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DESCRIÇÃO
A evolução do conhecimento e sua gestão dentro do contexto organizacional.
PROPÓSITO
Explicar a gestão do conhecimento – processo indispensável para o sucesso de qualquer organização,
especialmente diante da grande quantidade de informação disponível atualmente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as noções de inovação, invenção, destruição criativa e ciclos econômicos
MÓDULO 2
Descrever a evolução do conhecimento
MÓDULO 3
Descrever o conhecimento organizacional considerando os conceitos de dado, informação e
conhecimento
MÓDULO 4
Compreender como aplicar a Gestão do Conhecimento por meio do entendimento das práticas,
ferramentas e modelos de maturidade de gestão do conhecimento
INTRODUÇÃO
Pense no mundo do século XXI. De uma hora para outra, nosso cotidiano foi transformado pela maior
pandemia em 100 anos de história. Cientistas, empresas e governos imediatamente se colocaram em
busca de remédios e vacinas, usando as mais diversas técnicas, com graus variados de sucesso a cada
etapa.
Reflita sobre o desafio gigante de articular o grande fluxo de informação que essas iniciativas geram:
Cada um desses agentes precisa tomar sua decisão com base na informação disponível, pois
não queremos repetir experimentos já fracassados ou apenas repetir o que já está sendo feito em
outro lugar, se podemos buscar alternativas promissoras. Ao mesmo tempo, é humanamente
impossível acompanhar o desenvolvimento de todas essas iniciativas.
Neste momento, talvez, você esteja pensando que, às vezes, não sabe onde guardou os comprovantes
do Imposto de Renda para sua declaração anual ou que precisa comprar um computador para que seu
trabalho seja mais produtivo, mas tem dificuldade de comparar diversas marcas e configurações para
tomar a decisão de compra.
As empresas têm o mesmo tipo de dificuldade. Armazenar e gerar conhecimento estão entre os grandes
desafios da sociedade moderna. Temos à nossa disposição um grande volume de informação, mas o
que fazer com tudo isso? Neste tema, estudaremos algumas ferramentas para responder a essa
questão.
MÓDULO 1
 Reconhecer as noções de inovação, invenção, destruição criativa e ciclos econômicos
 
Imagem: Shutterstock.com
LIGANDO OS PONTOS
INOVAÇÕES DISRUPTIVAS E INCREMENTAIS
As empresas são responsáveis por boa parte das inovações que impactam substancialmente as
atividades econômicas. Mas como gerenciar essas inovações dentro das empresas? Para entender
melhor como isso acontece na prática, vamos analisar o caso da Xerox.
A Xerox Holdings Corporation é uma empresa que está no mercado há mais 100 anos, vendendo
produtos e serviços de impressão, e hoje atua em mais de 160 países do mundo. A empresa criou o
Xerox PARC (Xerox Palo Alto Research Center), um departamento que serviu de incubadora para
diversas inovações tecnológicas, incluindo o mouse, as impressoras a laser e o computador pessoal.
Essas inovações, entre outras, impulsionaram um crescimento econômico no final do século passado.
Esse departamento teve tanto destaque que mais tarde se tornou uma empresa separada, a PARC.
Ser uma empresa desse tamanho também gera alguns desafios de retenção e disseminação de
conhecimento. No caso da Xerox, um grande problema era a dificuldade de comunicação e
compartilhamento de informações entre as áreas de engenharia de serviço e atendimento a clientes.
 
foto: Lutsenko_Oleksandr / Shutterstock.com
Na empresa, os engenheiros de serviço são os responsáveis por criar soluções para a manutenção das
máquinas que já estão no mercado. Até a década de 1990, os engenheiros dessa área criavam diversas
soluções de manutenção efetivas e de baixo custo, que não chegavam aos clientes. Isso acontecia
porque as soluções não estavam em nenhum manual, documentação de produto ou em nenhuma
comunicação que chegasse aos vendedores. Com isso, só quem tinha contato com os engenheiros nos
Estado Unidos podia ter essas informações. Pensando que a Xerox é uma empresa global, com mais de
24 mil vendedores, podemos concluir que pouquíssimas pessoas dentro de uma equipe de vendas
tinham acesso a essa informação.
Para resolver esse problema, a Xerox iniciou uma prática de criação de memória organizacional entre
seus engenheiros, criando um repositório de conhecimento organizacional chamado Eureka. Dentro
desse sistema de Gestão do Conhecimento os engenheiros podiam compartilhar suas inovações
incrementais dentro da empresa. Além disso, o sistema permitia que engenheiros colocassem seu nome
nos projetos, o que aumentava sua reputação na empresa e estimulava outros a colaborar, criando
assim uma cultura organizacional de compartilhamento de informações e melhores práticas.
Como resultado, em 20 anos, a memória organizacional reunida no sistema Eureka evitou a
implementação de mais de 300.000 serviços desnecessários, gerando uma economia de mais de 100
milhões de dólares.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos. Vamos ligar esses pontos?
1) QUAL DECISÃO DA XEROX INCENTIVOU GRANDES INOVAÇÕES DENTRO DA
EMPRESA?
A) Contratar mais de 24 mil vendedores.
B) Criação da Xerox Palo Alto Research Center.
C) Adoção do Sistema Eureka.
D) Uso da fotocópia.
E) Atuar em mais de 160 países.
2) QUAIS OS FATORES QUE LEVARAM AO DESENVOLVIMENTO DE UMA
POLÍTICA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NA XEROX?
A) Necessidade de organização de informações e problemas financeiros.
B) Dificuldade de comunicação e necessidade de compartilhamento de informações.
C) Problemas financeiros e necessidade de compartilhamento de informações.
D) Necessidade de organização de informações e necessidade de compartilhamento de informações.
E) Problemas financeiros e dificuldade de comunicação.
GABARITO
1) Qual decisão da Xerox incentivou grandes inovações dentro da empresa?
A alternativa "B " está correta.
O Xerox Palo Alto Research Center serviu de incubadora para a criação de produtos para atender a
empresa e foi berço de diversas inovações importantes no final do século XIX. O Sistema Eureka
incentivou inovações incrementais entre seus engenheiros.
2) Quais os fatores que levaram ao desenvolvimento de uma política de Gestão do Conhecimento
na Xerox?
A alternativa "B " está correta.
A Gestão do Conhecimento da empresa respondeu a problemas objetivos: havia informação relevante
em determinados setores, mas essa informação não chegava aonde precisava porque a comunicação
era difícil.
3) POR QUE A CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO EUREKA FOI IMPORTANTE PARA OS
RESULTADOS DA XEROX?
RESPOSTA
PROCESSO DE INOVAÇÃO
A inovação é um processo constante em nossas vidas. A todo o momento, surgem novos produtos e
novas tecnologias que modificam completamente a forma como realizamos atividades cotidianas.
Por exemplo, a introdução dos telefones no mercado afetou dramaticamente a forma como nos
comunicamos uns com os outros. Se, antes, a comunicação era mais difícil e esporádica, os telefones
serviram para encurtar barreiras e conectar pessoas.
Seguindo um caminho similar, o surgimento dos celulares permitiu que muitas pessoas se
comunicassem mesmo fora de suas residências ou local de trabalho. Já a evolução da Internet trouxe
uma série de transformações para esse aparelho, que, apesar de inovador, cumpria apenas a função da
comunicação.
De fato, enquanto no passado os celulares serviam basicamente para breves ligações e trocas de
mensagens, hoje podemos realizar uma série de atividades com ele. Socializamos em redes sociais,
trocamos e-mails de trabalho, solicitamos transporte via aplicativos e até pedimos comida pelo celular.
Embora você possa já ter se dado conta de como a introdução de novos produtos e novas tecnologias
afeta nossas vidas, talvez não tenha parado para refletir sobre como esse fenômeno influencia a
atividade comercial como um todo.
Neste módulo, abordaremos os conceitos fundamentais vinculados ao processo de inovação e
entenderemos como esses conceitos se relacionam com os ciclos econômicos segundo aabordagem
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schumpeteriana.
 
Imagem: Shutterstock.com
VISÃO SCHUMPETERIANA DE INOVAÇÃO
Como o processo de inovação apresenta importantes consequências para a atividade econômica, o
tema foi objeto de estudo de diversas escolas de pensamento ao longo dos últimos séculos.
Entre os principais expoentes do tema está o economista Joseph Schumpeter, que difundiu o conceito
de destruição criativa e trouxe um caráter mais dinâmico e menos estático para as teorias sobre o
desenvolvimento econômico. Portanto, embora haja múltiplas visões de como a inovação ocorre e afeta
a atividade econômica, focamos, aqui, na visão schumpeteriana desse processo.
O avanço tecnológico é um processo que permeia boa parte da história da humanidade. Desde a
invenção de máquinas mais primitivas para a confecção de produtos diversos, passando pela invenção
dos carros e aviões, até chegarmos à recente invenção de celulares de última geração, o avanço
tecnológico possibilitou a implementação de atividades econômicas que afetaram dramaticamente não
só costumes sociais como também setores comerciais.
Aqui, cabe uma importante distinção. Embora os termos invenção e inovação possam comumente ser
usados como sinônimos em nosso cotidiano, há uma relevante diferença entre eles.
A invenção é a criação de algo que pode vir a ter ou não relevância econômica e é entendida como
inovação somente após ser transformada em uma mercadoria que possa ser explorada
economicamente. Como fica claro a partir dessa definição, a inovação é, portanto, uma invenção que,
por gerar valor para as empresas ou para a sociedade, foi aceita pelo mercado consumidor.
JOSEPH SCHUMPETER (1883-1950)
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“Economista austríaco, cuja obra global teve como principal linha de orientação o estudo do
sistema capitalista de organização da sociedade.”
 
