Hipocromica, normocromica. Hipercromica – existe, mas é rara. Valores de referência variam de acordo com o laboratório. RDW é o índice de anisocitose – é a disparidade entre dois dados estatísticos; diz como homogêneos são as coisas. Quando mais próximo do valor de referência, quer dizer que as hemácias são mais homogenias. Existem hemácias grandes e pequenas, mas não é tão discrepante. Quanto maior o índice, maior a diferença – então pode ter situação em que a Hb está normal, mas 50% das células tem volume pequeno e 50% tem volume grande. Um VCM de 100 pode ser 100% das hemácias com volume de 100, mas pode ser 50% com volume de 80 e 50% com volume de 120% e fazendo uma média chega ao VCM de 100 também. CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS: As anemias podem ser classificadas quanto às suas características morfológicas não sendo evidenteo fator causal do processo anêmico. • Anemias microcíticas e normocrômicas • Anemias normocítica e normocrômicas • Anemias microcíticas e hipocrômicas Tal classificação pressupõe um entendimento aprofundado dos índices hematimétricos fornecidos pelo hemograma. Aplasia medular – é quando a medula não funciona da forma correta, a medula está aplásica. Isso envolve a discussão do perfil de biossegurança da dipirona – americanos defendem que dipirona induz aplasia medular. Anemia ferropriva – se faltar ferro ela não vai colorir e não vai crescer. As anemias também podem ser classificadas quanto a etiopatogênese do acometimento sistêmico: Tal classificação também é chamada de critério cinético uma vez que essa forma de classificação leva em consideração a presença ou ausência de reticulócitos na circulação periférica. Cinético pq pressupõe movimento – uma célula que é formada na medula tem que migrar/diapedese para a corrente sanguínea. Leva em consideração se tem ou não a presença de reticulócitos na circulação periférica. Se tem muitos reticulócitos na periferia quer dizer que a medula está sendo muito estimulada. 4 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA Aqui percebe-se se a medula está sendo hipo ou hiperestimulada, mas não sabe-se a característica das hemácias. • Se a porcentagem de reticulócitos for maior que 3%, ocorre a anemia do tipo hiperproliferativa • Se a porcentagem de reticulócitos for menor que 2% (algumas fontes menor que 1%) estamos diante de um quadro de anemia do tipo hipoproliferativa. Anemias por deficiência de produção de eritrócitos, portanto hipoproliferativas – tem baixa estimulação da medula pq falta quem estimula o hormônio ou por doença crônica que impede que as coisas funcionem bem. Anemias por excesso de destruição: a medula vai ser hiperestimulada pq está sendo muito destruído. ANEMIAS POR DEFEITO DE PRODUÇÃO DOS ERITRÓCITOS: ANEMIA FERROPRIVA Acomete preferencialmente: • Mulheres em idade fértil • Crianças – devido à alta demanda metabólica • É mais rara nos homens adultos Pode estar presente em até 30% dos indivíduos do planeta, menor proporção em países desenvolvidos. Ocorre devido a um déficit de ferro no organismo, a ingestão desse elemento é menor do que a necessidade corporal. • Homens possuem uma reserva de ferro corporal maior – 600-1200 mg de Fe • Mulheres – 100 – 400 mg de Fe Você consegue absorver melhor o ferro do grupo heme – ferro que é vinculado á proteínas. A deficiência de ferro ocorre por mecanismos diversos: • Aumento da necessidade metabólica (situação infecciosa – as bactérias trabalham com o ferro) • Excesso de perda sanguínea (hemorragias) • Má-absorção do ferro na alimentação – gastrectomia, esteatorreia, trânsito intestinal rápido • Dieta deficiente de ferro A perda sanguínea é a causa mais comum dentre esses mecanismos: • Perda menstruais – hipermenorreia (mioma, fibroma, pólipos…) • Perdas digestivas → úlceras, CA gastrointestinal, parasitas, varizes esofágicas, hemorróidas e divertículos Normalmente se instala de forma lenta e progressiva. Os depósitos de ferro (Ferritina e hemossiderina) tendem a se esvaziar – redução da ferritina no plasma – aumento da absorção de ferro pela mucosa intestinal. Nesse momento pode ser observado discreto aumento da concentração de transferrina plasmática. Diferença ferritina e hemossiderina: ambas estocam ferro. Ferritina estoca ferro de acesso mais fácil – é forma de depósito para utilizar de forma rápida. Hemossiderina é um depósito mais espesso/robusto – para ser utilizado precisa de demanda maior. Transferrina transporta ferro – o ferro não pode ser transportado sozinho pois é muito reativo (induz hemólise e dano a outras células). Com a progressão do déficit, observa-se: • Queda do ferro plasmático • Diminuição da saturação de transferrina • Diminuição da saturação de ferritina A eritropoese deficiente se instala quando ocorre: • Ausência de ferro nos depósitos (medula óssea com macrófagos sem grãos de ferro) • Grande aumento da transferina livre • Grande diminuição da saturação da transferrina • Grande baixa da ferritina e do ferro livre no plasma • Ausência de sideroblastos na medula óssea • Aumento da protoporfirina nos eritrócitos • Instalação da microcitose e da hipocromia por diminuição da síntese de hemoglobina. Para que se mantenha o equilíbrio, é recomendada uma ingesta diária de aproximadamente 1 mg de ferro elementar na dieta – taxa maior em mulheres devido a menstruação. 5 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA Na adolescência, devido a um grande aumento do metabolismo e pelo crescimento, é recomendado a ingestão de aproximadamente 1,5 mg/dia de ferro através da alimentação. Mulheres em fase de gravidez e lactação podem precisar de 3 a 5 vezes a quantidade normal diária de ferro ingerido. A absorção de ferro depende da quantidade de carne ingerida (Ferro hêmico) • O ferro hêmico consegue ser melhor absorvido e é mais biodisponível para o organismo que o ferro não hêmico (presente nas plantas e outros alimentos). • Indivíduos com anemia ferropriva que recebem dietas ricas em carnes conseguem aumentar a absorção de ferro para 3-4 mg/dia. Grupo heme = já tem a estrutura da globina com o ferro. O ferro ligado a esse grupo é absorvido mais facilmente. Quadro clínico: • Taquicardia reflexa – compensar o débito cardíaco. • Fadiga • Astenia • Palidez cutâneo mucosa • Tonturas • Anorexia • Glossite atrófica (língua inchada, descamativa e inflamada) • Perversão alimentar (pica - comer terra, barro, farináceos, gelo, papel, etc) • Disfagia intensa • Gastrite crônica com presença de H. pylori – disfunção na absorção de ferro. ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS: Aparecem devido a defeitos na síntese do DNA em células precursoras da medula óssea • Vitamina B12 e folato são necessários para formação de timidina monofosfato (TMP) – tal substância entra na composição da timina, uma das quatro bases nitrogenadas do DNA. • Há inter-relação entre o metabolismo da vitamina B12 e dos folatos – na ausência de cobalamina (B12), o tetraiodrofolato não pode ser liberado, havendo acúmulo na forma metilada que não é metabolicamente ativa. Para que tenha vitamina B12, é essencial ter fator intrínseco – não consegue absorver cobalamina sem fator intrínseco. Se ele não está presente, não consigo absorver. Anemia perniciosa: Ocorre por ausência do fator intrínseco (FI) secretado pelas células da mucosa gástrica – células parietais da região fúndica (em cima). Atrofia da mucosa gástrica – diminuição de secreção do FI – presença de auto anticorpos direcionados às células parietais – bloqueio da ligação entre a B12 e o FI. (se bloqueia a ligação, bloqueia a absorção) É uma anemia megaloblástica (Tem VCM enorme). É uma célula gigante pq a síntese de proteína não está legal. Então ao invés da célula ficar compacta e funcional ela fica grande, disforme e disfuncional. Na anemia perniciosa tem uma doença autoimune que gera um ataque às células parietais que vão produzir fator intrínseco na mucosa gástrica, consequentemente se essas células parietais são perdidas, não produz FI e não se liga com a B12 e não é absorvida no intestino. Álcool e alguns medicamentos expoliam o ácido fólico. Quadro clínico: • Cansaço • Palidez acentuada • Língua lisa e careca • Ardor lingual • Neuropatia periférica • Perturbações esfincterianas • Hipo ou hiper-reflexia → Sinal de Babinsky positivo → Degeneração neurológica • Alucinações e até demência Diagnóstico • Dosagem de Vitamina B12 → Normais = 200 - 900 ng/l , 100-200 já são sugestivos • Teste de Shilling • Dosagem de Homocisteína 6 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA O teste de Schilling testa se o organismo consegue absorverVit B12. Injeção de B12 de forma IM e com isso vai lotar os estoques de vitamina B12. Não tem como não absorver pq é via intramuscular (não precisou do TGI). Logo, qualquer nova B12 que seja absorvida não vai ser estocada pq o depósito está cheio, ela vai chegar, mas vai ser desprezada. Então depois você vai pegar uma quantidade de B12 e marcar de forma radiativa e com isso você tem marcadores – se está absorvendo essa B12 por via oral, quer dizer que depois de 24h ela precisa sair pela via urinária e ai você dosa o quanto foi excretado. E aí tem duas situações: ou excretar o esperado, então eliminação de 5 a 