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Cálculo Diferencial e Integral Alessandra Negrini Dalla Barba © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Imagens Adaptadas de Shutterstock. Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. Conteúdo em websites Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros. Presidência Rodrigo Galindo Vice-Presidência de Produto, Gestão e Expansão Julia Gonçalves Vice-Presidência Acadêmica Marcos Lemos Diretoria de Produção e Responsabilidade Social Camilla Veiga Gerência Editorial Fernanda Migliorança Editoração Gráfica e Eletrônica Renata Galdino Luana Mercurio Supervisão da Disciplina André Luís Delvas Fróes Revisão Técnica André Luís Delvas Fróes Stephanie Akemi Raminelli 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Barba, Alessandra Negrini Dalla. B228c Cálculo diferencial e integral / Alessandra Negrini Dalla Barba. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 218 p. ISBN versão digital 978-65-5903-021-7 1. Limites e continuidade. 2. Derivadas. 3. Aplicações das derivadas. I. Título. CDD 620 Raquel Torres CRB-6/2786 Sumário Unidade 1 Funções ........................................................................................................... 7 Seção 1 Introdução às funções e funções polinomiais ................................ 9 Seção 2 Tipos especiais de funções e propriedades ....................................27 Seção 3 Funções trigonométricas .................................................................45 Unidade 2 Limites ..........................................................................................................66 Seção 1 Introdução ao estudo dos limites ...................................................68 Seção 2 Limites infinitos e no infinito ..........................................................85 Seção 3 Continuidade de funções ..............................................................102 Unidade 3 Derivadas e regras de derivação .............................................................122 Seção 1 Introdução às derivadas ................................................................124 Seção 2 Outras regras de derivação ...........................................................139 Seção 3 Regra da cadeia e derivação implícita .........................................154 Unidade 4 Aplicações das derivadas .........................................................................170 Seção 1 Taxas relacionadas e pontos críticos ...........................................172 Seção 2 Máximos e mínimos, concavidade e pontos de inflexão ..........187 Seção 3 Regra de L’Hospital e otimização.................................................203 Palavras do autor Prezado aluno, quando buscamos relacionar variáveis entre si, podemos empregar o conceito de função, desde que determinadas condições sejam verificadas. Porém, para resolver um problema que pode ser modelado por uma função, não basta conhecer a definição correspondente, é necessário investigar o comportamento da função, se temos a presença de valores máximos ou mínimos, entre outras características, as quais podem ser avaliadas a partir, por exemplo, do emprego dos conceitos de limite e de derivada. Assim, em Cálculo Diferencial e Integral visamos investigar o compor- tamento de funções desde a sua definição, englobando domínio, imagem, lei de formação, considerando também as representações gráficas correspon- dentes, as propriedades verificadas em relação a crescimento, decrescimento, concavidade, entre outras. Você descobrirá ferramentas indispensáveis para o estudo de situações-problema provenientes de diferentes contextos, e que podem ser modeladas por funções, como é o caso de problemas relativos a receitas e lucros acumulados por empresas, organização do tráfego em vias de uma cidade, comportamento de espécies ao longo do tempo em determi- nada região, decaimento radioativo de substâncias no decorrer do tempo, entre outros exemplos. Sendo assim, neste livro, iniciaremos nossos estudos na Unidade 1, inves- tigando os conceitos básicos envolvendo funções bem como suas proprie- dades. Vamos identificar as principais definições associadas, as diferentes representações que podem ser adotadas para as funções, com enfoque nas representações algébricas e gráficas correspondentes, a composição de funções, o conceito de função inversa, além de avaliar categorias importantes de funções. Na Unidade 2 o foco de estudos são os limites de funções, possibili- tando identificar o comportamento em torno de pontos específicos, ou ainda quando avaliamos regiões do domínio tendendo ao infinito, permitindo também estudar a continuidade das funções reais. O estudo das derivadas tem início na Unidade 3, a partir de uma associação com o problema das retas tangentes, taxas de variação, sendo seguido do estudo e aplicação das regras de derivação na resolução de problemas matemáticos ou provenientes de outros contextos. Por fim, na Unidade 4, o objetivo é estudar algumas aplicações das derivadas, dentre as quais podemos destacar as taxas relacionadas, os testes para estudo de máximos e mínimos de funções, pontos de inflexão, concavi- dade, problemas de otimização e a regra de L’Hospital. Nesse sentido, para cumprir os desafios propostos em cada unidade, é importante que você se dedique aos estudos, considerando a complexi- dade dos conceitos abordados na disciplina e as relações de dependência existentes entre eles. Então, procure desenvolver uma rotina de estudos que envolva desde os conceitos teóricos até à resolução de exercícios e problemas, procurando refletir sobre a importância de cada conceito para a resolução de problemas e, principalmente, para o contexto profissional relacionado à sua área de formação. Bons estudos! Unidade 1 Alessandra Negrini Dalla Barba Funções Convite ao estudo Caro aluno, no Cálculo Diferencial e Integral temos por objetivo estudar o comportamento de funções e suas aplicações por meio do emprego da definição de função, suas propriedades, bem como o estudo de limites e derivadas associadas. Assim, é essencial aprofundarmos os estudos em relação aos conceitos fundamentais associados às funções. As funções podem ser construídas a partir de relações entre variáveis, desde que satisfaçam a certos critérios. Diante dessa possibilidade, o conceito de função pode ser empregado quando desejamos, por exemplo, analisar a relação existente entre as variações do preço de um produto em função de certas variáveis, como a inflação, por exemplo, ou quando relacionamos uma área de plantio com a produção e lucro que podem ser gerados a partir dela, entre outras situações. Vamos direcionar nossos estudos para as funções de uma variável, isto é, aquelas funções nas quais relacionamos apenas duas variáveis entre si, uma independente e a outra dependente. Dessa forma, podemos descrever fenômenos como a variação da distância percorrida em função da velocidade adotada pelo veículo, o tempo necessário para escoarcerta quantidade de água a partir de um encanamento, entre outras situações. Como temos a possibilidade de descrever diferentes fenômenos a partir das funções, além de conhecer as definições e propriedades associadas, é importante conhecermos as diferentes categorias de funções, observando os comportamentos que podem ser modelados a partir delas. Nesse sentido, ao longo desta unidade estudaremos os conceitos básicos associados às funções, bem como os principais tipos de funções que podem ser estudadas, dentre as quais podemos destacar as funções polinomiais, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas, visando ao desenvolvimento de competências e habilidades que permitam compreender as funções e sua aplicação em diferentes contextos. Dessa forma, iniciaremos nossos estudos, na primeira seção, observando como podemos definir uma função, considerando a importância de avaliarmos domínio, contradomínio, imagem e lei de formação associados, bem como identificarmos as estratégias empregadas na representação de funções, com destaque para as representações algébricas e gráficas. Além disso, estudaremos as propriedades das funções polinomiais, analisando as especificidades das funções afim e quadráticas. Em seguida, estudaremos as funções exponenciais e logarítmicas, na segunda seção, observando os comportamentos de cada função e relacionan- do-as entre si a partir do conceito de função inversa, o qual está relacionado com a composição de funções. Por fim, na terceira seção nossos estudos serão direcio- nados às funções trigonométricas e suas propriedades, analisando com mais detalhes as funções seno, cosseno e tangente, relacionando-as com o ciclo trigonométrico e com as unidades de medidas adotadas para ângulos. Assim, vamos iniciar os estudos a respeito das funções, observando suas principais propriedades e refletindo a respeito de sua aplicação na resolução de problemas. Bons estudos! 