Buscar

Nutrição animal básica - NUNES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

11 l t 1 1 - · ; 
' 1 
i· ... r 
Nunes, Nutrição Anlrnal Bfislca 
DJSPONll31LIDADE DOS CARBOIDRATOS ................................................................. 61 
AÇÚCARES ............................................... � ...................................................... 62
POl/SSA.CARÍDEOS DE RESERVA OU DE ARMAZENAMENTO ............... 62 
POl/SSACARfDEOS DA PAREDE CELULAR ................................................ 62 
Papel da lig11i11a na digestão da fibra .. : ........................................................... 63 
ABSORÇÃO DOS CARlJOIDRA TOS NO INTESTINO DELGADO ................ 65 
· PRODUTOS FINAIS DA DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS NO RÚMEN .. 65
Co111rib11içcio cios AGV para os rumi11a11res ..................................................... 66 
Co,11rib11içiio dos AGV para os não nt111ina11res .......................... ···········:·····•.·· 67 
PARTICU/.ARIDADES METABÓLICO•NUTRICIONAIS ............................... 67
RETJRANDO ENERGJA DOS AUMENTOS ................................................... 68 
OATP ................................................................................. : ............................. 69 
Glicólise ........................................................................... : ............................... 70 
Ciclo do Ácido Tricarboxílico .......................................................................... 72 
S. LÍPIDES ......................... u ........................ : ................. : ........................................ 75. 
PUNÇÕES .................. : ........................................................................................ 75 
ÁCIDO GRAXO ........................................... : .......... , ........................................... 76 
CLASSIFICAÇÃO DOS LÍPIDES ............................ : .............. , .......................... 78 
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCJAIS (AGE) ................... : .................... , ...... : .......... 80 
DIGESTÃO DOS LÍPJDES ............. : ................................................................... 84 
ALlMENT AÇÃO E GORDURA ....................... : ................................................ 88 
RANÇO ................................................................................ : ........ : .......... : ........... 94 
METABOLISMO BASAL E PESO METABÓLICO .................. : ....................... 95
USO DA ENERGIA PELO ANIMAL - PRIORIDADES ................................... 96 
APLICAÇ/\0 DE GORDURAS NOS MISTURADORES ...... :····· ..................... 97. 
6. PROTEÍNAS .................. ; ................................................... : ........... : ................ : .. 99 
FUNÇÕES ............ :., ..... ·-·············· .. ··········•······,····;· .. : ......... : .... ,, ...................... 99 
DEFINIÇ,\O E ESTRUTURÁ ......................... , .............................................. 100 
AMINOÁCIDOS ......................... , ............. , .......... : ............ : ................. ;: ... : .......... 101 
Ami11uácidos não protéicos ................ "·• ......................................................... /OI 
. �;�;;;��
ª
t::..:�'.'.:'.'.'.'.��::::�::::::::::::::::::;:;�::::�:'.::::·:i::::::::·:::::::::::::::::::::�:;�::::·::·: ·�z; .. ·. 
Aminoácidos es.u11ciais ..................................................... : ... :, ....................... /03
Aminoácido limita11tc ........ : ...................................................................... : ..... /05
·. A11lago11i.r1110 nu competição eratre aminoácidos ............................................ /05
.. Deseq11ilfbrio 011 desbala11éea111emo de ami11oácidos ....... , ..... : .. ; ................... I 06 
Disponibilidade dos e1mi11oácidos ................................ : ..... : ...... : ....... , ............ 106 
Siniomas de dcjiciêÍlcia de ami11oácíclos específicos ... :.;.'.:: .. : .. :.: ......... , ... , ..... 107 
·�
o_
X(ctdad� -� ... h ... � • • : .• ,a. t4 '...� ••'••�••.4• .1·�.�-t�••· .. :,, ... ;,. .,u, •• i,, ··.�"�-�
-.;�:.i!� .. _;. �- -�t.-�i·.: .. '.H •• : ..... :. •• �·,os:,
6 
. t'. 
\' 
(' . 
1 
,·r 
,, 
,/ 
Nunes, Nutrição Animal Básica 
Sintomas da deficiência protéica ............................................................. , ..... 109
Prole(na v1:getal X protdna animal ............................................................... JQ9 
Protefna verdadeira e NNP ............................................................................ I /O 
DIGESTÃO PROTÉICA GASTRODUODEN/\L ............................................ 111 
Transporte de aminoácidos d� lu11;e ·a mucosa it11esli11al .............................. J 12 
Excreção do 11itrogê11io e reabsorção renal de ami11oácido.s ......................... 113
DIGESTÃO PROTÉICA NO RÚMEN ........ .' ............................................................. : •. 113 
Manipulação da digestão protéica 110.riforen ................................................. 114
NITROG�NIO NÃO PROTÉICO (NNP) NO RÚMEN .................................................. 115 
NNP das silage11s ......................... ···:··········:::·.· .. ·············· .. •···· ......................... 119
7. DIGESTÃO COI\1PARADA ........................................................................... 121 
SISTEMAS DIGESTIVOS ................................................................................ 121 
A. GERAL ........................................................................... ............................ 12 J 
B. SISTEMA DIGESTIVO DOS MONOGÁSTRICOS .................................... 122 
,, 1. Su(nos ............................................. : .......... ;: ............................................... 122 
2. Aves (Gali11lia) .......................................... : •.... : .......................................... 125 
C. SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES ...... : .................................. /26 
DIGESTÃO NOS MONOGÁSTRICOS ........ � ....... ." ........................................... 130
A. Digestão nos su(11os ..... : ........................................ :: .................... :.; ............ 131 
B. Digesião no leilão 11ovo ............................................................................. 140 
C. ·Digestão 11as aves ................................................................ , ....... : ............. /4/ 
FISIOLOGIA DA DIGESTÃO NOS RUMINANTES ...... : ............................... 142 
DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ·ESTÔMAGOS ................... : .......... : .......... 142 
MICROB!OTA RUM/NAL. ............ ................................................... : ............. 143 
TAMPONAMENTO DO RÚMEN .. .......................... , ..................................... 147
MOVIMENTAÇÃO DO RETÍCULO·RÚMEN E RUMINAÇÃO., ......... : ........ 148 
DIGESTÃO NO RÚMEN ................................................................................ 149 
Upidcs: ................................. :.' ....... : .... : ................... ; .......... : ............................. ·149
Carboidratos .................... : .............. : ... , ............. : .... : ....... , ............................... 150 
Proleí11.a.s .................... , .......... ,: .................... , ............................. _. ................ : ... 151 
8. MINERAIS ......... : .......... : ............................... :.'. ................................................ 153 
• • ♦ f . t -
ELEMENTOS OU MINERAIS ESSENciAIS ...... .' ........ , .................. , ...... : ........ 155
Etein�,;tos miraerais possivelme,ite essen�iais ........................ , ....................... 157 
Elemelltos minerais não esse11ciais ................................................................ 157
Eleme111os minerais potencialmente tóxicÔs;.· ........................................ '. .. : ..... 157 
FUNÇÕES GERAIS DOS MINERAIS .. : .......................................................... 158ABSORÇÃO ....................................................................................... ,.:: ... : ....... 159 
BIODISPONIBILIDADE .................................................................... : ............. 160 
MJNERfiS· x·pOJ:iliÇAS ., •.. •u\l••·, •.•• : ;.;:.:: ..... i., ·:· .... ,, .•. .-� ..... ,. ; .. ,.: .. ,.. '. •. , .... 1 .. :· .... ,: ... ,.... 163 
7' 
o;. 
Nunes, Nutrlçilo Anlmnl Básica 
ELElvfENTOS QUÍMICOS ............................................................................... 167 
ALU!YtlN/O ..................................................................................................... 167 
ANTINfÔN/O .................................................................................................. 167 
ARSÊNIO ....................................................................................................... 168 
BÁRIO ............................................................................................................ 168 
BISMUTO ......................................................................... , ............................. 168 
BORO ............................................................................................................. 169 
BROMO: ................ : ............... :: ......... · .............................................................. 169 
CÁDMIO.:'.::.:=::-.... : ......................................................................................... 170 
r CÁLCIO ......................... : ................................... · ............................................ 170 
Funções ,lo cálcio . ......................................................................................... l 74 
Cálcio e fósforo nos a/i111e11tos ....................................................................... 176 
CHUMBO .......................... : ............................................................................ 177 
• CLORETO DE SÓDIO (Sal comum) .............................................................. I 79 
Funções do Sódio . .................................................................... •·······:············· 179 
Funções do Cloro ........................................................................................... 179 
Sintomas ela clejiciência de sal ....................................................................... I 80 
Efeito do excesso de sal .................................................... : ............................. 181 
COBALTO ............................................ ;·.:.::: ................................................... 181 
Análogos da B12 ............................................................................................ /83 
Confinamento e Antibióticos lonofóriws ....................................................... 183 
S11pleme11tação ............................................................................................... 183 
Diagnóstico da deficiência de cobalto ........................................................... 184 
Intoxicação .......................................................... : .......................................... 185 
·, COBRE ........................ : .................................................................................. 185 
F1111çlJes merabó/icas do cobre ....................................................................... 186 
Metabolismo do cobre .................................................................................... 186 
Sintoi11as de deficiência de cobre . .................................................................. l 87 
Inter-relação cobre-ferro ............................................................................... 187 
/11ter-relaçdo cobre-mo/ibdê11io-.rnlfato . ........................................................ 188 
Toxidez do cobre ............................................................... : ..... ' ....................... 188 
Cobre como estimulante do cre.rcimento .................................... '. ................... 189 
-CROMO ......................................................................................................... /89 
,ENXOFRE ...................................................................................................... 190 
lmportdncia cio e1l'<ofre .................................................................................. 191 
Reqrtisitos nutricionais ,le enxofre ................................................................. 191 
Sintomas de deficiência de enxofre ................................................................ 191 
ESTANHO .................................................................... .' ................................. 191 
ESTRÔNCIO .................................................................................................. 192 
t FERRO .......................................... : ................................................................ 192 
Funções metabólicas do ferro ........................................................................ /93 
8 
1 
l 
i 
-1 
l 
l 
J 
1 
.. f 
1 
r 
Nunes, Nutrição Anlmnl B�! 