30% do ingerido. Se excreto na urina está sendo absorvido. Se não absorve, pode ser várias situações (intestino, FI com problemas etc). E aí dá de novo a B12 junto com fator intrínseco e vai testar se absorve. Se absorver o problema é no FI. Se não absorver tem algum problema intestinal etc. Metabolismo da homocisteína. Quando você pede a homocisteína, se ela estiver normal você conclui que tanto a cobalamina quanto o metiltetraidrofolato (responsável pelo metabolismo do ácido fólico) estão normais. Se ela vier baixa você não sabe qual é o responsável. Ela dá a dica que não é problema de B12 nem de folato se estiver normal/alta. ANEMIA POR DOENÇA CRÔNICA: Etiopatogenia complexa: Associação de fatores concomitantes – infecção crônica, ICC (insuficiência cardíaca crônica). DRC (doença renal crônica), doença hepática crônica, neoplasias. Infecção crônica que diminuindo ferro e dificultando a obtenção de Hb boa saturada; ICC que piora o metabolismo e não consegue ter uma desenvoltura metabólica suficiente; DRC que gera uma baixa na produção de EPO e estimulação medular; doença hepática crônica dificulta processos metabólicos como um todo, neoplasias tb. Na DRC, o principal mecanismo presente é a presença de queda na produção de EPO (eritropoetina) que é naturalmente produzida pelos rins (90%) e pelo fígado (10%), hormônio esse essencial para eritropoese das hemácias. Ocorre variação no padrão da anemia, existindo quadros com a presença de hemácias hipocrômicas e microcíticas e também hemácias normocrômicas e normocíticas. A dosagem de marcadores inflamatórios (pro- calcitonina e PCR) são úteis na investigação desse tipo de anemia. Metabolismo do ferro: Relação do oxigênio com as hemácias: 7 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA Diz como a hemoglobina se relaciona com diferentes pressões parciais de oxigênio – o quão saturada ela fica. PO2 de 27, normalmente a hemácia vai saturar 50% da sua capacidade – quer dizer que 50% dela está com oxigênio. Pode ocorrer a mudança desse padrão – a curva se desloca a esquerda ou direita. Esse deslocamento gera menor ou maior grau de afinidade. PO2 de 27 com deslocamento à esquerda satura 85, é uma hemácia mais ávida, quer oxigênio de todos os jeitos – é um exemplo de hemoglobina fetal: o feto e a mãe tem que sobreviver e ela precisa de oxigênio para nutrir as células então a natureza encontrou um mecanismo de se nutrir através da maior avidez/vontade de ter oxigênio da HbF. Então a HbF com concentrações pequenas de oxigênio ela se satura super bem. Dá tempo da mãe usar oxigênio e ainda nutrir o neném (que tem metabolismo baixo). Situações a direita: processo infeccioso – afinidade reduzida, é um quadro infeccioso pode ter febre, quando fica quente há vasodilatação para permitir sistema imune. À direita: afinidade reduzida, quadro pró-infeccioso: • Febre – temperatura aumenta, não só do corpo como local (vasodilatação para permitir a ativação do sistema imune) • PCO2 – pressão parcial de CO2. Diz que tem mais gás no ar. Uma pressão parcial é uma pressão que é contada por uma relação de volumes gasosos. Então quanto maior a pressão parcial de um gás quer dizer que maior é o volume que esse gás ocupa no volume delimitado de um espaço. Faz sentido o CO2 aumentar devido ao aumento do metabolismo. Ex: tem oxigênio e nitrogênio, cada um ocupa metade do volume, então cada um é responsável por metade da pressão total. Se aumenta oxigênio, 80 de volume, a pressão parcial de oxigênio aumentou. • 2,3 DPG – substrato metabólico, então à medida que gasta glicose, forma esse substrato. Quanto maior o metabolismo, maior a formação desse. • pH baixa pq se o CO2 aumenta e reage com a H2O depois resulta em aumento de H+. No critério próinfeccioso – a curva de dissociação da Hb é desviada para direita no intuito de diminuir a afinidade – diminui a afinidade no local da infecção, isso é muito útil pq se a afinidade é muito grande a Hb não solta o O2. Então se a afinidade está baixa ela libera O2 com mais facilidade. O DPG consegue entremear na estrutura da Hb e aí por uma maior concentração dele, mais fácil a Hb libera O2. Referências Ferreira, LORENZI, T. Manual de Hematologia - Propedêutica e Clínica, 4ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2006. John E. Hall. Guyton & Hall Tratado de Fisiologia Médica. Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Grupo GEN, 2017 Silverthorn, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A Bruce M. Koeppen. Berne e Levy - Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo GEN, 2018
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