9 Seção 1 Introdução às funções e funções polinomiais Diálogo aberto Vamos iniciar os estudos a partir de um conceito fundamental para o Cálculo Diferencial e Integral: o de função. Ele está presente em diversas situações, especificamente quando podemos interpretá-las como um tipo especial de relação entre duas variáveis, independentemente dos contextos nos quais elas estão inseridas. Ao longo da seção estudaremos a definição de função, algumas de suas propriedades, como a caracterização de funções crescentes e decrescentes, pares e ímpares, além de observar as características específicas das funções que integram o conjunto das funções polinomiais. Para esse estudo, considere que você esteja atuando em um escritório que presta consultoria para micro e pequenas empresas, principalmente em relação a questões financeiras. Um grupo de empresários pretende lançar no mercado um novo aplicativo para transportes e, com isso, uma nova empresa, com a proposta de que os motoristas associados utilizem apenas carros alugados em vez de carros particulares, visto que essa empresa será lançada a partir de uma sociedade estabelecida com duas locadoras de veículos: L e A. O grupo de empresários pretende organizar os planos para associação de novos motoristas considerando as tarifas cobradas por cada locadora associada, conforme as seguintes descrições: • A tarifa semanal cobrada para o aluguel de um automóvel padrão pela locadora L corresponde a um valor fixo de R$ 320,00 acrescido de R$ 0,30 por quilômetro rodado. • A tarifa semanal cobrada para o aluguel de um automóvel padrão pela locadora A corresponde a um valor fixo de R$ 140,00 acrescido de R$ 0,45 por quilômetro rodado. Como você organizaria os dois planos para a associação de novos motoristas? Que condições poderiam ser estabelecidas para a escolha do melhor plano de acordo com o perfil de cada motorista, em relação a distância média a ser percorrida por ele semanalmente? Além disso, esse grupo de empresários deseja orientações em relação a como gerenciar a empresa visando maximizar o lucro semanal, avaliado a partir de informações disponíveis a respeito do número de motoristas associados, considerando que todos percorram ao menos 500 quilômetros Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar 10 por semana e considerando que a empresa está iniciando suas atividades. Nesse estudo, você deve partir das seguintes informações: • O custo total para a manutenção da empresa é dado como o produto entre o número de motoristas associados ( )x e a expressão 46 25 5300, x+ , considerando os investimentos necessários para manter a sociedade com as duas locadoras. • A receita total pode ser calculada pela expressão 7612 5 10406 25, ,x- , considerando os investimentos que também são realizados pelas locadoras na manutenção dos veículos. Que orientações você daria a esse grupo de empresários em relação à maximização do lucro semanal, sob as condições apresentadas por eles? Assim, para a resolução da situação apresentada, prossiga em seus estudos, conferindo a definição e algumas propriedades das funções, bem como as características das funções polinomiais, mais especificamente das funções afim e quadráticas, para posteriormente empregá-las na interpre- tação e resolução do desafio proposto. Não poode faltar Em diferentes contextos podemos identificar situações nas quais preci- samos relacionar variáveis entre si, como quando comparamos as quanti- dades de combustível consumidas por um automóvel com as distâncias percorridas. Para contribuir com a descrição de fenômenos nos quais preci- samos relacionar duas variáveis entre si, podemos empregar o conceito de função, desde que essa relação apresente algumas características específicas. Vejamos na sequência como podemos definir uma função e quais são as possíveis representações associadas. Introdução ao estudo das funções Por definição, uma função f corresponde a uma regra que associa cada elemento x, pertencente a um conjunto D, a um único elemento f(x), perten- cente a um conjunto E. Nesse caso, podemos empregar a representação f D E: ® . Para que seja definida uma função, note que cada elemento do conjunto D deve estar relacionado somente a um elemento de E. Uma representação possível para uma função é o diagrama de flechas, conforme Figura 1.1. Saulo Prata Destacar Saulo Prata Sublinhado Rabiscado Saulo Prata Sublinhado Rabiscado Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar 11 Figura 1.1 | Diagrama de flechas para uma função f x D a ( )f x ( )f a E Fonte: elaborada pela autora. No diagrama de flechas, como o da Figura 1.1, podemos apresentar os dois conjuntos, D e E, empregados na construção da função, sendo as relações existentes entre seus elementos evidenciadas por meio de flechas. No estudo de uma função f D E: ® , o conjunto D é chamado de domínio de função, no qual são indicados os possíveis valores assumidos pela variável independente, a qual pode ser representada por x. O conjunto E, por sua vez, consiste no contradomínio da função, no qual é estudada a variável depen- dente. Além disso, os possíveis valores de f x( ) , obtidos ao variar x por todo o domínio, pertencem a um subconjunto de E chamado de imagem de f. Atenção Usualmente, os conjuntos empregados na representação de domínios e contradomínios é o conjunto dos números reais ( ) , no entanto, podemos utilizar subconjuntos de conforme o tipo de problema em estudo. As funções, conforme a definição apresentada, podem ser chamadas também de funções de uma variável, visto que temos a presença de uma única variável independente. Além do diagrama de flechas, podemos representar as funções a partir de gráficos, os quais permitem analisar o comportamentoda função e como se relacionam as variáveis entre si. O gráfico de uma função f D E: ® corresponde a um conjunto de pares ordenados x y,( ) em que y f x= ( ) , com x pertencente ao domínio D da função. Esse conjunto pode ser descrito como G x f x x D= ( ) ∈{ }, ( ) . Desse modo, partindo do plano cartesiano, a construção de um gráfico envolve a identificação dos pares ordenados envolvendo os valores do domínio com suas imagens correspondentes. Na Figura 1.2 podemos observar um exemplo de gráfico, associado a uma função f, o qual destaca o domínio e a imagem correspondentes. Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar 12 Figura 1.2 | Gráfico da função f D E: ® Imagem Domínio 0 x y = f(x) Fonte: elaborada pela autora. Nas representações gráficas, como é o caso da Figura 1.2, os pares ordenados sempre são identificados de modo que os elementos do domínio sejam representados a partir do eixo das abscissas (horizontal), denominado eixo x, e a imagem seja descrita a partir do eixo das ordenadas (vertical), descrito como eixo y. Também temos a possibilidade de estudar funções definidas a partir de uma tabela de valores, ou ainda a partir de uma expressão matemática que a caracteriza, a qual corresponde ao principal tipo de representação adotado no Cálculo Diferencial e Integral. Exemplificando Um exemplo de função representada algebricamente consiste em: f : ® x f x x ( )= +1 Para cada x Î (domínio), sua imagem é tal que f x x( )= +1 . A expressão f x x( )= +1 consiste na regra ou lei de formação da função, a qual deve ser apresentada em conjunto com domínio e contradomínio adequados. A representação gráfica para essa função é apresentada na Figura 1.3. Saulo Prata Lápis 13 Figura 1.3 | Representação gráfica para f, com f x x( )= +1 Fonte: elaborada pela autora. Além disso, podemos construir uma tabela de valores associados a f, conforme a Tabela 1.1, de modo a estudar a função em certos valores de seu domínio. Tabela 1.1 | Tabela de valores correspondente à função f, com f x x( )= +1 x f x( ) -2 -1 -1 0 0 1 1 2 2 3 Fonte: elaborada pela autora. Além das diferentes representações, podemos analisar as propriedades que são apresentadas por uma função, principalmente em relação ao seu comportamento. Vejamos a seguir algumas das propriedades que podem ser apresentadas por uma função. Propriedades das funções Seja uma função f D E: ® e considere I DÌ um subintervalo de seu domínio. Dizemos que a função f é crescente no intervalo I quando, dados x x I1 2, Î , se x x1 2< então f x f x1 2( )< ( ) , conforme exemplo apresentado na Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 14 Figura 1.4(a). Por outro lado, a função f é classificada como decrescente no intervalo I quando, dados x x I1 2, Î , se x x1 2< então f x f x1 2( )> ( ) , cujo exemplo é destacado na Figura 1.4(b). Figura 1.4 | Comportamento de uma função em relação a crescimento e decrescimento y y f(x2) f(x1) f(x1) f(x2) x1 x2 x1 x2x x (a) Função crescente (b) Função decrescente Fonte: elaborada pela autora Também podemos estudar o comportamento de uma função em relação à simetria, possibilitando a classificação como pares ou ímpares de acordo com as propriedades que apresentam. Uma função f é classificada como par quando é válida a igualdade f x f x( ) ( )− = para todo x em seu domínio. Uma função f é ímpar no caso em que f x f x( ) ( )− =− para todo x em seu domínio. Assimile Quando uma função é classificada como par, seu gráfico é simétrico em relação ao eixo y, conforme exemplo ilustrado na Figura 1.5(a). Por outro lado, se uma função f é ímpar, então seu gráfico é simétrico em relação à origem, isto é, se rotacionarmos a parte do gráfico correspon- dente a x ³0 180° em torno da origem, podemos obter a parte corres- pondente a x £0 , sendo um exemplo apresentado na Figura 1.5(b). Figura 1.5 | Comportamento gráfico de funções pares e ímpares y y x x (a) Função par (b) Função ímpar Fonte: elaborada pela autora. Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 15 As classificações em relação a funções crescentes ou decrescentes, ou em relação a funções pares e ímpares, podem ser empregadas no estudo de funções com diferentes características. Reflita Toda função f : ® não crescente será, necessariamente, decres- cente em seu domínio? Toda função f : ® que não seja par será, por consequência, ímpar? De que forma os gráficos poderiam ser utili- zados para ilustrar as respostas para essas questões? Além dessas propriedades, de acordo com a lei de formação de uma função podemos construir categorias específicas de funções, dentre as quais podemos destacar as polinomiais, exponenciais, logarítmicas, entre outras. Vejamos a seguir as características das funções polinomiais. Funções polinomiais Uma função polinomial consiste em uma função f : ® cuja lei de formação é dada por: f x a x a x a x a x a x an n n n n n( ) ...= + + + + + +− − − − 1 1 2 2 2 2 1 0 sendo n um número inteiro não negativo e os números a a a an0 1 2, , ,..., são constantes denominadas coeficientes do polinômio. Desde que o coefi- ciente dominante an seja diferente de zero, então o grau do polinômio é igual a n. Exemplificando Seja a função polinomial f : ® definida por f x x x x( )= + − +3 2 54 2 . Note que f corresponde a uma função polinomial de grau 4, com coefi- ciente dominante a4 3= . No conjunto das funções polinomiais podemos destacar duas subcate- gorias importantes: o conjunto das funções polinomiais de grau 1, chamadas de funções afim, e as funções polinomiais de grau 2, denominadas funções quadráticas, as quais são apresentadas a seguir. Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar 16 Funções afim Uma função f : ® cuja lei de formação é f x ax b( )= + , com a e b números reais, é denominada função polinomial de grau 1, função polino- mial de 1º grau ou função afim. A constante real a é denominada coeficiente angular e b é chamada de coeficiente linear. O gráfico que descreve uma função dessa classe é representado por uma reta no plano cartesiano, o que permite o emprego desse tipo de função na representação de fenômenos com característica linear, como é o caso do valor pago por uma quantidade especí- fica de unidades de um mesmo produto, por exemplo, considerando a ausência de descontos e outras variáveis. Por exemplo, a função f : ® com f x x( )= −2 1 é afim, cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.6. Figura 1.6 | Gráfico da função real f com lei de formação f x x( )= −2 1 Fonte: elaborada pela autora. A raiz de uma função afim f x ax b( )= + consiste em um valor x perten- cente ao seu domínio tal que f x( )= 0 . Por exemplo, a raiz da função f x x( )= −2 2 é x =1 , pois f ( )1 2 2 0= − = . No conjunto das funções afim, podemos ainda destacar o caso particular da função linear, a qual apresenta lei de formação f x ax( )= , com a um número real. O gráfico de uma função linear pode ser identificado como uma reta que passa pela origem, isto é, que contém o par ordenado ( , )0 0 . O estudo do crescimento e decrescimento de funções afim pode ser reali- zado com base no coeficiente angular associado, de modo que: • Função afim crescente: o coeficiente angular é positivo a>( )0 . • Função afim decrescente: o coeficiente angular é negativo a<( )0 . Saulo Prata Destacar Saulo PrataLápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar 17 Além disso, independentemente do crescimento ou decrescimento da função, um valor x Î , no domínio de uma função afim, é chamado de raiz da função quando f x( )= 0 , o qual é caracterizado, graficamente, como a interseção do gráfico da função com o eixo x. Temos ainda o caso em que o coeficiente angular a é nulo na lei de formação f x ax b( )= + , o que implica na existência da função constante, cuja lei de formação é f x b( )= , com b um número real, sendo seu gráfico descrito por uma reta paralela ao eixo x. Além das funções afim, uma outra classe importante de funções polino- miais corresponde nas funções polinomiais de grau 2 ou funções quadráticas. Funções quadráticas Uma função f : ® cuja lei de formação é f x ax bx c( )= + +2 , com a, b e c números reais e a¹0 , é denominada função polinomial de grau 2, função polinomial de 2º grau ou função quadrática. O gráfico que descreve uma função dessa classe é representado por uma parábola no plano carte- siano. Por exemplo, a função f : ® com f x x x( )= + −2 12 é uma função quadrática, cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.7. Figura 1.7 | Gráfico da função real f com lei de formação f x x x( )= + −2 12 Fonte: elaborada pela autora. O coeficiente a, do termo de grau 2, é responsável por indicar o compor- tamento da parábola em relação à sua concavidade. Quando a>0 , a parábola que representa graficamente a função quadrática tem concavidade Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 18 voltada para cima, enquanto a<0 indica que a parábola terá concavidade voltada para baixo. Também podemos estudar as raízes associadas a funções quadráticas considerando, de modo análogo às funções afim, que x Î no domínio da função f é uma raiz quando f x( )= 0 . Sendo assim, x é uma raiz quando for solução da equação de 2º grau na forma ax bx c2 0+ + = . Para estudar os tipos de raízes que uma função quadrática pode apresentar podemos estudar o discriminante ∆( ) , calculado como segue: ∆= −b ac2 4 . A partir do discri- minante podemos inferir que a função quadrática apresentará: • Duas raízes reais distintas quando o discriminante for positivo ∆>( )0 . • Duas raízes reais e iguais, ou uma raiz de multiplicidade 2, quando o discriminante for nulo ∆=( )0 . • Duas raízes complexas conjugadas quando o discriminante for negativo ∆<( )0 . As raízes podem ser obtidas a partir do estudo da equação de 2º grau associada, possibilitando o emprego da fórmula resolutiva para equações do 2º grau na forma: x b a = − ± ∆ 2 . Combinando as análises em relação às raízes e concavidade, podemos identificar uma das seis possibilidades para o gráfico da função quadrática, conforme situações ilustradas na Figura 1.8. Figura 1.8 | Estudo do sinal e das raízes de uma função quadrática y y y y y y (d) 0a < e 0∆ > (e) 0a < e 0∆ = 0a < e 0∆ < (a) 0a > 0∆ >e 0a > 0∆ =e (b) (c) 0a > e 0∆ < Fonte: elaborada pela autora. Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Destacar Saulo Prata Destacar Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 19 Além das propriedades já estudadas, outro elemento que se faz presente no gráfico de uma função quadrática é o vértice, o qual consiste no ponto em que o gráfico altera entre os comportamentos de crescimento e decresci- mento. O vértice corresponde a um ponto de coordenadas x yV V,( ) em que: x b aV =− 2 e y aV =− ∆ 4 . Note que o vértice pode corresponder a um valor mínimo, quando a parábola tem concavidade voltada para cima, ou máximo, se a concavidade é voltada para baixo, dependendo da lei de formação e do domínio da função. Assimile A partir de uma função quadrática com lei de formação f x ax bx c( )= + +2 as principais expressões algébricas que podemos identificar são: • Discriminante: ∆= −b ac2 4 • Raízes: x b a = − ± ∆ 2 ; • Vértice: x yV V,( ) com x b aV =− 2 e y aV =− ∆ 4 . As funções quadráticas podem ser empregadas na descrição de fenômenos relacionados com a Física, como o movimento de lançamento de objetos sob determinadas condições. O conhecimento do conceito de função e suas propriedades é essencial quando desejamos interpretar fenômenos por meio dos recursos matemá- ticos, principalmente quando podemos identificar relações entre variáveis, sejam essas situações provenientes de contextos matemáticos ou de outras áreas do conhecimento. Sem medo de errar Na situação-problema em estudo, você deve prestar consultoria a um grupo de empresários para que possam iniciar sua nova empresa, baseada em um aplicativo para transportes em associação com empresas de locação de veículos. Para isso, você precisará realizar estudos em relação aos planos que serão oferecidos para a associação de novos motoristas, visto que a condição é que o motorista trabalhe com um veículo alugado a partir de uma das empresas associadas, além de estudar a respeito das receitas, custos e lucros que podem ser obtidos, apresentando orientações para os empresários quanto à abertura da empresa. Saulo Prata Destacar 20 Nesse sentido, vamos iniciar pela avaliação de planos para os motoristas associados. Como condição, cada motorista associado deve alugar um veículo em uma das empresas: locadora L ou locadora A. Se representarmos o número de quilômetros rodados por q e a tarifa semanal por T, podemos construir uma função em que T seja a variável dependente relacionada à variável independente q. Denotemos por TL a tarifa cobrada na locadora L e TA a tarifa cobrada pela locadora A. Podemos construir funções que descrevem as duas tarifas com domínios dados pelo conjunto + = ∈ ≥{ }x x| 0 em ambos os casos, porque o número de quilômetros rodados é sempre um número positivo ou igual a zero, sendo o contrado- mínio dado por . Desse modo, podemos representar as tarifas cobradas em cada locadora a partir das seguintes funções afim: TL : + → q T q qL ( ) ,= +320 0 30 e TA : + → q T q qA ( ) ,= +140 0 45 Considerando as duas possibilidades de planos, referentes a cada uma das locadoras, podemos avaliar as condições para a indicação do melhor plano para cada perfil de motorista com base na quilometragem média percorrida por cada motorista semanalmente. Para isso, podemos construir a represen- tação gráfica para as duas funções em um mesmo plano, conforme a Figura 1.9. Figura 1.9 | Comparações entre os planos para locação de veículos y x TL TA 900 800 700 1000 600 500 400 300 200 100 0 500 1500 2000 Fonte: elaborada pela autora. Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 21 Podemos observar na Figura 1.9 que, ao comparar os gráficos das funções em estudo, existe um ponto em comum a ambos os gráficos, ou seja, existe um valor de quilometragem q para o qual as tarifas cobradas pelas duas locadoras são iguais. Desse modo, comparando as leis de formação das funções e igualando-as podemos verificar que: 320 0 30 140 0 45 320 140 0 45 0 30+ = + ⇒ − = − ⇒, , ,,q q q q ⇒ = ⇒ = =180 0 15 180 0 15 1200, , q q Assim, para 1200 quilômetros rodados semanalmente, as tarifas cobradas pelas duas locadoras são iguais. Logo, com base nessa informação e anali- sando a Figura 1.9 pode-se afirmar que: • O plano com locação de veículos pela locadora L é mais indicado aos motoristas que planejam percorrer semanalmente, em média, uma distância superior a 1200 quilômetros. • O plano com locação de veículos pela locadora A é mais indicado para motoristas que pretendem percorrer semanalmente, em média, uma distância inferior a 1200 quilômetros. Além desse estudo, você deve apresentar orientações em relação ao lucro obtido e número de motoristas associados, considerando que a empresa está em fase inicial de implantação. Nesse sentido, com base nas informações apresentadas e denotando por x o número de motoristas associados, temos que o custo total é dado por: C x x x x x( ) , ,= +( )= +46 25 5300 46 25 53002 enquanto a receita total é dada por R x x( ) , ,= −7612 5 10406 25 . Como o lucro corresponde à diferença entre receita e custo, temos que o lucro pode ser calculado como segue: L x R x C x x x x( ) ( ) ( ) , , ,= − = −( )− +( )=7612 5 10406 25 46 25 53002 =− + −46 25 2312 5 10406 252, , ,x x Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 22 Construindo a representação gráfica para a função lucro, temos a Figura 1.10. Figura 1.10 | Função lucro correspondente à empresa de transportes por aplicativo 2000 1000 0 10 20 30 40 50 y x Fonte: elaborada pela autora. Devido às características da função lucro, a qual pode ser representada como L : + → , x L x x x ( ) , , ,=− + −46 25 2312 5 10406 252 que corresponde a uma função quadrática, e tendo o coeficiente do termo de segundo grau negativo, então a função assume um valor máximo, corres- pondente ao seu vértice. Determinando as coordenadas do vértice da função, obtemos: xV =− ⋅ −( ) = = 2312 5 2 46 25 2312 5 92 5 25, , , , yV =− − ⋅ −( )⋅ −( ) ⋅ −( ) = = ( , ) , , , 2312 5 4 46 25 10406 25 4 46 25 3422500 185 2 118500 Logo, para que a empresa atinja lucro máximo, no valor de R$ 18500,00, é necessário que existam 25 motoristas associados, percorrendo pelo menos 500 quilômetros semanais em média. Para finalizar o atendimento ao grupo de empresários, elabore uma síntese das informações obtidas durante os estudos, apresentando um relatório organizado que atenda a todos os questionamentos e exigências do cliente. 23 Avançando na prática Gerenciando a produção de placas de alumínio Uma empresa produz placas de alumínio de diferentes tamanhos, realizando cortes conforme a necessidade dos clientes. Em uma dessas encomendas, após realizar a produção das placas solicitadas pelo cliente, restaram placas no formado de triângulos retângulos isósceles cuja hipotenusa tem comprimento igual a 2 metros. Para reduzir os desperdí- cios, a empresa pretende cortar, a partir das placas triangulares, placas de formato retangular, considerando o esboço, no plano cartesiano, apresen- tado na Figura 1.11. Figura 1.11 | Placas retangulares e triangulares para corte y P(a,b) x B A C -1 0 a, 1 1 Fonte: elaborada pela autora Para auxiliar a empresa na identificação de como devem ser realizados os cortes, você deve identificar uma expressão matemática que relacione a área das placas retangulares com a constante a relativa ao comprimento da placa. Como você expressaria a área da placa retangular em função do valor a associado ao seu comprimento? Resolução da situação-problema As coordenadas dos vértices do triângulo, no plano cartesiano, são dadas por A( , )-1 0 , B( , )0 1 e C( , )1 0 . Sabemos que a área de um retângulo é dada pelo produto entre as medidas do comprimento e da largura da figura. Determinemos, inicialmente, a relação existente entre as coordenadas a e b Saulo Prata Lápis 24 do ponto P para empregá-las no cálculo da área da placa retangular. Como temos P pertencente à reta que passa por B e C, então podemos determinar a lei de formação da função f x mx n( )= + cujo gráfico é a reta que passa por B e C. Sabendo que f ( )0 1= (ponto B) e f ( )1 0= (ponto C) então f x x( )=− +1 . Sendo assim, como P a b( , ) é um ponto do gráfico de f então b f a a= =− +( ) 1 . Como a área da região retangular corresponde ao produto entre 2a e b, então podemos concluir que a área da região é dada em função de a pela expressão A a a a a a( )= ⋅ − +( )=− +2 1 2 22 . Com seu auxílio, o projeto pode ser concluído com êxito. Faça valer a pena 1. A seguir é apresentado o gráfico completo de uma função f de uma variável real: y x 3 2 1 0 1 2 4 3 2 1 1 2 3 4 5 Em relação à função apresentada, analise as seguintes afirmações, classifican- do-as como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O domínio de f consiste no conjunto −[ ]4 4, . ( ) A imagem da função f corresponde ao conjunto −[ ]2 2, . ( ) É válido que f ( )0 3=− . ( ) A função f é crescente no intervalo −[ ]2 2, . ( ) A função f é par no intervalo −[ ]2 2, . Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 25 Assinale a alternativa que indica a sequência correta, considerando a ordem na qual as afirmações foram apresentadas: a. V – V – F – V – V. b. V – F – V – F – F. c. F – V – F – V – F. d. V – F – F – V – V. e. F – V – V – F – F. 2. O gráfico a seguir apresenta variações nas temperaturas registradas ao longo de um dia em uma cidade do Rio Grande do Sul durante o inverno: y x 7 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Nessa situação, as temperaturas foram medidas entre as 4 e as 13 horas de um mesmo dia. A respeito dessas informações, analise as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. A temperatura y, em função do horário x, descrita no gráfico pode ser classificada como uma função crescente. PORQUE II. II. No intervalo de 4 a 7 horas, a função que descreve a relação entre temperatura e horário pode ser dada por y x x( )= −2 10 . Com relação às asserções apresentadas, assinale a alternativa correta: a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justifica- tiva correta para a I. Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 26 b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta para a I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d. A asserção II é uma proposição verdadeira e a I é uma proposição falsa. e. As asserções I e II são proposições falsas. 3. Uma cooperativa atua no ramo da produção de óleo de girassol para consumo residencial, a partir da comercialização realizada a partir de mercados e supermercados credenciados. Diariamente, essa cooperativa tem uma produtividade que varia de 2 a 6 quilolitros (kL) de óleo, de acordo com a demanda e disponibilidade de matéria-prima, de modo que o custo de produção diário, dado em reais e descrito em função da quantidade de óleo, em quilolitros, produzidos diariamente, possa ser modelado pela função: c x x x( )= − +40 400 26002 Com base nesse contexto, analise as seguintes afirmações: I. O custo de produção, por quilolitro, em um dia no qual houve uma produção de 4 quilolitros de óleo é de R$ 1640,00. II. O custo diário mínimo, por quilolitro, corresponde a R$ 1500,00, o qual ocorre com a produção diária de 3 quilolitros de óleo. III. O custo diário máximo, por quilolitro, é de R$ 1600,00, correspon- dente a uma produção de 5 quilolitros de óleo. IV. Se a produção diária for inferior a 3 quilolitros, o custo diário de produção será superior a R$ 1800,00. V. O custo diário máximo, por quilolitro, será de R$ 1960,00, indepen- dentemente da produção diária nessa cooperativa. Está correto o que se afirma apenas em: a. I e III. b.I e V. c. II e IV. d. III e IV. e. I, II e V. Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis Saulo Prata Lápis 27 Seção 2 Tipos especiais de funções e propriedades Diálogo aberto Nesta seção vamos direcionar nossos estudos às categorias das funções exponenciais e logarítmicas, bem como das funções inversas, considerando a importância central do conceito de função para os estudos e o desenvol- vimento do Cálculo Diferencial e Integral. Esse assunto é de grande impor- tância para o desenvolvimento da Matemática e uma ferramenta indispen- sável para a resolução de problemas envolvendo diferentes áreas do conhe- cimento, como é o caso do estudo do decaimento radioativo de substâncias químicas, ou mesmo as variações populacionais de espécies em ambientes específicos, por exemplo. Estão relacionadas às funções exponenciais e funções logarítmicas o cálculo de juros compostos, o estudo das variações da pressão atmosférica, as curvas de aprendizagem, a escala Richter para avaliação dos impactos de terremotos e a lei do resfriamento de Newton, que são apenas alguns exemplos de emprego de tais funções. Para estudar essas funções, devemos empregar definições e propriedades de potências e logaritmos, estudados desde a Educação Básica, bem como o conceito de função e suas proprie- dades. Outra importância no estudo dessas duas categorias de funções consiste na possibilidade de compará-las entre si, esclarecendo a relação de uma função com sua inversa, quando essa existe, evidenciando os diferentes estudos que podem ser realizados a partir da definição de função inversa e da composição de funções. Assim, para esses estudos, suponha que um empresário solicitou atendi- mento, no escritório de consultoria no qual você atua, para realizar um estudo a respeito da produtividade de sua empresa e a relação que pode ser estabelecida com os investimentos realizados e estimativas futuras. Para isso, você deve construir um modelo que descreva a produtividade em função dos investimentos, sabendo que essa relação pode ser modelada, na situação em questão, a partir de uma função do tipo exponencial dada por p i Ceki( )= , em que p representa a produtividade, i os investimentos, enquanto C e k são constantes que podem ser determinadas a partir das informações disponíveis: a produtividade da empresa, sem investimentos, é constante e igual a 20000 unidades ao mês e, além disso, ocorre um aumento de 100% na produtividade quando comparamos a ausência de investimentos com um investimento de 50 mil reais ao mês. 28 Além disso, para incrementar os estudos, você deverá analisar também o comportamento da função inversa, a qual descreve os investimentos a partir da produtividade, relacionando-as entre si. Nesse sentido, qual o investi- mento necessário para que a produtividade atinja um patamar de 100 mil unidades produzidas mensalmente? Como você responderia a essas questões? Qual modelo e conclusões você apresentaria ao empresário? Prossiga em seus estudos e confira os conceitos necessários para o cumprimento desse desafio! Não pode faltar As funções correspondem a relações especiais entre conjuntos, a partir das quais associamos variáveis dependentes e independentes entre si. Assim, quando definimos funções, indicamos dois conjuntos – domínio e contrado- mínio – e uma regra que associa os conjuntos entre si – lei de formação –, a qual pode assumir diferentes formatos. Dependendo da expressão matemá- tica considerada podemos construir diferentes classes de funções, como a das funções algébricas. Funções algébricas Uma função cuja lei de formação é obtida a partir da aplicação de um número finito de operações algébricas (adição, subtração, divisão e extração de raízes) sobre um polinômio é denominada função algébrica. Como exemplos, temos as funções f x x x( )= +2 e g x x( )= −3 2 . Assimile Podemos incluir as funções polinomiais no conjunto das funções algébricas, o qual é mais geral em comparação com o conjunto das funções polinomiais, visto que os polinômios podem ser construídos a partir, por exemplo, da soma e da diferença de monômios. Cada função algébrica possui uma representação gráfica distinta, não sendo possível padronizá-las. Por isso, é necessário avaliar cada caso de forma independente, observando as propriedades da função algébrica em estudo. Observe que para determinar a lei de formação da função algébrica h x x x( )= −2 aplicamos a operação de diferença entre os monômios x2 e x para, na sequência, extrair raiz quadrada. Outra interpretação que podemos empregar para construir a lei de formação de h, e que também pode envolver 29 funções que não sejam algébricas, é a composição de funções, a qual permite relacionar diferentes funções para construir as chamadas funções compostas. Composição de funções Sejam as funções y f u u= =( ) e u g x x x= = −( ) 2 . Note que y é uma função de u que, por sua vez, é uma função de x, logo y é uma função de x. Nesse caso, podemos empregar substituição de modo a obter: y f u f g x f x x x x= = = − = −( ) ( ( )) ( )2 2 Com esse procedimento, denominado composição, obtemos a função composta de f e g. Nesse sentido, dadas duas funções g A B: ® e f C D: ® em que Im g C( )⊂ , ou seja, a imagem da função g seja um subconjunto do domínio de f, a função composta f g , também chamada composição de f e g, é uma função f g A D : ® tal que f g x f g x( ) =( ) ( ( )) para x AÎ . Observe que se estamos trabalhando com a função composta f g primeiro aplicamos a função g em algum elemento x do domínio para, na sequência, aplicar f sobre g x( ) . Além disso, o domínio da função composta f g é igual ao domínio de g. Por exemplo: se considerarmos as funções f x x( )= 2 2 e g x x( )= +3 1 , as quais são polinomiais e possuem domínio e contradomínio caracterizado pelo conjunto dos números reais, podemos construir as seguintes funções compostas: f g x f g x f x x x x( ) = ( )= +( )= +( ) = + +( ) ( ) 3 3 2 6 31 2 1 2 4 2 g f x g f x g x x x( ) = ( )= ( )=( ) + = +( ) ( ) 2 2 1 8 12 2 3 6 ambas com domínio e contradomínio caracterizados por . Observe que as diferentes ordens em que tomamos f e g influenciam na função composta obtida. Além disso, é importante observar também se existe a relação de inclusão entre os conjuntos imagem e domínio das funções envolvidas, conforme a definição de função composta. Reflita Considerando as propriedades das funções polinomiais, o que podemos afirmar a respeito da composição de funções polinomiais? A composta será sempre uma função polinomial? Se sim, é possível afirmar qual será o grau da função composta com base nos graus das funções polinomiais iniciais? 30 A partir do exemplo anterior, podemos observar que nem sempre as duas composições que podem ser construídas a partir de duas funções geram um mesmo resultado, isto é, uma mesma função. No entanto, existem alguns pares de funções em particular que, ao serem compostas entre si, geram, como resultado, em ambas as ordens, a função identidade, cuja lei de formação é i x x( )= para todo x no domínio de i. Esses pares envolvem uma função e a sua inversa, a qual existe desde que algumas propriedades sejam verificadas. Para que estejamos aptos a avaliar a existência desse tipo de função, iniciemos pelo estudo da bijetividade de funções. Funções bijetivas e inversas Uma função bijetiva pode ser caracterizada como uma função simul- taneamente injetiva e sobrejetiva. Assim, para que possamos compreender o conceito de bijetividade, vamos definir a injetividade e a sobrejetividade. Uma função f D E: ® pode ser classificada como função injetiva (ou injetora) se dados x x D1 2, Î com x x1 2¹ então f x f x( ) ( )1 2¹ . Ou de forma equivalente, para x x D1 2, Î tivermos f x f x( ) ( )12= implicando x x1 2= . Como exemplo de função injetiva temos a função f : ® com f x x( )= , cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.12(a). Se tomarmos dois números reais x x1 2¹ distintos em seu domínio, as imagens serão diferentes entre si, pois f x x x f x( ) ( )1 1 2 2= ≠ = . Por outro lado, a função g : ® em que g x x( )= 2 , cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.12(b), consiste em um contraexemplo para a definição de função injetiva porque, por exemplo, -1 e 1 são elementos distintos no domínio de g, porém, g g( ) ( )− = −( ) = = =1 1 1 1 12 2 , logo, nem sempre valores distintos do domínio têm imagens distintas. Figura 1.12 | Funções injetivas e não injetivas Fonte: elaborada pela autora. Em relação à sobrejetividade, dizemos que uma função f D E: ® é classi- ficada como função sobrejetiva (ou sobrejetora) se dado qualquer y EÎ for 31 possível identificar x DÎ tal que y f x= ( ) , ou ainda, se o conjunto imagem de f coincidir com o contradomínio de f, que corresponde ao conjunto E. Assim, uma função é sobrejetiva quando todos os elementos do contrado- mínio são imagens de elementos do domínio pela função em estudo. Como exemplo temos a função f : ® em que f x x( )= , cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.13(a). Tomando qualquer número real y Î no contradomínio de f, ao escolher x y= no domínio, sempre teremos f x y( )= , ou seja, Im( )f = . Por outro lado, a função g : ® com g x x( )= 2 , cujo gráfico é ilustrado na Figura 1.13(b), consiste em um contraexemplo para a definição de função sobrejetiva. De fato, podemos observar graficamente que a imagem de g é formada apenas pelos números reais maiores ou iguais a zero, ou pelo intervalo 0,+∞[ ) , enquanto o contradomínio é dado por , ou ainda, ao tomarmos qualquer número real negativo no contradomínio, o -1 por exemplo, não é possível identificar nenhum x Î no domínio tal que f x x( )= =−2 1 . Figura 1.13 | Funções sobrejetivas e não sobrejetivas Fonte: elaborada pela autora. Porém, se desejamos construir uma função sobrejetiva, podemos restringir o contradomínio à sua imagem de modo que essa propriedade seja verificada. Assim, se queremos que uma função f D E: ® seja classificada como sobrejetiva, podemos considerar sua restrição f D f: Im( )® . De posse das definições de injetividade e sobrejetividade, podemos carac- terizar uma função bijetiva (ou bijetora) como uma função simultaneamente injetiva e sobrejetiva. Conforme estudado, como a função f : ® dada por f x x( )= é injetiva e sobrejetiva ao mesmo tempo, podemos afirmar que f é bijetiva. Por outro lado, como g : ® em que g x x( )= 2 não é injetiva e nem sobrejetiva, g