� . '• 
Absorção do ferro .................... : ................. : .................................................. :: J 
Metabolismo do ferro ........... •··:·············'················ .. ····:·························: ... � .... l 
/\nemiá ferropriva dos leitões ................ : ..... : ........................................ ; ......... l
Requisitos nutricionais de ferro .. : ....... : ................................................ : ......... 1 
S11pleme11tos deferi-o .... : ... ·: ......... :····�: . .':.: ...................... _. ........ : .. : ..................... l 
� ;���ii?"a::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::�::::::::::::'.:::::::::::�:::::·::::::::::::::::::::·::: 1 
Funções do fósforo .... : .............. : ............... : ............. :; ................................ : ..... 1. 
Metabolismo do fósforo ........................ : ......................... :.: ........ · .... : ......... :.: .... 2, 
Fósforo e microrganismos mminais ....... � ............................ :: ....................... •. 2, 
GÁL/0 ........................................................... :.; ....................... , ....................... 21
r IODO ... : ... -.............................................. :: .............................................. : ........ 21 
·:�:;'J!ºd:���:�::::::::::::·:::::::::::::::::::::::::::�::::�:::::::::::::::::::::::::::::::·::::::·::::::::: ;:
Requisitos n11trii:ionais de iodo ......................... , .. � .......... : ................ : ............. 2( 
Sintomas de deficiência de iodo ........................... .' ........................ :-: ...... .'., ...... 2(
E-ccesso de iodo ..................................................... ; ........... ,� .... :: .... :; ... :: .. -:': .... :. 2l
Áreas deficientes em iodo ............... .' ............. : .................... : ...... : .. :'.': .. : ....... : ..... 2(
S11plementos de iodo .......................................................... '. ............ :.: ......... .' ... 2l
., MAGNÉSTO ..................... : ..... : .................................................. : ..................... 2l
F11nções do magnésio ........ : ...................................................... : .. : ............. :�'..:. 2l
Sintomas ,/e deficiência de magnésio .......................................... � ..... : .. L ....... 2C
R . . d ' . . • •'-' 20 eqwslfos e magnesro ................................................................... _., .. � .... ·;:···· . -
, MANGANiS ........................................ : .................................... ,.; ... � ..... -:-:-... : .... 20 
Funções metabólicas do ma11ganis ........................................... ":.� .. �.: ...... ; ..... 20
Deficiência de manganês ..................................................... : .... ,.:-:.:�::.. : ...... : .. :. 20
MERCÚRIO .............. : .............................. -................. : .... :;:�: ... �•.:.:.::°r. ... '!' ••. :.: ••• ·20. 
MOUBDtN!O ........................ : .................... : ..................... : ........................... 20: 
Funções metabólicas do molibdênío .. : ...................................... :.: .... :: ....... .":: .. 20! 
Sintomas de deficiência do molibdénio., ............... : .. � ... : ............... : ....... : ......... 20.!
Toxidez do molibdénio .... : ........................ .": ..... .' ...................... � ... : .. : .......... , .... 20! 
NÍQUEL ......................................................... : ...... :: .. :: ...... : ................ : ........... Íl( 
, POTÁSSIO ..................................................................................................... 21l 
Funções do potássio ............................................ : ......... '. .............................. ; .. 21 i 
Sintomas de deficiêncit1 de potâssio ...................... : ........................................ '211 
PRA TA .•........••...•.....•...•.•..•......•....•..........•....••...... : ......................................... 212 
• SELÊNIO ...................................................... : ......................... :· ....................... 2/2 
lllter-relação selênio-vita111int1 E ..................................................... : .... : ........ 213 
Funções jisiol6gicas do selênio .......................................................... : .... .' ...... 214 
Efeito do excesso de selênio ........ ; ....................................................... : .......... 214 
S11pleme11tação de selênio ........................ : ..................................................... 2 l 6 
.. 
9 
-·--·--·------ - -�- --- . 
t;
. 
, . 
Nunes, Nutrição Animal Básica Nunes; Nutrição Animal Básica 
• ;fo���::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::�::::::::::::: ;��
TITÂNIO ................................................... : ..................................................... 217 
TUNGSTiNIO ............................................................................................... 217 
URÂNIO ......................................................................................................... 217 
VANÁD/O ....................................................................................................... 218 
' VOLFRÂMIO ................................................................................................. 218 
� ZINCO ...................................................... : .......................................... · ........... 219 
Funções metabólicas do zinco ................ : ......................... : ............................ 219 
Sintomas de deficiência de zinco .................................................................... 220 
Ca11sas da deficié11cia de zinco ...................................................................... 221 
Intoxicação ..................................................................................................... 221 
9. VlTAMINAS ................................................ : ........... �···· .. ···"·"·''"' ................... 225
... , 
SUPLEMENTAÇÃO VJTAMÍNICA ................................................................ 234 
VITAMINA A .................................................................................................... 256 
DETACAROTENO ................ : ......................................................................... 257 
RETINOL ....................................................................................................... 259 
Homeostase da vitamina A ............................................................................. 267 
Múltiplas funções da vitamina A .................................................................... 269 
VISÃO ............................................................................................................ 272 
VITAMINA D ............................................. , ...................................................... 275 
Síntese da vitamina D3 e seus metabólitos .................................................... 277 
Co11trole da sín(ese da vitamina D3 ............................................................... 278 
Ação bio/6gica da vitamina D3 ................. ; .................................................... 280 
Absorção intestinal ao cálcio ......................................................................... 281 
Absorç0o i11testi11al do fósforo ....................................................................... 282 
Conclusõ.es ..................................................................................................... 284 
VITAMINA E .................................................................................................... 285 
Radicais livres e atividade antioxida11te ................................................ ; ....... 286 
Vitamina E e selênio ............................................................................ '. ......... 288 
Vitami11a E e dcidos grcuos insaturados ......................................... : .............. 289 
Outrasfu11ções da vitamina E .................. ,. .......................... : ............... � ......... 289 
Efeitos da Deficiência de Vitamina E ................................................. : ....... , .. 289 
Vitami11a E e estresse ..................................................................................... 290 
Requisitos e recomendações nutricionais de vitamina E ............................... 292 
VITAMINA K ..... •··:··········: ................................................................................ 293 
Funções bioqu(micas ...................... : ............................................................... 294 
Algumas observações da literatura ................................................................ 296 
Dejiciincia de vitamilla K .............................................................................. 296 
. ,:\, ... Fo11tes de vita,t1i11a K .......•. : ............ _: ........... : •. , ... �•··· ... : .. ; ... ; ............... ; ........... 297 .