Foto: Instituto de Economia da Universidade de Friburgo (Brisgóvia, Alemanha)/Wikimedia
Commons/licença (CC BY-SA 3.0).
Fonte: Infopédia - Dicionários Porto Editora
 EXEMPLO
As telas sensíveis ao toque, por exemplo, foram criadas durante a década de 1960, mas não eram muito
utilizadas pelo mercado nessa época. Em outras palavras, eram uma invenção por se tratar de algo
novo até então, mas não uma inovação, por não gerarem valor para os consumidores. Foi apenas na
década de 1980 que as telas sensíveis ao toque começaram a ser mais difundidas, tornando-se,
portanto, uma inovação.
A inovação pode, ainda, ser dividida em:
INOVAÇÃO RADICAL OU DISRUPTIVA
INOVAÇÃO INCREMENTAL
INOVAÇÃO RADICAL OU DISRUPTIVA
Refere-se à introdução de um produto, processo ou sistema inteiramente novo. Esse tipo de inovação
está muito relacionado com a ruptura dos paradigmas tradicionais de um mercado específico.
Por exemplo, a introdução dos iPhones no mercado representam um tipo de inovação radical, já que
estes aparelhos foram pioneiros em sua forma de conectar celulares com a Internet e o mundo dos
aplicativos.
INOVAÇÃO INCREMENTAL
Refere-se à introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto ou processo. O lançamento anual
de um novo modelo de iPhone, com avanços marginais na qualidade da câmera e do sistema de
processamento, pode ser entendido como uma inovação incremental.
Independentemente dessas diferenças entre inovação incremental ou radical/disruptiva:
O ponto fundamental para que haja progresso econômico é a difusão da nova tecnologia.
Somente ao atingir um grupo relevante de consumidores, as novas tecnologias passam a ter um efeito
econômico significativo. Assim, antigas tecnologias vão sendo sucessivamente substituídas por novas,
dando início a um processo entendido como destruição criativa (ou criadora).
 
Foto: Shutterstock.com
DESTRUIÇÃO CRIATIVA
De acordo com Schumpeter, o que é destruição criativa?
A destruição criativa reflete o processo de transformação que revoluciona a estrutura econômica a
partir de dentro, destruindo incessantemente o antigo e criando elementos novos.
O processo de destruição criativa pode ocorrer:
 EXEMPLOS
Por meio da introdução de um novo produto no mercado, da descoberta de um novo método de
produção de um produto já existente ou até mesmo de mudanças na estrutura de mercado, como a
quebra de um monopólio ou oligopólio.
Todos esses exemplos citados são motivados pelo aumento do lucro do agente econômico em questão.
A introdução de uma inovação no sistema econômico é chamada por Schumpeter de ato
empreendedor, realizada pelo empresário empreendedor, visando à obtenção de lucro, que, segundo
o autor, é o motor de toda a atividade empreendedora. Quando fala de lucro, Schumpeter não se refere
à remuneração usual do capital investido, mas ao lucro extraordinário.
LUCRO EXTRAORDINÁRIO
Lucro acima da média do mercado, que engendraria novos investimentos e a transferência de
capitais entre os diferentes setores da economia – dos menos rentáveis para os mais rentáveis.
A destruição criativa é a força propulsora do desenvolvimento econômico capitalista.
É por meio da destruição criativa que o fluxo de capital circula entre as diferentes atividades produtivas e
os distintos setores de produção ao longo do tempo. Este é um processo dinâmico e, muitas vezes,
inesperado, que gera os chamados ciclos econômicos.
CICLOS ECONÔMICOS – ONDAS DE INOVAÇÃO
VOCÊ SABE A QUE SE REFERE O CONCEITO DE
CICLO ECONÔMICO?
RESPOSTA
RESPOSTA
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Refere-se às flutuações da atividade econômica no curto prazo, que podem tanto ser positivas
(ciclos de expansão) quanto negativas (ciclos de retração).
Até o surgimento da principal obra de Schumpeter (1911), as descontinuidades cíclicas na economia
eram frequentemente consideradas perturbações passageiras, decorrentes, por exemplo, de colheitas
frustradas ou subconsumo por parte da população. A ideia implícita nessas justificativas para os ciclos
econômicos é a de que a economia tende a um equilíbrio, somente se desviando dele em função de
choques externos.
Contudo, de acordo com Schumpeter (1942): “capitalismo estabilizado é uma contradição em termos”.
Portanto, contrariamente à visão mais estática do capitalismo, o autor vê os ciclos econômicos e a
instabilidade que trazem consigo como inerentes ao progresso econômico. Os ciclos de expansão e
retração são atribuídos ao processo de inovação, que provoca importantes fricções no sistema
econômico como um todo.
Mas como exatamente ocorre esse processo?
Vamos usar a abordagem de Oliveira (2014) para explicar esse fenômeno com mais detalhes:
 
Imagem: Shutterstock.com
Primeiramente, em um suposto estado de equilíbrio, as inovações provocam importantes deslocamentos
dos investimentos de determinada atividade ou determinado setor produtivo para outro. Isso ocorre
porque as inovações não acontecem de forma progressiva e igualmente distribuída entre os diferentes
setores. Se este fosse o caso, todo o processo ocorreria de forma mais gradual, e os deslocamentos de
recursos entre os diversos setores seriam amenizados.
 
Imagem: Shutterstock.com
Com a inovação, alguns setores se tornam temporariamente mais atraentes que outros, e os
investimentos fluem em direção a esses setores, buscando oportunidades de lucro superiores àquelas
encontradas anteriormente no mercado. Nesse processo, é imprescindível a captação de recursos
financeiros pelo chamado empresário inovador. Os pioneiros nesse processo de investimento e
inovação passam a obter lucros extraordinários em seus setores de atuação, e um clima de expansão se
instaura.
 
Imagem: Shutterstock.com
No entanto, esse influxo inicial de investimentos alavancados pelo aumento da demanda por crédito
acelera a atividade econômica e causa uma pressão inflacionária. Nesse contexto de expansão
econômica e pressão dos preços, também começa a haver um movimento ascendente das taxas de
juros. Combinado a isso, as empresas que ficaram para trás no processo de inovação passam a investir
em inovação e se adaptar ao novo cenário,a fim de não perderem mercado.
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Imagem: Shutterstock.com
Com isso, os lucros extraordinários derivados da inovação passam a ser progressivamente reduzidos, à
medida que a nova tecnologia passa a ser mais difundida. Quando esses processos amadurecem, a
ampliação da oferta a um preço reduzido anuncia o início de um processo de retração econômica.
MOVIMENTO ASCENDENTE
As taxas de juros sobem quando a economia está em um ritmo acelerado, além da capacidade de
produção, o que provoca pressão inflacionária. O aumento dos juros diminui esse ritmo.
O novo ponto de equilíbrio alcançado se situa em um patamar superior àquele observado antes
de a inovação ser introduzida no mercado. Esse fluxo de propagações econômicas ajuda a
explicar a importância da destruição criativa para o progresso e coloca os ciclos de expansão e
retração como parte inerente do capitalismo.
A maior contribuição de Schumpeter frente a outras escolas de pensamento foi o tratamento da
inovação como componente intrínseco do capitalismo e dos ciclos econômicos.
UM POUCO SOBRE A VIDA E A OBRA DE
SCHUMPETER
Neste vídeo, vamos falar um pouco mais sobre Schumpeter, um dos principais economistas da história.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO PODE SER UMA CARACTERÍSTICA DE
INOVAÇÃO INCREMENTAL:
A) Avanço contínuo.
B) Criação de novos mercados.
C) Inovações criadas por meio das estruturas e decisões organizacionais normais.
D) Melhorias tecnológicas.
E) Melhorias em produtos.
2. O TERMO QUE DESCREVE UM PRODUTO OU SERVIÇO QUE TRAZ
ELEMENTOS NOVOS, MAS QUE NÃO NECESSARIAMENTE POSSUI
VIABILIDADE ECONÔMICA, É:
A) Inovação
B) Réplica
C) Invenção
D) Obra
E) Inspiração
GABARITO
1. Assinale a alternativa que não pode ser uma característica de inovação incremental:
A alternativa "B " está correta.
A inovação incremental é aquela marcada por avanços contínuos e progressivos. Portanto, inovações
mais disruptivas, como a criação de novos mercados, não se enquadram na definição do termo.
2. O termo que descreve um produto ou serviço que traz elementos novos, mas que não
necessariamente possui viabilidade econômica, é:
A alternativa "C " está correta.
A invenção é algo novo – um produto, serviço ou processo produtivo –, mas que não necessariamente
tem valor econômico. Só depois de ser adotada pelo mercado, ela se transforma em inovação.
MÓDULO 2
 Descrever a evolução do conhecimento
 
Imagem: Shutterstock.com
LIGANDO OS PONTOS
EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO NO SETOR DE
ÓLEO E GÁS
O que leva uma organização a investir em Gestão do Conhecimento e quais são seus impactos? Para
entender melhor isso, vamos analisar como essa gestão foi importante para a indústria global de óleo e
gás. O setor de óleo e gás é um dos que mais investe em Gestão do Conhecimento, focando essa
prática desde o início dos anos 2000. E por que a indústria de óleo e gás investe tanto na Gestão do
Conhecimento?
Tudo tem a ver com uma crise de mão de obra sofrida pelo setor desde o fim dos anos 1990. Durante o
boom do petróleo, nos anos 1970 e 1980, o setor cresceu rapidamente e contratou muitos profissionais
especializados. O fim dos anos 1980 e grande parte dos anos 1990 foram marcados por uma crise, que
retraiu investimentos e contratações. No fim da década de 1990, o setor passou por uma retomada de
investimentos, num momento em que grande parte dos seus quadros estava prestes a se aposentar.
Diante desse cenário, as empresas se depararam com a seguinte questão: como transferir rapidamente
o conhecimento dos profissionais que estavam prestes a se aposentar?
 