não pode ser classificada como bijetiva. A partir do conceito de bijetividade, podemos estudar as funções inversas. A partir de uma função bijetiva f D E: ® , se f a b( )= , com a DÎ e b EÎ , a 32 função inversa a f existe e corresponde a uma função f E D− →1 : de tal forma que f b a− =1( ) . Note que o domínio de f é igual à imagem da inversa f -1 , enquanto o domínio de f -1 é igual à imagem de f. Exemplificando Considere a função f : ® definida por f x x( )= −3 1 . Temos que essa função é bijetiva, porque: • f é injetiva: dados x x1 2, Î com x x1 2¹ teremos que 3 31 2x x¹ e, consequentemente, f x x x f x( ) ( )1 1 2 23 1 3 1= − ≠ − = , comprovando a injetividade de f. • f é sobrejetiva: seja y Î no contradomínio de f, se x y= + ∈ 3 1 3 então f x y y y( )= + − = + − =3 3 1 3 1 1 1 , isto é, existe x no domínio tal que f x y( )= , provando a sobrejetividade de f. Sendo assim, a função f é bijetiva e, consequentemente, admite inversa. Note que a função f é tal que y f x x= = −( ) 3 1 . Expressando x em função de y podemos obter: y x y x y x= − ⇔ + = ⇔ + =3 1 1 3 3 1 3 Dessa forma, teremos que a função inversa f − →1 : pode ser definida como f x x− = +1 3 1 3 ( ) . Note que ao construirmos as funções compostas de f com a sua inversa nas duas ordens possíveis teremos: f f x f x x x x− −= − = − + = − + =1 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 ( ( )) ( ) ( ) f f x f x x x x( ( ))− = + = + − = + − = 1 3 1 3 3 3 1 3 1 1 1 ou seja, ao compormos uma função com sua inversa, caso ela exista, sempre iremos obter a função identidade i x x( )= como resultado. 33 Para a categoria de funções afim, desde que não sejam constantes, é possível identificar as funções inversas correspondentes, as quais são também do tipo afim. Assimile As funções afim, do tipo não constantes, com domínio e contradomínio reais, são funções que podem ser classificadas como bijetivas, sendo simultaneamente injetivas e sobrejetivas. Além da comprovação via definição, é possível observar graficamente a presença da injetividade e sobrejetividade para essa categoria de funções. No estudo das funções inversas, existem duas categorias de funções em particular que podemos destacar: as funções exponenciais e as funções logarítmicas, devido às relações que podem ser estabelecidas entre elas. Função exponencial Chamamos de função exponencial de base b uma função cuja lei de formação assume a forma f x bx( )= , em que b>0 . Como exemplos temos as funções f x x( )= 2 e g x x( )=p . Note que as funções exponenciais são construídas a partir de potências em que a base é constante e o expoente consiste na variável em estudo. Na Figura 1.14 podemos observar os comportamentos gráficos das funções exponenciais. Note que independentemente do valor assumido por b, desde que b>0 , o gráfico da função exponencial sempre contempla o ponto 0 1,( ) , pois b0 1= . Na Figura 1.14(a) temos a representação gráfica de uma função exponencial cuja base b é tal que b>1 , assim, temos uma função crescente na qual, para x tendendo ao infinito, o valor y f x= ( ) tende ao infinito, enquanto x tendendo a −∞ implica y f x= ( ) se aproximando de zero, o que configura o eixo x como uma assíntota horizontal desse tipo de função exponencial, isto é, por menor que seja o valor do domínio, sua imagem será um número que se aproxima de zero, porém, nunca será igual a zero. Por outro lado, na Figura 1.14(b) temos a representação gráfica de uma função exponencial cuja base b é tal que 0 1< <b , correspondendo a uma função decrescente que também apresenta o eixo x como uma assíntota horizontal, devido ao fato de que se x tende ao infinito, o valor y f x= ( ) 34 tende a zero, enquanto x tendendo a −∞ implica y f x= ( ) tendendo a infinito. Além disso, uma terceira possibilidade, não ilustrada nos gráficos, corresponde a b=1 , nesse caso, teremos a função constante, pois bx será constante igual a 1 para todo x real. Figura 1.14 | Comportamento gráfico da função exponencial y x 1 1 y x (a) Base b > 1 (a) Base 0 < b < 1 Fonte: elaborada pela autora. Podemos ainda construir as chamadas funções do tipo exponencial, em que a lei de formação é obtida a partir da lei usual acrescida de constantes, assumindo a forma geral f x a b ckx( )= ⋅ + , com a, b, c e k constantes reais. Uma das funções exponenciais mais utilizadas na resolução de problemas é aquela em que a base b é tomada igual ao número e, denominado número de Euler. O número e corresponde a um número irracional que pode ser aproximado, até a quarta casa, como e » 2 7183, . A função exponencial de base e, f x ex( )= , é também conhecida como a função exponencial natural, podendo ser utilizada também a notação exp( )x em substituição ao termo ex . Observe que as funções exponenciais são construídas a partir de potên- cias, adotando o expoente como sendo a variável em estudo. Assim como podemos relacionar as potências e os logaritmos entre si, também podemos relacionar as funções exponenciais com uma outra categoria de funções, derivadas dos logaritmos e denominadas como funções logarítmicas. Função logarítmica A função logarítmica de base b apresenta como lei de formação f x xb( ) log= . Assim comotemos as condições de existência para o estudo dos logaritmos, devemos ter na função logarítmica que a base b seja positiva e diferente de 1, além disso, x deve ser sempre positivo. Dessa forma, como condições de existência da função logarítmica devemos ter o domínio dado pelos números reais positivos (conjunto +∗ ) e a base sendo b>0 e b¹1 . 35 Assimile Para a definição da função logarítmica devemos ter f : + ∗ → dada por f x xb( ) log= , com b>0 e b¹1 . Podemos estudar o comportamento gráfico da função logarítmica de acordo com os valores assumidos pela base b de forma semelhante ao estudo da função exponencial. No entanto, como o domínio deve envolver apenas os números positivos, observe nos dois casos ilustrados na Figura 1.15 que os valores do eixo x são estudados apenas em sua parte positiva. Figura 1.15 | Comportamento gráfico da função logarítmica y x y x 1 1 (a) Base b > 1 (b) Base 0 < b < 1 Fonte: elaborada pela autora. Como logb 1 0= para todo b>0 e b¹1 , então temos que o gráfico da função logarítmica sempre contém o ponto de coordenadas 1 0,( ) , indepen- dentemente do valor assumido pela base b. No caso da Figura 1.15(a), na qual é apresentada a representação gráfica de uma função logarítmica de base b>1 , note que a função é crescente, enquanto para 0 1< <b , conforme a Figura 1.14(b), temos uma função decrescente. Se tomarmos, na função logarítmica, a base b como sendo o número de Euler e, o qual é positivo e diferente de 1, temos a construção da função logarítmica natural f x xe( ) log= . Para essa função utilizamos a notação especial f x x( ) ln= , a qual já indica que a base da função logarítmica corres- ponde ao número de Euler. Além disso, na função logarítmica, também podemos adotar a base decimal (10), sendo a notação utilizada f x x( ) log= , isto é, a ausência da base na notação indica que se trata da base 10. Considerando o conceito de função inversa, vamos analisar as funções exponencial e logarítmica natural, comparando-as entre si. Note que se y x xe= =ln log então, pela definição de logaritmo, devemos ter que e xy = , 36 ou seja, existe uma relação entre as funções logarítmica e exponencial a partir da base tomada em cada função. Dessa relação, podemos interpretar que as funções f x x( ) ln= e g x ex( )= são inversas uma da outra. Comparando graficamente as funções f e g, conforme ilustração presente na Figura 1.16, podemos observar que os gráficos das duas funções são simétricos em relação ao gráfico da função identidade i x x( )= , representado pela reta pontilhada na Figura 1.16. Figura 1.16 | Comparação entre as funções exponencial e logarítmica natural y x g(x) = ex i(x) = x f(x) = ln (x) Fonte: elaborada pela autora. Além disso, podemos observar pelas propriedades de potências e logaritmos que f g x e xx( ( )) ln= ( )= e g f x e xx( ( )) ln( )= = . Podemos estender essa ideia para outras bases, concluindo que se b é um número real tal que b>0 e b¹1 então as funções bx e logb x são inversas uma da outra. A relação de inversão existente entre as funções exponenciais e logarít- micas também é essencial para a interpretação e resolução de problemas que podem ser modelados por essas funções. E, para esse tipo de estudo, o emprego das propriedades de potências e logaritmos é essencial, conforme exemplo a seguir. Exemplificando Considere a função f : ® dada por f x x( )= ⋅3 4 . Vejamos alguns aspectos dessa função que podem ser analisados: (a) Tomando x = 3 no domínio de f, sua imagem pode ser determinada como segue: f ( )3 3 4 3 64 1923= ⋅ = ⋅ = . 