Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PUBLICIDADE MÉDICA Médico pode anunciar especialidade ? Sim. O médico pode anunciar os títulos de especialista que registrar no CRM local. Importante: o profissional deve anunciar, no máximo, duas especialidades, mesmo que possua número maior. Deve constar o nº do RQE (Registro de qualificação do especialista) Pode anunciar que é membro de uma sociedade? É possível, ao médico, apresentar-se como membro de sociedades que tenham relação com sua especialidade. Pode anunciar sua área de atuação ? Sim. O médico pode anunciar a área de atuação registrada no CRM; “Médico cardiologista faz mestrado em psiquiatria”. Pode fazer referência a esse título no material de seu consultório de cardiologia, nos cartões de visita e em outras peças de publicidade e papelaria ? Não. A resolução impede o médico de associar títulos acadêmicos à sua especialidade médica quando não são da mesma área. Esse tipo de anúncio induz o paciente a crer, por exemplo, que o mestrado torna o profissional um psiquiatra ou cardiologista mais habilitado, o que não é verdade. Médico pós-graduado lato sensu em área que não é considerada especialidade médica pelo CFM. Pode anunciá-la ? Não. Por terem potencial para confundir o paciente, esses títulos não devem ser anunciados pelo médico. Médico pós-graduado em geriatria, mas não possui o título de especialista. Pode inserir a palavra “geriatria” em seu carimbo ? Profissional ? Não. Para se apresentar como geriatra ou profissional de geriatria é preciso ter o título de especialista em geriatria, adquirido por meio do programa de residência médica ou por avaliação de sociedade de especialidade reconhecida pelo CFM. Médico é psiquiatra. A medicina do sono é uma área de atuação da psiquiatria. Este médico não tem o título de sociedade relacionado a esta área, mas fez pós-graduação lato sensu neste campo. Pode anunciá-la, já que esta área do conhecimento tem relação com a sua especialidade ? Não. Para anunciar-se como profissional de determinada área de atuação faz-se necessário ter título adquirido por meio do programa de residência médica ou por avaliação de sociedade de especialidade reconhecida pelo CFM. Adicionalmente, este título deve ser registrado no CRM local. Ao invés de dizer que é cardiologista, pode dizer que é “especialista em coração”? Sim. Se o médico é especialista, pode anunciar que cuida dos sistemas, órgãos e doenças relacionados à sua especialidade. Os treinamentos que o médico realizou, mas que não resultaram em título acadêmico, podem ser anunciados ? Sim. Antes de anunciá-los, no entanto, você deve registrá-los no CRM local. Nos cartões de visita, o médico pode fazer referência ao endereço, na internet, do currículo que mantém em plataformas científicas ? Sim. Os títulos indicados no currículo devem ser registrados no CRM local. O médico pode fazer referência, no material publicitário, aos aparelhos de que a clínica dispõe? Sim. Não é permitido, entretanto, insinuar que o equipamento é a garantia de que determinado tratamento alcançará bom resultado ou que dê capacidade privilegiada à instituição ou ao profissional que o utiliza. Pode contratar atores e outras pessoas célebres para atuar na publicidade dos seus serviços médicos? Sim, pessoas leigas em medicina podem participar dos anúncios, desde que não afirmem ou sugiram que utilizam os serviços ou recomendem seu uso. A peça publicitária deve se limitar a apresentar o serviço do profissional ou estabelecimento . O médico pode agendar consultas de sua clínica por meio de e-mail e outros mecanismos de comunicação ? Sim. As restrições quanto ao uso desses mecanismos se aplicam apenas à orientação médica. A administração de clínicas e consultórios pode se valer dessas ferramentas. O bloco de notas de empresa do médico deve ter o nome e número de registro do diretor-técnico no CRM ? E a placa que o médico mantém no interior da clínica? Todo e qualquer material que apresente o nome da empresa deve indicar o nome de número de registro do diretor-técnico no CRM. Na cidade há um evento anual em que são homenageados os profissionais mais destacados no ano, inclusive médicos. Posso receber a homenagem? Não. A resolução veda ao médico a participação em concursos ou eventos cuja finalidade seja escolher, por exemplo, o “médico do ano” ou o “melhor médico”, ou conceder títulos de caráter promocional. Obs: As homenagens acadêmicas e aquelas oferecidas por entidades médicas e instituições públicas são permitidas. - Dúvidas a esse respeito podem ser esclarecidas com a Codame do CRM local. O médico pode oferecer serviços à distância, prestando auxílio, por telefone, a pacientes que residem, por exemplo, em municípios