foto: Arild Lilleboe / Shutterstock.com
A solução para o problema foi a implementação de programas de Gestão do Conhecimento, que tiveram
como objetivo não só transferir conhecimento dentro da organização, mas também compartilhar
melhores práticas entre as empresas do setor. Para isso, as empresas investiram na criação de
repositórios e espaços de debate on-line, de forma a permitir compartilhamento global de informações
entre profissionais das diferentes áreas do negócio.
A indústria de óleo e gás é extremamente técnica, tendo negócios padronizados ao redor do mundo.
Com isso, diferentemente de outros setores que utilizam ferramentas voltadas apenas para seus
públicos internos, clientes e fornecedores, o setor de óleo e gás não só foca práticas e ferramentas para
seus públicos internos, como também tem constantes ações de troca de melhores práticas entre
empresas, criando uma grande comunidade de saber na área.
Como resultado, os investimentos na Gestão do Conhecimento permitiram inovações, redução de custos
e de erros, levando ao aumento da eficiência e produtividade, além da criação de metas mais claras.
Além disso, segundo a Knoco, uma consultoria internacional especializada em implementação e
desenvolvimento da Gestão do Conhecimento com mais de 20 anos de atuação, as empresas no
segmento de óleo e gás estão entre as de maior maturidade na Gestão do Conhecimento. As empresas
desse setor foram capazes de criar uma cultura que engaja toda a organização, uso de práticas
variadas, além de desenvolvimento de diversas ferramentas próprias, voltadas tanto para
compartilhamento de informação com funcionários, clientes e fornecedores, mas também com
profissionais de empresas concorrentes.
A Gestão do Conhecimento é algo tão central no segmento de óleo e gás que Chris Collinson, consultor
da área, aponta os repositórios de dados como as reservas mais importantes do setor.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos. Vamos ligar esses pontos?
1) O QUE LEVOU AO INVESTIMENTO NA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS
EMPRESAS DO SEGMENTO DE ÓLEO E GÁS?
A) Os Choques do Petróleo dos anos 1970 e 1980.
B) Uma crise de mão de obra que foi iniciada nos anos 1990.
C) A retomada de investimentos no fim da década de 1990.
D) O boom do petróleo nos anos 1970 e 1980.
E) A criação de uma Comunidade de Conhecimento nos anos 2000.
2) DENTRE AS OPÇÕES ABAIXO, QUAL NÃO FOI APONTADA NO TEXTO COMO
UM DOS RESULTADOS DIRETOS DA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO NO SETOR DE ÓLEO E GÁS?
A) Inovação.
B) Redução de custos e erros.
C) Aumento da eficiência e produtividade.
D) Aumento do valor de mercado.
E) Criação de metas mais claras.
GABARITO
1) O que levou ao investimento na Gestão do Conhecimento nas empresas do segmento de óleo
e gás?
A alternativa "B " está correta.
O boom do petróleo dos anos 1970 e 1980 levou à contratação de muitos profissionais especializados.
Na década de 1990, boa parte desses profissionais ia se aposentar, gerando uma crise na mão de obra
do setor. A necessidade de reter o conhecimento desses funcionários que estavam prestes a se
aposentar fez com que as empresas de petróleo e gás investissem na gestão do conhecimento.
2) Dentre as opções abaixo, qual não foi apontada no texto como um dos resultados diretos da
implantação da Gestão do Conhecimento no setor de óleo e gás?
A alternativa "D " está correta.
Nas empresas de petróleo e gás, o investimento em gestão do conhecimento possibilitou a inovação, a
redução de custos e erros, o aumento da eficiência e da produtividade e a criação de metas mais claras.
Todos esses fatores contribuem para o aumento do valor de mercado das empresas. Mas a gestão de
conhecimento não afeta diretamente o valor de mercado, que também é resultado de diversos outros
fatores. Por isso, não é correto afirmar que o investimento em gestão do conhecimento das empresas de
óleo e gás influenciou diretamente o aumento do valor de mercado das empresas desse segmento.
3) QUAL O PRINCIPAL DIFERENCIAL DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO NO SETOR DE ÓLEO E GÁS?
RESPOSTA
EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO
Já aprendemos os principais conceitos relacionados à inovação e como eles propagam o
desenvolvimento econômico. Mas ainda precisamos entender como exatamente o acúmulo de
conhecimento e as inovações presentes nos diferentes estágios de desenvolvimento de nossasociedade afetam o mundo moderno.
Já parou para pensar que as inovações acontecem hoje de forma muito mais acelerada que
alguns séculos ou até mesmo décadas atrás?
Afinal, não seria exagero dizer que, a cada ano, surge um novo mundo de inovações que moldam
amplamente a forma como a sociedade se organiza e avança. Essa mudança na dinâmica da inovação
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está relacionada com a forma com que as diferentes sociedades lidaram e incentivaram o conhecimento
e a inovação ao longo do tempo.
Neste módulo, aprenderemos como o conhecimento nas sociedades industrial e pós-industrial foi
organizado, e como a diferente valorização da inovação e da criatividade ao longo da história afeta a
estrutura econômica como um todo.
 
Foto: Shutterstock.com
SOCIEDADE INDUSTRIAL
As inovações e o progresso do conhecimento trouxeram importantes transformações ao longo da
história. Um evento sem precedentes nesse sentido foi a Revolução Industrial, que deu origem à
chamada sociedade industrial.
Tendo início em meados do século XVIII e fim cerca de dois séculos depois, por volta de 1950, as
sociedades industriais são comumente divididas em duas fases:
Primeira fase
Marcada pelo surgimento da máquina a vapor.

Segunda fase
Impulsionada pela utilização de novas formas de energia, como a eletricidade e os combustíveis
derivados do petróleo, que possibilitaram a difusão dos motores elétricos e à combustão.
Por mais que a introdução de maquinário no sistema produtivo possa parecer algo banal nos dias de
hoje, suas consequências sociais e econômicas para a Europa do século XVIII foram enormes.
A sociedade industrial teve início na Inglaterra e marcou o fim da economia agrária e manufatureira. Se
antes o poder estava nas mãos de quem detinha a posse das terras (aristocracia rural), e em alguma
medida, da burguesia, a introdução das máquinas no processo produtivo deslocou definitivamente o foco
de poder para os detentores dos meios de produção, ou seja, a burguesia industrial.
O trabalho que antes era majoritariamente artesanal passou a ser realizado por meio de maquinário para
a produção em larga escala. Assim, o trabalhador perdeu o controle sobre o processo produtivo e
passou a servir como um mero operador dessas novas máquinas, que começaram a se encarregar da
produção.
Com essa mudança, o trabalhador não precisou mais ter conhecimento sobre as técnicas e
peculiaridades envolvidas na produção de um bem, mas sim operar as máquinas de forma padronizada
e contínua.
A sociedade industrial foi marcada por um apelo à produção em massa e pela eficiência no
sistema produtivo, por certa desvalorização da criação e autodeterminação individual, e pela
valorização da padronização do trabalho.
Combinados, todos esses fatores ajudam a explicar, também, o crescimento do número de
trabalhadores assalariados na época.
Além de impulsionar novas relações de trabalho, a sociedade industrial também se caracterizou pela
introdução de uma nova organização do trabalho.
 
Foto: Shutterstock.com
Com a inserção do maquinário e a progressiva redução da atividade artesanal, o trabalho passou a ser
realizado de forma cada vez mais especializada. Ao invés de participar de todo o processo produtivo, o
trabalhador passava a ficar encarregado por uma parte específica desse processo. Assim, aumentava-
se a produtividade do trabalho ao mesmo tempo em que se criava um distanciamento entre o
trabalhador e sua obra final.
 
Foto: Shutterstock.com
Outro tipo de distanciamento ocorreu por meio da distinção entre o espaço do trabalho e o espaço do lar.
O trabalho, que antes era conduzido no campo ou na própria residência, nas sociedades agrárias e
artesanais, respectivamente, passou a ser realizado, de forma obrigatória, nas fábricas, na sociedade
industrial.
Com isso, o tempo deixou de ser ditado pelas mãos do artesão ou pelas condições climáticas e
estações do ano, passando a ser regido pela velocidade das máquinas. Foi justamente no período da
sociedade industrial que as longas jornadas de trabalho tomaram fôlego.
Enquanto estimativas indicam que o artesão trabalhava cerca de 4 horas por dia, a média de trabalho
durante a Revolução Industrial saltou para cerca de 16 horas diárias. A disciplina rígida e as punições
também serviram como instrumento para ordenar o trabalho da época.
Em resumo, segundo Dantas (2008), as palavras-chave que podem descrever e sintetizar as
características da sociedade industrial são:
Concentrar, agigantar, padronizar, especializar e maximizar.
 
Foto: Shutterstock.com
SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
À medida em que a importância da indústria para a atividade econômica foi decaindo, a sociedade
industrial foi dando lugar à sociedade pós-industrial ou sociedade do conhecimento. Neste novo
arranjo, a indústria cedeu lugar aos serviços, que se tornaram hegemônicos.
De acordo com De Masi (1999), a ascensão da sociedade pós-industrial ocorreu em meados da década
de 1950, quando, pela primeira vez, nos Estados Unidos, o número de trabalhadores nos setores
administrativos superou o número de trabalhadores da produção.
 SAIBA MAIS
Para se ter uma ideia do avanço dos serviços frente à produção industrial nesse período, segundo Bell
(1973), enquanto as indústrias apresentavam uma variação inferior a 10% na quantidade de empregos
entre 1947 e 1968, houve um acréscimo de cerca de 60% nos empregos no setor de serviços. Afinal, as
máquinas modernas desenvolvidas entre as sociedades industrial e pós-industrial conseguem realizar
sozinhas as atividades de um número cada vez maior de trabalhadores.
Além de repercutir na quantidade de empregos no setor industrial, mudanças qualitativas dentro da
classe operária também puderam ser observadas. Os operários manuais e não qualificados foram
progressivamente dando lugar a uma nova classe de trabalhadores mais qualificados. De fato, esse
processo é sintomático de toda a sociedade pós-industrial. Aos poucos, o trabalho manual foi perdendo
espaço para a emergência do conhecimento e da tecnologia como recursos centrais na sociedade.
Assim como a sociedade agrária, que tinha a terra como foco da atividade produtiva, cedeu lugar à
atividade da indústria na sociedade industrial, a sociedade pós-industrial tem o conhecimento como foco
da atividade econômica. Esse conhecimento, por sua vez, é materializado como bem comercial por meio
dos serviços.
Da mesma forma que a sociedade industrial não dispensou os bens produzidos pela sociedade
agrícola, a sociedade pós-industrial não dispensa os bens industriais. O que aconteceu nesse
processo?
Essa sociedade pós-industrial realocou os trabalhadores dos setores agrícola e industrial. Com isso, o
capital físico, proveniente da terra ou da indústria, perde lugar para o capital humano, representado pelo
conjunto de capacitações profissionais que os trabalhadores adquirem por meio da educação formal e
de treinamento.
Nesse sentido, o maior desafio deixa de ser única e exclusivamente a eficiência do trabalho e passa a
ser a criatividade. Primeiro, observa-se um estágio onde a criatividade é suprimida, e a função do
trabalho se traduz, basicamente, em realizar o mesmo processo repetidas vezes no menor espaço de
tempo, como prescrito pela especialização do trabalho e a meta de eficiência da sociedade industrial.
Depois, a sociedade passa para outro estágio, em que se percebe a valorização das ideias, do
conhecimento e da criatividade.
 
