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Cinesioterapia INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA Sobre a cinesioterapia A cinesioterapia consiste no uso do movimento ou exercício como forma de terapia (exercício terapêutico) para a reabilitação de pacientes. O treinamento é planejado e sistemático, utilizando movimentos corporais, posturas e/ou atividades físicas. Objetivos ▪ Tratar ou prevenir comprometimentos; ▪ Melhorar, restaurar ou potencializar a função física; ▪ Prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde; ▪ Otimizar o estado de saúde geral, seu preparo físico ou sensação de bem-estar. Funcionalidade Modelo da CIF Trata-se de um modelo multidirecional e multidimensional. Os domínios da CIF indicam a área de funcionalidade e os qualificadores indicam a extensão da funcionalidade e incapacidade. Por exemplo: fraqueza muscular moderada. Classificação Parte 1 – Funcionalidade e Incapacidade Função Estruturas do corpo Atividade Participação Parte 2 – Contexto Fatores ambientais Fatores pessoais Conceitos importantes ▪ Funções do corpo: são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluindo as funções psicológicas. ▪ Estruturas do corpo: são as partes anatômicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes. ▪ Deficiências: são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. ▪ Atividade: é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo. ▪ Participação: é o envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real. ▪ Limitações de atividade: são dificuldades que um indivíduo pode ter na execução de atividades. ▪ Restrições de participação: são problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está envolvido em situações da vida real Core Set da CIF: https://www.icf-core- sets.org/index.php Exemplos de casos clínicos Lombalgia Estrutura e função corporal: Dor Alteração postural ADM Força muscular Equilíbrio Parestesia Marcha Sono Função emocional Atividade: Mobilidade – andar curtas distâncias Realizar atividades de autocuidado Realizar atividades de vida diária Alcançar/carregar objetos Sentar e levantar Subir/descer escadas Deitar Participação social: Yoga Ir à igreja Ir/permanecer no ambiente de trabalho/acadêmico Fatores pessoais e ambientais: Usar analgésico Acesso a moradia – escadas, calçadas, elevadores AVC Estrutura e função corporal: ADM Cérebro Disfagia Equilíbrio Força muscular Função emocional Função muscular Função sensorial e propriocepção https://www.icf-core-sets.org/index.php https://www.icf-core-sets.org/index.php Funções cognitivas (consciência, orientação, função intelectual, atenção e memória) Funções motoras Hemiparesia Marcha Memória Parestesia Reflexos Sono Atividade: Alterar posturas (sentar, levantar, deitar) Andar Autocuidado (se alimentar, se vestir, tomar banho) Comunicação Dirigir Tarefas domésticas (cozinhar, limpar) Participação social: Eventos sociais Reunir com amigos Trabalhar Viajar Fatores pessoais e ambientais: Acesso a plano de saúde (+) Apoio familiar (-) Aposentadoria (+) Ensino superior (+) Moradia com elevador (+) Mudanças de humor (-) Perda de autonomia (-) Osteoartrose de joelho Estrutura e função corporal: ADM Articulação do joelho Descarga de peso Dor Atividade: Caminhar Correr Sentar/levantar Participação social: Brincar com as crianças Dirigir Futebol com os amigos Fatores pessoais e ambientais: Apoio familiar (+) Boas condições financeiras (+) Casa no 1° andar (-) Sobrepeso (-) DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica Estrutura e função corporal: FM respiratória Fraqueza muscular periférica Troca gasosa Atividade: Caminhar longas distâncias Subir/descer escadas Participação social: Afastamento do esporte Aposentadoria Restrição para passear no shopping Fatores pessoais e ambientais: Idade Peso Sedentarismo prévio Suporte de oxigênio Tabagismo Caso clínico prático SSS, 76 anos, 79 kg, 1,55 m, viúva, dona de casa, pensionista, mãe de três filhos, mora com filha e dois netos, sedentária, hipertensa e exercia atividade laboral de lavadeira por muitos anos. Procurou a fisioterapia devido a queixa principal de dor no joelho D (EVA 10/10), limitando suas atividades domésticas, como limpar a casa e passar roupa, além de deixar de sair de casa com a mesma frequência que antes devido a intolerância aos esforços e a presença de escadas e ladeiras para sair de casa para fazer compras, visitar familiares/amigos e ir à igreja. Adicionalmente, relata queixa de dor no ombro D (EVA 5/10) e E (EVA 3/10), dor lombar (EVA 10/10) ao movimento de flexão e extensão e dor cervical (EVA 7/10). Apresenta histórico de meniscectomia total do menisco medial a D, glaucoma e catarata a E, realizando cirurgia corretora, fratura de tornozelo D há aproximadamente 50 anos, embolia pulmonar secundária a TVP e quadro álgico de entesite do quadríceps E após hidroginástica. Atualmente, relata diagnóstico de Gonartrose a D, lesão parcial do supraespinhal D associado a bursite subacromial bilateralmente, osteopenia e “câimbras de nó” frequentemente em membros inferiores. Possui histórico de queda 3 vezes nos últimos 6 meses. Estrutura e função corporal: Bursite subacromial bilateral Dor cervical Dor lombar Dor no joelho D Dor no ombro D e E Gonartrose D Hipertensão Intolerância aos esforços Lesão parcial do supraespinal D Osteopenia Atividade: Atividades domésticas Fazer compras Ir à igreja Visitar familiares e amigos Participação social: Afastamento do esporte Aposentadoria Restrição para passear no shopping Fatores pessoais e ambientais: Idade 76 anos, peso 79kg e altura 1,55 Viúva, dona de casa, pensionista Sedentária Escadas e ladeiras RACIOCÍNIO CLÍNICO E TOMADA DE DECISÃO Instrumentos de avaliação: https://www.sralab.org/rehabilitation-measures Plano de tratamento (Método SMART) ✓ Específico ✓ Mensurável ✓ Atingível ✓ Relevante ✓ Temporal Goal Attainment Scale (GAS) PONTUAÇÃO NÍVEL DE CONQUISTA DE RESULTADOS -2 Muito menor que o esperado -1 Pouco menos que o esperado 0 Grau esperado de resultados +1 Um pouco mais que o esperado +2 Muito mais que o esperado Tomada de decisão clínica ▪ Conhecimentos de informações pertinentes sobre o(s) problema(s) com base na capacidade de coletar dados relevantes ▪ Habilidade cognitivas e psicomotoras para obter o conhecimento necessário de um problema desconhecido ▪ Uso de um estilo eficiente de coleta e processamento de informações ▪ Experiência clínica anterior com problemas iguais ou semelhantes ▪ Capacidade de lembrar informações relevantes ▪ Capacidade de integrar conhecimentos novos e anteriores ▪ Capacidade de obter, analisar e aplicar evidências de alta qualidade da literatura ▪ Capacidade de organizar, categorizar, priorizar e sintetizar informações de forma crítica ▪ Capacidade de reconhecer padrões clínicos ▪ Capacidade de formar hipóteses de trabalho sobre a apresentação de problemas e como eles podem ser resolvidos ▪ Compreensão de valores e objetivos do paciente ▪ Capacidade de determinar opções e fazer planos estratégicos ▪ Aplicação estratégias de pensamento reflexivo e automonitoramento para fazer os ajustes necessários Prática baseada em evidência: Melhor evidência disponível + experiência clínica + valores do cliente Tipos de exercícios terapêuticos ▪ Condicionamento aeróbicoe recondicionamento ▪ Exercícios de desempenho muscular, treinamento de força, potência e resistência ▪ Técnicas de alongamento e mobilização/manipulação de articulações ▪ Controle neuromuscular, inibição e técnicas de facilitação e treinamento de consciência postural ▪ Controle postural, mecânica corporal e exercícios de estabilização ▪ Exercícios de equilíbrio e treinamento de agilidade ▪ Exercícios de relaxamento ▪ Exercícios de respiração e treinamento muscular ventilatório ▪ Treinamento funcional específico para tarefas https://www.sralab.org/rehabilitation-measures