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Introdução à Bromatologia: Componentes Nutricionais dos Alimentos

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Bromatologia e 
Nutrição Animal
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. João Paulo de Farias Ramos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Introdução ao Estudo da Bromatologia 
 
 
• Apresentar os conceitos de Bromatologia e os componentes nutricionais dos alimentos como 
carboidratos, lipídeos, proteínas, minerais e vitaminas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Análise de Alimentos;
• O Que é a Bromatologia?
• Classificação dos Alimentos;
• Características dos Alimentos;
• Análise Qualitativa e Quantitativa;
• Conceito de Componentes Alimentares.
UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Análise de Alimentos
A Análise de Alimentos é uma área muito importante no ensino das Ciências que 
estudam alimentos, pois ela atua em vários segmentos do Controle de Qualidade, do 
Processamento e do Armazenamento dos alimentos processados.
 Muitas vezes, a expressão Análise de Alimentos é substituída por outras expres-
sões como “Química de Alimentos” e Bromatologia, que se consagraram na Literatura 
(BRASIL, 2019).
A Nutrição tem impacto direto nos dois principais fatores de sucesso na produção ani-
mal. São eles: os custos e a produtividade, sendo que a produção animal desenvolve pa-
pel importante no desempenho genético, na sanidade, no manejo e na nutrição (Figura 1). 
Em um Sistema de Produção de leite, a alimentação representa até 2/3 do custo de 
produção. Na produção do gado de corte, por exemplo, ela também tem impacto sig-
nificativo: quanto maior o nível de intensificação, maior a necessidade de uso de recur-
sos como ração. Daí a importância de se fazer uma boa gestão, escolhendo a nutrição 
mais adequada para o Sistema de Produção definido (SALMAN, 2011).
Genética
Produção
Sanidade
Manejo e 
Nutrição
Reprodução
Figura 1 – Ciclo produtivo animal
A Análise de Alimentos determinar um ou mais componentes específicos do alimento, 
como a composição centesimal, por meio da qual se pode conhecer genericamente o 
teor (%) de substâncias ou nutrientes brutos que compõem um alimento, pela análise das 
informações sobre a qualidade da matéria-prima e suas consequências no processo de 
formulação do alimento industrializado que é gerado, como também o esclarecimento 
dos valores nutricionais e calóricos do alimento (CECCHI, 2007). 
Água, proteínas, lipídios, carboidratos, cinzas e fibras são os mais analisados. Em alguns 
casos, faz-se necessária a determinação de componentes individuais nos alimentos como 
alguns metais (principalmente, metais pesados como chumbo e mercúrio), açúcares (como 
a lactose), aminoácidos específicos (fenilalanina e lisina) (Figura 2) (CECCHI, 2007).
8
9
Alimento
Água Matéria Seca
MM Matéria Orgânica
Lipídios
PB
FDA
Fibra Bruta
CNF
Carboidratos
Vitaminas
Lipossolúveis
Hidrossolúveis
Proteína Verdadeira
Proteína não Verdadeira
Micronutrientes
Macronutrientes
Figura 2 – Frações da Composição Bromatólogica dos Alimentos
• Matéria Seca (MS): é a porção do alimento na qual estão todos os nutrientes, descartando 
a  água;
• Proteína Bruta (PB): teor de Nitrogênio x a constante de 6,25;
• Proteína verdadeira: provém de aminoácido;
• Proteína não verdadeira: provém de Ureia;
• Fibra Bruta (FB): corresponde à celulose, à hemicelulose e à lignina da planta;
• Fibra Detergente Neutro (FDN): celulose, hemicelulose e lignina, porém é um indicativo 
melhor que a bruta;
• Fibra Detergente Ácido (FDA): frações de celulose e lignina;
• Matéria Mineral (MM): é o teor total de mineral contido nas silagens ou forragens;
• Extrato Etéreo (EE): teor de óleo da silagem, ou gordura bruta. Composto por C, H, O;
• Carboidratos Não Fibrosos (CNF): na silagem de milho é a fração amido. Corresponde à maior 
parte da energia da silagem;
• Matéria Orgânica (MO): contém 4 grupos de substâncias: carboidratos, lipídeos, proteínas 
e vitaminas;
• Matéria Mineral (MM): contém todos os elementos minerais conhecidos, mas em quan-
tidade e formas variáveis. São macro e microelementos minerais, podendo estar ionizadas 
ou não;
• Vitaminas: são altamente específicas, derivadas dos glicídios, lipídeos, proteínas. Divi-
dem-se em vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e hidrossolúveis (vitaminas do complexo B 
e vitamina C).
