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Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Morsicatio Buccarum: • Mucosa modiscada. • Mastigação crônica da mucosa da bochecha. • Mordiscadas crônicas causam lesões localizadas geralmente na mucosa jugal (morsicatio buccarum); entretanto, a mucosa labial (morsicatio labiorum) e a borda lateral da língua (morsicatio linguarum) também podem estar envolvidas. • Uma prevalência elevada do morsicatio buccarum é encontrada em pessoas sob estresse ou que exibem quadros psicológicos. A maioria dos pacientes tem ciência sobre seus hábitos, embora muitos neguem o trauma ou realizem o ato inconscientement e. • Observa-se uma elevada prevalência em mulheres e em pacientes com mais de 35 anos de idade. • As lesões nos pacientes com morsicatio são encontradas com maior frequência bilateralmente na porção anterior da mucosa jugal. Elas também podem ser unilaterais, combinadas com leões dos lábios ou língua, ou restritas aos lábios ou língua. • Áreas esbranquiçadas entremeadas por áreas avermelhadas, erosões e ulcerações. A coloração esbranquiçada se dá pela produção da camada de queratina formada no epitélio como forma de proteção. • As áreas brancas da mucosa exibem uma superfície dilacerada e irregular, e o paciente relata que é capaz de remover fragmentos de material branco da área envolvida. • Na maioria dos casos, a apresentação clínica do morsicatio é suficiente para um diagnóstico presuntivo, e a biopsia raramente é realizada por clínicos familiarizados com esta condição . • Nos casos em que não é possível o diagnóstico do morsicatio buccarum pela apresentação clínica, a biopsia se faz necessária. • Não há necessidade de tratamento das lesões orais e nenhuma complicação é ocasionada pela presença das alterações na mucosa. Para os pacientes que desejam a confirmação da causa ou um tratamento preventivo, a confecção de uma proteção acrílica bilateral conectada por um fio de metal labial pode promover a resolução rápida das lesões. • Também é importante encaminhar esses pacientes para um acompanhamento psicológico (caso haja associação com alterações psicológicas). É necessário que o paciente tenha consciência do que é esse hábito e o que está causando. • Essa não é uma lesão potencialmente maligna. Lesões químicas e físicas da mucosa oral: D i a g n ó s t i c o e m O d o n to l o g i a Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Ulceração traumática: • Lesões agudas e crônicas que geralmente cicatrizam em dias. • As lesões agudas são simples e muito comuns. • As lesões crônicas persistem por muito tempo (inflamação crônica). • As ulcerações crônicas geralmente estão associadas à um trauma visível na cavidade oral. Se não houver fator traumático, deve-se realizar uma biópsia. • Acomete com maior frequência língua, lábios e mucosa jugal. • Trata-se de um eritema com área central coberta por membrana fibrinopurulenta amarelada destacável. • Com a borda endurecida branca -> hiperqueratose. e • É importante fazer uma anamnese qualificada indetificando se há indício de dores, o tempo que a lesão está presente e a possível causa do trauma. • A apresentação clínica costuma sugerir a causa, porém muitos casos assemelham-se à fase inicial do carcinoma de espinocelular; a biopsia é realizada para excluir tal possibilidade. • Um tipo histopatológico único de ulceração crônica traumática da mucosa oral é o processo inflamatório crônico com ulceração e eosinofilia PICUE. Diagnóstico — apenas histopatológico. • São de difícil tratamento. • Pode exibir uma reação inflamatória profunda pseudoinvasiva e regride de forma lenta. De modo interessante, muitas destas lesões são resolvidas após uma biópsia incisional. • As lesões não parecem estar associadas a trauma, e histopatologicamente são observados cordões de células grandes atípicas. • A maioria é observada na língua, embora alguns casos tenham sido observados na gengiva, mucosa jugal, assoalho da boca, palato e lábio. Ocorre com mais