� 
1 
T:r;:��i:: : ::::::: : : : ::: ::: : :: : : : :::: : : :::: :: :'.:: ::-.: :: , /:. : :: :J�: 
Polioencefalomalacia dos ruminantes e tiamina .................... : ............ : ......... 300
NIACINA ................................................................................................ ••· .: .' ... 303
Fontes ......................................................................................................... · ... 303 · 
Metabolismo ........................................................................................ :.:, ...... � 303 
CETOSE E NIACINA ............................................................................... : .... : 305 
RIBOFLA VINA ................... ········--·· .................................................................. 308
Fontes ............................................................................................................ : 308 
Metabolismo ............................................................................ : ..................... : 308
PIRJDOXlNA ... , ......................................................................... : ...................... 309 
Fontes .............................. , .............................................................................. 309 
Metabolismo .............................................. � .................................................... 309 
ÁCIDO FÓLICO (ÁCIDO PTEROILGLUTÃMICO) ...................... : ......................... 310 
Fontes .................................................................................. : ........................ :. 310 
Metabolismo ...................................................................................................310 
BIOTINA ........................................................................................................... 311 
Fontes .................................................................................. : .......................... 3/ l 
Metabolisnw ................................................................................................... 312 
COBALAMINA (VITAMINA B12) ......................................... : ........................... 312 
Fontes ................................................................................ : ........... : ... '. ............ 312 
Metabolismo ................................................................................... .-............... 313 
ÁCIDO PANTOIBNICO .................................................................................. 314 
Fontes ............................................................................................................. 315 
Metabolismo ................................................................................................... 315 
INOSITOL ......................................................................................................... 315 
Fontes ....................................................................................... :: .................... 316 
Funções .......................................................................................................... 316 
Síndrome da vaca gorda ......................................... :� .......... : .. : ....................... 317 
COLINA ............................................................................................................. 318 
Fontes ....................................... ; ..................................................................... 319 
Metabolismo.: .................. : .............................................................................. 319 
Outras funções ............ ; ........................................ ; ......................................... 319 
VITAMINA e .................................................................................................... 320 
Fo11tes ................................................................. : ........................................... 321 
Metabolismo.: ................... : ............................................................................. 321 
Suplementação ............................................................................................... 323 
Biodisponibilidade ..................................................................................... •··· 324 
VITAMINA U (ANTI-ÚLCeRA) .......................................................................... 325 
10. ADITIVOS DE ALil\1ENTOS .... _ ............... -, ................................................ 333 
•:. � : �; ' • 11
]O,.: 
.. _ 
Nunes, Nutrição Animal Básica 
CLASSIFÍCAÇÃO ············· ······································•· ..................................... 335 ADITIVOS NÃO NUTRlENTES ...................................................................... 3361. LIGANTES .................................................................................................... 3382. AGENTES QUE AFETAM O SABOR, ODOR, COR E APARÊNCIA DO ALIMENTO ....................................................................................................... 3393. ENZIMAS E PROCESSOS ENZlMÁTICOS ............................................... 3414. ANTIOXIDANTES, ESTABILIZANTES E EMULSIFJCANTES .............. 3415. ANTIFÚNGICOS E ANTIPARASITÁRIOS ................................................ 3446. CAROTENÓIDES E OUTROS PlGMENT ANTES ..................................... 345í. ANTIESTRESSANTES E TRANQÜILIZANTES ....................................... 3498. PROMOTORES DO CRESCIMENTO ......................................................... 350
8. J A11tibi6ticos, arsenicai.r, 11itrofiiranos e ergotr6picos ............................. 350 8.2 Probióticos ............................ : ................................................................. 3528.3 Sais de cobre .............................................................. : ............................ 3548.4 Ácidos orgânicos .......................................................... � ......................... 3568.5 Zeólitas .................................................................................................... 3568.6 Hormônios ............................................................................................... 3579. MANIPULAÇÃO RUMCNAL ....................................................................... 3649.1 ANTIBIÓTICOS IONOFÓRICOS ........................................................... 3649.2 JSOÁC!DOS ............................................................................................ 366 9.3 SARSAPONJNA .................... ................................................................... 367 10. REPARTIDORES DE NUTRIENTES ........................................................ 36710.J BETAGONISTAS ................................................................................... 367
11. ANEXOS·�······• ................................................................................... " ......... 371
11 .1 TOLERÂNCIA DOS ANIMAIS À TOXICIDADE DOS ELEMENTOS QUÍMICOS . ....................................................................................................... 37111.2 NOMES TÉCNICOS E COMUNS OE VITAMINAS, E SUBSTÂNCIAS RELACIONADAS ............................................................................................. 37511.3 CÓDIGO DOS ADITIVOS (ALIMENTOS HUMANOS) ................................ 390
12 
1 
l 
·1
"( 
Nunos, Nutrlçiio Anim;il Bnslca 
LISTA DE TABELAS 
Tabela J Esquema da análise pro:rimal dos alimentos, com especijicaçlío cios 
compone11tes qufmicos das frações . ......................................................................... 25 
Tabela 2 Partição da energia no organismo ...................................................... ; .... 30 
Tabela 3 Equações miliwdas para o cálculo de energia ........................................ 30 
Tabela 4 Prod11çc1o de ág,,a metabólica . ................................................................ 41 
Tabela 5 Água necessária para o consumo de 100 kcal fornecidas pelo leite ........ 42 
Tabela 6 Co11s11mo de ág11a pelo gado leiteiro nas condições do Brasil Central . .. 45 
Tabela 7 Digestibilidade dtJjibra para várias espécies animais . ........................... 64 
Tabela 8 Ácidos graxos de 12 a 24 carbonos commis em lipídeos de tilime,1tos . .... 77 
Tabela 9 Fontes industriais de ácidos graxos .......................................................... 92. 
Tabela 10 Classificaçcio 1111tricional dos aminocícidos para a gt1li11ha ................. 104 
Tabela 10 Secreções digestivas ............................................................................. 134 
Tabela I 1 Principais enzimas digestivas . ............................................................. /35 
Tabela 12 Hormfinios e peptídios similares a hormônios q11e agem no trato 
gaslrointestinal e pâncreas . ................................................................................... 136 
Tabela 13 Puo ( g) de dissacarídeos hidrolisados por q11ilograma de peso 
vivo, por liora, pelas e11?.imas intestinais de leitões .............................................. 140 
Tabela 14 Percenwgem do tecido estomacal bovino, por compartimento 
e idade pós-natal ....... ............................................................................................. 143 
Tabela 15 Exemplos de algumas espécies de bactéria., ruminais, classificadas 
de acordo com o produto final da fermentação in vitro ......................................... 145 
Tabela 16 Abundância dos elementos químicos na crosta terrestre, em peso . ..... 153 
Tabela 17 Elementos minerais essenciais à vida . ................................................. 154 
Tabela /8 Composiçãoelementar mldia da maioria do.r animais . ...................... 155 
Tabela 19 Macro e microelementos esse11ciais . .. .................................................. 156 
Tabela 20 Composição dos ossos ...... : ................................................................... 158 
Tabela 21 Absorçtio dos elementos minerais ........................................................ 160 
Tabela 22 Bíodisponibilidade relativa do fósforo de alimentos para suínos ........ 162 
Tabela 23 Exemplos de doenças e lesões típicas por deficiência 011 e:rcuso 
de minerais . ............................................................................................................ /63 
Tabela 24 Ação de minerais essenciais sobre a resposta im11nol6gica . ............... /64 
Tabela 25 Níveis ttfrico.t de alguns compostos minerais . .................................... , 164 
Tabela 26 Requisitos de cálcio (porcentagem da tlieta) . ...................................... 176 
Tabela 27 Teores de cálcio e fósforo de alguns alimentos volumosos vertles, 
na base de matlria natural . ................................................................................... 178 
Tabela 28 S11plementos de cálcio e fósforo, fórm11ft1 qrdmica e teores dos 
elementos ................................................................................................................ 178 
Tabela 29 Requisitos n11tricio11ais de cobre . .......................................................... 186 
Tabela 30 Suplementos minerais de cobre ............................................................ /89 
13 
Nunes, Nutrição Animal Básica Nunes, Nutrição Animal 8ãslca 
Tabela 3/ Recome11dações dietéticas de ferro (mglkg da dieta): ......................... 196 
Tabela 32 Suplementos minerais de ferro . ............................................................ 196 
LISTA DE FIGURAS 
Tabela 33 Classificação proposta pelo NRC para as lesões de11tárias 11a 
fluorose . ................................................................................................................. 198 
Tabela 34 Níveis dietiticos reco111e11dados de iodo .............................................. 203 
Tabela 35 S11pleme11los minerais de iodo . ........... .................................................. 205 
Tabela 36 Suplcme/llos minerais de magnbio ...................................................... 206 
Tabela 37 Requisitos nutricionais de 111nnga11Es ................................................... 207 
Tabela 38 Si11tonu,s da deficiência de manganês .................................................. 208 
Tabela .J:J Requisitos 11utn·cio11ais de potássio ...................................................... 211 
Tabela 40 Doenças e sintomas da deficiincia de selb1io ..................................... 213 
Tabela 41 Suplementos minerais de Sl!lênio .......................................................... 216 