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UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
O Que é a Bromatologia?
A Bromatologia é uma Ciência que estuda os alimentos sob o ponto de vista químico, 
físico, biológico e legal, incluindo aspectos econômicos, sociais e culturais.
Sua função é conhecer a composição química dos alimentos (alimentos são a via de 
fornecimento de nutrientes para os animais) e os fatores que alteram a sua composição. 
Estudar os efeitos de processos tecnológicos sobre os alimentos, procurando meios de evitar 
a perda de qualidade ou que possam prejudicar a saúde dos animais (COULTATE, 2004). 
Bromatologia: a palavra deriva do grego (bromatos = dos alimentos e logos = estudo). 
Assim, pode-se conceituar Bromatologia simplesmente como o estudo dos alimentos.
Alimento: é aquilo que os seres vivos comem e bebem para a sua subsistência. O termo de-
riva do latim alimentum e permite referir-se a cada uma das substâncias sólidas ou líquidas 
que nutrem os seres humanos, as plantas ou os animais.
De forma geral, determina a quantidade de nutrientes presentes no alimento (matéria-
-prima, pastagem, ração etc.) e que se obtém da composição química dele, ou seja, a 
determinação das frações nutritivas de um alimento.
Você Sabia?
É por meio dessa Ciência que se estabelecem os métodos de análises e normas capazes 
de detectar fraudes e alterações na composição dos alimentos.
A expressão Nutrição Animal é definida pelo conjunto de processos em que um or-
ganismo vivo digere ou assimila os nutrientes contidos nos alimentos ingeridos, usando-os 
para seu crescimento, manutenção, reparação dos tecidos corporais e produção.
Quando citamos alimentação animal, vários fatores devem ser considerados, como 
as propriedades nutricionais e as matérias-primas usadas para compor o alimento. Para que 
as funções orgânicas dos animais e sua produtividade tenha ótimo desempenho, é neces-
sária uma quantidade mínima de nutrientes essenciais, como proteínas, energia, minerais e 
vitaminas. Em contrapartida, alguns fatores antinutricionais podem prejudicar o desenvolvi-
mento do animal (NUNES, 1998). 
A matéria seca é a mais simples e mais usual das análises bromatológicas. Como o 
próprio nome diz, representa a fração do alimento que não é água e, nesta Ciência, sua 
análise busca a eficácia na produção animal, que é uma importante ferramenta para o 
balanceamento correto da dieta dos animais, com maiores respostas em produção de 
leite, carne, lã ou ovos. O valor nutritivo das plantas forrageiras (Figura 3) é altamente 
influenciado pela composição química, assim como pela digestibilidade e pelo consumo 
do animal (GOMES; OLIVEIRA. 2011).
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11
Figura 3 – Planta palma forrageira usada na alimentação animal
Fonte: Getty Images
De forma geral, a análise de alimentos estabelece a composição química e nutricional 
de um alimento que pode ser observado nos rótulos, obtém dados para o planejamento 
dietético, gera Banco de Dados e validação de Processo, como, por exemplo, na criação 
de Tabelas de composição de alimentos.
Qual a importância da análise de alimentos? Em quais áreas e locais é desenvolvida 
essa análise? 
Segundo Detman (2012), no Quadro 1 a seguir estão as áreas e os locais: 
Quadro 1
Medicina Veterinária
• Balanceamento da dieta;
• Avaliação de matérias-primas, rações e pré-misturas;
• Tabelas nutricionais;
Indústrias
• Controle de qualidade da matéria-prima recebida;
• Análise em todas as etapas do processo e no produto final;
• Melhoramento de produtos já existentes;
Universidades e 
Institutos de Pesquisa
• Pesquisa de nova metodologia analítica;
• Pesquisa de novos produtos;
• Controle de qualidade dos produtos existentes;
Órgãos Governamentais
• Fiscalização de fraudes e controle de qualidadede produtos alimentícios;
• Padronização de novos produtos.
Fonte: Adaptado de DETMAN, 2012
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UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
A composição química dos alimentos é estudada por meio da Bromatologia Química, 
bem como suas características de aptidão para o seu consumo. Contudo, é necessário 
conhecer técnicas e métodos adequados que permitam conhecer a composição cen-
tesimal dos alimentos, como, também, determinar o percentual de umidade, proteínas, 
lipídeos, fibras e carboidratos, que permitam o cálculo do volume calórico do alimento 
(LANA, 2007). 
