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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Etiologia das leucemias A etiologia da maior parte dos casos de leucemia não está bem estabelecida, e os fatores de risco conhecidos explicam apenas uma pequena fração da incidência. • Radiação ionizante • Cromossomopatias • Agentes infecciosos: vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV-1), vírus epstein-Barr (EBV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV) Classificação das leucemias Agudas (blastos): Caracterizam-se principalmente pela presença de células muito imaturas (blastos) • Leucemia Mieloide Aguda (LMA) • Leucemia Linfoide Aguda (LLA) Crônica (células maduras): • Leucemia Mieloide Crônica (LMC) • Leucemia Linfoide Crônica (LLC) LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Definição e epidemiologia Grupo de doenças clonais caracterizadas pela proliferação anormal de progenitores hematopoéticos (linhagem mielóide → mieloblastos), os quais são incapazes de amadurecer e de responder aos reguladores naturais de proliferação e morte celular. Essas células malignas então se acumulam na medula óssea e prejudicam a produção das células sanguíneas • Podem acumular em outros órgãos e tecidos • LMA é o tipo mais comum de leucemia aguda no adulto (80%), mas raro > 80 anos • Menos de 15% das leucemias em crianças <10 anos • Incidência aumenta com a idade • 60% são do sexo masculino • Predomínio da raça branca Fatores de risco: • Fatores ambientais (benzeno, pesticidas, etc) • Fármacos (cloranfenicol, cloroquina) • Infecções Indivíduos com Síndrome de Down e Síndrome de Klinefelter têm predisposição a desenvolver LMA e secundariamente LLA Os genes (proto-oncogenes) associados à síntese de fatores de crescimento e/ou diferenciação celular ou aos receptores desses podem sofrer mutações, convertendo-se em oncogenes por falhas nos sinais de transdução a partir do DNA. 1. Clone leucêmico da LMA pode parar em diferentes etapas do desenvolvimento celular 2. Incapacidade de atingir diferenciação completa Evolução rapidamente fatal em pacientes não- tratados. LMA – Classificação FAB • FAB (Franco-Americano-Britânico) Baseia-se no aspecto morfológico das células que predominam nos esfregaços (células predominantes) no sangue Na medula óssea: a biópsia está sempre indicada quando a punção revelar hipoplasia FAB - M0 Blastos muito indiferenciados, citologia e imunocitoquímica não definem dados específicos. FAB - M1 Blastos indiferenciados em alta % (>30%). Pouca maturação para mieloblasto. Bastonetes de Auer às vezes. FAB – M2 Blastos indiferenciados (>30%) e diferenciação até promielócito (<20%). Bastonetes de Auer frequentes. FAB – M3 Grande porcentagem de promielócitos hipergranulares. Bastonetes de Auer comuns. FAB – M4 >de 20% de células monocíticas e >20% de promielócitos e mieloblastos na medula óssea e/ou sangue. Diferenciar de M2 e M5. FAB – M5a Morfologia monoblástica (> 80%), porém com diferenciação até monocítica. FAB – M5b Morfologia promonocítica (> 80% são promonócitos ou monócitos no sangue; mais indiferenciado na medula). FAB – M6 > 50% são eritroblastos e > 30% são mieloblastos ou promonócitos (associação com blastos M1, M2 ou M4). FAB – M7 Pequenas células indiferenciadas (>30%) "tipo linfoblastos" no sangue. Polimorfismo. Necessita biópsia medular Diagnóstico laboratorial Sangue periférico: anemia normocrômica/cítica, blastemia, oligocitemia, granulocitopenia, plaquetopenia (a maioria abaixo de 100.000 plaq/mm3 ), leucocitose. o Detecta-se mieloblastos (critério diagnóstico de LMA pela OMS: > 20% ou mais mieloblastos entre os leucócitos do sangue). Aspirado de medula óssea deve ser sempre obtido (mesmo critério do sangue periférico) o Infiltração por mieloblastos + hipofuncionalidade • Colorações Citoquímicas • Citogénetica • Análise de Genética Molecular • Imunofenotipagem Outros exames: • Dosagem sérica de ácido úrico elevada (risco de nefropatia e de gota) • LDH elevado • Fibrinogênio diminuído • TAP prolongado • Presença de d-dímero se houver Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). Manifestações clínicas Decorrem da falência da hematopoese e/ou da infiltração de tecidos por células leucêmicas • Fadiga, palidez e fraqueza → anemia • Infecções (diminuição do nº de leucócitos) • Febre (infecção e/ou leucemia) • Manifetações hemorrágicas (hemorragias, petéquias e epistaxe) → 50% dos casos // correalação com a trombocitopenia • Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) → diátese hemorrágica → comum na leucemia promielocítica aguda • Infitração em órgãos e tecidos: hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia, hipertrofia de gengivas e dor óssea; cefaleia, convulsões ou alterações visuais. • Sarcomas granulocíticos (tumores extramedulares) Tratamento Antes de iniciar o tratamento com quimioterapia (QT) muitos exames devem ser realizados por motivos de determinação do tipo e grau de agressividade do tratamento a ser instaurado e prever o prognóstico. • Hemograma, mielograma e biópsia medular periodicamente antes e depois da remissão completa, sendo a frequência de realização destes variável, dependendo da etapa do tratamento. Transplante de medula óssea: • Leva a remissão completa em 30- 50% dos casos quando há doador compatível. • Indicado em crianças e jovens com alto risco de recidiva, que normalmente suportam a mielossupressão violenta com QT (ciclofosfamida) e irradição corpórea total necessária para a preparação do transplante. Pacientes jovens (18 a 60 anos) são tratados de forma diferente dos idosos (≥ 60 anos). No adulto jovem: • 1º fase (indução de remissão): objetivo é promover a remissão hematológica completa → 3+7 o 2 ciclos de um ag antracíclico (Daunorrubicina 60 ou 90 mg/m²/dia, por três dias, ou Idarrubicina 12 mg/m²/dia, também por três dias) o Associado a Citarabina 100 ou 200 mg/m²/dia em infusão contínua por sete dias • 2º fase (consolidação da remissão) o 2 a 4 ciclos de Citarabina em altas doses (superiores a 1g/m²/d, em ciclos que duram entre três e sete dias) ou com o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas No paciente idoso: Associado a maior frequência de complicações e piores resultados → apresentam menor tolerância ao tratamento quimioterápico, maior número de comorbidades, alterações citogenéticas associadas a pior prognóstico e em geral são portadore de LMA secundária à síndrome mielodisplásica. No geral, as fases do tratamento são as mesmas.
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