vizinhos onde não há muitos médicos? Não. A resolução proíbe o médico de oferecer consultoria a pacientes e familiares em substituição à consulta médica presencial. O médico pode, porém, orientar por telefone pacientes que já conheça, aos quais já prestou atendimento presencial, para esclarecer dúvidas em relação a um medicamento prescrito, por exemplo. O médico pode participar de anúncios que deem aval ao uso de determinados produtos ? Não. O médico não deve participar de ações publicitárias de empresas ou produtos ligados à medicina. - Esta proibição se estende a entidades sindicais e associativas médicas. Em relação a entrevistas para imprensa sobre assuntos médicos o que o médico deve fazer ? ● O médico pode conceder entrevistas ou colaborar com a mídia somente para dar esclarecimentos à sociedade, sem se autopromover. ● Nestes casos, não é permitida a divulgação de endereço ou telefone de consultório. ● Na internet, as redes sociais também não devem ser utilizadas para angariar clientela, de modo que não é permitido e nem ético divulgar o endereço ou o telefone por meio desses. ● Pode ser feito somente anúncio publicitário nestas redes. Pode, mas não é permitido divulgar endereço e telefone. Se não se pode divulgar informações que causem intranquilidade à população, o que o médico deve fazer se seus estudos levam a crer que deve chamar a atenção para um problema de saúde pública ? O médico deve transmitir às autoridades sanitárias competentes e aos conselhos de medicina as razões de sua preocupação, até mesmo em caráter de urgência, para que sejam tomadas as devidas providências. O médico pode disponibilizar informações sobre a saúde por meio de sites, blogs, redes sociais? Sim. Não é permitido, porém, prestar consultoria por meio desta ferramenta. JURISPRUDÊNCIA (O que foi decidido no tribunal) INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS: ERRO MÉDICO. CIRURGIA DE NEUROTRIPSIA PENIANA PARA TRATAMENTO DE EJACULAÇÃO PRECOCE. E INSUCESSO DA CIRURGIA ⇒ PACIENTE QUE TEVE SEU QUADRO AGRAVADO, COM IMPOTÊNCIA SEXUAL E INCAPACIDADE EJACULATÓRIA. RÉUS ANUNCIAVAM A ALTÍSSIMA EFICÁCIA DA CIRURGIA, QUE RESOLVERIA 95% DOS CASOS DE EJACULAÇÃO PRECOCE, SEM QUALQUER RESSALVA ACERCA DOS RISCOS EXISTENTES. VIOLAÇÃO DOS DEVERES LATERIAIS DE INFOR.MAÇÃO E DE TRANSPARÊNCIA AO CONSUMIDOR OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR OS PREJUÍZOS OCASIONADOS. DANOS MORAIS (R$ 40.000,00) O paciente tem o direito de receber toda a informação acerca dos riscos do procedimento; e sempre na linguagem mais fácil para seu entendimento (sem linguajar técnico científico) Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: ➔ a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Pode divulgar preços dos procedimentos médicos? Não. Os honorários praticados devem levar em conta diversos fatores: titulação, tempo de exercício da especialidade, renome e habilidades específicas. Ex: Se um médico menos qualificado divulga preços menores, ocorrerá uma atividade predatória naquela área, além de concorrência desleal. Preços por serviços médicos devem ser, exclusivamente, objeto da conversa entre o profissional e seu cliente*A clínica do médico e nem o próprio médico podem divulgar preços e resultados nas redes. O paciente pode divulgar os resultados, DESDE QUE não seja patrocínio do médico Pode anunciar procedimentos cirúrgicos mostrando fotos de pré e pós-operatório ? Não. É legítimo supor que quem vá proceder assim mostrará resultados interessantes e atraentes. Alguém atraído pelas tais fotos ali apresentadas entenderá, inequivocamente, que aquele é o aspecto a ser esperado para um procedimento equivalente, independentemente das inúmeras variáveis que estão presentes em cada caso. Mesmo que haja a autorização do paciente, essas fotos não poderão ser publicadas, pois os resultados pós-cirúrgicos são particulares de cada paciente* O paciente tem direito as fotos tiradas no pré e pós-operatório ? Sim. Se solicitado, o médico deve entregar cópias, devendo sempre guardar os originais como documentação pessoal, informando este fato ao paciente. O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente. O paciente tem o direito a essas fotos; obrigatórias no prontuário É vedado ao médico: - Negar, ao paciente , acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. Pode mostrar fotos de pré e pós-operatórios, realizados pelo médico, aos pacientes que desejam conhecer seu trabalho ? Não. Deve ser observado o artigo 75 do Código de Ética Médica, pois pode haver questionamento de pacientes cujas fotos foram expostas. É vedado: - Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. O médico pode participar de programas sobre saúde, respondendo