A análise bromatológica, no contexto da química analítica aplicada, desempenha 
importante papel avaliador da qualidade e da segurança dos alimentos. Em determi-
nados momentos, sua utilização torna-se decisiva para equacionar e resolver proble-
mas de Saúde Pública e também para definir e complementar ações de Vigilância 
Sanitária. Atua, também, como coadjuvante nas Inovações Tecnológicas de alimentos 
(VICENZI, 2013).
Classificação dos Alimentos
Os alimentos são usualmente descritos ou classificados com base na Matéria Seca, 
de forma a poderem ser comparados quanto às suas características nutricionais, custo 
de nutrientes etc.
A Matéria Seca (MS) é a fração do alimento excluída a umidade natural dele. 
A Figura 4 mostra que as formulações de dietas para vacas leiteiras seguem como 
base a Matéria Seca (MS) do alimento. O controle da MS da dieta é fundamental para 
que possamos oferecer sempre uma dieta consistente para as vacas (Figura 4). 
Com isso, é possível determinarmos exatamente a quantidade de nutrientes que o 
animal está recebendo e a quantidade de alimento necessário para a produção de leite 
estimada (LANA, 2007).
Figura 4 – Alimentação de vacas leiteiras
Fonte: Getty Images
12
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Os fatores que influenciam na produção de alimentos e que podem apresentar grande 
variação em sua composição e qualidade são alimentos volumosos que apresentam baixo 
teor energético por unidade de volume, ou seja, possuem Teor de Fibra Bruta (FB) superior 
a 18% na Matéria Seca (MS) e podem ser divididos em secos e úmidos (VICENZI, 2013).
Os mais usados para os bovinos de corte são as pastagens naturais ou artificiais (bra-
quiárias e panicuns, em sua maioria), capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, 
sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado. Entre os menos usados, estão: mi-
lheto, fenos de gramíneas, silagem de girassol, palhadas de culturas etc.
Os fenos e as palhas são classificados como mostra a Figura 5, como volumosos 
secos (inferiores 10%-12% umidade), enquanto os capins verdes, as silagens e a cana-de-
-açúcar são consideradas volumosos úmidos (superiores a 10%-12% umidade). Assim, 
influenciam diretamente na qualidade das sementes, plantio, manejo da cultura, colheita 
e outros fatores e podem, ainda, ser decisivos nos níveis de PB (Proteína Bruta), CF 
(Carboidrato Fibroso), CNF (Carboidrato Não Fibroso) e outros componentes e fatores 
nutritivos (SILVA, 2002).
Alimentos
Vitaminas
Minerais
Aditivos
Concentrados
Volumosos Secos
úmidos
Energéticos
Proteicos
Figura 5 – Classifi cação dos alimentos a partir de 
resultados das análises químico bromatológicas
Fonte: Adaptada de ANDRIGUETO et al., 1982
Os alimentos concentrados são aqueles com alto teor de energia e divididos em ener-
géticos e proteicos. Os minerais, geralmente, são usados na alimentação animal: fosfato 
bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio etc. 
As vitaminas são substâncias orgânicas especiais, que atuam frequentemente como 
coenzimas, ativando numerosas enzimas importantes para o metabolismo dos seres 
vivos. São indispensáveis ao bom funcionamento orgânico. Agem em quantidades 
mínimas e se distinguem das demais substâncias orgânicas porque não são fontes de 
energia e não desempenham função estrutural. Classificam-se da seguinte maneira: 
lipossolúveis e hidrossolúveis (CAPPELLE et al., 2005).
Os aditivos são substâncias adicionadas ao alimento para conservar, intensificar ou 
modificar suas propriedades nutritivas sem prejudicá-las, como por exemplo, antibióti-
cos, conservantes, hormônios, antioxidantes, corante, flavorizante, ionóforo, probióticos 
e outros (TEIXEIRA, 1998; MELLO, 1999).
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UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Você Sabia?
Principais alimentos utilizados na alimentação animal
Podem ser considerados alimentos concentrados energéticos:
• Grãos de cereais: milho, sorgo, arroz, trigo, aveia e cevada, entre outros;
• Coprodutos dos grãos (subprodutos);
• Raízes e tubérculos: mandioca e batata;
• Subprodutos da indústria: polpa cítrica e melaço: 
• Gorduras e óleos;
• Casca de soja e casca de café;
Podem ser considerados alimentos proteicos: 
• Origem vegetal (leguminosas): algodão, soja, amendoim, coco, girassol, etc.;
• Origem animal: farinha de carne, sangue, penas, vísceras etc.