Imagem: Shutterstock.com
Seguindo essa linha, outro marco característico da sociedade pós-industrial é a globalização. Com o
advento da Internet e o avanço não só dos meios de comunicação como também dos transportes, as
distâncias foram substancialmente reduzidas, e as trocas de bens e informações entre os diferentes
países foram potencializadas.
O fluxo de novas ideias entre diferentes culturas também serve para impulsionar ainda mais todo esse
processo de valorização de novas ideias e aplicações inovadoras do conhecimento. Emresumo, as
sociedades pós-modernas são marcadas por:
Um rápido crescimento do setor de serviços em oposição aos setores agrícola e industrial.
Um rápido aumento da Tecnologia da Informação.
A valorização do conhecimento e da criatividade dentro da atividade econômica.
DA SOCIEDADE INDUSTRIAL À PÓS-
INDUSTRIAL
Neste vídeo, vamos rever os conceitos sobre a sociedade industrial e a pós-industrial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ENTRE OS SÉCULOS XVIII E XX, A CHAMADA SOCIEDADE INDUSTRIAL FOI
MARCADA POR UMA SÉRIE DE MUDANÇAS NA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE
E DO TRABALHO. ENTRE ESSAS MUDANÇAS ESTÁ:
A) A redução das jornadas de trabalho.
B) A valorização da criatividade.
C) A redução dos conflitos de classes.
D) O incentivo à autonomia e à redução das medidas disciplinares.
E) A especialização do trabalho.
2. EM CADA TIPO DE SOCIEDADE, HÁ A PREVALÊNCIA DE DETERMINADO TIPO
DE RECURSO FRENTE AOS DEMAIS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
APRESENTA A SOCIEDADE NA QUAL O RECURSO MAIS VALIOSO COMO BEM
DE MERCADO É O CONHECIMENTO.
A) Sociedade manufatureira
B) Sociedade mercantil
C) Sociedade industrial
D) Sociedade agrária
E) Sociedade pós-industrial
GABARITO
1. Entre os séculos XVIII e XX, a chamada sociedade industrial foi marcada por uma série de
mudanças na organização da sociedade e do trabalho. Entre essas mudanças está:
A alternativa "E " está correta.
A transição entre a sociedade pré-industrial (agrária/manufatureira) e a sociedade industrial foi marcada
pela ascensão da importância da indústria na economia. Nesse período, houve um aumento das
jornadas de trabalho, um incentivo à disciplina e à padronização e o mais importante: uma
especialização do trabalho.
2. Em cada tipo de sociedade, há a prevalência de determinado tipo de recurso frente aos demais.
Assinale a alternativa que apresenta a sociedade na qual o recurso mais valioso como bem de
mercado é o conhecimento.
A alternativa "E " está correta.
Com a transição da sociedade industrial para a pós-industrial, o conhecimento e a inovação derivada
dele passaram a se sobrepor frente à indústria, que prevalecia até então.
MÓDULO 3
 Descrever o conhecimento organizacional considerando os conceitos de dado, informação e
conhecimento.
LIGANDO OS PONTOS
ESPIRAL DO CONHECIMENTO
A NASA (National Aeronautics and Space Administration | Administração Nacional Aeronáutica e
Espacial) é a agência do governo norte-americano responsável pela pesquisa e pelo desenvolvimento
de tecnologias e programas espaciais. Em mais de 60 anos de existência, a NASA coletou uma grande
quantidade de informação nas áreas de engenharia e ciência, que compartilha com seus públicos
interno e externo. Para isso a agência possui uma área específica para a Gestão do Conhecimento, a
NASA APPEL (Academy of Program/Project and Engineering Leadership | Academia de Liderança de
Programa/Projeto e Engenharia).
Em 2016, a NASA lançou a Knowledge Toolbox, uma plataforma voltada para seu público interno e
pessoas autorizadas, que disponibiliza ferramentas, recursos e informações, com o objetivo de reforçar
a externalização e a combinação do conhecimento na agência. A plataforma reúne 15 ferramentas de
Gestão do Conhecimento, contando tanto com aplicações que já existiam há anos, como com novas
propostas. Segundo a área que desenvolveu a ferramenta, reunir o conhecimento em uma só plataforma
faz com que a Gestão do Conhecimento na NASA seja mais eficiente, ágil e simplificada.
Dentro do Toolbox há sistemas de gestão eletrônica de diversos tipos de documentos, como estudos de
caso e planos de Gestão do Conhecimento. Também há espaços para colaboração, como as redes
sociais, o espaço de colaboração em grupo e a área de reflexão sobre práticas. É lá também que ficam
o mapa de conhecimento da organização (que mostra geograficamente onde o conhecimento está) e um
grande sistema de busca de dados.
Segundo o Chefe da Área de Conhecimento da NASA, Ed Hoffman, “a toolbox faz mais do que explicar
teoria. Ela também conecta indivíduos e organizações a recursos, com o objetivo de ampliar seus
esforços de compartilhamento de conhecimento em programas e projetos da vida real.”
A gestão do conhecimento, como você vê, exige que se organize uma grande quantidade de
documentos, que podem registrar dados, informações... e é preciso saber o que são essas coisas. É o
que vamos aprender neste módulo.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos. Vamos ligar esses pontos?
1) A KNOWLEDGE TOOLBOX PODE SER ENTENDIDA COMO
A) uma plataforma que reúne as ferramentas de Gestão do Conhecimento da NASA.
B) uma ferramenta de compartilhamento de conhecimento entre a NASA e as universidades
americanas.
C) a intranet da NASA.
D) uma ferramenta de Gestão do Conhecimento em ciência e engenharia do governo do Estados
Unidos.
E) o plano de estratégia de Gestão do Conhecimento da NASA.
2) QUAL A ÁREA DA NASA RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DO CONHECIMENTO:
A) Área de Desenvolvimento Científico.
B) Área de Controle.
C) Área de Gestão.
D) Área de Liderança em Projetos e Engenharia.
E) Área de Tecnologia.
GABARITO
1) A Knowledge Toolbox pode ser entendida como
A alternativa "A " está correta.
A Gestão do Conhecimento não é uma área nova: as organizações já perceberam sua importância há
bastante tempo, e desenvolveram diversas ferramentas, que também precisam ser organizadas! Esse é
o papel da Knowledge Toolbox na NASA.
2) Qual a área da NASA responsável pela Gestão do Conhecimento:
A alternativa "D " está correta.
A Gestão do Conhecimento é indispensável para desenvolver projetos e, dentro da NASA, para atuação
dos seus engenheiros.
3) QUAIS FORAM OS OBJETIVOS DA NASA AO CRIAR A
KNOWLEDGE TOOLBOX?
RESPOSTA
 
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DISTINÇÃO DE CONCEITOS
Até agora, estudamos bastante a inovação e suas aplicações no mundo moderno. Também tratamos do
surgimento da sociedade do conhecimento e de como as informações são valiosas dentro dos atuais
arranjos econômicos.
Mas o que exatamente é o conhecimento?
javascript:void(0)
Como ele se relaciona com essas informações?
Qual é o papel dos dados nesse processo?
Embora usemos os termos dado, informação e conhecimento como sinônimos em muitas ocasiões,
há importantes distinções teóricas entre os três conceitos. Neste módulo, entenderemos melhor o que
significa exatamente cada um desses termos e como eles se relacionam com a gestão do conhecimento
nas organizações.
 