Tabela 42 Requisitos nutricionais de zinco ........................................................... 222
Tabela 43 S11pleme11los minerais de zinco . ........................................................... 222 
Tabela 44 Vita111i11as sintetiYJdas nos tecidos animais . ........................................ 226 
Tabela 45 Diferenças efllre vitaminas lipo e hidrossolúveis ................................. 227 
Tabela 46 Nomenclatura antiga das vitaminas ..................................................... 229 
Tabela 47 Nome11clatura recomendada para as principais vitaminas .................. 230 
Tabt!la 48 VitÓmirias adicionadas comumente a rações ....................................... 240 
Tabela 49 Propriedades físicas das vitaminas ................................ : ..................... 240 
Tabela 50 Fontes de vitaminas para suplementação alimentar . ........................... 242 
Tabela 51 Sumário das principais desordens nas deficiências vitamínicas 
dos animais . ........................................................................................................... 243 
Tabela 52 Toxicidade das vítamir1t1s para pessoas . .............................................. 250 
Tabela 53 S,muírio das principais ações das vitami11as . ...................................... 251 
Tabela 54 Prott!Ínas de ligação de retinóides ....................................................... 261 
Tabela 55 Função das cllulas da retina ............................................................... 274 
Tabela 56 Condições patológicas associadas à deficiência de vitamina E, 
com envolvimellto ou não de selinio e/ou dcidos graxos polinsaturados . ............. 291 
Tabela 57 Enzimas estimuladas pelo ascorbato . .................................................. 322 
Tabela 59 Proposta de classificação dos microingrediemes ................................ 336 
., 
Figura 1 Fluxogramà simplificado da análise proximal de alimentos . .................. 24 
Figura 2 Esquema simplificado do método de Van Soest para forragens . ............. 28 
Figura 3 Classificação esquemática dos carboidratos ........................................... 52
Figura 4 Polímeros da parede celular vegetal e suas andlises ............................... 63 
Figura 5 Produtos fi11ais da fermentação ruminai dos carboidratos e seu desti110 
no metabolismo animal ........................................................................................... 66 
Figura 6 Metabolismo paralelo dos ácidos linoUico e linolênico . ......................... 81
Figura 7 Função essencial do ácido araquidónico ................................................. 83 
Figura 8 Representação esquemática do trato digestivo do porco, da galinha 
e de ruminantes . .................................................................................................... 123 
Figura 9 Fórmula geral de um composto de coordenação com elemento mineral 
(M) ......................................................................................................................... 160 
Figura 10 Posição metaMlica do cálcio no processo de coagulação 
sangüínea . .............................................................................................................. 175 
Figura 11 Panicipaçãu da Bn na síntese da glicose a partir do propionato ....... 182 
Figura 12 Desdobramento de /J-caroteno a retino/ e síntese de palmitato de 
retini/ ....................................................... .............................................................. 259 
Figura 13 Transpor1e, armazenamento e função epigenética da vitamina A ....... 263 
Figura 14 Diagrama da estrutura do fígado ......................................................... 265 
Figura 15 Reações que desencadeiam a visão em todos os animais . ................... 274 
Figura 16 Representação esquemática do metabolismo da vitamina D3 . ............ 276 
Figura 17 lde11tijicação dos fatores da coagulação com realce para aqueles 
dependentes da vitamina K . ................................................................................... 294 
Figura 18 Coagulação sangüínea (esquemática e simplificada) .......................... 295 
Figura 19 Sínteses "extríseca" e "intrfnseca" da protrombinase ........................ 295 
Figura 20 Absorç�o da vitamina 812 ............................................................ · ........ 313 
Figura 21 Síntese de dcido ascórbico (vitamina C) .............................................. 320 
Tabela 60 Pri11cipais micotoxinas presentes em alimentos ................................... 345 
Tabela 61 Alguns caroten6ides e seus usos .......................................................... J48 
Tabela 62 Efeito dos lionnô11ios sobre o metabolismo, especialmente a sfntese 
protlica nos músculos . ............................................... , ...................... ,:, .................. 358 
Tabela 63 Classificação dos honnônios sexuais anabólicos . .. : ............................ 359 
Tabela 64 Segurança reú:11iva do Monesin (monesina sódica) .............................365 
14 15 
. ··- - ............ -···-···-·····. . -- -···-·· ....... " .... --··- ·····-
Nunes, Nutrição Animal Báslcii 
1. INTRODUÇÃO
A Vida é definida por nu1rição, natureza e tempo. A nutrição é a parte dos 
componentes químicos da natureza tomada pelo indivíduo, o que inclui nutrientes e 
não nutrientes, e compreende aspectos intra e inlcrorganismos. Nenhum indivíduo 
vive isoladam�nte. Cnda um se inter-relaciona com os ocupan1es contemporâneos do 
seu habitat e tem uma expressiva relação filogenética com os ocupantes anteriores: a 
estru/llra bdsica dos organismos vivos foi eslabtlecida pelo primeiro indivíduo que 
uibiu contfo11idade genltim. Alterações qualitativas de nutrientes ocorreram pouca.,; 
vezes durante a evolução e, por isso, todos os organismos vivos necessitam 
q11ali1ativamen1e dos mesmos nulrientes e os principais mecanismos metabólicos são 
similares cm todos eles. 
Nutrientes são substâncias utilizáveis pelo organismo, e aqueles essenciais atendem 
a uma necessidade específica do indivíduo, não sintetizáveis por ele numa taxa 
compatível com a saúde ou funções ótimas fisiológicas, psicológicas e sociais. A 
experiência evolutiva dos organismos é que definiu os nutrientes essenciais para uns 
e para outros não. Quanto mais essencial um nutriente. maior a somn dos efeitos 
adversos de sua ausência. 
Alimento é todo material tomado intencionalmente pelo indivíduo para atender às 
funções vitnis. Entre1nnto, toda substância que entra no organismo - por ingestão, 
inalação ou contalo (inunção)- afeta as células. Como o organismo é uma unidade 
integrada, lodos os seus componentes, inclusive a inter-relação com ou1ros 
organismos, influenciam a utilização de um nutriente. Basta lembrar as complexas 
relações com os microrgnnismos do trato alimentar, compreendendo parasitismo 
(infecções). comensalismo (intestino grosso) e mutualismo (rúmen): a nutrição 
desses habitantes pode incluir mais célula,; do que as do próprio hospedeiro. Dessa 
forma, Nuu-ição é uma ciência universal e Nulrição Animal é um simples ramo 
daquela, por apresentar objetivos claramente econômicos. 
A Nutrição, como ciência independente, está f�zendo 100 anos. pois o termo 
nutrição, usado para designá-la, raramente aparece na literatura antes de 1898. 
Cronologicamente, entretanto, considera-se que tenha começado com os 
17 
·--------------
-
---------------------------------------------
-------.-
1 lntroduçao
pesquisadores do séc. XVIII: Rcaumur (1752) e Spallanz.ani (1780) demonstraram 
que na digesUlo de várias espécies ocorriam alterações químicas. Mas é Lavoisier 
quem os historiadores consideram o pai da nutrição, por haver demonstrado, 
juntamente com Laplace, em 1783, que a respiração é uma função química 
(combustão) que pode ser medida, introduzindo, assim, a pesquisa q11antitiva em 
Nutrição. 
Desde Hipócrntcs (e. 460-377 a.C.), considerava-se que todo e qualquer alimento 
continha um único e idêntico princípio nutritivo vital, denominado alimento simples, 
conceito que perdurou até princípios do séc. XIX. Em 1824, Prout revisou os 
conhecimentos existentes até então, classificando as frações nutritivas em proteínas,
gord1iras e carboidratos, poucos anos depois acrescidas dos minerais e, neste 
século, das vitamincu·. 
No século atual, com a evolução da bioquínúca, fisiologia, física e ou1ros ramos da 
ciência, e com o aprimoramento das técnicas experimentais e de análise, mais de 60 
nutrientes são reconhecidos, bem como muitas interações entre eles. Entretanto, 
pode ser considerada o grande avanço a descoberta das vilanúnas, dos aminoácidos, 
de vários microminerais e dos polenciadores ou aditivos. Merecem um destaque à 
parte a elucidação do metabolismo de inúmeros nutrientes e suas interações, a 
identificação de centenas de antinutrientes e substâncias tóxicas, aJém do enonne 
progresso no processamento de alimentos. 
Também devem ser mencionadas as alterações· conceituais surgidas, por um lado, do 
progresso tecnológico ocorrido neste século e, por outro, de novas posturas 
filosóficas surgidas nas ciências cm geral, particularmente as biológicas e sociais. 
Do progresso tecnológico, surgiu, por exemplo, o conhecimento do metabolismo 
intenricdiário - impossível de ser realizado sem a descoberta dos marcadores 
radioativos. Das novas posturas filosóficas surgiram, por exemplo, o conceito da 
unicidade biológica do planeta, o qual, por sua vez, levou à preocupação com o meio 
ambiente, ao estudo das inter-relnções animal•microrganismos, animal-ambiente, 
nutrição e bem-estar animal e muitas outras. Esses novos conceitos produz.iram 
grande alteração na maneira de estudar Nulrição e na responsabilidade social do 
nulricionista. 
De um ponto de vista prático, a meta central da Nutrição Animal é produzir 
alimentos para o homem, tanto em quantidade e qualidade quanto a custos cada vez 
menores. Outras metas são conseqüentes ou correlatas daquela: produção de 
agasalhos (lã, peles), trabaJho (animais de tração, animais de serviço), lazer (animais 
de estimação, animais de competição) e preservação (animais de zoológicos, de 
parques e reservas naturais). Indiretamente, o nulricionista procura aumentar a 
disponibilidade de ali111entos para o homem, seja eliminando a concorrência dos 
t.· ._. ·rn I·,... . 
� . _-;_, ... •' . :� ,. 
��--·--
Nunes, Nutrição Animal Bt!slca 
animais por alimentos de uso comum seja, mediante processos adequados, 
destinando alimentos para uso humano antes somente usados para animais. 
Ante os processos de fermentação e os vegetais, os animais são péssimos 
conversores de alimentos; mas os produtos de origem animal são considerados 
nobres e é dispensável enfatizar a sua importância na alimentação humana. 
Entretanto, alguns dados merecem destaque:. 
✓ 
✓ 
✓ 
✓ 
✓ 
✓ 
os produtos animais são mais diffcei_s de conseguir e, por isso mesmo, mais 
caros, embora de valor nulriciona_l mais elevado, particularmente a proteína, do 
que os de vegetais ou de microrganismos, se toi_:nados isoladamente; 
pode•se dividir o mundo em dois grupos de nações: desenvolvidas e não 
desenvolvidas; a base da alimentação protéica daquelas é de origem animal, 
destas, geralmente é vegetal; 
além de a proteína consumida ser mais rica, a população dos países 
desenvolvidos ingere 1/2 a 2/3 mais proteína por dia do que as populações 
menos desenvolvidas; 
mesmo sem se considerar a qualidade do alimento, a maioria das populações 
subdesenvolvidas não dispõe de quantidade suficiente de alimento/pessoa/dia, o 
que significa fome crônica ou �guda; 
pelo menos dez mil pessoas morrem diariamente de. fome ou de doenças ligadas 
à subnutrição, sendo 94% delas de países subdesenvolvidos; 
a malnutrição influi sobre a saúde, o estado.físico, o tamanho e.lo corpo, o 
desenvolvimento mcntul e a duração da vida: um país de subnutridos é cada vez 
111tJis dependente, já que .ma população é prpgressivamente mais débil física e 
n�W�M� 
.· . -
Vários levantamentos feitos pela FAO/OMS e outros organismos internacionais 
indicam que o suprimento de alimentos existentes é inadequado para a população 
atual, mesmo se fosse amplamente distribuído por todo o mundo. Conclusivamente, 
todos os levantamentos feitos dizem que a tecnologia hoje existente poderia triplicar 
ou mesmo quadruplicar a produção alua! de alimentos; entretanto, isso esbarra em 
falta de capital, recursos humanos e ·administração, armazenagem e distribuição 
inadequadas, ganância das nações produtoras e ignorância das nações famintas. 
