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Transtorno do Espectro Autista com enfoque no severo

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) 
 
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento. 
A condição tem sido cada vez mais diagnosticada, tornando ainda maior a necessidade de 
entender quais são os graus de autismo. Quando se fala nesse transtorno, muitas pessoas 
costumam pensar nos casos mais graves e com os sintomas mais evidentes. Contudo, 
existe um espectro amplo de apresentação, com diferentes graus de manifestação. 
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) foi incluído no Manual Diagnóstico 
e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) em 2013. Ele se refere a um conjunto de 
transtornos de desenvolvimento que cursam com dificuldades de comunicação, interação 
social, linguagem e comportamento. 
A definição de autismo, no entanto, é bastante ampla. E, com isso, não abrange 
todos os pormenores que o transtorno traz. Assim, é fundamental compreender quais são 
os tipos de autismo, suas especificações e diferenciações. 
Síndrome de Asperger: Esse é um dos tipos de autismo mais leves. Ele pode 
ocorrer com mais frequência nos meninos do que nas meninas, em uma proporção de 3 
para 1. Em geral, quem tem a síndrome apresenta uma inteligência muito superior à média 
e, por isso, também é conhecido como “autismo de alto funcionamento”. O Asperger é 
diferente do autista clássico porque não apresenta atraso na linguagem e nem prejuízos 
significativos. Em geral, a pessoa terá: habilidades verbais excepcionais, dificuldades 
com simbologias e com interações sociais, além de comportamento obsessivo em 
determinados interesses. Quando não tratado e diagnosticado na infância, o Asperger tem 
mais chances de desenvolver depressão e ansiedade quando adulto. 
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: Esse é um tipo de autismo um pouco 
mais grave do que o Asperger, mas não tão comprometedor como o Transtorno Autista. 
Os sintomas são bem variados e distintos, dependendo do paciente. Contudo, existem 
alguns sinais considerados “clássicos” e que podem aparecer em vários pacientes, como: 
dificuldades de interagir socialmente, competência linguística superior ao do transtorno 
autista, mas inferior ao Asperger e menos comportamentos repetitivos. 
Transtorno Autista: O transtorno autista é aquele que traz sintomas mais graves 
e, geralmente, é diagnosticado logo na infância. A capacidade cognitiva, linguística e 
social é muito afetada e o paciente apresenta muitos comportamentos repetitivos. Por isso, 
em geral, o diagnóstico da condição ocorre em torno dos 3 anos e a criança pode 
apresentar sinais clássicos, como: 
▪ Falta de contato com os olhos quando fala; 
▪ Comportamentos repetitivos constantes, como bater ou balançar as mãos; 
▪ Linguagem atrasada; 
▪ Dificuldade em realizar pedidos usando a linguagem. 
Transtorno Desintegrativo da Infância: Entre todos os tipos de autismo, esse é o mais 
grave e também o mais incomum. De uma maneira geral, o diagnóstico é feito na infância, 
entre os 2 e 4 anos. Nesse período, a criança poderá apresentar sinais característicos como: 
perda das habilidades intelectuais, sociais e linguísticas e incapacidade de recuperá-las. 
Além dos diferentes tipos de autismo, também existem variações em relação aos 
níveis de gravidade. Eles são: 
Nível 1 (Leve): As crianças apresentam dificuldades para iniciar a relação social com 