frequência no sexo masculino. • . A lesão pode permanecer por uma semana a oito meses. • As ulcerações são muito semelhantes às ulcerações traumáticas simples; entretanto, ocasionalmente, o tecido de granulação subjacente pode resultar em uma lesão elevada parecida com um granuloma piogênico. • Também podem aparecer como um crescimento sólido amolecido de um tecido de granulação. Fazer diagnóstico diferencial com o carcinoma epidermóide oral: • Geralmente associado a tabagistas. • Lesão indolor e que persiste por mais de 15 dias. Fazer diagnóstico diferencial com o carcinoma oral. Verificar hábitos de fumar do paciente para descartar o carcinoma (que geralmente ocorre associado a tabagistas). Além disso, essas ulcerações crônicas são assintomáticas e endurecidas. Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto A, Apresentação inicial de uma grande ulceração na superfície dorsal da língua. B, Resolução observada duas semanas após a realização da biopsia incisional. C, Cicatrização observada quatro semanas após a biopsia • Ulcerações crônicas em recém-nascidos em decorrência de dentes natais e neonatais. • É uma variação de PICUE. • Aparece entre uma semana e um ano de idade. • O sítio mais comumente envolvido é a superfície ventral anterior da língua, embora a superfície dorsal também possa ser afetada. As lesões ventrais tocam os incisivos inferiores, enquanto as lesões da superfície dorsal estão associadas aos incisivos superiores. • Embora a exodontia dos dentes decíduos anteriores não seja recomendada, este procedimento resolve as ulcerações na doença de Riga-Fede. Os dentes devem ser mantidos se estiverem bem implantados. O desgaste das margens incisais, a cobertura dos dentes com compósito fotopolimerizável ou filmes de celulose, a construção de uma placa protetora, ou a descontinuidade da amamentação têm sido utilizados como tentativas de tratamento, com sucesso variável. Queimaduras: • A maioria das queimaduras térmicas da cavidade oral surge da ingestão de alimentos ou bebidas quentes. O forno de micro-ondas tem sido associado ao aumento na frequência de queimaduras térmicas, devido à sua capacidade de produzir um alimento morno por fora, mas extremamente quente no seu interior. • As lesões relacionadas a queimaduras térmicas por alimentos quentes em geral aparecem no palato ou na mucosa jugal posterior. • As lesões se apresentam como áreas de eritema e ulceração que costumam exibir remanescentes necróticos do epitélio na periferia. Quando o paciente engole bebidas quentes, pode ocorrer aumento de volume das vias aéreas superiores levando à dispneia, a qual pode se desenvolver muitas horas depois. Queimadura térmica por alimentos. Ao fazer uma biópsia incisional (retira-se apenas um fragmento da lesão), essa lesão tende a regredir. Quando há possibilidade de a lesão ser maligna, nunca deve-se removê- la por completo (biópsia excisional). Impresso por David Jeferson,E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • A maioria das queimaduras térmicas não traz grandes consequências e resolve-se sem a necessidade de tratamento. Quando as vias aéreas superiores estão envolvidas e associadas às dificuldades respiratórias, os antibióticos e corticosteroides costumam ser administrados. Em raros casos, o aumento de volume da via aérea superior requer intubação ou traqueotomia para solucionar a dispneia associada. Lesões Químicas: • Produtos de clareamento dentário contendo peróxido de hidrogênio ou uma de suas substâncias precursoras, o peróxido de carbamida, podem gerar necrose da mucosa. Queimadura da mucosa por tiras de clareamento dental. • Um grande número de medicações também é potencialmente cáustico quando permanecem na boca por um longo período de tempo. Exemplos bem documentados são a aspirina, os bisfosfonatos e duas drogas psicoativas, a clopromazina e a promazina. • A necrose da mucosa provocada pela aspirina mantida na boca é relativamente comum. Queimadura por aspirina. • No final dos anos 1970, o peróxido