AMPLITUDE DE MOVIMENTO Técnicas usadas para examinar a mobilidade e iniciar o movimento de intervenções terapêuticas. a) ADM muscular: excursão funcional do músculo b) ADM articular: descrita por flexão, extensão, abdução, adução e rotação Quais as diferenças e semelhanças entre amplitude de movimento, alongamento muscular e mobilidade articular? ▪ Amplitude de movimento (ADM): máximo de movimento possível entre dois seguimentos. Depende da estrutura das articulações, da integridade e da flexibilidade dos tecidos moles. ▪ Alongamento muscular: manobras que visa aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, melhorando a flexibilidade e a ADM. ▪ Mobilidade articular: técnicas de terapia manual usadas para modular a dor, além de tratar e prevenir as disfunções articulares que limitam a ADM. Tipos e Exercícios de ADM ADM Passiva Movimento realizado 100% por uma força externa com pouca ou nenhuma contração voluntária. ADM passiva é diferente de alongamento passivo. Indicações: Fase aguda de processo inflamatório; Paciente incapaz ou não autorizado a movimentar ativamente; Objetivos: reduzir as complicações da imobilização, tais como, degeneração da cartilagem, formação de aderências, contraturas e má circulação. ✓ Manter a mobilidade e evitar contraturas ✓ Manter propriedade elásticas do músculo ✓ Favorecer a integridade articular ✓ Auxiliar a circulação e a cicatrização ✓ ↓ dor ✓ Estímulo sensorial Outros usos: examinar estruturas, demonstrar o objetivo desejado e preparar para o alongamento. Limitações: Não previne atrofia muscular; Não ↑ a força ou resistência à fadiga; Não auxilia a circulação da mesma forma que a contração voluntária. ADM Ativa e Ativassistida A ADM ativa é realizada por contração ativa dos músculos. Por outro lado, a ADM ativassistida recebe o auxílio de uma força externa (manual ou mecânica). Indicações: PAC capaz de força de contração; Musculatura fraca (ADM ativassistida); ADM ativa em região acima e abaixo de um segmento imobilizado; Programa de condicionamento aeróbico; Alívio de tensão por postura prolongada. Objetivos: sem contraindicações, as metas da ADM passiva podem ser alcançadas pela ADM ativa. ✓ Manutenção da elasticidade e da contratilidade ✓ Feedback sensorial dos músculos em contração ✓ Manter a integridade óssea e articular ✓ Auxiliar a circulação e prevenir trombos ✓ Desenvolver coordenação e habilidades motoras Limitações: Para músculos fortes, não mantém ou ↑ a força nem desenvolve habilidade ou coordenação. ADM ativa-assistida Objetivos: ✓ Os mesmos da ADM ativa Limitações: Os mesmos da ADM ativa Precauções e contra indicações para os exercícios de ADM É importante que o fisio reconheça o mau uso potencial do movimento e atue dentro da amplitude, velocidade e tolerância do paciente durante o estágio agudo de recuperação, sendo totalmente contraindicado causar traumas adicionais. Princípios e procedimentos para a aplicação 1. Exame, avaliação e plano de tratamento 1.1. Examinar e avaliar os comprometimentos e o grau de função do paciente; determinar precauções e prognóstico, além de planejar as intervenções. 1.2. Determinar a habilidade do paciente e a quantidade de movimento que pode ser aplicada com segurança. 1.3. Decidir padrões para alcançar as metas da forma mais adequada – amplitude de movimento, padrões combinados e funcionais. 1.4. Monitorar a condição geral do paciente e suas respostas durante e após o exame e a intervenção. 1.5. Documentar os achados e as intervenções. 1.6. Reavaliar e modificar as intervenções necessárias. 2. Preparo do paciente 2.1. Descrever o plano e o método para alcançar as metas. 2.2. Deixar regiões livre de roupas apertadas, lençóis, talas e curativos. 2.3. Posicioná-lo em uma posição confortável com alinhamento e estabilização corporal. Técnicas de ADM Recomendações clínicas: Quando fizer a transição da ADM passiva para ADM ativa, variar a posição do paciente. de modo a usar a gravidade para assistir ou resistir ao movimento. Atividades funcionais que são executadas contra a gravidade poderão requerer assistência quando a força muscular estiver abaixo de 3/5. Membros Superiores Ombro: flexão e extensão (e hiperextensão) Ombro: abdução e adução Ombro: rotação medial e lateral Ombro: abdução e adução horizontal Escápula: elevação/depressão, prostração/retração e rotação para cima/para baixo Cotovelo: flexão e extensão Antebraço: pronação e supinação Punho: flexão e extensão, desvio ulnar e radial; achatamento e arqueamento do arco da mão Articulação dos dedos: flexão e extensão, abdução e adução Membros Inferiores Quadril e joelho combinados: flexão e extensão Quadril: extensão (hiperextensão) Quadril: abdução e adução Quadril: rotação medial e lateral Tornozelo: dorsiflexão e plantiflexão Articulação subtalar: inversão e eversão Articulação metatarsofalangeanas e interfalangeanas: flexão, extensão, abdução e adução Coluna Vertebral Região cervical: flexão e extensão, flexão lateral e rotação Região lomba: flexão, extensão e rotação ALONGAMENTO Termos relacionados ADM funcional: habilidade das estruturas ou segmentos do corpo de se moverem ou serem Flexibilidade: capacidade de mover uma ou mais articulações, de modo suave e com facilidade. Hipomobilidade: mobilidade diminuída ou restrita. Contratura: encurtamento musculotendíneo adaptativo com resistência significativa ao alongamento passivo ou ativo, levando a limitação da ADM, e podendo comprometer as habilidades funcionais. Normalmente se refere a perda quase completa da mobilidade (≠ encurtamento). a) Contraturas miostáticas: encurtamento da unidade musculotendínea com perda de ADM sem patologia muscular específica. b) Contraturas pseudomiostáticas: comprometimento da mobilidade por hipertonicidade (espasticidade) associado a uma lesão do SNC (lesão medular, AVE, traumatismo). c) Contraturas artrogênica: resulta de patologia intra-articular, como aderência, edema articular, formação de osteófitos, irregularidades na cartilagem articular. d) Contraturas periarticulares: perda de mobilidade da cápsula articular ou outros tecidos que envolvem a articulação. e) Contraturas fibróticas: alterações fibróticas do tecido conjuntivo do músculo que geram aderências. f) Contraturas irreversível: perda permanente da extensibilidade dos tecidos moles. Procedimentos para aumentar a mobilidade ✓ Alongamento: manual ou mecânico / passivo ou ativo ✓ Autoalongamento ✓ Facilitação ou inibição neuromuscular ✓ Mobilização articular ✓ Mobilização neural ✓ Mobilização/manipulação de tecidos moles Determinantes das intervenções: alinhamento, estabilização, intensidade, duração, velocidade, frequência e modo. Indicações ADM limitada por perda de extensibilidade dos tecidos moles (aderência, cicatrização, contraturas) Restrição na mobilidade Fraqueza muscular ou encurtamento do tecidooposto Programa de preparo físico ou de condicionamento desportivo Relaxamento muscular Desenvolver consciência corporal, melhorando a postura Contraindicações Bloqueio ósseo que limita o movimento articular Fratura recente e consolidação óssea incompleta Processo inflamatório agudo ou infeccioso ou cicatrização de tecidos Dor aguda com o procedimento Hipermobilidade Encurtamentos funcionais ou benéficos Tipos de alongamento Alongamento estático Alonga um músculo até um ponto tolerável e sustentar a posição por um período de tempo Menor risco de lesão, sendo mais seguro Pode ser passivo ou ativo (autoassistido) Alongamento cíclico/intermitente Uma força de alongamento com duração relativamente curta, que é aplicada de modo repetido, porém gradual, então liberada e depois reaplicada. ▪ Aplicado com múltiplas repetições de modo contínuo por mais de 30 segundos Alongamento balístico Usa o momento do balanço de um segmento corporal de maneira rítmica para alongar os músculos vigorosamente. Pouco usado. Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) Técnica de alongamento que, por meio da estimulação de proprioceptores, aumenta a ADM e a flexibilidade Envolve técnicas que usam contrações isométricas breves do músculo a ser alongado antes do alongamento estático. Fases 1. Mobiliza o grupo muscular até sua amplitude limite, acionando o fuso muscular; 2. Contração voluntária isométrica resistida pelo fisioterapeuta durante 5 segundos, ativando o Órgão Tendinoso de Golgi; 3. Alonga o grupo muscular > ADM maior que o da primeira fase e menor resistência ao alongamento Indicações: pacientes com paralisia ou espasticidade (↑flexibilidade) Técnicas de FNP Manter-relaxar e contrair-relaxar ▪ O músculo que limita a ADM é alongado até o limite > é solicitado contração isométrica no final da amplitude por 5 a 10 segundos > relaxamento voluntário do músculo > alongamento passivo para nova amplitude Contração agonista ▪ Contração concêntrica do músculo oposto ao que está limitando a amplitude > mantém a posição final por alguns segundos ▪ Teoria clássica do PNF: Quando o agonista é ativado e se contrai concentricamente, o antagonista é reciprocamente inibido, o que permite seu relaxamento e facilita o alongamento ▪ Indicações: defesa muscular significativa ou indivíduos que não conseguem gerar uma contração forte e indolor do músculo limitado Manter-relaxar com contração agonista ▪ Combinação dos dois alongamentos ▪ Move-se o membro até o ponto em que seja sentida a resistência dos tecidos no músculo encurtado (que está limitando a amplitude); então, faz-se o paciente executar uma contração isométrica resistida pré- alongamento no músculo que está limitando a amplitude seguida do relaxamento desse músculo e uma contração concêntrica imediata do músculo oposto ao que está encurtado. Alongamento global Tem como objetivo corrigir e prevenir desvios posturais, proporcionando maior flexibilidade ▪ Reeducação postural global (RPG): alonga as cadeias musculares por um longo período de tempo para cada postura (15 a 20 minutos) ▪ Alongamento segmentar: alonga um músculo específico ou grupos musculares num curto período de tempo (30 segundos em cada músculo) EXERCÍCIOS RESISTIDOS Desempenho muscular Capacidade do músculo de produzir trabalho (força x distância) Fatores: ▪ Morfológicos ▪ Neurológicos ▪ Biomecânicos ▪ Metabólicos ▪ Cardiorrespiratórios ▪ Cognitivos e emocionais Aspectos relacionados Forção muscular: habilidade do tecido contrátil de produzir tensão e uma força resultante baseada nas demandas colocadas sobreo o músculo. Força muscular ≠ força funcional. Treino de força: procedimento sistemático em que um grupo muscular manipula cargas pesadas (resistência) em um número relativamente baixo de repetições ou por um curto período de tempo. Resultado > adaptações neurais e hipertrofia (4 a 8 semanas). Potência: trabalho (força x distância) produzido por um músculo por unidade de tempo (força x distância / tempo). • Evento abrupto de atividade de alta intensidade • Eventos repetidos de atividade muscular menos intensa Treino de potência muscular Aumentando o trabalho muscular durante um período de tempo específico > exercícios de alta intensidade com o menor tempo gasto para gerar força Reduzindo o tempo necessário para produzir uma determinada força Resistência à fadiga: refere-se à habilidade de realizar atividades de baixa intensidade, repetitivas ou mantidas por um período prolongado. Princípio da sobrecarga O músculo precisa ser desafiado a trabalhar em um nível mais alto do que está acostumando. Intensidade (treino de força) x volume (treino de resistência) Princípio da especificidade Especificidade do treino: para melhorar um elemento específico do desempenho muscular, o programa de resistência deve ser compatível com as construções desse elemento. Transferência do treino: os efeitos de um tipo de exercício ou tarefa pode ser transferido para outro. Há sugestões de que pode ocorrer um efeito cruzado do membro exercitado para o membro contralateral não exercitado. Princípio da reversibilidade Redução no desempenho muscular que começa após 1 ou 2 semanas da interrupção dos exercícios resistidos e continua até os efeitos do treino serem perdidos. Atividades funcionais ≠ programa de manutenção. Fadiga Fenômeno complexo que afeta o desempenho muscular e precisa ser considerado em um programa de treinamento resistido. Fadiga muscular (local) ≠ fadiga cardiopulmonar (geral). Tipos de fibras musculares e resistência à fadiga Características Tipo I Tipo IIA Tipo IIB Resistência à fadiga Alta intermediária Baixa Densidade capilar Alta Alta Baixa Sistema energético Aeróbico Aeróbico Anaeróbico Diâmetro Pequeno Intermediário Largo Vel. de contração Lenta Rápida Rápida Vel. máxima de encurtamento muscular Lenta Rápida Rápida Sinais e sintomas • Sensação desconfortável no músculo ou mesmo dor e cãibras • Tremor no músculo em contração • O movimento torna-se mais lento com repetições sucessivas • Movimentos ativos desajeitados, sem suavidade • Inabilidade de completar o padrão de movimento na ADM disponível durante o exercício dinâmico contra o mesmo nível de resistência • Uso de movimentos compensatórios • Inabilidade para continuar uma atividade física de baixa intensidade • Declínio no pico de torque durante o teste isocinético Desordens: neuromusculares (ELA), cardiopulmonares, inflamatórias (↓ capacidade restaurativa), oncológicas e psicológicas. Aprendizado motor Estratégias de facilitação do aprendizado motor ▪ Participação ativa ▪ Repetição e variabilidade ▪ Feedback visual ▪ Treino orientado a tarefa ▪ Conhecimento de resultado ▪ Intensidade ▪ Motivação e comando verbal ▪ Reforço positivo e recompensa ▪ Contato manual Fases do aprendizado motor Adaptações fisiológicas ao exercício resistido Variável Adaptações com o treinamento de força Adaptações com o treinamento de resistência Estrutura do músculo esquelético Hipertrofia (↑ fibras tipo IIB) Possível hiperplasia de fibras Remodelamento do tipo IIB para IIA ↓ ou sem alteração da densidade dos leitos capilares ↓ densidade e volume mitocondrial Hipertrofia mínima ou sem alteração ↑ densidade dos leitos capilares ↑ densidade e volume mitocondrial (↑ número e tamanho) Sistema neural ↑ N° de recrutamento de unidades motoras ↓Tempo de cada contração ↑sincronização de disparos Sem alterações Sistema metabólico e atividade enzimática ↑ Reservas de ATP e PC ↑ Reservas de mioglobina Reservas de triglicerídeos:desconhecido ↑ Creatinofosfoquinase ↑ Mioquinase ↑ Reservas de ATP e PC ↑ Reservas de mioglobina ↑ Reservas de triglicerídeos ↑ Creatinofosfoquinase ↑ Mioquinase Composição corporal ↑ massa magra ↓% gordura corporal Sem alteração na massa magra ↓% gordura corporal Tecido conjuntivo ↑ Força tensiva de tendões, ligamentos e tecido conjuntivo no músculo ↑ densidade mineral óssea ↑ Força tensiva de tendões, ligamentos e tecido conjuntivo no músculo ↑ mineralização com atividades de apoio de peso feitas no solo Determinantes que afetam a tensão muscular ▪ Área de secção transversa e tamanho do músculo – inclui o n° e tamanho das fibras; quanto mais largo o diâmetro muscular, maior sua capacidade de gerar tensão ▪ Arquitetura muscular – arranjo e comprimento das fibras; ▪ Distribuição dos tipos de fibras no músculo – tipo I (tônicas, de contração lenta) e tipo IIA e IIB (fásicas, de contração rápida) ▪ Relação comprimento-tensão do músculo no momento da contração – o músculo produz maior tensão partindo do repouso ▪ Recrutamento de unidades motoras – ↑ n° de unidades motoras e sincronia ↑ força ▪ Frequência de disparo de unidades motoras (↑↑) ▪ Tipo de contração – concêntrica, excêntrica ou isométrica ▪ Velocidade de contração musculas Determinantes do treino resistido 1. Alinhamento muscular Ação muscular: depende da orientação da fibra muscular, linha de tração e ação desejada Gravidade: direção da gravidae e ação do peso 2. Estabilização Estabilidade externa: estabilização por equipamentos, móveis ou pelo próprio terapeuta. Estabilidade interna: estabilização realizada pelo próprio paciente, por exemplo, ligamentos e controle muscular. 