outras pessoas e podem ter pouco interesse em interagir com os demais, apresentando 
respostas atípicas ou insucesso a aberturas sociais. Em geral, apresentam dificuldades 
para trocar de atividades e problemas de planejamento e organização. 
Nível 2 (Médio): As crianças podem apresentar um nível um pouco mais grave de 
deficiência nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal. Têm limitações em 
iniciar interações sociais e prejuízos sociais aparentes mesmo com a presença de apoio. 
Além disso, são mais inflexíveis nos seus comportamentos, apresentam dificuldades com 
a mudança ou com os comportamentos repetitivos e sofrem para modificar o foco das 
suas ações. 
Nível 3 (Grave): Nesse nível, existem déficits bem mais graves em relação a 
comunicação verbal e não verbal, além de dificuldades notórias para iniciar uma interação 
social, com graves prejuízos de funcionamento. Também apresentam dificuldade extrema 
em lidar com a mudança e com comportamentos repetitivos – o que interfere de forma 
mais acentuada no seu funcionamento. Ainda contam com grande sofrimento para mudar 
o foco das suas ações. 
São muitos os sintomas do espectro autista. Em geral eles são observados logo na 
infância, mas como você viu, por existirem vários tipos e níveis, muitas vezes o problema 
pode se alastrar até a vida adulta. 
▪ Entre 8 a 10 meses, a criança autista pode apresentar falta de resposta quando for 
chamada e desinteresse com as pessoas ao redor; 
▪ Apresentam dificuldades em participar de brincadeiras em grupo, preferindo 
sempre brincar sozinhas e dificuldades em interpretar expressões faciais e gestos; 
▪ Crianças com autismo podem não balbuciar e nem aprender a comunicar com 
gestos; 
▪ Atraso anormal na fala; 
▪ Quando começam a falar, os autistas podem ter dificuldades para combinar 
palavras em frases que façam sentido ou repetir a mesma frase várias vezes; 
▪ Os comportamentos repetitivos e incomuns são sintomas clássicos, algumas ações 
que podem estar presentes são: balançar o corpo, bater as mãos, reorganizar 
objetos e repetir palavras e sons; 
▪ Quando adultos, os autistas podem se tornarem obsessivos por determinados 
temas, como datas, números ou assuntos. 
Além disso, alguns autistas podem apresentar: acessos de raiva, hiperatividade ou 
excesso de passividade, necessidade intensa de repetição, baixa capacidade de atenção, 
movimentos corporais repetitivos, dificuldades para lidar com determinados ruídos, 
aumento ou diminuição da resposta à dor e falta de empatia. 
Em geral, o diagnóstico do autismo é clínico, ou seja, é realizado por meio da 
observação direta do comportamento da criança, além de uma entrevista com os pais ou 
os responsáveis. Normalmente, são os pais que notam os primeiros sintomas que 
costumam estar presentes logo nos primeiros 3 anos de vida da criança. Porém, em alguns 
casos, é possível que o diagnóstico seja feito apenas na adolescência ou logo no início 
das atividades escolares, fase em que a criança pode apresentar dificuldades para fazer 
amigos e se relacionar com os colegas. Em outras situações, principalmente nos níveis 
mais leves, o diagnóstico apenas acontece na fase adulta. Nesses casos, é comum que o 
próprio paciente perceba em si alguns dos sintomas e busque a ajuda de um psiquiatra ou 
psicólogo. 
O autismo tem tratamento, capaz de melhorar a qualidade de vida do paciente. Em 
geral, uma equipe multidisciplinar é indicada, já que cada especialista trabalhará uma 
dificuldade específica do autista. 
Costuma-se indicar acompanhamentos com: 
 