de hidrogênio tornou- se um medicamento intraoral popular na prevenção da periodontite. Desde aquela época, o dano à mucosa tem sido visto mais frequentemente como resultado de sua aplicação. • Concentrações iguais ou superiores a 3% costumam estar associadas a reações adversas. A necrose epitelial tem sido observada com diluições tão baixas quanto a 1%, e muitos dos medicamentos orais comercializados sem prescrição excedem tal concentração. Queimadura por Peróxido de Hidrogênio. • O fenol é ocasionalmente utilizado na odontologia como um agente esterilizador de cavidades e substância cauterizadora. Ele é extremamente cáustico, sendo necessária cautela na sua utilização. Queimadura por Fenol. • Devido às dificuldades na obtenção de anestesia profunda em alguns pacientes em tratamento endodôntico observadas no passado, alguns clínicos utilizavam pasta arsênica ou formulações de paraformaldeído para desvitalizar a polpa inflamada. A necrose da gengiva e do osso tem sido documentada como uma consequência do extravasamento deste material da câmara pulpar para os tecidos adjacentes. Irrigantes endodônticos, como o formocresol ou o hipoclorito de sódio, produzem necrose semelhante se o material extravasar para os tecidos de suporte adjacentes ou se forem injetados além do ápice. Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Queimadura por Formocresol • O melhor tratamento para as agressões químicas é a prevenção à exposição da mucosa oral a materiais cáusticos. • As áreas superficiais de necrose se resolvem completamente sem deixar cicatrizes dentro de 10 a 14 dias após a suspensão do uso do agente agressor. Estomatite nicotínica: • Uma das mais comuns alterações da mucosa do palato duro. • Embora esta lesão hiperqueratótica esteja associada ao fumo de tabaco, não parece ter uma natureza pré- maligna, pois possivelmente se desenvolve como resposta ao calor, em vez dos produtos químicos presentes no fumo do tabaco. • Alterações similares podem também ser produzidas mediante a utilização a longo prazo de bebidas/ alimentos extremamente quentes. • Em algumas culturas asiáticas da América do Sul e Sudeste da Ásia, cigarros e charutos enrolados à mão são fumados com a ponta acesa dentro da boca. O hábito “fumar invertido” produz uma acentuada queratose na mucosa palatina, ou palato do fumante invertido, tendo um potencial significativo para desenvolver displasia ou carcinoma. • A estomatite nicotínica afeta mais homens acima de 45 anos. • Com a exposição a longo prazo ao calor, a mucosa do palato se torna difusamente cinza ou branca; numerosas pápulas ligeiramente elevadas são observadas, geralmente com centros vermelhos puntiformes. Tais pápulas representam inflamação das glândulas a salivares menores e seus orifícios ductais. Estomatite Nicotínica. Visão aproximada das aberturas ductais inflamadas das glândulas salivares envolvidas no palato duro. • A queratina no palato pode se tornar tão espessada, frequentemente apresentando um aspecto fissurado ou “lama seca”. A lesão branca pode também envolver a gengiva marginal e papilas interdentais; a hiperqueratose na mucosa jugal pode ser encontrada. Pode haver nos dentes uma mancha marrom-escura ou preta ocasionada pelo tabaco. • A estomatite nicotínica é caracterizada por hiperqueratose e acantose do epitélio do palato, leve infiltrado inflamatório crônico irregular na lâmina própria e nas glândulas salivares acesssórias. Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • A estomatite nicotínica é completamente reversível, mesmo quando está presente há muitas décadas.. • O palato normalmente retorna ao estado normal dentro de uma a duas semanas de cessação do tabagismo. • .Qualquer lesão branca da mucosa do palato que persista após um mês de cessação do hábito deve ser considerada uma verdadeira leucoplasia e tratada como tal. Tatuagem por amálgama: • Vários materiais pigmentados podem ser implantados no interior da mucosa oral, resultando em pigmentações clinicamente evidentes. • A tatuagem por amálgama é uma pigmentação de natureza exógena. Ocorre a pigmentação do tecido pela prata contida no amálgama. • O amálgama pode ser incorporado ao interior da mucosa oral de diversas maneiras: ▪ Áreas com abrasão prévia da mucosa podem ser contaminadas pelo pó de amálgama presente nos fluidos orais; ▪ Pedaços de amálgama quebrado podem cair em sítios de exodontia; ▪ O fio dental contaminado com partículas de amálgama de uma restauração recentemente realizada, áreas lineares de pigmentação podem ser criadas nos tecidos gengivais como resultado de procedimentos de higiene; ▪ O amálgama de procedimentos de retro- obturação endodôntica pode ser deixado no interior dos tecidos moles no sítio cirúrgico; ▪ Partículas metálicas finas podem ser conduzidas através da mucosa oral por pressão das turbinas de ar de alta rotação. Implantação de amálgama por fio dental. Implantação de amálgama relacionada a tratamento endodôntico. • As tatuagens por amálgama se manifestam como máculas ou, raramente, como lesões ligeiramente elevadas. • Elas podem apresentar coloração preta, azul ou cinza. As bordas podem ser bem definidas, irregulares ou difusas. • É possível ocorrer expansão lateral por vários meses após a implantação. Qualquer superfície mucosa pode estar envolvida, porém as localizações mais frequentes são a gengiva, a mucosa alveolar e a mucosa jugal. • Quando realizadas, as radiografias periapicais, em muitos casos, não mostram a presença do metal. Quando os fragmentos metálicos são radiograficamente visíveis, a área clínica da pigmentação se estende além do tamanho do fragmento. Os fragmentos são densamente radiopacos, variando em tamanho desde vários milímetros a um ponto. Essa lesão não é potencialmente maligna, mas apresenta chance de se transformar em um câncer (ex: leucoplasia – lesão potencialmente maligna).Impresso por David Jeferson, E-mail davidalmeidagates@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2022 12:21:45 P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto A, Área de pigmentação da mucosa da crista alveolar inferior, imediatamente abaixo do pôntico da prótese parcial fixa. B, Radiografia do mesmo paciente exibindo fragmento metálico radiopaco no local de pigmentação da mucosa. • Revela fragmentos pigmentados de metal dentro do tecido conjuntivo ao redor de vasos e nervos. Podem ser vistos fragmentos sólidos, escuros, grandes e dispersos, ou numerosos finos grânulos marrom-escuros ou negros. • Metal ao redor dos vasos e nervos gera uma – inflamação de leve a moderada. • Diagnóstico histopatológico. Numerosos fragmentos de amálgama, escuros e sólidos, circundados por um infiltrado inflamatório linfohistiocitário. Coloração escura do amálgama circundando numerosos vasos. • Para confirmar o diagnóstico de tatuagem por amálgama, o clínico pode obter radiografias das áreas de pigmentação da mucosa na tentativa de demonstrar os fragmentos metálicos. Os filmes têm que ter capacidade de alta definição, porque muitos dos fragmentos são menores que a ponta de um alfinete. • Quando é possível detectar radiograficamente os fragmentos, não há necessidade de tratamento. • Quando nenhum fragmento metálico é encontrado e a lesão não pode ser diagnosticada clinicamente, a biopsia pode ser necessária para excluir a possibilidade de neoplasia melanocítica. • Fazer acompanhamento (geralmente não causa danos ao paciente) e remover quando houver algum indício de outra lesão ou por estética. • A excisão cirúrgica conservadora pode ser realizada; alternativamente as tatuagens por amálgama têm sido removidas com sucesso por meio do laserr Q-switched laser de rubi ou do laser de alexandrita.. Referências: NEVILLE, Brad W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 912 p. Aula teórica de Diagnóstico em Odontologia. Faculdade Maurício de Nassau, odontologia, 2020. Diagnóstico diferencial com melanoma: - A tatuagem por amálgama surge e não cresce, o melanoma cresce.
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