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DADO
Segundo Angeloni (2008), os dados podem ser entendidos como fragmentos de conhecimento que
ainda não passaram por tratamento lógico ou que ainda não foram contextualizados. Os dados
descrevem eventos e características individuais de modo relativamente organizado, mas, sem
contextualização, acabam sendo pouco informativos. Em outras palavras, quando tomados
isoladamente, os dados não contêm um significado intrínseco, não passam informação nenhuma.
Para ilustrar, considere a tabela 1:
Cliente Dia Hora Valor da compra Método de pagamento
5935731 21/02/2021 10:10 R$ 69,00 Dinheiro
8216877 21/02/2021 10:33 R$ 141,00 Dinheiro
6609672 21/02/2021 11:00 R$ 90,00 Dinheiro
9381306 21/02/2021 11:02 R$ 272,00 Cartão
8816372 21/02/2021 11:17 R$ 335,00 Dinheiro
5391296 21/02/2021 11:22 R$ 171,00 Dinheiro
1211793 21/02/2021 11:49 R$ 64,00 Cartão
4557270 21/02/2021 12:30 R$ 73,00 Cartão
5650738 21/02/2021 12:32 R$ 342,00 Dinheiro
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 1. Dados coletados por um mercado. Elaborado por Yan Bernardes Vieites Castro dos Santos.
O QUE PODEMOS CONCLUIR APÓS ANALISAR ESSA
TABELA?
1 2
1
Foi disposta uma série de dados sobre o consumo dos clientes de um mercado, como o código de
identificação do cliente, o dia, a hora, o valor e o método de pagamento da compra. No entanto,
esses dados não são tão informativos por si só. As informações pessoais do cliente, como gênero,
data de nascimento e bairro de moradia não estãodisponíveis na tabela, e o número de
identificação não diz muito sobre quem está realizando a compra.
2
javascript:void(0)
javascript:void(0)
É difícil estabelecer padrões sem uma análise mais detalhada. Ainda não sabemos qual é a média
do valor gasto, qual é a proporção de pagamentos feitos por dinheiro ou cartão, ou, ainda, se há
distinções no consumo em diferentes períodos do dia ou entre dias da semana. Isso é
particularmente relevante nos dias de hoje, em que as organizações contam com bases de dados
cada vez mais volumosas.
Com o avanço da tecnologia, essas organizações puderam passar a coletar e armazenar uma
quantidade cada vez maior de informações sobre seus clientes e funcionários e até mesmo sobre a
concorrência. Em uma época de crescimento vertiginoso da competição, esses dados ajudam empresas
a compreender melhor o mercado e, assim, obter vantagem competitiva frente à concorrência. Afinal,
quem melhor entende suas forças e fraquezas e consegue enxergar oportunidades no mercado está
mais bem equipado para elaborar estratégias de negócios.
Pensando nisso, as empresas têm investido cada vez mais na gestão da informação. Os dados não
surgem simplesmente para as empresas: a coleta de dados sobre clientes, funcionários e demais áreas
de interesse faz parte de uma estratégia ativa das empresas para entender melhor os processos
internos e externos.
 EXEMPLO
Quando fazemos o cartão fidelidade em um mercado, preenchemos um formulário contendo dados
pessoais. Esses dados podem ser posteriormente cruzados com nossos hábitos de consumo.
 
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Mas quais dados coletar exatamente?
Por mais que essas questões possam passar despercebidas pelo consumidor típico, tudo isso é
cuidadosamente pensado pelas empresas.
Por fim, com o acúmulo cada vez maior de dados por parte das empresas, também é necessário um
investimento maciço em Tecnologia da Informação. Os dados são armazenados em bancos de dados
computadorizados que requerem cada vez mais espaço e esforço em termos de categorização. Em
resumo, há cada vez mais dados disponíveis, mas, sem o tratamento adequado, eles podem não dizer
muito.
INFORMAÇÃO
De acordo com Chiavenato (2009), informação representa o conjunto de dados com certo significado,
ou seja, dados que conseguem reduzir a incerteza ou aumentar o conhecimento a respeito de
determinado assunto.
 
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Por um lado, os dados não ajudam a compreender as questões de interesse por si só, como vimos
anteriormente. Por outro, os dados servem de insumo para a geração de valiosas informações.
Segundo Davenport e Prusak (1998), após coletados e armazenados, os dados podem ser
transformados em informações por meio de um processo que envolve:
Contextualização – compreensão dos principais objetivos com os dados coletados.

Categorização – necessidade de agrupar os dados de acordo com semelhanças e padrões.

Cálculo – análise matemática ou estatística dos dados.

Correção – exclusão de possíveis erros na base de dados.

Condensação ou síntese – resumo dos dados de forma simples e objetiva, por meio, por exemplo, do
uso de tabelas e gráficos, que tornam imensas bases de dados compreensíveis após uma mera
inspeção visual.
Com acesso aos dados sobre os clientes e sobre seu consumo, é possível tratar os dados para gerar
importantes informações. Por exemplo, o mercado pode traçar um perfil mais detalhado sobre seus
clientes:
 
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SÃO HOMENS OU MULHERES EM SUA MAIORIA?
 
Foto: Shutterstock.com
QUAL É SUA IDADE MÉDIA?
 
Foto: Shutterstock.com
EM QUE BAIRRO MORAM?
Talvez mais importante, é possível entender melhor o padrão de consumo dos clientes como um todo,
não importando necessariamente a qual grupo pertencem. Assim, cabem os seguintes questionamentos:
Quais são os dias de maior venda?
Quais são os meses em que os clientes ficam menos sensíveis ao preço?
Quanto os clientes gastam em média por visita ao mercado?
Quantas vezes por semana fazem compras?
Nos dias em que há divulgação nos veículos de mídia, a procura aumenta?
Todas essas perguntas estão relacionadas a informações de grande importância para o tomador de
decisão de qualquer empresa.
 ATENÇÃO
Apesar de essenciais para a geração de informações, vivenciamos hoje um paradoxo do excesso de
dados, que pode prejudicar a obtenção dessas informações. Com o crescente influxo de novos dados,
seu processamento e a consequente obtenção de informações para instruir a tomada de decisão se
tornam cada vez mais difíceis.
Em meio a tantas opções, fica difícil escolher qual dado exatamente analisar. Também fica mais
complexo entender o que o amontoado de informações quer dizer de fato. Portanto, para obter
informações, pode ser preciso passar os dados por um filtro que exclua boa parte daquilo que não é tão
necessário e deixe, por fim, somente o essencial.
 
Foto: Shutterstock.com
CONHECIMENTO
Assim como os dados precisam ser devidamente analisados e sintetizados para que possam se
transformar em informação:
A informação também precisa ser interpretada para, então, transformar-se em conhecimento.
O conhecimento representa, portanto, o passo subsequente rumo à tomada de decisão ou até mesmo
a descobertas importantes que podem guiar o processo de inovação.
 
Imagem: Gestão do conhecimento, Yaeko Ozaki e Marcia Eloisa Avona, 2016, p. 26. Adaptado por Erik
Lopes de Oliveira.
 Figura 1. Sequência de geração de conhecimento e inovação.
Como vimos no módulo anterior, vivemos na sociedade do conhecimento (ou sociedade pós-industrial).
Nela, o conhecimento é considerado a principal mercadoria, materializada por meio dos serviços
amplamente comercializados nos dias de hoje.
O conhecimento é tão relevante justamente porque se situa próximo ao último degrau rumo à inovação.
Diferentemente das demais fontes de vantagem competitiva, como a terra e a indústria, o conhecimento
(ou capital cultural) é intrínseco aos seres humanos.
Para ilustrar a importância dos indivíduos no processo de obtenção do conhecimento e da sua aplicação
no mundo real, cabe mencionar algumas definições clássicas de conhecimento:

O conhecimento é uma informação valiosa combinada com a experiência, com o contexto histórico e
com a reflexão.
(DAVENPORT; PRUSAK, 1998)

A informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado por esse próprio fluxo de
informação, ancorado nas crenças e nos compromissos de seu detentor.
(NONAKA; TAKEUCHI, 2004)
Diferentemente da informação, o conhecimento está intimamente relacionado com a ação e serve como
seu condutor. Retomando mais uma vez o exemplo do mercado, as informações obtidas após o
processamento adequado dos dados são, então, interpretadas à luz das especificidades adequadas e
direcionadas para a ação.
Mais especificamente, o conhecimento obtido por meio da coleta e da subsequente análise dos dados
ajuda o tomador de decisão a desenvolver estratégias empresariais mais efetivas, guiando, assim, o
processo de inovação.
A tabela 2 sintetiza as principais características que separam os conceitos de dado, informação e
conhecimento:
Dado, informação e conhecimento
Dado Informação Conhecimento
Simples observação
sobre o estado do
mundo.
Dado dotado de
relevância e propósito.
Informação valiosa da mente humana,
que inclui reflexão, síntese e contexto.
Facilmente
estruturado;
Facilmente
obtido por
máquinas;
Frequentemente
quantificado;
Facilmente
transferível.
Requer unidade
de análise;
Exige consenso
em relação ao
significado;
Exige
necessariamente a
mediação
humana.
De difícil estruturação;
De difícil captura em máquinas;
Frequentemente tácito;
De difícil transferência.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 2. Sequência de geração de conhecimento e inovação. Extraída de Davenport e Prusak, 1998, p.
18.
GOOGLE E A PERDA ORGANIZADA DE
INFORMAÇÕES
Neste vídeo, vamos ver o que podemos aprendercom o Google sobre organização de informações.
 
Foto: Shutterstock.com
CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL –
CRIAÇÃO, CODIFICAÇÃO E COORDENAÇÃO, E
TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO
Já entendemos que o conhecimento representa uma peça fundamental no processo de inovação e na
sociedade pós-industrial. Mas resta ainda entender quais são os diferentes tipos de conhecimentos
existentes dentro das organizações e como eles interagem para impulsionar a implementação de novas
ideias.
Neste módulo, abordaremos os conceitos de conhecimento tácito e explícito, e explicaremos como eles
se conectam em um processo cíclico, chamado de espiral do conhecimento.
CONHECIMENTO TÁCITO E EXPLÍCITO
De acordo com Nonaka e Takeuchi (2004), a inovação reflete a evolução entre dois tipos distintos de
conhecimento:
CONHECIMENTO TÁCITO
CONHECIMENTO EXPLÍCITO
CONHECIMENTO TÁCITO
Tem um caráter bastante subjetivo por estar intimamente relacionado com fatores como crenças, valores
e experiências individuais. Assim, como esse tipo de conhecimento parte de um ponto bem particular,
fica difícil sistematizá-lo e codificá-lo sob a forma de linguagem. Ele é adquirido pela prática (know-
ho w), e, geralmente, é por meio dela mesma que pode ser avaliado.
Esse conhecimento está vinculado diretamente a seu detentor e não está presente de forma muito
acessível. É justamente em função desse grau de inacessibilidade que o detentor do conhecimento
tácito consegue garantir uma vantagem competitiva para a organização.
CONHECIMENTO EXPLÍCITO
Reflete todo aquele conhecimento já traduzido para a linguagem formal. Portanto, ele pode ser
facilmente expresso em palavras, números, gráficos, fórmulas, e assim por diante. Esse tipo de
conhecimento é objetivo, sistemático, racional e muito acessível para terceiros, independentemente de
crenças, experiência e vivências pessoais.
A difusão do conhecimento explícito é mais fácil que a do conhecimento tácito, porque o primeiro pode
ser naturalmente armazenado, replicado e compartilhado entre múltiplas pessoas ou organizações
simultaneamente. Basta pensar em um documento de texto que pode ser armazenado no computador e,
posteriormente, enviado para diversos contatos dentro de uma organização de forma simultânea.
Vejamos um exemplo claro de conhecimento tácito:
 
Foto: Shutterstock.com
É aquele conhecimento que um chef de cozinha renomado possui e emprega ao fazer seus pratos. Por
meio da prática e da experiência com acertos e erros ao longo dos anos, o chef consegue preparar
pratos elaborados sem nem se dar conta de como sabe tudo aquilo. Esse conhecimento já está
cristalizado no know-how desse profissional.
 