cartas ou e-mails com perguntas técnicas em jornais, revistas ou internet? Sim, desde que tenham caráter educativo e esclarecedor, de maneira impessoal, sem avisar à própria promotoria. A divulgação, nos meios de comunicação, de tratamento sem comprovação científica que previne determinado tipo de câncer, por exemplo, pode ser feita pelo médico? Não. O médico que promove esse tipo de anúncio infringe o Código de Ética Médica. (sensacionalismo e sem comprovação científica)* O médico pode fazer palestra em clubes, sociedades prestadoras de serviços, etc ? Sim. Essas palestras devem ser elucidativas. Os aspectos abordados nestas reuniões devem estar voltados para algo que ajude em campanhas de prevenção de acidentes, cuidados com crianças, pontos a serem observados pela comunidade. Como a internet pode ser usada para divulgação médica ? Não é infração ética divulgar assunto médico na internet, desde que siga a ética pessoal e profissional, sendo até recomendável fazê-lo. O médico deve se ater aos preceitos da ética médica: ● Respeitar o sigilo profissional; ● Manter no anonimato os pacientes; ● Esclarecer e educar a sociedade; ● Evitar o sensacionalismo e a autopromoção; ● Não fornecer consulta; ● Anunciar títulos de especialidade registrados no CRM; ● Não participar de anúncios de empresas comerciais. A transmissão de imagens de procedimentos pode ser utilizada na internet para efeito de demonstração? É considerado procedimento antiético a transmissão de cirurgias, em tempo real ou não, em sites dirigidos ao público leigo, com a intenção de promover o sensacionalismo e aumentar a audiência. A exposição pública de pacientes, por meio de fotos e imagens, é considerada antiética. Exceção: uso da internet em telemedicina, voltada a atualização e reciclagem profissional do médico. (recomendado uso de cadastro e senha pessoal dos usuários) Envios de exames e prontuários médicos pela internet: ● É um procedimento cada vez mais comum. ● Quem envia as informações deve evitar quebra de sigilo e de privacidade por meio de criptografia ou de servidores especiais que barram a entrada de quem não autorizado. ● O paciente que recebe o exame por e-mail deve esta atendo para que ninguém, além do seu médico, tenha acesso à correspondência. ● O exame deve ser interpretado somente na presença do médico. O médico pode prometer resultados ao seu paciente? Não. Em qualquer especialidade, o médico não deve prometer resultado ou garantia do tratamento. O médico deverá informar ao paciente, de forma clara, sobre os benefícios e riscos do procedimento. O objetivo da prática médica, constitui obrigação de meio e não obrigação de fim ou de resultado, já que este depende das singularidades de cada ser humano. Boletins Médicos - Devem ser elaborados de modo sóbrio, impessoal e verídico, sendo rigorosamente fiéis ao segredo médico. (dica: escrever menos, mais direto possível) - Poderão ser divulgados, através do Conselho Regional de Medicina, quando o médico assim achar conveniente. - Nos casos de pacientes internados em estabelecimentos de saúde, os Boletins Médicos, deverão, sempre, ser assinados por médico responsável e subscritos pelo Diretor Técnico da Instituição ou, em sua falta, pelo seu substituto. Sempre autorizados pela família. Caso a família não autoriza, dizer a imprensa: Não temos autorização de divulgar qualquer informação médica O médico pode alegar que desconhece o Código de Ética Médica e as Resoluções do Conselho para justificar infrações ? Não. O desconhecimento de leis e regulamentos não exime o médico de culpa em caso de comprovada a infração; Modelos de publicações: Anúncio em revista ; Anúncio em outdoor; Anúncio na internet JURISPRUDÊNCIA AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA - CONSELHO DE MEDICINA - APURAÇÃO ÉTICO-DISCIPLINAR - PENA APLICADA OBSERVANTE À GRAVIDADE DO FATO APURADO, CUJA GRADAÇÃO, CONFORME A DISCRICIONARIEDADE DO JULGADOR E CONCRETA GRAVIDADE MANIFESTA, PODE IMPLICAR EM SANÇÃO MAIS SEVERA DE IMEDIATO, NOS TERMOS DO § 1º DO ART. 22, LEI 3.268/57 - IMPROCEDÊNCIA AO PEDIDO - IMPROVIMENTO À APELAÇÃO 1. 4. Restou apurado no procedimento administrativo que o polo impetrante, em programa televisivo, expôs pacientes, manifestou-se de forma jocosa e se portou de maneira sensacionalista e em tom de autopromoção, fls. 327/328. DECISÃO TRF3 : Constatada infração ética incorrer em programa televisivo, razoável que a pena também tenha publicidade correlata, observando, assim, a isonomia, guardando a pena perfeita moldagem ao conceito de "gravidade manifesta" estampada no § 1º do art. 22 mencionado, que permite imediata aplicação de punição mais severa. 11. Improvimento à apelação. Improcedência ao pedido.
Compartilhar