3. Intensidade Carga submáxima: Estágios iniciais de cicatrização dos tecidos moles Após uma imobilização prolongada > incapacidade articular de suportar grandes forças compressivas ou processo de desmineralização Indicações para exercício de baixa e alta intensidade A) Carga submáxima • Meta: melhorar resistência muscular à fadiga • Crianças e idosos • Estágios iniciais de cicatrização dos tecidos moles • Após uma imobilização prolongada • Aquecimento e resfriamento em uma sessão de exercício • Treinamento isocinético de baixa velocidade B) Carga quase máxima ou máxima • Meta: aumentar tamanho do músculo, força e potência muscular • Adultos saudáveis na fase avançada • Programa de condicionamento para pessoas saudáveis • Fisiculturistas e levantamento de peso competitivo 1 Repetição Máxima (1RM): a maior quantidade de peso que um sujeito pode mover pela ADM disponível apenas uma vez. Porcentagem de 1RM: Zona de treino: 40-70% de 1RM Sedentários/destreinados: 30-40% (baixa) Idosos e crianças: 30-50% (baixa a moderada) Altamente treinados: 80% (muito alta) Treino de resistência: 30-50% 4. Volume N° total de repetições e séries de um determinando exercício durante uma única sessão de exercício multiplicado pela intensidade do exercício. O volume e intensidade são inversamente proporcionais ↓↑ Repetições: n° de vezes que um determinado movimento é executado consecutivamente. Séries: n° predeterminado de repetições consecutivas agrupadas Força: carga de exercício moderada (60-80% de 1RM) que causa fadiga após 8 a 12 repetições por 2 ou 3 séries. Potência: 20-70% de 1RM, explosiva ou balística; 3-4 séries de 6-8 repetições de um exercício realizado rapidamente a 80% de 1RM. Resistência: 3-4 séries de 40 a 50 repetições com baixa; contração isométrica por períodos longos. 5. Ordem dos exercícios Grupos musculares grandes > pequenos Exercício multiarticulares > monoarticulares Exercícios de alta intensidade > baixa intensidade 6. Frequência N° de sessões de exercício por dia ou por semana; 2- 4x/sem ou 5x sem ou todos os dias Programa de manutenção 2x/sem Crianças e idosos 2-3x/sem Atletas de alta performance 6x/sem 7. Duração N° total de semanas ou meses durante o qual um programa de exercícios resistidos é realizado. Em 2-3 semanas acontece a adaptação neural e em 6-12 semanas, hipertrofia e ↑ vascularização. 8. Intervalo de repouso Tem como objetivo permitir que o corpo se recupere da fadiga muscular ou compensar as respostas adversas, como dor muscular induzida pelo exercício e de inicio tardio. ↑intensidade ↑ tempo de repouso (>3min) Recuperação ativa é mais eficiente para neutralizar os efeitos da fadiga muscular do que a recuperação passiva 9. Velocidade Pesquisar guidelines de exercícios: Lombalgia, lesão de manguito rotador (Sínd. Do impacto do ombro), lesão de LCA, AVC, DPOC, IC, PC, Saúde da mulher. Tipos de exercícios resistidos ▪ Contração: dinâmica x estática ▪ Suporte de peso: com x sem ▪ Resistência: manual x mecânica ▪ Exercício: aeróbico x anaeróbico ▪ ADM: curta x completa Contração estática Isometria > Músculo se contrai e produz força sem mudança apreciável no seu comprimento e sem movimento articular visível. Isométricos leve + exercícios de estabilização + isométricos em múltiplos ângulos Características >60% de intensidade 6 a 10 segundos Ângulo de treino Precaução: valsava Indicações Minimizar atrofia muscular (imobilização) Começar a restabelecer o controle neuromuscular Estabilidade postural ou articular Melhorar a força muscular quando o exercício resistido é contraindicado Desenvolver força muscular estática ligada a atividades funcionais Contraindicação Isometria intensa em cardiopatas Vantagens do exercício excêntrico comparado ao concêntrico Controle de cargas maiores Ganho de força e massa musculas em treinamento com esforço máximo Contrações musculares metabolicamente mais eficiente e com menos fadiga Contração dinâmica Isocinético > exercício dinâmico em que a velocidade de encurtamento ou alongamento do músculo, assim como a velocidade angular do membro, são predeterminadas e mantidas constantes. Cadeias cinéticas CCA/CCF/CCF CCA/CCA/CCF CCA/CCA/CCF Precauções ▪ Roupas e temperatura ambiente confortáveis para exercícios vigorosos ▪ Alerte ao paciente de que não deve ocorrer dor durante o exercício ▪ Use exercícios leves a moderados durante o período de recuperação ▪ Evitar usar resistência pesada com crianças, idosos e pacientes com osteoporose ▪ Não aplique resistência por meio de uma articulação instável ou distal a um local de fratura que não esteja completamente consolidada ▪ Evite que o paciente prenda a respiração manobra de > valsava ▪ Evite movimentos balísticos descontrolados ▪ Previna movimentos incorretos ou substitutos compensatórios ▪ Evite exercícios que coloquem sobrecargas secundárias excessivas, não intencionadas, sobre a coluna ▪ Evite fadiga cumulativa ▪ Interrompa os exercícios se o paciente apresentar dor, tontura ou falta de ar não usual ou súbita EXERCÍCIOS AERÓBICOS Conceitos importantes Exercício físico: uma atividade física planejada e estruturada, elaborada para melhorar ou manter o preparo físico; Atividade física: qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos que resulta em aumento substancial do gasto de energia em relação ao repouso. Atividade física aeróbica: também chamada de atividade de resistência, utiliza os grandes músculos do corpo de maneira rítmica por um período prolongado e melhora a aptidão cardiorrespiratória. Exemplos: caminhada, corrida, natação e ciclismo. Resistência física (endurance): habilidade de realizar trabalho por períodos prolongadas e de resistência à fadiga. Inclui resistência muscular e cardiorrespiratória. Resistência cardiorrespiratória: capacidade dossistemas circulatório e respiratório de fornecer oxigênio durante a atividade física sustentada. Expresso em consumo máximo de oxigênio medido ou estimado (VO2 max) Prescrição de exercício aeróbicos Baixa tolerância a exercícios, comprometendo o desempenho para caminhar distâncias curtas e a capacidade de se locomover de forma independente em ambientes externos. Sinais e sintomas: • Respiração ofegante • Coloração da pele • Aumento da FC • Aumento ou diminuição abrupta da pressão arterial • Sudorese, etc. Intensidade de treinamento ▪ Equivalente metabólico ▪ Escala de percepção de esforço (Borg) ▪ Consumo de oxigênio de oxigênio de treinamento ▪ FC de treinamento FC treinamento = FC repouso + X% x (FC máxima – FC repouso) Leve (Borg 6-11): 40-59% do máximo Moderado (Borg 12-14): 60-75% do máximo Intenso (Borg 15-20): 75-90% do máximo Tipos de treinamento aeróbico Treinamento aeróbico contínuo ▪ Esforço moderado e constante durante um tempo determinado (20 a 30 min) ▪ É recomendado 10 min de aquecimento antes do treino e 10 de resfriamento depois ▪ Ex: caminhada ou corrida de intensidade moderada Treinamento aeróbico intervalado ▪ Exercício ou uma série comporto por períodos de alta e baixa intensidade ▪ Progressão com aumento do tempo de atividade e diminuição do tempo de descanso ou substituindo-os por atividade de menor intensidade (recuperação ativa) Respostas fisiológicas ao exercício aeróbico Efeitos cardiovasculares Estímulo ao SNS Vasoconstrição periférica nos músculos que não estão se exercitando e outros órgãos ↓ resistência arterial em músculos ativos ↑ resistência venosa geral ↑ contratilidade do miocárdio e da FC ↑ débito cardíaco ↑ pressão arterial sistólica (PAS) Desenvolvimento de força no miocárdio Efeitos respiratórios ↑ trocas gasosas ↑ metabolismo muscular resulta em maior demanda por O2, o