Imagem: Shutterstock.com
Como forma de difundir esse conhecimento tácito, muitas vezes, chefs de cozinha lançam livros com
algumas de suas receitas ou publicam dicas em colunas especializadas no assunto. No entanto, um
mero leitor desses assuntos muito provavelmente não conseguirá replicar a receita com a mesma
maestria do chef de cozinha.
Quem nunca se decepcionou na cozinha, não é mesmo? Você sabe por que isso acontece?
Porque o livro passa os detalhes que podem ser entendidos de forma mais objetiva – conhecimento
explícito –, mas toda a técnica por trás da execução do prato fica a cargo do conhecimento tácito, que é
subjetivo e demanda certo grau de experimentação pessoal.
Os dois conhecimentos são, portanto, parte fundamental do processo de aprendizado e, no contexto
organizacional, do processo de inovação.
 
Foto: Shutterstock.com
ESPIRAL DO CONHECIMENTO
Embora possuam importantes distinções conceituais, os conhecimentos tácito e explícito se comunicam
constantemente para impulsionar o avanço dentro das empresas.
De modo geral, devido a seu caráter pessoal e subjetivo, o conhecimento tácito serve como ponto de
partida do processo da inovação. Já o conhecimento explícito reflete o ponto final desse processo. Mas
um não necessariamente supera o outro em termos de importância.
O conhecimento explícito só pode ser formalizado na medida em que interpretações subjetivas de
contextos particulares permitem generalizações mais claras sobre outras situações de relevância para a
organização.
A criação do conhecimento organizacional pode ser entendida como a sistematização e difusão do
conhecimento gerado pelos indivíduos e propiciado pela organização.
De acordo com Nonaka e Takeuchi (2004), o processo de criação de conhecimento nas organizações se
relaciona com a interação dos conhecimentos tácito e explícito de forma articulada e cíclica. Esse
fenômeno é chamado de espiral de conhecimento, na qual é fundamental o papel dos indivíduos, que
interagem e possibilitam a geração contínua de novos conhecimentos.
Mas como ocorre exatamente esse processo?
Como ilustrado na figura 2, a conversão cíclica do conhecimento pode ser destrinchada a partir de
quatro padrões principais:
Socialização
Externalização
Combinação
Internalização
 
Imagem: Empreendedorismo na era do conhecimento, Francisco Antonio Pereira Fialho, Gilberto
Montibeller Filho, Marcelo Macedo e Tibério da Costa Mitideri, 2006, p. 113. Adaptada por Erik Lopes de
Oliveira.
 Figura 2. Espiral do conhecimento.
Vamos detalhar cada um desses padrões:
SOCIALIZAÇÃO (DE TÁCITO PARA TÁCITO)
Este é o pontapé inicial na espiral do conhecimento, que reflete a conversão de um conhecimento tácito
em outro conhecimento de mesma natureza. Nesse estágio do processo, o poder de criação de
conhecimento é relativamente limitado. Afinal, ocorre, basicamente, a transferência dos conhecimentos
tácitos de um indivíduo para outro sem a criação de qualquer tipo de conhecimento explícito
propriamente dito. Esse processo acontece por meio de observação, imitação e prática. A chave é a
experiência. Um exemplo de socialização é quando um funcionário mais antigo dentro de uma empresa
passa seus conhecimentos para um funcionário recém-chegado.
EXTERNALIZAÇÃO (DE TÁCITO PARA EXPLÍCITO)
A partir do momento em que os indivíduos se tornam capazes de sistematizar o conhecimento obtido por
meio de observação e prática, há uma conversão do conhecimento tácito para o conhecimento explícito.
Como o conhecimento resultante dessa conversão pode ser mais facilmente transferido para os demais,
há maior chance de que o conhecimento gere inovações. A abertura a novas ideias e o incentivo à
sistematização dos conhecimentos pessoais são de extrema importância para a condução dessa etapa
dentro do contexto organizacional.
COMBINAÇÃO (DE EXPLÍCITO PARA EXPLÍCITO)
Da mesma forma que o conhecimento tácito pode ser transferido por meio de um processo de
socialização, os fragmentos de conhecimento explícito também podem ser combinados para gerar um
conhecimento novo. Neste estágio, conhecimentos estruturados são transferidos, por exemplo, por meio
de apresentações de resultados e trocas de e-mails para gerar novos conhecimentos objetivos e
acessíveis aos demais – isto é, conhecimentos explícitos.
INTERNALIZAÇÃO (DE EXPLÍCITO PARA TÁCITO)
Também é possível transformar elementos de um conhecimento explícito para gerar um novo
conhecimento tácito. Nesta etapa, os conhecimentos sistemáticos e as padronizações são consumidos
pelo indivíduo e, então, adaptados com base nas experiências e nos valores desse mesmo indivíduo ou
da organização na qual ele atua.
Para que essas etapas se concretizem de forma cíclica e produtiva dentro do contexto organizacional, é
preciso que haja um amplo incentivo às atividades de grupo e à troca de conhecimentos coletivos. Todo
o processo de conversão do conhecimento apresentado resulta em inovação, mas passa, primeiro, pela
troca entre os indivíduos.
Como já mencionamos, na sociedade pós-industrial em que vivemos, o conhecimento prevalece.
Portanto, é necessário criar uma estrutura que favoreça sua troca e sua sistematização dentro das
empresas.
FORMAS DE CONHECIMENTO EM UMA
ORGANIZAÇÃO
Neste vídeo, vamos rever o que estudamos neste módulo sobre conhecimento tácito,explícito, e a
relação entre eles.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O PROCESSO DE INOVAÇÃO ENVOLVE DIVERSOS ESTÁGIOS.
CONTEXTUALIZAÇÃO, CATEGORIZAÇÃO, CÁLCULO, CORREÇÃO E
CONDENSAÇÃO SÃO UTILIZADAS NA TRANSIÇÃO ENTRE QUAIS ESTÁGIOS?
A) De conhecimento para informação.
B) De informação para dados.
C) De dados para informação.
D) De dados para conclusão.
E) De conhecimento para dados.
2. (CESGRANRIO ‒ IBGE ‒ ANALISTA ‒ 2013) NA ANÁLISE DA ESPIRAL DO
CONHECIMENTO:
A) A socialização é o compartilhamento do conhecimento explícito por meio da observação, imitação ou
prática.
B) A articulação ou externalização é a conversão do conhecimento tácito em explícito e sua
comunicação ao grupo.
C) A internalização envolve a padronização do conhecimento, seu agrupamento em um manual ou guia
de trabalho e sua incorporação a um produto.
D) A combinação ocorre quando novos conhecimentos explícitos são compartilhados na organização, e
outras pessoas começam a utilizá-los para aumentar, estender e reenquadrar seu próprio conhecimento.
E) A socialização envolve o conhecimento conceitual, a combinação envolve o conhecimento sistêmico,
a externalização envolve o conhecimento operacional, e a internalização envolve o conhecimento
compartilhado.
GABARITO
1. O processo de inovação envolve diversos estágios. Contextualização, categorização, cálculo,
correção e condensação são utilizadas na transição entre quais estágios?
A alternativa "C " está correta.
Os estágios envolvidos no processo de inovação abrangem a obtenção de dados, a transformação
desses dados em informação e a conversão dessas informações em conhecimento. Contextualização,
categorização, cálculo, correção e condensação são particularmente utilizadas na transição entre a
análise de dados brutos e a obtenção de informações.
2. (CESGRANRIO ‒ IBGE ‒ Analista ‒ 2013) Na análise da espiral do conhecimento:
A alternativa "B " está correta.
Na espiral do conhecimento, a externalização se refere ao tipo de conversão do conhecimento
caracterizado pela sistematização de um conhecimento anteriormente subjetivo, ou seja, a
transformação de um conhecimento tácito em um explícito.
MÓDULO 4
 Compreender como aplicar a Gestão do Conhecimento por meio do entendimento das
práticas, ferramentas e modelos de maturidade de gestão do conhecimento.
LIGANDO OS PONTOS
MODELOS DE MATURIDADE DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Analisamos a importância da Gestão do Conhecimento, destacando as principais práticas e ferramentas
usadas em sua realização. Ao ler sobre este conteúdo, podemos ter a ideia de que o desenvolvimento
da Gestão do Conhecimento é uma simples escolha de práticas e ferramentas adequadas. Porém, é
mais complexo do que isso, sendo também uma mudança de cultura, o que depende da colaboração e
participação das pessoas envolvidas. Com isso, ter uma organização pautada na produção e no
compartilhamento de conhecimento é um processo que gera tempo. Para entendermos melhor, vamos
falar da pesquisa feita pela consultoria Knoco.
A Knoco é uma consultoria focada na implementação e no desenvolvimento da Gestão do
Conhecimento. Ela está presente em 22 países, trabalhando há mais de 20 anos para ajudar
organizações a fornecer valor comercial tangível a partir de seu conhecimento.
Em 2017, a consultoria realizou uma pesquisa sobre Maturidade em Gestão do Conhecimento, com
objetivo de entender o tempo de implementação e as práticas usadas na Gestão do Conhecimento nas
empresas. Seus estudos mostram que, em média, as empresas saem do estágio inicial da Gestão do
Conhecimento em 4 anos, ou seja, nos primeiros anos as empresas ainda têm poucas iniciativas, que
são restritas a alguns grupos. Além disso, leva cerca de 20 anos para que a cultura de Gestão do
Conhecimento esteja totalmente difundida nas empresas.
 