▪ Fonoaudiólogo que poderá acompanhar a criança no desenvolvimento da 
linguagem não-verbal e verbal; 
▪ Ludoterapia, ou seja, por meio de jogos e brinquedos o terapeuta trabalha a 
interação social e o contato visual da criança; 
▪ Análise aplicada de comportamento, com o objetivo de amenizar determinados 
comportamentos nocivos e estimular outros; 
▪ Grupos de habilidades sociais para praticar as interações sociais do dia a dia e 
melhorar o comportamento social; 
▪ Medicamentos que, embora não sejam específicos para o autismo, ajudam com 
possíveis problemas emocionais comuns no espectro como ansiedade, 
hiperatividade, ataques de raiva, impulsividade, agressividade e alterações de 
humor. 
Existem inúmeros tipos de autismo e também graus de comprometimento, por isso 
nem todos os autistas são iguais ou apresentam os mesmos sintomas. De qualquer forma, 
é muito importante para o autista contar com uma rede de apoio, em especial da família, 
compreendendo suas limitações e dificuldades e ajudando-os a enfrentaremos seus 
desafios. 
 
AUTISMO SEVERO (GRAU 3) 
Pessoas com autismo nível 3 podem ser mais dependentes de seus cuidadores para 
realizar as chamadas atividades da vida diária (AVDs). Ou seja, mesmo as tarefas mais 
simples, como se vestir, tomar banho ou comer demanda que os pais ou quem estiver com 
eles precisem ajudar em suas execuções. Os indivíduos com autismo nível 3 precisam de 
apoio substancial nas tarefas do dia a dia. Por isso, elas têm graves déficits na 
comunicação e interação social e também nos padrões de comportamentos restritos e 
repetitivos. Algumas das características comuns em pessoas com autismo severo são: 
▪ Comunicação; 
▪ Déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis; 
▪ Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal; 
▪ Déficits graves nas habilidades de comunicação social não-verbal; 
▪ Dificuldade para iniciar interações sociais; 
▪ Exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais de 
outros; 
▪ Comportamentos restritos e repetitivos; 
▪ Inflexibilidade de comportamentos causa interferência significativa no 
funcionamento em um ou mais contextos; 
▪ Extrema dificuldade em lidar com a mudança; 
▪ Comportamentos restritos e repetitivos interfere acentuadamente no 
funcionamento em todas as grandes esferas; 
▪ Grande sofrimento ou dificuldade para mudar o foco ou as ações. 
De modo geral, os sinais do autismo severo podem ser mais perceptíveis do que os de 
outros graus do espectro, como o autismo leve. Ainda assim, é importante que desde a 
primeira infância os pais estejam atentos aos seguintes sinais: 
▪ Pouco ou nenhum contato visual; 
▪ Apresentar resistência ao toque; 
▪ A criança apresenta predileção por objetos que não causam interesse em outras 
pessoas; 
▪ Brincar de maneira diferente das outras crianças (exemplo: colocar o carrinho de 
ponta cabeça e girar as rodinhas; 
▪ Não desenvolver a fala ou desenvolver pouco até os 2 anos; 
▪ Existem ainda outros sinais que podem contribuir para a busca do diagnóstico de 
autismo. 
Assim como qualquer outro diagnóstico, o laudo de autismo nível 3 só pode ser 
emitido por médicos especialistas depois que a pessoa passa por uma série de avaliações 
com uma equipe multidisciplinar. Por isso, o mais indicado é que, ao perceber ou ser 
alertado dos sinais de TEA, a família busque ajuda do pediatra, neuropediatra ou 
(neurologista infantil) ou psiquiatra infantil. Vale reforçar que a intervenção pode ser 
iniciada imediatamente, sem precisar esperar pelo diagnóstico. Isso porque, quanto antes 
começarem, maiores são os ganhos devido à neuroplasticidade. 
 
 
 