que ↑PCO2 e H+, ↑adrenalina ↑ receptores articulares e musculares > respostas respiratórias ↑ FR, volume corrente (VC) e ventilação alveolar (difusão dos gases) Efeitos musculares ↑ fluxo sanguíneo para ↑ captação de O2 ↓PO2 ↑ acidose local ↑PCO2 ↑ temperatura Vascularização dos músculos Distribuição das fibras ↑ N° de mitocôndrias e enzimas mitocondriais oxidativas presentes nas fibras Assistir video: respiratory response to exercise / respiratory physiology Adaptações corporais Cardiovasculares ↓ FC de repouso ↓ impulsos simpáticos ↓ níveis de adrenalina e noradrenalina ↑ tônus parassimpático ↓ PA ↓ resistência vascular periférica ↑ volume sanguíneo e hemoglobina Respiratórias ↑ volumes pulmonares ↑ função respiratória, sem alterar o volume corrente ↑ capacidade de difusão ↑ volume pulmonar e área de superfície de troca alvéolo-capilar Musculares ↑ densidade capilar e hipertrofia ↑ n° e tamanho das mitocôndrias ↑ concentração de mioglobina no músculo ↑ taxa de transporte e difusão de O2 para as mitocôndrias Outras alterações ↓ gordura corporal ↓ colesterol sanguíneo e níveis triglicérides ↑ aclimatação ao calor ↑ resistência de ossos ligamentos ↑ força tensiva dos tendões Efeitos do descondicionamento Efeitos do descondicionamento associados ao repouso no leito ↓ Massa muscular ↓ Força ↓ função cardiovascular e volume cardíaco ↓ Volume sanguíneo total ↓ Volume plasmático ↓ Tolerância ortostática ↓ Tolerância ao exercício ↓ Densidade mineral óssea Avaliando o condicionamento aeróbico Consumo máximo de Oxigênio (VO2 max) Capacidade máxima do corpo de usar O2. É a maior quantidade de O2 consumida por minuto quando a pessoa realiza esforço máxima (ou limitado por sintomas) (mL/kg por minuto). Pode ser usado para avaliar o preparo físico do indivíduo. Ventilômetro: Avaliação: espirometria, ECG, sinais vitais (FC, FE, SpO2, PA), outros sinais e sintomas (fadiga, aumento do trabalho respiratório, sudorese, palidez ou rubor, etc). Teste de esforço Objetivos ▪ Estabelecer um diagnóstico de doença cardíaca; ▪ Avaliar capacidade funcional cardiovascular (pessoas saudáveis, doenças crônicas) ▪ Avaliar resposta ao treinamento ▪ Contribui para aumentar a motivação e a adesão do paciente ao programa de exercício ▪ Avaliar pacientes com história de dor no peito e outros sintomas sugestivos de doença coronariana Precauções Monitore o pulso para avaliar aumentos anormais de FC A PA aumenta com o exercício cerca de 7 a 10 mmHg por MET de atividade física (PAS não deve exceder 220 a 240 mmHg; PAD não deve exceder 120 mmHg) A pessoa não deve respirar com dificuldades ou falta de ar Observar os efeitos do aumento da temperatura corporal, como pele rosada, úmida e quente ao toque Uso da escala de Borg Teste de caminhada de 6 minutos (TC6) Avalia-se a distância máxima percorrida. É possível calcular a VO2Max indireta (predita) a partir deste teste, sem ventilômetro. DTC6m = 622,461 – (1,846 x Idade anos) + (61,503 x Gênero homens = 1; mulheres = 0) VO2max = (0,02 x distância em metros) – (0,191 x idade em anos) – (0,07 x peso em kg) + (0,09 x altura em cm) + (0,26 x PTP x (10-3)) + 2,45 PTP = PAS x FC Teste de levantar e sentar Levantar e sentar de uma cadeira padronizada quantas vezes conseguir em 2 min. Registra-se o número de vezes em que a pessoa sentou. Avalia: parâmetros ventilatórios e hemodinâmicos. Teste do degrau Subir e descer um degrau quantas vezes for possível em 6 min. Registra-se o n° de vezes. Avalia: parâmetros ventilatórios e hemodinâmicos. Teste Unsupported Upper limb exercise Elevar barras de PVC da pelve até alturas indicadas na parede progredindo a altura e o peso, enquanto sentado. Exercícios aeróbicos nos programas de tratamento FITT – Frequência, intensidade, tempo e tipo ▪ Frequência x intensidade o Intensidade moderada: 150 a 300min/semana o Intensidade vigorosa: 75 a 150min/semana ▪ Sobrecarga: 60-90% da FCmax (ou 50-85% VO2max) ▪ Especificidade e variabilidade– tipos de exercícios Diretrizes gerais para um programa de treinamento aeróbico ▪ Estabelecer FC alvo e FCmax ▪ Aquecimento gradual de 5 a 10 min. Inclui alongamentos e movimentos repetitivos com velocidades lentas, aumentando gradualmente o esforço. ▪ Aumente a cadência da atividade de modo que a FC alvo possa ser mantida por 20 a 30 minutos. Ex: caminhar rapidamente, correr, pedalar, etc. ▪ A atividade aeróbica deve ser feita de 3 a 5 vezes por semana ▪ Uso de equipamentos e roupas apropriadas para evitar lesões por sobrecarga. Evite qualquer tipo de corrida ou dança aeróbica sobre superfícies duras, como asfalto ou concreto. ▪ Aquecimento e alongamento dos músculos para evitar lesões por esforço repetitivo. A progressão das atividades deve ser dentro da tolerância da pessoa. ▪ Programa de exercício individualizado – níveis de preparo diferentes, portanto não podem realizar os mesmos exercícios; começa em um nível seguro e evolui conforme as metas são alcançadas. TREINO DE EQUILÍBRIO Equilíbrio, ou estabilidade postural, descreve o processo dinâmico por meio do qual s posição do corpo mantém-se estabilizada. Em repouso, equilíbrio estático; em movimento, equilíbrio dinâmico. Conceitos importante Centro de massa: O CM é um ponto que corresponde ao centro da massa corporal total e é onde o corpo se encontra em perfeito equilíbrio Centro de gravidade: refere-se à projeção vertical do centro de massa até o solo. Na posição anatômica de um adulto, está localizado um pouco à frente da S2 ou 55% da altura da pessoa. Base de suporte: perímetro da área de contato entre o corpo e sua superfície de apoio; o posicionamento do pé altera a BA e modifica a estabilidade postural da pessoa. Limitesde estabilidade: áreas limites de movimentos oscilatórios sem que o indivíduo/corpo desequilibre; Força de reação do solo: força exercida pelo solo em corpo em resposta a força peso seguindo a lei de ação e reação Centro de pressão: um ponto no espaço plano que representa a origem do vetor da força de reação do solo em um corpo Integração de sistemas para controle de equilíbrio Sistema nervoso: ▪ Processamento sensorial para orientação espacial > sistema visual + vestibular + proprioceptivo ▪ Integração sensório-motora > respostas motoras adaptativas e antecipatórias ▪ Estratégias motoras para planejamento, programação e execução das respostas de equilíbrio Sistema musculoesquelético: ▪ Alinhamento postural, flexibilidade musculoesquelética (ADM), integridade articular, desempenho muscular (força, potência e resist. À fadiga) e sensação (toque, pressão, vibração, propriocepção e cinestesia) ▪ Músculos, fusos musculares (propriocepção), tendões, ossos, ligamentos, etc. Fatores contextuais: ambiente, superfície de suporte, iluminação, gravidade e características das tarefas Tipos de controle Controle do equilíbrio estático: posição antigravitacional estável enquanto se está em repouso (ortostase ou sedestação). Controle do equilíbrio dinâmico: estabilização do corpo em superfície de apoio móvel ou quando o corpo está se movendo sobre uma superfície estável (transferências de sentada para em pé ou ao andar). Reações posturais automáticas: em resposta a perturbações externas inesperadas (freio do ônibus). Fatores que influenciam o equilíbrio Velocidade e intensidade das forças de deslocamento Características da superfície de apoio Magnitude do deslocamento do centro de massa Percepção do distúrbio pela pessoa Postura adotada no momento da perturbação Experiências prévias da pessoa Características dos sistemas de movimento para o controle do equilíbrio após perturbações Característica Reflexo Automático Voluntário Via de mediação Medula espinal Tronco encefálico/subcortical Cortical Modo de ativação Estímulo externo Estímulo externo Estímulo externo ou autoestímulo Latência de reposta comparativa Mais rápida Intermediário Mais lenta Resposta Localizada no ponto do