Imagem: Shutterstock.com
Outro ponto importante destacado pela pesquisa é o impacto do tamanho da organização no
desenvolvimento da Gestão do Conhecimento, de forma que a difusão dessa cultura demora mais em
organizações com maior número de funcionários. Ainda assim, devido à capacidade de investimentos e
ao maior volume de conhecimento a ser gerido, as grandes empresas são as que possuem mais
experiência na Gestão do Conhecimento.
Por fim, a pesquisa mostrou que o grau de maturidade define os atores envolvidos nas práticas de
Gestão do Conhecimento, além do tipo de Gestão do Conhecimento existente e do tipo de práticas
adotadas. Por exemplo, empresas que estão iniciando a Gestão do Conhecimento tendem a forçar em
uma área piloto, com adoção apenas de ferramentas de TI e coleta simples de documentos. Já
empresas maiores têm a Gestão do Conhecimento difundida por toda organização, com o uso de
diversas práticas e ferramentas.
Essa pesquisa nos mostra que a Gestão do Conhecimento varia de acordo com o tempo que ela foi
implementada e o envolvimento dos funcionários, é isso que determina a maturidade dessas empresas.
E como decidir por onde e como começar? Como agir em cada uma dessas fases? Uma das formas
mais comuns é por meio dos Modelos de Maturidade da Gestão do Conhecimento.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos. Vamos ligar esses pontos?
1) O QUE É A KNOCO?
A) Uma consultoria que desenvolve ferramentas de Gestão do Conhecimento.
B) Uma consultoria especializada no desenvolvimento de Modelos de Maturidade da Gestão do
Conhecimento.
C) Uma consultoria especializada em pesquisas acadêmicas na área de Gestão do Conhecimento.
D) Uma consultoria especializada na implementação da Gestão do Conhecimento.
E) Uma consultoria especializada no desenvolvimento de sistemas de TI focados na Gestão do
Conhecimento.
2) EM MÉDIA, QUANTO TEMPO LEVA PARA QUE AS EMPRESAS TENHAM
PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO TOTALMENTE DIFUNDIDAS?
A) 15 anos.
B) 4 anos.
C) 20 anos.
D) 22 anos.
E) 5 anos.
GABARITO
1) O que é a Knoco?
A alternativa "D " está correta.
A Knoco é uma consultoria especializada na implementação da gestão do conhecimento. Para
desenvolver suas atividades, a Knoco pode se utilizar de pesquisas acadêmicas, sistemas de TI,
ferramentas e modelos de maturidade, mas o seu foco é a implementação da gestão do conhecimento.
2) Em média, quanto tempo leva para que as empresas tenham práticas de Gestão do
Conhecimento totalmente difundidas?
A alternativa "C " está correta.
A implementação da gestão do conhecimento é um processo lento. Segundo a Knoco, consultoria
internacional especializada na implementação da gestão do conhecimento, as empresas levam em
média 4 anos apenas para saírem do estágio inicial. Para que as práticas de gestão do conhecimento
estejam totalmente difundidas, ainda segundo a Knoco, o tempo médio das empresas é de 20 anos.
3) POR QUE O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA
GESTÃO DO CONHECIMENTO LEVA UM LONGO PERÍODO?
RESPOSTA
PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
Quando falamos sobre práticas de gestão do conhecimento, estamos nos referindo às ações humanas
que envolvem a gestão do capital intelectual em uma organização.
Essas práticas têm como objetivo gerir a produção, retenção, disseminação, compartilhamento e
aplicação do conhecimento.
Dentre as principais práticas de gestão do conhecimento, podemos destacar:
BANCO DE COMPETÊNCIAS:
Pode ser entendido como um repositório de informações sobre gestão de conhecimento em uma
organização. Neste banco estão guardadas as informações sobre as competências humanas
(conhecimento, habilidades e atitudes) dos colaboradores dentro do contexto organizacional. Também
contém informações sobre as capacidades científicas, artísticas e culturais dos funcionários.
Ao guardar tais informações, as empresas conseguem alinhar as competências individuais com as
necessárias para a organização, além de aproveitar funcionários para vagas de acordo com suas
capacidades e prepará-los para futuras oportunidades.
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Benchmarking : é um processo sistemático de busca de melhores práticas em outras organizações,com o objetivo de comparação e aprendizado de melhores processos, práticas, produtos e serviços. O
benchmarking pode ser um grande diferencial para a estratégia das empresas, já que ao olhar práticas
externas é possível identificar falhas e oportunidades de melhoria, além de se ter uma oportunidade de
identificar pontos fortes dos processos organizacionais.
A prática de benchmarking gera diversos benefícios para as organizações, como:
 A oportunidade de conhecer e importar ideias inovadoras;
 formar consenso sobre os pontos fracos da organização e o que pode ser feito para mudá-los;
 disponibilizar referências para a criação de objetivos de melhoria; e
 acelerar o aprendizado organizacional.
GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL:
Refere-se à gestão dos ativos humanos, estruturais e de relacionamento da organização, com o objetivo
de renovar, organizar, avaliar, proteger e aumentar a disponibilidade de ativos de conhecimento.
A gestão do capital intelectual é uma forma de entender como os conhecimentos de cada indivíduo
podem ser utilizados como meio de garantir vantagens competitivas para as empresas, entendendo
como esse conhecimento pode ser mais bem aproveitado.
MAPEAMENTO DE CONHECIMENTO:
Pode ser entendido como uma codificação do conhecimento organizacional, com o objetivo de identificar
e localizar o conhecimento dentro das organizações. Tal codificação pode ser feita por meio de
taxonomias e mapas de conhecimento.
É importante ressaltar que essas codificações não têm como objetivo conter conhecimento, mas
sim apontar o conhecimento existente, para localizar e avaliar habilidades, oportunidades,
necessidades e restrições de conhecimento.
MELHORES PRÁTICAS:
refere-se a uma metodologia que tem como objetivo identificar, selecionar e disseminar práticas
inovadoras, know-how confiável e processos que garantam o melhor desempenho organizacional.
MEMÓRIA ORGANIZACIONAL:
corresponde ao armazenamento de conhecimento organizacional explícito em repositórios de
processos, produtos, serviços e relacionamento com os stakeholders. Para isso, são necessários
recursos de gestão de conteúdo e mecanismos de consulta e recuperação. Deve acontecer de forma
colaborativa, aumentando e compartilhando conhecimentos, captando, organizando, disseminando e
reaproveitando o conhecimento gerado pelos colaboradores da organização. Oferece à organização
uma maior vantagem competitiva, ao contribuir para a melhoria do conhecimento organizacional.
SISTEMA DE GESTÃO DE COMPETÊNCIAS:
pode ser entendido como um guia para avaliar as competências internas da organização e de seus
funcionários, a fim de se determinar quais competências essenciais são necessárias para o
cumprimento de metas. Além disso, é uma forma de suporte para a definição de estratégias, já que
colabora com a superação das deficiências de competências identificadas, tanto em nível individual e
organizacional.
SISTEMA DE INTELIGÊNCIA ORGANIZACIONAL:
estabelece processos de aprendizado organizacional por meio da transformação de dados e
informações em inteligência. Inclui a captura e conversão de informações para extração de
conhecimento como forma de apoiar os gestores na tomada de decisões. O uso desses sistemas
permite que todo conhecimento obtido de fontes internas ou externas, formais ou informais, seja
formalizado, documentado e armazenado para facilitar o acesso.
FERRAMENTAS DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Ferramentas de gestão do conhecimento são sistemas de tecnologia da informação (TI) que ajudam o
compartilhamento e a difusão de conhecimento dentro de uma organização.
Essas ferramentas são facilitadoras, auxiliam que os fluxos de informação sejam compreendidos e
geridos, de forma a maximizar o valor do negócio. Além disso, facilitam a relação com clientes,
fornecedores e empresas parceiras, de forma que todos tenham acesso a informações críticas para o
resultado
Dentre as principais ferramentas de gestão de conhecimento, destacamos:
INTRANET E EXTRANET:
A Intranet é uma rede de computadores interna, fechada e voltada para colaboradores de uma
organização. Já a Extranet é uma rede externa de computadores, restrita a grupos de interesse das
empresas, como fornecedores ou clientes. Esses dois tipos de rede têm como objetivo transmitir e
compartilhar informações dentro do contexto de uma empresa.
As redes são espaços ideais para a comunicação interna, trabalho colaborativo, gestão de
conhecimento e redesign de processos. Seu uso é fundamental para a gestão do conhecimento, já que
é uma forma ágil de compartilhamento de informações e de aprendizado, o que aumenta a capacidade
de resposta da empresa.
 
Foto: Shutterstock.com
 A intranet de uma empresa.
 
Imagem: Captura de tela do software SoftExpert Excellence Suite TNG Brasil.
 Um sistema de Gestão Eletrônica de Documentos.
GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS (GED):
A Gestão Eletrônica de Documentos é feita por meio de uma base de conhecimento, que pode ser
entendida como um repositório de informações projetado para armazenar dados para acesso interno ou
externo. Projetadas para oferecer um único hub de informações, as bases de conhecimento ajudam a
capturar, gerenciar e organizar informações importantes e melhorar sua visibilidade. Uma base de
conhecimento é um importante recurso para a gestão de conhecimento por simplificar o acesso a dados
e ajudar suas equipes a encontrar as principais informações de que precisam, quando precisam.
SISTEMAS DE GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
(CRM):
é projetado para ajudar todas as equipes envolvidas em marketing, vendas e atendimento ao cliente a
monitorar os clientes potenciais ao longo do processo de vendas. Ao tornar essas informações fáceis de
acessar, todas as partes podem coordenar e tomar as melhores decisões para garantir que o cliente em
potencial tenha acesso a todas as informações de que precisa. Com os dados do cliente disponíveis
para todos os envolvidos, todas as equipes podem desempenhar suas funções de acordo com um
padrão melhor, e podem oferecer uma experiência aprimorada ao cliente.
 