37 (b) Para determinar o elemento do domínio cuja imagem é 768, ou x tal que f x( )= 768 , podemos empregar a seguinte estratégia: 768 3 4 768 3 4 256 4 4 4 44= ⋅ ⇔ = ⇔ = ⇔ = ⇔ =x x x x x Sendo assim, f ( )4 768= . (c) Como existem situações nas quais não é possível comparar potências de mesma base, como no item (b), podemos recorrer aos logaritmos. Para isso, considere, por exemplo, que desejamos determinar x para o qual f x( )= 96 , assim: 96 3 4 96 3 4 32 4= ⋅ ⇔ = ⇔ =x x x ⇔ = log(32) ) log(4x ⇔ = log(32) ) x log(4 ⇔ = x log( ) log( ) 32 4 Para a resolução desse problema foi utilizado como auxílio o recurso da calculadora para o cálculo de log( )32 e log( )4 . Veja que a base 10 foi utilizada porque o logaritmo decimal pode ser calculado por meio da calculadora. Outra possibilidade seria a utilização do logaritmo natural. Assim, conhecer as relações existentes entre as diferentes categorias de funções, comparando-as a partir, por exemplo, do conceito de função inversa, da composição de funções, bem como estudando a injetivi- dade e sobrejetividade, são conhecimentos essenciais quando desejamos aprofundar os estudos e aplicar esses conceitos na resolução de problemas oriundos dos mais variados contextos. Sem medo de errar Para a resolução do desafio proposto, você precisa analisar as infor- mações apresentadas pelo empresário em relação à produtividade e inves- timentos realizados por ele em sua empresa, empregando os conceitos relativos a funções exponenciais, logarítmicas e inversas. Sabe-se que a relação existente entre investimentos e produtividade, no caso estudado, pode ser dada por uma função do tipo exponencial com lei de formação p i Ceki( )= , em que p representa a produtividade, i os investi- 38 mentos, sendo C e k constantes. Nesse caso, a função p é tal que p : + → porque o domínio deve contemplar os possíveis valores de investimentos, os quais devem ser não negativos. Para determinar as constantes da função p, devemos considerar que: • A produtividade da empresa, sem investimentos, é constante e igual a 20000 unidades ao mês, isto é, p( )0 20000= , considerando os investi- mentos dados em milhares de reais e a produtividade em unidades. • Ocorre um aumento de 100% na produtividade quando comparamos a ausência de investimentos com um investimento de 50 mil reais ao mês, ou seja, a produtividade com um investimento de 50 mil reais consiste no dobro da produtividade sem investimentos, o que podemos representar por p( )50 40000= . Da primeira condição obtemos: 20000 0 0= = =⋅p Ce Ck( ) , isto é, C = 20000 , o que implica p i eki( )= 20000 . E da segunda condição segue que: 40000 50 20000 250 50= = ⇔ =⋅p e ek k( ) ⇔ = = ln ln2 5050e kk ⇔ ≈ 0 693 50, k ⇔ ≈ 0 0139, k Logo, a função que caracteriza a relação entre produtividade e investi- mentos pode ser dada por p : + → com p i e i( ) ,= 20000 0 0139 . Na Figura 1.17 podemos observar o comportamento gráfico da função produtividade, considerando o domínio e a lei de formação característicos. 39 Figura 1.17 | Representação gráfica para a função produtividade 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 20 40 100 120 140 160 18060 80 200 p i Fonte: elaborada pela autora. Note que a imagem da função produtividade é tal que Im( ) ,p = +∞[ )20000 . Assim, se definirmos p com p : ,+ → +∞[ )20000 teremos a função produtividade bijetiva, visto que é simultaneamente injetiva e sobrejetiva, considerando as propriedades da função exponencial. Nesse sentido, podemos identificar sua inversa, a qual relaciona os investimentos em função da produtividade, cuja lei de formação pode ser identificada da seguinte forma: p e p ei i= ⇔ =20000 20000 0 0139 0 0139, , ln ⇔ = = p e ii 20000 0 01390 0139ln( ) ,, ln⇔ = 1 0 0139 20000, p i ln⇔ ⋅ =71 942 20000 , p i Assim, a lei de formação da função inversa pode ser escrita como i p p( ) ,= ⋅ 71 942 20000 ln . Para que a função logarítmica possa seravaliada 40 devemos ter p 20000 0> , isto é, p>0 . Mas, o investimento não pode ser negativo, ou seja, i p p( ) , ln≥ ⇔ ⋅ ≥0 71 942 20000 0 ⇔ ≥ln p 20000 0 ⇔ ≥ p 20000 1 ⇔ ≥p 20000 Sendo assim, encontramos o domínio da função investimento, que coincide com a imagem da função produtividade, e temos i : ,20000 +∞[ )→ + com i p p( ) ,= ⋅ 71 942 20000 ln . Por fim, é necessário avaliar o investimento necessário para que a produ- tividade atinja 100 mil unidades produzidas. Para isso, podemos empregar qualquer uma das duas funções, por serem uma inversa da outra. Empregando a função investimento, para p=100000 unidades temos: i( ) , ,100000 71 942 100000 20000 71 942 5 115= ⋅ = ⋅ ( )≈ln ln ,,786 Desse modo, o investimento para que a produtividade seja de 100 mil unidades deve ser ao menos de 115,786 mil reais. Para finalizar o atendimento ao empresário, elabore um relatório, contem- plando as principais informações coletadas durante esses estudos e as conclu- sões que podem ser obtidas diante do contexto em estudo. Avançando na prática Aplicações da composição de funções para determinar a receita de uma indústria O gerente comercial de uma indústria está fazendo um levantamento a respeito das informações relativas a gastos, receitas e lucros obtidos com produção e venda de alimentos correspondentes a um dos setores recém-im- plantados na indústria. Você foi contratado para auxiliar a equipe de finanças 41 a identificar modelos matemáticos a partir das informações coletadas pelo gerente e pelos demais funcionários da equipe. Dessas informações, é possível inferir que a produtividade (p) do setor é dada em função da disponibilidade de matéria-prima (d) de acordo com a função p d e d( )= 3 5 . Além disso, a receita obtida (r) é descrita a partir da produtividade de acordo com a função r p p( )= −20 12502 . Com base nessas informações, qual é o modelo que descreve a receita obtida pelo setor em questão em função da disponibilidade de matéria-prima? Resolução da situação-problema Para a identificação do modelo solicitado pelo gerente comercial da indústria é necessário aplicar o conceito de composição de funções, devido às informações previamente conhecidas. Nesse caso, como temos as funções p d e d( )= 3 5 e r p p( )= −20 12502 . Para expressar a receita em função da disponibilidade de matéria-prima, faz-se necessário identificar a lei de formação da função r r d= ( ) . Note que a função receita é descrita através da produtividade que, por sua vez, é obtida em relação à disponibilidade de matéria-prima. Essa relação caracteriza a função composta, a qual pode ser denotada por r d r p d( ) ( )=( ) . Desse modo, para identificar a lei de formação da função composta, podemos empregar o seguinte procedimento: r d r p d r p d p d( ) ( ) ( ) ( )=( ) = ( )= ( ) − 20 12502 = ( ) −20 3 12505 2e d = ⋅ ⋅( ) −20 9 12505 2e d = −180 125010e d isto é, r d e d( )= −180 125010 , que corresponde a uma função do tipo exponen- cial e que representa a receita obtida pelo setor da indústria, calculada a partir da disponibilidade de matéria-prima. Faça valer a pena 1. As funções exponenciais e do tipo exponenciais podem ser empregadas, dentre outras situações, para avaliar situações que envolvem crescimentos e decrescimentos, como é o caso, por exemplo, do crescimento do número de indivíduos em uma colônia de bactérias. 42 Nesse sentido, suponha que uma cultura de bactérias apresente, no instante inicial, exatamente 1000 indivíduos. Além disso, sabe-se que o número de indivíduos nessa cultura duplica a cada 30 minutos. Com base nesse contexto, pode-se afirmar que o número de bactérias nessa cultura após um período de 80 minutos, contado a partir do instante inicial, será de, aproximadamente: a. 2000 indivíduos. b. 2514 indivíduos. c. 2828 indivíduos. d. 6320 indivíduos. e. 16000 indivíduos. 2. O conhecimento das propriedades dos logaritmos é uma das condições essenciais para o estudo das características das funções logarítmicas, devido ao fato da definição dessas funções tomar por base todos os conceitos que envolvem os logaritmos. Diante desse tema, julgue as afirmativas a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Considerando a função logarítmica de base decimal f x x( ) log( )= , se f x K( )= então temos que x deve ser sempre positivo, enquanto K pode ser qualquer número real – positivo, negativo ou nulo. ( ) A função logarítmica natural, cuja lei de formação é da forma g x x( ) ln( )= e assumindo como base o número de Euler, pode ser avaliada para qualquer número real x. ( ) Pela definição da função logarítmica como h x xb( ) log ( )= , com b>0 e b¹1 , é possível afirmar que h( )1 0= para qualquer valor real assumido por b, desde que atenda às condições especificadas. ( ) Tomando as funções logarítmicas de base decimal e natural, dadas respectivamente por f x x( ) log( )= e g x x( ) ln( )= , é possível afirmar que f x g x( ) ( )> para todo número real x tal que x>1 . Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a. V – V – F – F. b. V – F – V – F. c. V – F – F – V. d. F – F – V – V. 43 e. F – V – V – F. 3. Analise a figura a seguir, a qual ilustra o gráfico de uma função f: Figura | Gráfico da função f y x -2 4 Fonte: elaborada pela autora. A partir da representação gráfica anterior, podemos obter algumas informações a respeito do comportamento da função ao longo do seu domínio, principalmente em relação à injetividade, sobrejetividade e existência de inversa. Nesse sentido, analise as asserções apresentadas a seguir e a relação proposta entre elas: I. A função f em questão não admite inversa se considerarmos o seu domínio descrito pelo conjunto D x x= ∈ − ≤ ≤{ } 2 4 . PORQUE II. A função f é injetiva se considerarmos f definida sobre todo o conjunto de números reais. Com base nas asserções apresentadas, assinale a alternativa correta: a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justifi- cativa correta da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, uma proposição falsa. 44 d. A asserção II é uma proposição verdadeira e a I, uma proposição falsa. e. As asserções I e II são proposições falsas. 