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Alegaçoes Finais por Memoriais Escritos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE ...
(10 linhas)
GISELE, já qualificada nos autos do processo crime nº..., que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS ESCRITOS
com fulcro no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
	Segundo os fatos, a acusada, no dia 01/04/2009, na época com 19 anos, supostamente, teria acertado um chute nas costas da vítima, após confundi-la com uma terceira pessoa. Em decorrência do chute, a vítima, então gravida, teria caído de joelhos no chão e sofrido escoriações leves. A vítima convencida pela terceira, no dia 18/10/2009, fora a delegacia e, notificara o fato. Em razão disso, o órgão Ministério Público denunciou a acusada pela prática do crime de lesões corporais de natureza leve, previsto no art. 129, caput, do Código Penal. 
 Na fase de inquérito, não fora realizado exame de corpo de delito, para comprovação da materialidade, em razão do lapso temporal decorrido entre a data dos fatos e a do comparecimento a unidade policial.
 Recebida a denúncia, e apresentada, dentro do prazo legal, resposta à acusação, fora designada e realizada audiência de instrução e julgamento. Contudo, fora ouvida a terceira pessoa que orientara a vítima, sendo a única testemunha alencada, tendo esta afirmado em depoimento que era desafeta da denunciada, sendo que não vira a vítima ser agredida e nem vira os ferimentos, alegando apenas que se deparara em momento posterior com a vítima chorando em razão do ocorrido. 
II – DO DIREITO
1) Preliminares
Inicialmente, o crime de lesões corporais de natureza leve descrito pelo art. 129 do Código Penal, deve ser representado pela vítima conforme prevê o art. 88 da Lei 9099/95 (JEC), no prazo decadencial de seis meses segundo o art. 38 do Código de Processo Penal, a contar da data dos fatos. Deste modo, observa-se que na presente demanda ocorrera a decadência do direito de representação, vez que, os fatos ocorreram em 01/04/2009 e a representação apenas fora feita em 18/10/2009.
Todavia, cabe ressaltar a nulidade do processo pela inobservância do rito da Lei 9.099/95, anulando-se o recebimento da denúncia, com a consequente prescrição da pretensão punitiva. Na forma do art. 109, inciso V, do Código Penal, sendo a pena máxima igual ou superior a 01 (um) ano e não excedendo 02 (dois) anos, o prazo prescricional será de 04 (quatro) anos. Ocorre que, a denunciada, na data dos fatos era menor de 21 (vinte e um) anos, sendo assim, o prazo prescricional há de ser contado pela metade, ou seja, 02 (quatro) anos, como impõe o art. 115 do Código Penal. Porquanto, com a anulação do recebimento da denúncia, este marco interruptivo desaparece e, assim, configura-se a prescrição da pretensão punitiva.
2) Mérito
Quanto a materialidade do delito, no crime de lesão corporal, tal como exige o art. 158, do Código de Processo Penal, é indispensável o exame de corpo de delito, seja direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado, vez que como percebesse não fora realizado o exame pericial direto e nem a perícia indireta pôde ser feita, pois a única testemunha não vira, nem os fatos e nem mesmo os ferimentos.
Segundo os fatos alegados, não incidem quaisquer das circunstâncias agravantes aventadas pelo Ministério Público. Entretanto, levando em conta que a denunciada agiu em hipótese de erro sobre a pessoa nos termos do art. 20, § 3º, do Código Penal, onde devem ser consideradas apenas as características da vítima pretendida e não da vítima real que encontrara-se grávida. Além disso, não incidira a agravante da reincidência, pois a aceitação da proposta de suspensão condicional do processo não acarreta condenação e muito menos reincidência, vez que a acusada ainda é ré primária.
3) Subsidiarias
Caso Vossa Excelência não venha a entender pela absolvição da acusada, requer-se a fixação da pena-base no mínimo legal, sendo certo que, não há incidência da circunstância agravante, quanto ao delito ser cometido contra mulher grávida e, nem tampouco encontra-se presente a incidência da agravante da reincidência; 
Em caso de condenação, cabe ser reconhecida a atenuante da menoridade relativa, com fulcro no art. 65, inciso I, do Código Penal, visto que, a acusada era menor de 21 (vinte e um) anos na data dos fatos.
Quanto ao cumprimento da pena, o regime adequado é o aberto, na forma do art. 33, §2º, alínea c, do Código Penal, pois a pena máxima estipulada não ultrapassara 04 (quatro) anos, e sendo a acusada ré primária, não existem circunstâncias prejudiciais para a conversão da pena privativa de liberdade em multa, ou em restritiva de direitos, pois encontram-se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Preliminarmente:
1) o reconhecimento da extinção de punibilidade pela decadência do direito de representação de acordo com o art. 38, do Código de Processo Penal;
2) declaração da nulidade do processo com a consequente extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva de acordo com o art. 107, inciso IV do Código Penal;
b) no mérito: absolvição por falta de provas para a condenação ou por não haver prova da existência do fato, nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal;
c) Subsidiariamente, em caso de condenação: que seja então aplicada a pena mínima de três meses, requerendo de imediato a aplicação da 1ª parte do §2º do art. 44 do Código Penal, substituindo a pena privativa por multa ou, por pena restritiva de direitos.
d) não incidência da agravante de crime cometido contra mulher grávida, em razão de erro na execução sobre pessoa, nos termos do art. 73 do Código Penal;
e) não incidência da agravante da reincidência;
f) reconhecimento da atenuante da menoridade relativa.
Termos em que,
pede deferimento.
Local... , data... 
Advogado...
OAB/UF nº ...