Cerca de 80% das terras produtivas agricultáveis do mundo estão em uso, os 
restantes 20% são de baixa qualidade. Uma das chaves para aumentar o suprimento 
de alimentos, em termos mundiais, está na aplicação da tecnologia existente para 
melhorar a produtividade (sem esquecer, é óbvio, os demais entraves de ordem 
administrativa, burocrática ou política). 
19 
1 lntroduçao 
No Ilrasil, onde está situada a maior parte daqueles 20%, ainda há chances de 
alargar fronteirasagrícolas, aumentando a produção. Entretanto, isto somen.te pode 
ocorrer longe dos grandes centros consumidores, e é nestes centros e na sua periferia 
que ocorrem os maiores déficits alimentares. Assim, basicamente o problema 
continua sendo o aumento da produtividade. 
Ao lado de outros itens como doenças, potencial genético e mnnejo, o maior entrave 
ao aumento da produtividade dos rebanhos nacionais é a descontinuidade da 
produção de alimentos. em virtude de um período chuvoso e um de seco. No período 
ele chuvas há excesso de produção de forragens e no de seca há escassez de 
produçllo. Embora hnja inúmeras alternativas técnicas para contornar o problema, a 
mudança de atitude do produtor tem sido muito lenta neste setor. 
A produção de animais que não pastejam (aves e suínos, p.ex.) também sofre com a 
estacionalidade, cm decorrt'.:ncia da maior ou menor oferta de grãos no mercado, o 
que a.Itera profundamente a oferta e o preço dos produtos animais. Para estas 
criações, a alimentação representa cerca de 70% dos custos de produção, sendo os 
produtores mais sensíveis às variações de mercado e, por isso mesmo. mais 
receptivos a infonnaçõcs que levam à melhoria da produtividade. 
A Nutrição Animal está em constante evoluçl'io pois muito ninda é ignorado, por 
eJtcmplo: 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
20 
dcterminaçilo das necessidades nutricionais para todas as espécies. sob a 
maioria das condições de meio; 
adequação de experimentos d� alimentação de curta duração para toda a 
vida produtiva dos animais; 
detenninaç:'lo do valor nutritivo dos alimentos, principalmente nos países 
tropicais; 
adequação de novos alimentos ou de alimentos não convencionais para uso 
animal, que niio sejam competitivos com as necessidades.humanas: 
aprimoramento ou invenção de novos processos que aumentem a qualidade 
dos alimentos; 
determinação da provável existência de outros nutrientes essenciais, 
particulnrmentc de animais silvestres cuja nutrição é muito pouco 
conhecida; e 
verificação constante elo impacto da nutrição animal sobre o meio ambiente, 
particularmente nos países tropicais. 
Nunes, Nutrição Antnt.il Béslea 
Existe a perspectiva - não muito longínqua - de que os produtos animais, 1:om a 
provável exceção de leite, ovos e mel, sejam todos substituídos por produtos 
vegetais e de fermentação. Nessas circunstâncias, a Nutrição Animal perderia a 
função de produzir alimentos. Entretanlo, o seu estudo não perderá em importância 
social, dado que a manutenção dos animais será muito mais uma responsabilidade 
ética do homem. 
Ao limitar o espaço dos animais e as chances de encontrarem seus alimentos 
naturais, o homem deve se encarregar de os fornecer de maneira correta para cada 
espécie. Além disso, deve possibili1ar-lhes todas as condições de conforto e saúde 
para sua plena manutenção e sobrevivência, o que só pode ser conseguido com 
nutrição adequada. 
• 
LUCKEY. T.D. Compnt:1tive nuuition. ln: CRC H1111dboolt Series in Nuuition 1111d Food
. p.3-19.
MA YNARO. L.A.; LOOSLI, J.K.; HINTL. H.F.: ct :ti. Animnl nutririôn. Ncw York: Mc
Grow-Hill,
1979: Cop.' 1: Thc Cllponding ficld or nurrition. p.1-8.
SAU!S. A.M. O p:ipel das novos tecnologias n:i produç:lo de lllirncntos. Ci2nc. Cult. v.39, n
.10, p.936-
943, 1987.
TODHUNTER, E.N. Historical tondm:ub in nuuition. ln: Num·,;on Rtvirw ':, Pruent Kn
uwfedge in
Nurririon. 4,cd. Ncw Yorlc: Nutrition Foundntion, 1976. Cnp. 52, p.547-556.
Vnn HORN, H.H., NEWTON. G.L, KUNKI.E, W.E. Ruminnnt nutririon from �n cnviro
nmcntnl
pcrspccrivc: ínctocs nffccting whole-farm nutricnt balwicc. J. Anim. Sei., v.74, p.3082-3102, 19
96.
21 
-
1 lnlroduçao Nunes, Nutrição Anlmal BÁslc21 
2. INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DOS ALIMENTOS
Para o adequado estudo da Nutrição, é necessário ter conhecimento de quatro 
grandes campos: 1) dos alimentos, 2) dos nutrienles, 3) das necessidudes 
nutricionais dos animais e 4) das técnicas utilizadas para, conhecendo-se os três 
anteriores, bem nutrir os animais. Nesta seção são fornecidas algumas informações 
básicas que ajudarão o leitor a entender os capítulos seguintes. Aprofundamentos 
subseqüentes poderão ser obtidos na bibliografia citada. 
Nutriente, segundo Morrison (1959), é definido como qualquer constituinte do 
alimento, ou grupo de constituintes de mesma composição química geral, que 
auxilia na manutenção e proteção da vida do animal. Outra definição: qualquer 
princípio alimentar que participe do metabolismo celular e concorra para a vida do 
organismo. Pela primeira definição, energia niio é nutriente; pela segunda, energia é 
nutriente. 
Alimento, tal como definido por Harris (1970), é um tenno geral significando todo 
material comestível consumido pelo homem e outros animais, fornecendo energia 
e/ou nutrientes para sua dieta. Esta definição não leva cm conta a alimen!açlio 
parenteral, nem o aspecto da ingestão voluntária, que distingue um alimento o ser 
para dada espécie e para outra não. 
Neste livro são estudados os nutrienles, pressupondo-se nlgum conhecimento prévio, 
pois se destina a· estudantes das áreas de medicina veterinária, agronomia e 
zootecnia, principalmente. Para se e!}tender bem a linguagem do nutricionista, há 
necessidade de que os tennos usados sejam bem compreendidos. Quase lodos esses 
termos, específicos da área, provêm, direta ou indirctamcnlc, da análise de 
alimentos. Dessa fonna, uma revisão tem que ser feita - não das análises em si, mas 
• 
• 
• 
• 
•·
•
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
•• 
• 
• 
• 
•• 
• 
• 
• 
• 
•·
•
• 
lt -_ ', i-i,' 
:; .·'?_:·r · 22
1·.�. 
I�� 
1 ••. 
------- ==---
• 
• 
• 
•• 
__ ,:· 
• 
• 
',. 
. \t' .· 
do que elas significam e como devem ser interpretadas.· 
23 
2 Avaliação dos Alimentos
Análise Proximal 
Mais de 40 nutrientes essenciais são atualmente conhecidos e a análise de todos eles
cm cada amostra de alimento seria demorada, extremamente caca, pouco prática, 
além de desnecessária nas condições de rotina. Para se ter uma idéia, poucas vezes 
se usa balancear mnis de seis a dez. nutrientes numa ração. 
No século passado ( l864}, pesquisadores da Estação Experimental de Wcende, na
Alemanha, propuseram um sistema de análise química simplificado, relativamente
rápido e barnto, que atende, ainda hoje. à maioria das situações cotidiantis de 
formulação de rações. O processo usado emula a digestão dos alimentos nos 
monogástricos e talvez. por isso tenha permanecido tanto tempo: a não ser para a 
determinação de proteína, praticamente é o mesmo proposto há mais de um século.
Este sistema recebe várias denominações, na realidade sinônimas: método de 
Weende, análise de rotina, análise pro,-;imal, análise aproximada ... O sistema vem 
sendo aperfeiçoado tanto na e,-;atidão quanto na automação. Contém muitos senões,
o mais simples deles é nllo informar se a amostra analisada pode ser aproveitada ou
não pelo animal. 
UMIDADE E MATÊRIA SECA• Na análise, a amostra é secada em estufa até peso 
constante e, por diferença, é determinada a quantidade de 'umidade' evnporada; o 
restante é denominado matéria seca. Todas as demais determinações são feitas na 
matéria seca da amostra. A partir desta dctcnninação simples, aparecem os termos 
matéria natural e como analisado, isto é, o alimento como ele é na natureza ou como
chegou ao laboratório. Algumas_ vezes pode aparecer o tcnno como ingerido, 
geralmente retirado de te,-;tos de experimentos. 
f 
Umidade= 100- Matéria Seca 
Matéria Seca;,. lOO- Umidade
AMOSTRA 
l UMIDADE
1 MATÉRIA SECA 1 � 1 fatração com éter 1 
1 PROTEÍNA BRUTA 1 --�•-- T i ----"--, 1 FlBRA BRUTA 1 ! CINZAS j 
1 EXTRA TO ETÉREO 
Figura 1 Fluxograma simplilicado da análise proximal de alimentos. 