Os principais concentrados energéticos utilizados na alimentação animal são: aveia, casca 
de soja, farelo de arroz, farelo de trigo, polpa cítrica, sorgo, milho e seus subprodutos, 
mandioca e seus subprodutos, melaço e milheto. Os principais concentrados proteicos 
utilizados na alimentação animal são: farelo de soja, farelo de algodão, farelo de canola, 
farelo de girassol, farelo de amendoim, grão de soja, caroço de algodão, farinha de peixe, 
farinha de carne e ossos, leveduras etc.
Características dos Alimentos
Para entender o estudo dos alimentos, algumas características devem ser conhecidas e 
memorizadas, como sua distribuição, produção e Mercado, características químicas, físicas 
e sensoriais e definições nutricionais alimentares como também a Legislação vigente.
A classificação da análise de alimentos é dividida em três etapas, segundo Gomes e 
Oliveira (2011): 
1. O Controle de qualidade de rotina que é utilizado na checagem da matéria-prima 
que chega e quando o produto sai de uma indústria, além de controlar os diver-
sos estágios do processamento, na maioria das vezes, utiliza métodos instru-
mentais que são bem mais rápidos que os convencionais;
2. Fiscalização que verifica o cumprimento da Legislação, por meio de métodos 
analíticos precisos e exatos e oficiais por meio de órgãos como ANVISA, 
MAPA e INMETRO;
3. Pesquisa que desenvolve ou adapta métodos analíticos exatos, precisos, sensí-
veis, rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação de um dado 
componente do alimento.
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento) e INMETRO (Instituto Nacional de Meteorologia, Qualidade e Tecnologia).
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Análise Qualitativa e Quantitativa
A análise química qualitativa mostra a presença ou a ausência dos componentes já 
determinados (Tabela 1), não levando em consideração a massa ou a concentração dele 
na amostra, ou seja, os resultados finais apresentam laudos positivo/negativo ou reagen-
te/não reagente (HARRIS, 2012). 
Quanto à análise química quantitativa, é verificado o teor (massa/concentração) do 
componente que está sendo determinado. Assim, esse tipo de análise sempre terá como 
resultado um valor numérico seguido de uma unidade de volume, de massa ou de con-
centração (HARRIS, 2012).
Tabela 1 – Principais técnicas analíticas de importância na análise de alimentos
Tipo de Análise Nome da Técnica Objetivo
Qualitativa
Prova de Éber Determinar a presença degás sulfídrico na amostra
Corantes artificiais orgânicos 
por cromatografia ascendente 
em papel
Verificar/identificar os corantes 
artificiais presentes na amostra
Glicídios por cromatografia
descendente em papel
Identificar os açúcares 
presentes na amostra
Reação de Lugol Identificar a presença de amido e dextrina na amostra
Quantitativa
Extrato etéreo Determinar a concentração de gorduras totais na amostra
Perda por dessecação 
(umidade)
Determinar a concentração
de água na amostra
Determinação de protídeos 
pelo Método de Kjeldahl
Determinar a concentração de 
proteínaspresente na Amostra
Glicídios redutores em glicose
Determinar a concentração de 
açúcares redutores (glicose, 
frutose, manose, galactose, 
lactose) na amostra
Como conhecimento, ao realizar a análise bromatológica quantitativa, é necessário ex-
pressar os resultados obtidos de forma numérica. Normalmente, é necessária, além da 
média, outros indicadores, como o desvio padrão e do “n”, que serão úteis para a posterior 
interpretação dos resultados obtidos. A Média Aritmética é representada pela soma das 
várias determinações individuais do analito, realizadas na mesma amostra sob as mesmas 
condições, dividida pelo número de determinações. Ela fornecerá o valor numérico central 
dos resultados. O desvio padrão é calculado também a partir dos valores das várias deter-
minações individuais do analito, realizadas na mesma amostra sob as mesmas condições. 
Ele fornecerá indicação da variabilidade (dispersão) dos resultados individuais em torno da 
média (aritmética). 