estímulo e altamente estereotipada Coordenada entre os músculos das pernas e do tronco; estereotipada, porém adaptável Coordenada e altamente variável Papel no equilíbrio Regulação da força muscular Resiste aos distúrbios Gera movimentos propositais Fatores que modificam a resposta Anormalidades neurológicas ou musculoesqueléticas Anormalidades neurológicas ou musculoesqueléticas; configuração do apoio; experiência prévia Anormalidades neurológicas ou musculoesqueléticas; esforço consciente; experiência prévia; complexidade da tarefa Estratégias motoras para controle do equilíbrio Estratégia do tornozelo Durante uma perturbação anteriorizada, o tornozelo realiza plantiflexão; já durante uma perturbação posterior, o tornozelo realiza dorsiflexão. Estratégia de transferência de pelo (plano lateral) O CM é movido e estabilizado pela ativação dos músculos adutores e abdutores do quadril, com a contribuição dos inversores e eversores do tornozelo; Estratégia de suspensão Observada durante tarefas de equilíbrio quando uma pessoa abaixa rapidamente o CM do seu corpo flexionando os joelhos e, assim, causando flexão associada dos tornozelos e quadris. A estratégia de suspensão pode ser combinada com a estratégia de tornozelo ou de transferência de peso para favorecer a efetividade de um movimento de equilíbrio Estratégia do quadril A estratégia de quadril usa flexão ou extensão rápida do quadril para mover o CM dentro da BA.162 À medida que o tronco rapidamente roda cm uma direção, são geradas forças horizontais (de cisalhamento) contra a superfície de apoio na direção oposta, movendo o CM na direção oposta à do tronco. Em oscilação do corpo para ferente, há ativação dos músculos abdominais seguido da ativação do quadríceps. Em caso de oscilação para trás, primeiro ativa os músculos paravertebrais seguido dos isquiotibiais. Estratégia do passo Se uma força intensa desloca o CM além dos limites de estabilidade, um passo para a frente ou para trás é usado para alargar a BA e recuperar o controle do equilíbrio. Ex.: tropeção. Estratégias combinadas A maioria das pessoas saudáveis usa combinações de estratégias para manter o equilíbrio, dependendo das demandas de controle. As exigências de controle do equilíbrio variam de acordo com a tarefa e o ambiente. Avaliação do equilíbrio Anamnese: dados pessoais, ambientais, laborais, nível de consciência. Testes de equilíbrio estático Teste de Romberg: examina a habilidade do paciente de ficar em pé com os pés paralelos e unidos, com os abertos e depois fechados, durante 30 segundos. Teste de Romberg sensibilizado: requer que o paciente fique em pé com um pé adiante do outro, braços cruzados no peito e olhos fechados, por um minuto. Teste de equilíbrio unipodálico (SLB): pede-se ao paciente para ficar em pé sobre apenas uma perna, sem calçados, braços cruzados na frente do tórax, sem deixar que uma perna toque a outra. São feitas tentativas de 30 seg para cada perna, com uma pontuação máxima possível de 150 seg por perna – previsor de quedas em idosos e entorses de tornozelo em atletas. Teste Stork stand: o paciente posicionado em pé, sobre os dois pés, com as mãos nos quadris, depois levantando uma perna e colocando os dedos daquele pé contra o joelho da outra perna. Ao comando do avaliador, o paciente levanta o calcanhar para ficar em pé sobre os dedos e tenta equilibrar-se pelo tempo mais longo possível, sem deixar que o calcanhar toque o solo ou o outro pé se afaste do joelho. Adultos normais devem ser capazes de equilibrar-se por 20 a 30 segundos sobre cada perna. Testes de equilíbrio dinâmico Teste de sentar-levantar (TSL): A pessoa senta em uma cadeia com os braços cruzados no tórax e então levanta e senta o mais rápido possível, cinco vezes consecutivas cronometradas. Uma pontuação de >15 seg no TSL cinco vezes prediz quedas recorrentes em idosos que moram na comunidade. Teste de controle postural antecipatório O paciente realiza movimentos voluntários que requerem o desenvolvimento de uma resposta postural para contrapor um distúrbio postural previsto > receber uma bola, abrir portas, levantar objetos de pesos diferentes e alcançar objetos distantes sem perder o equilíbrio. Teste de alcance funcional e multidirecional Requer que o paciente alcance em diferentes direções o mais distante possível, sem mudar a BA. Star excursion balance test (SEBT) Teste de membro inferior que desafia os limites de estabilidade da pessoa. O paciente é instruído para alcançar o mais distante possível com uma perna cm cada uma das oito direções prescritas, enquanto mantém o equilíbrio sobre a perna contralateral. Detectar déficits em casos de instabilidade crónica do tornozelo. Teste de controle postural reativo Empurrões pequenos ou amplos, lentos ou rápidos, com ou sem aviso, aplicados em direções diferentes sobre o esterno, porção posterior do tronco ou pelve, são amplamente usados, porém não são quantificáveis ou confiáveis. O clinico estima de modo subjetivo as respostas como normais, boas, razoáveis, ruins ou incapazes. Teste de retropulsâo (pull test), o push and release test e o postural stress test são medidas mais objetivas e confiáveis do controle postural reativo. O paciente empurra as mãos do terapeuta que resiste e solta para avaliar as estratégias posturais adotadas pelo paciente com a retirada do apoio. Testes funcionais Escala de Tinetti (POMA) Objetivo:avaliar equilíbrio e marcha Domínio da CIF: atividade Equipamentos necessários: cadeira com braços, cronômetro, espaço com mínimo 5 metros Descrição: 1. Teste de equilíbrio: O paciente deve sentar- se em uma cadeira sem braços e será solicitado a se levantar e permanecer em pé. O paciente então gira 360° e depois se senta novamente. A avaliador observa como o paciente se levanta e se senta na cadeira, posturas em pé e sentado, o que acontece quando os olhos estão fechados ou quando recebe um leve empurrão no esterno. 2. Teste de marcha: o paciente terá que caminhar alguns metros em velocidade normal, seguido de volta e caminhada em velocidade “rápida, mas segura”. O paciente então se sentará novamente. Avaliador analisa comprimento e altura dos passos, simetria, continuidade e o tronco do paciente. 3. O paciente pode usar qualquer dispositivo de marcha que normalmente usaria Interpretação do score: score total é 28 <19 alto risco de queda 19-23 moderado risco de queda >23 baixo risco de queda Diferença mínima detectável: 4,0/4,2 idoso; 6 AVC Nota de corte (risco de queda) Idosos: Base 11 / Total 21 AVC crônico: <20 Parkinson: Base 11,4 / Marcha 10,5 / Total 17,5 Timed Up and Got Test (TUG) Objetivo: mobilidade funcional básica (risco de quedas) Domínio da CIF: atividade Equipamentos necessários: cronômetro, cadeira com braços, fita métrica e cone para marcar 3 metros. Descrição: 1. Os pacientes usam seus calçados regulares e podem usar um auxílio para caminhar, se necessário. 2. Uma demonstração deve ser realizada antes do teste 3. O paciente começa na posição sentada 4. O paciente levanta-se ao comando do terapeuta: caminha 3 metros, vira-se, volta para a cadeira e senta-se. 5. O tempo para quando o paciente está sentado. 