45 Seção 3 Funções trigonométricas Diálogo aberto Ao nosso redor existem diversos fenômenos que podem ser caracterizados como periódicos, dentre os quais podemos destacar o dia, por exemplo, cuja passagem pode ser avaliada em função das variações do tempo e da movimentação do Sol, dentre outros fatores. O fenômeno das marés, estudado em regiões litorâ- neas, também pode ser destacado como periódico, visto que é possível identificar um padrão de variação entre marés altas seguidas de marés baixas e assim sucessi- vamente, de acordo com a região em estudo. Assim, é de suma importância dispor de conceitos matemáticos que permitam o estudo desses tipos de fenômenos, sendo as funções trigonométricas um dos principais conceitos empregados nesses casos. Diante desse contexto, suponha que um instituto de meteorologia contatou o escritório no qual você atua e solicitou um auxílio para o estudo de um problema envolvendo variações de temperatura em determinada região do país, sendo você o responsável por esse atendimento. Uma equipe de funcionários do instituto realizou coletas de dados na região de interesse durante um mês, no verão, observando que um determinado padrão poderia ser identificado em relação às temperaturas, as quais foram regis- tradas diariamente e em horários fixados. Após essa coleta, foram determinadas as temperaturas médias mensais observadas em cada horário fixado do dia, conformea coleta, sendo esses dados apresentados na Tabela 1.2. Tabela 1.2 | Dados que relacionam as temperaturas em horários fixados Horário Temperatura 00:00 27 °C 03:00 27,5 °C 06:00 31 °C 09:00 35 °C 12:00 38 °C 15:00 37,5 °C 18:00 34 °C 21:00 30,5 °C Fonte: elaborada pela autora. 46 O instituto solicitou a você a construção de um modelo que aproxime o conjunto de dados em questão e que permita identificar estimativas para as temperaturas médias atingidas durante outros instantes de tempo em um dia. Após um estudo realizado em equipe, foi possível identificar que a função que modela esse fenômeno tem como lei de formação T h a b ch d( ) cos( )= + + , em que h representa o horário correspondente, medido em horas, e T descreve a temperatura média, em graus Celsius. Com base nesses dados, qual o modelo que descreve o conjunto de dados presente na Tabela 1.2? Como você resolveria esse desafio? Quais são os conhecimentos necessá- rios para solucionar esse problema? Prossiga em seus estudos e identifique os conceitos que podem contribuir com a resolução do desafio proposto! Não pode faltar No estudo do conceito de função, outra categoria que podemos destacar, além das polinomiais, exponenciais e logarítmicas, é a das funções trigo- nométricas, as quais podem ser empregadas na descrição de determinados fenômenos que apresentam periodicidade, ou seja, que têm certo comporta- mento que se repete em intervalos. Porém, para que possamos compreender o perfil dessas funções e como se dá a modelagem de fenômenos, iniciemos retomando as medidas de arco e as características do ciclo trigonométrico. Medidas de arco e radianos Para estudar as medidas de arco precisamos relacionar circun- ferências a medidas lineares e angulares. Nesse sentido, vamos consi- derar inicialmente uma circunferência de raio r e centro O, a partir da qual é construído o arco AB cujo ângulo central é a , conforme a Figura 1.18. Figura 1.18 | Arco AB associado ao ângulo central a Fonte: elaborada pela autora. 47 Podemos realizar os estudos da medida do arco considerando as unidades radianos e graus, no entanto, tomaremos as medidas em radianos para, posteriormente, associarmos ao estudo das funções trigonométricas, o qual é desenvolvido essencialmente a partir dessa unidade de medida. Atenção Podemos relacionar as duas unidades de medidas de ângulos entre si por meio da seguinte equivalência: um ângulo de medida p radianos corresponde a um ângulo de medida 180°. Sabemos que para uma circunferência de raio r, seu comprimento é dado por 2pr , o que equivale ao ângulo central de 2p radianos. Porém, se o ângulo central de um arco tem medida a radianos, então o comprimento do arco AB correspondente será dado por ar , obtido a partir de uma relação de proporcionalidade entre as expressões e medidas conhecidas. Exemplificando Seja um arco AB construído a partir de uma circunferência de raio r = 2 cm referente a um ângulo central de 45° . Esse ângulo corresponde a p 4 radianos, então o comprimento do arco AB será de p p4 2 2( )⋅ = cm . A partir das medidas de arcos, circunferências e ângulos, vamos estudar o comportamento das funções trigonométricas e suas relações com as razões trigonométricas e o ciclo trigonométrico. Funções trigonométricas e o ciclo trigonométrico As funções trigonométricas são estudadas com base nas razões trigono- métricas que podem ser definidas a partir de um triângulo retângulo, em associação com o estudo realizado no ciclo trigonométrico. Nesse contexto, a partir de um triângulo retângulo ABC e um ângulo interno agudo q especi- ficado, conforme Figura 1.19, podemos destacar as seguintes razões trigonométricas: sen AB AC q( )= ; cos q( )= BC AC ; tg sen AB BC q q q ( )= ( ) ( ) = cos . 48 Figura 1.19 | Triângulo retângulo ABC Fonte: elaborada pela autora. Para estudar os valores assumidos por seno, cosseno e tangente de diferentes ângulos, podemos utilizar o ciclo trigonométrico, conhecido também por circunferência trigonométrica. Esse ciclo é construído, no plano cartesiano, a partir de uma circunferência centrada na origem O( , )0 0 e de raio com medida igual a uma unidade, conforme a Figura 1.20. Com isso, temos a divisão do ciclo trigonométrico em quadrantes da seguinte forma: o 1º quadrante contempla os ângulos variando de 0 a p 2 radianos, no 2º quadrante temos a variação de p 2 a p radianos, no 3º quadrante de p a 3 2 p radianos, e no 4º quadrante de 3 2 p a 2p radianos, como ilustrado na Figura 1.20(b). Figura 1.20 | Ciclo trigonométrico Fonte: elaborada pela autora. 49 Percorremos o ciclo no sentido anti-horário, partindo do eixo x, mais especificamente do ponto de coordenadas A 1 0,( ) , de acordo com a Figura 1.20(a), por meio da construção de arcos centrados na origem. Para um arco AOB , como o exemplo ilustrado na Figura 1.20(a), o valor do seno do ângulo central associado é dado pela distância entre o centro O da circunferência e a projeção do ponto B sobre o eixo y (vertical), enquanto o cosseno é dado pela distância entre O e a projeção do ponto B sobre o eixo x (horizontal), isto é, os valores de seno são avaliados sobre o eixo y e os de cosseno sobre o eixo x, de modo que em ambos os casos os valores variam de -1 a 1, limitados pela circunferência cujo raio tem medida uma unidade. A tangente é avaliada em uma reta tangente à circunferência, que contém o ponto A 1 0,( ) e é perpendi- cular ao eixo x. Assim, para o ângulo destacado na Figura 1.20(a), a tangente consiste na distância do ponto A até o ponto de interseção entre a reta tangente e a reta que contém os pontos O e B. No estudo do ciclo trigonométrico, podemos destacar alguns ângulos, chamados ângulos notáveis: p 6 , p 4 e p 3 radianos, além de 0 e p 2 radianos. Podemos ainda identificar os simétricos a eles em relação aos eixos x e y, conforme ângulos destacados na Figura 1.20(b), o que permite comparar os valores de seno, cosseno e tangente dos simétricos por meio da identificação dos sinais associados a cada quadrante. Com base nas razões apresentadas e na estrutura do ciclo trigonométrico, podemos construir as funções seno, cosseno e tangente, cujos detalhes serão apresentados no que segue. Função seno A função seno consiste em uma função f : ® cuja lei de formação é f x sen x( ) ( )= , a qual na literatura de origem inglesa pode assumir a forma f x sin x( ) ( )= . O domínio dessa função é descrito por e, nesse conjunto, se associamos os elementos x Î a ângulos, então devemos adotar a medida em radianos, para os quais avaliaremos o valor do seno correspondente. Atenção Para estudar as funções trigonométricas com o auxílio de calculadoras científicas é necessário realizar as medições dos ângulos (elementos do domínio) em radianos, ou seja, a calculadora deve ser programada para realizar os cálculos em radianos em vez da medida em graus. 50 Na Figura 1.21 temos a ilustração do gráfico da função f x sen x( ) ( )= . Observe que o conjunto imagem dessa função é descrito pelo intervalo −[ ]1 1, , visto que os valores de seno de um ângulo variam de -1 a 1, conforme pode ser observado no ciclo trigonométrico. Além disso, se compararmos o gráfico ao ciclo, teremos que no gráfico são apresentadas as correspondências entre os infinitos ângulos e os valores de senos associados, inclusive dos ângulos que estão em outras voltas do ciclo além da primeira, tanto no sentido anti-horário quanto no horário. Figura 1.21 | Gráfico da função f x sen x( ) ( )= Fonte: elaborada pela autora. Note que, a cada intervalo de comprimento 2p , o gráfico repete um mesmo tipo de comportamento. Isso significa que a função seno é periódica e tem seu período p= 2p . Assimile De modo geral, uma função f é periódica quando podemos identificar um valor pÎ para o qual f x f x p( ) ( )= + para todo x pertencente ao domínio de f. O menor valor positivo de p para o qual a relação apresentada é verificada
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