Imagem: Captura de tela do Software Advice de © 2006-2021 Software Advice, Inc.
 Software de CRM.
 
Imagem: Captura de tela do software Bitrix 24 © 2021. Bitrix24
 Software de Groupware.
GROUPWARE:
é um tipo de software que permite que vários usuários trabalhem juntos em um projeto, enquanto estão
localmente e remotamente uns com os outros em tempo real. Também é conhecido como “Software de
Colaboração”. Com a ajuda de um groupware, vários usuários podem trocar e-mails, documentos, ter
acesso a bancos de dados compartilhados, fazer reuniões on-line, bem como visualizar informações,
realizar escrita coletiva, e mais atividades.
SISTEMA DE WORKFLOW:
É uma plataforma que combina várias ferramentas de gestão de processos em um aplicativo coeso, que
automatiza processos que envolvem tarefas humanas e feitas por máquinas. Em resumo, o workflow é
um sistema de automatização dos negócios, que facilita a gestão e o compartilhamento de informações.
 
Imagem: Captura de tela do software Integrity da GetApp® registered trademark of Nubera eBusiness
S.L
 Sistema de Workflow.
 
Imagem: Shutterstock.com
MAPAS DE INFORMAÇÃO:
Os mapas são ferramentas visuais que mostram onde o conhecimento presente na organização pode
ser encontrado, e como encontrar aqueles com mais experiência. Frequentemente chamados de
“inventário de conhecimento”, esses mapas são organizados usando vários nós interconectados para
facilitar a descoberta de onde procurar informações.
INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS (BUSINESS INTELLIGENCE ‒ BI):
a inteligência de negócios (BI) faz uso de softwares e serviços para transformar um grande volume de
dados em percepções mais tangíveis, que são fundamentais para orientar as decisões de negócios
estratégicas e táticas da organização. As ferramentas de BI acessam e analisam conjuntos de dados e
apresentam descobertas analíticas em relatórios, resumos, painéis, gráficos, tabelase mapas para
fornecer aos usuários inteligência detalhada sobre o negócio.
 
Imagem: Captura de tela do software SAS Business Intelligence da © 2021 SAS Institute Inc.
 Ferramenta de Business Intelligence.
MODELOS DE MATURIDADE DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Falamos anteriormente sobre como usar práticas e ferramentas para colocar a gestão do conhecimento
em prática. Contudo, é importante perceber que a gestão do conhecimento não está presente em
todas as empresas, e mesmo aquelas que adotam essa estratégia podem tê-la como mais ou menos
central em sua prática.
Para entender os diferentes momentos da gestão do conhecimento nas empresas e como se deve agir
em cada momento, aplicando ferramentas e práticas de forma diferente, diversos acadêmicos e
consultorias desenvolveram modelos de maturidade.
Dentre eles, destacamos quatro largamente usados nas empresas e adotados na literatura da área de
Gestão de Conhecimento. São eles:
1. INFOSYS MATURITY MODEL
De acordo com a visão de gestão de conhecimento da Infosys Technologies, as organizações
devem possibilitar suas ações pelo conhecimento existente internamente.
Como resultado, eles desenvolveram um modelo de maturidade de gestão de conhecimento que avalia
como o conhecimento está sendo gerido e é valorizado dentro da empresa. Tal modelo é estruturado em
5 fases:
DEFAULT/PADRÃO
A única maneira de criar conhecimento organizacional é por meio de treinamento formal, já que não há
gestão do conhecimento.
REATIVO
O conhecimento só é compartilhado quando surge a necessidade.
CONSCIENTE
Um sistema básico de gestão do conhecimento é desenvolvido e incentivado, com o objetivo de atender
às necessidades de negócios. Nesse momento, seus benefícios começam a ser percebidos.
CONVENCIDO
Um sistema amplo de gestão do conhecimento foi estabelecido, com o objetivo de garantir a qualidade e
utilização dos conteúdos.
COMPARTILHAMENTO
O conhecimento se torna uma cultura organizacional, de forma que os processos de conhecimento são
continuamente aprimorados.
2. SIEMENS AG KM MATURITY MODEL:
O modelo foi desenvolvido pelo Centro de Competência para Gestão do Conhecimento da Siemens AG,
que define cinco diferentes níveis de maturidade.
Ele tem como objetivo analisar todas as áreas-chave relevantes da gestão do conhecimento,
como ambiente corporativo, cultura, estratégia etc.
Tal análise é fundamental para definir a posição atual de uma empresa no mercado e definir os rumos
futuros que ela deve tomar.
Na Siemens AG KMMM, os cinco níveis de maturidade são:
INICIAL
Não existem práticas formais de gestão de conhecimento.
REPETIDO
A importância da gestão do conhecimento passa a ser reconhecida e os primerios processos são
implementados e testados.
DEFINIDO
Processos são definidos de acordo com as necessidades diárias da organização, com a definição de
papéis.
GERENCIADO
Existe maior padronização da gestão do conhecimento, com práticas difundidas e constantemente
mensuradas.
OTIMIZADO
Os processos de gestão do conhecimento estão totalmente dominados na organização, mas flexíveis a
mudanças internas e externas.
3. 5IKM3 KM MATURITY MODEL
Este modelo foi desenvolvido pela Tata Consultancy Services, e também conta com cinco estágios.
Ele é baseado na crença de que, em qualquer organização, o objetivo da gestão do conhecimento é
transformar o conhecimento organizacional em benefícios para o negócio.
Nesse modelo, cada nível de maturidade é definido com base em como as pessoas, processos e
tecnologia interagem entre si dentro da organização e são influenciados pela cultura corporativa.
INICIAL
Não existem práticas formais de gestão de conhecimento.
INTENÇÃO
O potencial da gestão do conhecimento passa a ser reconhecido.
INICIATIVA
A organização já integrou a gestão do conhecimento aos seus negócios, de forma que seus benefícios e
impactos já são observados.
INTELIGENTE
Há a colaboração e compartilhamento da Gestão do Conhecimento em todos os processos de negócio,
de forma que a inteligência organizacional seja coletiva e colaborativa.
INOVATIVO
O conhecimento se torna um ativo da organização, de forma que ela sabe utilizá-lo para obter vantagens
competitivas.
4. APQC KM MATURITY MODEL
Com o objetivo de medir o impacto financeiro da gestão do conhecimento nas organizações, o
APQC criou seu modelo de estágios de maturidade.
Como os outros modelos explorados, este também conta com cinco estágios, em que a gestão do
conhecimento gera diferentes níveis de retorno sobre o investimento. Estes níveis são:
INICIAR
Como os outros modelos explorados, este também conta com cinco estágios, em que a gestão do
conhecimento gera diferentes níveis de retorno sobre o investimento. Estes níveis são:
DESENVOLVER
Como os outros modelos explorados, este também conta com cinco estágios, em que a gestão do
conhecimento gera diferentes níveis de retorno sobre o investimento. Estes níveis são:
PADRONIZAR
O foco principal deste nível é gerenciar a estratégia, os processos e as abordagens de gestão do
conhecimento identificados e definidos anteriormente.
OTIMIZAR
As bases da gestão do conhecimento foram estabelecidas e padronizadas, sendo o momento de sua
expansão e criação de melhor capacidade organizacional.
INOVAR
Melhorar os processos de negócios, otimizando as abordagens de gestão de conhecimento, a fim de
alcançar resultados de negócios desejados e inovação revolucionária.
CONCLUSÃO DO MÓDULO
O especialista conclui o módulo falando um pouco sobre a gestão do conhecimento por meio do
entendimento das suas práticas, ferramentas e modelos de maturidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAIS SÃO AS 5 FASES DO MODELO DE MATURIDADE DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO PROPOSTA NO INFOSYS MATURITY MODEL?
A) Iniciar, Desenvolver, Padronizar, Otimizar e Inovar.
B) Inicial, Intenção, Iniciativa, Inteligente e Inovativo.
C) Inicial, Repetido, Definido, Gerenciado e Otimizado.
D) Default/Padrão, Repetido, Iniciativa, Otimizar e Compartilhamento.
E) Default/Padrão, Reativo, Consciente, Convencido e Compartilhamento.
2. SÃO EXEMPLOS DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE CONHECIMENTO:
A) Banco de Competências, Mapas de Informação, Gestão do Capital Intelectual.
B) Sistema de Inteligência Organizacional, Gestão do Capital Intelectual e Mapeamento de
Conhecimento.
C) Melhores Práticas, Banco de Competências e Inteligência de Negócios.
D) Sistemas de Gestão de Relacionamento com o Cliente, Sistema de Gestão de Competências e
Sistema de Inteligência Organizacional.
E) Intranet, Gestão Eletrônica de Documentos e Sistema de Inteligência Organizacional.
GABARITO
1. Quais são as 5 fases do modelo de maturidade da gestão do conhecimento proposta no
Infosys Maturity Model?
A alternativa "E " está correta.
Conforme definido na sessão Modelos de maturidade de gestão do conhecimento, o modelo Infosys
Maturity Model é composto por cinco fases, que são: Default/Padrão, Reativo, Consciente, Convencido e
Compartilhamento.
2. São exemplos de práticas de gestão de conhecimento:
A alternativa "B " está correta.
As práticas de gestão do conhecimento são banco de competências, benchmarking , gestão do capital
intelectual, mapeamento de conhecimento, melhores práticas, memória organizacional, sistema de
gestão de competências e sistema de inteligência organizacional. Intranet, Gestão Eletrônica de
Documentos, Sistemas de Gestão de Relacionamento com o Cliente, Mapas de Informação e Business
Intelligence são ferramentas, e não práticas de gestão do conhecimento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Temos à nossa disposição um volume extraordinário de informações, mas não é fácil usá-las para
construir algo relevante no dia a dia. Neste conteúdo, discutimos sobre a relação entre criação de
conhecimento e desenvolvimento econômico e, a partir disso, narramos a evolução do conhecimento ao
longo da história.
Com essa base, pudemos definir formalmente os conceitos de dado, informação e conhecimento, que,
frequentemente, confundem-se, e aprofundamos

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