6. Certifique-se de documentar o dispositivo auxiliar usado. Nota de corte Adultos na comunidade: > 13,5s Idosos pós-AVC: >14s Idosos frágeis: >32,6s Amputados de membro inferior: > 19s Doença de Parkinson: >11,5s Artrose de quadril: > 10s Desordens vestibulares: > 11,1s Diferença mínima detectável: Alzheimer: 4,09s AVC crônico: 2,9s Parkinson: 4,85s Lesão medular: 10,8s Escala de equilíbrio de Berg Objetivo: equilíbrio funcional (risco de queda) Domínio da CIF: nível de atividade Equipamentos necessários: cronômetro, duas cadeiras (uma com braços e outra sem), fita métrica/régua, objeto para pegar no chão e escadinha. Descrição: 14 tarefas estáticas e dinâmicas de dificuldade variável Escorde de 0 a 4, determinados pela capacidade de realizar a atividade avaliada Pontuação máxima 56 (equilíbrio funcional) <45 indica maior risco de queda Validação e confiabilidade (Brasil): idosos, doença de Parkinson. Nota de corte (idoso/AVC): <45 (risco de queda) Intervenções baseadas nas categorias 1. Posição sentada para de pé: sentar e levantar em cadeira com braços > progride para cadeiras sem braço de apoio > progride segurando algum objeto (copo, livro) 2. Permanecer em pé: ficar de pé segurando algo (copo> bolsa> sacola de compras) unilateral e bilateralmente > progride para permanecer de pé com olhos fechados 3. Permanecer sentado sem apoio nas costas: permanecer sentado com olhos fechados > progride sentado olhando para outras direções > aplicação de resistência com leves empurrões 4. Posição em pé para sentada: sentar-se sem apoio > sentar segurando algum objeto 5. Transferências: dispor lateralmente algumas cadeiras ao longo da transferência o paciente daria passadas laterais > evolui posicionando as cadeiras até perpendicular. 6. Permanecer em pé sem apoio com olhos fechados: girar a cabeça > balançar a cabeça no ritmo de uma música 7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos: 8. Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé: o paciente de pé com a base de apoio no chão realizando atividades como empilhar copos, passar bola, etc. 9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição: agachamento simples > pegar um objeto no chão e colocá-lo sobre uma mesa que esteja atrás dele 10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros: 11. Girar 360°: completar a volta ao redor de um obstáculo (cadeira) p/ aumentar o giro; uso da realidade virtual > pegar objetos e posiciona-los ao seu redor. 12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho: 13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente: 14. Permanecer em pé sobre uma perna: paciente em apoio unipodal com olhos fechados com apoio em uma das mãos > com caneleira de 1k na perna > enquanto realiza atividade funcional (ex: receber e jogar uma bola com das mão para o avaliador) Four square step test (FSST) Objetivo: estabilidade dinâmica e capacidade do sujeito passar por cima de objetos Domínio da CIF: atividade e participação Equipamentos necessários: cronômetro e 4 bastões/varas (aproximadamente 100cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro Descrição: 1. O paciente pisa sequencialmente sobre quatro bastões configurados em forma de cruzada no chão; 2. O paciente inicia no quadrante 1 de frente para o quadrante 2 e segue a sequência: 1,2,3,4,1,4,3,2 (sentido horário para anti- horário) 3. A cronometragem inicia quando o pé toca o quadrante 2 e finaliza o ultimo pé volta a tocar o quadrante 1 4. O objetivo é entrar o mais rápido possível em cada quadrante e é realizado uma demonstração antes de administrar o teste 5. Instruções: “Tente completar a sequência o mais rápido e seguro possível sem tocar nas varetas. Ambos os pés devem fazer contato com o chão em cada quadrado. Se possível, olhe para a frente durante toda a sequência.” 6. Duas tentativas são então realizadas, e o melhor tempo (em segundos) é considerado a pontuação. Diferença mínima detectável: AVC: 4,2 pontos Desordens vestibulares: 6 pontos Parkinson: 4 pontos Nota de corte (risco de queda) Idosos: > 15 seg AVC: > 15 seg Parkinson: > 9,68 seg Distúrbios vestibulares: > 12 seg Amputados: > 24 seg Avaliação funcional da marcha Objetivo: estabilidade postural da marcha Domínio da CIF: atividade Equipamentos necessários: cronômetro, marcador de 6 metros, cones, step ou degrau Diferença mínima detectável: AVC: 4,2 pontos Desordens vestibulares: 6 pontos Parkinson: 4 pontos Nota de corte (risco de queda) Idosos: </= 22/30 Parkinson: 155/30 Diferença mínima clinicamente importante: Idosos: 4 pontos Escala de avaliação da confiança do equilíbrio da atividade Objetivo: confiança no equilíbrio e medo de atividade física Domínio da CIF: atividade Descrição: medida auto relatada de 16 itens referente a confiança em atividades diárias Escore por item 0 a 100% Escore total: média dos itens Diferença mínima detectável: Parkinson: 69% AVC: 81,1% Desordens vestibulares: 67% Nota de corte (risco de queda) Parkinson: 11,12% Y-Balance Test Objetivo: equilíbrio dinâmico e simetria funcional (risco de lesão) Domínio da CIF: função corporal Equipamentos necessários: kit próprio Nota de corte (risco de queda): <89% (jogadores de futebol) Diferença mínima clinicamente importante: 3,5% (atletas Medidas de resultados para avaliar risco de queda Medida de resultado Pontuação perfeita Linha de corte da pontuação Teste de Berg 56 <46 Escala Tinetti 28 (subescala de equilíbrio 16; subescala de marcha 12) <19/28 TUG N/A (teste cronometrado) >13s Four square step test N/A (teste cronometrado) >15s Índice dinâmico da marcha 24 <20 Avaliação funcional da marcha 30 <22 Teste de sentar- levantar (5 vezes) N/A (teste cronometrado) 15s (55-64%) Escala ABC 100% <67% Treinamento de equilíbrio Treino de equilíbrio estático Objetivo:capacidade do paciente permanecer nas posturas sentadas, semiajoelhada, ajoelhada alta e em bipedestação sobre uma superfície firme. ▪ Apoio com um pé à frente do outro e sobre uma perna só, avanços e posições agachadas ▪ Progressão: em cima de superfícies macias (espuma, areia, grama), estreitar a base de apoio, mover os braços ou fechar os olhos ▪ Uso de resistências – peso das mãos ou resistência elástica ▪ Acrescentar uma tarefa secundária (apanhar uma bola ou fazer cálculo mentais) para aumentar a dificuldade Treino de equilíbrio dinâmico ▪ Manter uma boa distribuição de peso e alinhamento postural ereto do tronco estando sobre superfícies que se movem, como sentado sobre uma bola terapêutica ou tábuas proprioceptivas ▪ Progressão: sobreposição de movimentos como transferência de peso, rodar o tronco, mover a cabeça ou membros superiores ▪ Praticar exercícios em degraus, realizar exercícios de braço e de perna estando em pé com apoio normal, apoio com um pé à frente do outro e apoio sobre uma perna só ▪ Progressão: pular, saltar objetos, pular corda e saltar de um banco pequeno mantendo o equilíbrio. Treino de controle antecipatório do equilíbrio ▪ Estender o braço em todas as direções para tocar ou pegar objetos, apanhar ou chutar uma bola ▪ Usar diferentes posturas para variar (p. ex., sentado, em bipedestação, ajoelhado) e arremessar ou rolar uma bola com diferentes velocidades e alturas ▪ Usar tarefas funcionais que envolvam múltiplas partes do corpo para aumentar o desafio do controle postural antecipatório, fazendo o paciente levantar objetos de pesos variados em diferentes posturas com velocidades variadas, abrir e fechar portas com maçanetas e pesos diferentes ou manobrar por um trajeto com obstáculos. Treino de equilíbrio reativo ▪ Aumentar gradualmente a quantidade de oscilação em diferentes direções quando estiver em pé sobre uma superfície estável firme. ▪ Treinar estratégia do tornozelo, do quadril e do passo ▪ Para aumentar o desafio durante essas atividades, acrescentar forças externas previsíveis e imprevisíveis. Por exemplo, fazer o paciente levantar caixas idênticas na aparência, porém com pesos diferentes; arremessar e pegar bolas com pesos e tamanhos diferentes; ou, enquanto anda na esteira, parar e reiniciar subitamente a esteira ou aumentar/diminuir a velocidade. Treino de equilíbrio funcional O fisioterapeuta deve enfocar atividades similares às limitações funcionais identificadas na avaliação ▪ Se houver limitações para estender os braços, o paciente deve trabalhar em atividades como tentar pegar um copo sobre uma prateleira, alcançar atrás de si (como para posicionar o braço dentro da manga da camisa) ou pegar uma bola fora do centro. ▪ Fazer o paciente realizar duas ou mais tarefas simultaneamente aumenta o nível de complexidade