24 
Nunes, Nutrição Animal Básica 
A matéria seca restante pode ser subdividida cm duas grandes parcelas: matéria 
orgânica (que desaparece ao ser queimada) e cinzas (matéria inorgânica que n11o
desaparece ao ser queimada). Nas cinzas estão presentes todos os minerais da 
amostra(inclusive eontuminações por poeira e minerais dos recipientes usados), 
com exceção daqueles voláteis (principalmente sódio, cloro e flúor). Mns podem 
estar acrescidas de carbonatos fonnados durnnte a ignição • o carbono e o o,-;igênio
são considerados 'elementos orgânicos·. Análises especiais para os diversos 
elementos minerais podem ser providenciadas, principalmente cálcio e fósforo, mas
não pertencem à análise pro,-;imal. 
Da matéria orgânica, s!io obtidas as frações proteína bruta, extrato etéreo, libra bruta
e extrato (ou extrativo) não nitrogenado. 
Tabela 1 Rc;qucma da análise proximal dos alimentos, com especificação dos
componentés químicos das frações. 
FRAÇÃO 
UMIDADE
PROTEINA BRUTA
(N X 6,25) 
EXTRATO ETÉREO 
EXTRATONAO
NITROGENADO
FIBRA BRUTA 
CINZAS 
COMPONENTE 
Agua livre e de cristalização; ácidos e bases voláteis 
(quando presentes); alguns elementos minerais voláteis
Na_,___ç_l, 
Proteínas, aminoácidos, aminns, nitratos, glieosídcos 
nitrogenados glicolípides, vitaminas do eomplc,-;o B,
ácidos nucléicos e outras substâncias nitrogenadas. 
Gorduras, óleos, ceras, ácidos orgânicos, pigmentos, 
ester�is, vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e qualquer
substância solúvel cm éter. 
· · 
Açúcares, amidos, pcctinas, frutosanas, resinac;, taninos, 
pigmentos, algumas vitaminas hidrossolúvcis; traços de 
eelulosc,j }emicelulose e !ignina. 
Celulose, hemicelulose. lignina, proteínas dcsnaturndas 
�lo calor. 
Todos os elementos minerais presentes, mais carbonatos
formados durante a is.!tlç_:lo da amostra. 
PROTEINÀ BRUTA (PB) - Todas as proteínns contêm nitrogênio. Se tomadas cm
conjunto, apresent.Írllo cm média l6g de nitrogênio para 100g de proteína .. 
Identifi°car cada pçoteína seria extremamente trabalhoso e mesmo desnecessário -
interessa, numa primeira avaliação, saber quanto de proteína um alimento contém. 
Em avaliações posteriores, pode ser de interesse saber qual pro1eína o alimento 
contém. Por isso, nn análise proximol, determina-se o teor de nitrogênio da amostra
25 
. - ..... _.. ---= 
, 
1, 
. , :r-.. -"'I ... 
.. . 
2 Avaliação dos Allmontos 
(e não o teor de proteína), por-ser mais fácil. Sabendo-se que 100g de proteína 
contêm 16g de nitrogênio, a rcgra•de•três fica assim: 
J6N= IOOP,logo, 100/16N;;;PouNx6,25=P 
., .r-
r . 
Fica implfcito que toda substância contendo nitrogênio, presente no alimento, 
aparecerá no resultado da análise como proteína, mesmo não o sendo - daí a 
denominação de proteína bruta. Existem métodos para se determinar a proteína 
verdadeira de um alimento, mas são refinamentos que não pertencem à análise 
proximal. 
O teor de nitrogênio da proteína bruta de alguns alimentos é conhecido (p.ex., soja, 
ovo, milho, leite etc.); assim, quando esses alimentos são analisados 
individualmente, o fator de multiplicação pode não ser 6,25, mas outro próprio para 
cada um deles. Os laboratórios de Nutrição possuem os fatores adequados e 
costumam indicar o fator que usaram para calcular a proteína bruta. 
EXTRATO E'IBREO (EE) - Tudo que estiver na amostra e for solúvel cm éter de 
petróleo aparecerá nesta fração. Basicamente, é constituída de gorduras e óleos, mas 
aparece uma miscelânea indefinida de compostos. Duas são as principais 
impon.'incias dessa fração: a primeira, estão aqui as substâncias que mais fornecem 
energia (por unidade de peso) nos alimentos; segunda, para se detenninar a fibra 
bruta, há necessidade de se rei.irar estas substâncias, dado que interferem na 
detenninação. 
FIBRA BRlITA (Fll)- Uma parte da wnostra, seca e desengordurada, é digerida 
primeiro por uma solução ácida diluída (ácido sulfúrico a 1,25%) e depois, por uma 
solução alcalina diluída (hidróxido de sódio a 1,25%). Filtra-se, e o resíduo que 
pcmianccc no cadinho de filtrar é dctenninado por diferença de peso, antes e após a 
queima cm mufla. Logo, fibra bruta é a parte do alimento resistente ao tratamento 
sucessivo com ácido e álcali, representando principalmente a porção fibrosa do 
alimento vegetal: celulose, hemicelulose e lignina. , 
CINZAS ou MATÉRIA MINERAL é o resíduo que se obtém após II ignição da amostra 
(entre 500 e 600" C), durante quntro horas ou até a combustão total da matéria 
orgânica. Esta determinação fornece apenas uma indicação da riqu«;za da amostra 
cm rnincrnis. As cinzas de alguns alimentos (farinha de osso, de carne, d� peixe.ou 
de.ostra,-p.ex.) podem indic11r sun riquezn cm cálcio e fósforo; entretanto, quando se 
trata de produtos vegetais, particulannente de forragens, a detenninação tem pouco 
valor, dado que os componentes minerais desses alimentos são muito variáveis. 
Algum11s forrageiras são muito ricas em sílica, resultando cm teor elevado de cinzas, 
mas sem nenhum benefício nutricional. Embora de pouco valor por si mesma, a 
determinação das cinzas é necessária para se estimar o conteúdo de carboidratos da· 
�o_stra, que é fe\ta por diferença. 
,, 
..... 
26 
'1 
Nunes, Nutrição Animal Bãslca' 
. .... ,, .. ... EXTRATO NÃO NITROGENADO (ENN)- Esumndas as frações acima, pressupõe•se_que -;
o restante é constituído por carboidratos. De fato, quando_se analisam uliÍncntos para
aves e suínos, isto é verdade, pois seus alimentos são basicamente grãos. Nus·
;:málises de alimentos humanos, esta fração aparece como carboidratos pelo· n1es,no
motivo. Mas, para forragens, embora os carboidratos sejam a maior parte desta
fração, não se pode dar este nome sem incorrer cm erro (Tah. 1). A determinação do
extrato não nitrogenado é necessária para a obtenção dos nutrientes digeslfveis 'totais 
(NDT), como se verá mais à frente. 
ENN;;; 100-(Umidade + PB + EE + FB + Cinzas) ou 
ENN = MS - (PB + EE + FB + Cinzas) 
Método de Van Soest para Forragens 
Uma das falhas da análise proximal é não indicar o quanto de um alimento scr:í 
aproveitaúo pelo animal, isto é, a sua digestibilidade. A digestibilidade está 
eslreitamenle relacionada com o teor de fibra bruta, ou mais precisamente, com o 
tipo de fibra presente no alimento, e esta infonnação não é dada naquela análise. Em 
1965, Van Soest e colaboradores propuseram um novo sistema de :inálise, aplicável 
somente para forragens, que pennite maior fracionamento da fibra brJta úc Weende 
e, até certo ponto, predizer a digestibilidade desta fração para os animais. 
A célula vegetal apresenta dupla parede: umn, a parede celular propriamente dita e, 
outra, uma parede secundária, conslitufda de celulose, hemicelulose, lignina e sílica. 
O método de Van Soest consiste, inicialmente, em separar o conteúdo celular da 
parede celular. Isto é feito aquecendo•se parte da amostra em detergente neutro: o 
conteúdo celular solubili7..a-se no detergente, enquanto a parede celular não, podendo 
ser separada por liltragem. As duas frações são denominndas, respectivamente, 
solúveis em detergente neutro e fibra detergente neutro (FDN). O conteúdo celular é 
integralmente digerível por todos 9s animais. 
A parede celular deverá ser desdobrada em outras análises, para identificação de 
seus constituintes. Isto é feito aquecendo.se parte da amostra em detergente ácido: a 
celulose e a hemicelulose solubilizam-se no detergente, enquanto a lignina ligada à 
celulose (lignocclu)ose) e sílica não, podendo ser separadas por filtragem. As duas 
frações s!lo denominadas, respectivamente, sÕlúveis cm detergente ácido e fibra 
detergente ácido (FDA). A porção solúvel é integrnlmente aproveitodá por 
rumimmies e outros herbívoros, e parcialmente utilizada'por monogástricos não her•, · 
bfvoros. A fibra detergente ácido não é aproveilada por qualquer animal. . 