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UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Conceito de Componentes Alimentares
Os carboidratos, lipídeos e proteínas são macronutrientes presentes nos alimentos 
para o fornecimento de calorias/energia. A energia é utilizada para as funções vitais do 
organismo: respiração, circulação, síntese proteica, renovação celular e trabalho físico.
É necessário conhecer a composição química dos alimentos para melhor avaliá-los 
em seu potencial em nutrientes. Posterior a conhecer a avaliação, seguirá o aspecto 
biológico, isto é, do ponto de vista de sua utilização pelo animal, como seriam a diges-
tibilidade, a absorção e o metabolismo intermediário, bem como a inter-relação entre 
nutrientes. Continuando o estudo dos componentes químicos dos alimentos, vamos veri-
ficar que, na matéria orgânica deles, encontramos quatro grupos de substâncias diferen-
ciadas por suas propriedades químicas, físico-químicas e biológicas que são: os glicídios 
ou carboidratos, os lipídios, as proteínas e as vitaminas (Figura 6). 
Então, vamos conhecer seus conceitos, funções e exemplos (BACKER; 
SANCHEZ, 2000).
Alimento
Matéria seca
Material mineral Macro
Micro
Matéria
orgânicaÁgua
Carboidratos
Lipídeos
Proteínas
Vitaminas
Figura 6 – Composição química dos alimentos
Proteínas
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas, 
portanto, são essenciais à vida de todo animal. As proteínas são constituídas de carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Muitas encerram enxofre, e algumas, ferro e fósforo. 
Podem apresentar, também, outros componentes como cobre, cálcio e magnésio. 
As proteínas mais comuns em alimentos estão a seguir, no quadro abaixo:
Quadro 2 – Principais proteínas encontradas nos alimentos
Milho Zeina, zeanina, maizina, globulina, proteose;
Trigo Gliadina, glutenina, globulina, leocosina, proteose;
Arroz Orizeina; globulina;
Aveia Avenalina, gluenina, prolamina;
Ervilha Legumilina, legumina, vicilina, proteose;
16
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Cevada Hordeina, hordemina, leocosina, edestina, proteose;
Centeio Gliadina, secalinina, edestina, proteose, leucosina;
Feijão Faseolina, fasilina;
Leite Caseína, lactaabumina, globulina ;
Carne Miogenio, micalbumina, miosina, globulina ;
Sangue Albuminas, globulinas, fibrinogênio, hemoglobina;
Ovos Avovitelina, ovolivetina, ovalbumina, ovoqueratina.
A proteína desenvolve várias funções. Dentre elas: Estrutural, na formação dos te-
cidos; Fonte de energia, atuam como fonte de energia quando em excesso, ou falta de 
carboidratos e gordura, que são o material combustível do organismo. Regulação do 
metabolismo, Mecanismo de defesa, na formação de anticorpos imunoglobulinas e Ge-
nética, formando nucleoproteínas e Transporte de hemoglobina, mioglobina e globulina 
(BERCHIELLI et al., 2011).
Carboidratos
Outro componente alimentar importante é o carboidrato. Alguns deles (açúcar e amido) 
são os principais elementos da dieta em muitas partes do mundo e, na dieta animal, a 
principal função é ser fonte de energia. 
Segundo Van Soest, os carboidratos são os principais constituintes das plantas forrageiras:
Correspondendo de 50 a 80% da MS das forrageiras e cereais. As carac-
terísticas nutritivas dos carboidratos das forrageiras dependem dos açú-
cares que os compõem, das ligações entre eles estabelecidas e de outros 
fatores de natureza físico-química. Assim, os carboidratos das plantas po-
dem ser agrupados em duas grandes categorias conforme a sua menor ou 
maior degradabilidade, em estruturais e não estruturais, respectivamente. 
(VAN SOEST, 1994, p. 115)
Os carboidratos podem ser classificados de diversas formas: pelas unidades de monô-
meros de formação, que os divide em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e 
polissacarídeos, pela função que exercem no tecido da planta, categorizados em: carboi-
dratos estruturais e não estruturais, ou do ponto de vista nutricional, que os classifica em: 
carboidratos fibrosos e não fibrosos (HALL, 2014).
Os carboidratos não estruturais são encontrados no conteúdo celular, tais como os mais 
simples, como glicose e frutose, e os carboidratos de reserva das plantas, como o amido, a 
sacarose e as frutosanas. Já os carboidratos estruturais são aqueles encontrados, normal-
mente, constituindo a parede celular, representados pela pectina, hemicelulose e celulose, 
que são normalmente os mais importantes na determinação da qualidade nutritiva das 
forragens (HALL, 2014).