da tarefa. ▪ Praticar atividades recreativas que o paciente gosta, como golfe, aumenta a motivação para a prática ao mesmo tempo em que desafia o controle do equilíbrio Programa de circuito de treinamento para comprometimento e função de equilíbrio Atividade Respostas pretendidas Progressão da atividade Sentar-levantar-sentar Força de MMII Habilidade funcional Múltiplas tarefas Diminuir a altura da cadeira Acrescentar/remover assistência para MMSS Segurar um item nas mãos (copo com água, bandeja) Acrescentar uma tarefa cognitiva à tarefa manual Passo em todas as direções Escolher o tempo de reação do passo Força e coordenação de MMII ↑ velocidade do passo Passos sobre uma superfície macia Fechar os olhos Estender as mãos até os limites de estabilidade Desafiar os limites de estabilidade Estimulação vestibular e integração Fortalecimento de MMSS e MMII Colar objetos em uma parede, em várias direções, sem mudar a posição dos pés Transferir objetos de uma prateleira alta para o lado e atrás, progredir alcançando mais longe, aumentado o peso e tamanho dos objetos Subir e descer um degrau Fortalecimento e resistência à fadiga de MMI Tempo de reação do passo Dar passos para a frente, para trás e para os lados sobre blocos de diferentes alturas Aumentar a altura, as repetições e velocidades dos passos Prática de estratégias posturas (tornozelo, quadril e MMSS) Fortalecimento de MMII Treinamento de estratégia de equilíbrio Ficar em pé de frente para uma parede com os dedos tocando uma linha traçada a 0,5 m da parede; inclinar-se para frente e manter o equilíbrio Tarefa de alcance lateral Fortalecimento muscular mediolateral nos MMII Estimulação vestibular e integração Desafiar os limites de estabilidade Múltiplas tarefas e impulsos proprioceptivos conflitantes Transferir objetos de superfícies com diferentes alturas Afastar as superfícies (mesa, maca, prateleira) e aumentar o peso e o tamanho dos objetos Realizar a tarefa em pé sobre um colchonete Jogos com bola Múltiplas tarefas Coordenação olho-mão Estimulação vestibular Atividade balística de MMSS e MMII Usar bolas de praia infláveis e progredir para bolas menores e mais duras ou 2 a 3 bolas por vez Acrescentar uma tarefa cognitiva (citar um animal que começa com a letra G, enquanto arremessa, apanha ou chuta a bola) Caça ao tesouro com cartas Estratégia para lidar com conflitos visuais Estimulação vestibular e desafio dos limites de estabilidade Antes da sessão, esconder as cartas na sala. de modo que para pegá-las os participantes precisem inclinar-se para procurar embaixo dos móveis, alcançar no alto ou detectar a carta no meio de um fundo estampado. É possível fazer equipes vermelhas e pretas, e o time que retomar com mais cartas para o ponto de coleta dentro de 5 minutos será o vencedor. Acrescente o desafio cognitivo de encontrar/classificar as cartas de acordo com o naipe TREINO ORIENTADO À TAREFA Task-oriented training (TOT) Referências: Janet Carr e Roberta Shepherd “Basically, exercise and training should be task and context-specific so the individual can learn to move effectively to achieve a goal in different and relevant environments” “Task-and-context-specific exercise and training enable an action to be learned by affecting the neuromuscular system’s basic plasticity (i.e., training is specific to the action, the goal and the environment). It involves meaningful tasks and not just random exercise” Em acordo com o modelo biopsicossocial da CIF > atividade + participação social Respaldo científico: teorias de controle motor e aprendizagem motora Não exclui a necessidade abordagens específicas nas funções e estruturas corporais, mas orienta a terapia ao objetivo funcional Outras abordagens: Conceito Bobath, FNP, Terapia de Contenção Induzida, etc. Controle motor Capacidade de regular ou orientar os mecanismos essenciais para o movimento Indivíduo ▪ Ação: controle da atividade muscular e movimentos articulares ▪ Percepção: integração dos inputs sensoriais ▪ Cognição: atenção, intenção, motivação, aspectos emocionais e planejamento Tarefa ▪ A natureza da tarefa determina o tipo de movimento necessário ▪ Agrupados em tarefas de: mobilidade, estabilidade e manipulação ▪ Atributos: Discretas/contínuas Estabilidade/mobilidade/manipulação Maior ou menor demanda atencional Aberta/fechada (modificações ambientais) Ex: pegar um livro em uma estante alta no escritório – discreta/estabilidade e manipulação/fechada Ambiente ▪ Aspectos reguladores Tamanho, formato do objeto, características da superfície, etc. ▪ Não-reguladores Afetam o desempenho, mas não interferem diretamente nas características do movimento Ex: ruído de fundo, distrações, etc. Figura 4: Movimento: base de suporte adequada; joelhos ecoluna estendidos; flexão e adução horizontal do ombro; flexão de cotovelo; preensão das mãos Tarefa: esperar o metrô chegar Estabilidade/ Discreta/ Aberta/ Demandas atencionais: “Empurra, empurra” das pessoas ao seu redor quando a porta abrir, ruídos Indivíduo: Atividade muscular: Gastrocnêmio (concêntrico), eretores da espinha (isometria), músculos abdominais (isometria), deltoide anterior (isometria), flexores dos dedos (isometria) Percepção: Visual, vestibular Cognição: Conseguir pegar o metrô, para chegar em algum local na hora marcada – preocupação. Ambiente: Não regulador – ruídos, pessoas conversando e andando; regulador – estruturas como o chão e sinalização Taxonomia de Gentile Aprendizado motor “Habilidade é qualquer atividade humana que se torna mais bem organizada e mais eficaz como resultado da prática” (Annett, 1971) “A capacidade de atingir uma meta de forma consistente e com alguma economia de esforço” (Gentile, 2000) “Processos associados à prática ou experiência que levam a mudanças relativamente permanentes na capacidade de produzir uma ação hábil” (Cook & Woollacott, 2003) A habilidade no desempenho aumenta como resultado direto da prática. Especificidade: a ação a ser adquirida deve ser praticada em sua totalidade! Repetição ou prática consistente X variável. Variações no ambiente e nuances da tarefa Aspectos chaves: ▪ Aprendizado explícito x implícito ▪ Adaptações ▪ Redução de atividade muscular desnecessária ▪ Modificações ambientais Fatores perceptuais e cognitivos ▪ Atenção (instrução, demonstração e feedback) ▪ Intenção (foco no alvo, não no movimento) ▪ Motivação (“Temos que querer fazer o que estamos aprendendo a fazer” – Carr & Shepherd, 2000) Tarefas CORE Trata-se de tarefas ou atividades essenciais 1. Sentado 2. Sentado para de pé 3. Em pé 4. Andar 5. Subir degraus 6. Alcance, preensão e manipulação Referência de leitura: Avaliação qualitativa do movimento funcional ✓ Simetria ✓ Velocidade ✓ Amplitude ✓ Alinhamento ✓ Verticalidade ✓ Estabilidade ✓ Suavidade ✓ Sequência ✓ Timing ✓ Acurácia e sintomas Instrumentos de avaliação Tarefas de estabilidade e mobilidade ▪ TUG – Timed Up and Go ▪ Escala de Berg ▪ SPPB – Short Physical Performance Battery ▪ Sentar-Levantar Tarefas de manipulação ▪ Shoulder Pain and Disability Index ▪ Escala de Fugl Meyer (Item III para AVC) AVDs ▪ Índice de Barthel ▪ Índice de Katz ▪ Escala de AIVDs de Lawton Exercícios funcionais Sentado e passando para de pé De pé a caminhando Marcha e degrau Alcance, preensão e manipulação Principais referências Controle Motor – Teoria e aplicações Práticas, Anne Shumway-Cook & Marjorie H. Woollacott, 2010 Neurological Rehabilitation - Optimizing Motor Performance, 2 nd ed., Janet H. Carr & Roberta B. Shepherd, 2010 A Framework for Movement Analysis of Tasks: Recommendations From the Academy of Neurologic Physical Therapy’s Movement System Task Force, Quinn et al, Physical Therapy, Volume 101, Issue 9, September 2021, pzab154 Raciocínio Clínico na Neurofuncional, Camila Torriani, E-book disponível em @camilatorriani
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