INTERVENÇÕES PARA CRIANÇAS COM TEA SEVERO 
O autismo severo difere dos outros tipos de autismo por acometer mais esferas na vida do 
indivíduo, sendo mais intenso e mais debilitante. Algumas medidas podem ser tomadas 
para facilitar a vida de crianças com autismo severo nas escolas, assim como medidas 
para intervenção caso ocorra momentos de crise. Os professores e os demais profissionais 
que acompanham a criança com autismo em sala devem criar um ambiente propicio para 
que ele(a) passe o dia com o menor número de intercorrências possível. Ter um 
profissional que monitore, ajude e acompanhe unicamente a criança com autismo severo 
é de muita importância, uma vez que essas crianças são totalmente dependentes de 
ajuda/acompanhamento para as atividades escolares e de vida diária, esse cuidador deve 
receber algumas instruções sobre como lidar mais especificamente com a criança, de 
preferência com a técnica ABA. Conseguir montar um ambiente para aquela criança 
também ajuda nas intercorrências, assim como uma rotina que seja seguida da maneira 
mais parecida possível todos os dias, como: sentar no mesmo local, com os materiais 
postos de forma parecida. Ter o profissional que o auxilia por perto. Se possível, levar a 
criança para conhecer a escola antes, para que tenha mais conforto nas próximas visitas. 
Com esses fatores ambiente/rotina regularizados, é de extrema importância saber lidar 
com as possíveis crises que venham a acontecer. Primeiro, é necessário que tanto o 
cuidador quanto o professor estejam atentos aos possíveis gatilhos para as crises, que 
serão observados por eles e pela família, para evitar que aconteçam com frequência. 
Sabendo dos gatilhos, parte-se para o momento de controle da crise, onde o profissionais 
devem redirecionar a criança para um lugar que ofereça menos perigo para ela e para as 
demais, sendo através da fala com frases afirmativas simples (uma vez que eles já 
possuem dificuldade com a linguagem), como “me acompanha” “vem para cá” e no caso 
de não conseguir, conduzir de forma gentil a criança. Caso ela esteja em um alto nível de 
agressividade, o contato físico pode ajudar, também de forma gentil, como o abraço e o 
toque. Aqui avaliamos novamente a importância de um cuidador específico, uma vez que 
ele será a pessoa em quem a criança mais confiará no ambiente escolar, conseguindo com 
menos dificuldade lidar com a crise. Ter um sistema de troca com a criança também pode 
ajudar, criar palavras/sinais que demonstrem desconforto e também que sirvam para 
acalma- la e sentir que está tudo bem. Esse sistema pode ser feito através de figuras, 
linguagem corporal/verbal, toques, expressões... Tudo devidamente ensinado e aprendido 
com a criança. 
• Familiarizar a criança com autismo severo ao ambiente escolar o quanto antes • Ter 
um cuidador específico para aquela criança (de preferência com curso ABA para autismo) 
• Cuidar para que a rotina da criança seja seguida fielmente 
• Conhecer os gatilhos que levem as crises 
 
• Levar as crianças para um local mais seguro em momentos de crise, se a maneira 
verbal não funcionar, conduzi-las gentilmente 
• Organizar um sistema de troca com a criança, seja por figuras ou linguagem 
corporal/verbal, para que ela entenda com mais facilidade que está segura. 
 
MEDICAMENTOS PARA CRIANÇAS COM TEA 
Os anticonvulsivantes são geralmente utilizados, na prática clínica, no tratamento 
de crianças e adultos autistas. Isso tem a ver, em parte, com a alta incidência de 
convulsões em indivíduos autistas. No entanto, essa classe de compostos também foi 
avaliada em vários estudos de caso e pequenos estudos abertos no tratamento da 
agressão e do descontrole do comportamento associados ao autismo. Casos únicos 
têm sido relatados sobre o uso de carbonato de lítio no tratamento de agressão 
refratária em adultos com autismo. Uma série retrospectiva de casos sobre o uso de 
divalproato sódico no tratamento de crianças e adultos com autismo relatou alterações 
favoráveis na instabilidade, comportamentos repetitivos e agressão. Um estudo com 
lamotrigina em 28 crianças com autismo não demonstrou diferença entre o fármaco 
ativo e placebo em medidas de estereotipias, letargia, irritabilidade, hiperatividade, 
reciprocidade emocional, prazeres compartilhados e na linguagem e comunicação, 
socialização e nas habilidades da vida diária, observados após 12 semanas. A 
preocupação com reações cutâneas adversas em crianças erupções cutâneas e 
síndrome Steven-Johnson faz com que muitos clínicos relutem em usar este 
medicamento em crianças. 
 
 
REFERÊNCIAS 
Amy, Marie Dominique. Enfrentando o autismo. Zahar, 2001. 
Melo, Stéfanie. “Escolarização de alunos com autismo.” Revista Brasileira de 
Educação Especial (2016). 
Zanon, Regina Basso, Bárbara Backes, and Cleonice Alves Bosa. “Identificação dos 
primeiros sintomas do autismo pelos pais.” Psicologia: Teoria e Pesquisa 30.1 (2014): 
25-33.

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