17
UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Carboidratos não estruturais são classificados como solúveis em água (incluindo mo-
nossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e algum polissacarídeo) e polissacarídeos 
maiores que são insolúveis em água. Carboidratos não estruturais solúveis em água, como 
açúcares (glicose e frutose) e dissacarídeos (sacarose e lactose) são rapidamente fermen-
tados no rúmen e inclui uma fração significante de alguns alimentos usados na dieta dos 
ruminantes (melaço, polpa de beterraba, soro de leite etc. (BERCHIELLI et al., 2011).
Os carboidratos fibrosos auxiliam na manutenção das condições de pH ruminal, por esti-
mularem a ruminação e uma maior produção de saliva. Já os carboidratos não fibrosos apre-
sentam alta taxa de fermentação, levando ao abaixamento do pH ruminal, influenciando o 
desenvolvimento da flora ruminal. Esses tipos de carboidratos influenciam na formulação da 
dieta. Os carboidratos fibrosos estão presentes em maior quantidade nas plantas forrageiras, 
sendo o principal componente da dieta dos ruminantes (BACKES; et al., 2000).
Lipídeos
Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir de ácidos graxos e álcool que 
desempenham importantes funções no organismo dos animais. Os ácidos graxos são 
os lipídios mais conhecidos. Deles derivam os óleos e as gorduras e eles são derivados de 
hidrocarbonetos. São ácidos carboxílicos. A utilização de lipídios na dieta de ruminantes 
pode contribuir positivamente com a produção animal, aumentando energeticamente 
a qualidade da dieta e a eficiência dos animais que depositam grande quantidade de 
gordura em seus produtos. Com a suplementação lipídica, há o aumento da capacidade 
de absorção de vitaminas lipossolúveis e o fornecimento de ácidos graxos essenciais 
importantes para membranas de tecidos (PALMQUIST; MATTOS, 2006).
Minerais e Vitaminas 
Os minerais são indispensáveis para o organismo animal, são classificados, de acordo 
com sua necessidade, em macroelementos e microelementos. Os macroelementos são 
exigidos pelo organismo animal em maior quantidade, enquanto os microelementos são 
exigidos em menor quantidade. Dentre os macroelementos, estão o Cálcio (Ca), o Fós-
foro (P), o Potássio (K), o Magnésio (Mg), o Sódio (Na), o Cloro (Cl) e o Enxofre (S). E os 
microelementos são o Ferro (Fe), o Cobre (Cu), o Cobalto (Co), o Iodo (I), o Manganês 
(Mn), o Zinco (Zn), o Selênio (Se), o Molibdênio (Mo) e o Flúor (F) (ELIAS, 2014).
No meio nutricional, no que diz respeito aos animais, os minerais ditos essenciais 
sãoaqueles que têm a função biológica conhecida e os não essenciais são aqueles com 
função biológica parcial ou totalmente não conhecida. 
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Entenda a importância dos carboidratos na nutrição animal
https://youtu.be/A04fst8H8j4
Entenda a importância da proteína na nutrição animal
https://youtu.be/HEVjnGWtb10
 Leitura
Avaliação químico-bromatológica de alimentos produzidos em terras baixas para nutrição animal
Capítulo 1. 
https://bit.ly/3i6vd48
 Tecnologia dos alimentos
MELLO, F. R. de. Nutrição. 2. Alimentos – Qualidade. I. II. Tecnologia dos alimentos. p. 
13-8. Porto Alegre. SAGAH. 2018.
19
UNIDADE Introdução ao Estudo da Bromatologia 
Referências
ALMEIDA, R. Consumo e eficiência alimentar de bovinos em crescimento. 2005. 
181p. Tese (Doutorado em Agronomia com Área de Concentração em Ciência Animal 
e Pastagens) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/Universidade de São 
Paulo. Piracicaba, 2005. 
ANDRIGUETTO, J. M. et al. Nutrição animal: as bases e os fundamentos da nutrição 
animal – Os Alimentos. São Paulo: Nobel, 1982. v. 1. 395p.
BACKES, A. A. et al. Determinação das frações de proteína e carboidratos de alguns 
alimentos conforme método de CNCPS. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRA-
SILEIRA DE ZOOTECNIA, 2000, Viçosa. Anais [...] Viçosa: SBZ, 2000. p. 913-5.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 3.ed.rev. 
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