Outras análises podem ser feitas para a dctcm,inação do conteúdo de celulose, 
ligni�a e sílica. A celulose e a lignina respondem por 97% da fibra bruta óc Weendc 
enquanto a primeira é plenamente aproveitável pelos herbívoros, a segunda não o é. 
·Atém d� disso, interfere com a digestibilidade de outras fraçõe� do alimento, o que
"· 
• ' ,o\. 
2r � 
·' 
�_:.. ___ __: _____ ...,;--'-�--��---�-�-----�-��----,.--------'-.,.-.----=:::::·�• 
.. , .... . ..... ----------------- .........
2 Avaliação eles Alimomos 
também ocorre com a sílica. A hcmicclulose, também plenamente aproveitável, 
pode ser estimada pela diferença entre FDN e FOA. 
Sintetizando: pelo método de Van Soest, a estimativa da digestibilidade das 
forragens é possível, sabendo-se que: 
✓ o conteúdo celular é integralmente digerível por todos os animais;
✓ os solúveis em detergente ácido, da parede celular, são integ"ralmentc digeríveis
por ruminàntes e outros herbívoros, e parcialmente digeríveis por
monogástricos não herbívoros;
✓ a lignocelulose ou fibra detergente ácido não é digerível por nenhuma espécie
:inimal.
CONTEÚDO CELULAR 
(Solúveis cm dcr.:rgcntc neutro) 
FORRAGEM 
.• PAREDE CELULA.R
(Fibr:1 cm Detergente Nculro - FDN)
Solúveis cm detergente ácido 
Fibra cm Detergente Ácido (t:DA) 
(Lignocclulosc + sílica) 
Figura 2 Esquema simplificado elo método de Van Soest para forragens. 
Energia. 
Todo ser vivo necessita de energia. As plantas a obtêm do sol, ap6s :i germinação. 
Antes disso, têm que retirá-la dns reserva.e; contidns na semente para poderem 
germinar. Durante todo o ciclo vegetativo, as plantas captam a energia solar e, 
através da fotossíntese, armazenam essa energia em compostos químicos. Os 
,1nimais, ingerindo as plantas, devem desdobrar esses compostos para obterem a 
energia de que necessitam. Ao comerem animais ou produtos animais, nada mais 
fa1.cm do que alongar essa cadeia alimentar. Entretanto, cm última análise, toda 
energia utilizada pelos seres vivos provém do sol. 
Teoricamente, toda substância contendo carbono e hidrogênio pode ser oxidada no 
organismo fornecendo energia. É evidente que isto esbarra numa série de fatores 
metabólicos que limitam a qunntidade de nutrientes. Dentre os constituintes dos 
alimentos, os carboidratos, as gordurn�. os óleos e as proteínas são os grandes 
fornecedores de energia para o organismo animal. As vitaminas e outras substâncias 
tnmbém podem fornecê-la, rrias a quantidade é desprezível. 
A energia contida nos alimentos é química (ou potencial), ou seja, é a energia que 
une os átomos das moléculas org1inic,1s. Essa energia não pode ser medida 
diretamente, mas pode ser estimada a partir da oxidnçlio completa do alimento, em 
28 
' j 
) 
! 
i 
Nunes, Nutrição Anlml'tl Bliska 
aparelhos denominados colorímetros. Nestes aparelhos, uma pequena amostra do 
alimento é colocada sobre uma resistência elétrica, num recipiente imerso cm água. 
O conjunto é calibrado de tal forma que arribas, recipiente e água, fiquem na mesma 
temperatura. Ao passar uma corrente elétrica na resistência, a amostra é oxidada 
{queimada), desprende calor e aquece a água. A diferença de temperatura antes e 
depois dn oxidação permite calcular quanto de energia desprendeu-se do alimento. 
Esta energia desprendida da queima total do alimento é denominada energia bruta 
{EB), pois não há qualquer indicação de quanto o animal pode dela aproveitar, ou 
!llesmo se pode aproveitá-la ... Mas é o ponto de partida para a determinação de Ioda
a energia uti,izada pelos animais e para a avaliação nutricional dos alimentos.
· Todos os sistemas atuais, utilizados pnrn avalia�· o potencial de pnxluçllo dos
alimentos, baseiam-se cm dois princípios ger;iis:
1. definição da digestibilidade da energia e dos nutrientes;
2. distinção entre as espécies animais e dos tipos de produção.
Medidas calorimétricas e/ou amíliscs·químicas do alimcnt.o e das fezes silo 
necessária� pnra se determinar a digestibilidade. Levando-se cm conta outras 
medidas - energia da urina, energia dos gases produzidos (e perdidos), composição 
das descamações epiteliais do trato gas1rointcstinal ele. -, as estimativas vão ficando 
mais precisas e mais próximas do que realmente o alimento pode fornecer e o 
animal, realmente utilíwr e produzir (Tab. 2). A quantidade de energia do alimento, 
disponível para o animal, pode ser estimada pelas equações do modelo dn Tab. 3. 
ENERGIA DIGESTivEL(EO) é a energia do alimento ingerido menos a energia das 
fezes. As fezes são compostas pela porção não digerida e não absorvido do alimento, 
mais microrganismos e descamações, enzimas e muco do trato gastroinrcstinal, 
principalmente. Este material dá um valor energético às fezes, valor este que se 
perde. Por outro lado, boa parte do conteúdo das fezes não provém do alimento, mas 
do próprio organismo animal - portanto, de origem endógeno-, e não deveria ser 
computado, pois mascara a verdadeira digestibilidade da energia do alimento. Nem 
sempre é fácil medir esta "fração cnd6genn"; quando é feito, tem-se a energia 
digestível verdadeira. Na maioria das vezes, o que se tem é ED aparente, embora
somente seja usado o renno "energia digestível". · · 
M i&M 
29 
- m.".l
'!· •.� 
I;< 
Tabela 2 Partição da energia no organismo. 
ENERGIA BRUTA (-) Energia fccnt 
INGERIDA 
ENERGIA DIGESTÍVEL (-) Energia urinário 
(-) Energia dos gases da 
di11.e:aiio 
ENERGIA (-) lncrcmcnlo de co.lor 
MET AUOLIZÁ VEL 
ENERGIA LÍQUIDA (-) Energia de mantcnça 
ENERGIA PRODUTIVA Encrgin estocada 
Energia paro o lnlbalho 
(de origem alimentnr) 
(de origem endógena) 
{de origem :ilimenlar) 
(de origem endógena) 
3 Aguo
(cnlor produz.ido n:is fenncntaçõcs) 
(culor produzido no mel:lbolismo dos 
nullicntcs 
(para o metabolismo basal) 
(para Q 11tividndc volunlária) 
{para manter o corpu quente, no frio) 
{pan1 manter o corpo frio, no calor� 
(no feio, anexos felais e nn gcst:111lc) 
(no s�men) 
(no crcscimcnto = acn!scimo de 
tecidos) 
(na engorda = 11crtscimo de gonlurn) 
(oo leite ou nos ovos) 
(na Ili. �los e peles ou nns penas) 
(pa11c da qual e! pcnlida como cnlor) 
Tabela 3 Equações utilizadas para o cálculo de energia. 
· ENERGIA BRUTA, EB, é a energia_ desprendida da o'iid�ção total de uma amostra.
EB ingcrid11 :. Quan1idadc ingerida de MS de �lh_nento M EB do nliÍricnto por unidade: de M S;""
E.n dos rezes = QuMtidade e�crcu,dn de MS de f�z.c:$ x EB_ d:u fét.cs por uriidll<lc de MS.
ENERGIA DIGESTÍVEL, ED = EB do nlimento ;..; EB das fcz�s. ou ..
ED = (Qu11n1h.l.11.lc ingerida de-MS uo a\imcuto x EB db ulimcnto) - lQuantldodc cxcrcl:idn de MS tlu íc1.u x 
· EB du fozes). · · . ' · •.· . ·, · · · · . . : . • · . · "' · 
Cocficitnlc de diicst!o dn EB ingerido= ED • EB x 100. 
ENERGJA METABOLIZÁVEL, EM= ED- EB dn urina� EB dos gases, ou 
EM = ER inp.crid-1 - F.B dns fezes:.. EB da uô1111 ·• EB dos g;ises da digcitilo. 
. ENERGIA LÍQUIDA. EL = F.M - Incremento de cnlor. 
. ENERGIA PRODUTIVA, EP = EL - Energia de mailteilça . 
, .. 30' . .-
,1..
'·· 
_Nunes, Nutrição Animal Bllslcn.
GASES DA DIGESTÃO- Incluem os gases combustíveis produzidos no trn1o 
gastrointeslinal e rcsuhanles das fermentações microbianas. A EB destes gases é 
medida por meio de calorímetros especiais, que recolhem e medem a quantidade 
excretada na respiração ou pt:lo ânus. O metano é o principal gás, mas há outros 
produzidos em quantidades bem menores (hidrogênio, monóxido de carbono, 
acetona, etano e sulfeto de hidrogênio). A perda de energia pelos gases somente tem 
significância nos ruminantes. 
As duas medidas de energia, ED e EM, são utilizadas para ruminantes, porcos, 
cavalos, coelhos e outros mamíferos. No caso das aves, a separação d!! fezes e urina 
é complicada (porque são excretadas juntas), e somente é usada a energia 
melabolizável. 
ENERGIA LIQUIDA (EL) é a energia efetivamente utiliz.ada pelo organismo, seja para 
sua própria manutenção, seja para produção. Em outras palavras, é a energia 
metabolizávcl menos o incremento calórico. O alimento ingerido exige certo esforço 
do organismo para ser digerido e metabolizado. Isto provoca um aumento na 
produção de calor, que é acompanhado por pequena elevação da temperatura 
corporal - a este fenômen o se dá o nome de "tcnnogêncse induzida pelo alimento" 
ou "termogênese diet�tica". Como a tcrmogênese é acompanhada por uma 
aceleração metabólica, ela não pode ser separada do metabolismo basal, e tem que 
ser estimadnjuntamen1ccom ele. 
Ao conjunto termogêncse dietética e metabolismo basal se denomina "incremento 
calórico" ou "incremento de calor", atribuível à ingestão de alimentos. O incremento 
de calor pode ser indiretamente expresso pela equação I ou pela eficiência parcial de 
utilização da EM, simbolizada por k (equação 2): 
l)IC=EM-EL
2) k =EL +EM
Usualmente é aceiu a linearidade de k dentro de uma detenninada margem de
produção animal: 
3)EL= EM x k
O IC e o valor de k são dependentes do tipo de produção animal e, tanto para a 
estimação do valor energético dos alimentos quanto para se estimar os 1equisitos de 
energia dos animais, esses vários tipos cJc produção deverão ser considerados, p.ex., 
manlença. lactação, produção de ·ovos, reprodução, ganho de peso ou crescimentu; 
dep�sição de gordura ou de proteína etc. 
Sumariando. a energia metabolizável mostra-se o tC:ITilO mais universal para definir o 
potencial de produção dos alimentos pnra as várias espécies e dentro dos v{1rios 
sistemas de produção. Também, a energia rnctabolizávcl é, atualmente, u base para 
31 
2 Avaliação dcs Alirr.ontos 
todos os sistemas de avaliação de alimentos e expressão dos requisitos nutricionais 
dos animais. 
Unidades• As unidades utilizadas na medição da energia consumida (dos 
alimentos) ou produz.ida pelo animal são expressas em termos de concentração de 
energia por unidade de peso: caloria por grama (cal/g), kcal/g, kcnl/kg, Mcal/kg -
todas medidas de calor, isto é, somente uma forma de energia. Em vista disso, tem­
se preconizado o uso elo joule (J): 
1,0 J = 0,239 cal ou 1,0 cal= 4,181. 
Atualmente, o J é mais usado nas publicações européias, onde é a unidnde oficial, 
mas a grande maioria das publicações e das tabelas ainda aceita a caloria como 
unidade. Embora exista alguma resistência ao uso do joule, parece que a situação é 
irreversível, dado que a tendência é utilizar somente o Sistema Internacional de 
Unidades (SI). 
Coeficientes de Digestibilidade Aparente 
A an:ilise proximal, ou de Wcende, fornece a composição dos alimentos quanto a 
proteína, gordura e carboidratos; outras análises podem fornecer a composição em 
minerais e vitaminas - entretanto, somente experimentos com animais podem 
realmente fornecer o valor nutritivo dos alimentos. Isto, porque esses nutrientes 
encontram-se nos alimentos sob v:irias formas químicas ou protegidos, não sendo 
completamente disponíveis para os animais. 
H:i muito poucas infonnações sobre a disponibilidade da maioria das vitaminas e 
minerais nos alimentos, mas, quanto a proteínas, gorduras e carboidratos, sabe-se 
que a raz1!o principal é a sua incompleta digestão pelos animais. A célula vegetal 
está protegida pela celulose e lignina da pnrcde secund:irià e, a célula animal, por um 
tipo especial de proteína, todas, substâncias basiante resistentes à quebra enzimática 
que ocorre na digestão. Nos dois casos, a célula tem que ser rompida para que seu 
conteúdo (com os nutrientes) seja digerido e absorvido. 
Em princípio, a determinação das frações digestíveis de um alimento é rriuito 
simples: se 100 unidades de uma fração contida no alimento são ingeridas e 25 
unidades desta fração s!lo recuperadas nas fezes, assume-se que 75 unidades da 
fração foram digeridas e absorvidas, ou seja, que esta fração apresenta 75% de 
digestibilidade ou, ainda, que o coeficiente de digestão é de 75%: 
Coeficiente 
de digestão 
32 
= 
Quantidade ingerida - Quantidade e,ccretada nas fezes 
X 100 
Quantidade ingerida 
Nunes, Nutrição Animal Básica 
A digestibilidade aparente não é dctcnninaJa para aqueles nutrientes ou frações do 
alimento que, após absorção, normalmente são excretados nas fezes. Na prática, isto 
significa que a digestibilidade é determinada somente para: 
Matéria Seca (total do alimento) 
Energia Bruta (total do alimento) 
Proteína Bruta 
Extrato Etéreo 
Extrato Não Nitrogenado 
Carboidratos 
Fibra Bruta 
Celulose 
Hemicclulose 
Lignina 
Talvez, por isso, não seja hábito do nutricionista referir-se a "digestibilidade do 
cálcio" ou "da tiamina" e sim a" disponibilidade do c:ilcio", "da tiamina" ou "de 
aminoácidos" porque, para tais compostos, as técnicas usadas são mais refinadas. 
Se o princípio para a determinação da digestibilidade é simples, a quantificação das 
fezes provenientes do alimento já não é. Várias técnicas e procedimentos são usados 
para contornar o problema. A mais !iimples consiste em colorir as fczc� com um 
pigmento (marcador) fornecido junto com o alimento, durante o período de teste. As 
fezes coloridas indicarão que provêm do alimento fornecido e, quando voltam à cor 
normal, indicam o final do teste. Este procedimento pode ser usado satisfatoriamente 
em animai11 monogástricos não herbívoros, porque não ocorre muita mistura das 
fezes de diferentes tomadas de alimento. 
Para ruminantes e outros herbívoros, nos quais os alimentos ingeridos permanecem 
por muito mais tempo nos compartimentos gastrointestinais, são usados 
"indicadores" (substâncias facilmente determináveis, como óxido crômico) que se 
misturam uniformemente na·digesta e são excretados, também de forma uniforme, 
nas fezes. 
Na determinação anterior, somente um alimento foi fornecido ao animal; entretanto, 
poucos alimentos podem se constituir numa dieta, pelo menos por tempo mais 
prolongado. Assim, para a maioria dos alimentos, é necessário fornecer uma dieta 
básica (ou basal), à qual é adicionado o alimento-teste. Dois ou mais experimentos 
de digestão deverão ser executados: primeiro, determina-se a digestibilidade dos 
nutrientes da dieta basal e, segundo, por diferença, estima-se a digestibilidade dos 
nutrientes do alimento-teste. Por exemplo (todos os dados estão cm base de matéria 
seca): 
Experimento 1: De 6009 da dieta basal (MS), são recolhidos 30g de fezes (MS). 
Experimento 2: De 600g da dieta basal + 1 O0g de melaço, são recolhidos 32g de 
fezes. 
Se 30g de fezes provieram da dieta basal, então os 2g adicionais provieram do 
melaço; logo, a digestibilidade dos 1009 de melaço será: 
33 
2 Avalia,;do tios Alimentos 
100-2
CD "' X 100 = 0,98 OU 98%. 
100 
Este exemplo é somente urna ilustração, muitos detalhes técnicos estão envolvidos e 
não foram considerados aqui. Para maiores detalhes, cf. Lloyd et ai. (1978) ou 
Maynard et ai. ( 1979). 
A digestibilidnde elas frnções de um mesmo alimento varia pouco entre animais dn 
mesma espécie e tipo. Mesmo nssim, existe uma variação, e tais experimentos não 
podem ser conduzidos num único animal. Segundo dados de Lloyd et ai. (1978), os 
desvios padrão para os CD ela matéria seca de diforentcs alimentos são: para 
pessoas, 1 %; ratos, 0,85%; e suínos, 0.5%. 
Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) 
O sistema NDT, desenvolvido há mais de um século e ainda muito usádo nos EUA e 
no Brasil, descreve o valor energético dos alimentos tomando por base a 
digestibilidade de cada fração da análise proximal. Assim, para se detem,inar os 
nutrientes digestívcis totais, como o próprio nome indica, primeiro, é necessária a 
análise proximal do alimento e, segundo, são obtidos os coeficientes ele 
digestibilidade de enda fração, cm experimentos de digestibilidade. Embora pouco 
prático na sua determinação, os sistema NDT é o que mais possui dados do valor 
energético dos alimentos e, por isso. tem sido usado para n estimativa de outros 
sistemas atualmente propostos. 
O sistema originou-se de outro anterior, proposto para o homem, e que tinha como 
princípio que a energia metabolizávcl dns proteínas, carboidratos e gorduras é, 
respectivamente, 4, 4 e 9 kcal/g, para uma dieta típica do povo americano. O sistema 
NDT tomou a igualdade do valor energético da proteína e carboidratos, mas em 
termos de energia digestível, e a do cxlrato etéreo, como sendo 2,25 vezes (9/4 = 
2,25) mais elevado. Tomou tnmbém a fibra bruta como sendo carboidratos e de igual 
valor energético. Como as cinzas não fornecem energia no merabolismo, os nutri­
entes digestfveis totais de qunlquer alimento são determinados pela

Continue navegando